Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
22-03-2019
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APROVADO EM
22-03-2019
INFARMED
FOLHETO INFORMATIVO: INFORMAÇÃO PARA O UTILIZADOR
Strattera 10, 18, 25, 40, 60, 80 e 100 mg cápsulas
Atomoxetina
Leia com atenção todo este folheto antes de começar a tomar este medicamento pois contém
informação importante para si.
- Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente.
- Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico, ou farmacêutico, ou enfermeiro.
- Este medicamento foi receitado apenas para si. Não deve dá-lo a outros. O medicamento
pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sinais de doença.
- Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não indicados
neste folheto, fale com o seu médico, ou farmacêutico ou enfermeiro. Ver secção 4.
Coisas importantes que precisa saber sobre o seu medicamento
Este medicamento é utilizado para tratar a PHDA
A designação completa da PHDA é “Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção”
Este medicamento ajuda-o na sua atividade cerebral. Pode ajudar a melhorar a sua atenção,
ajudá-lo a concentrar-se e torná-lo menos impulsivo.
Você precisa de ter outras ajudas para a PHDA para além deste medicamento
Para mais informações, leia a seção 1
Antes de tomar este medicamento, fale com o seu médico se:
tiver problemas de saúde mental
tiver problemas de coração ou de circulação sanguínea
tiver problemas graves nos vasos sanguíneos do cérebro tais como, acidente vascular cerebral
Para mais informações, leia a seção 2
Enquanto estiver a tomar este medicamento
Visite regularmente o seu médico, para que ele possa verificar se o medicamento está a
resultar ou não.
Não deixe de tomar este medicamento sem falar com o seu médico primeiro.
Se tomar este medicamento durante mais de um ano, o seu médico pode pedir que pare de o
tomar, para ver se ele continua a ser necessário.
Os efeitos indesejáveis mais frequentes em crianças e jovens são:
dores de cabeça, dores de estômago, falta de apetite, sentir-se ou estar enjoado, sentir-se
sonolento, aumento da pressão arterial, aumento dos batimentos cardíacos (pulso)
Os efeitos indesejáveis mais frequentes em adultos são:
sentir-se enjoado, boca seca, dores de cabeça, falta de apetite, insónias, aumento da pressão
arterial, aumento dos batimentos cardíacos (pulso)
Para mais informações, leia as seções 3 e 4
Fale imediatamente com o seu médico, se acontecer o seguinte:
Mudança de humor ou do modo como se sente
Sentir algum problema com o seu coração, por exemplo, batimento cardíaco rápido ou fora do
habitual
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Para mais informações, leia as seções 2 e 4
O resto deste folheto inclui mais detalhes e outras informações importantes sobre a segurança
e eficácia deste medicamento.
Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente.
Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
-Este medicamento foi receitado apenas para si. Não deve dá-lo a outros. O medicamento
pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sinais de doença.
-Se tiver quaisquer efeitos indesejáveis, incluindo possíveis efeitos indesejáveis não indicados
neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico. Ver secção 4.
Este folheto foi escrito em seções:
Seção 1 a 6 para pais e cuidadores (às vezes denominados “tutores”)
A última seção é uma seção especial para crianças e jovens lerem.
No entanto, todas as seções são escritas como se uma criança ou um jovem as estiver a ler.
O que contém este Folheto:
1. O que é Strattera e para que é utilizado
2. O que precisa saber antes de tomar Strattera
3. Como tomar Strattera
4. Efeitos indesejáveis possíveis
5. Como conservar Strattera
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
1.O QUE É Strattera E PARA QUE É UTILIZADO
Para que é utilizado
Strattera contém atomoxetina e é utilizado para tratar a Perturbação de Hiperatividade e
Défice de Atenção (PHDA). É utilizado
em crianças com mais de 6 anos de idade
em jovens
em adultos
É utilizado apenas como parte de um tratamento completo da doença, o qual também
necessita de outros tratamentos que não envolvem medicamentos, tais como a terapia
comportamental e de aconselhamento.
Não deve ser utilizado como tratamento da PHDA em crianças com menos de 6 anos de idade
e desconhece-se se o medicamento resulta ou se é seguro neste grupo de pessoas.
Em adultos, Strattera é utilizado para tratar a PHDA quando os sintomas são muito
problemáticos e afetam o seu trabalho ou vida social e quando teve sintomas da doença em
criança.
Como funciona
Strattera aumenta a quantidade de noradrenalina no cérebro. Esta é uma substância química
que é produzida naturalmente, e que aumenta a atenção e diminui a impulsividade e a
hiperatividade em doentes com défice de atenção (PHDA). Este medicamento foi prescrito
para ajudar a controlar os sintomas da PHDA. Este medicamento não é um estimulante, por
isso, não provoca dependência.
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Depois de começar a tomar este medicamento, podem decorrer algumas semanas até que os
seus sintomas melhorem completamente.
Sobre a PHDA
Crianças e jovens com PHDA têm:
dificuldade em ficar sentados quietos e
dificuldade em se concentrar
O facto de não conseguirem fazer estas coisas, não é culpa deles. Muitas crianças e jovens
esforçam-se para fazer estas coisas. No entanto, a PHDA pode causar problemas no dia a dia.
Crianças e jovens com PHDA podem ter dificuldade em aprender e em fazer os trabalhos de
casa. Podem ter dificuldade em comportar-se bem em casa, na escola e noutros locais. A
PHDA não afeta a inteligência das crianças ou dos jovens.
Adultos com PHDA têm dificuldade em fazer tudo o que as crianças acham difícil fazer, no
entanto, isto pode significar que têm problemas:
no trabalho
nos relacionamentos interpessoais
baixa autoestima
educação
2. O QUE PRECISA SABER ANTES DE TOMAR Strattera
Não tome Strattera se:
- tem alergia à atomoxetina ou a qualquer outro componente deste medicamento (listado na
secção 6).
- tomou nas duas últimas semanas um medicamento conhecido por inibidor da monoamina
oxidase (IMAO), por exemplo a fenelzina. Algumas vezes utiliza-se um IMAO para a
depressão e outros problemas de saúde mental; tomar Strattera com um IMAO pode causar
efeitos indesejáveis graves ou mesmo pôr a vida em risco. É necessário esperar, pelo menos,
14 dias após deixar de tomar Strattera antes de começar a tomar um IMAO.
- tiver uma doença chamada glaucoma de ângulo fechado (aumento da pressão nos olhos)
- tiver problemas graves no coração, que podem ser afetados por um aumento do ritmo
cardíaco e/ou aumento da pressão arterial, uma vez que isto pode ser um efeito de Strattera.
- tiver problemas graves nos vasos sanguíneos do seu cérebro – como por exemplo, acidente
vascular cerebral, edema e enfraquecimento de parte de um vaso sanguíneo (aneurisma) ou
vasos sanguíneos estreitos ou bloqueados.
- tiver um tumor nas glândulas suprarrenais (feocromocitoma
Não tome Strattera se alguma das situações acima descritas se aplicar a si. Se tiver dúvidas,
fale com o seu médico ou farmacêutico antes de tomar Strattera. Isto porque Strattera pode
piorar estas situações.
Advertências e precauções
Tanto os adultos como as crianças devem estar cientes das seguintes advertências e
precauções. Fale com o seu médico ou farmacêutico antes de tomar Strattera se tiver:
- pensamentos sobre suícidio ou tentativas de suicídio.
problemas de coração (incluindo malformações do coração) ou um aumento dos batimentos
cardíacos. Strattera pode aumentar a sua frequência cardíaca (pulso). Foi notificada morte
súbita em doentes com malformações cardíacas.
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pressão arterial alta. Strattera pode aumentar a pressão arterial
pressão arterial baixa. Strattera pode causar tonturas ou desmaios em pessoas com pressão
arterial baixa.
alterações súbitas na sua pressão arterial ou nos seus batimentos cardíacos
doença cardiovascular ou uma história clínica passada de acidente vascular cerebral
problemas de fígado. Pode precisar de uma dose mais baixa.
sintomas psicóticos incluindo alucinações (ouvir vozes ou ver coisas que não existem),
acreditar em coisas que não são verdadeiras ou ser desconfiado.
mania (sentir-se eufórico ou demasiado excitado, o que causa um comportamento pouco
habitual) e agitação.
sentimentos agressivos,
sentimentos pouco amigáveis e raiva (hostilidade)
história de epilepsia ou tiver tido convulsões por qualquer razão. Strattera pode levar a um
aumento da frequência de convulsões.
alterações do humor em relação ao habitual (mudanças de humor) ou sentir-se muito infeliz.
espamos musculares repetitivos e difíceis de controlar de qualquer parte do corpo ou repetição
de sons e palavras.
Antes de começar o tratamento, fale com o seu médico ou farmacêutico se algum dos
sintomas acima descritos se aplicar a si. Isto porque Strattera pode piorar estes sintomas. O
seu médico deve querer monitorizar de que modo o medicamento o afeta.
Verificações que o seu médico fará antes que comece a tomar Strattera
Estas verificações destinam-se a decidir se Strattera é o medicamento certo para si.
O seu médico irá medir:
- a sua pressão arterial e os seus batimentos cardíacos (pulso) antes e durante o tempo em que
tomar Stratttera
- a sua altura e peso, se é uma criança ou um adolescente durante o tempo em que tomar
Strattera
O seu médico falará consigo sobre:
-outros medicamentos que estiver a tomar
-se há alguma história na família de morte súbita inexplicável
-qualquer outro problema médico (como, por exemplo, problemas cardíacos) que você ou a
sua família possam ter
É importante que lhe dê o máximo de informação possível. Isto ajudará o seu médico a decidir
se Strattera é o medicamento certo para si. O seu médico pode decidir que são necessários
outros exames médicos antes de começar a tomar este medicamento.
Outros medicamentos e Strattera
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar, ou tiver tomado recentemente, ou
se vier a tomar outros medicamentos. Isto inclui medicamentos obtidos sem receita médica. O
seu médico decidirá se pode tomar Strattera com outros medicamentos e, nalguns casos, o seu
médico pode precisar de ajustar a dose ou aumentar a dose muito mais devagar.
Não tome Strattera com medicamentos chamados IMAOs (inibidores da monoaminoxidase)
utilizados para tratar a depressão. Ver secção 2 “Não tome Strattera”.
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Se estiver a tomar outros medicamentos, Strattera pode afetar o modo como atuam ou pode
causar efeitos indesejáveis. Se estiver a tomar algum dos medicamentos seguintes, fale com o
seu médico ou farmacêutico antes de tomar Strattera:
- medicamentos que aumentam a pressão arterial ou que são utilizados para controlar a
pressão arterial,
- medicamentos tais como os antidepressivos, por exemplo a imipramina, venlafaxina,
mirtazapina, fluoxetina e paroxetina.
- alguns medicamentos para a tosse e para as constipações que podem afetar a pressão arterial.
É importante verificar com o seu farmacêutico quando adquire algum destes medicamentos.
- alguns medicamentos utilizados para tratar doenças mentais
- medicamentos que são conhecidos por aumentarem o risco de convulsões
- alguns medicamentos que fazem com que Strattera fique no corpo mais tempo do que o
normal (tais como a quinidina e a terbinafina)
- salbutamol (um medicamento para tratar a asma) quando tomado por via oral ou injetável
pode fazê-lo sentir que o seu coração está a bater desordenadamente, mas isto não irá piorar a
sua asma.
Os medicamentos abaixo podem levar a um aumento do risco de ritmo cardíaco anormal
quando tomar Strattera:
- medicamentos usados para controlar o ritmo cardíaco
- medicamentos que alteram a concentração dos sais no sangue
- medicamentos para prevenção e tratamento da malária
- alguns medicamentos antibióticos (tais como a eritromicina e moxifloxacina).
Se tiver dúvidas sobre se algum dos medicamentos que está a tomar está incluído na lista
acima descrita, pergunte ao seu médico ou farmacêutico antes de tomar Strattera.
Gravidez E amamentação
Desconhece-se se este medicamento pode afetar o feto ou passar para o leite materno.
Este medicamento não deve ser utilizado durante a gravidez, a menos que o seu médico a
tenha aconselhado a fazê-lo.
Deve evitar tomar este medicamento enquanto estiver a amamentar ou deixar de amamentar.
estiver grávida ou a amamentar,
pensar que está grávida ou a planear engravidar
planear amamentar o seu bébé
fale com o seu médico ou farmacêutico antes de tomar este medicamento.
Condução de veículos e utilização de máquinas:
Pode sentir-se cansado, sonolento ou com tonturas depois de tomar Strattera. Deve ter cuidado
na condução de veículos ou na utilização de máquinas, antes de saber o efeito que Strattera
tem em si. Se se sentir cansado, sonolento ou com tonturas, não deve conduzir ou trabalhar
com maquinaria.
Informação importante sobre o conteúdo das cápsulas
Não abra as cápsulas de Strattera porque o seu conteúdo pode irritar os olhos. Se o conteúdo
das cápsulas entrar em contacto com os olhos, a parte afetada deve ser lavada imediatamente
com água corrente e deve procurar-se ajuda médica. As mãos e qualquer outra parte do corpo
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que possa ter estado em contacto com o conteúdo da cápsula devem também ser lavadas o
mais rapidamente possível.
3. COMO TOMAR Strattera
Tome sempre este medicamento exatamente como indicado pelo seu médico ou farmacêutico.
Se não tiver a certeza, fale com o seu médico ou farmacêutico. Habitualmente uma ou duas
vezes por dia (de manhã e ao final da tarde ou princípio da noite)
As crianças não devem tomar este medicamento sem a ajuda de um adulto.
O seu médico pode alterar o seu esquema de tratamento para duas vezes por dia se sentir sono
ou se se sentir enjoado quando toma Strattera uma vez por dia
As cápsulas devem ser engolidas inteiras, com ou sem alimentos
As cápsulas não devem ser abertas e o seu conteúdo não deve ser retirado, nem tomado por
outras vias.
Tomar este medicamento todos os dias à mesma hora, pode ajudá-lo a não se esquecer de o tomar.
Que quantidade tomar
Se for uma criança ou um adolescente (6 anos de idade ou mais):
O seu médico informá-lo-á da quantidade de Strattera que deve tomar e calculará esta de
acordo com o seu peso. Ele/ela começará por lhe administrar uma dose mais baixa antes de
aumentar a quantidade de Strattera que você precisa de tomar de acordo com o seu peso
corporal:
- Peso corporal até 70 kg: uma dose inicial diária total de 0,5 mg por kg de peso corporal,
durante 7 dias, no mínimo. O seu médico pode então decidir aumentar esta dose para a dose
de manutenção habitual de cerca de 1,2 mg por kg de peso corporal por dia.
- Peso corporal superior a 70 kg: uma dose inicial diária total de 40 mg, durante 7 dias, no
mínimo. O seu médico pode então decidir aumentar esta dose para a dose de manutenção
habitual de 80 mg por dia. A dose máxima diária que o seu médico irá prescrever será 100
Adultos
Strattera deve ser iniciado com uma dose diária total de 40 mg, durante 7 dias no mínimo. O
seu médico pode então decidir aumentar para a dose de manutenção de 80 mg-100 mg por dia.
A dose máxima diária que o seu médico irá prescrever será 100 mg.
Se tiver problemas de fígado, o seu médico pode prescrever-lhe uma dose mais baixa.
Se tomar mais Strattera do que deveria:
Contacte imediatamente o seu médico, ou o Hospital mais próximo e informe-os de quantas
cápsulas tomou. Os sintomas mais frequentemente notificados numa sobredosagem foram
sintomas gastrointestinais, sonolência, tonturas, tremores, e comportamento anormal.
Caso se tenha esquecido de tomar Strattera:
Se não tomar uma dose, deve tomá-la o mais rapidamente possível, mas não deve tomar mais
do que a sua dose total diária num período de 24 horas. Não tome uma dose a dobrar para
compensar a dose que se esqueceu de tomar.
Se parar de tomar Strattera
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Se deixar de tomar Strattera, não haverá habitualmente, efeitos indesejáveis, mas os seus
sintomas de PHDA podem voltar. Fale primeiro com o seu médico antes de interromper o
tratamento.
Coisas que o seu médico poderá fazer quando estiver a tratá-lo
O seu médico far-lhe-á alguns exames
- antes de começar – certificar-se que Strattera é seguro e que será benéfico
- depois de começar – os exames serão feitos pelo menos de 6 em 6 meses, mas possivelmente
mais frequentemente.
Estes também serão feitos quando a dose for alterada. Estes exames incluirão:
- medir altura e peso em crianças e jovens
- medir a pressão arterial e os batimentos cardíacos
- verificar se tem alguns problemas ou se os efeitos indesejáveis pioraram enquanto está a
tomar Strattera
Tratamento a longo prazo
Strattera não precisa ser tomado para sempre. Se tomar Strattera durante mais de um ano, o
seu médico irá rever o seu tratamento, para ver se ainda precisa do medicamento.
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico ou
farmacêutico.
4. EFEITOS INDESEJÁVEIS POSSÍVEIS
Como todos os medicamentos, este medicamento pode causar efeitos indesejáveis, embora
estes não se manifestem em todas as pessoas. Apesar de algumas pessoas terem efeitos
indesejáveis, a maioria acha que Strattera as ajuda a melhorar. O seu médico falará consigo
sobre estes efeitos indesejáveis.
Alguns efeitos indesejáveis podem ser graves. Se tiver qualquer um dos efeitos indesejáveis
abaixo descritos, fale imediatamente com o seu médico.
Pouco frequentes (afetam entre 1 em 100 pessoas)
sentir ou ter batimentos cardíacos muito rápidos, ritmo anormal do coração
pensar ou ter vontade de se suicidar sentir-se agressivo
sentir-se pouco amigável e zangado (hostilidade)
alterações ou mudanças de humor
reações alérgicas graves com sintomas de:
- inchaço da face e garganta
- dificuldade em respirar
- urticária (pequenos inchaços na pele, com comichão)
convulsões
sintomas psicóticos incluindo alucinações (ouvir vozes ou ver coisas que não existem),
acreditar em coisas que não são verdadeiras ou ser desconfiado
Crianças e jovens com menos de 18 anos correm maior risco de efeitos indesejáveis tais
como:
pensar ou ter vontade de se suicidar (podem afetar até 1 em cada 100 pessoas)
alterações ou mudanças de humor (podem afetar até 1 em cada 10 pessoas)
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Adultos correm menor risco de efeitos indesejáveis (podem afetar até 1 em cada 1.000
pessoas) tais como:
- convulsões
- sintomas psicóticos incluindo alucinações (ouvir vozes ou ver coisas que não existem),
acreditar em coisas que não existem ou ser desconfiado.
Raros (podem afetar até 1 em cada 1.000 pessoas)
- lesões no fígado
Deve deixar de tomar Strattera e contactar o médico imediatamente se tiver algum dos
seguintes sintomas:
-urina escura
- pele amarela ou olhos amarelos
-dor abdominal inferior que se agrava quando se pressiona (sensibilidade) no lado direito
mesmo debaixo das costelas
-sentir-se enjoado (náusea) inexplicável
-cansaço
-comichão
-sentir-se debilitado com gripe
Outros efeitos indesejáveis notificados incluem o seguinte. Se estes se tornarem graves,
informe o seu médico ou farmacêutico
Efeitos indesejáveis muito frequentes (podem afetar mais do que 1 em 10 pessoas)
CRIANÇAS E JOVENS com mais de 6 anos
ADULTOS
dores de cabeça
dores de estômago
diminuição do apetite (não sentir fome);
sentir-se ou estar enjoado
sonolência
aumento da pressão arterial
aumento do ritmo cardíaco (pulso)
Estes efeitos podem desaparecer após algum
tempo, na maioria dos doentes.
sentir-se enjoado (náuseas)
boca seca;
dores de cabeça
diminuição de apetite (não sentir fome);
dificuldade em adormecer; ficar acordado e
acordar cedo
aumento da pressão arterial
aumento do ritmo cardíaco (pulso)
Efeitos indesejáveis frequentes (podem afetar até 1 em 10 pessoas)
CRIANÇAS E JOVENS com mais de 6 anos
ADULTOS
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estar irritável ou agitado
dificuldade em dormir, incluindo acordar cedo
depressão
sentir-se triste ou desesperado
sentir-se ansioso
tiques
-pupilas aumentadas (a parte escura no centro
do olho)
tonturas
obstipação (prisão de ventre)
perda de apetite
desconforto no estômago, indigestão
inchaço, vermelhidão e comichão da pele;
erupção na pele
sentir-se preguiçoso (letargia)
dor no peito
cansaço
perda de peso
sentir-se agitado
diminuição do interesse sexual
distúrbios do sono
depressão
sentir-se triste ou desesperado
sentir-se ansioso
tonturas
sabor anormal ou alteração do sabor que não
passa
tremor
formigueiro ou dormência nas mãos ou pés
sonolência, sonolento, sentir-se cansado
obstipação (prisão de ventre)
dor de estômago
indigestão
gases (flatulência)
sentir-se enjoado
afrontamentos
sentir ou ter batimentos cardíacos muito
rápidos
inchaço, vermelhidão e comichão na pele
aumento da sudação
erupção na pele
problemas em ir à casa de banho, tais como
não conseguir urinar, urinar com frequência
ou dificuldade em urinar, dor ao urinar
inflamação da glândula prostática (próstatite)
dor na virilha no homem
dificuladade em obter uma ereção
atraso no orgasmo
dificuldade em manter uma ereção
câimbras menstruais
falta de forças ou de energia
cansaço
sentir-se preguiçoso (letargia)
arrepios
sentir-se irritável, agitado
sentir sede
perda de peso
Efeitos indesejáveis pouco frequentes (podem afetar até 1 em 100 pessoas)
CRIANÇAS E JOVENS com mais de 6 anos
ADULTOS
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desmaios
tremor
enxaquecas
visão turva
sensação estranha na pele, como por exemplo,
de queimadura, picadas, comichão ou
formigueiro
formigueiro ou dormência nas mãos e nos pés
convulsões (ataques)
sentir ou ter batimentos cardíacos muito
rápidos (prolongamento do intervalo QT)
falta de ar
aumento da sudação
comichão na pele
falta de forças ou de energia
inquietação (não estar quieto)
tiques
desmaios
enxaquecas
visão turva
ritmo cardíaco anormal (prolongamento do
intervalo QT)
sentir frio nos dedos das mãos e dos pés
dor no peito
falta de ar
erupções na pele vermelhas e inchadas
(bolhas)
espasmos musculares
sensação de urgência em urinar
orgasmo anormal ou ausência de orgasmo
menstruações irregulares
falha da ejaculação
Efeitos indesejáveis raros (podem afetar até 1 em 1.000 pessoas)
CRIANÇAS E JOVENS com mais de 6 anos
ADULTOS
- falta de circulação de sangue o que faz com
que os dedos dos pés e das mãos fiquem
dormentes e brancos (doença de Raynaud)
- problemas em ir à casa de banho, tais como
urinar com frequência ou dificuldade em
urinar, dor ao urinar
- ereções prolongadas e dolorosas
dor na virilha nos homens
- falta de circulação de sangue o que faz com
que os dedos dos pés e das mãos fiquem
dormentes e brancos (doença de Raynaud)
- ereções prolongadas e dolorosas
Efeitos no crescimento
Algumas crianças tiveram uma redução no crescimento (peso e altura) quando começaram a
tomar Strattera. No entanto, com o tratamento a longo prazo, as crianças recuperaram o peso e
altura normais para a sua idade.
O seu médico monitorizará a altura e o peso do seu filho ao longo do tempo. Se o seu filho
não estiver a crescer ou a aumentar de peso como esperado, o médico poderá alterar a dose a
administrar ao seu filho ou decidirá se deve interromper Stratttera temporariamente.
Comunicação de efeitos indesejáveis
Se tiver quaisquer efeitos indesejáveis, incluindo possíveis efeitos indesejáveis não indicados
neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico. Também poderá comunicar efeitos
indesejáveis diretamente através do
Sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram
(preferencialmente)
ou através dos seguintes contactos:
Direção de Gestão de Risco de Medicamentos
Parque de Saúde de Lisboa, Av. Brasil, 53
1749-004 Lisboa
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
STRATTERA 10 mg, 18 mg, 25 mg, 40 mg, 60 mg, 80 mg ou 100 mg cápsulas.
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Cada cápsula contém cloridrato de atomoxetina equivalente a 10 mg, 18 mg, 25 mg,
40 mg, 60 mg, 80 mg ou 100 mg de atomoxetina.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Cápsula.
Cápsula de STRATTERA 10 mg: branca opaca, impressa a tinta preta com “Lilly
3227” e “10 mg”, com aproximadamente 15,5-16,1 mm de comprimento.
Cápsula de STRATTERA 18 mg: dourada (cabeça) e branca opaca (corpo), impressa
a tinta preta com “Lilly 3238” e “18 mg”, com aproximadamente 15,5-16,1 mm de
comprimento.
Cápsula de STRATTERA 25 mg: azul opaca (cabeça) e branca opaca (corpo),
impressa a tinta preta com “Lilly 3228” na cabeça e “25 mg” no corpo da cápsula,
com aproximadamente 15,5-16,1 mm de comprimento.
Cápsula de STRATTERA 40 mg: azul opaca, impressa a tinta preta com “Lilly 3229”
e “40 mg”, com aproximadamente 15,5-16,1 mm de comprimento.
Cápsula de STRATTERA 60 mg: azul opaca (cabeça) e dourada (corpo), impressa a
tinta preta com “Lilly 3239” e “60 mg”, com aproximadamente 17,5-18,1 mm de
comprimento.
Cápsula de STRATTERA 80 mg: castanha opaca (cabeça) e branco opaca (corpo),
impressa a tinta preta com “Lilly 3250” e “80 mg”, com aproximadamente 17,5-18,1
mm de comprimento.
Cápsula de STRATTERA 100 mg: castanha opaca, impressa a tinta preta com “Lilly
3251” e “100 mg”, com aproximadamente 19,2-19,8 mm de comprimento.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
STRATTERA está indicado para o tratamento da Perturbação de Hiperatividade e
Défice de Atenção (PHDA) em crianças com 6 anos de idade ou mais, em
adolescentes e em adultos como parte de um programa terapêutico integrado. O
tratamento deve ser iniciado por um médico especialista no tratamento da Perturbação
de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA), como por exemplo um pediatra, um
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pedopsiquiatra (psiquiatra de crianças e adolescentes) ou um psiquiatra. O diagnóstico
deve ser efetuado em concordância com os atuais critérios DSM ou com as diretrizes
do ICD.
Nos adultos, a presença de sintomas de PHDA pré-existentes na infância, deve ser
confirmada. É desejável a confirmação por terceiros e não deverá ser iniciado o
tratamento com Strattera, se não houver a certeza dos sintomas de PHDA na infância.
O diagnóstico não pode ser feito apenas com a presença de um ou mais sintomas de
PHDA. Com base numa avaliação clínica, os doentes deverão ter PHDA de, pelo
menos, gravidade moderada, tal como indicado, no mínimo, por uma disfunção
funcional moderada em 2 ou mais ambientes (por exemplo, social, académico, e/ou
funcionamento ocupacional), afetando vários aspetos da vida do indivíduo.
Informação adicional para uma utilização segura deste medicamento:
O programa terapêutico integrado inclui habitualmente medidas psicológicas,
educacionais e sociais e destina-se a estabilizar doentes com síndroma
comportamental caracterizado por sintomas que podem incluir história de défice de
atenção, distratibilidade, labilidade emocional, impulsividade, hiperatividade
moderada a grave, sinais neurológicos “minor” e alterações no EEG. A aprendizagem
pode estar ou não comprometida.
O tratamento farmacológico não está indicado em todos os doentes com este síndrome
e a decisão de utilizar o medicamento deve basear-se numa avaliação minuciosa da
gravidade dos sintomas do doente, e disfunção relativamente à idade do doente e
persistência desses mesmos sintomas.
4.2 Posologia e modo de administração
Posologia
STRATTERA pode ser administrado como dose única de manhã. Os doentes que não
conseguiram atingir uma resposta clínica satisfatória (tolerabilidade [p.e. náuseas ou
sonolência] ou eficácia) quando tomaram STRATTERA como dose diária única,
poderão beneficiar se o tomarem duas vezes ao dia, dividindo uniformemente a dose
pela manhã e final da tarde ou princípio da noite.
População pediátrica:
Posologia da população pediátrica até 70 kg de peso:
STRATTERA deve ser iniciado numa dose total diária de aproximadamente 0,5
mg/kg. A dose inicial deverá ser mantida durante um mínimo de 7 dias antes de
aumentar a dose titulando-a de acordo com a resposta clínica e tolerabilidade do
doente. A dose de manutenção recomendada é aproximadamente 1,2 mg/kg/dia
(dependendo do peso do doente e das doses disponíveis de atomoxetina). Não ficou
demonstrado nenhum benefício adicional com doses superiores a 1,2 mg/kg/dia. A
segurança de doses únicas superiores a 1,8 mg/kg/dia e dose total diária superior a 1,8
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mg/kg não foi avaliada sistematicamente. Nalguns casos, pode ser adequado continuar
o tratamento até à idade adulta.
Posologia da população pediátrica com mais de 70 kg de peso:
STRATTERA deve ser iniciado numa dose total diária de 40 mg. A dose inicial
deverá ser mantida durante um mínimo de 7 dias antes de aumentar a dose titulando-a
de acordo com a resposta clínica e tolerabilidade. A dose de manutenção recomendada
é de 80 mg. Não ficou demonstrado nenhum benefício adicional com doses superiores
a 80 mg
A dose diária máxima recomendada é de 100 mg. A segurança de doses únicas
superiores a 120 mg e doses diárias acima dos 150 mg não foi sistematicamente
avaliada.
Adultos
STRATTERA deve ser iniciado numa dose total diária de 40 mg. A dose inicial
deverá ser mantida durante um mínimo de 7 dias antes de aumentar a dose titulando-a
de acordo com a resposta clínica e tolerabilidade. A dose diária de manutenção
recomendada é aproximadamente 80 mg a 100 mg. A dose total diária máxima
recomendada é 100 mg. A segurança de doses únicas superiores a 120 mg e doses
diárias totais acima dos 150 mg não foi sistematicamente avaliada.
Informação adicional para uma utilização segura deste medicamento:
Rastreio de pré-tratamento:
Antes de prescrever o medicamento é necessário efetuar a história clínica adequada e
efetuar uma avaliação inicial do estado cardiovascular dos doentes, incluindo a
pressão arterial e o ritmo cardíaco (ver secções 4.3 e 4.4).
Monitorização de seguimento:
O estado cardiovascular dos doentes deve ser monitorizado com regularidade,
registando os valores da pressão arterial e da pulsação após cada ajuste de dose e,
posteriormente, pelo menos de 6 em 6 meses. Recomenda-se a utilização dum mapa
de percentis na população pediátrica. Nos adultos, devem ser seguidas as atuais
normas de referência para a hipertensão (ver secção 4.4).
Interrupção do tratamento
Nos estudos realizados, não foram descritos sintomas de privação distintos. No caso
de acontecimentos adversos significativos, a atomoxetina pode ser interrompida
abruptamente; caso contrário o medicamento pode ser reduzido durante um período de
tempo considerado conveniente.
O tratamento com Strattera não necessita de ser para sempre. Deve ser efetuada uma
reavaliação da necessidade de continuar com a terapêutica durante mais de 1 ano,
particularmente se o doente atingiu uma resposta estável e satisfatória.
Populações especiais:
Insuficiência hepática: em doentes com insuficiência hepática moderada (Child-Pugh,
Classe B) as doses iniciais e alvo devem ser reduzidas em cerca de 50% da dose
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habitual. Em doentes com insuficiência hepática grave (Child-Pugh, Classe C) a dose
inicial e alvo devem ser reduzidas para cerca de 25% da dose habitual (ver secção
5.2).
Insuficiência renal: indivíduos com doença renal em fase terminal tiveram uma
exposição sistémica mais elevada à atomoxetina do que indivíduos saudáveis
(aumento de cerca de 65%), mas não houve diferença quando a exposição foi
corrigida para uma dose de mg/kg. STRATTERA pode por isso ser administrado a
doentes com PHDA com doença renal em fase terminal ou insuficiência renal de
menor grau, utilizando o regime posológico habitual. A atomoxetina pode exacerbar a
hipertensão arterial em doentes com doença renal em fase terminal (ver secção 5.2).
Aproximadamente 7% de caucasianos possuem um genotipo correspondente a uma
enzima não funcional CYP2D6 (chamados fracos metabolizadores do CYP2D6).
Doentes com este genotipo têm uma exposição várias vezes mais elevada à
atomoxetina quando comparada com doentes com uma enzima funcional. Os fracos
metabolizadores têm por isso um risco mais elevado de terem acontecimentos
adversos (ver secções 4.8 e 5.2). Para os doentes com um genotipo conhecido como
fraco metabolizador, pode ser considerada uma dose inicial mais baixa e uma titulação
do aumento da dose mais lenta.
População idosa: a utilização de atomoxetina em doentes com mais de 65 anos de
idade não foi sistematicamente avaliada.
População pediátrica com idade inferior a 6 anos: não foram, estabelecidas a
segurança e eficácia de STRATTERA em crianças com menos de 6 anos de idade.
Assim, STRATTERA não deve ser utilizado em crianças com idade inferior a 6 anos
(ver secção 4.4).
Modo de administração
Uso oral. Strattera pode ser administrado com ou sem alimentos.
4.3 Contraindicações
Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer dos excipientes mencionados na
secção 6.1
Atomoxetina não deve ser utilizada em combinação com inibidores da monoamino-
oxidase (IMAOs).
Atomoxetina não deve ser usada pelo menos durante as duas semanas após a
interrupção da terapêutica com IMAO. Só deve iniciar-se o tratamento com um
IMAO, 2 semanas após ter sido interrompido o tratamento com atomoxetina.
Atomoxetina não deve ser utilizada em doentes com glaucoma de ângulo fechado,
uma vez que em ensaios clínicos, o uso de atomoxetina foi associado a uma incidência
aumentada de midríase.
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Atomoxetina não deve ser utilizada em doentes com perturbações cardiovasculares ou
cerebrovasculares graves, (ver 4.4. Advertências e precauções especiais de utilização -
Acontecimentos cardiovasculares). As perturbações cardiovasculares graves podem
incluir hipertensão grave, insuficiência cardíaca, doença oclusiva arterial, angina,
doença cardíaca congénita hemodinamicamente significativa, cardiomiopatias, enfarte
do miocárdio, arritmias que podem colocar a vida em risco e canalopatias
(perturbações causadas pela disfunção dos canais iónicos). As perturbações
cerebrovasculares podem incluir aneurisma cerebral ou AVC.
Atomoxetina não deve ser utilizada em doentes com feocromocitoma ou história de
feocromocitoma (ver secção 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização -
Acontecimentos cardiovasculares).
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Comportamento relacionado com suicídio
Em doentes a tomar atomoxetina, foram notificados comportamentos suicidas
(ideação suicida e tentativas de suicídio). Em ensaios clínicos com dupla ocultação,
comportamentos suicidas foram pouco frequentes, mas mais frequentemente
observados entre crianças e adolescentes, tratados com atomoxetina comparando com
os doentes tratados com placebo, nos quais não se verificaram acontecimentos. Em
estudos com dupla ocultação em adultos, não houve diferenças na frequência de
comportamentos relacionados com suicídio, entre atomoxetina e placebo. Os doentes
que estão a ser tratados para a PHDA devem ser monitorizados com precaução no que
diz respeito ao aparecimento ou agravamento de comportamento relacionado com
suicídio.
Morte súbita e malformações cardíacas pré-existentes
Foi notificada morte súbita em doentes com malformações cardíacas estruturais pré-
existentes que estavam a tomar atomoxetina nas doses habituais. Embora algumas
malformações cardíacas estruturais pré-existentes possam, por si só, ser um fator
acrescido de morte súbita, a atomoxetina só deve ser utilizada com precaução em
doentes com malformações cardíacas estruturais graves e com o acordo de um
cardiologista.
Acontecimentos cardiovasculares
Atomoxetina pode afetar o ritmo cardíaco e a pressão arterial.
A maioria dos doentes a tomar atomoxetina tiveram um pequeno aumento dos
batimentos cardíacos (média <10bpm) e/ou aumento na pressão arterial (média <5mm
Hg), (ver secção 4.8).
No entanto, dados combinados de estudos clínicos controlados e não controlados na
PHDA, mostraram que aproximadamente 8-12% de crianças e adolescentes e 6-10%
dos adultos, sofreram alterações mais pronunciadas nos batimentos cardíacos (20
batimentos por minuto ou mais) e na pressão arterial (15-20 mmHg ou mais). A
análise dos dados destes estudos clínicos mostrou que, aproximadamente 15-26% das
crianças e adolescentes e 27-32% dos adultos que sofreram estas alterações na pressão
arterial e no ritmo cardíaco durante a terapêutica com atomoxetina, tiveram aumentos
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mantidos ou progressivos. A longo prazo, alterações contínuas da pressão arterial
podem potencialmente contribuir para consequências clínicas, tais como hipertrofia
do miocárdio.
Como resultado destes achados, aos doentes que estejam a ser considerados para
tratamento com atomoxetina, deve ser feita uma história clínica cuidadosa e exames
físicos, de forma a avaliar a presença de doença cardíaca. Deve ser feita uma nova
avaliação cardíaca por um especialista, no caso de os resultados iniciais sugerirem a
existência de tal história ou doença.
Recomenda-se que os batimentos cardíacos e a pressão arterial sejam medidos e
registados antes do início da terapêutica, durante o tratamento, após cada ajuste de
dose e posteriormente, pelo menos de 6 em 6 meses, a fim de detetar possíveis
aumentos clinicamente significativos. Em doentes pediátricos recomenda-se a
utilização duma tabela de percentis. Nos adultos, devem ser seguidas as atuais normas
de referência para a hipertensão.
Atomoxetina não deve ser utilizada em doentes com perturbações cardiovasculares ou
cerebrovasculares graves (ver secção 4.3 Contraindicações - Perturbações
cardiovasculares ou cerebrovasculares graves). Atomoxetina deve ser usada com
precaução em doentes, cuja situação clínica pré-existente possa vir a piorar devido ao
aumento da pressão arterial e do ritmo cardíaco, como por exemplo, doentes com
hipertensão, taquicardia ou doença cardiovascular ou cerebrovascular.
Doentes que desenvolvam sintomas sugestivos de doença cardíaca durante a
terapêutica com atomoxetina, tais como, palpitações, dor torácica de esforço, síncope
inexplicada, dispneia ou outros sintomas, devem ser submetidos a uma avaliação
cardíaca imediata por um especialista.
Além disso, atomoxetina deve ser administrada com precaução em doentes com um
intervalo QT longo, congénito ou adquirido, ou com história familiar de intervalo QT
prolongado (ver secção 4.5 e 4.8).
Dado que também foi notificada hipotensão ortostática, a atomoxetina deve ser
utilizada com precaução em qualquer condição que predisponha os doentes a
hipotensão ou condições associadas com alterações abruptas do ritmo cardíaco ou
alterações da pressão arterial
Efeitos cerebrovasculares
Doentes com fatores de risco adicionais para acontecimentos cerebrovasculares (tais
como história de doença cardiovascular, medicação concomitante que aumente a
pressão arterial) após iniciarem o tratamento com atomoxetina, devem ser avaliados
em cada consulta no que diz respeito aos sinais e sintomas neurológicos.
Acontecimentos hepáticos
Foram comunicadas, muito raramente, notificações espontâneas de lesões hepáticas
manifestadas por elevação das enzimas hepáticas e da bilirrubina, com icterícia.
Também foram notificados muito raramente, lesões hepáticas graves, incluindo
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insuficiência hepática aguda. Strattera deve ser interrompido em doentes com icterícia
ou evidência laboratorial de lesão hepática e não deve ser recomeçado.
Sintomas maníacos ou psicóticos
Sintomas psicóticos ou maníacos emergentes do tratamento, por exemplo alucinações,
pensamentos paranoicos, mania ou agitação em doentes sem história prévia de doença
psicótica ou mania, podem ser causados pela atomoxetina em doses habituais. Se tais
sintomas se verificarem, deve ter-se em consideração uma possível relação causal
com a atomoxetina e deve considerar-se a interrupção do tratamento. Não pode ser
excluída a possibilidade de Strattera causar a exacerbação de sintomas psicóticos ou
maníacos pré-existentes.
Comportamento agressivo, hostilidade ou labilidade emocional
Foram observados mais frequentemente em ensaios clínicos, hostilidade
(predominantemente agressão, comportamento de oposição e cólera) em crianças,
adolescentes e adultos que se encontravam a tomar Strattera, em comparação com os
que se encontravam a tomar placebo. Foi observada mais frequentemente labilidade
emocional entre crianças tratadas com Strattera comparativamente com crianças
tratadas com placebo. Os doentes devem ser monitorizados atentamente no que diz
respeito ao aparecimento ou agravamento de comportamento agressivo, hostilidade ou
labilidade emocional.
Possíveis acontecimentos alérgicos
Embora pouco frequentes, foram notificadas em doentes a tomar atomoxetina reações
alérgicas, incluindo reações anafiláticas, erupção cutânea, edema angioneurótico e
urticária.
Convulsões
A ocorrência de convulsões é um potencial risco com atomoxetina. A atomoxetina
deve ser introduzida com precaução em doentes com história de convulsões. Deve
considerar-se a interrupção da atomoxetina em doentes que tenham algum episódio de
convulsões ou no caso de se verificar um aumento na frequência de convulsões sem
que se identifique outra causa.
Crescimento e desenvolvimento
O crescimento e o desenvolvimento devem ser monitorizados em crianças e
adolescentes durante o tratamento com atomoxetina. Os doentes que necessitam de
uma terapêutica a longo prazo devem ser monitorizados e deve considerar-se uma
redução da dose ou interrupção do tratamento em crianças e adolescentes que não
estejam a crescer ou a ganhar peso satisfatoriamente.
Dados clínicos não sugerem um efeito pernicioso da atomoxetina no conhecimento ou
desenvolvimento sexual, no entanto, são poucos os dados disponíveis a longo prazo.
Assim, os doentes que necessitam de tratamento a longo prazo devem ser
cuidadosamente monitorizados.
Recidiva ou agravamento da depressão comórbida, ansiedade e tiques
Num estudo controlado numa população pediátrica com PHDA e tiques motores
crónicos comórbidos, ou Perturbação de La Tourette, os doentes tratados com
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atomoxetina não sofreram agravamento dos tiques comparativamente a doentes
tratados com placebo. Num estudo controlado numa população adolescente com
PHDA e Perturbação depressiva major comórbida, doentes tratados com atomoxetina
não sofreram agravamento da depressão comparativamente a doentes tratados com
placebo. Em dois estudos controlados (um em população pediátrica e outro em
adultos), doentes com PHDA e perturbações de ansiedade comórbida, os doentes
tratados com atomoxetina não sofreram agravamento da ansiedade comparativamente
a doentes tratados com placebo.
No período pós-comercialização, tem havido raras notificações de ansiedade e
depressão ou de humor depressivo e notificações muito raras de tiques, em doentes a
tomar atomoxetina (ver secção 4.8).
Doentes com PHDA que têm sido tratados com atomoxetina, devem ser
monitorizados no que diz respeito ao aparecimento ou agravamento dos sintomas de
ansiedade, humor depressivo e depressão ou tiques.
População pediátrica com idade inferior a 6 anos
STRATTERA não deve ser utilizado em doentes com menos de 6 anos de idade, dado
que a eficácia e a segurança não foram estabelecidas neste grupo etário.
Outras utilizações terapêuticas
Strattera não está indicado para o tratamento de episódios de depressão major e/ou
ansiedade, uma vez que os resultados dos ensaios clínicos em adultos nestas
condições, onde a PHDA não está presente, não demonstraram efeito em comparação
com placebo. (ver secção 5.1)
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
Efeitos de outros fármacos sobre a atomoxetina:
IMAOs: atomoxetina não deve ser utilizada com IMAOs. (ver secção 4.3)
Inibidores do CYP2D6, (ISRSs (p. e. fluoxetina, paroxetina), quinidina, terbinafina):
Em doentes a tomar estes medicamentos, a exposição à atomoxetina pode ser
aumentada 6 a 8 vezes e a Css máxima 3 a 4 vezes mais elevada, pois este
medicamento é metabolizado pela via do CYP2D6. Uma titulação mais lenta e uma
dosagem final mais baixa de atomoxetina pode ser necessária em doentes que já
estejam a tomar fármacos inibidores do CYP2D6. Se um inibidor do CYP2D6 for
prescrito ou interrompido após ter sido efetuada a titulação para a dose adequada de
atomoxetina, a resposta clínica e a tolerabilidade devem ser reavaliadas para esse
doente a fim de determinar se é necessário um ajuste da dose.
Em doentes que sejam fracos metabolizadores do CYP2D6, aconselha-se precaução
quando se combinar atomoxetina com inibidores potentes das enzimas do citocromo
P450 nomeadamente o CYP2D6, dado que se desconhece o risco de aumentos
clínicos significativos da exposição à atomoxetina in vivo.
Salbutamol (ou outros agonistas beta2):
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A atomoxetina deve ser administrada com precaução a doentes a serem tratados com
doses elevadas de salbutamol (ou outros agonistas beta2) por nebulização ou por
administração sistémica (oral ou intravenosa) dado que a ação do salbutamol no
sistema cardiovascular pode ser potenciada.
Foram encontrados dados contraditórios relativamente a esta interação. Quando
administrado por via sistémica, o salbutamol (600 µg I.V. durante 2 horas) em
combinação com atomoxetina (60 mg duas vezes ao dia durante 5 dias) induziu
aumentos de frequência cardíaca e da pressão arterial. Este efeito foi muito acentuado
após a adminstração concomitante inicial de salbutamol e atomoxetina mas voltou ao
valor inicial normal no final de 8 horas. No entanto, num estudo separado, em doentes
asiáticos saudáveis que eram metabolizadores extensivos de atomoxetina, os efeitos
na pressão arterial e ritmo cardíaco da dose padrão de salbutamol inalado (200 µg)
não aumentaram com a administração concomitante num prazo curto, de atomoxetina
(80 mg uma vez por dia durante 5 dias). Após múltiplas inalações de salbutamol (800
µg), a frequência cardíaca foi semelhante na presença ou na ausência de atomoxetina.
Deve ter-se em atenção a monitorização do ritmo cardíaco e da pressão arterial. Os
ajustes de doses podem ser justificados quer para atomoxetina quer para o salbutamol
(ou outros agonistas beta2) no caso de aumentos significativos do ritmo cardíaco e da
pressão arterial durante a administração concomitante destes fármacos.
Existe a possibilidade de um risco aumentado do prolongamento do intervalo QT,
quando se administra atomoxetina com outros fármacos que prolongam o intervalo
QT (tais como neurolépticos, antiarrítmicos da classe IA e III, moxifloxacina,
eritromicina, mefloquina metadona, antidepressivos tricíclicos, lítio ou cisaprida),
fármacos que provocam um desequilíbrio eletrolítico (tais como os diuréticos tiazidas)
e fármacos que inibem o CYP2D6.
A ocorrência de convulsões é um potencial risco com atomoxetina. Aconselha-se
precaução no uso concomitante de fármacos conhecidos por diminuírem o limiar
convulsivante (tais como antidepressivos tricíclicos ou ISRSs, neurolépticos,
fenotiazinas ou butirofenona, mefloquina, cloroquina, bupropriona ou tramadol). (ver
secção 4.4). Além disso, aconselha-se precaução quando se interromper o tratamento
concomitante com benzodiazepinas devido ao potencial para convulsões por
suspensão.
Medicamentos anti-hipertensores
Atomoxetina deve ser usada com precaução com medicamentos anti-hipertensores.
Devido a um possível aumento na pressão arterial, a atomoxetina pode diminuir a
eficácia dos medicamentos anti-hipertensores/ medicamentos utilizados para tratar a
hipertensão. Deve ter-se em atenção a monitorização da pressão arterial e, no caso de
se verificarem alterações significativas, pode justificar-se a reavaliação do tratamento
com atomoxetina ou com medicamentos anti-hipertensores,
Agentes tensores ou medicamentos que aumentam a pressão arterial:
Devido a um possível aumento na pressão arterial, a atomoxetina deve ser usada com
precaução com agentes tensores ou medicamentos que podem aumentar a pressão
arterial (tais como o salbutamol). Deve ter-se em atenção a monitorização da pressão
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arterial e, no caso de se verificarem alterações significativas, pode justificar-se a
reavaliação do tratamento com atomoxetina ou com agentes tensores.
Fármacos que afetam a Noradrenalina:
Fármacos que afetam a noradrenalina devem ser usados com precaução quando
administrados concomitantemente com atomoxetina, dados os potenciais efeitos
farmacológicos aditivos ou sinérgicos. Exemplos incluem antidepressivos tais como a
imipramina, venlafaxina e mirtazapina ou os descongestionantes pseudoefedrina ou
fenilefrina.
Fármacos que afetam o pH gástrico:
Fármacos que aumentam o pH gástrico (hidróxido de magnésio/ hidróxido de
alumínio, omeprazol) não tiveram efeito na biodisponibilidade da atomoxetina.
Fármacos com elevada ligação às proteínas do plasma:
Foram efetuados estudos sobre o deslocamento de fármacos in vitro com atomoxetina
e fármacos de elevada ligação em concentrações terapêuticas. Varfarina, ácido
acetilsalicílico, fenitoína ou diazepam não afetaram a ligação de atomoxetina à
albumina humana. De modo semelhante, a atomoxetina não afetou a ligação destes
compostos à albumina humana.
4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento
Gravidez
Os estudos em animais em geral, não indicam efeitos nefastos diretos no que diz
respeito à gravidez, desenvolvimento do embrião/feto, parto ou desenvolvimento pós
parto (ver secção 5.3). Os dados clínicos disponíveis em mulheres grávidas expostas à
atomoxetina são limitados. Estes dados não são suficientes para indicar se existe ou
não uma associação entre a exposição à atomoxetina e uma gravidez de risco e/ou
efeitos durante a amamentação.
Atomoxetina não deve ser utilizada durante a gravidez a menos que os benefícios
potenciais justifiquem os riscos potenciais para o feto.
Amamentação
Atomoxetina e/ou os seus metabolitos foram excretados no leite dos ratos.
Desconhece-se se a atomoxetina é excretada no leite humano. Devido à ausência de
dados, a atomoxetina deve ser evitada durante o aleitamento.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Os dados sobre os efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas são
limitados. Strattera tem uma influência reduzida sobre a capacidade de conduzir e
utilizar máquinas. Em doentes pediátricos e adultos a atomoxetina tem sido associada
a um aumento das taxas de fadiga, sonolência e tonturas relativamente ao placebo. Os
doentes devem ser avisados para terem precaução quando conduzirem ou quando
operarem maquinaria perigosa, até terem a certeza de que o seu comportamento não é
afetado pela atomoxetina.
4.8 Efeitos indesejáveis