Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
28-09-2005
28-09-2005
APROVADO EM
28-09-2005
INFARMED
FOLHETO INFORMATIVO
ULTRAPARINA
nadroparina cálcica
Composição em substância activa:
Composição por 1 ml de solução injectável:
Nadroparina cálcica: 9 500 (UI anti-Xa)
Seringas pré-carregadas com:
Volume
Tipo de seringa
Nadroparina
cálcica
(UI anti-Xa)
0,2 ml
Não graduada
1 900
0,3 ml
Não graduada
2 850
0,4 ml
Não graduada
3 800
0,6 ml
Graduada
5 700
0,8 ml
Graduada
7 600
1,0 ml
Graduada
9 500
Forma farmacêutica
Solução injectável.
Apresentação
Seringas pré-carregadas, com dispositivo de segurança contendo 0,2 ml; 0,3 ml; 0,4 ml; 0,6 ml;
0,8 ml e 1 ml de solução injectável.
Categoria farmacoterapêutica
Grupo farmacoterapêutico: 4.3.1.1Heparinas
Classificação ATC: B01A B06
Titular da Autorização de Introdução no Mercado
Glaxo Wellcome Farmacêutica, Lda.
Rua Dr. António Loureiro Borges, 3
Arquiparque, Miraflores
1495-131 Algés
Indicações terapêuticas
Profilaxia da doença tromboembólica venosa:
- especialmente associada a cirurgia geral ou cirurgia ortopédica;
- em doentes não cirúrgicos, de risco (insuficiência respiratória e/ou infecção respiratória e/ou
insuficiência cardíaca), internados em Unidades de Cuidados Intensivos.
Tratamento de doença tromboembólica.
Contra-indicações
- Hipersensibilidade à substância activa, nadroparina, ou a qualquer dos excipientes.
- Antecedentes de trombopenia com terapêutica com nadroparina (ver Precauções especiais
de utilização).
- Hemorragia activa ou risco hemorrágico elevado relacionada com alterações da
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hemostase,
excepção
coagulação
intravascular
disseminada
(CID),
não
induzida pela heparina.
- Lesão orgânica potencialmente hemorrágica (tal como úlcera péptica activa).
- Acidente vascular cerebral hemorrágico.
- Endocardite infecciosa aguda.
- Insuficiência renal grave (depuração da creatinina < 30 ml/min) em doentes que
receberam tratamento da doença tromboembólica venosa.
- A anestesia loco-regional está contra-indicada em procedimentos cirúrgicos electivos
em doentes que estejam a receber tratamento com heparina. Quando a heparina é
utilizada apenas profilacticamente esta contra-indicação não se aplica.
Efeitos indesejáveis
- Alterações hematológicas e hemorrágicas:
-
Muito
comuns:
manifestações
hemorrágicas.
Surgem
essencialmente,
quando
presença
factores
risco
associados
(ver
Contra-indicações
Interacções
medicamentosas e outras formas de interacção).
- Raros: trombocitopenia por vezes trombogénica (ver Precauções especiais de utilização).
- Muito raros: eosinofilia reversível com a interrupção do tratamento.
- Alterações cutâneas e subcutâneas:
- Muito comuns: pequenos hematomas no local da injecção. Nalguns casos pode-se notar
formação
nódulos
não
correspondem
enquistamento
heparina
administrada, e que desaparecem ao fim de alguns dias.
- Muito raros: necrose cutânea, normalmente no local da injecção. Estes fenómenos são
precedidos
pelo
aparecimento
púrpura,
placas
eritematosas,
infiltradas
dolorosas, com ou sem sinais gerais. Neste caso o tratamento deve ser suspenso de
imediato.
Reacções de hipersensibilidade, incluindo angioedema e reacções cutâneas.
- Alterações hepato-biliares:
- Comuns: Elevação dos níveis das transaminases, normalmente transitório.
- Alterações metabólicas:
- Muito raros: hipercaliémia reversível relacionada com hipoaldosteronismo induzido pela
heparina, particularmente em doentes de risco (ver Precauções especiais de utilização).
- Alterações na função sexual:
- Muito raro: priapismo.
Foram notificados casos muito raros de hematoma epidural ou espinal associados à utilização
profiláctica de heparina, no contexto da anestesia epidural ou espinal e da punção espinal.
Estes hematomas causaram diversos graus de disfunção neurológica, incluindo paralisia
prolongada ou permanente (ver Precauções especiais de utilização).
Interacções medicamentosas e outras formas de interacção
A nadroparina deve ser administrada com precaução em doentes a administrar anticoagulantes
orais
glucococorticóides
dextranos
sistémica.
Quando
terapêutica
anticoagulantes orais é iniciada em doentes a administrar nadroparina, a terapêutica com
nadroparina deve ser continuada até à estabilização dos níveis de INR.
Precauções especiais de utilização
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Monitorização da contagem de plaquetas
Devido à possibilidade de ocorrência de trombocitopenia induzida pela administração de
heparinas, a contagem plaquetária deve ser monitorizada regularmente ao longo de todo o
tratamento com a nadroparina.
Foram reportados alguns casos de trombopenia, por vezes graves. Estes podem encontrar-se
associados a tromboses arteriais e/ou venosas. Este diagnóstico deve ser evocado nos
seguintes casos:
- Trombocitopenia, ou
- qualquer diminuição significativa da contagem das plaquetas: 30 a 50%, do valor inicial,
- agravamento de uma situação de trombose no decurso do tratamento,
- surgimento de trombose no decurso do tratamento,
- coagulação intravascular disseminada.
