Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
19-10-2018
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APROVADO EM
19-10-2018
INFARMED
FOLHETO
INFORMATIVO:
INFORMAÇÃO
PARA
UTILIZADOR
Zecidec 5 mg comprimidos revestidos por película
Zecidec 10 mg comprimidos revestidos por película
Zecidec 15 mg comprimidos revestidos por película
Zecidec 20 mg comprimidos revestidos por película
Escitalopram, oxalato
Leia com atenção todo este folheto antes de começar a tomar este medicamento,
pois contém informação importante para si.
- Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente.
- Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
- Este medicamento foi receitado apenas para si. Não deve dá-lo a outros. O
medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sinais de
doença.
- Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo efeitos secundários não indicados
neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico.
Neste folheto:
1. O que é Zecidec e para que é utilizado
2. O que precisa saber antes de tomar Zecidec
3. Como tomar Zecidec
4. Efeitos secundários possíveis
5. Como conservar Zecidec
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
1. O QUE É ZECIDEC E PARA QUE É UTILIZADO
Zecidec contém escitalopram e é utilizado para o tratamento da depressão (episódios
depressivos major) e perturbações da ansiedade (tais como perturbações de pânico
com ou sem agorafobia, perturbação de ansiedade social, perturbação da ansiedade
generalizada e perturbação obsessiva-compulsiva).
Zecidec
pertence
grupo
antidepressores
conhecidos
como inibidores
seletivos da recaptação da serotonina (ISRS). Estes medicamentos atuam no sistema
serotoninérgico do cérebro aumentando o nível de serotonina. As perturbações no
sistema serotoninérgico são consideradas um importante fator no desenvolvimento
de depressão e doenças relacionadas.
2. O QUE PRECISA SABER ANTES DE TOMAR ZECIDEC
Não tome Zecidec:
alergia
(hipersensibilidade)
escitalopram
qualquer
outro
componente de Zecidec (indicados na secção 6).
- Se toma outros medicamentos que pertencem a um grupo chamado inibidores da
monoaminoxidase (IMAO), incluindo selegilina (utilizada no tratamento da doença de
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Parkinson), moclobemida (utilizada no tratamento da depressão) e linezolida (um
antibiótico).
- Se nasceu com uma anomalia do ritmo cardíaco ou já teve um episódio de ritmo
cardíaco
anormal
(percetível
eletrocardiograma,
exame
avalia
funcionamento do seu coração).
- Se está a tomar medicamentos para problemas do ritmo cardíaco ou quaisquer
outros que possam afetar o ritmo cardíaco (ver secção "Outros medicamentos e
Zecidec").
Advertências e precauções
Fale com o seu médico ou farmacêutico antes de tomar Zecidec.
Por favor informe o seu médico se tem qualquer outra condição ou doença, uma vez
que o seu médico pode precisar de ter isso em consideração. Em particular, diga ao
seu médico:
- Se tem epilepsia. O tratamento com Zecidec deve ser interrompido se ocorrerem
convulsões ou se houver um aumento da frequência de convulsões (ver secção "4.
Efeitos secundários possíveis”).
- Se sofre de diminuição da função do fígado ou renal. O seu médico pode necessitar
de ajustar a sua dose.
- Se tem diabetes. O tratamento com Zecidec pode alterar o controlo glicémico. A
dose de insulina e/ou hipoglicemiantes orais pode necessitar de ser ajustada.
- Se tem um nível de sódio no sangue diminuído.
- Se tem tendência para desenvolver facilmente hemorragias e nódoas negras.
- Se está a receber tratamento eletroconvulsivo.
- Se tem uma doença cardíaca coronária.
- Se sofre ou já sofreu de problemas cardíacos ou teve recentemente um ataque
cardíaco.
- Se tem um ritmo cardíaco muito lento em repouso e/ou se tem consciência que
pode ter níveis baixos de sais minerais no sangue devido a situações de diarreia
intensa, vómitos ou utilização de diuréticos (medicamentos para a tensão alta que
fazem urinar mais).
- Se sentir um ritmo cardíaco rápido ou irregular ou sensação de desmaio, colapso
ou tonturas ao pôr-se em pé ou levantar-se, o que pode indicar alterações do ritmo
cardíaco.
Importante:
Alguns doentes com doença maníaco-depressiva podem entrar numa fase maníaca.
Esta
caracterizada
invulgar
rápida
alteração
ideias,
alegria
inapropriada e excessiva atividade física. Se se sentir assim, contacte o seu médico.
Sintomas tais como inquietação ou dificuldade em se sentar ou permanecer sentado
podem também ocorrer durante as primeiras semanas de tratamento. Informe o seu
médico imediatamente se sentir estes sintomas.
Ideação suicida e agravamento da sua depressão ou perturbação de ansiedade
- Se se encontra deprimido e/ou tem distúrbios de ansiedade poderá, por vezes,
pensar em se autoagredir ou até suicidar. Estes pensamentos podem aumentar no
início do tratamento com antidepressivos, pois estes medicamentos necessitam de
tempo para atuarem.
Normalmente os efeitos terapêuticos demoram cerca de duas semanas a fazerem-se
sentir mas por vezes pode demorar mais tempo.
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Poderá estar mais predisposto a ter este tipo de pensamentos nas seguintes
situações:
- Se tem antecedentes de ter pensamentos de suicídio ou de autoagressão.
- Se é um jovem adulto. A informação proveniente de estudos clínicos revelou um
maior risco de comportamento suicida em indivíduos adultos com menos de 25 anos
com problemas psiquiátricos tratados com antidepressivos.
- Se em qualquer momento vier a ter pensamentos no sentido de autoagressão ou
suicídio, deverá contactar o seu médico ou dirigir-se imediatamente ao hospital.
Poderá ser útil para si comunicar a uma pessoa próxima de si ou a um familiar que
se encontra deprimido ou que tem distúrbios de ansiedade e dar-lhe este folheto a
ler. Poderá também solicitar-lhes que o informem caso verifiquem um agravamento
estado
depressão
ansiedade,
ficarem
preocupados
alterações no seu comportamento.
Crianças e adolescentes
Zecidec não deve normalmente ser utilizado em crianças e adolescentes com idade
inferior a 18 anos. Importa igualmente assinalar que os doentes com idade inferior a
18 anos correm maior risco de sofrerem efeitos secundários tais como, tentativa de
suicídio,
ideação
suicida
hostilidade
(predominantemente
agressividade,
comportamento de oposição e cólera) quando tomam medicamentos desta classe.
Apesar disso, o médico poderá prescrever Zecidec para doentes com idade inferior a
18 anos quando decida que tal é necessário. Se o seu médico prescreveu Zecidec
para um doente com menos de 18 anos e gostaria de discutir esta questão, queira
voltar a contactá-lo. Deverá informar o seu médico se algum dos sintomas acima
mencionados se desenvolver ou piorar quando doentes com menos de 18 anos
estejam a tomar Zecidec. Assinala-se igualmente que não foram ainda demonstrados
os efeitos de segurança a longo prazo no que respeita ao crescimento, à maturação e
ao desenvolvimento cognitivo e comportamental de Zecidec neste grupo etário.
Outros medicamentos e Zecidec
Informe o seu médico se estiver a tomar, tiver tomado recentemente, ou se vier a
tomar outros medicamentos..
NÃO TOME ZECIDEC se está a tomar medicamentos para problemas do ritmo
cardíaco
quaisquer
outros
possam
afetar
ritmo
cardíaco,
como
antiarrítmicos das classes IA e III, antipsicóticos (ex.: derivados das fenotiazinas,
pimozida, haloperidol), antidepressivos tricíclicos, alguns agentes antimicrobianos
(esparfloxacina, moxifloxacina,
eritromicina
pentamidina,
antimaláricos
especial
atenção
para
halofantrina),
alguns
anti-histamínicos
(astemizol,
mizolastina). Se tiver dúvida fale como seu médico.
Informe o seu médico se estiver a tomar algum dos seguintes medicamentos:
- “Inibidores não-seletivos das monoaminoxidases (IMAO)”, contendo fenelzina,
iproniazida, isocarboxazida, nialamida e tranilcipromina como substâncias ativas. Se
tomou qualquer destes medicamentos, vai necessitar de esperar 14 dias antes de
iniciar a toma de Zecidec. Após a paragem de Zecidec, deve esperar 7 dias antes de
tomar qualquer destes medicamentos.
- “Inibidores seletivos reversíveis da MAO-A”, contendo moclobemida (usada para
tratar a depressão).
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- “Inibidores irreversíveis da MAO-B”, contendo selegilina (usada para o tratamento
da doença de Parkinson). Estes aumentam o risco de efeitos secundários.
- O antibiótico linezolida.
- Lítio (utilizado no tratamento da perturbação maníaco-depressiva) e triptofano.
- Imipramina e desipramina (ambas utilizadas no tratamento da depressão).
