Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
10-12-2008
15-01-2010
APROVADO EM
10-12-2008
INFARMED
FOLHETO INFORMATIVO: INFORMAÇÃO PARA O UTILIZADOR
Sertralina Vir 50 mg Comprimidos revestidos por película
Sertralina Vir 100 mg Comprimidos revestidos por película
Sertralina
Leia atentamente este folheto antes de tomar este medicamento.
-Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler.
-Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
-Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento
pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas.
-Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos
secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico
Neste folheto:
1. O que é a Sertralina Vir e para que é utilizada
2. Antes de tomar Sertralina Vir
3. Como tomar Sertralina Vir
4. Efeitos secundários possíveis
5. Como conservar a Sertralina Vir
6. Outras informações
1. O QUE É A SERTRALINA VIR E PARA QUE É UTILIZADA
A Sertralina Vir é um antidepressivo que actua por inibição selectiva da recaptação
neuronal da serotonina (ISRS).
A Sertralina Vir está indicada no tratamento de:
-Depressão (doença associada a sentimentos de tristeza e melancolia, bem como
alterações
sono
incapacidade
apreciar
estar
vida).
Este
medicamento ajuda no tratamento dos sintomas de ansiedade que podem, por
vezes, estar associados à depressão. Obtidos os resultados esperados, a continuação
do tratamento com Sertralina Vir é eficaz na prevenção de recaídas da doença
(evitando que a depressão regresse) ou da recorrência de novos episódios de
depressão (evitando que volte a ficar deprimido no futuro).
-Perturbação obsessiva-compulsiva (doença na qual predominam ideias fixas e que
levam o doente a tomar determinadas atitudes, apesar de estas lhe parecerem
ilógicas ou serem contrárias à sua vontade) e da perturbação de pânico (doença
caracterizada por períodos breves de grande e injustificada ansiedade ou medo).
-Perturbação pós-stress traumático (PPST).
-Fobia social (perturbação de ansiedade social). Uma vez obtida uma resposta
satisfatória, a continuação do tratamento com Sertralina Vir é eficaz na prevenção de
recaídas de episódios de fobia social.
2. ANTES DE TOMAR SERTRALINA VIR
Não tome Sertralina Vir:
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-se tem alergia (hipersensibilidade) à sertralina ou a qualquer outro componente de
Sertralina Vir;
-se estiver a ser medicado concomitantemente com inibidores da monoaminoxidas e
(IMAOs);
-se estiver a ser medicado concomitantemente com pimozida;
-se em tratamentos anteriores com sertralina, tiverem ocorrido reacções alérgicas.
Tome especial cuidado com Sertralina Vir
-se está em idade fértil. Só deverá tomar Sertralina Vir se usar, em simultâneo, um
método de contracepção considerado adequado pelo seu médico;
-se já teve, ou tem, problemas de fígado, pois poderá haver necessidade de proceder
a um ajuste da dose a administrar.
-Se suspendeu o tratamento e sente tonturas, alterações sensoriais (incluindo
dormência), distúrbios do sono (incluindo insónia e sonhos intensos), agitação ou
ansiedade, náuseas e/ou vómitos, tremor e cefaleia (sindroma de privação)
Outras patologias:
-se sofre de doença cardíaca
-se se sentir agitado ou com necessidade de movimentos frequentes que o impeçam
de permanecer parado ou sentado (acatísia)
-se já teve, ou tem, problemas de rins;
-se sofre de epilepsia, antes de começar a tomar sertralina. deverá ter o cuidado de
informar o seu médico Se, durante o período em que está a tomar sertralina tiver
convulsões, deverá interromper a administração e consultar imediatamente o seu
médico;
-se está grávida (ou pensa poder estar) ou a amamentar. Apenas pode tomar
sertralina se receitada por um médico que tenha conhecimento do seu estado.
Recomenda-se
precaução
administração
concomitante
anticoagulantes,
fármacos que tenham efeito na função plaquetária (ex.: anti-inflamatórios não
esteróides (AINEs), ácido acetilsalicílico e ticlopidina) ou outros fármacos que
possam aumentar o risco de hemorragia. Igualmente se recomenda precaução na
utilização destes fármacos em doentes com alterações hemorrágicas (ver "Efeitos
secundários possíveis").
Utilização em crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos
A Sertralina Vir não deve normalmente ser utilizada em crianças e adolescentes com
idade inferior a 18 anos, excepto no caso de doentes com Perturbação Obsessiva-
Compulsiva. Importa igualmente assinalar que os doentes com idade inferior a 18
anos correm maior risco de sofrerem efeitos secundários tais como, tentativa de
suicídio,
ideação
suicida
hostilidade
(predominantemente
agressão,
comportamento de oposição e cólera) quando tomam medicamentos desta classe.
Apesar disso, o médico poderá prescrever Sertralina Vir para doentes com idade
inferior a 18 anos quando decida que tal é necessário. Se o seu médico prescreveu
Sertralina Vir para um doente com idade inferior a 18 anos e gostaria de discutir esta
questão, queira voltar a contactá-lo. Deverá informar o seu médico se algum dos
sintomas acima mencionados se desenvolver ou piorar quando doentes com idade
inferior a 18 anos estejam a tomar Sertralina Vir.
Pensamentos relacionados com o suicídio e agravamento da sua depressão Ou
distúrbio de ansiedade
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Se se encontra deprimido e/ou tem distúrbios de ansiedade poderá por vezes pensar
em se auto-agredir ou até suicidar. Estes pensamentos podem aumentar no início do
tratamento com antidepressivos, pois estes medicamentos necessitam de tempo
para actuarem. Normalmente os efeitos terapêuticos demoram cerca de duas
semanas a fazerem-se sentir mas por vezes pode demorar mais tempo.
Poderá estar mais predisposto a ter este tipo de pensamentos nas seguintes
situações:
Se tem antecedentes de ter pensamentos acerca de se suicidar ou se auto-agredir.
Se é um jovem adulto. A informação proveniente de estudos clínicos revelou um
maior risco de comportamento suicídio em indivíduos adultos com menos de 25 anos
com problemas psiquiátricos tratados com antidepressivos.
Se em qualquer momento vier a ter pensamentos no sentido de auto-agressão ou
suicídio deverá contactar o seu médico ou dirigir-se imediatamente ao hospital.
Poderá ser útil para si comunicar a uma pessoa próxima de si ou a um familiar que
se encontra deprimido ou que tem distúrbios de ansiedade e dar-lhes este folheto a
ler. Poderá também solicitar-lhes que o informem caso verifiquem um agravamento
estado
depressão
ansiedade,
ficarem
preocupados
alterações no seu comportamento.
Assinala-se igualmente que não foram ainda demonstrados os efeitos de segurança a
longo prazo no que respeita ao crescimento, à maturação e ao desenvolvimento
cognitivo e comportamental da Sertralina Vir neste grupo etário.
Idosos
Quando administrado nas mesmas doses, a sertralina é igualmente bem tolerada
pelo doente idoso e pelo doente mais jovem. Recomenda-se, por isso, o esquema
posológico normal.
Ao tomar Sertralina Vir com outros medicamentos
medicamentos
podem
interagir
entre
outras
substâncias
não
medicamentosas, originando reacções inesperadas e podendo, em alguns casos,
provocar uma diminuição ou aumento do efeito esperado. Informe o seu médico ou
farmacêutico
estiver
tomar
tiver
tomado
recentemente
outros
medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica, especialmente
os seguintes:
Dissulfiram (medicamento utilizado em situações de alcoolismo);
Sumatriptano (medicamento para a enxaqueca);
Diazepam (medicamento para a ansiedade);
Tolbutamida (medicamento para a diabetes);
Cimetidina (medicamento para as úlceras do estômago ou do duodeno);
Fenitoína (medicamento para a epilepsia);
Fenfluramina (medicamento para a obesidade) – que está revogado em Portugal;
Pimozida (medicamento para a psicose);
Outros medicamentos para o tratamento da depressão (por ex. inibidores da
monoamino-oxidase, lítio, triptofano ou outro fármaco da mesma classe do Sertralina
Vir).