Nestes casos o tratamento com nadroparina deve ser interrompido.
Estes
acidentes
são
provavelmente
natureza
imunoalérgica
durante
primeiro
tratamento, observam-se na sua grande maioria entre o 5º e o 21º dias de tratamento. No
entanto podem surgir numa fase bastante mais precoce desde que existam antecedentes de
trombocitopenia com o tratamento com heparina.
Quando se observa uma situação de trombocitopenia em doentes medicados com heparina
(standard ou de baixo peso molecular), pode encarar-se um tratamento com nadroparina.
Nestes casos,
se existe
indicação, a
administração de
heparina,
impõe uma
vigilância
cuidadosa particularmente no que diz respeito aos sinais clínicos e à monitorização diária dos
valores plaquetários. O tratamento deve ser interrompido de imediato se se verificar uma
situação de trombocitopenia, na medida em que estão descritas recorrências agudas.
Se ocorrer trombocitopenia com tratamento com heparina (heparina clássica ou outra heparina
baixo
peso molecular),
pode considerar-se o
tratamento
outra classe de
anti-
trombóticos. Caso estes não estejam disponíveis, deve ser equacionada a substituição com
outra heparina de baixo peso molecular se a administração de heparina for necessária. Neste
caso deve realizar-se a monitorização da contagem plaquetária, pelo menos diariamente, e o
tratamento
deve
interrompido
logo
possível,
dado
foram
reportadas
trombocitopenias iniciais persistentes mesmo após substituição.
Os ensaios de agregação plaquetária in vitro, proporcionam apenas um valor de orientação
limitado.
Idosos: antes de iniciar o tratamento, aconselha-se proceder à avaliação da função renal (ver
também Contra-indicações).
Recomenda-se precaução quando a nadroparina é administrada nas seguintes situações dado
poderem estar associadas a um aumento do risco de hemorragia:
- Insuficiência hepática;
- Insuficiência renal (ver Posologia e modo de administração e Contra-indicações);
- Hipertensão arterial não controlada;
- Antecedentes de úlcera gastroduodenal ou qualquer outra lesão orgânica potencialmente
hemorrágica;
- Doença vascular da coriorretina;
- Período pós-operatório após cirurgia cerebral, medula espinal ou ocular.
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A heparina pode induzir supressão da secreção da aldosterona pelas supra-renais, o que
conduz à hipercaliémia, particularmente em doentes com níveis elevados de potássio ou em
situações de risco de aumento dos valores de potássio plasmático, tais como doentes com
diabetes mellitus, insuficiência renal crónica, acidose metabólica pré-existente ou que estejam
a ser medicados com fármacos susceptíveis de originar hipercaliémia (i.e. inibidores da enzima
de conversão da angiotensina e AINE's).
O risco de hipercaliémia parece aumentar com a duração do tratamento, sendo normalmente,
reversível. O potássio plasmático deve ser monitorizado nos doentes em risco.
Em doentes sujeitos a anestesia epidural ou espinal ou a punção espinal, a utilização
profiláctica de heparina está muito raramente associada a hematoma epidural ou espinal e
pode
consequentemente
provocar
paralisia
prolongada
permanente
(ver
Efeitos
indesejáveis). O risco encontra-se aumentado na utilização de cateter epidural ou espinal em
anestesia, na utilização concomitante de fármacos que possam afectar a hemostase, (tais
como anti-inflamatórios
não esteróides
AINEs,
inibidores da agregação plaquetária e
anticoagulantes) e na punção traumática ou repetida.
Assim, a prescrição concomitante de terapêutica que provoque o bloqueio do sistema nervoso
central e de um tratamento com anticoagulantes deve ser ponderada cuidadosamente, tendo
em conta a avaliação individual risco/benefício nas seguintes situações:
- Em doentes já tratados com anticoagulantes, os benefícios de um bloqueio do sistema
nervoso central devem ser ponderados em relação aos riscos.
- Em doentes com cirurgia electiva programada com bloqueadores do sistema nervoso central,
os benefícios da terapêutica com anticoagulantes devem ser ponderados em relação aos
riscos.
Após a última administração de heparina em doses profilácticas, a decisão de colocação ou
retirada
cateter
epidural
espinal
deverá
conta
perfil
doente
características do fármaco. A dose subsequente não deve ser administrada sem que tenham
decorrido, pelo menos quatro horas. A readministração só deve ser efectuada após ter
terminado o procedimento cirúrgico.
Se o médico decidir administrar anticoagulantes, no contexto da anestesia epidural ou espinal,
deve ser efectuada uma vigilância muito rigorosa e uma monitorização frequente, no sentido de
serem
detectados
quaisquer
sinais
sintomas
disfunção
neurológica,
tais
como:
lombalgias, diminuição da sensibilidade ou da actividade motora (parestesias e adinamia dos
membros inferiores), disfunção da vesícula ou da bexiga. Os enfermeiros devem ser treinados
para detectarem estes sinais e sintomas.
Os doentes devem ser instruídos para avisar de imediato o enfermeiro ou o médico, caso
detectem quaisquer destes sinais ou sintomas.
Se houver suspeita de sinais ou sintomas de hematoma epidural ou espinal, deve ser
efectuado com urgência o diagnóstico e tratamento que deverá incluir descompressão imediata
da espinal-medula.