- Sumatriptano e medicamentos similares (utilizados para tratamento da enxaqueca)
e tramadol (utilizado na dor grave). Estes aumentam o risco de efeitos secundários.
- Cimetidina e omeprazol (utilizados para tratamento de úlceras do estômago),
fluvoxamina (antidepressor) e ticlopidina (usada para reduzir o risco de trombose).
Estes podem aumentar os níveis sanguíneos de Zecidec.
Erva
João
(hipericão,
Hypericum
perforatum
preparação
fitofarmacêutica utilizada para a depressão).
- Ácido salicílico e medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (medicamentos
utilizados
para
alívio
dores
para
diluir
sangue,
chamados
anticoagulantes). Estes podem aumentar a tendência para a hemorragia.
- Varfarina, dipiridamol e fenprocumom (medicamentos utilizados para diluir o
sangue, chamados anticoagulantes). O seu médico irá provavelmente verificar o
tempo de coagulação do seu sangue ao iniciar ou ao parar Zecidec, de modo a
confirmar se a sua dose de anticoagulante é ainda adequada.
- Mefloquina (usada no tratamento da malária), bupropiona (usado no tratamento da
depressão) e tramadol (usado no tratamento da dor grave) devido ao possível risco
de limiar para convulsões diminuído.
- Neurolépticos (medicamentos usados para tratar a esquizofrenia, psicoses) devido
ao possível risco de limiar para convulsões diminuído e antidepressores.
- Flecainida, propafenona e metoprolol (usados em doenças cardiovasculares) e
desipramina, clomipramina e nortriptilina (antidepressores) e risperidona, tioridazina
e haloperidol (antipsicóticos). Pode ser necessário ajustar a dose de Zecidec.
Zecidec com alimentos, bebidas e álcool
Zecidec pode ser tomado com ou sem alimentos (ver secção "3. Como tomar
Zecidec”).
Tal como com muitos medicamentos, não é aconselhável combinar Zecidec com
álcool, embora Zecidec não demonstre interagir com álcool.
Gravidez, aleitamento e fertilidade
Fale com o seu médico assim que possível se está grávida, pensa que está grávida
ou planeia engravidar.
Não tome Zecidec se está grávida, a menos que tenha analisado com o seu médico
os riscos e benefícios envolvidos.
Se tomou Zecidec durante os últimos 3 meses da sua gravidez, deve ter em atenção
de que os efeitos seguintes podem ser observados no seu bebé recém-nascido:
dificuldades de respiração, pele azulada, convulsões, alterações da temperatura
corporal, dificuldade de alimentação, vómitos, baixo nível de açúcar no sangue,
músculos rígidos ou flácidos, reflexos intensos, tremores, agitação, irritabilidade,
letargia, choro constante, sonolência e dificuldades em dormir. Se o seu bebé recém-
nascido
apresentar
algum
destes
sintomas,
favor
contacte
o seu
médico
imediatamente.
Certifique-se que o seu médico e/ou pessoal de enfermagem sabem que está a
tomar escitalopram. Quando tomados durante a gravidez, especialmente nos últimos
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3 meses de gravidez, fármacos como Zecidec podem aumentar o risco de uma
situação grave nos bebés chamada hipertensão pulmonar persistente no recém-
nascido (HPPRN), que faz com que o bebé respire mais rapidamente e que pareça
azulado. Estes sintomas começam habitualmente durante as primeiras 24 horas após
o nascimento. Se isto acontecer ao seu bebé deverá contactar o seu médico e/ou o
pessoal de enfermagem imediatamente.
Se usado durante a gravidez Zecidec nunca deve ser parado abruptamente.
Não tome Zecidec se está a amamentar, a menos que tenha analisado com o seu
médico os riscos e benefícios envolvidos.
Condução de veículos e utilização de máquinas
É aconselhável não conduzir ou utilizar máquinas até que saiba como Zecidec o
afeta.
3. COMO TOMAR ZECIDEC
Tomar Zecidec sempre de acordo com as indicações do médico. Fale com o seu
médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.
Adultos
Depressão
A dose habitual é de 10 mg tomada como uma dose única diária. A dose pode ser
aumentada pelo seu médico até um máximo de 20 mg por dia.
Perturbações de pânico
A dose inicial é de 5 mg tomada como uma dose única diária durante a primeira
semana, antes de se aumentar para 10 mg por dia. A dose pode ser ainda
aumentada pelo seu médico até um máximo de 20 mg por dia.
Perturbação de ansiedade social
A dose habitualmente recomendada é de 10 mg tomada como uma dose única diária.
O seu médico poderá diminuir a sua dose para 5 mg por dia ou aumentá-la para um
máximo de 20 mg por dia, dependendo de como responder ao medicamento.
Perturbação da ansiedade generalizada
A dose normalmente recomendada de Zecidec é de 10 mg tomada como uma dose
única diária. A dose pode ser aumentada pelo seu médico até um máximo de 20 mg
por dia.
Perturbação obsessiva-compulsiva
A dose normalmente recomendada de Zecidec é de 10 mg tomada como uma dose
única diária. A dose pode ser aumentada pelo seu médico até um máximo de 20 mg
por dia.
Idosos (mais de 65 anos de idade)
A dose inicial normalmente recomendada é de 5 mg tomada como uma dose única
diária. A dose pode ser aumentada pelo seu médico até um máximo de 10 mg por
dia.
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Utilização em crianças e adolescentes
Zecidec não deve ser administrado a crianças ou adolescentes. Para mais informação
veja por favor a secção "2. O que precisa de saber antes de tomar Zecidec”.
Pode tomar Zecidec com ou sem alimentos. Engula o comprimido com um pouco de
água. Não os mastigue, uma vez que têm um sabor amargo.
Caso seja necessário, a ranhura permite dividir os comprimidos de 10 mg, 15 mg e
20 mg em doses iguais.
Duração do tratamento
Podem decorrer algumas semanas até que sinta uma melhoria do seu estado.
Continue a tomar Zecidec mesmo que leve algum tempo até que sinta uma melhoria
do seu estado.
Não altere a dose do seu medicamento sem falar primeiro com o seu médico.
Continue a tomar Zecidec enquanto o seu médico assim o recomendar. Se parar o
tratamento
demasiado
cedo
sintomas
podem
voltar.
Recomenda-se
tratamento seja continuado durante, pelo menos, 6 meses após se sentir de novo
melhor.
Se tomar mais Zecidec do que deveria
Se alguém tomou mais do que a dose prescrita de Zecidec, contacte o seu médico ou
a urgência do hospital mais próximo imediatamente. Proceda deste modo, mesmo
que não apresente sinais de desconforto. Alguns dos sinais de sobredosagem podem
ser tonturas, tremor, agitação, convulsões, coma, náuseas, vómitos, alteração do
ritmo do coração, diminuição da pressão sanguínea e alteração no equilíbrio de
fluidos/sais do corpo. Leve a embalagem de Zecidec consigo quando for ao médico
ou ao hospital.
Caso se tenha esquecido de tomar Zecidec
Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar.
Se se esquecer de tomar uma dose, e se se lembrar antes de se deitar, tome a dose
de imediato. Continue como habitualmente no dia seguinte. Se apenas se lembrar
durante a noite, ou no dia seguinte, ignore a dose esquecida e continue como
normalmente.
Se parar de tomar Zecidec
Não pare de tomar Zecidec até que o seu médico lhe diga para o fazer. Quando tiver
completado o seu tratamento, é geralmente recomendado que a dose de Zecidec
seja gradualmente reduzida ao longo de algumas semanas.
Quando parar de tomar Zecidec especialmente se for abruptamente, pode sentir
sintomas de descontinuação. Estes são comuns quando o tratamento com Zecidec é
parado. O risco é mais elevado quando Zecidec tiver sido usado durante um longo
período de tempo ou em doses elevadas ou quando a dose é reduzida de forma
demasiado rápida. A maioria das pessoas considera que os sintomas são ligeiros e
que desaparecem por si em duas semanas. Contudo, em alguns doentes eles podem
ser graves em intensidade ou podem prolongar-se (2 a 3 meses ou mais). Se tiver
sintomas de descontinuação graves quando parar de tomar Zecidec, por favor
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contacte o seu médico. Ele ou ela pode pedir-lhe para voltar a tomar os seus
comprimidos novamente e deixar de tomá-los mais lentamente.
Os sintomas de descontinuação incluem: sensação de tonturas (instável ou sem
equilíbrio),
sensação
formigueiro,
sensação
escaldão
(menos
frequentemente)
sensação
choques
elétricos,
incluindo
cabeça,
sono
perturbado
(sonhos
vividos,
pesadelos,
incapacidade
dormir),
ansiedade,
cefaleias, sensação de mal-estar (náuseas), sudação (incluindo suores noturnos),
sensação de inquietação ou agitação, tremor (instabilidade), sensação de confusão
ou desorientação, sensação de emotividade ou irritabilidade, diarreia (fezes soltas),
perturbações visuais, batimentos do coração agitados ou fortes (palpitações).