O risco de hemorragia pode ser aumentado quando anticoagulantes, fármacos com
efeito
função
plaquetária
(ex.:
anti-inflamatórios
não
esteróides,
ácido
acetilsalicílico e ticlopidina), ou outros fármacos que possam aumentar o risco de
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hemorragia, são administrados concomitantemente com ISRS, incluindo a Sertralina
Vir (ver "Tome especial cuidado com Sertralina Vir ").
Deverá, igualmente, informar o seu médico se bebe bebidas alcoólicas.
A frequência dos efeitos secundários da Sertralina Vir pode aumentar durante a
utilização concomitante de produtos naturais ou preparações à base de extractos
vegetais que possuam na sua composição Hypericum perforatum.
Ao tomar Sertralina Vir com alimentos e bebidas
Os comprimidos podem ser tomados com água ou outra bebida não alcoólica, com
ou sem alimentos.
Gravidez e aleitamento
Gravidez
Se está grávida (ou pensa poder estar) apenas pode tomar Sertralina Vir se
receitado por um médico que tenha conhecimento do seu estado.
Aleitamento
Se está a amamentar, apenas pode tomar Sertralina Vir se receitado por um médico
que tenha conhecimento do seu estado.
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
Condução de veículos e utilização de máquinas
A Sertralina Vir poderá, eventualmente, afectar a capacidade de condução de
veículos e de utilização de outras máquinas. Aconselhe-se com o seu médico.
Informações importantes sobre alguns componentes de Sertralina Vir
Não aplicável.
3. COMO TOMAR SERTRALINA VIR
Tomar Sertralina Vir sempre de acordo com as indicações do médico. Fale com o seu
médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.
A dose inicial habitual, para o tratamento da depressão e da perturbação obsessiva-
compulsiva, é de 50 mg, uma vez por dia. No tratamento da perturbação de pânico,
da PPST e da fobia social, a dose inicial é de 25 mg, uma vez ao dia e, após uma
semana, será aumentada para 50 mg, uma vez ao dia.
Esta dose, de acordo com a resposta do doente, pode sofrer aumentos ao longo dum
período de semanas, até uma dose máxima de 200 mg, uma vez por dia. Alterações
na dose não devem ser realizadas mais que uma vez por semana tendo em conta as
24 horas de semi-vida de eliminação da sertralina.
Crianças/adolescentes
Idades compreendidas entre os 13-17 anos: dose inicial de 50 mg/dia.
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Idades compreendidas entre os 6-12 anos: dose inicial de 25 mg/dia, aumentando
para 50 mg/dia após uma semana.
Na ausência de resposta clínica, as doses subsequentes podem sofrer aumentos de
50 mg/dia até 200 mg/dia, se necessário. No entanto, quando ocorrem aumentos
em relação à dose de 50 mg deve ter-se em atenção o peso corporal, geralmente
inferior nas crianças em comparação com os adultos.
Não devem ser efectuados ajustes da dose em intervalos inferiores a 1 semana,
dadas as 24 horas de semi-vida de eliminação da sertralina.
Momento mais favorável à administração
A Sertralina Vir pode ser tomada a qualquer hora do dia (de manhã ou à noite) mas,
de preferência, sempre à mesma hora.
Duração média do tratamento
A duração do tratamento será a indicada pelo seu médico.
Deverá ter em atenção que, no tratamento da depressão, por vezes, só após 2-4
semanas de tratamento se começam a sentir melhorias significativas. Este é o
período previsível, no entanto poderá sentir-se melhor mais cedo.
Mesmo que se sinta bem, não deverá parar de tomar o medicamento antes da data
indicada pelo seu médico.
Quando for necessário parar o tratamento deverá ser considerada a redução gradual
da dose (ver Efeitos Secundários).
Se tomar mais Sertralina Vir do que deveria
Se for administrada uma dose excessiva de Sertralina Vir, por exemplo, em caso de
ingestão acidental por uma criança, deverá consultar imediatamente um médico ou
dirigir-se à urgência hospitalar mais próxima. Não se esqueça de levar a embalagem
de Sertralina Vir para mostrar ao médico.
Caso se tenha esquecido de tomar Sertralina Vir
Não tome uma dose a dobrar para compensar a dose que se esqueceu de tomar. Se
se esquecer de tomar uma dose deste medicamento deverá tomar a dose seguinte, à
hora normal, não devendo tomar a dose em falta. Se se esquecer de tomar várias
doses, deverá contactar o seu médico.
Se parar de tomar Sertralina Vir
Podem ocorrer reacções de privação na sequência da interrupção do tratamento, no
entanto, os dados de evidência clínica e pré-clínica disponíveis não sugerem que os
Inibidores da Recaptação da Serotonina causem dependência. Em associação com
reacções de privação foram notificados sintomas tais como, tonturas, parestesias,
cefaleias,
náuseas
ansiedade.
maioria
reacções
privação
são
intensidade ligeira e auto-limitadas. (ver "Duração média do tratamento").
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu
médico ou farmacêutico.
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4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSIVEIS
Como todos os medicamentos, a Sertralina Vir pode causar efeitos secundários, no
entanto estes não se manifestam em todas as pessoas.
Os estudos clínicos realizados em doentes com depressão ou com perturbação
obsessiva
compulsiva
mostraram
efeitos
secundários
mais
frequentemente ocorreram com a sertralina foram: boca seca, diarreia/fezes moles,
dispepsia, tonturas, anorexia, náuseas, tremores, hipersudorese, insónia, sonolência
e disfunção sexual, principalmente manifestada por atraso na ejaculação no homem.
Os efeitos secundários que mais frequentemente foram referidos (≥1/100, <1/10)
desde que o medicamento foi introduzido no mercado incluem: astenia, fadiga,
rubor, exantema cutâneo, dor torácica, palpitações, dor abdominal, obstipação,
vómitos,
cefaleias,
sintomas
extrapiramidais,
parestesias,
hipostesia,
agitação,
ansiedade, bocejos, zumbidos, irregularidades menstruais e distúrbios visuais.
Menos frequentemente (≥1/1.000, <1/100) foram descritos os seguintes efeitos
secundários: febre, mal-estar, perda de peso, aumento de peso, aumento de apetite,
púrpura,
prurido,
alopécia,
hipertensão,
edema
periférico,
taquicardia,
edema
periorbital,
midríase,
síncope,
enxaqueca,
sintomas
depressivos,
alucinações,
euforia, incontinência urinária e artralgia.
Foram
ainda
notificados
casos
raros
(≥1/10.000,
<1/1.000)
agitação
psicomotora/acatísia,
alteração
resultados
laboratoriais
clínicos,
priapismo,
broncospasmo,
reacção
alérgica,
alergias,
reacções
anafilactóides,
hiperprolactinémia, hipotiroidismo, galactorreia, ginecomastia, síndroma de secreção
inapropriada de ADH (SIADH), diminuição da libido feminina e masculina, pesadelos,
agressividade,
psicose,
pancreatite,
manifestações
hemorrágicas,
tais
como,
equimoses, hemorragia ginecológica, gastrointestinal e outras hemorragias cutâneas
ou mucosas, alterações hepáticas (incluindo aumento das enzimas hepáticas),
hiponatrémia e aumento do colesterol sérico, angioedema, alterações esfoliativas da
pele
(ex.
síndroma
Stevens-Jonhson
necrólise
epidérmica),
reacções
fotosensibilidade
cutânea,
urticária,
coma,
convulsões,
contracções
musculares
involuntárias, sinais e sintomas associados à síndroma serotoninérgica, em alguns
casos associado à utilização concomitante de fármacos serotoninérgicos, incluindo
agitação, confusão, diaforese, diarreia, febre, hipertensão, rigidez e taquicardia.