A utilização concomitante de ácido acetilsalicílico e outros
salicilatos e anti-inflamatórios
não esteróides, bem como o uso de anti-agregantes plaquetários, por poderem aumentar o
risco de hemorragia,
representa
contra-indicação
relativa
para
a administração
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nadroparina na profilaxia ou tratamento das alterações tromboembólicas venosas. Quando
estas associações não poderem ser evitadas, recomenda-se monitorização clínica e biológica
cuidadosa.
Gravidez
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
Não foram realizados ensaios clínicos sobre o efeito da nadroparina na fertilidade.
Os estudos realizados no animal não revelaram quaisquer efeitos teratogénicos ou tóxicos
para o feto. Contudo, a informação clínica no ser humano relativa à passagem através da
barreira placentária é limitada. Os dados de um número limitado de exposições durante a
gravidez, indicam a não existência de qualquer efeito adverso da nadroparina na gravidez ou
saúde
feto ou do recém-nascido. Deste modo, desaconselha-se a utilização
nadroparina
decurso
gravidez,
impondo-se
cada
caso
avaliação
benefício/risco.
Aleitamento
Desaconselha-se a utilização da nadroparina no decurso da amamentação, uma vez que
também se desconhece se a nadroparina é excretada no leite materno.
Efeitos sobre a capacidade de condução e utilização de máquinas
Não foram observados efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas.
Lista dos excipientes
Solução diluída de ácido clorídrico ou solução de hidróxido de cálcio, para ajuste de pH; água
para preparações injectáveis.
Posologia e modo de administração
NOTA: QUANTIFICAÇÃO
As diferentes heparinas de baixo peso molecular têm concentrações expressas em
sistemas diferentes: unidades ou mg. Por isso, deve ter-se atenção especial e respeitar
o modo de emprego específico de cada uma das especialidades.
A nadroparina não se destina à administração por via intramuscular.
Na profilaxia e tratamento da doença tromboembólica, a nadroparina deve ser administrada por
via subcutânea.
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INFARMED
No caso de administração subcutânea, a injecção deve ser administrada ao nível da
cintura abdominal antero-lateral, tanto à direita como à esquerda. A agulha deve ser
completamente introduzida, perpendicularmente e não tangencialmente numa prega
cutânea entre o polegar e o indicador; a prega deve ser mantida durante o tempo da
injecção.
As seringas graduadas permitem ajustar o volume a administrar sempre que for
necessária adaptação da dose ao peso do doente.
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INFARMED
-
Adultos
Profilaxia da doença tromboembólica venosa:
Cirurgia geral:
A dose recomendada de nadroparina é de 0,3 ml, administrada por via subcutânea, 2 a 4 horas
antes da cirurgia, e depois uma vez nos dias subsequentes. O tratamento deve continuar
durante pelo menos 7 diase durante todo o período de risco, pelo menos até o doente passar a
uma situação ambulatória.
Cirurgia ortopédica:
A nadroparina é administrada por via subcutânea e a dose é adaptada em função do peso
corporal do doente com base no quadro abaixo. As doses iniciais devem ser administradas 12
horas antes e 12 horas após o fim da intervenção cirúrgica. O tratamento continua depois uma
vez por dia durante todo o período de risco e pelo menos até o doente passar a uma situação
ambulatória. A duração do tratamento é de pelo menos 10 dias.
Peso corporal (kg)
Volume de nadroparina administrado UMA VEZ por dia
No pré-operatório e até ao 3º
dia
A partir do 4º dia
<
50 kg
0,2 ml
0,3 ml
50-69 kg
0,3 ml
0,4 ml
70 kg
0,4 ml
0,6 ml
Doentes internados na Unidade de Cuidados Intensivos:
A nadroparina é administrada por via subcutânea uma vez por dia. A dose deve ser adaptada
em função do peso corporal e do nível de risco do doente, com base no quadro abaixo. O
tratamento deve continuar durante o período de risco de tromboembolismo.
Peso corporal (kg)
Volume de nadroparina administrado UMA VEZ por
dia
= 70
0,4 ml
> 70
0,6 ml
Tratamento de doença tromboembólica venosa:
A nadroparina deve ser administrada por via subcutânea, 2 vezes por dia (de 12 em 12 horas),
durante pelo menos 10 dias. A posologia deve ser adaptada em função do peso corporal do
doente de acordo com a tabela seguinte:
Peso corporal (kg)
Volume de nadroparina administrado DUAS
VEZES por dia
<
50 kg
0,4 ml
50-59 kg
0,5 ml
60-69 kg
0,6 ml
70-79 kg
0,7 ml
80-89 kg
0,8 ml
90 kg
0,9 ml
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INFARMED
O tratamento com anticoagulante oral deve ser, salvo indicação em contrário, iniciado o mais
cedo possível. O tratamento com a nadroparina não deve ser interrompido antes da obtenção
dos níveis pretendidos de INR.
É imperativo realizar-se a monitorização das plaquetas durante
todo o tratamento com
nadroparina (ver Precauções especiais de utilização).
- Crianças e adolescentes
A nadroparina não está recomendada em crianças e adolescentes dado ser insuficiente
informação sobre segurança e eficácia para estabelecer a posologia nos doentes com menos
de 18 anos de idade.
- Idosos
Não é necessário ajustar a posologia no idoso, a não ser que a função renal esteja diminuída.