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu
médico ou farmacêutico.
4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS
Como todos os medicamentos, Zecidec pode causar efeitos secundários, embora
estes não se manifestam em todas as pessoas.
Os efeitos secundários são geralmente ligeiros e desaparecem habitualmente após
algumas semanas de tratamento. Tenha em atenção o facto de que muitos dos
efeitos podem ser também sintomas da sua doença, e portanto melhorarem quando
se começar a sentir melhor.
Fale com o seu médico se sentir algum dos efeitos secundários seguintes durante o
tratamento:
Pouco frequentes (afetam mais de 1 em cada 1 000 pessoas e menos de 1 em cada
100 pessoas):
- Hemorragias não usuais, incluindo hemorragias gastrointestinais
Raros (afetam mais de 1 em cada 10 000 e menos de 1 em cada 1 000 pessoas):
- Se sentir a pele inchada, língua, lábios ou face ou se tiver dificuldades em respirar
ou engolir (reação alérgica), contacte o seu médico ou vá ao hospital imediatamente.
- Se tiver febre alta, agitação, confusão, tremores e contrações súbitas dos
músculos, estes podem ser sinais de uma situação rara denominada síndrome
serotoninérgica. Se se sentir assim contacte o seu médico.
Se sentir os efeitos adversos seguintes deve contactar o seu médico ou ir para o
hospital imediatamente:
- Dificuldade em urinar
- Convulsões, ver também secção “Advertências e precauções”
- O amarelecimento da pele e da parte branca dos olhos são sinais de diminuição da
função do fígado / hepatite.
- Ritmo cardíaco rápido e irregular ou desmaio, os quais podem ser sintomas de uma
situação que pode colocar a vida em risco conhecida como torsades de pointes.
Em adição aos efeitos secundários mencionados acima, têm sido relatados:
Muito frequentes (afetam mais de 1 em cada 10 pessoas):
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- Sensação de mal-estar (náuseas)
Frequentes (afetam mais de 1 em cada 100 pessoas e menos de 1 em cada 10
pessoas):
- Nariz entupido ou com corrimento (sinusite)
- Diminuição ou aumento do apetite
- Ansiedade, inquietação, sonhos anómalos, dificuldade em adormecer, sonolência,
tonturas, bocejos, tremores, sensação de formigueiro na pele
- Diarreia, obstipação, vómitos e secura de boca
- Aumento da sudação
- Dores nos músculos e articulações (artralgia e mialgia)
- Perturbações sexuais (atraso na ejaculação, problemas com a ereção, motivação
sexual diminuída e as mulheres podem ter dificuldade em atingir o orgasmo)
- Cansaço, febre
- Peso aumentado
Pouco frequentes (afetam mais de 1 em cada 1 000 pessoas e menos de 1 em cada
100 pessoas):
- Urticária, eritema, comichão (prurido)
- Ranger os dentes, agitação, nervosismo, ataques de pânico, estado de confusão
- Perturbação do sono, alteração do paladar, desmaio (síncope)
- Pupilas aumentadas (midríase), perturbação da visão, zumbidos nos ouvidos
(acufeno)
- Perda de cabelo
- Hemorragia vaginal
- Diminuição do peso
- Batimentos cardíacos rápidos
- Inchaço dos braços ou pernas
- Hemorragia do nariz
Raros (afetam mais de 1 em cada 10 000 e menos de 1 em cada 1 000 pessoas):
- Agressão, despersonalização, alucinações
- Batimentos cardíacos lentos
Alguns doentes relataram (a frequência não pode ser estimada a partir dos dados
disponíveis):
- Pensamentos de autoagressão ou suicídio, ver também secção "Advertências e
precauções"
- Níveis diminuídos de sódio no sangue (os sintomas são indisposição e mal-estar,
com fraqueza muscular ou confusão)
- Tonturas ao levantar-se devido a pressão sanguínea baixa (hipotensão ortostática)
- Teste da função hepática anómalo (níveis aumentados de enzimas hepáticas no
sangue)
- Perturbações do movimento (movimentos involuntários dos músculos)
- Ereções dolorosas (priapismo)
- Perturbações a nível de hemorragias, incluindo hemorragias da pele e mucosas
(equimoses) e nível baixo de plaquetas (trombocitopenia)
- Inchaço súbito da pele e mucosas (angioedema)
- Aumento da quantidade de urina eliminada (secreção da ADH inapropriada)
- Produção de leite em mulheres que não estão a amamentar
- Mania
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- Observou-se um risco aumentado de fraturas ósseas em doentes a tomar este tipo
de medicamentos
- Alteração do ritmo cardíaco (denominada "prolongamento QT" e percetível no
eletrocardiograma, um exame que avalia o funcionamento do seu coração)
Adicionalmente, alguns efeitos secundários são conhecidos por ocorreram com
medicamentos que atuam de forma semelhante à do escitalopram (a substância
ativa de Zecidec). Incluem:
- Inquietação motora (acatisia)
Anorexia
Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não
indicados neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico.
5. COMO CONSERVAR ZECIDEC
Manter este medicamento fora da vista e do alcance das crianças.
Não conservar acima de 25 ºC
Não utilize Zecidec após o prazo de validade impresso no rótulo ou embalagem
exterior, após “VAL”. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês
indicado.
Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico.
Pergunte ao seu farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza.
Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
6. CONTEÚDO DA EMBALAGEM E OUTRAS INFORMAÇÕES
Qual a composição de Zecidec
- A substância ativa é o escitalopram (na forma de oxalato de escitalopram). Cada
comprimido revestido por película de Zecidec contém 5 mg, 10 mg, 15 mg ou 20 mg
de escitalopram.
- Os outros componentes são:
Núcleo do comprimido:
Prosolv SMCC 90 (celulose microcristalina, sílica coloidal
anidra), talco, croscarmelose sódica, estearato de magnésio.
Revestimento: hipromelose 6cp, macrogol 6000 e dióxido de titânio (E171).
Qual o aspeto de Zecidec e conteúdo da embalagem
Zecidec está disponível em embalagens de 14, 28 e 56 comprimidos revestidos por
película, acondicionados em blisters.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
Titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante
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Titular da Autorização de Introdução no Mercado
Decomed Farmacêutica, Lda.
Rua Sebastião e Silva, n.º 56
2745-838 Massamá
Portugal
Fabricantes
Jaba Farmacêutica, S.A.
Zona Industrial da Abrunheira
Rua da Tapada Grande, 2
Sintra
Portugal
Actavis Ltd.
B16 – Bulebel Industrial Estate
Zejtun
Malta
Actavis hf.
Reykjavikurvegur, 78
Hafnarfjördur
Islândia
Este folheto foi revisto pela última vez em
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
Zecidec 5 mg comprimidos revestidos por película.
Zecidec 10 mg comprimidos revestidos por película.
Zecidec 15 mg comprimidos revestidos por película.
Zecidec 20 mg comprimidos revestidos por película.
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Zecidec 5 mg: Cada comprimido revestido por película contém 5 mg de escitalopram
(como oxalato).
Zecidec
Cada
comprimido
revestido
película
contém
escitalopram (como oxalato).
Zecidec
Cada
comprimido
revestido
película
contém
escitalopram (como oxalato).
Zecidec
Cada
comprimido
revestido
película
contém
escitalopram (como oxalato).
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Comprimido revestido por película.
Os comprimidos de 10 mg, 15 mg e 20 mg podem ser divididos em doses iguais.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
Tratamento de episódios depressivos major.
Tratamento de perturbações de pânico com ou sem agorafobia.
Tratamento da perturbação de ansiedade social (fobia social).
Tratamento da perturbação da ansiedade generalizada.
Tratamento da perturbação obsessiva-compulsiva.
4.2 Posologia e modo de administração
Não foi demonstrada a segurança de doses diárias superiores a 20 mg.
Zecidec é administrado como uma dose única diária e pode ser tomado com ou sem
alimentos.
Episódios depressivos major
A dose habitual é de 10 mg uma vez por dia. Dependendo da resposta individual do
doente, a dose pode ser aumentada até um máximo de 20 mg por dia.
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Normalmente,
são
necessárias
semanas
para
obter
resposta
antidepressiva. Após o desaparecimento dos sintomas é necessário um período de
tratamento de, pelo menos, 6 meses para consolidação da resposta.
Perturbações de pânico com ou sem agorafobia
É recomendada uma dose inicial de 5 mg na primeira semana de tratamento,
aumentando-se depois para 10 mg por dia. A dose pode ser posteriormente
aumentada, até um máximo de 20 mg por dia, dependendo da resposta individual do
doente.
A eficácia máxima é atingida após cerca de 3 meses. O tratamento tem uma duração
vários
meses.
Perturbação de ansiedade social
A dose habitual é de 10 mg uma vez por dia. Habitualmente, são necessárias 2 a 4
semanas para obter o alívio dos sintomas. Dependendo da resposta individual do
doente, a dose pode ser diminuída para 5 mg ou aumentada para um máximo de 20
mg por dia.