Frequência desconhecida
- Ideação/comportamentos relacionados com o suicídio durante o tratamento com
Sertralina Vir ou imediatamente após a sua descontinuação.
Podem ocorrer reacções de privação na sequência da interrupção do tratamento, no
entanto, os dados de evidência clínica e pré-clínica disponíveis não sugerem que os
Inibidores da Recaptação da Serotonina causam dependência. Em associação com
reacções de privação foram notificados sintomas tais como, tonturas, parestesias,
cefaleias,
náuseas
ansiedade.
maioria
reacções
privação
são
intensidade ligeira e auto-limitadas. (ver "Duração média do tratamento").
Os efeitos secundários descritos neste folheto, quando ocorrem, são, geralmente, de
natureza moderada. No entanto, se se tornarem intensos e persistentes deverá
consultar o seu médico.
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Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos
secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.
5. COMO CONSERVAR A SERTRALINA VIR
O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação.
Manter fora do alcance e da vista das crianças.
Não utilize a Sertralina Vir após o prazo de validade impresso na embalagem
exterior, após Val. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado.
Não usar se notar alguns efeitos visíveis de deterioração do medicamento.
Os medicamentos não devem ser eliminados na canalização ou no lixo doméstico.
Pergunte ao seu farmacêutico como eliminar os medicamentos de que já não
necessita. Estas medidas irão ajudar a proteger o ambiente.
6. OUTRAS INFORMAÇÕES
Qual a composição de Sertralina Vir
-A substância activa é: sertralina.
Sertralina Vir, 50 mg:
Cada comprimido contém 56 mg de sertralina, sob a forma de cloridrato, equivalente
a 50 mg de sertralina.
Sertralina Vir, 100 mg:
Cada
comprimido
contém
sertralina,
forma
cloridrato,
equivalente a 100 mg de sertralina.
Os outros componentes são:
carboximetilamido sódico (tipo A);
celulose microcristalina;
hidrogenofosfato de cálcio di-hidratado;
estearato de magnésio;
hidroxipropilcelulose;
Opadry branco OY-S-7355 (hipromelose, macrogol 400; dióxido de titânio (E171) e
polissorbato 80).
Qual o aspecto de Sertralina Vir e conteúdo da embalagem
Sertralina Vir, 50 mg:
Comprimidos revestidos por película, brancos, biconvexos, oblongos, com a letra “A”
gravada num dos lados e com uma ranhura entre os números “8” e “1” no outro
lado.
O comprimido por ser dividido em partes iguais.
Sertralina Vir, 100 mg:
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Comprimidos revestidos por película, brancos, biconvexos, oblongos, com a letra “A”
gravada num dos lados e com o número “82” no outro lado.
Embalagens com 20, 30, 60 e 500 comprimidos revestidos por película.
Medicamento sujeito a receita médica.
Titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante
Titular da Autorização de Introdução no Mercado
Laboratórios Vir Portugal, Lda.
Av. Conselheiro Fernando de Sousa, nº 19, 18º andar
1070-072 Lisboa
Portugal
Tel.: 21 3846300
Fax: 21 3870167
Fabricante
Industria Quimica y Farmaceutica VIR, S.A.
C/Laguna, 40-42. Poligono Industrial Urtinsa II
28923 Alcorcón-Madrid
Espanha
0034 91 486 29 90
0034 91 486 29 91
Este folheto foi aprovado pela última vez em
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
Sertralina Vir 50 mg Comprimidos revestidos por película.
Sertralina Vir 100 mg Comprimidos revestidos por película.
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Substância activa:
Sertralina Vir 50 mg Comprimidos revestidos por película
Cada comprimido contém 56 mg de sertralina, sob a forma de cloridrato, equivalente
a 50 mg de sertralina.
Sertralina Vir 100 mg Comprimidos revestidos por película
Cada
comprimido
contém
sertralina,
forma
cloridrato,
equivalente a 100 mg de sertralina.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Comprimido revestido por película.
Sertralina Vir, 50 mg:
Comprimidos revestidos por película, brancos, biconvexos, oblongos, com a letra “A”
gravada num dos lados e com uma ranhura entre os números “8” e “1” no outro
lado.
O comprimido por ser dividido em partes iguais.
Sertralina Vir, 100 mg:
Comprimidos revestidos por película, brancos, biconvexos, oblongos, com a letra “A”
gravada num dos lados e com o número “82” no outro lado.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
A Sertralina Vir está indicada no tratamento de:
-Depressão, incluindo a depressão acompanhada por sintomas de ansiedade, em
doentes com ou sem história de mania. Obtida uma resposta satisfatória, a
continuação do tratamento com Sertralina Vir é eficaz na prevenção de recaídas do
episódio depressivo inicial ou da recorrência de episódios ulteriores.
-Perturbação Obsessiva-Compulsiva (POC). Após a resposta inicial, a sertralina tem
sido associada a eficácia, segurança e tolerabilidade mantidas ao longo de 2 anos de
tratamento da POC.
-Perturbação de pânico, com ou sem agorafobia.
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-Doentes pediátricos com POC.
-Perturbação Pós-Stress Traumático (PPST).
-Fobia social (perturbação de ansiedade social). Uma vez obtida uma resposta
satisfatória, a continuação do tratamento com Sertralina Vir é eficaz na prevenção de
recaídas de episódios de fobia social.
4.2 Posologia e modo de administração
A segurança e eficácia da sertralina não foram estabelecidas em doentes pediátricos
com POC e idade inferior a 6 anos, bem como nas restantes indicações em crianças e
adolescentes com idade inferior a 18 anos.
A Sertralina Vir deve ser administrada em toma única diária de manhã ou à noite. Os
comprimidos podem ser administrados com ou sem alimentos.
Tratamento inicial
Depressão e POC
Deve ser administrada uma dose de 50 mg/dia.
Perturbação de pânico, PPST e fobia social
O tratamento deve ser iniciado com a administração de uma dose de 25 mg/dia. A
dose deverá ser aumentada para 50 mg/dia, uma semana depois. Este regime
posológico tem demonstrado reduzir a frequência dos efeitos secundários precoces
emergentes do tratamento, característicos da perturbação de pânico.
Ajuste posológico
Depressão, POC e perturbação de pânico, PPST e fobia social
Os doentes que não respondam a uma dose de 50 mg poderão beneficiar de
aumentos posológicos. As alterações na dose devem ser efectuadas com intervalos
de, pelo menos, uma semana, até à dose máxima de 200 mg/dia. Alterações na dose
não devem ser realizadas mais do que uma vez por semana, tendo em conta as 24
horas de semi-vida de eliminação da sertralina.
O início do efeito terapêutico pode ser observado dentro de sete dias. No entanto,
são habitualmente necessários períodos mais longos para que se demonstre resposta
terapêutica, especialmente na POC.
Manutenção
A posologia na terapêutica prolongada deve manter-se no mais baixo nível eficaz,
com subsequentes ajustes consoante a resposta terapêutica.
Reacções de privação observadas durante a descontinuação do tratamento com
ISRS:
A descontinuação abrupta da terapêutica deve ser evitada. Quando o tratamento
com Sertralina VIR for descontinuado a dose deve ser gradualmente diminuída
durante um período de pelo menos uma a duas semanas, de forma a reduzir o risco
de reacções de privação (ver secções 4.4 Advertências e precauções especiais de
utilização e 4.8 Efeitos indesejáveis). Se no decurso de uma diminuição da dose ou
da descontinuação do tratamento ocorrerem sintomas intoleráveis, deverá ser
avaliada
necessidade
retomar
dose
anteriormente
prescrita.
Subsequentemente, o médico poderá continuar com a redução da dose mas de
forma mais gradual.
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Crianças
A segurança e a eficácia da sertralina foram estabelecidas em doentes pediátricos
com POC (6-17 anos de idade). A administração de Sertralina Vir a doentes
pediátricos com POC (13-17 anos de idade) deve ser iniciada com 50 mg/dia. A
terapêutica em doentes pediátricos com POC (6-12 anos de idade) deve ser iniciada
com 25 mg/dia, aumentando para 50 mg/dia após uma semana. Na ausência de
resposta clínica, as doses subsequentes podem sofrer aumentos de 50 mg/dia até
200 mg/dia, se necessário. Num ensaio clínico efectuado em doentes de 6-17 anos
de idade com depressão ou POC, o perfil farmacocinético da sertralina foi semelhante
ao do adulto. No entanto, quando ocorrem aumentos em relação à dose de 50 mg,
deve ter-se em atenção o peso corporal, geralmente inferior nas crianças em
comparação com os adultos.
Ajuste posológico em crianças e adolescentes
A sertralina tem uma semi-vida de eliminação de aproximadamente um dia; pelo que
não deverão ser efectuados ajustes da dose em intervalos inferiores a uma semana.
Idosos
Deverá ser utilizada a mesma posologia do adulto mais jovem.
Mais de 700 doentes idosos (> 65 anos) participaram em estudos clínicos, que
permitiram demonstrar a eficácia da sertralina nesta população de doentes. O padrão
e a incidência de reacções adversas nos idosos foram semelhantes aos dos doentes
mais jovens.
Utilização em caso de insuficiência hepática
A utilização da sertralina em doentes com doença hepática deve ser feita com
precaução. Em doentes com insuficiência hepática deve ser considerada a utilização
de uma dose menor ou menos frequente (ver secção 4.4).
Utilização em caso de insuficiência renal
A sertralina é largamente metabolizada. A excreção do fármaco inalterado na urina é
uma via minor de eliminação. Dada a baixa excreção renal da sertralina, não é
necessário qualquer ajuste na dose de fármaco a administrar em função do grau de
insuficiência renal (ver secção 4.4).
4.3 Contra-indicações
A sertralina está contra-indicada em caso de hipersensibilidade à substância activa
ou a qualquer um dos excipientes.
A administração concomitante de inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) está
contra-indicada (ver secção 4.4). A administração concomitante da pimozida está
igualmente contra-indicada (ver secção 4.5).
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Inibidores da Monoaminoxidase
Foram relatados casos de reacções graves, por vezes fatais, em doentes medicados
com sertralina concomitantemente com um inibidor da monoaminoxidase (IMAO),
incluindo o IMAO selectivo, selegilina, e o IMAO reversível, moclobemida. Alguns
casos
apresentaram-se
características
semelhantes
síndrome
serotoninérgica,
cujos
sintomas
incluem:
hipertermia,
rigidez,
mioclonia,
instabilidade
autonómica
possíveis
flutuações
rápidas
sinais
vitais,
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alterações do estado mental, tais como confusão, irritabilidade e agitação extrema,
evoluindo para delírio e coma. Portanto, a sertralina não deve ser usada em
combinação com um IMAO, nem no período de 14 dias após terminar o tratamento
com este último. De forma idêntica, devem passar, pelo menos, 14 dias após a
interrupção do tratamento com sertralina, antes de iniciar um IMAO (ver secção
4.3).
Outros Fármacos Serotoninérgicos
A co-administração de sertralina e outros fármacos que aumentam os efeitos da
neurotransmissão serotoninérgica, tais como o triptofano, a fenfluramina ou os
agonistas 5-HT, deve ser efectuada com precaução e evitada sempre que possível,
atendendo ao potencial desenvolvimento de interacções farmacodinâmicas.
Mudança
tratamento
iniciado
Inibidores
Selectivos
Recaptação
Serotonina (ISRSs), Fármacos para o Tratamento da Depressão ou da POC
A experiência referente a ensaios controlados é limitada no que se refere à ocasião
considerada
óptima
para
mudar
tratamento
ISRSs,
fármacos
para
tratamento da depressão ou da POC para a sertralina. Deverá efectuar-se uma
avaliação médica cuidada e prudente aquando desta mudança de tratamento,
particularmente no caso de fármacos de acção longa, como a fluoxetina. Não foi
estabelecida a duração de um período de eliminação ("washout") para a troca da
medicação com um ISRS por outro fármaco do mesmo grupo.
Activação de Mania/Hipomania
Nalguns
estudos
pré-comercialização
ocorreu
hipomania
mania
aproximadamente 0,4% dos doentes medicados com sertralina. A activação de
mania/hipomania foi também relatada numa pequena percentagem de doentes com
distúrbios afectivos major tratados com outros fármacos para o tratamento da
depressão ou da POC.
Convulsões
As convulsões são um risco potencial dos fármacos utilizados para o tratamento da
depressão e da POC. Foram descritas convulsões em aproximadamente 0,08% dos
doentes
quem
administrada
sertralina
âmbito
programa
desenvolvimento do fármaco na depressão. Não foram observadas convulsões em
doentes tratados com sertralina no âmbito do programa de desenvolvimento da
perturbação de pânico. No âmbito do programa de desenvolvimento para a POC,
quatro de aproximadamente 1.800 doentes expostos à sertralina tiveram convulsões
(aproximadamente
0,2%).
Três
destes
doentes
eram
adolescentes,
dois
episódios de convulsões e um com história familiar de convulsões; nenhum destes
doentes estava a ser medicado com terapêutica anti-convulsivante. Em todos estes
casos é incerta a relação com a terapêutica com sertralina. Uma vez que a sertralina
não foi avaliada em doentes com doença convulsiva, a sua administração deve ser
evitada em doentes com epilepsia instável; os doentes com epilepsia controlada
devem ser cuidadosamente monitorizados. A administração da sertralina deve ser
interrompida em qualquer doente que desenvolva convulsões.
Suicídio
Já que o risco de suicídio é inerente à depressão e poderá persistir até à ocorrência
de remissão significativa, os doentes deverão ser cuidadosamente vigiados durante o
início da terapêutica.
APROVADO EM
15-01-2010
INFARMED
Em virtude da comorbilidade estabelecida entre POC e depressão, perturbação de
pânico e depressão, PPST e depressão, fobia social e depressão, as precauções a
tomar durante o tratamento de doentes com depressão, deverão ser as mesmas
observadas durante o tratamento de doentes com POC, perturbação de pânico, PPST
ou fobia social.
Suicídio/ideação suicida/agravamento da situação clínica
depressão
está
associada
aumento
risco
ideação
suicida,
auto
agressividade
suicídio
(pensamentos/comportamentos
relacionados
suicídio).
O risco prevalece até que ocorra remissão significativa dos sintomas. Como durante
as primeiras semanas ou mais de tratamento pode não se verificar qualquer
melhoria, os doentes deverão ter uma vigilância mais rigorosa até que essa melhoria
ocorra. De acordo com a prática clínica, em geral o risco de suicídio pode aumentar
nas fases iniciais da recuperação.
Outros distúrbios psiquiátricos para os quais Sertralina VIR é prescrito podem estar
associados ao aumento do risco de ideação/comportamentos relacionados com o
suicídio. Adicionalmente, estas situações podem ser co-mórbidas com os distúrbios
depressivos major. Consequentemente, no tratamento de doentes com outros
distúrbios psiquiátricos deverão ser tomadas as mesmas precauções que aquando da
terapêutica de doentes com distúrbios depressivos major.
Os doentes com história de pensamentos/comportamentos relacionados com o
suicídio, que apresentem um grau significativo destes sintomas antes do inicio do
tratamento, apresentam também um maior risco de ideação suicida ou de tentativa
de suicídio, devendo por este motivo ser cuidadosamente monitorizados durante o
tratamento. Uma meta-análise de estudos clínicos controlados com placebo em
adultos
distúrbios
psiquiátricos
demonstrou
aumento
risco
comportamentos relacionados com o suicídio em doentes com menos de 25 anos a
tomar
antidepressivos
comparativamente
doentes
tomar
placebo.
terapêutica medicamentosa deverá ser acompanhada de uma monitorização rigorosa
em particular nos doentes de maior risco especialmente na fase inicial do tratamento
ou na sequência de alterações posológicas.