Recomenda-se
função
renal
seja
avaliada
antes
início
tratamento
(ver
Insuficiência renal)
- Insuficiência renal
Profilaxia da doença tromboembólica venosa:
Não é necessário a redução da dose nos doentes com insuficiência renal ligeira a moderada
(depuração da creatinina superior ou igual a 30 ml/min e menor que 60 ml/min) a receber as
doses profiláticas de nadroparina. Nos doentes com insuficiência renal grave (depuração da
creatinina menos de 30 ml/min) a dose deve ser reduzida em 25% (ver Precauções especiais
de utilização).
Tratamento de doença tromboembólica venosa:
Nos doentes com insuficiência renal ligeira a moderada a receber as doses de tratamento de
nadroparina, a dose deve ser reduzida em 25%. A nadroparina está contra-indicada nos
doentes com insuficiência renal grave (ver Precauções especiais de utilização).
- Insuficiência hepática
Não foram realizados ensaios clínicos nos doentes com insuficiência hepática.
Sobredosagem
Em caso de sobredosagem os sinais clínicos principais são as hemorragias.
Deverão ser efectuadas as determinações dos parâmetros de coagulação.
As manifestações hemorrágicas menores raramente necessitam de tratamento específico. A
redução da dose de nadroparina, ou o espaçamento da mesma é normalmente suficiente para
a resolução da situação.
Nos casos mais graves só a administração de sulfato de protamina pode neutralizar o
efeito anti-coagulante da nadroparina, mantendo no entanto uma actividade anti-Xa
residual. 0,6 ml de sulfato de protamina neutralizam cerca de 950 UI anti-Xa de
nadroparina. A quantidade de protamina injectada deve ter em consideração o tempo
decorrido após a injecção de heparina, podendo, eventualmente, decidir-se uma
diminuição das doses.
Comunique ao seu médico ou farmacêutico qualquer efeito indesejável não mencionado
neste folheto informativo
Manter fora do alcance e da vista das crianças
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INFARMED
Verifique sempre o prazo de validade inscrito na embalagem ou no recipiente
Precauções de conservação:
Não conservar acima de 30ºC.
Data da aprovação deste Folheto Informativo: Setembro de 2005.
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INFARMED
Esta embalagem contem uma nova seringa de
Ultraparina
nadroparina cálcica
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Após a injecção coloque a cápsula de protecção na
seringa de Ultraparina
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO
ULTRAPARINA, solução injectável.
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Composição por 1 ml de solução injectável:
Nadroparina cálcica: 9 500 (UI anti-Xa)
Excipientes, ver secção 6.1.
Seringas pré-carregadas com:
Volume
Tipo de seringa
Nadroparina
cálcica
(UI anti-Xa)
0,2 ml
Não graduada
1 900
0,3 ml
Não graduada
2 850
0,4 ml
Não graduada
3 800
0,6 ml
Graduada
5 700
0,8 ml
Graduada
7 600
1,0 ml
Graduada
9 500
3. FORMA FARMACÊUTICA
Solução injectável
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
Profilaxia da doença tromboembólica venosa:
- especialmente associada a cirurgia geral ou cirurgia ortopédica;
-em doentes não cirúrgicos, de risco (insuficiência respiratória e/ou infecção respiratória e/ou
insuficiência cardíaca), internados em Unidades de Cuidados Intensivos.
Tratamento de doença tromboembólica.
4.2 Posologia e modo de administração
NOTA: QUANTIFICAÇÃO
As diferentes heparinas de baixo peso molecular têm concentrações expressas em
sistemas diferentes: unidades ou mg. Por isso, deve ter-se atenção especial e respeitar
o modo de emprego específico de cada uma das especialidades.
A nadroparina não se destina à administração por via intramuscular.
Na profilaxia e tratamento da doença tromboembólica, a nadroparina deve ser administrada por
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INFARMED
via subcutânea.
No caso de administração subcutânea, a injecção deve ser administrada ao nível da cintura
abdominal antero-lateral, tanto à direita como à esquerda. A agulha deve ser completamente
introduzida, perpendicularmente e não tangencialmente numa prega cutânea entre o polegar e
o indicador; a prega deve ser mantida durante o tempo da injecção.
As seringas graduadas permitem ajustar o volume a administrar sempre que for necessária
adaptação da dose ao peso do doente.
- Adultos
Profilaxia da doença tromboembólica venosa
Cirurgia geral:
A dose recomendada de nadroparina é de 0,3 ml administrada por via subcutânea 2 a 4 horas
antes da cirurgia, e depois uma vez por dia nos dias subsequentes. O tratamento deve
continuar durante pelo menos 7 dias e durante todo o período de risco, pelo menos até o
doente passar a uma situação ambulatória.
Cirurgia ortopédica:
A nadroparina é administrada por via subcutânea e a dose é adaptada em função do peso
corporal do doente com base no quadro abaixo. As doses iniciais devem ser administradas 12
horas antes e 12 horas após o fim da intervenção cirúrgica. O tratamento continua depois uma
vez por dia durante todo o período de risco e pelo menos até o doente passar a uma situação
ambulatória. A duração do tratamento é de pelo menos 10 dias.
Peso corporal (kg)
Volume de nadroparina administrado UMA VEZ por dia
No pré-operatório e até ao 3º
dia
A partir do 4º dia
<
50 kg
0,2 ml
0,3 ml
50-69 kg
0,3 ml
0,4 ml
70 kg
0,4 ml
0,6 ml
Doentes internados na Unidade de Cuidados Intensivos:
A nadroparina é administrada por via subcutânea uma vez por dia. A dose deve ser adaptada
em função do peso corporal e do nível de risco do doente, com base no quadro abaixo. O
tratamento deve continuar durante o período de risco de tromboembolismo
Peso corporal (kg)
Volume de nadroparina administrado UMA VEZ por dia
70 kg
0,4 ml
> 70 kg
0,6 ml
Tratamento de doença tromboembólica venosa
A nadroparina deve ser administrada por via subcutânea, 2 vezes por dia (de 12 em
12 horas) durante pelo menos 10 dias. A posologia deve ser adaptada em função do
peso corporal do doente de acordo com a tabela seguinte:
Peso corporal (kg)
Volume de nadroparina administrado DUAS VEZES por dia
APROVADO EM
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INFARMED
<
50 kg
0,4 ml
50-59 kg
0,5 ml
60-69 kg
06 ml
70-79 kg
0,7 ml
80-89 kg
0,8 ml
90 kg
0,9 ml
O tratamento com anticoagulante oral deve ser, salvo indicação em contrário, iniciado o mais
cedo possível. O tratamento com a nadroparina não deve ser interrompido antes da obtenção
dos níveis pretendidos de INR.
É imperativo realizar-se a monitorização das plaquetas durante
todo o tratamento com
nadroparina (ver 4.4. Advertências e precauções especiais de utilização).
- Crianças e adolescentes
A nadroparina não está recomendada em crianças e adolescentes dado ser insuficiente
informação sobre segurança e eficácia para estabelecer a posologia nos doentes com menos
de 18 anos de idade.
- Idosos
Não é necessário ajustar a posologia no idoso, a não ser que a função renal esteja diminuída.
Recomenda-se
função
renal
seja
avaliada
antes
início
tratamento
(ver
Insuficiência renal e 5.2 Farmacocinética)
- Insuficiência renal
Profilaxia da doença tromboembólica venosa:
Não é necessário a redução da dose nos doentes com insuficiência renal ligeira a moderada
(depuração da creatinina superior ou igual a 30 ml/min e menor que 60 ml/min) a receber as
doses profiláticas de nadroparina (ver 5.2 Farmacocinética). Nos doentes com insuficiência
renal grave (depuração da creatinina menos de 30 ml/min) a dose deve ser reduzida em 25%
(ver 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização e 5.2 Farmacocinética).
Tratamento de doença tromboembólica venosa:
Nos doentes com insuficiência renal ligeira a moderada a receber as doses de tratamento de
nadroparina, a dose deve ser reduzida em 25%. A nadroparina está contra-indicada nos
doentes com insuficiência renal grave (ver 4.4 Advertências e precauções especiais de
utilização e 5.2 Farmacocinética).
- Insuficiência hepática
Não foram realizados ensaios clínicos nos doentes com insuficiência hepática.
4.3 Contra-indicações
- Hipersensibilidade à substância activa, nadroparina ou a qualquer dos excipientes.
- Antecedentes de trombopenia com terapêutica com nadroparina (ver 4.4 Advertências e
precauções especiais de utilização).
- Hemorragia activa ou risco hemorrágico elevado relacionada com alterações da hemostase,
com excepção da coagulação intravascular disseminada (CID), não induzida pela heparina.
APROVADO EM
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INFARMED
- Lesão orgânica potencialmente hemorrágica (tal como úlcera péptica activa).
- Acidente vascular cerebral hemorrágico.
- Endocardite infecciosa aguda.
Insuficiência renal grave (depuração da creatinina < 30 ml/min) em doentes que
receberam tratamento da doença tromboembólica venosa.
- A anestesia loco-regional está contra-indicada em procedimentos cirúrgicos
electivos em doentes que estejam a receber tratamento com heparina. Quando a
heparina
é
utilizada
apenas
profilacticamente
esta
contra-indicação
não
se
aplica.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Monitorização da contagem de plaquetas
Devido à possibilidade de ocorrência de trombocitopenia induzida pela administração de
heparinas, a contagem plaquetária deve ser monitorizada regularmente ao longo de todo o
tratamento com a nadroparina.
Foram reportados alguns casos de trombopenia, por vezes graves. Estes podem encontrar-se
associados a tromboses arteriais e/ou venosas. Este diagnóstico deve ser evocado nos
seguintes casos:
- Trombocitopenia, ou
- qualquer diminuição significativa da contagem das plaquetas : 30 a 50%, do valor inicial,
- agravamento de uma situação de trombose no decurso do tratamento,
- surgimento de trombose no decurso do tratamento,
- coagulação intravascular disseminada.
Nestes casos o tratamento com nadroparina deve ser interrompido.
Estes
acidentes
são
provavelmente
natureza
imunoalérgica
durante
primeiro
tratamento, observam-se na sua grande maioria entre o 5º e o 21º dias de tratamento. No
entanto podem surgir numa fase bastante mais precoce desde que existam antecedentes de
trombocitopenia com o tratamento com heparina.
Quando se observa uma situação de trombocitopenia em doentes medicados com heparina
(standard ou de baixo peso molecular), pode encarar-se um tratamento com nadroparina.
Nestes casos,
se existe
indicação, a
administração de
heparina,
impõe uma
vigilância
cuidadosa particularmente no que diz respeito aos sinais clínicos e à monitorização diária dos
valores plaquetários. O tratamento deve ser interrompido de imediato se se verificar uma
situação de trombocitopenia, na medida em que estão descritas recorrências agudas.
Se ocorrer trombocitopenia com tratamento com heparina (heparina clássica ou outra heparina
baixo
peso molecular),
pode considerar-se o
tratamento
outra classe de
anti-
trombóticos. Caso estes não estejam disponíveis, deve ser equacionada a substituição com
outra heparina de baixo peso molecular se a administração de heparina for necessária. Neste
caso deve realizar-se a monitorização da contagem plaquetária, pelo menos diariamente, e o
tratamento
deve
interrompido
logo
possível,
dado
foram
reportadas
trombocitopenias iniciais persistentes mesmo após substituição.
Os ensaios de agregação plaquetária in vitro, proporcionam apenas um valor de orientação
limitado.
APROVADO EM
28-09-2005
INFARMED
Idosos: antes de iniciar o tratamento, aconselha-se proceder à avaliação da função renal (ver
também 4.3 Contra-indicações).
Recomenda-se precaução quando a nadroparina é administrada nas seguintes situações dado
poderem estar associadas a um aumento do risco de hemorragia:
- Insuficiência hepática;
- Insuficiência renal (ver 4.2 Posologia e modo de administração, 4.3 Contra-indicações e 5.2
Propriedades farmacocinéticas);
- Hipertensão arterial não controlada;
- Antecedentes de úlcera gastroduodenal ou qualquer outra lesão orgânica potencialmente
hemorrágica;
- Doença vascular da coriorretina;
- Período pós-operatório após cirurgia cerebral, medula espinal ou ocular.
A heparina pode induzir supressão da secreção da aldosterona pelas supra-renais, o que
conduz à hipercaliémia, particularmente em doentes com níveis elevados de potássio ou em
situações de risco de aumento dos valores de potássio plasmático, tais como doentes com
diabetes mellitus, insuficiência renal crónica, acidose metabólica pré-existente ou que estejam
a ser medicados com fármacos susceptíveis de originar hipercaliémia (i.e. inibidores da enzima
de conversão da angiotensina e AINE's).
O risco de hipercaliémia parece aumentar com a duração do tratamento, sendo normalmente,
reversível. O potássio plasmático deve ser monitorizado nos doentes em risco.
Em doentes sujeitos a anestesia epidural ou espinal ou a punção espinal, a utilização
profiláctica de heparina está muito raramente associada a hematoma epidural ou espinal e
pode consequentemente provocar
paralisia
prolongada
permanente
(ver
4.8.
Efeitos
indesejáveis). O risco encontra-se aumentado na utilização de cateter epidural ou espinal em
anestesia, na utilização concomitante de fármacos que possam afectar a hemostase, (tais
como anti-inflamatórios
não esteróides
AINEs,
inibidores da agregação plaquetária e
anticoagulantes) e na punção traumática ou repetida.
Assim, a prescrição concomitante de terapêutica que provoque o bloqueio do sistema nervoso
central e de um tratamento com anticoagulantes deve ser ponderada cuidadosamente, tendo
em conta a avaliação individual risco/benefício nas seguintes situações:
- Em doentes já tratados com anticoagulantes, os benefícios de um bloqueio do sistema
nervoso central devem ser ponderados em relação aos riscos.
- Em doentes com cirurgia electiva programada com bloqueadores do sistema nervoso central,
os benefícios da terapêutica com anticoagulantes devem ser ponderados em relação aos
riscos.
Após a última administração de heparina em doses profilácticas, a decisão de colocação ou
retirada
cateter
epidural
espinal
deverá
conta
perfil
doente
características do fármaco. A dose subsequente não deve ser administrada sem que tenham
decorrido, pelo menos quatro horas. A readministração só deve ser efectuada após ter
terminado o procedimento cirúrgico.
Se o médico decidir administrar anticoagulantes, no contexto da anestesia epidural ou espinal,
deve ser efectuada uma vigilância muito rigorosa e uma monitorização frequente, no sentido de
serem
detectados
quaisquer
sinais
sintomas
disfunção
neurológica,
tais
como:
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lombalgias, diminuição da sensibilidade ou da actividade motora (parestesias e adinamia dos
membros inferiores), disfunção da vesícula ou da bexiga. Os enfermeiros devem ser treinados
para detectarem estes sinais e sintomas.
Os doentes devem ser instruídos para avisar de imediato o enfermeiro ou o médico, caso
detectem quaisquer destes sinais ou sintomas.
Se houver suspeita de sinais ou sintomas de hematoma epidural ou espinal, deve ser
efectuado com urgência o diagnóstico e tratamento que deverá incluir descompressão imediata
da espinal-medula.
A utilização concomitante de ácido acetilsalicílico e outros salicilatos e anti-
inflamatórios não esteróides, bem como o uso de anti-agregantes plaquetários,
por poderem aumentar o risco de hemorragia, representa uma contra-indicação
relativa para a administração de nadroparina na profilaxia ou tratamento das
alterações tromboembólicas venosas. Quando estas associações não poderem
ser evitadas, recomenda-se monitorização clínica e biológica cuidadosa.
4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção
A nadroparina deve ser administrada com precaução em doentes a administrar anticoagulantes
orais
glucococorticóides
dextranos
sistémica.
Quando
terapêutica
anticoagulantes orais é iniciada em doentes a administrar nadroparina, a terapêutica com
nadroparina deve ser continuada até à estabilização dos níveis de INR.
4.6 Gravidez e aleitamento
Não foram realizados ensaios clínicos sobre o efeito da nadroparina na fertilidade.
Gravidez
Os estudos realizados no animal não revelaram quaisquer efeitos teratogénicos ou tóxicos
para o feto. Contudo, a informação clínica no ser humano relativa à passagem através da
barreira placentária é limitada. Os dados de um número limitado de exposições durante a
gravidez, indicam a não existência de qualquer efeito adverso da nadroparina na gravidez ou
saúde
feto ou do recém-nascido. Deste modo, desaconselha-se a utilização
nadroparina
decurso
gravidez,
impondo-se
cada
caso
avaliação
benefício/risco.
Aleitamento
Desaconselha-se a utilização da nadroparina no decurso da amamentação, uma vez que
também se desconhece se a nadroparina é excretada no leite materno.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Não foram observados efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas.
4.8 Efeitos indesejáveis
Os efeitos adversos estão descritos seguidamente por sistema de órgãos e frequência. As
frequências são referidas do seguinte modo: Muito frequentes
1/10, Frequentes
1/100 e <
1/10, Pouco frequentes
1/1000 e < 1/100, Raros
1/10 000 e < 1/1000, Muito raros < 1/10
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Distúrbios do sangue e do sistema linfático
Muito comuns: manifestações hemorrágicas em vários locais. Surgem essencialmente, quando
em presença de factores de risco associados (ver 4.3. Contra-indicações e 4.5. Interacções
medicamentosas e outras formas de interacções).
Raros: trombocitopenia por vezes trombogénica (ver 4.4. Advertências e precauções especiais
de utilização).
Muito raros: eosinofilia reversível com a interrupção do tratamento.
Doenças do sistema imunitário
Muito raros: reacções de hipersensibilidade (incluindo angioedema e reacções cutâneas).
Alterações metabólicas e alimentares
Muito
raros:
hipercaliémia
reversível
relacionada
hipoaldosteronismo
induzido
pela
heparina, particularmente em doentes de risco (ver 4.4. Advertências e precauções especiais
de utilização).
Doenças hepato-biliares
Comuns: elevação dos níveis das transaminases, normalmente transitório.
Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos
Muito comuns: pequenos hematomas no local da injecção.
Nalguns
casos
pode-se
notar
formação
nódulos
não
correspondem
enquistamento da heparina administrada, e que desaparecem ao fim de alguns dias.
Muito raros: necrose cutânea, normalmente no local da injecção. Estes fenómenos são
precedidos pelo aparecimento de púrpura, ou de placas eritematosas, infiltradas e dolorosas,
com ou sem sinais gerais. Neste caso o tratamento deve ser suspenso de imediato.
Alterações na função sexual
Muito raro: priapismo.
Foram notificados casos muito raros de hematoma epidural ou espinal associados à utilização
profiláctica de heparina, no contexto da anestesia epidural ou espinal e da punção espinal.
Estes hematomas causaram diversos graus de disfunção neurológica, incluindo paralisia
prolongada ou permanente (ver 4.4. Advertências e precauções especiais de utilização).
4.9 Sobredosagem
Em caso de sobredosagem os sinais clínicos principais são as hemorragias.
Deverão ser efectuadas as determinações dos parâmetros de coagulação.
manifestações
hemorrágicas
menores
raramente
necessitam
tratamento
específico. A redução da dose de nadroparina, ou o espaçamento da mesma é
normalmente suficiente para a resolução da situação.
Nos casos mais graves só a administração de sulfato de protamina pode neutralizar o
efeito anti-coagulante da nadroparina, mantendo no entanto uma actividade anti-Xa
residual. 0,6 ml de sulfato de protamina neutralizam cerca de 950 UI anti-Xa de
nadroparina. A quantidade de protamina injectada deve ter em consideração o tempo
decorrido após a injecção de heparina, podendo, eventualmente, decidir-se uma
diminuição das doses.
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5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: -4.3.1.1- Heparinas.
Classificação ATC: B01A B06
A nadroparina é uma heparina de baixo peso molecular obtida pela despolimerização da
heparina
standard.
Trata-se
glicosaminoglicano
peso
molecular
médio
aproximadamente 4 300 daltons. A nadroparina apresenta uma ligação de alta afinidade factor
à proteína anti-trombina III plasmática (ATIII). Esta ligação origina uma rápida inibição do factor
Xa, o que contribui para alto potencial antitrombótico da nadroparina.
Outros mecanismos que contribuem para a actividade antitrombótica da nadroparina incluem
estimulação do factor tecidular da via de inibição TFP1, activação da fibrinolise por via da
libertação directa do activador plaminogénico tecidular das células endoteliais e a modificação
dos parâmetros hemorreológicos (diminuição da viscosidades sanguínea e aumento das
plaquetas e fluidez da membrana granulocítica).
A nadroparina tem uma elevada relação anti-Xa para a actividade anti-Xa. A sua actividade é
imediata, embora possua um efeito prolongado.
Comparativamente com as heparinas não-fraccionadas, a nadroparina tem menor efeito na
função trombocitária e agregação e tem apenas um efeito ligeiro sobre a hemostase primária.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Os parâmetros farmacocinéticos são avaliados com base na actividade biológica, i.e. pela
determinação da actividade anti-factor Xa.
O máximo da actividade anti-Xa (Cmax) é atingido 3-5 horas (Tmax), após a administração por
via subcutânea.
A biodisponibilidade é praticamente total (88 %).
Após a administração por via intravenosa, máximo plasmático do nível anti-Xa é atingido em
menos de 10 min, e o tempo de semi-vida de cerca de 2 horas.
O tempo de semi-vida de
eliminação
avaliado após a administração de doses por
subcutânea é de aproximadamente 3,5 horas. Contudo a actividade anti-Xa é detectável pelo
menos 18 horas após a administração de 1900 UI anti-Xa.
Grupos especiais de doentes
Idosos
Geralmente a função renal diminui com a idade, assim a eliminação é mais lenta no idoso (ver
5.2 Propriedades farmacocinéticas: Insuficiência renal). A possibilidade de diminuição da
função renal neste grupo etário deve ser considerado e a dose ajustada de acordo (ver 4.4
Advertências e precauções especiais de utilização).
Insuficiência renal
Num ensaio clínico para estudo da farmacocinética da nadroparina administrada por via
intravenosa
doentes
vários
graus
insuficiência
renal,
determinada
correlação entre a depuração da nadroparina e a depuração da creatinina. Comparativamente
voluntários
saudáveis,
AUC e
tempo
semi-vida
eliminação médios
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aumentaram
52%-87%
depuração
plasmática
média
diminuiu
para
47%-64%
relativamente ao normal. No ensaio observou-se uma grande variabilidade inter-individual. Nos
indivíduos com insuficiência renal grave, o tempo de semi-vida de eliminação da nadroparina
administrada por via subcutânea, foi prolongado em aproximadamente 6 horas.
Os resultados indicam que pode ocorrer uma acumulação ligeira da nadroparina nos doentes
com insuficiência renal ligeira a moderada (depuração da creatinina superior ou igual a 30
ml/min e menos de 60 ml/min) e, por conseguinte, a dose deve ser reduzida em 25% nos
doentes a administrar nadroparina para tratamento da doença tromboembólica venosa (ver 4.2
Posologia e modo de administração e 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização).
A nadroparina está contra-indicada nos doentes com insuficiência renal grave a administrar
nadroparina para tratamento destas condições (depuração da creatinina menos de 30 ml/min)
(ver 4.3 Contra-indicações).
Nos doentes com insuficiência renal ligeira a moderada a administrar nadroparina para
profilaxia da doença tromboembólica, a exposição total à nadroparina não é espectável que
ultrapasse a da observada nos doentes com a função renal normal a administrar as doses de
tratamento de nadroparina, por conseguinte, não é necessário redução da dose neste grupo de
doentes. Nos doentes com insuficiência renal grave a administrar nadroaprina em doses
profiláticas, uma redução de 25% na dose irá proporcionar uma exposição de nadroparina
equivalente à observada nos doentes com depuração da creatinina no intervalo normal (ver 4.2
Posologia e modo de administração e 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização).
5.3 Dados de Segurança pré-clínica
Os dados pré-clínicos não revelaram risco especial no ser humano com base nos estudos
convencionais
segurança farmacológica, toxicidade de dose repetida, genotoxicidade,
potencial mutagénico e toxicologia reprodutora.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Solução de hidróxido de cálcio ou de ácido clorídrico diluído para ajuste do pH 5 a 7,5
Água para preparações injectáveis
6.2 Incompatibilidades
Não deve ser misturado com outros produtos.
6.3 Prazo de validade
3 anos
6.4 Precauções especiais de conservação
Não conservar acima de 30º C.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Seringas pré-carregadas, com dispositivo de segurança contendo 0,2 ml; 0,3 ml; 0,4 ml; 0,6 ml;
0,8 ml e 1 ml de solução injectável.
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6.6 Instruções de utilização e manipulação
Antes da administração, a solução injectável de nadroparina deve ser deve ser visualmente
inspeccionada a fim de se detectarem quaisquer partículas estranhas ou qualquer variação do
aspecto físico. A solução deve ser rejeitada se algum destes factos for detectado.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Glaxo Wellcome Farmacêutica, Lda.
Rua Dr. António Loureiro Borges, 3
Arquiparque, Miraflores
1495-131 Algés
8. NÚMEROS DE AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
2 seringas de 0,2 ml, com dispositivo de segurança
8748822
10 seringas de 0,2 ml, com dispositivo de segurança
8748830
2 seringas de 0,3 ml, com dispositivo de segurança
8748806
5 seringas de 0,3 ml, com dispositivo de segurança
8748863
10 seringas de 0,3 ml, com dispositivo de segurança
8748814
2 seringas de 0,4 ml, com dispositivo de segurança
8748848
10 seringas de 0,4 ml, com dispositivo de segurança
8748855
2 seringas de 0,6 ml, com dispositivo de segurança
8775668
5 seringas de 0,6 ml, com dispositivo de segurança
8748897
10 seringas de 0,6 ml, com dispositivo de segurança
8775601
2 seringas de 0,8 ml, com dispositivo de segurança
8775619
10 seringas de 0,8 ml, com dispositivo de segurança
8775627
1 seringas de 1 ml, com dispositivo de segurança
8775635
2 seringas de1 ml, com dispositivo de segurança
8775676
5 seringas de 1 ml, com dispositivo de segurança
8775643
10 seringas de 1 ml, com dispositivo de segurança
8775650
9. DATA DA RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
- Data da autorização de introdução no mercado:04-06-1990.
- Data da renovação da autorização de introdução no mercado:31-08-2004.
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO
Setembro de 2005