A perturbação de ansiedade social é uma doença de carácter crónico, sendo
desejável o tratamento durante 12 semanas para consolidação da resposta. O
tratamento a longo prazo de doentes que respondem ao tratamento foi estudado
durante 6 meses, podendo considerar-se que, numa base individual, previne a
recaída; os benefícios do tratamento devem ser reavaliados em intervalos regulares.
A perturbação de ansiedade social corresponde a uma terminologia de diagnóstico
bem definida de uma doença específica, que não deve ser confundida com timidez
excessiva.
farmacoterapia
apenas
indicada
esta
perturbação
interferir
significativamente com as atividades profissionais e sociais.
posicionamento
deste
tratamento
comparativamente
terapêutica
comportamental
cognitiva não foi avaliado. A farmacoterapia faz parte de uma estratégia terapêutica
global.
Perturbação da ansiedade generalizada
A dose inicial é de 10 mg uma vez por dia. Dependendo da resposta individual do
doente, dose pode ser aumentada até um máximo de 20 mg por dia.
O tratamento a longo prazo de doentes que responderam ao tratamento foi estudado
durante, pelo menos, 6 meses em doentes medicados com 20 mg/dia. Os benefícios
do tratamento e a dose devem ser reavaliados em intervalos regulares (ver secção
5.1).
Perturbação obsessiva-compulsiva
A dose inicial é de 10 mg uma vez por dia. Dependendo da resposta individual do
doente, a dose pode ser aumentada até um máximo de 20 mg por dia.
Como a perturbação obsessiva-compulsiva (POC) é uma doença crónica, os doentes
devem ser tratados durante um período suficiente de modo a assegurar que já não
apresentam sintomas.
Os benefícios do tratamento e a dose devem ser reavaliados em intervalos regulares
(ver secção 5.1).
APROVADO EM
19-10-2018
INFARMED
Doentes idosos (> 65 anos de idade)
A dose inicial é de 5 mg uma vez por dia. Dependendo da resposta individual do
doente, a dose pode ser aumentada até um máximo de 10 mg/dia (ver secção 5.2).
A eficácia de Zecidec no tratamento da perturbação de ansiedade social não foi
estudada em doentes idosos.
Crianças e adolescentes (< 18 anos de idade)
Zecidec não deve ser utilizado no tratamento de crianças e adolescentes com idade
inferior a 18 anos (ver secção 4.4).
Função renal diminuída
Não é necessário o ajuste da dose em doentes com insuficiência renal ligeira ou
moderada. É recomendada precaução em doentes com a função renal gravemente
diminuída (Clcr inferior a 30 ml/min) (ver secção 5.2).
Função hepática diminuída
Recomenda-se a utilização de uma dose inicial de 5 mg por dia nas duas primeiras
semanas do tratamento em doentes com insuficiência hepática ligeira ou moderada.
Dependendo da resposta individual do doente, a dose poderá ser aumentada para 10
mg por dia. É recomendada precaução e especial cuidado na titulação de dose em
doentes com a função hepática gravemente diminuída (ver secção 5.2).
Metabolizadores fracos no que se refere ao CYP2C19
Para doentes que se sabe serem metabolizadores fracos no que se refere ao
CYP2C19, recomenda-se uma dose inicial de 5 mg por dia durante as primeiras duas
semanas de tratamento. Dependendo da resposta individual do doente, a dose
poderá ser aumentada para 10 mg por dia (ver secção 5.2).
Sintomas de descontinuação observados quando se interrompe o tratamento
A descontinuação abrupta do tratamento deve ser evitada. Quando o tratamento
com escitalopram for descontinuado a dose deve ser gradualmente diminuída
durante um período de pelo menos uma a duas semanas, de forma a reduzir o risco
de sintomas de descontinuação (ver secções 4.4 e 4.8). Se no decurso de uma
diminuição da dose ou da descontinuação do tratamento ocorrerem sintomas
intoleráveis deverá ser avaliada a necessidade de retomar a dose anteriormente
prescrita. Subsequentemente, o médico poderá continuar com a redução da dose,
mas de forma mais gradual.
4.3 Contraindicações
Hipersensibilidade ao escitalopram ou a qualquer dos excipientes mencionados na
secção 6.1.
Tratamento
concomitante
inibidores
não
seletivos
irreversíveis
monoaminoxidase (inibidores-MAO) é contraindicado devido ao risco de síndrome
serotoninérgico, que inclui agitação, tremor, hipertermia, etc. (ver secção 4.5).
combinação
escitalopram
inibidores
reversíveis
MAO-A
(ex.
moclobemida),
inibidor
reversível
não
seletivo
linezolida,
contraindicado, devido ao risco de aparecimento da síndrome serotoninérgica (ver
secção 4.5).
APROVADO EM
19-10-2018
INFARMED
O escitalopram está contraindicado em doentes com prolongamento do intervalo QT
conhecido ou síndrome do QT longo congénito.
Está contraindicado o uso concomitante de escitalopram com outros medicamentos
conhecidos por prolongar o intervalo QT (ver secção 4.5).
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
As seguintes advertências e precauções especiais aplicam-se à classe terapêutica dos
ISRS (Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina).
Utilização em crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos
Zecidec não deve ser utilizado no tratamento de crianças e adolescentes com idade
inferior a 18 anos. Foram observados com maior frequência comportamentos
relacionados com o suicídio (tentativa de suicídio e ideação suicida) e hostilidade
(predominantemente agressão, comportamento de oposição e cólera) em ensaios
clínicos com crianças e adolescentes que se encontravam a tomar antidepressivos,
em comparação com os que se encontravam a tomar placebo. Se, não obstante, com
base na necessidade clínica, a decisão de tratamento for tomada, o doente deve ser
rigorosamente monitorizado em relação ao aparecimento de sintomas suicidas. Não
estão disponíveis dados de segurança a longo prazo em crianças e adolescentes no
que se refere ao crescimento, à maturação e ao desenvolvimento cognitivo e
comportamental.
Ansiedade paradoxal
Alguns doentes com perturbação de pânico podem experimentar sintomas de maior
ansiedade no início do tratamento com antidepressores. Esta reação paradoxal
normalmente resolve-se dentro de duas semanas durante o tratamento continuado.
É recomendada uma dose inicial baixa, de modo a reduzir a probabilidade de um
efeito ansiogénico (ver secção 4.2).
Convulsões
O medicamento deve ser descontinuado se um doente desenvolver convulsões pela
primeira vez, ou se existir um aumento da frequência de convulsões (em doentes
com diagnóstico prévio de epilepsia). Os ISRS devem ser evitados em doentes com
epilepsia instável e os doentes com epilepsia controlada devem ser cuidadosamente
monitorizados.
Mania
ISRS
devem
utilizados
precaução
doentes
história
mania/hipomania. Os ISRS devem ser descontinuados em qualquer doente que entre
em fase maníaca.
Diabetes
Em doentes com diabetes, o tratamento com ISRS pode alterar o controlo glicémico
(hipoglicemia ou hiperglicemia). Pode haver necessidade de proceder ao ajuste das
doses de insulina e/ou de hipoglicemiantes orais.
Suicídio/ideação suicida ou agravamento clínico
depressão
está
associada
aumento
risco
ideação
suicida,
autoagressividade e suicídio (pensamentos/comportamentos relacionados com o
suicídio). O risco prevalece até que ocorra remissão significativa dos sintomas. Como
durante as primeiras semanas ou mais de tratamento pode não se verificar qualquer
APROVADO EM
19-10-2018
INFARMED
melhoria, os doentes deverão ter uma vigilância mais rigorosa até que essa melhoria
ocorra. De acordo com a prática clínica, em geral o risco de suicídio pode aumentar
nas fases iniciais de recuperação.
Outros distúrbios psiquiátricos para os quais o escitalopram é prescrito podem estar
igualmente
associados
aumento
risco
ideação/comportamentos
relacionados com o suicídio. Adicionalmente, estas situações podem ser co-mórbidas
com os distúrbios depressivos major. Consequentemente, no tratamento de doentes
com outros distúrbios psiquiátricos deverão ser tomadas as mesmas precauções que
aquando da terapêutica de doentes com distúrbios depressivos major.
Os doentes com história de pensamentos/comportamentos relacionados com o
suicídio, que apresentem um grau significativo destes sintomas antes do início do
tratamento, apresentam também um maior risco de ideação suicida ou de tentativa
de suicídio, devendo por este motivo ser cuidadosamente monitorizados durante o
tratamento. Uma meta-análise de estudos clínicos de antidepressivos controlados
com placebo, em doentes adultos com perturbações psiquiátricas demonstrou existir
aumento
risco
de comportamento
suicida com
antidepressivos
comparação com o placebo em doentes com idade inferior a 25 anos. A terapêutica
farmacológica
deverá
acompanhada
monitorização
rigorosa
particular nos doentes de maior risco especialmente na fase inicial do tratamento ou
na sequência de alterações posológicas.
Os doentes, e os prestadores de cuidados de saúde, devem ser alertados para a
necessidade
monitorizar
qualquer
agravamento
clínico,
comportamento
ideação suicida e alterações pouco habituais no comportamento e de procurar
assistência médica imediatamente caso estes ocorram.
Acatisia/agitação psicomotora
A administração de ISRS/ISRN tem sido associada ao desenvolvimento de acatisia,
caracterizada
agitação
subjetivamente
desconfortável
perturbadora,
necessidade de movimento, frequentemente acompanhada por incapacidade do
doente se sentar ou permanecer em repouso. Esta situação é mais frequente nas
primeiras semanas de tratamento. Nos doentes que desenvolvem estes sintomas, o
aumento da dose pode ser prejudicial.
Hiponatremia
hiponatremia,
provavelmente
devido
secreção
inapropriada
hormona
antidiurética (SIADH), tem sido raramente descrita com o uso de ISRS e, de um
modo geral, é resolvida com a descontinuação da terapêutica. É recomendada
precaução em doentes de risco, tais como idosos, doentes com cirrose ou doentes
medicados concomitantemente com fármacos conhecidos por provocar hiponatremia.
Hemorragia
Tem havido
notificações
perturbações hemorrágicas
cutâneas
associadas
utilização de ISRS, tais como equimoses e púrpura. É recomendada precaução em
doentes
medicados
ISRS,
especial
utilização
concomitante
anticoagulantes
orais,
medicamentos
conhecidos
afetarem
função
plaquetária
(e.g.
antipsicóticos
atípicos
fenotiazinas,
maior
parte
antidepressores tricíclicos, ácido acetilsalicílico e anti-inflamatórios não esteroides
(AINE),
ticlopidina
dipiridamol),
como
doentes
predisposição
conhecida para perturbações hemorrágicas.
ECT (terapia eletroconvulsiva)
APROVADO EM
19-10-2018
INFARMED
A experiência clínica de administração concomitante de ISRS e ECT é limitada, como
tal, é recomendada precaução.
Síndrome serotoninérgica
É recomendada precaução caso o escitalopram seja usado concomitantemente com
medicamentos com efeitos serotoninérgicos, tais como o sumatriptano ou outros
triptanos, tramadol e triptofano.
Em casos raros, foi descrita a síndrome serotoninérgica em doentes que usam ISRS
concomitantemente com medicamentos serotoninérgicos. A combinação de sintomas
tais como agitação, tremor, mioclonia e hipertermia pode indicar o desenvolvimento
desta situação. Se tal ocorrer, deve imediatamente interromper-se o tratamento com
ISRS
medicamentos
serotoninérgicos,
devendo
iniciado
tratamento
sintomático.
Erva de S. João (hipericão)
O uso concomitante de ISRS e de compostos fitoterapêuticos contendo erva de S.
João (Hypericum perforatum) pode resultar num aumento da incidência de reações
adversas (ver secção 4.5).
Sintomas de descontinuação observados quando se interrompe o tratamento
Os sintomas de descontinuação observados quando se interrompe o tratamento são
frequentes, em particular se a descontinuação é feita de forma abrupta (ver secção
4.8).
ensaios
clínicos
acontecimentos
adversos
observados
durante
descontinuação do tratamento ocorreram em aproximadamente 25% dos doentes
tratados com escitalopram e 15% de doentes a tomar placebo.
O risco de ocorrência de sintomas de descontinuação poderá depender de vários
fatores, incluindo a duração do tratamento, a dose administrada e a taxa de redução
da dose. Tonturas, distúrbios sensoriais (incluindo parestesia e sensações de choque
elétrico), distúrbios do sono (incluindo insónia e sonhos intensos), agitação ou
ansiedade, náuseas e/ou vómitos, tremor, confusão, sudação, cefaleias, diarreia,
palpitações, instabilidade emocional, irritabilidade e perturbações visuais são as
reações
mais
frequentemente
notificadas.
Geralmente
estes
sintomas
são
intensidade ligeira a moderada, contudo em alguns doentes podem ser intensos.
Estes sintomas ocorrem geralmente durante os primeiros dias de descontinuação do
tratamento, no entanto também têm sido muito raramente notificados em doentes
que inadvertidamente falharam uma toma do medicamento.
Em geral estes sintomas são autolimitados e normalmente desaparecem dentro de 2
semanas, apesar de em alguns indivíduos se poderem prolongar (2 a 3 meses ou
mais).
Consequentemente,
aconselhável
redução
gradual
escitalopram
quando o tratamento é descontinuado durante um período de várias semanas ou
meses, de acordo com as necessidades do doente (ver “Sintomas de descontinuação
observados quando se interrompe o tratamento”, na secção 4.2).
Doença cardíaca coronária
Atendendo a que a experiência clínica disponível é ainda limitada, aconselha-se
precaução nos doentes com doença cardíaca coronária (ver secção 5.3).
Prolongamento do intervalo QT
O escitalopram demonstrou causar prolongamento do intervalo QT dependente da
dose. Foram notificados, na fase pós-comercialização, casos de prolongamento do
intervalo QT e arritmia ventricular, incluindo torsades de pointes, maioritariamente
APROVADO EM
19-10-2018
INFARMED
doentes
sexo
feminino,
doentes
hipocalemia
doentes
prolongamentos pré-existentes do intervalo QT ou outras doenças cardíacas (ver
secções 4.3, 4.5, 4.8, 4.9 e 5.1).
Recomenda-se
particular
precaução
doentes
bradicardia
significativa,
enfarte agudo do miocárdio recente ou insuficiência cardíaca descompensada.
Distúrbios eletrolíticos como hipocalemia e hipomagnesemia aumentam o risco de
arritmias malignas e devem ser corrigidos antes do início do tratamento com
escitalopram.
Deve ser ponderada a realização de um ECG antes de se iniciar o tratamento com
escitalopram em doentes com doença cardíaca estável. Se ocorrer algum sinal de
arritmia cardíaca durante o tratamento, este deve ser descontinuado e deve ser
realizado um ECG.
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
Interações farmacodinâmicas
Associações contraindicadas (ver secção 4.3):
IMAOs irreversíveis não seletivos
Foram registados casos de reações graves em doentes a receber um ISRS em
associação com um inibidor da monoaminoxidase não seletivo (IMAO), e em doentes
que descontinuaram recentemente o tratamento com um ISRS e começaram o
tratamento
IMAO
(ver
secção
4.3).
alguns
casos,
doentes
desenvolveram síndrome serotoninérgica (ver secção 4.8).
Escitalopram está contraindicado em combinação com IMAOs irreversíveis não
seletivos.
O tratamento com escitalopram pode ser iniciado 14 dias após a paragem do
tratamento com um IMAO irreversível. Devem passar, pelo menos, 7 dias após a
paragem do tratamento com escitalopram antes do início do tratamento com um
IMAO não seletivo.
Prolongamento do intervalo QT
Não foram efetuados estudos de interação farmacocinéticos ou farmacodinâmicos de
escitalopram em combinação com outros medicamentos conhecidos por prolongar o
intervalo
não
pode
excluído um
efeito
aditivo.
Deste modo,
administração
concomitante
escitalopram
medicamentos
conhecidos
prolongar o intervalo QT, como antiarrítmicos das classes IA e III, antipsicóticos (ex.
derivados das fenotiazinas, pimozida, haloperidol), antidepressivos tricíclicos, alguns
agentes
antimicrobianos
(esparfloxacina,
moxifloxacina,
eritromicina
pentamidina, antimaláricos com especial atenção para a halofantrina), alguns anti-
histamínicos (astemizol, mizolastina), entre outros, está contraindicada.
Associações desaconselhadas:
Inibidor seletivo e reversível da MAO-A (moclobemida)
Atendendo
risco
desenvolvimento
síndrome
serotoninérgica,
não
recomenda a combinação de escitalopram com um inibidor da MAO-A (ver secção
4.3). Se tal combinação se mostrar necessária, esta deverá ser iniciada na dose
mínima recomendada, devendo reforçar-se a monitorização clínica.
APROVADO EM
19-10-2018
INFARMED
Inibidor reversível não seletivo da MAO (linezolida)
O antibiótico linezolida é um inibidor reversível não seletivo da MAO e não deve ser
administrado a doentes em tratamento com escitalopram. Se a combinação se
mostrar necessária, devem ser utilizadas as dosagens mínimas e reforçar-se a
monitorização clínica (ver secção 4.3).
Inibidor irreversível seletivo da MAO-B (selegilina)
É necessária precaução na administração concomitante com selegilina (inibidor
irreversível
MAO-B)
atendendo
risco
desenvolvimento
síndrome
serotoninérgica.
Doses
selegilina
até
mg/dia
foram
administradas
segurança concomitantemente com a mistura racémica de citalopram.
Associações requerendo precauções de utilização:
Medicamentos serotoninérgicos
administração
concomitante
fármacos
serotoninérgicos
(e.g.,
tramadol,
sumatriptano
outros
triptanos)
pode
levar
aparecimento
síndrome
serotoninérgica.
Medicamentos que diminuem o limiar convulsivo
Os ISRS podem diminuir o limiar convulsivo. É aconselhada precaução ao utilizar
concomitantemente outros medicamentos capazes de diminuir o limiar convulsivo
[e.g. antidepressores (tricíclicos, ISRS), neurolépticos (fenotiazinas, tioxantenos e
butirofenonas), mefloquina, bupropiona e tramadol].
Lítio, triptofano
Tem havido notificações de aumento de efeitos quando foram administrados ISRS
juntamente com lítio ou triptofano; como tal, o uso concomitante de ISRS com
aqueles medicamentos deve ser feito com precaução.
Erva de S. João (hipericão)
A utilização concomitante de ISRS e produtos fitofarmacêuticos contendo erva de S.
João (Hypericum perforatum) pode resultar num aumento da incidência de reações
adversas (ver secção 4.4).
Hemorragia
A coadministração de escitalopram e anticoagulantes orais pode provocar uma
alteração dos efeitos anticoagulantes. Os doentes medicados com anticoagulantes
orais devem ser submetidos a uma monitorização cuidadosa dos parâmetros de
coagulação quando a administração de escitalopram é iniciada ou descontinuada (ver
secção 4.4).
utilização
concomitante
anti-inflamatórios
não
esteroides
(AINEs)
pode
aumentar a tendência para hemorragia (ver secção 4.4).
Álcool
Não
são
esperadas
interações
farmacodinâmicas
farmacocinéticas
entre
escitalopram
álcool.
Contudo,
semelhança
outros
medicamentos
psicotrópicos, não é aconselhada a combinação com o álcool.
Interações farmacocinéticas
Influência de outros medicamentos na farmacocinética do escitalopram
APROVADO EM
19-10-2018
INFARMED
O metabolismo do escitalopram é maioritariamente mediado pelo CYP2C19. O
CYP3A4 e o CYP2D6 podem também contribuir para o metabolismo, mas numa
extensão inferior. O metabolismo do metabolito principal S-DCT (escitalopram
desmetilado) aparenta ser parcialmente catalisado pelo CYP2D6.
A coadministração de escitalopram com omeprazol 30 mg uma vez por dia (um
inibidor do CYP2C19) resultou em aumento moderado (aproximadamente 50%) nas
concentrações plasmáticas de escitalopram.
A coadministração de escitalopram com cimetidina 400 mg duas vezes por dia
(inibidor
enzimático
geral
moderadamente
potente)
resultou
aumento
moderado (aproximadamente 70%) das concentrações plasmáticas de escitalopram.
É recomendada precaução quando se administra escitalopram em associação com
cimetidina. Pode ser necessário um ajuste de dose.
Assim, deve haver precaução quando usado concomitantemente com inibidores do
CYP2C19 (e.g. omeprazol, esomeprazol, fluvoxamina, lansoprazol, ticlopidina) ou
cimetidina. Pode ser necessária uma redução na dose de escitalopram de acordo com
a monitorização de efeitos secundários durante o tratamento concomitante.
Efeitos do escitalopram na farmacocinética de outros medicamentos
Escitalopram
inibidor
enzima
CYP2D6.
Recomenda-se
precaução
administração
concomitante
escitalopram
medicamentos
essencialmente
metabolizados por esta enzima, e que apresentem um índice terapêutico estreito,
e.g.,
flecaínida,
propafenona
metoprolol
(quando
utilizados
insuficiência
cardíaca), ou alguns medicamentos com atuação ao nível do SNC que sejam
essencialmente
metabolizados
pelo
CYP2D6,
e.g.
antidepressores
tais
como
desipramina, clomipramina e nortriptilina ou antipsicóticos como a risperidona,
tioridazina e haloperidol. Poderá ser necessário proceder a um ajuste da dose.
A administração concomitante de desipramina ou metoprolol resultou em ambos os
casos numa duplicação dos níveis plasmáticos destes dois substratos do CYP2D6.
Estudos in vitro demonstraram que o escitalopram pode também causar uma inibição
fraca do CYP2C19. Recomenda-se precaução no uso concomitante de medicamentos
metabolizados pelo CYP2C19.
4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento
Gravidez
Estão disponíveis apenas dados clínicos limitados sobre a exposição a escitalopram
durante a gravidez.
Nos estudos de toxicidade reprodutiva em ratos, com escitalopram, observaram-se
efeitos
embrio-fetotóxicos,
não
observado
aumento
incidência
malformações (ver secção 5.3). Zecidec não deve ser utilizado durante a gravidez a
menos que seja claramente necessário e apenas após cuidadosa avaliação da relação
risco/benefício.
Os recém-nascidos devem ser observados se a utilização materna de Zecidec
continuar por estadios tardios da gravidez, particularmente no terceiro trimestre. A
descontinuação abrupta deve ser evitada durante a gravidez.
APROVADO EM
19-10-2018
INFARMED
Os sintomas seguintes podem ocorrer em recém-nascidos após a utilização materna
de ISRS/ISRN em estadios tardios da gravidez: dificuldades respiratórias, cianose,
apneia, convulsões, temperatura instável, dificuldade de alimentação, vómitos,
hipoglicemia, hipertonia, hipotonia, hiperreflexia, tremor, agitação, irritabilidade,
letargia, choro constante, sonolência e dificuldades em dormir. Estes sintomas
podem
devidos
quer
efeitos
serotoninérgicos
quer
sintomas
descontinuação. Na maioria dos casos as complicações começam de imediato ou
precocemente (< 24 horas) após o parto.
Dados
epidemiológicos
sugerem
utilização
inibidores
seletivos
recaptação da serotonina (ISRS) durante a gravidez, em especial na parte final, pode
aumentar o risco de hipertensão pulmonar persistente no recém-nascido (HPPRN). O
risco observado foi de aproximadamente 5 casos por 1000 gravidezes. Na população
em gera ocorrem um a dois casos de HPPRN por 1000 gravidezes.
Aleitamento
esperar
escitalopram
seja
excretado
leite
materno.
Consequentemente, a amamentação não é recomendada durante o tratamento.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Embora tenha sido demonstrado que o escitalopram não afeta a função intelectual ou
desempenho
psicomotor,
qualquer
medicamento
psicoativo
pode
afetar
capacidade de discernimento ou perícia para desenvolver uma atividade. Os doentes
devem ser avisados acerca do risco potencial de afetar a sua capacidade de
condução de um veículo ou utilização de máquinas.
4.8 Efeitos indesejáveis
As reações adversas são mais frequentes durante a primeira ou segunda semana de
tratamento
normalmente,
diminuem
intensidade
frequência
tratamento continuado.
As reações adversas medicamentosas conhecidas para os ISRS e também notificadas
para o escitalopram quer em estudos clínicos controlados com placebo quer em
acontecimentos pós-comercialização espontâneos estão listadas abaixo por classes
de sistemas de órgãos e frequência.
As frequências são retiradas de estudos clínicos; não estão corrigidas face ao
placebo. As frequências são definidas como: muito frequentes (≥1/10), frequentes
(≥1/100 a <1/10), pouco frequentes (≥1/1000 a ≤1/100), raros (≥1/10000 a
≤1/1000), muito raros (≤1/10000), ou desconhecidos (não pode ser calculado a
partir dos dados disponíveis).
Classes de sistemas de órgãos
Frequência
Efeito indesejável
Doenças do sangue e do sistema
linfático
Desconhecido
Trombocitopenia
Doenças do sistema imunitário
Raros
Reação anafilática
APROVADO EM
19-10-2018
INFARMED
Doenças endócrinas
Desconhecido
Secreção inapropriada da
Frequentes
Diminuição
apetite,
aumento
apetite,
aumento do peso
Pouco frequentes
Diminuição do peso
Doenças
metabolismo
nutrição
Desconhecido
Hiponatremia,
anorexia
Frequentes
Ansiedade,
inquietação,
sonhos anómalos
Mulheres
homens:
diminuição da libido
Mulheres: anorgasmia
Pouco frequentes
Bruxismo,
agitação,
nervosismo,
ataques
pânico,
estado
confusional
Raros
Agressão,
despersonalização,
alucinações
Perturbações do foro psiquiátrico
Desconhecido
Mania,
ideação
suicida,
comportamento
suicida
Frequentes
Insónia,
sonolência,
tonturas,
parestesia,
tremor
Pouco frequentes
Alterações
paladar,
perturbações
sono,
síncope
Raros
Síndrome serotoninérgica
Doenças do sistema nervoso
Desconhecido
Discinésia,
perturbações
movimento,
convulsões,
agitação
psicomotora/acatísia (2)
Afeções oculares
Pouco frequentes
Midríase,
perturbações
visuais
Afeções do ouvido e do labirinto
Pouco frequentes
Acufeno
Pouco frequentes
Taquicardia
Cardiopatias
Raros
Bradicardia
APROVADO EM
19-10-2018
INFARMED
Desconhecido
Prolongamento
intervalo
arritmias
ventriculares
incluindo
torsades de pointes
Vasculopatias
Desconhecido
Hipotensão ortostática
Frequentes
Sinusite, bocejar
Doenças respiratórias torácicas e
do, mediastino
Pouco frequentes
Epistaxe
Muito frequentes
Náusea
Frequentes
Diarreia,
obstipação,
vómitos, xerostomia
Doenças gastrointestinais
Pouco frequentes
Hemorragia
gastrointestinal (incluindo
hemorragia retal)
Afeções hepatobiliares
Desconhecido
Hepatite, testes da função
hepática alterados
Frequentes
Sudação aumentada
Pouco frequentes
Urticária,
alopecia,
erupção cutânea, prurido
Afeções dos tecidos cutâneos e
subcutâneos
Desconhecido
Equimoses, angioedema
Afeções musculosqueléticas e dos
tecidos conjuntivos
Frequentes
Artralgia, mialgia
Doenças renais e urinárias
Desconhecido
Retenção urinária
Frequentes
Homem:
alteração
ejaculação, impotência
Pouco frequentes
Mulher:
metrorragia,
menorragia
Doenças dos órgãos genitais e da
mama
Desconhecido
Galactorreia
Homem: priapismo
APROVADO EM
19-10-2018
INFARMED
Frequentes
Fadiga, pirexia
Perturbações gerais e alterações
no local de administração
Pouco frequentes
Edema
(1) Foram notificados casos de ideação suicida e de comportamentos suicidas
durante
tratamento
escitalopram
imediatamente
após
descontinuação (ver secção 4.4).
(2) Estes acontecimentos foram notificados para a classe terapêutica dos ISRS.
Prolongamento do intervalo QT
Foram notificados, na fase pós-comercialização, casos de prolongamento do intervalo
QT e arritmia ventricular, incluindo torsades de pointes, maioritariamente em
doentes do sexo feminino, doentes com hipocalemia ou doentes com prolongamento
pré-existente do intervalo QT ou outras doenças cardíacas (ver secções 4.3, 4.4, 4.5,
4.9 e 5.1).
Efeitos de classe:
Dados epidemiológicos, sobretudo de estudos conduzidos em doentes com idade
igual ou acima de 50 anos, evidenciam um risco aumentado de fraturas ósseas em
doentes
tomar
inibidores
seletivos
recaptação
serotonina
(ISRS)
antidepressivos
tricíclicos.
mecanismo
subjacente
este
risco
ainda
desconhecido.
Sintomas de descontinuação observados quando se interrompe o tratamento
A descontinuação de ISRS/ISRN (em particular quando é feita de forma abrupta)
está frequentemente associada a sintomas de descontinuação. Tonturas, distúrbios
sensoriais (incluindo parestesia e sensações de choque elétrico), distúrbios do sono
(incluindo insónia e sonhos intensos), agitação ou ansiedade, náuseas e/ou vómitos,
tremor, confusão, sudação, cefaleias, diarreia, palpitações, instabilidade emocional,
irritabilidade e perturbações visuais são as reações mais frequentemente notificadas.
Geralmente estes sintomas são de intensidade ligeira a moderada e são auto-
limitados,
contudo
alguns
doentes
podem
intensos
e/ou
prolongados.
Consequentemente quando o tratamento com escitalopram deixar de ser necessário,
é aconselhável que se proceda à sua descontinuação de forma gradual através do
escalonamento de doses (ver secções 4.2 e 4.4).
4.9 Sobredosagem
Toxicidade
Os dados clínicos relativos a sobredosagem com escitalopram são limitados e em
muitos casos envolvem sobredosagens concomitantes com outros fármacos. Na
maioria dos casos, foram reportados sintomas ligeiros ou nenhuns. Os casos fatais
de sobredosagem de escitalopram têm sido relatados raramente com escitalopram
isolado;
maioria
casos
envolvido
sobredosagem
medicações
concomitantes. Doses entre 400 e 800 mg de escitalopram isolado foram tomadas
sem qualquer sintoma grave.
Sintomas
APROVADO EM
19-10-2018
INFARMED
Sintomas
observados
sobredosagens
reportadas
escitalopram
incluem
maioritariamente sintomas relacionados com o sistema nervoso central (variando
desde tonturas, tremor e agitação até casos raros de síndrome serotoninérgica,
convulsões
coma),
sistema
gastrointestinal
(náuseas/vómitos)
sistema
cardiovascular (hipotensão, taquicardia, prolongamento QT e arritmia) e condições
do equilíbrio eletrólitos/fluidos (hipocalemia, hiponatremia).
Tratamento
Não existe um antídoto específico. Estabelecimento e manutenção das vias aéreas,
assegurar uma adequada oxigenação e função respiratória. Devem ser consideradas
a lavagem gástrica e a utilização de carvão ativado. A lavagem gástrica deve ser
realizada o mais cedo possível após a ingestão oral. É recomendada a monitorização
sinais
cardíacos
vitais,
conjunto
medidas
gerais
suporte
sintomático.
É aconselhável efetuar-se um ECG em caso de sobredosagem em doentes com
insuficiência cardíaca congestiva e/ou bradiarritmias, em doentes a fazer tratamento
concomitante com medicamentos conhecidos por prolongar o intervalo QT, ou em
doentes com metabolismo alterado, como por exemplo em casos de disfunção
hepática.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo
farmacoterapêutico:
2.9.3
Sistema
Nervoso
Central.
Psicofármacos.
Antidepressores.
Código ATC: N06AB10
Mecanismo de Ação
Escitalopram é um inibidor seletivo da recaptação de serotonina (5-HT) com elevada
afinidade para o local de ligação primário. Também se liga a um local alostérico no
transportador da serotonina, com uma afinidade 1000 vezes mais baixa.
Escitalopram não tem, ou tem pouca, afinidade para vários recetores incluindo os
recetores 5-HT1A, 5-HT2, DA D1 e D2, adrenorecetores α1, α2 e β, recetores
histamínicos H1, colinérgicos muscarínicos, benzodiazepínicos e opióides.
A inibição da recaptação de 5-HT é provavelmente o único mecanismo de ação que
explica os efeitos farmacológicos e clínicos do escitalopram.
Efeitos farmacodinâmicos
Os resultados de um estudo controlado por placebo, com dupla ocultação, levado a
cabo em indivíduos saudáveis, evidenciaram uma alteração do intervalo QTc de base
(correção de Fridericia) de 4,3 mseg (90% IC 2,2-6,4 mseg) com uma dose diária de
10 mg e de 10,7 mseg (90% IC 8,6-12,8 mseg) com a dose diária supraterapêutica
de 30 mg (ver secções 4.3, 4.4, 4.5, 4.8 e 4.9).
Eficácia e segurança clínicas
Episódios Depressivos Major
Verificou-se que o escitalopram foi eficaz no tratamento agudo da depressão major
em três de quatro estudos a curto prazo (8 semanas), em dupla ocultação e
controlados com placebo. Num estudo de prevenção da recidiva a longo prazo, 274
APROVADO EM
19-10-2018
INFARMED
doentes que haviam respondido durante a fase de tratamento aberto inicial de 8
semanas,
mg/dia
escitalopram,
foram
randomizados
para
continuarem o tratamento com escitalopram na mesma dose, ou com placebo,
durante um período de até 36 semanas. Neste estudo, os doentes que receberam
continuamente escitalopram registaram um tempo de recidiva significativamente
mais longo durante as 36 semanas subsequentes, comparativamente aos que
receberam placebo.
Perturbação de Ansiedade Social
Escitalopram foi eficaz em três estudos a curto prazo (12 semanas) e em doentes
com resposta num estudo de prevenção da recaída na perturbação de ansiedade
social, com a duração de 6 meses. A eficácia de 5, 10 e 20 mg de escitalopram, foi
demonstrada num estudo de determinações de doses com a duração de 24 semanas.
Perturbação da Ansiedade Generalizada
Escitalopram em doses de 10 e 20 mg/dia foi eficaz em todos os quatro estudos
controlados com placebo.
Em dados de três estudos com desenhos semelhantes compreendendo 421 doentes
tratados com escitalopram e 419 doentes tratados com placebo, respetivamente
47,5% e 28,9% dos doentes responderam ao tratamento e, respetivamente, 37,1%
e 20,8% dos doentes alcançaram a remissão. A manutenção do efeito foi observada
desde a semana 1.
A manutenção da eficácia do escitalopram 20 mg/dia foi demonstrada num estudo
randomizado de manutenção da eficácia de 24 a 76 semanas, em 373 doentes que
haviam respondido durante a fase inicial de 12 semanas de tratamento aberto.
Perturbação Obsessiva-Compulsiva
estudo
clínico
randomizado,
dupla
ocultação,
escitalopram, diferenciaram-se do placebo na pontuação total de Y-BOCS após 12
semanas. Após 24 semanas, ambas as doses de 10 mg e 20 mg por dia de
escitalopram foram superiores quando comparadas com o placebo.
prevenção
recaída foi
demonstrada
para
e 20 mg
escitalopram em doentes que responderam a escitalopram na fase de tratamento
aberto de 16 semanas e que entraram num estudo de 24 semanas, randomizado, em
dupla ocultação, controlado com placebo.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Absorção
A absorção é quase completa e independente da ingestão de alimentos. (Tempo
médio para atingir a concentração máxima (tmax médio) é de 4 horas após
administração de doses múltiplas). À semelhança do composto racémico citalopram,
espera-se que a biodisponibilidade absoluta do escitalopram seja de cerca de 80%.
Distribuição
O volume aparente de distribuição (Vd,β/F), após administração oral é de cerca de
12 a 26 l/kg. A ligação às proteínas plasmáticas é inferior a 80% para o escitalopram
e seus principais metabolitos.
Biotransformação
Escitalopram
metabolizado
fígado
metabolitos
desmetilados
bidesmetilados. Ambos são farmacologicamente ativos. Em alternativa, o azoto pode
APROVADO EM
19-10-2018
INFARMED
ser oxidado para formar o metabolito N-óxido. Tanto o fármaco inalterado como os
metabolitos são parcialmente excretados como glucoronidos. Após administração
múltipla, as concentrações médias dos metabolitos desmetilados e bidesmetilados
correspondem normalmente a 28-31% e <5%, respetivamente, da concentração de
escitalopram. A biotransformação de escitalopram no metabolito desmetilado é
mediada principalmente pelo CYP2C19. É possível que exista alguma contribuição
das enzimas CYP3A4 e CYP2D6.
Eliminação
O tempo de semi-vida de eliminação (t½ β), após administração de doses múltiplas,
é de cerca de 30 horas sendo a depuração plasmática oral (Cloral) cerca de 0,6
l/min. Os metabolitos principais têm uma semi-vida significativamente mais longa.
Assume-se que o escitalopram e os seus principais metabolitos sejam eliminados
pelas vias hepática (metabólica) e renal, sendo a maior parte da dose excretada pela
urina na forma de metabolitos.
Linearidade/não linearidade
farmacocinética
linear.
Os níveis
plasmáticos
estado
estacionário
são
atingidos em cerca de 1 semana. A administração de uma dose diária de 10 mg
origina concentrações médias em estado estacionário de 50 nmol/l (valores entre 20
e 125 nmol/l).
Doentes idosos (> 65 anos)
Escitalopram aparenta ser eliminado mais lentamente em doentes idosos, quando
comparados com doentes mais jovens. A exposição sistémica (AUC) é cerca de 50%
mais elevada em doentes idosos comparativamente a voluntários jovens saudáveis
(ver secção 4.2).
Função hepática diminuída
Em doentes com insuficiência hepática ligeira ou moderada (Critérios de Child-Pugh
A e B), a semi-vida de escitalopram foi cerca de duas vezes mais longa e a exposição
foi cerca de 60% mais elevada do que em indivíduos com a função hepática normal
(ver secção 4.2).
Função renal diminuída
Em doentes com função renal diminuída a quem foi administrado o composto
racémico citalopram, foi observada uma semi-vida mais longa e um menor aumento
na exposição (Clcr 10-53 ml/min). As concentrações plasmáticas dos metabolitos
não foram estudadas, mas podem estar elevadas (ver secção 4.2).
Polimorfismo
Foi observado que metabolizadores fracos no que se refere ao CYP2C19 atingem
concentração
plasmática
escitalopram
dupla
verificada
metabolizadores completos. Não foi observada alteração significativa na exposição
em metabolizadores fracos no que se refere ao CYP2D6 (ver secção 4.2).
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Não foi realizada uma bateria convencional completa de estudos pré-clínicos com o
escitalopram, atendendo a que os estudos de ligação toxicocinéticos e toxicológicos,
efetuados em ratos com o escitalopram e o citalopram, apresentaram um perfil
APROVADO EM
19-10-2018
INFARMED
semelhante. Por conseguinte, toda a informação relativa ao citalopram pode ser
extrapolada para o escitalopram.
Em estudos toxicológicos comparativos realizados em ratos, o escitalopram e o
citalopram causaram toxicidade cardíaca, incluindo insuficiência cardíaca congestiva,
após tratamento durante algumas semanas, aquando da utilização de doses que
causavam toxicidade geral. A cardiotoxicidade pareceu estar mais correlacionada
com concentrações plasmáticas máximas do que com exposições sistémicas (AUC).
As concentrações plasmáticas máximas sem efeito foram superiores (8 vezes) às
obtidas durante a utilização clínica, enquanto que a AUC para o escitalopram foi
apenas 3 a 4 vezes superior. Para o citalopram, os valores da AUC relativos ao
enantiómero S foram 6 a 7 vezes superiores à exposição atingida durante a
utilização clínica. Os achados encontram-se provavelmente relacionados com uma
influência exagerada sobre as aminas biogénicas, ou seja, são secundários aos
efeitos farmacológicos principais, resultando em efeitos hemodinâmicos (redução do
fluxo coronário) e isquemia. Contudo, o mecanismo exato de cardiotoxicidade em
ratos não é claro. A experiência clínica com o citalopram, e a experiência em ensaios
clínicos com o escitalopram, não sugerem que estes achados tenham uma correlação
clínica.
Foi observado aumento do teor de fosfolípidos em alguns tecidos, como por exemplo,
nos pulmões, nos epidídimos e no fígado, após administração a ratos durante
períodos mais prolongados de escitalopram e citalopram. As alterações ao nível dos
epidídimos e do fígado foram observadas para exposições semelhantes às do
homem. O efeito é reversível após a interrupção do tratamento. Verificou-se que a
acumulação de fosfolípidos (fosfolipidose) em animais está relacionada com muitos
medicamentos
anfifílicos
catiónicos.
Desconhece-se
este
fenómeno
possui
importância significativa para o homem.
No estudo de toxicidade de desenvolvimento realizado em ratos foram observados
efeitos embriotóxicos (redução do peso fetal e atraso reversível na ossificação) após
exposições, em termos de AUC, superiores às obtidas durante a utilização clínica.
Não foi observado qualquer aumento na frequência de malformações. Um estudo
pré- e pós-natal evidenciou taxas de sobrevivência reduzidas durante o período de
lactação na sequência de exposições em termos de AUC superiores às verificadas
durante a utilização clínica.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista de excipientes
Núcleo do comprimido:
Prosolv SMCC 90 (Celulose microcristalina, Sílica coloidal anidra),
Talco
Croscarmelose sódica
Estearato de magnésio
Revestimento:
Hipromelose 6cp
Macrogol 6000
Dióxido de titânio (E171)
APROVADO EM
19-10-2018
INFARMED
6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3 Prazo de validade
18 meses.
6.4 Precauções especiais de conservação
Não conservar acima de 25 ºC.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Blister de PVC/PVDC-Al.
Blisters de 14, 28 e 56 comprimidos.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Não existem requisitos especiais.
Qualquer medicamento não utilizado ou resíduos devem ser eliminados de acordo
com as exigências locais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Decomed Farmacêutica, Lda.
Rua Sebastião e Silva, n.º 56
2745-838 Massamá
Portugal
8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
N.º de registo 5122569: 14 comprimidos revestidos por película, 5 mg, blister
PVC/PVDC-Alu
N.º de registo 5122577: 28 comprimidos revestidos por película, 5 mg, blister
PVC/PVDC-Alu
N.º de registo 5122601: 56 comprimidos revestidos por película, 5 mg, blister
PVC/PVDC-Alu
N.º de registo 5122619: 14 comprimidos revestidos por película, 10 mg, blister
PVC/PVDC-Alu
N.º de registo 5122627: 28 comprimidos revestidos por película, 10 mg, blister
PVC/PVDC-Alu
N.º de registo 5122635: 56 comprimidos revestidos por película, 10 mg, blister
PVC/PVDC-Alu
APROVADO EM
19-10-2018
INFARMED
N.º de registo 5122643: 14 comprimidos revestidos por película, 15 mg, blister
PVC/PVDC-Alu
N.º de registo 5122650: 28 comprimidos revestidos por película, 15 mg, blister
PVC/PVDC-Alu
N.º de registo 5122668: 56 comprimidos revestidos por película, 15 mg, blister
PVC/PVDC-Alu
N.º de registo 5122676: 14 comprimidos revestidos por película, 20 mg, blister
PVC/PVDC-Alu
N.º de registo 5122700: 28 comprimidos revestidos por película, 20 mg, blister
PVC/PVDC-Alu
N.º de registo 5122718: 56 comprimidos revestidos por película, 20 mg, blister
PVC/PVDC-Alu
DATA
PRIMEIRA
AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO
AUTORIZAÇÃO
INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data da primeira autorização: 11 de julho de 2008
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO