Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
28-02-2005
28-02-2005
APROVADO EM
28-02-2005
INFARMED
FOLHETO INFORMATIVO
Tramadol Mepha
100 mg/2 ml solução injectável
Leia atentamente este folheto antes de começar a tomar este medicamento.
Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler.
Caso tenha dúvidas, consulte o seu médico ou farmacêutico.
Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-
lo a outros; o medicamento
pode ser-lhes prejudicial, mesmo que apresentem os mesmos sintomas.
Composição
O que contém esta embalagem?
O nome deste medicamento é Tramadol Mepha
100 mg/2 ml solução injectável.
Cada ampola de 2 ml contém 100 mg de cloridrato de tramadol.
Outros componentes: acetato de sódio e água para injectáveis.
Forma Farmacêutica, Categoria fármaco-terapêutica
O que é Tramadol Mepha
TM
e qual é a sua apresentação?
Tramadol Mepha
, é um analgésico opióide que actua sobre o sistema nervoso
central. Este medicamento alivia a dor através da sua acção sobre células nervosas
específicas na espinal-medula e no cérebro. Estas células nervosas diminuem a
intensidade da dor, e esta função natural é reforçada por este medicamento.
Grupo farmacoterapêutico: II.10 – Analgésicos estupefacientes
Tramadol Mepha
100 mg/2 ml solução injectável é comercializado em embalagens
de 5 ampolas para administração parentérico I.M./I.V.
Detentor da autorização de Introdução no mercado (A.I.M)
Nome e endereço do Titular de Introdução no Mercado
Mepha - Investigação, Desenvolvimento e Fabricação Farmacêutica, Lda.
R. Elias Garcia, 28C, Apartado 6617
Venda Nova
2701 - 355 Amadora
Portugal
Indicações terapêuticas
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INFARMED
Para que serve o Tramadol Mepha
TM
?
Tramadol Mepha
está indicado no tratamento da dor moderada a intensa.
Contra-indicações
Quando não deve tomar Tramadol Mepha
TM
?
Tramadol Mepha
, não deve ser tomado em caso de:
-Alergia ao princípio activo tramadol ou a qualquer dos seus componentes;
-Intoxicação aguda pelo álcool, por hipnóticos (medicamentos que induzem o sono),
analgésicos ou fármacos psicotrópicos (fármacos que actuam sobre o humor e as
emoções);
-Tratamento simultâneo com inibidores da MAO (fármacos para o tratamento da
depressão) ou quando estes medicamentos tenham sido tomados durante as duas
semanas anteriores.
Tramadol Mepha
, não deve ser utlizado para o tratamento de sintomas de privação
de doentes toxico-dependentes.
O que devo dizer ao médico antes de tomar Tramadol Mepha
TM
?
Antes de iniciar o tratamento com Tramadol Mepha
, deve informar o seu médico
assistente em caso de:
-Pensar estar dependente de outros analgésicos (opióides);
-Se sentir fraco ou sonolento sem causa aparente (reduzido nível de consciência);
-Ter traumatismos cranianos ou doenças cerebrais, como infecções ou um tumor;
-Sentir dificuldade em respirar;
-Sofrer de epilepsia, convulsões, ataques epileptiformes;
-Ser portador de uma doença do fígado ou dos rins;
Deve também informar o seu médico, caso algum desses problemas tenha ocorrido
durante o tratamento com Tramadol Mepha
ou anteriormente.
Posso tomar Tramadol Mepha
TM
se estiver grávida ou a amamentar?
Caso esteja grávida ou a amamentar, o médico só lhe prescreverá Tramadol Mepha
se for absolutamente necessário. Não se recomenda geralmente a administração de
Tramadol Mepha
, durante a gravidez ou no período de aleitamento, porque ainda
não foi investigada a sua segurança nessas situações.
Tramadol Mepha
TM
pode ser administrado a crianças ou pessoas idosas?
Tramadol Mepha
, não se destina a ser administrado a crianças com menos de 12
anos de idade.
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O médico poderá aconselhar os doentes idosos a espaçar as tomas (ver a rúbrica
“Como devo tomar Tramadol Mepha
TM
?”)
Precauções de utilização
Que precauções devo ter ao tomar Tramadol Mepha
TM
?
Caso tenha experimentado reacções indesejáveis durante um tratamento anterior com
tramadol ou com analgésicos semelhantes (opióides), deve ter especial cuidado ao
iniciar o tratamento com Tramadol Mepha
. Doentes com epilepsia ou susceptíveis a
convulsões só devem ser tratados com Tramadol Mepha
, se isso for considerado
absolutamente necessário.
Deve ter em conta de que Tramadol Mepha
, pode provocar dependência física e
psíquica. O uso prolongado pode diminuir o efeito de Tramadol Mepha
obrigando à
ingestão de doses mais elevadas (desenvolvimento de tolerância). Por isso, os doentes
com tendência para o abuso ou dependência de medicamentos só devem tomar
Tramadol Mepha
, durante pouco tempo e sob rigorosa vigilância médica.
Advertências especiais
O que devo ter em atenção ao conduzir um veículo ou manusear máquinas
Mesmo quando usado correctamente, Tramadol Mepha
pode alterar a velocidade de
reacção dos doentes ao ponto de prejudicar a sua capacidade para conduzir ou utilizar
máquinas, especialmente se associado à ingestão de álcool ou em associação a outros
medicamentos psicotrópicos.
Por isso evite conduzir ou utilizar máquinas.
Interacções medicamentosas
Posso tomar Tramadol Mepha
TM
com outros medicamentos?
Tramadol Mepha
não deve ser tomado em conjunto com inibidores da MAO (ver
“Quando não devo tomar Tramadol Mepha
TM
?”).
consumir
álcool
simultaneamente
Tramadol
Mepha
tomar
outros
medicamentos que também deprimam as funções cerebrais, poderão ser intensificados
os efeitos secundários de Tramadol Mepha
sobre o cérebro.
Os medicamentos contendo carbamazepina (contra os ataques de epilepsia) podem
reduzir o efeito analgésico de Tramadol Mepha
e encurtar a duração da analgesia.
Quando Tramadol Mepha
é tomado juntamente com medicamentos que diminuem o
limiar
para
ataques
epilépticos
possam
causá-los
(por
exemplo,
antidepressivos ou medicamentos para o tratamento de certas doenças psíquicas),
podem verificar-se, em casos muito raros, convulsões.
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Tenha
presente
que
estas
observações
também
são
válidas
se
os
referidos
medicamentos tiverem sido tomados recentemente.
Quais os alimentos e bebidas cuja ingestão devo evitar?
Durante o tratamento com Tramadol Mepha
deve evitar o consumo de bebidas
alcoólicas.
Instruções de utilização correcta
Como devo tomar Tramadol Mepha
TM
?
Não altere a dose nem a duração do tratamento recomendadas pelo seu médico.
Adultos e adolescentes com mais de 12 anos de idade:
Salvo indicação médica contrária, a dose habitual é:
50 – 100 mg (20 – 40 gotas), de 6/6 horas ou de 8/8 horas, devendo ser ajustada à
resposta.
De uma maneira geral, deve escolher-se a dose analgésica mais pequena. Não se
devem exceder doses diárias de 40 mg de princípio activo, excepto em circunstâncias
clínicas especiais. No entanto doses de 800 mg/dia no pós-operatório, ou mesmo
superiores em casos de dor oncológica, são bem tolerados.
A administração de Tramadol Mepha
, não se deve prolongar nunca para além do
tempo absolutamente necessário. Caso a natureza e a gravidade da afecção venham a
aconselhar um tratamento analgésico mais prolongado, deve proceder-se a uma
monitorização cuidadosa e regular (eventualmente com pausas no tratamento) para
decidir se e, até que ponto, há necessidade de continuar o tratamento.
Doentes idosos:
Em doentes idosos (até 75 anos) sem insuficiência hepática ou renal, clinicamente
estabelecida, não é geralmente necessário qualquer ajuste posológico. Em doentes
mais idosos (mais de 75 anos) pode verificar-se prolongamento da eliminação. Por
isso, os intervalos entre as doses devem ser prolongados em função das necessidades
do doente.
Doentes com doenças dos rins ou do fígado:
Se tiver uma doença grave dos rins ou do fígado, o seu médico assistente só lhe
prescreverá Tramadol Mepha
, se a sua administração for absolutamente necessária.
Quando a situação clínica dessas doenças for menos grave, o seu médico dar-lhe-á
indicações especiais sobre a dosagem e os intervalos entre as tomas.
Como e quando devo tomar Tramadol Mepha
TM
?
A solução deve ser diluída num pouco de líquido ou adicionada a uma pequena
quantidade de açúcar, podendo ser tomada durante ou fora das refeições.
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Quanto tempo deve durar o tratamento com Tramadol Mepha
TM
?
Tramadol
Mepha
não
deve
tomado
para
além
tempo
absolutamente
necessário. Depois de o observar o seu médico poderá achar necessário prolongar o
tratamento.
Conselho especial
O que devo fazer em caso de sobredosagem?
Após a ingestão de doses muito elevadas podem verificar-se abaixamento do nível da
consciência até ao coma (estado de insconciência profunda), ataques epilépticos
generalizados (graves), queda da pressão arterial, taquicardia (batimentos rápidos do
coração), miose ou midríase (pupilas estreitadas ou dilatadas), bem como dificuldades
respiratórias, que podem ir até à paragem respiratória.
Nestes casos deve consultar imediatamente o médico!
O que devo fazer se me tiver esquecido de uma administração?
Nesse caso é provável que as dores voltem a manifestar-se. Neste caso, não tome o
dobro da dose normal; continue a tomar o medicamento da maneira usual.
O que devo fazer se interromper ou terminar o tratamento demasiado cedo?
Caso venha a interromper ou terminar o tratamento com Tramadol Mepha
demasiado
cedo, é provável que as dores voltem a manifestar-se.
Se quiser parar o tratamento devido à ocorrência de reacções desagradáveis, convém
consultar o seu médico, que lhe dirá o que deve fazer.
A
suspensão
do
tratamento
com
Tramadol
Mepha
TM
causa
alguns
efeitos
desagradáveis (efeitos de privação)?
Após a suspensão do tratamento com Tramadol Mepha
, não deverão geralmente
ocorrer quaisquer efeitos desagradáveis (efeitos de privação). No entanto, num número
reduzido de doentes que tomaram a substância activa tramadol durante períodos
prolongados, foi observada a ocorrência de efeitos desagradáveis, tais como agitação,
ansiedade, nervosismo, insónias, tremor ou distúrbios gástricos ou intestinais. No caso
de sentir algum destes sintomas depois de terminar o tratamento com Tramadol
Mepha
, deve consultar o seu médico.
Efeitos secundários
Quais os efeitos secundários que Tramadol Mepha
TM
solução oral pode causar?
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Durante
tratamento
Tramadol
Mepha
efeitos
secundários
mais
frequentes são náuseas e tonturas.
Surgem com menor frequência vómitos, obstipação, transpiração excessiva, secura da
boca, dores de cabeça e sonolência.
Em casos raros podem verificar-se efeitos sobre o coração e a circulação sanguínea
(palpitações, taquicardia, sensação de fraqueza ou colapso), em especial quando o
doente se encontre de pé ou esteja sujeito a stress físico.
Além disso, em casos raros, podem surgir ânsia de vomitar, distúrbios gástricos (por
exemplo, sensação de pressão no estômago, enfartamento) e reacções cutâneas (por
exemplo, prurido ou exantema).
Em casos muito raros tem-se observado a ocorrência de fraqueza muscular, alterações
do apetite, visão turva e perturbações da micção (dificuldade em urinar e retenção
urinária).
Após a administração de Tramadol Mepha
podem ocorrer, também muito raramente,
diversos efeitos secundários psiquícos. Estes efeitos adversos incluem alterações do
humor (geralmente estado eufórico, ocasionalmente irritação), alteração da actividade
(normalmente diminuição, por vezes, intensificação), e de diminuição da percepção
sensorial (alterações dos sentidos e da capacidade cognitiva, o que pode dar origem a
raciocínios errados).
Foram também referidos, em casos muito raros, reacções alérgicas (por exemplo,
dificuldades em respirar, respiração sibilante, inchaço da pele) e estado de choque
(insuficiência cardíaca e insuficiência da circulação sanguínea).
Têm-se referido casos muito raros de ataques epileptiformes. Estes ataques surgiram
sobretudo após a administração de altas doses de tramadol ou após a administração
simultânea de fármacos capazes de diminuir o limiar para ataques epileptiformes ou
que, por si só, os podem provocar (por exemplo, antidepressivos ou medicamentos
para o tratamento de certas doenças psíquicas).
Referiram-se muito raramente, aumento da pressão arterial e bradicardia (batimentos
lentos do coração).
Foi também mencionado o agravamento da asma, embora não tenha sido estabelecido
se isto foi causado pelo tramadol.
Verificou-se também uma acção depressora da função respiratória (dificuldades em
respirar). Após a ingestão de doses que se situem acima dos níveis posológicos
recomendados, ou quando se tomam ao mesmo tempo outros medicamentos com
acção sobre o cérebro, pode dar-se uma diminuição da frequência respiratória.
Se Tramadol Mepha
, for tomado durante períodos prolongados, há um certo risco de
dependência física e podem verificar-se reacções de privação após a suspensão do
tratamento (ver a rubrica “A suspensão do tratamento com Tramadol Mepha
TM
causa
alguns efeitos subsequentes desagradáveis (efeitos de privação)?”).
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Em relação temporal com a utilização clínica do tramadol foram notificados casos
isolados de aumento das enzimas hepáticas.
Se notar quaisquer efeitos secundários indesejáveis, não mencionados neste folheto
informativo, informe o seu médico ou o seu farmacêutico.
Que medidas devo tomar quando ocorrem efeitos secundários?
Contacte imediatamente o seu médico, caso ocorra algum dos efeitos secundários
graves atrás mencionados. Em caso de outros efeitos secundários, consulte o seu
médico, que decidirá sobre as medidas a tomar.
Conservação e Prazo de validade
Conservar em local seco e fresco a uma temperatura inferior a 25° C.
Verificar prazo de validade inscrito na embalagem.
Não tomar o medicamento contido nesta embalagem depois de ter terminado o prazo
de validade.
Mantenha os medicamentos fora da alcançe e da vista das crianças!
Data da revisão deste folheto informativo:
Outubro de 2004.
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO
Tramadol Mepha
100 mg/2 ml solução injectável
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Tramadol, cloridrato.......................100 mg
(por cada ampola de 2 ml)
Excipientes, ver 6.1
3. FORMA FARMACÊUTICA
Solução injectável para administração parentérica (I.M./ I.V.).
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações Terapêuticas
Tratamento da dor moderada intensa.
4.2 Posologia e Modo de Administração
A posologia deve ser adaptada à intensidade da dor e à sensibilidade do doente. Salvo
indicação
médica
contrária,
dose
habitual
Tramadol
Mepha
deve
administrado da seguinte maneira:
Adultos e adolescentes com mais de 12 anos de idade:
A dose habitual é de 100 mg devendo ser adaptada à resposta e ser repetida se
necessário. De uma maneira geral, deve escolher-se a dose analgésica mais pequena.
Não se devem exceder doses diárias de 400 mg de princípio activo, excepto em
circunstâncias clínicas especiais. Nas doses de 800 mg/dia no pós-operatório, ou
mesmo superiores em casos de dor oncológica, são bem tolerados.
A administração de tramadol não se deve prolongar nunca para além do tempo
absolutamente necessário. Caso a natureza e a gravidade da afecção venham a
aconselhar um tratamento analgésico mais prolongado, deve proceder-se a uma
monitorização cuidadosa e regular (eventualmente com pausas no tratamento) para
decidir-se e, até que ponto, há necessidade de continuar o tratamento.
A administração parentérica de Tramadol Mepha
pode ser feita por via sub cutânea,
intramuscular ou por via endovenosa, podendo ser diluído em solução para perfusão.
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Crianças com idade superior a 1 ano:
Em crianças, durante o período pós-operatório, recomenda-se 1 - 2mg/kg/i.v., em dose
única.
Doentes idosos:
Em doentes idosos (até 75 anos) sem insuficiência hepática ou renal, clinicamente
estabelecida, não é geralmente necessário qualquer ajuste posológico. Em doentes
mais idosos (mais de 75 anos) pode verificar-se prolongamento da eliminação. Por
isso, os intervalos entre as doses devem ser prolongados em função das necessidades
do doente.
Doentes com insuficiência renal:
Em doentes com insuficiência grave da função renal e/ou hepática a eliminação do
tramadol
está
dilatada.
Nestes
doentes
deve
ponderar-se
cuidadosamente
prolongamento do intervalo de dosagem de acordo com as necessidades do doente.
4.3.
Contra-Indicações
Tramadol Mepha
está contra-indicado em caso de hipersensibilidade conhecida ao
tramadol ou a qualquer um dos seus excipientes, em caso de intoxicações agudas pelo
álcool,
hipnóticos,
analgésicos,
opiáceos
fármacos
psicotrópicos,
ainda
doentes que estejam a ser tratados com inibidores da MAO ou que tomaram estes
fármacos durante os últimos 14 dias.
Tramadol
Mepha
não
deve
utilizado
para
tratamento
privação
estupefacientes.
4.4.
Advertências e Precauções especiais de utilização
Tramadol
Mepha
deve
utilizado
cuidado
especial
doentes
dependência de opiáceos, em doentes com lesões cranianas, em estado de choque,
com grau reduzido da consciência de causa desconhecida, com perturbações do centro
respiratório e da função respiratória, e da pressão intracraniana aumentada.
Em doentes sensíveis aos opiáceos, o medicamento deve ser administrado com
precaução.
Tem-se
referido
ocorrência
convulsões
doentes
tratados
níveis
posológicos
tramadol.
Este
risco
pode
aumentar
doses
tramadol
excederem o limite máximo diário recomendado (400 mg). Além disso, o tramadol pode
aumentar o risco de convulsões cerebrais em doentes medicados com outros fármacos
susceptíveis
diminuir
limiar
para
convulsões
cerebrais
(ver
“interacções
medicamentosas”). Doentes com epilepsia ou os que se mostrem susceptíveis de
sofrerem convulsões cerebrais, só devem ser tratados com Tramadol Mepha
existir uma necessidade clínica imperiosa.
O Tramadol Mepha
apresenta um baixo potencial de dependência. A administração
prolongada
deste
medicamento
pode
causar
desenvolvimento
tolerância
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dependência psíquica e física. Por isso, em doentes com tendência para o abuso ou
para a dependência de medicamentos, o tratamento com Tramadol Mepha
só deve
ser realizado a curto prazo e sob estrita vigilância médica.
O Tramadol Mepha
não está indicado como terapêutica de substituição em doentes
dependentes de opióides. Embora seja um agonista opióide o tramadol não suprime os
sintomas de privação da morfina.
4.5. Interacções medicamentosas e Outras formas de interacção
Tramadol Mepha
não deve ser associado aos inibidores da MAO.
A utilização simultânea de Tramadol Mepha
com outras substâncias dotadas de
acção depressora do sistema nervoso central, inclusive o álcool, poderá potenciar os
respectivos efeitos sobre o sistema nervoso central.
resultados
obtidos
estudos
farmacocinéticos
vieram
mostrar
administração simultânea ou anterior de cimetidina (inibidor enzimático) não deverá
provocar interacções clinicamente relevantes.
A administração concomitante ou anterior de carbamazepina (indutor enzimático) pode
reduzir o efeito analgésico e encurtar a duração da acção terapêutica.
A associação de agonistas/antagonistas mistos (por exemplo, buprenorfina, nalbufina,
pentazocina) ao tramadol não é aconselhável porque o efeito analgésico de um
agonista puro pode ficar teoricamente reduzido em tais circunstâncias.
A administração do tramadol pode provocar convulsões e aumentar o potencial dos
inibidores selectivos
recaptação
de serotonina,
dos antidepressivos
tricíclicos,
antipsicóticos e de outros fármacos susceptíveis de diminuir o limiar para convulsões
cerebrais acabando por causar convulsões.
Outros
fármacos
dotados
conhecida
acção
inibitória
sobre
CYP3A4,
como
cetoconazol e eritromicina, podem inibir o metabolismo do tramadol (N-desmetilação) e,
provavelmente também a biotransformação do metabolito activo O-desmetilado. O
significado clínico de uma interacção deste género não foi ainda investigado.
4.6.
Gravidez e Aleitamento
Os resultados obtidos em estudos com animais tratados com tramadol vieram a revelar,
após a administração de doses muito elevadas, a ocorrência de efeitos sobre o
desenvolvimento dos orgãos, a ossificação e a mortalidade das crias recém-nascidas.
Não se observaram, porém, quaisquer efeitos teratogénicos.
O Tramadol Mepha
atravessa a barreira placentária.
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Não existem provas concludentes da segurança do tramadol na gravidez de seres
humanos. Por isso, o Tramadol Mepha
não deve ser administrado a mulheres
grávidas.
O tramadol – administrado antes ou durante o trabalho de parto – não afecta a
contractilidade uterina. No recém-nascido podem verificar-se alterações da frequência
respiratória que, geralmente, não têm significado clínico.
Durante o período de lactação, cerca de 0,1% da dose materna é excretada no leite.
Não se recomenda a utilização de Tramadol Mepha
no período de amamentação.
Após a administração de uma dose única de Tramadol Mepha
não é, geralmente,
necessário interromper a amamentação.
4.7. Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Mesmo
quando
tomado
acordo com
instruções,
Tramadol
Mepha
pode
influenciar a capacidade para a condução de veículos e a utilização de máquinas. Isto
aplica-se
sobretudo
quando
tomado
associação
outras
substâncias
psicotrópicas.
4.8. Efeitos Indesejáveis
Os efeitos adversos mais frequentemente referidos são náuseas e tonturas, ambos
ocorrendo em mais de 10% dos doentes.
Distúrbios do Sistema Nervoso Autónomo:
Comuns (1-10%): obstipação, secura da boca;
Pouco comuns (
<
1%): regulação cardiovascular (palpitações, taquicardia, hipotensão
postural e colapso cardiovascular).
Estes efeitos secundários
podem
ocorrer
especial quando da administração intravenosa e em doentes sujeitos a stress físico.
Raros (
<
0,1%): bradicardia, aumento da tensão arterial, alterações do apetite.
Distúrbios dos Sistema Nervoso Central e Periférico:
Muito comuns (
>
10%): tonturas;
Comuns (1-10%): cefaleias, confusão;
Raros (
<
0,1%): depressão respiratória. Após a administração de doses que se situem
consideravelmente
acima
níveis
posológicos
recomendados
quando
administração simultânea de outras substâncias com acção depressora central (ver
ponto 4.5. “Interacções medicamentosas e outras”), poderá verificar-se diminuição da
função
respiratória.
Convulsões
epileptiformes
ocorreram
sobretudo
após
administração de altas doses de tramadol ou após a administração concomitante de
fármacos capazes de diminuir o limiar para convulsões epileptiformes ou que, por si só,
induzem convulsões (por exemplo, antidepressivos ou antipsicóticos; ver ponto 4.5.
“Interacções medicamentosas e outras”).
Distúrbios psíquicos:
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Raros (
<
0,1%): após a administração de Tramadol Mepha
podem ocorrer diversos
efeitos secundários psíquicos, cuja intensidade e natureza variam de indivíduo para
indivíduo
(consoante
personalidade
duração
tratamento).
Estes
incluem
alterações de humor (geralmente estado eufórico, ocasionalmente disforia), alteração
da actividade (normalmente diminuição, por vezes intensificação) e alterações da
capacidade cognitiva e sensorial (por exemplo, indefinição decisional, distúrbios da
percepção). Pode verificar-se dependência.
Distúrbios Visuais:
Raros (
<
0,1%): visão turva.
Distúrbios do Sistema Respiratório:
Foi também mencionado a agravamento da asma, embora não tenha sido estabelecida
qualquer relação causal.
Distúrbios gastrointestinais:
Muito comuns (
<
0,1%): náuseas;
Comuns (1-10%): vómitos;
Pouco comuns (
<
1%): ânsia de vomitar, irritações gastrointestinais (sensação de
pressão no estômago, enfartamento).
Distúrbios dermatológicos:
Comuns (1-10%): sudação;
Pouco comuns (
<
1%): reacções cutâneas (prurido, exantema, urticária).
Distúrbios do Sistema músculo-esquelético:
Raros (
<
0,1%): fraqueza motora.
Distúrbios do Sistema hepático e biliar:
Nalguns casos isolados foram notificados aumentos dos valores das enzimas hepáticos
numa
relação
temporal
utilização
tramadol
segundo
instruções
terapêuticas.
Distúrbios do Sistema Urinário:
Raros (
<
0,1%): perturbações da micção (dificuldades em urinar e retenção urinária).
Organismo em geral:
Raros (
<
0,1%): reacções alérgicas (por exemplo, dispneia, broncospasmo, respiração
sibilante,
edema
angioneurótico)
choque
anafilático.
Os sintomas
próprios
reacções de privação, semelhantes aos que ocorrem durante uma terapêutica de
privação de opiáceos, podem manifestar-se do seguinte modo: agitação, ansiedade,
nervosismo, insónias, hipercinésia, tremor e sintomas gastrointestinais.
4.9. Sobredosagem
Sintomas
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Em princípio, uma intoxicação pelo tramadol deverá provocar os mesmos sintomas que
se observam com outros analgésicos de acção central (opiáceos). Há que contar,
nomeadamente,
miose,
vómitos,
colapso
cardiovascular,
alterações
consciência (culminando em coma), convulsões e depressão respiratória, que pode ir
até à paragem respiratória.
Tratamento
Devem
aplicar-se
medidas
gerais
tendentes
manter
desobstruídas
vias
respiratórias (aspiração), e a assegurar a manutenção da respiração e circulação de
acordo com a sintomatologia presente. Esvaziamento gástrico provocando o vómito
(doentes consciente) ou lavagem gástrica. Utiliza-se como antídoto a naloxona em
caso de depressão respiratória. No âmbito de ensaios com animais, a administração de
naloxona
não
exerceu
qualquer
efeito
sobre
convulsões.
Para
estes
casos
recomenda-se a administração i.v de diazepam.
Através
hemodíalise
homefiltração
consegue
eliminar
soro
sanguíneo exíguas quantidades de tramadol. Por isso, o tratamento da intoxicação
aguda por Tramadol Mepha
por meio de hemodiálise ou de hemofiltração não é
apropriado para a desintoxicação do organismo.
5.
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1. Propriedades farmacodinâmicas
Grupo Fármacoterapêutico: II.10 – Analgésicos estupefacientes
Código ATC: N02A X02
O tramadol é um analgésico opióide de acção central. É um agonista puro, não
selectivo, dos receptores opióides
, com maior afinidade para os receptores
Mecanismos adicionais que contribuem para a sua acção analgésica são a inibição da
recaptação neuronal da nor-adrenalina e a intensificação da libertação de serotonina.
O tramadol não exerce um efeito antitússico. Contrariamente ao que se verifica com a
morfina, a administração de doses analgésicas de tramadol dentro de intervalos
extensos não desenvolve qualquer acção depressora da função respiratória. A sua
administração não afecta a motilidade gastrointestinal. As repercussões no sistema
cardiovascular tendem a ser ligeiras. Refere-se para o tramadol uma intensidade de
acção correspondente a 1/10-1/6 da inerente à morfina.
5.2. Propriedades farmacocinéticas
A taxa de absorção do tramadol é superior a 90% após administração oral. Em média,
a biodisponibilidade absoluta situa-se em cerca de 70%, e não é afectada pela ingestão
concomitante de alimentos. A diferença entre tramadol absorvido e disponível na forma
não metabolizada deve-se, provavelmente. A um exíguo metabolismo de primeira
passagem hepática. Após administração oral, o efeito de primeira passagem situa-se
num máximo de 30%.
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O tramadol possui uma elevada afinidade tecidual (V
= 203
40 L). A taxa de ligação
às proteínas do plasma é de cerca de 20%.
O tramadol atravessa a barreira hemato-encefálica e a placenta.
A substância activa, juntamente com o seu derivado O-desmetilado, encontra-se em
quantidades diminutas no leite materno (0,1% e 0,02% respectivamente da dose
administrada).
Independentemente da via de administração, a semi-vida de eliminação t
é de cerca
de 6 horas. Em doentes com mais de 75 anos de idade, pode verificar-se um
prolongamento por um factor de cerca de 1,4.
Em seres humanos, a metabolização do tramadol ocorre essencialmente pela N- e O-
desmetilação
pela
conjugação
produtos
O-desmetilação
ácido
glucorónico. O O-desmetil-tramadol é o único metabolito farmacologicamente activo.
Em relação aos restantes metabolitos existem consideráveis diferenças quantitativas
interindividuais. Na urina identificaram-se até 11 metabolitos.
acordo
resultados
obtidos
experiências
animais,
acção
farmacológica do O-desmetil tramadol excede a da substância original por um factor de
2-4.
semi-vida
biológica
(n=6
indivíduos
saudáveis)
horas
(intervalos: 5,4 – 9,6 horas), sendo muito aproximada da do tramadol.
O tramadol e os seus metabolitos são eliminados quase exclusivamente por via renal.
eliminação
urinária
cumulativa
radioactividade
total
dose
administrada.
Em caso de disfunção hepática e renal, as semi-vidas podem estar ligeiramente
aumentadas.
Em doentes com cirrose hepática foram determinadas semi-vidas de eliminação de
13,3
4,9h (tramadol) e de 18,5
9,4h (O-desmetil tramadol) e, num caso extremo, de
22,3 e de 36k, respectivamente.
Em doentes com insuficiência renal (depuração da creatinina
<
5ml/min) os valores
elevam-se a 11
3,2 h e a 16,9
3h e, num caso extremo, a 19,5h e 43,2h,
respectivamente.
Dentro dos níveis posológicos, o tramadol apresenta um perfil farmacocinético linear. A
relação entre as concentrações séricas e a acção analgésica depende da dose
administrada, verificando-se variações em casos individuais. Uma concentração sérica
de 100 a 300 ng/ml mostra-se geralmente eficaz.
5.3. Dados de segurança pré-clínica
APROVADO EM
28-02-2005
INFARMED
Após administrações repetidas de tramadol por via oral e parentérica, durante 6 a 26
semanas, a ratos e cães, e durante 12 meses, a cães, por via oral, as análises
hematológicas, bio-químicas e os exames histológicos não mostraram alterações
atribuíveis à substância administrada. Sintomas nervosos centrais só ocorreram após a
administração de doses elevadas que se situavam consideravelmente acima dos níveis
posológicos terapêuticos: agitação motora, salivação, convulsões, menor aumento
ponderal. Os ratos e os cães toleraram sem qualquer reacção adversa a administração
oral de doses de, respectivamente, 20 mg/kg e 10 mg/kg de peso corporal; os cães
toleraram sem sintomas adversos a administração rectal de doses de 20 mg/kg de
peso corporal.
A partir de 50 mg/kg/dia, a admistração de tramadol veio a causar nos ratos efeitos
tóxicos e nas mães e deu origem a um aumento da taxa de mortalidade neonatal. Nas
crias
observaram-se
atrasos
desenvolvimento
forma
perturbações
ossificação e atraso na abertura da vagina e dos olhos.
A fertilidade dos machos não foi afectada. Após a administração de doses mais
elevadas (a partir de 50 mg/kg/dia), as fêmeas apresentavam uma menor taxa de
gravidez.
Nos coelhos observaram-se a partir de doses de 125 mg/kg efeitos tóxicos nas mães,
bem como anomalias esqueléticas na descendência.
Em alguns sistemas experimentais in vitro houve evidência de efeitos mutagéneos.
Experiências in vivo apontaram para quaisquer efeitos mutagéneos. Com base nos
conhecimentos até agora reunidos, o tramadol pode ser considerado como substância
desprovida de efeitos mutagéneos.
Realizaram-se, em ratos e ratinhos, estudos para avaliar o potencial carcinogéneo do
cloridrato de tramadol. O estudo realizado em ratos não forneceu evidência de um
aumento, devido à substância activa, da incidência de tumores. No âmbito do estudo
em ratinhos observou-se uma maior incidência de adenomas de hepatócitos nos
machos (aumento dose-dependente, não significativo, a apartir de 15 mg/kg) e um
aumento do número de tumores pulmonares nas fêmeas de todos os grupos de
dosagem (aumento significativo, mas não dose-dependente).
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1. Lista de excipientes
Acetato de sódio, água para injectáveis.
6.2. Incompatibilidades
Tramadol
Mepha
mostrou
incompatível
(não
miscível)
soluções
diclofenac,
indometacina,
fenilbutazona,
diazepam,
flunitrazepam,
midazolam
trinitrato de glicerilo.
APROVADO EM
28-02-2005
INFARMED
6.3. Prazo de validade
3 anos.
6.4. Precauções particulares de conservação
Conservar em local seco e fresco a uma temperatura inferior a 25° C.
6.5. Natureza e conteúdo do recipiente
Ampolas de vidro (tipo I) incolores, com capacidade para 2 ml, em suporte apropriada e
em caixa de cartolina normalizada impressa segundo legislação em vigor.
6.5. Instruções de utilização e de manipulação
Manter fora do alcance e da vista das crianças.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Mepha - Investigação, Desenvolvimento e Fabricação Farmacêutica, Lda.
R. Elias Garcia, 28C, Apartado 6617
Venda Nova
2701 - 355 Amadora
Portugal
8. NÚMERO(S) DE AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
3176492 – embalagem de 5 ampolas de Tramadol Mepha
100 mg/2 ml solução
injectável
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
18-04-2002
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO
Outubro de 2004