Os doentes, e os prestadores de cuidados de saúde, devem ser alertados para a
necessidade
monitorização
relativamente
qualquer
agravamento
situação clínica, pensamentos/comportamentos relacionados com o suicídio e para
procurar assistência médica imediatamente caso estes ocorram.
Acatísia/Agitação psicomotora
A administração de Sertralina VIR tem sido associada ao desenvolvimento de
acatísia, caracterizada por agitação subjectivamente desconfortável e perturbadora,
e necessidade de movimento, frequentemente acompanhada por incapacidade do
doente se sentar ou permanecer em repouso. Esta situação é mais frequente nas
primeiras semanas de tratamento.
doentes
que desenvolvam
estes
sintomas
aumento
dose
pode
prejudicial.
Doença cardíaca
A Sertralina não provoca alterações clinicamente significativas na pressão arterial, na
frequência cardíaca nem no ECG. Não obstante, é necessário tomar as precauções
habituais nos doentes com cardiopatias.
APROVADO EM
15-01-2010
INFARMED
Reacções de privação observadas durante a descontinuação do tratamento com ISRS
Os sintomas de privação observados durante a descontinuação do tratamento são
frequentes, em particular se a descontinuação é feita de forma abrupta (ver secção
Efeitos
indesejáveis).
ensaios
clínicos,
acontecimentos
adversos
observados
durante
descontinuação
tratamento
ocorreram
aproximadamente 20% dos doentes tratados ISRSs.
O risco de ocorrência de sintomas de privação poderá depender de vários factores
incluindo a duração do tratamento, a dose administrada e a taxa de redução da
dose. Tonturas, distúrbios sensoriais (incluindo parestesias), distúrbios do sono
(incluindo insónias e sonhos vívidos), agitação ou ansiedade, náuseas e/ou vómitos,
tremor, confusão, sudação, cefaleia, diarreia, palpitações, instabilidade emocional,
irritabilidade e distúrbios visuais são as reacções mais frequentemente notificadas.
Geralmente estes sintomas são de intensidade ligeira a moderada, contudo em
alguns doentes podem ser intensos. Estes sintomas ocorrem geralmente durante os
primeiros dias de descontinuação do tratamento, no entanto também têm sido muito
raramente notificados em doentes que inadvertidamente falharam uma toma do
medicamento.
geral
estes
sintomas
são
auto-limitados
normalmente
desaparecem dentro de 2 semanas, apesar de em alguns indivíduos se poderem
prolongar (2-3 meses ou mais). Consequentemente, é aconselhável a redução
gradual de Sertralina VIR quando o tratamento é descontinuado durante um período
de várias semanas ou meses, de acordo com as necessidades do doente (ver
“Reacções de privação observadas durante a descontinuação do tratamento com
ISRS" na secção 4.2 Posologia e modo de administração).
Utilização em crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos
A Sertralina Vir não deve ser utilizada no tratamento de crianças e adolescentes com
idade inferior a 18 anos, excepto nos casos de doentes com Perturbação Obsessiva-
Compulsiva. Foram observados com maior frequência comportamentos relacionados
suicídio
(tentativa
suicídio
ideação
suicida)
hostilidade
(predominantemente agressão, comportamento de oposição e cólera) em ensaios
clínicos com crianças e adolescentes que se encontravam a tomar antidepressivos,
em comparação com os que se encontravam a tomar placebo. Se, não obstante, com
base na necessidade clínica, a decisão de tratamento for tomada, o doente deve ser
rigorosamente monitorizado em relação ao aparecimento de sintomas suicidas. Não
estão disponíveis dados de segurança a longo prazo em crianças e adolescentes no
que se refere ao crescimento, à maturação e ao desenvolvimento cognitivo e
comportamental.
Insuficiência Hepática
A sertralina é largamente metabolizada pelo fígado. Um estudo farmacocinético de
doses múltiplas em doentes com cirrose hepática ligeira, estável, demonstrou um
prolongamento da semi-vida de eliminação e uma AUC e Cmax aproximadamente
três vezes superior em comparação com indivíduos saudáveis. Não foram observadas
diferenças significativas na ligação às proteínas plasmáticas entre os dois grupos. A
utilização da sertralina em doentes com doença hepática deve ser feita com
precaução. Em doentes com insuficiência hepática, deve ser considerada a utilização
de uma dose menor ou menos frequente.
Insuficiência Renal
A sertralina é largamente metabolizada pelo que a excreção do fármaco inalterado
na urina é uma via minor de eliminação. Em estudos com doentes com insuficiência
renal ligeira a moderada (depuração da creatinina 30-60 ml/min), ou moderada a
APROVADO EM
15-01-2010
INFARMED
grave (depuração da creatinina 10-29 ml/min), os parâmetros farmacocinéticos de
doses múltiplas (AUC0-24 ou Cmax) não foram significativamente diferentes quando
comparados com um grupo de controlo. Os tempos de semi-vida foram semelhantes,
não tendo sido registadas diferenças na ligação às proteínas plasmáticas em todos os
grupos estudados. Estes estudos sugerem que, dada a baixa excreção renal da
sertralina, não é necessário qualquer ajuste na dose de fármaco a administrar, em
função do grau de insuficiência renal.
Efeitos hematopoiéticos
Foram notificados casos de hemorragia, por vezes graves, associados com a
utilização de inibidores da recaptação da serotonina (paroxetina, fluvoxamina,
fluoxetina,
citalopram,
sertralina,
nefazodona,
venlafaxina
clomipramina).
Recomenda-se
precaução
administração
concomitante
anticoagulantes,
fármacos que tenham efeito na função plaquetária (anti-inflamatórios não esteróides
(AINEs), ácido acetilsalicílico e ticlopidina) ou outros fármacos que possam aumentar
o risco de hemorragia. Igualmente se recomenda precaução na utilização destes
fármacos em doentes com alterações hemorrágicas.
A frequência dos efeitos adversos secundários da sertralina pode aumentar durante a
utilização concomitante de produtos naturais ou preparações à base de extractos
vegetais que possuam na sua composição Hypericum perforatum.
4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção
Inibidores da monoaminoxidase – (ver secções 4.3 e 4.4.).
Álcool e depressores do SNC – No indivíduo saudável, a administração concomitante
sertralina
dose
diária
não
potência
efeitos
álcool,
carbamazepina,
haloperidol
fenitoína,
sobre
desempenho
cognitivo
psicomotor, contudo, não é recomendada a administração concomitante de sertralina
e álcool.
Lítio – Em estudos clínicos controlados com placebo, efectuados em voluntários sãos,
a co-administração de sertralina e lítio não alterou a farmacocinética deste último,
embora
tenha
resultado
aumento
tremor
relativamente
placebo,
indicando assim, a existência de uma possível interacção farmacodinâmica. Os
doentes devem ser adequadamente monitorizados aquando da co-administração de
sertralina e outros medicamentos, tais como o lítio, que possam actuar através de
mecanismos serotoninérgicos.
Fenitoína – Um estudo clínico controlado com placebo, efectuado em voluntários
sãos, sugeriu que a administração crónica de 200 mg/dia de sertralina não causa
inibição
clinicamente
importante
metabolismo
fenitoína.
entanto,
recomenda-se a monitorização das concentrações plasmáticas da fenitoína após o
início da terapêutica com sertralina, com ajustes adequados da dose de fenitoína.
Sumatriptano – Durante o período de pós-comercialização, têm sido registados casos
raros de fraqueza, hiperreflexia, descoordenação, confusão, ansiedade e agitação
após a administração de sertralina e sumatriptano. Se a terapêutica concomitante de
sertralina e sumatriptano é clinicamente necessária, aconselha-se a observação
adequada do doente (ver secção 4.4).
APROVADO EM
15-01-2010
INFARMED
Pimozida
Demonstrou-se
aumento
níveis
pimozida, num estudo
utilização deste fármaco em dose única baixa (2 mg) co-administrado com sertralina.
Este aumento não foi associado a alterações no ECG. No entanto, dada a estreita
janela terapêutica da pimozida e uma vez que o mecanismo desta interacção é
desconhecido, a administração concomitante de sertralina e pimozida é contra-
indicada.
Outros fármacos serotoninérgicos – (ver secção 4.4.).
Fármacos com ligação às proteínas plasmáticas – Uma vez que a sertralina se liga às
proteínas plasmáticas, deve ter-se presente a sua capacidade de interagir com
outros fármacos com esse tipo de ligação. No entanto, em três estudos formais de
interacção com o diazepam, tolbutamida e varfarina, respectivamente, a sertralina
não exerceu efeitos significativos na ligação do substrato às proteínas plasmáticas.
(ver sub-secções Varfarina e outras interacções medicamentosas).
Varfarina – A co-administração de sertralina, na dose diária de 200 mg, com a
varfarina, resultou num pequeno, mas estatisticamente significativo, aumento no
tempo de protrombina. Assim, o tempo de protrombina deve ser cuidadosamente
monitorizado quando se iniciar ou interromper a terapêutica com a sertralina.
Outras interacções medicamentosas – Realizaram-se estudos formais de interacção
com a sertralina. A co-administração de sertralina, na dose diária de 200 mg, com o
diazepam ou a tolbutamida, resultou em alterações ligeiras, mas estatisticamente
significativas, de alguns parâmetros farmacocinéticos. A administração concomitante
de cimetidina causou uma diminuição substancial na depuração da sertralina.
Desconhece-se o significado clínico destas alterações. A sertralina não teve efeito na
actividade bloqueadora beta-adrenérgica do atenolol. Não se observaram interacções
da sertralina na dose diária de 200 mg, com a glibenclamida ou a digoxina.
O risco de hemorragia pode ser aumentado quando anticoagulantes, fármacos com
efeito
função
plaquetária
(ex.
anti-inflamatórios
não
esteróides,
ácido
acetilsalicílico e ticlopidina), ou outros fármacos que possam aumentar o risco de
hemorragia, são administrados concomitantemente com ISRSs, incluindo a Sertralina
Vir (ver secção 4.4).
Terapêutica electroconvulsiva – Não existem estudos clínicos que estabeleçam os
riscos ou os benefícios da utilização combinada da terapêutica electroconvulsiva e da
sertralina.
Fármacos metabolizados pelo citocromo P450 (CYP) 2D6 – Existe variabilidade entre
os antidepressivos no que se refere à extensão da inibição da actividade da
isoenzima CYP 2D6. O significado clínico da interacção depende da extensão da
inibição e da margem terapêutica do fármaco co-administrado. Os substratos da CYP
2D6 com estreita margem terapêutica incluem os fármacos tricíclicos e os anti-
arrítmicos da classe 1C, tais como a propafenona e a flecaínida. Verificou-se que, em
estudos formais de interacção, a administração crónica de 50 mg diários de
sertralina provocou um aumento mínimo (23%-37%) nos níveis plasmáticos de
desipramina (um marcador da actividade da isoenzima CYP 2D6) no estado de
equilíbrio.
Fármacos metabolizados por outras enzimas CYP (CYP 3A3/4, CYP 2C9, CYP 2C19,
CYP 1A2):
APROVADO EM
15-01-2010
INFARMED
3A3/4
Estudos
interacção
vivo
permitiram
demonstrar
administração crónica de sertralina, na dose diária de 200 mg, não inibe a
hidroxilação 6-b do cortisol endógeno mediada pela CYP 3A3/4, nem o metabolismo
da carbamazepina ou da terfenadina. Adicionalmente, a administração crónica de
sertralina, na dose diária de 50 mg, não inibe o metabolismo do alprazolam, mediado
pela CYP 3A3/4. Os resultados destes estudos sugerem que a sertralina não é um
inibidor clinicamente relevante da CYP 3A3/4.
CYP 2C9 - A aparente ausência de efeitos clinicamente significativos sobre as
concentrações plasmáticas de tolbutamida, fenitoína e varfarina em resultado da
administração crónica de sertralina, na dose diária de 200 mg, sugere que a
sertralina não é um inibidor clinicamente significativo da CYP 2C9 (ver sub-secções
outras interacções medicamentosas, fenitoína e varfarina).
CYP 2C19 - A aparente ausência de efeitos clinicamente significativos sobre as
concentrações plasmáticas de diazepam em resultado da administração crónica de
sertralina, na dose diária de 200 mg, sugere que a sertralina não é um inibidor
clinicamente
significativo
2C19
(ver
sub-secção
outras
interacções
medicamentosas).
CYP 1A2 - Estudos in vitro sugerem que a sertralina apresenta uma fraca ou nula
capacidade para inibir a CYP 1A2.
4.6 Gravidez e aleitamento
Foram efectuados estudos de reprodução em ratos e coelhos com doses cerca de 20
e 10 vezes superiores à dose máxima diária usada no homem (mg/kg). Não houve
indicação de teratogenicidade em qualquer nível posológico. Contudo, com níveis
correspondentes a aproximadamente 2,5 a 10 vezes a dose máxima diária no
homem
(mg/kg),
sertralina
atrasou
processo
ossificação
fetos,
provavelmente devido aos efeitos nas mães.
Observou-se uma diminuição na sobrevivência neonatal após administração, às
fêmeas, de sertralina em doses de aproximadamente 5 vezes a dose máxima diária
no homem (mg/kg). Foram descritos efeitos similares sobre a sobrevivência neonatal
com outros anti-depressivos. O significado clínico destes efeitos é desconhecido.
Não existem estudos adequados e bem controlados na mulher grávida. Atendendo a
que nem sempre é possível prever a resposta do ser humano a partir dos estudos de
reprodução efectuados no animal, a sertralina só deve ser usada durante a gravidez
quando o benefício previsto superar o risco.
Os dados disponíveis referentes aos níveis de sertralina no leite materno são
limitados. Estudos isolados com participação de um número muito reduzido de
mulheres em período de amamentação e respectivos recém-nascidos, revelaram
níveis desprezáveis ou não detectáveis de sertralina no soro dos recém-nascidos,
embora
níveis
presentes
leite
materno
tenham
atingido
concentrações
superiores às do soro materno. Não se recomenda a utilização em mulheres em
período de amamentação a menos que, de acordo com a decisão do médico, o
benefício seja superior ao risco.
Se for utilizada sertralina durante a gravidez e/ou aleitamento, o médico deve ter
conhecimento que sintomas, incluindo os atribuíveis às reacções de descontinuação
da terapêutica, foram descritos em recém-nascidos cujas mães foram medicadas
com ISRSs, incluindo a sertralina.
A mulher em idade fértil deve usar um método seguro de contracepção, se for
medicada com sertralina.
APROVADO EM
15-01-2010
INFARMED
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
estudos
clínicos
farmacológicos
mostraram
sertralina
não
afecta
desempenho psicomotor. Contudo, os fármacos psicotrópicos podem afectar as
capacidades
mentais
físicas
necessárias
para
realização
tarefas
potencialmente perigosas, como seja a condução ou o uso de máquinas. Portanto, os
doentes devem ser avisados dessa possibilidade.
4.8 Efeitos indesejáveis
Os efeitos indesejáveis são apresentados por ordem decrescente de gravidade dentro
de cada classe de frequência.
Dados de Ensaios Clínicos
Ensaios de dose múltipla na depressão mostraram que os efeitos secundários
significativamente mais frequentes com a sertralina que com o grupo placebo,
consistiram em:
Doenças do sistema nervoso autónomo: secura da boca e hipersudorese.
Doenças do sistema nervoso central e periférico: tonturas e tremores.
Doenças gastrointestinais: diarreia/fezes moles, dispepsia e náuseas.
Perturbações do foro psiquiátrico: anorexia, insónia e sonolência.
Doenças
órgãos
genitais
mama:
disfunção
sexual
(principalmente
ejaculação retardada, no homem).
O perfil de efeitos secundários vulgarmente observado em ensaios clínicos em dupla
ocultação, controlados com placebo, em doentes com POC, perturbação de pânico,
PPST e fobia social foi semelhante ao observado em ensaios clínicos efectuados em
doentes com depressão.
Dados de pós-comercialização
Desde
medicamento
introduzido
mercado,
foram
relatados
espontaneamente os seguintes efeitos adversos:
Doenças do sangue e do sistema linfático
Pouco frequentes (≥1/1.000, <1/100): púrpura.
Raros
(≥1/10.000,
<1/1.000):
alteração
função
plaquetária,
leucopenia,
trombocitopenia, perturbações hemorrágicas, tais como, equimoses, hemorragia
gastrointestinal, hemorragia ginecológica e outras hemorragias cutâneas ou das
mucosas (ver secção 4.4).
Doenças do sistema imunitário
Raros (≥1/10.000, <1/1.000): reacção alérgica, alergia, reacções anafilactóides
Doenças endócrinas
Raros
(≥1/10.000,
<1/1.000):
galactorreia,
ginecomastia,
hiperprolactinémia,
hipotiroidismo e síndroma de secreção inapropriada de ADH (SIADH).
APROVADO EM
15-01-2010
INFARMED
Doenças do metabolismo e da nutrição
Raros (≥1/10.000, <1/1.000): hiponatrémia e aumento do colesterol sérico.
Perturbações do foro psiquiátrico
Frequentes (≥1/100, <1/10): agitação, ansiedade, bocejos.
Pouco frequentes (≥1/1.000, <1/100): sintomas depressivos, euforia, alucinações.
Raros (≥1/10.000, <1/1.000): reacção agressiva, diminuição da líbido feminina e
masculina, pesadelos, psicose.
Desconhecido ideação/comportamento suicida
Doenças do sistema nervoso central e periférico
Frequentes
(≥1/100,
<1/10):
cefaleias,
alterações
movimentos
(incluindo
sintomas
extrapiramidais
como
hipercinésia,
hipertonia,
bruxismo
anomalias
locomotoras), parestesias e hipostesia.
Pouco frequentes (≥1/1.000, <1/100): enxaqueca.
Raros
(≥1/10.000,
<1/1.000):
coma,
convulsões,
contracções
musculares
involuntárias. Foram também relatados sinais e sintomas associados à síndrome
serotoninérgica, em alguns casos associado à utilização concomitante de fármacos
serotoninérgicos,
incluindo
agitação,
confusão,
diaforese,
diarreia,
febre,
hipertensão, rigidez, taquicardia, agitação psicomotora/acatísia (ver secção 4.4.
Advertências e precauções especiais de utilização).
Doenças do sistema nervoso autónomo:
Pouco frequentes (≥1/1.000, <1/100): midríase.
Raros (≥1/10.000, <1/1.000): priapismo.
Afecções oculares:
Frequentes (≥1/100, <1/10): distúrbios visuais
Afecções do ouvido e do labirinto
Frequentes (≥1/100, <1/10): acufenos
Cardiopatias
Frequentes (≥1/100, <1/10): precordialgia e palpitações.
Pouco
frequentes
(≥1/1.000,
<1/100):
hipertensão,
edema
periférico,
edema
periorbital, síncope, taquicardia.
Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino
Raros (≥1/10.000, <1/1.000): broncospasmo.
Doenças gastrointestinais
Frequentes (≥1/100, <1/10): dor abdominal, obstipação, vómitos.
Pouco frequentes (≥1/1.000, <1/100): aumento de apetite.
Raros (≥1/10.000, <1/1.000): pancreatite
Afecções hepatobiliares
Raros
(≥1/10.000,
<1/1.000):
reacções
hepáticas
graves
(incluindo
hepatite,
icterícia
insuficiência
hepática)
elevações
assintomáticas
valores
transaminases séricas (AST e ALT).
Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos:
Frequentes (≥1/100, <1/10): exântema cutâneo.
APROVADO EM
15-01-2010
INFARMED
Pouco frequentes (≥1/1.000, <1/100): alopécia, prurido.
Raros (≥1/10.000, <1/1.000): angioedema, reacções de fotossensibilidade cutânea,
relatos raros de alterações esfoliativas graves da pele (ex. Síndroma de Stevens-
Johnson e necrólise epidérmica), urticária
Afecções músculoesqueléticas e dos tecidos conjuntivos
Pouco frequentes (≥1/1.000, <1/100): artralgia.
Doenças renais e urinárias
Pouco frequentes (≥1/1.000, <1/100): incontinência urinária.
Raros (≥1/10.000, <1/1.000): edema facial e retenção urinária.
Doenças dos órgãos genitais e da mama
Frequentes (≥1/100, <1/10): irregularidades menstruais
Perturbações gerais e alterações no local de administração
Frequentes (≥1/100, <1/10): astenia, fadiga, rubor.
Pouco frequentes (≥1/1.000, <1/100): febre, mal-estar, perda de peso, aumento de
peso.
Alterações laboratoriais
Raros (≥1/10.000, <1/1.000): valores laboratoriais anormais.
Outros:
Foram notificados casos de ideação/comportamento suicida durante o tratamento
com Sertralina Vir ou imediatamente após a sua descontinuação (ver secção 4.4).
Podem ocorrer reacções de privação na sequência da interrupção do tratamento, no
entanto, os dados de evidência clínica e pré-clínica disponíveis não sugerem que os
ISRSs
causem
dependência.
associação
reacções
privação
foram
notificados
sintomas
tais
como,
tonturas,
parestesias,
cefaleias,
náuseas
ansiedade. A maioria das reacções de privação são de intensidade ligeira e auto-
limitadas. A interrupção do tratamento deve ser feita através da redução gradual da
dose, a fim de prevenir a ocorrência destes sintomas (ver secção 4.2).
4.9 Sobredosagem
De acordo com os dados disponíveis, a sertralina possui uma larga margem de
segurança em situações de sobredosagem. Foram descritos casos de sobredosagens
até 13,5 g. Foram igualmente descritos casos letais de sobredosagem com sertralina,
especialmente em associação com outros fármacos e/ou álcool. Portanto, qualquer
sobredosagem deve ser tratada rapidamente. Os sintomas de sobredosagem incluem
efeitos secundários mediados pela serotonina, tais como sonolência, alterações
gastrointestinais
(como
náuseas
vómitos),
taquicardia,
tremor,
agitação
tonturas. Menos frequentemente, foram relatados casos de coma.
Não existem antídotos específicos para a sertralina. Dever-se-á estabelecer e manter
uma via aérea e assegurar uma adequada oxigenação e ventilação, se necessário. O
carvão activado, que pode ser utilizado com um catártico, pode ser tão ou mais
eficaz do que a lavagem gástrica, e deverá ser considerado no tratamento da
sobredosagem.
indução
emese
não
recomendada.
Recomenda-se
monitorização dos sinais vitais e cardíacos bem como medidas gerais sintomáticas e
de suporte.
APROVADO EM
15-01-2010
INFARMED
Devido ao grande volume de distribuição da sertralina, a diurese forçada, a diálise, a
hemoperfusão e a transfusão de substituição não deverão trazer benefício.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo
farmacoterapêutico:
2.9.3
Sistema
nervoso
central.
Psicofármacos,
Antidepressores.
Código ATC: N06AB06
A sertralina é um inibidor potente e específico da recaptação neuronal da serotonina
(5-HT) in vitro potenciando assim, no animal, os efeitos da serotonina. Tem somente
um efeito muito fraco na recaptação neuronal da noradrenalina e dopamina. Em
doses clínicas a sertralina bloqueia a recaptação da serotonina a nível das plaquetas
humanas. No animal a sertralina é destituída de actividade estimulante, sedativa ou
anticolinérgica, bem como de cardiotoxicidade.
Em estudos controlados com voluntários saudáveis, a sertralina não causou sedação
e não interferiu com o desempenho psicomotor. De acordo com a sua inibição
selectiva
recaptação
5-HT,
sertralina
não
reforça
actividade
catecolaminérgica. A sertralina não tem nenhuma afinidade para os receptores
muscarínicos
(colinérgicos),
serotoninérgicos,
dopaminérgicos,
adrenérgicos,
histaminérgicos, GABA (ácido gama-aminobutírico) ou benzodiazepínicos.
A administração crónica de sertralina em animais associa-se a uma hiporegulação
dos receptores cerebrais da noradrenalina, tal como se observa com outros fármacos
clinicamente eficazes para o tratamento da depressão e da POC.
Em ensaios clínicos controlados, não se observou aumento de peso em doentes
medicados com sertralina para tratamento da depressão ou da POC, podendo mesmo
ocorrer em alguns doentes uma redução do peso corporal.
A sertralina não revelou qualquer potencial de abuso. Num estudo aleatorizado,
comparativo, em dupla ocultação e controlado com placebo, em que se avaliou a
probalidade
desenvolvimento
abuso
sertralina,
alprazolam
anfetamina no ser humano, a sertralina não produziu efeitos subjectivos positivos
indicativos de potencial de abuso. Pelo contrário, o alprazolam e a d-anfetamina
foram classificados como significativamente superiores ao placebo no que concerne
às medidas de apetência pelo fármaco, euforia e potencial de abuso. A sertralina não
produziu a estimulação nem a ansiedade associadas à d-anfetamina, nem a sedação
ou a disfunção psicomotora associadas ao alprazolam. A sertralina não funciona
como reforço positivo no macaco rhesus treinado para auto-administração de
cocaína,
substitui,
como
estímulo
discriminativo,
d-anfetamina
fenobarbital no macaco rhesus.
Num estudo, multicêntrico, de dose flexível, que comparou a sertralina (50-200
mg/dia) com placebo na prevenção de recaídas na Fobia Social, os doentes
respondedores às 20 semanas foram re-randomizados para 24 semanas adicionais
estudo
terapêutica
continuação
sertralina
(50-200
substituição por placebo, enquanto os doentes de placebo permaneceram com
placebo. Os doentes que receberam sertralina em terapêutica de continuação
obtiveram uma diminuição significativa da taxa de recaídas para além das 24
semanas
quando
comparada
doentes
randomizados
para
terapêutica
substituição com placebo.
APROVADO EM
15-01-2010
INFARMED
5.2 Propriedades farmacocinéticas
A sertralina possui uma farmacocinética proporcional à dose, entre os 50 a 200 mg.
No homem, após a dose oral única diária, entre 50 a 200 mg durante 14 dias, os
picos plasmáticos (Cmax) de sertralina surgem cerca de 4,5 a 8,4 horas após a
administração. O perfil farmacocinético nos adolescentes ou nos doentes idosos não
é significativamente diferente do observado nos adultos com idades compreendidas
entre os 18 e 65 anos. A semi-vida média da sertralina nos doentes jovens e nos
idosos
aproximadamente
22-36
horas.
acordo
semi-vida
eliminação, existe uma acumulação aproximadamente dupla até se obterem as
concentrações no estado de equilíbrio (steady state), que é atingido após uma
semana de doses únicas diárias.
Aproximadamente 98% do fármaco circulante está ligado às proteínas plasmáticas.
Estudos em animais indicam que a sertralina tem um grande volume de distribuição
aparente.
demonstrado
farmacocinética
sertralina
doentes
pediátricos com POC é comparável à dos adultos (apesar dos doentes pediátricos
metabolizarem a sertralina com uma eficácia ligeiramente superior). No entanto, são
aconselháveis doses inferiores em doentes pediátricos atendendo ao seu baixo peso
corporal (especialmente 6-12 anos de idade), de modo a evitar níveis plasmáticos
excessivos.
A sertralina sofre extenso metabolismo hepático de primeira passagem. O principal
metabolito no plasma, a N-desmetilsertralina, é substancialmente menos activo in
vitro que a sertralina (cerca de 20 vezes), não existindo qualquer evidência de
actividade em modelos de depressão in vivo. A semi-vida da N-desmetilsertralina é
de 62-104 horas. A sertralina e a N-desmetilsertralina são ambas largamente
metabolizadas no homem, e os metabolitos resultantes excretados nas fezes e na
urina
partes
iguais.
pequena
quantidade
(<0,2%)
sertralina
inalterada é excretada na urina.
A ingestão de alimentos não altera, de forma significativa, a biodisponibilidade dos
comprimidos de Sertralina Vir.
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Amplos estudos de segurança na utilização crónica em animais demonstram que a
sertralina é geralmente bem tolerada, mesmo em doses múltiplas das que são
clinicamente
efectivas.
sertralina
revelou-se,
também,
destituída
efeitos
mutagénicos.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Núcleo:
-carboximetilamido sódico (tipo A);
-celulose microcristalina;
-hidrogenofosfato de cálcio di-hidratado;
-estearato de magnésio;
-hidroxipropilcelulose.
Revestimento:
-Opadry branco OY-S-7355 (hipromelose, macrogol 400, dióxido de titânio (E-171) e
polissorbato 80).
APROVADO EM
15-01-2010
INFARMED
6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3 Prazo de validade
3 anos.
6.4 Precauções especiais de conservação
O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Blister de PVC-PVDC ou blister de PVC-ALU.
Embalagens de 20, 30, 60 e 500 comprimidos revestidos por película.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação
Não existem requisitos especiais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Laboratórios Vir Portugal, Lda.
Av. Conselheiro Fernando de Sousa, nº 19, 18º andar
1070-072 Lisboa
Portugal
Tel: 21 3846300
Fax: 21 3870167
8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Sertralina Vir 50 mg Comprimidos revestidos por película.
Nº de registo: 5156153 - 20 Comprimidos revestidos por película, 50 mg, blisters de
PVC/Alu
Nº de registo: 5048434 - 30 Comprimidos revestidos por película, 50 mg, blisters de
PVC/Alu
Nº de registo: 5048442 - 60 Comprimidos revestidos por película, 50 mg, blisters de
PVC/Alu
Nº de registo: 5048459 - 500 Comprimidos revestidos por película, 50 mg, blisters
de PVC/Alu
Nº de registo: 5156161 - 20 Comprimidos revestidos por película, 50 mg, blisters de
PVC/PVDC
Nº de registo: 5048400 - 30 Comprimidos revestidos por película, 50 mg, blisters de
PVC/PVDC
Nº de registo: 5048418 - 60 Comprimidos revestidos por película, 50 mg, blisters de
PVC/ PVDC
APROVADO EM
15-01-2010
INFARMED
Nº de registo: 5048426 - 500 Comprimidos revestidos por película, 50 mg, blisters
de PVC/ PVDC
Sertralina Vir 100 mg Comprimidos revestidos por película.
Nº de registo: 5156138 - 20 Comprimidos revestidos por película, 100 mg, blisters
de PVC/Alu
Nº de registo: 5048517 - 30 Comprimidos revestidos por película, 100 mg, blisters
de PVC/Alu
Nº de registo: 5048525 - 60 Comprimidos revestidos por película, 100 mg, blisters
de PVC/Alu
Nº de registo: 5048533 - 500 Comprimidos revestidos por película, 100 mg, blisters
de PVC/Alu
Nº de registo: 5156146 - 20 Comprimidos revestidos por película, 100 mg, blisters
de PVC/PVDC
Nº de registo: 5048459 - 30 Comprimidos revestidos por película, 100 mg, blisters
de PVC/PVDC
Nº de registo: 5048475 - 60 Comprimidos revestidos por película, 100 mg, blisters
de PVC/ PVDC
Nº de registo: 5048509 - 500 Comprimidos revestidos por película, 100 mg, blisters
de PVC/ PVDC
DATA
PRIMEIRA
AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO
AUTORIZAÇÃO
INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data da primeira autorização: 17 de Agosto de 2007
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO