Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
24-01-2006
24-01-2006
APROVADO EM
24-01-2006
INFARMED
FOLHETO INFORMATIVO: INFORMAÇÃO PARA O UTILIZADOR
Vasocor, 40 mg, comprimidos revestidos por película
Quinapril
Neste folheto:
1. O que é VASOCOR e para que é utilizado.
2. Antes de tomar VASOCOR.
3. Como tomar VASOCOR.
4. Efeitos secundários possíveis.
5. Como conservar VASOCOR.
6. Outras informações.
1.
O QUE É VASOCOR E PARA QUE É UTILIZADO
comprimidos
revestidos
película
VASOCOR
contêm
quinapril
são
acondicionados em embalagens de 28 unidades.
VASOCOR pertence ao grupo dos Anti-hipertensores. VASOCOR é especificamente um Inibidor da
Enzima de Conversão da Angiotensina (IECA).
Vasocor está indicado no tratamento da hipertensão e da insuficiência cardíaca congestiva.
2.
ANTES DE TOMAR VASOCOR
Não tome VASOCOR:
Se tem alergia (hipersensibilidade) ao quinapril, a qualquer outro componente de VASOCOR, ou a
outros IECAs;
Se tem história clínica de angioedema;
Se tem edema (inchaço) herditário ou idiopático;
Se está grávida;
Tome especial cuidado com VASOCOR:
Com os IECAs como VASOCOR, pode ocorrer angioedema da cabeça e pescoço (inchaço da
face, olhos, lábios, língua, ou dificuldade em respirar) ou angioedema intestinal, o qual se
Leia atentamente este folheto antes de tomar o medicamento.
Conserve este folheto; Pode ter necessidade de o reler.
Caso tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
Este medicamento foi receitado para si; Não o deve dá-lo a outros, o medicamento
pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas.
algum
efeitos
secundários
agravar
detectar
quaisquer
efeitos
secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.
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manifesta por dor abdominal (com ou sem náuseas ou vómito), logo após a primeira dose. Se
tiver estes sintomas, interrompa o tratamento com VASOCOR e informe imediatamente o seu
médico.
Nos doentes de raça negra, a incidência de angioedema é mais elevada.
Em doentes com estenose aórtica e miocardiopatia hipertrófica obstrutiva, o Vasocor deve ser
administrado com precaução.
VASOCOR pode causar uma descida brusca da pressão arterial, acompanhada de tonturas ou,
em certos casos, de desmaio, sobretudo nos primeiros dias de tratamento. Se tiver tonturas,
deite-se até os sintomas desaparecerem. Se estiver deitado, levante-se sempre devagar para
evitar sentir-se tonto. Em caso de desmaio interrompa o tratamento e informe imediatamente o
seu médico.
Se, durante o tratamento com VASOCOR, se sentir indisposto, informe o seu médico antes de
tomar
outra
dose
porque
vómitos,
diarreia,
insuficiente
ingestão
líquidos,
desidratação ou a sudação excessiva também podem reduzir a pressão arterial.
Se tiver sinais de infecção como, por exemplo, dores de garganta ou febre, informe o seu
médico. Se observar sinais de hemorragia não habitual, avise imediatamente o seu médico.
Se tiver uma doença renal, informe o seu médico porque poderá ser necessário vigiar o
funcionamento dos rins. Informe igualmente o seu médico se sofre de doença hepática.
Se é diabético e toma antidiabéticos orais ou insulina, os níveis de glicémia deverão ser
cuidadosamente monitorizados, especialmente durante o primeiro mês de tratamento com um
IECA como VASOCOR.
Durante o tratamento com VASOCOR pode ocorrer aparecimento de tosse seca persistente, a
qual desaparece quando se termina o tratamento.
Se vai ser operado ou submetido a anestesia, informe o seu médico que toma VASOCOR.
Não tome suplementos de potássio ou substitutos do sal que contenham potássio sem consultar
o seu médico.
VASOCOR contém lactose. Se foi informado pelo seu médico que tem intolerância a
alguns açúcares, contacte-o antes de tomar este medicamento.
Tomar VASOCOR com alimentos e bebidas:
VASOCOR pode ser tomado com ou sem alimentos.
Gravidez e Aleitamento
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
VASOCOR está contra-indicado durante a gravidez. Descreveram-se graves alterações da função
renal, fetal e neonatal, tais como oligohidrâmnios, hipoplasia pulmonar e anúria neonatal de longa
duração, e malformações ósseas com a administração dos IECAs durante a gravidez.
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Os IECAs, incluindo o quinapril, são segregados no leite humano em quantidades reduzidas. Devido
ao potencial para reacções graves nos lactentes, é necessário tomar uma decisão no sentido de
interromper o tratamento ou o aleitamento consoante a importância do tratamento para a mãe.
Condução de veículos e utilização de máquinas
Principalmente no início do tratamento com quinapril, a capacidade de conduzir ou utilizar máquinas
poderá estar diminuída.
Tomar VASOCOR com outros medicamentos
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros
medicamentos, incluindo medicamentos sem receita médica.
É particularmente importante informar o seu médico se estiver a tomar os seguintes medicamentos:
Tetraciclina e outros medicamentos que interajam com o magnésio, porque a sua absorção pode
estar diminuída devido à composição de VASOCOR.
Lítio, porque pode ocorrer toxicidade por este fármaco, principalmente se também estiver a tomar
um diurético. Pode ser necessário efectuar análises sanguíneas para controlar o nível de lítio no
seu sangue.
Diuréticos, porque pode ocorrer uma diminuição excessiva da pressão arterial, principalmente no
início do tratamento com VASOCOR.
Agentes que aumentam o nível de potássio no sangue, tais como diuréticos poupadores de potássio
(por ex. espironolactona, triantereno ou amiloride), suplementos de potássio ou substitutos do sal
contendo potássio. O seu médico pode-lhe solicitar a realização de análises para controlar os
níveis de potássio no sangue.
Antidiabéticos orais e insulina, porque pode ocorrer uma diminuição excessiva da glucose no
sangue levando a um risco de hipoglicémia. Este fenómeno pode ocorrer com maior frequência
durante as primeiras semanas de tratamento e em doentes com insuficiência renal.
Anti-inflamatórios não esteróides, visto que podem diminuir o efeito de VASOCOR.
3. COMO TOMAR VASOCOR
Tomar VASOCOR sempre de acordo com as instruções do médico. Fale com o seu médico ou
farmacêutico se tiver dúvidas.
VASOCOR é tomado por via oral. VASOCOR pode ser tomado com ou sem alimentos.
A dose de VASOCOR pode variar entre 5 mg e 80 mg por dia em função do estado clínico.
VASOCOR pode ser administrado diariamente em dose única ou em doses divididas. O seu médico
dir-lhe-á quantos comprimidos deve tomar por dia.
Tratamento da hipertensão
Monoterapia: A dose inicial recomendada em doentes sem tratamento diurético é de 10mg ou 20mg,
uma vez ao dia. Em função da sua resposta clínica, a posologia pode ser aumentada para uma dose de
manutenção de 20 a 40 mg por dia, administrada em toma única ou dividida em duas tomas. De um
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modo geral, os ajustes da posologia devem efectuar-se a intervalos de quatro semanas. Na maioria dos
doentes, o controlo a longo prazo mantém-se com o regime de toma diária única. Foram tratados
doentes com doses de VASOCOR até 80 mg por dia.
Tratamento simultâneo com diuréticos:Caso seja necessário fazer o tratamento com VASOCOR
simultaneamente com um diurético, a dose inicial recomendada de VASOCOR é de5 mg, sendo
posteriormente aumentada (conforme as indicações em cima) até obter a resposta óptima. (ver Tomar
VASOCOR com outros medicamentos).
Insuficiência Cardíaca Congestiva:
VASOCOR está indicado para um tratamento combinado com diuréticos e/ou glicosídeos cardíacos. A
dose inicial recomendada é de 5mg, uma a duas vezes ao dia. Após a administração da dose, poderá
ocorrer uma descida excessiva da pressão arterial, pelo que deve ficar sob observação do seu médico.
Quando a dose inicial de VASOCOR é bem tolerada, a posologia pode ser ajustada até à dose eficaz,
geralmente 20 a 40 mg por dia em doses iguais, com o tratamento concomitante.
Caso tenha insuficiência renal: O seu médico irá escolher a dose inicial de acordo com o grau de
funcionamento dos seus rins, podendo tomar 5 mg quando a depuração de creatinina pelos seus
rins é inferior a 30 ml/min ou, 2,5 mg quando é inferior a 10 ml/min. Caso a depuração de
creatinina seja superior a 60 ml/mg, a dose inicial recomendada é de 10 mg. Quando a dose inicial
é bem tolerada, VASOCOR pode ser administrado no dia seguinte, no regime de duas tomas
diárias. Caso não surja descida excessiva da pressão arterial nem deterioração significativa da sua
função renal, a posologia poderá ser aumentada a intervalos semanais com base na sua resposta
clínica e hemodinâmica.
Se tomar mais VASOCOR do que deveria
Se tomou acidentalmente medicamento a mais, contacte imediatamente o serviço de emergência.
Não
existe
informação
disponível
sobre
tratamento
sobredosagem
quinapril.
manifestações clínicas mais prováveis são consequência de uma grave descida da pressão arterial, que
habitualmente
tratada
perfusão
intravenosa
soro
fisiológico
normal.
tratamento
sintomático e de suporte, segundo a prática médica instituída.
A hemodiálise e a diálise peritoneal têm poucos efeitos sobre a eliminação do quinapril e do
quinaprilato.
Caso se tenha esquecido de tomar VASOCOR
Não tome uma dose a dobrar para compensar a dose que se esqueceu de tomar.
Caso
ainda
tenha
dúvidas
sobre
utilização
deste
medicamento,
fale
médico
farmacêutico.
4.
EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS
Como os demais medicamentos VASOCOR pode ter efeitos secundários.
Os efeitos secundários mais frequentes são dores de cabeça, tonturas, inflamação nas fossas nasais
(rinite), tosse, fadiga, náuseas, vómitos e dores musculares. Pode também ocorrer frequentemente
diarreia, dor torácica, dor abdominal, digestão difícil (dispepsia), dificuldade em respirar (dispneia),
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dor lombar, faringite, insónia, descida da pressão arterial e entorpecimento ou formigueiro nos dedos
das mãos ou dos pés (parestesia).
Os efeitos secundários que podem ocorrer com pouca frequência são anemia hemolítica, diminuição
do número de plaquetas (trombocitopenia), reacções alérgicas, depressão, nervosismo, sonolência,
vertigens, diminuição da capacidade visual (ambliopia), angina de peito, palpitações, aumento dos
batimentos cardíacos (taquicardia), desmaio, dilatação dos vasos sanguíneos, boca e garganta secas,
flatulência, pancreatite, queda de cabelo, dermatite esfoliativa, aumento da sudação, aparecimento de
bolhas com líquido seroso (pênfigo), alergia à luz, comichão, erupção cutânea, dores nas articulações,
infecção do tracto urinário, impotência e edema.
Raramente, pode surgir angioedema, pneumonite eosinofilica, hepatite, agranulocitose e neutropenia.
As suas análises podem apresentar algumas alterações, nomeadamente aumento da creatinina sérica,
do potássio sérico e do azoto ureico.
Se é idoso, pode ser mais sensível aos efeitos secundários se ocorrerem, informe imediatamente o seu
médico.
Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar efeitos secundários não mencionados neste
folheto informativo, informe imediatamente o seu médico.
5.
COMO CONSERVAR VASOCOR
Manter fora do alcance e da vista das crianças.
Não conservar acima de 25ºC.
Proteger da luz e da humidade.
Não utilize VASOCOR após o prazo de validade impresso na embalagem. O prazo de validade
corresponde ao último dia do mês indicado.
Os medicamentos não devem ser eliminados na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu
farmacêutico como eliminar os medicamentos de que já não necessita. Estas medidas irão ajudar a
proteger o meio ambiente.
6.
OUTRAS INFORMAÇÕES
Qual a composição de VASOCOR
A substância activa é quinapril.
Os outros componentes são:
Carbonato
magnésio
pesado,
lactose
hidratada,
gelatina,
crospovidona,
estearato
magnésio,Opadry Brown Y-5-9020G (hidroxipropilmetilcelulose, hidroxipropilcelulose, dióxido de
titânio, macrogol 400, óxido de ferro vermelho)e cera de candelila.
Titular da Autorização de Introdução no Mercado
Laboratórios Azevedos – Indústria Farmacêutica, S.A.
Estrada Nacional 117-2
2614-503 Amadora
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Para quaisquer informações sobre este medicamento, queira contactar o Titular de Autorização de
Introdução no Mercado.
Este folheto foi aprovado pela última vez em:
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO
VASOCOR 40 mg Comprimidos revestidos por película
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Cada comprimido contém 43,328 mg de quinapril (como cloridrato) equivalentes a 40 mg de quinapril
base.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1
3. FORMA FARMACÊUTICA
Comprimidos revestidos por película.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1. Indicações terapêuticas
Hipertensão
Quinapril
está
indicado
tratamento
hipertensão.
hipertensos,
quinapril
eficaz
monoterapia ou em associação a diuréticos tiazídicos e bloqueadores beta.
Insuficiência cardíaca congestiva
Quinapril é eficaz no tratamento da insuficiência cardíaca congestiva em administração concomitante
com diuréticos e/ou glicosídeos cardíacos.
4.2. Posologia e modo de administração
Hipertensão
Monoterapia: A dose inicial de quinapril recomendada nos doentes sem tratamento diurético é de
10mg ou 20mg, uma vez ao dia. Em função da resposta clínica do doente, a posologia pode ser
aumentada (duplicando a dose) para uma dose de manutenção de 20 a 40 mg/dia, administrada em
toma única ou dividida em duas tomas. Em geral, os ajustamentos da posologia devem efectuar-se a
intervalos de quatro semanas. Na maioria dos doentes, o controlo a longo prazo mantém-se no regime
de toma única diária. Foram tratados doentes com doses de quinapril até 80 mg por dia.
Diuréticos concomitantes: Nos doentes que precisam de tratamento diurético de manutenção, a dose
inicial recomendada de quinapril é de 5 mg, podendo ser posteriormente ajustada (tal como descrito
anteriormente) para a resposta óptima. (Ver Secção 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas
de interacção).
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Insuficiência cardíaca congestiva
Quinapril está indicado em tratamento de adjunção a diuréticos e/ou glicosídeos cardíacos. A dose
inicial recomendada nos doentes com insuficiência cardíaca congestiva é de 5 mg, uma a duas vezes
ao dia: após a administração da dose, o doente deve ser vigiado devido à possibilidade de hipotensão
sintomática. Quando a dose inicial de quinapril é bem tolerada, a posologia pode ser ajustada para a
dose eficaz, habitualmente 20 a 40 mg por dia, administrados em duas doses iguais com o tratamento
concomitante.
Uso na insuficiência renal: Os dados cinéticos indicam que a eliminação de quinapril depende do
nível de função renal. A dose inicial recomendada de quinapril é de 5 mg nos doentes com depuração
de creatinina >30 ml/min, e de 2,5 mg nos doentes com depuração de creatinina <30 ml/min. Quando a
dose inicial é bem tolerada, o quinapril pode ser administrado no dia seguinte, no regime de duas
tomas diárias. Na ausência de hipotensão excessiva ou de deterioração significativa da função renal, a
posologia pode ser aumentada a intervalos semanais com base na resposta clínica e hemodinâmica do
doente. As doses iniciais recomendadas com base nos dados clínicos e farmacocinéticos obtidos em
insuficientes renais são:
Depuração de creatinina
Dose inicial máxima recomendada
(ml/min)
(mg)
> 60
30 - 60
10 - 30
< 10
* A experiência actual é insuficiente para recomendar doses específicas nestes doentes.
Uso no idoso
A idade só por si não parece afectar o perfil de eficácia ou segurança de quinapril. Por conseguinte, a
dose inicial recomendada de quinapril nos doentes idosos é de 10 mg em toma única diária, seguindo-
se o ajustamento da posologia até à resposta óptima.
Uso na criança
A segurança e a eficácia de quinapril nas crianças ainda não foram estabelecidas.
Modo de administração
Via oral.
4.3. Contra-indicações
-Hipersensibilidade ao quinapril, a qualquer dos excipientes de Vasocor ou a outro inibidor da ECA;
-Doentes com angioedema hereditário ou idiopático;
-Quinapril está contra-indicado nos doentes com história de angioedema associado a tratamento prévio
com um inibidor da enzima de conversão da angiotensina (IECA). A sensibilidade cruzada com outros
inibidores da ECA ainda não foi estudada.
-Quinapril está contra-indicado durante a gravidez.
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4.4
Advertências e precauções especiais de utilização
Angioedema da cabeça e do pescoço:
Registou-se angioedema em doentes tratados com inibidores da ECA, tendo sido descrito em 0,1% dos
doentes medicados com quinapril. Quando ocorre estridor laríngeo, ou angioedema da face, língua ou
glote, o tratamento com quinapril deve ser descontinuado imediatamente: o doente deve ser tratado de
acordo com os critérios clínicos e cuidadosamente observado até ao desaparecimento do edema.
Quando o edema se limita à face e aos lábios, desaparece geralmente sem tratamento: os anti-
histamínicos podem ajudar a aliviar os sintomas. O angioedema com envolvimento laríngeo pode ser
fatal. Quando há envolvimento da língua, glote, ou laringe, capaz de causar obstrução das vias aéreas,
deve ser rapidamente instituído tratamento de emergência, incluindo, mas não limitado à pronta
administração subcutânea duma solução de adrenalina (epinefrina) a 1:1000 (0,3-0,5 ml).
Constatou-se
maior
incidência
angioedema
doentes
raça
negra
tratados
inibidorores da ECA comparativamente aos doentes de outras raças. É também de salientar que, nos
estudos clínicos controlados, os inibidores da ECA têm efeitos menos acentuados na pressão arterial
dos doentes de raça negra em comparação com doentes de outras raças. A incidência de angioedema
nos doentes de raça negra e de outras raças foi calculada em dois ensaios clínicos abertos de grandes
dimensões que avaliaram a eficácia do quinapril no controlo da hipertensão. Num dos estudos, em que
foram avaliados 1.656 doentes de raça negra e 10.583 doentes de outras raças, a incidência de
angioedema,
independentemente
associação
tratamento
quinapril,
0,3%
primeiros e de 0,39% nos segundos. No outro estudo (1.443 doentes de raça negra e 9.300 doentes de
outras raças), a incidência de angioedema foi de 0,55% nos primeiros e de 0,17% nos segundos.
Angioedema intestinal:
Foi relatado angioedema intestinal em doentes tratados com inibidores da enzima de conversão da
angiotensina (IECA). Estes doentes apresentavam dor abdominal (com ou sem náusea ou vómito); em
alguns casos não existiam antecedentes de angioedema facial e os níveis de estearase C-1 eram
normais. O angioedema foi diagnosticado através de procedimentos tais como scan por Tomografia
Computorizada (TC) abdominal ou ultrasonografia, ou durante uma cirúrgia, e os sintomas cessaram
depois de se suspender a terapêutica com IECA. O angioedema intestinal deve ser incluído no
diagnóstico de doentes tratados com IECA que apresentem dor abdominal.
Os doentes com uma história de angioedema não relacionado com o tratamento com inibidores da
ECA podem correr um risco acrescido de angioedema quando tratados com um inibidor da ECA.
Estenose aórtica / miocardiopatia hipertrófica obstrutiva:
Tal como com outros inibidores da ECA, o quinapril deve ser administrado com precaução em doentes
com estenose aórtica ou miocardiopatia hipertrófica obstrutiva.
Reacções anafilácticas
Dessensibilização:
doentes
medicados
inibidores
durante
tratamento
dessensibilização com hymenoptera venom ocorreram reacções anafilácticas envolvendo risco de vida.
Nos mesmos doentes, foi possível evitar essas reacções quando se suspendeu temporariamente o
tratamento com os inibidores da ECA, que no entanto reapareceram após reexposição inadvertida.
Aferese
das
LDL:
Registaram-se
reacções
anafilácticas
doentes
fazem
aferese
lipoproteínas de baixa densidade com absorção de sulfato de dextrano e que recebem tratamento
concomitante com um inibidor da ECA.
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Hemodiálise:
evidência
clínica
demonstrou
que,
quando
são
usadas
hemodiálise
certas
membranas de alto fluxo (membranas de poliacrilonitrilo), os doentes hemodialisados são mais
sensíveis a algumas reacções anafilácticas ao tratamento concomitante com inibidores da ECA. Esta
combinação
deve ser
evitada pelo uso
de agentes hipotensores alternativos,
membranas
alternativas na hemodiálise.
Hipotensão:
Observou-se
raramente
hipotensão
sintomática
doentes
hipertensão
não
complicada
medicados com quinapril, que é uma consequência possível do tratamento de inibição da ECA nos
doentes com deplecção de sal/volume, como é o caso dos previamente tratados com diuréticos, dos
que seguem dietas restritivas de sal, ou dos dialisados.
Os doentes tratados com diuréticos podem desenvolver hipotensão sintomática no início do tratamento
com quinapril. Nos doentes tratados com diuréticos é importante, se possível, interromper o diurético
dois ou três dias antes do início do tratamento com quinapril. Quando é impossível controlar a pressão
sanguínea só com quinapril, o tratamento diurético deve ser retomado. Se for impossível retirar o
diurético, o tratamento com quinapril deve começar a uma dose inicial baixa. (ver Secção 4.5
Interacção medicamentosa ou outras formas de interacção).
Nos doentes com insuficiência cardíaca congestiva em risco de hipotensão excessiva, o tratamento
com quinapril deve iniciar-se com a dose recomendada, sob rigorosa vigilância médica: os doentes
devem ser cuidadosamente seguidos durante as duas primeiras semanas de tratamento e sempre que a
dose de quinapril aumentar.
Na ocorrência de hipotensão sintomática, o doente deve ser colocado em supinação e, se necessário,
receber soro fisiológico por perfusão endovenosa. A resposta hipotensiva passageira não é uma contra-
indicação à repetição das doses: quando ocorre, deve ser ponderada a administração de doses mais
baixas de quinapril ou do eventual diurético em administração concomitante.
Neutropenia/agranulocitose:
Os inibidores da ECA foram raramente associados a agranulocitose e a depressão medular nos doentes
com hipertensão não complicada, no entanto foram mais frequentemente associados nos insuficientes
renais,
especialmente
quando
apresentamdoença
colagénio
vascular.
Registou-se
raramente
agranulocitose durante o tratamento com quinapril. Como acontece com os outros inibidores da ECA,
recomenda-se o controlo dos glóbulos brancos nos doentes com doença do colagénio vascular e/ou
doença renal.
Morbilidade e mortalidade fetal/neonatal: ver Secção 4.6 Gravidez e aleitamento
Insuficiência renal:
Em consequência da inibição do sistema renina-angiotensina-aldosterona, é possível prever alterações
da função renal nos doentes sensíveis a estas alterações. Nos doentes com insuficiência cardíaca grave,
função
renal
pode
estar
dependente
actividade
sistema
renina--angiotensina-
aldosterona, o tratamento com inibidores da ECA (incluindo quinapril) pode ser associado a oligúria
e/ou azotémia progressiva e, raramente, a insuficiência renal aguda e/ou morte.
A semi-vida do quinaprilato aumenta à medida que a depuração de creatinina diminui. Nos doentes
com depuração de creatinina <60 ml/min, recomenda-se a administração de uma dose inicial baixa de
quinapril. (Ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Nestes doentes, é aconselhável
aumentar a posologia com base na resposta terapêutica e vigiar cuidadosamente a função renal, apesar
de os estudos iniciais não terem sugerido que quinapril contribui para a deterioração da função renal.
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Alguns doentes com hipertensão ou insuficiência cardíaca sem doença vascular renal pré-existente
aparente apresentaram aumentos
nos níveis séricos de azoto ureico
e creatinina, habitualmente
menores
e passageiros, em
especial
quando se administrou
quinapril
em combinação com um
diurético. É mais provável que isto aconteça nos doentes com insuficiência renal pré-existente. Pode
ser necessário reduzir a posologia e/ou descontinuar o diurético e/ou quinapril.
Observaram-se em alguns doentes aumentos dos níveis do azoto ureico e de creatinina sérica após
tratamento com inibidores da ECA, nos estudos clínicos realizados nos hipertensos com estenose
unilateral ou bilateral da artéria renal. Estes aumentos são quase sempre reversíveis após interrupção
do tratamento com inibidores da ECA e/ou diuréticos. A função renal destes doentes deve ser vigiada
durante as primeiras semanas de tratamento.
Insuficiência hepática:
VASOCOR, quando combinado com um diurético, deve ser administrado com precaução nos doentes
com deterioração da função hepática ou doença hepática progressiva, porque pequenas alterações no
equílibrio de líquidos e electrólitos podem originar coma hepático.
(1)
A metabolização do quinapril em
quinaprilato depende da esterase hepática. As concentrações de quinaprilato estão diminuídas no
doente com cirrose alcoólica devido à deficiente desesterificação do quinapril.
Hipercaliémia e diuréticos poupadores de potássio:
Como acontece com outros inibidores da ECA, os doentes sob monoterapia com quinapril podem
apresentar níveis séricos aumentados de potássio. Quando administrado em concomitância, quinapril
pode reduzir a hipocaliémia induzida pelos diuréticos tiazídicos. A administração concomitante de
quinapril com diuréticos poupadores de potássio ainda não foi estudada. Devido ao risco teórico de
potenciação do aumento dos níveis séricos de potássio, recomenda-se que o tratamento em associação
com diuréticos poupadores de potássio seja iniciado com precaução e que os níveis séricos de potássio
doentes
sejam
cuidadosamente
vigiados.
(ver
Hipotensão
e
Secção
4.5
Interacções
medicamentosas e outras formas de interacção).
Hipoglicémia e diabetes:
Os Inibidores da ECA têm sido associados a efeito hipoglicémico em doentes diabéticos a tomar
insulina ou agentes antidiabéticos orais; pelo queé requerida uma apertada monitorização destes
doentes.
Tosse:
Este
efeito
sido
observado
inibidores
ECA,
incluíndo
quinapril.
Característicamente a tosse não é produtiva, é persistente, e desaparece após descontinuação da
terapêutica. A tosse induzida pelos inibidores da ECA, deve ser considerada no diagnóstico diferencial
da tosse.
Cirurgia/anestesia:
Recomenda-se precaução em caso de grande cirurgia ou de anestesia porque se demonstrou que os
inibidores da ECA bloqueiam a formação da angiotensina II secundária à libertação compensatória de
renina. Isto pode resultar em hipotensão, que poderá ser corrigida por aumento da volémia.
Intolerância à lactose
Este medicamento não deve ser administrado a doentes com patologias hereditárias de intolerância à
galactose, deficiência de lactase de Lapp, ou de deficiência de absorção da glucose-galactose.
Informação para o doente
Gravidez: As doentes potencialmente férteis devem ser informadas das consequências da exposição a
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inibidores da ECA durante o segundo e o terceiro trimestres de gravidez. As doentes devem ser
alertadas para a necessidade de comunicar imediatamente a sua gravidez ao médico.
Angioedema: Pode ocorrer angioedema, incluindo edema laríngeo, especialmente após a primeira
dose de quinapril. Os doentes devem ser avisados que, na ocorrência de sinais ou sintomas sugestivos
de angioedema (inchaço da face, olhos, lábios, língua, extremidades, dificuldade em respirar e
engolir), devem interromper imediatamente o tratamento com quinapril e consultar o médico.
Hipotensão: Os doentes devem ser informados da necessidade de comunicar ao médico a ocorrência
de tonturas, em especial nos primeiros dias de tratamento com quinapril. Em caso de síncope, deve-se
informar aos doentes para não tomarem o medicamento até o médico ter sido consultado.
Todos os doentes devem ser avisados que a insuficiente ingestão de líquidos, a sudorese abundante, ou
a desidratação podem conduzir a uma diminuição excessiva da pressão sanguínea por redução da
volémia. Outras causas de deplecção do volume, como vómitos e diarreia, também podem levar a
umadescida da pressão sanguínea os doentes devem ser informados da necessidade de consultar o seu
médico.
Diabetes:
doentes
previamente
medicados
antidiabéticos
orais
insulina
devem
informados da necessidade de monitorização cuidadosa dos níveis de glicémia, especialmente durante
o primeiro mês de tratamento com um IECA.
Hipercaliémia: Os doentes devem ser informados que não podem tomar suplementos de potássio ou
substitutos do sal contendo potássio sem consultar o médico.
Neutropenia: Os doentes devem ser informados da necessidade de comunicar imediatamente qualquer
indicação de infecção (por exemplo, dores de garganta, febre), porque ela pode ser um sinal de
neutropenia.
Cirurgia / Anestesia: Os doentes devem ser informados da necessidade de comunicar ao médico que
tomam inibidores da ECA em caso de cirurgia e/ou anestesia.
NOTA:
Como acontece com muitos outros fármacos, os doentes tratados com quinapril devem receber
aconselhamento. Esta informação tem como objectivo o uso seguro e eficaz do medicamento, embora
não descreva todos os possíveis efeitos adversos nem todos os efeitos esperados.
4.5.
Interacções medicamentosas e outras formas de interacção
Tetraciclina e outros medicamentos que interagem com magnésio:
A administração concomitante de tetraciclina e quinapril reduziu a absorção da tetraciclina em cerca
de 28% a 37% nos indivíduos expostos. A redução observada deve-se à presença de carbonato de
magnésio como excipiente na composição de quinapril. Em caso de prescrição concomitante de
quinapril e tetraciclina, a interacção deve ser ponderada.
Lítio:
Registaram-se aumentos nos níveis séricos de lítio e sintomas de toxicidade por lítio nos doentes
tratados simultaneamente com lítio e inibidores da ECA devido ao efeito de perda de sódio induzido
por estes agentes. Recomenda-se precaução na administração concomitante destes fármacos e o
controlo frequente dos níveis séricos de lítio. Quando se administra também um diurético, o risco de
toxicidade por lítio pode aumentar.
Outros agentes:
Não se registaram interacções farmacocinéticas clinicamente importantes quando se administrou
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quinapril em associação a propranolol, hidroclorotiazida, digoxina ou cimetidina,.
O efeito anticoagulante de uma dose única de varfarina (medida pelo tempo de protrombina) não foi
significativamente alterado pela administração combinada de quinapril, duas vezes ao dia.
A administração concomitante de doses múltiplas de 10 mg de atorvastatina com 80 mg de quinapril
resultou numa alteração não significativa dos parâmetros farmacocinéticos da atorvastatina
no estado
estacionário.
Tratamento diurético concomitante:
Como acontece com os outros inibidores da ECA, nos doentes tratados com diuréticos, especialmente
caso
de instituição recente
de terapia diurética, pode
ocorrer
ocasionalmente uma redução
excessiva da pressão arterial após o início do tratamento com quinapril. Os efeitos hipotensores
subsequentes à primeira dose de quinapril podem ser minorados pela suspensão do diurético alguns
dias
antes
início
tratamento.
impossível
suspender
tratamento
diuréticos,
recomenda-se a redução da dose inicial de quinapril. Os doentes que continuam o tratamento diurético
devem permanecer sob vigilância médica nas duas a quatro horas subsequentes à dose inicial de
quinapril. (ver Secção 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização e Secção 4.2Posologia e
modo de administração).
Fármacos anti-inflamatórios não-esteróides (AINEs):
Em alguns doentes, a administração de agentes anti-inflamatórios não esteróides pode interagir com o
efeito anti-hipertensivo dos inibidores da ECA.
Agentes promotores do potássio sérico:
O quinapril como inibidor da enzima de conversão da Angiotensina tende a baixar os valores da
aldosterona, que por sua vez, pode resultar numa retenção de potássio. Devido a este facto, o
tratamento
concomitante
quinapril
diuréticos
poupadores
potássio
(por
exemplo,
espironolactona, triantereno, ou amiloride) com suplementos de potássio ou com substitutos do sal
contendo potássio, deve ser efectuado com precaução e os níveis de potássio sérico devem ser
monitorizados. (ver Secção 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização).
Antidiabéticos orais e insulina:
A administração concomitante de inibidores da ECA e antidiabéticos orais ou insulina pode potenciar
o efeito de diminuição da glucose sanguínea com risco de hipoglicémia. Este fenómeno pode ocorrer
com maior frequência (ver Secção 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização):
Durante as primeiras semanas de tratamento.
Em doentes com insuficiência renal.
4.6.
Gravidez e aleitamento
Gravidez
Está contra-indicada a administração de quinapril nas grávidas. (ver Contra-indicações,).
Os inibidores da ECA podem causar morbilidade e mortalidade fetal e neonatal quando administrados
em grávidas. Em caso de gravidez, devem ser ponderados os possíveis efeitos adversos sobre o feto
antes da utilização de quinapril. Se a doente engravidar durante o tratamento com quinapril, o fármaco
deve ser retirado.
Quando se administraram inibidores da ECA no segundo e no terceiro trimestres de gravidez,
registaram-se casos de hipotensão, insuficiência renal, hipoplasia craniana e/ou morte do recém-
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nascido. Também se descreveram casos de oligo-hidrâmnios, que representam provavelmente a função
renal
reduzida
feto:
relatou-se
contratura
membros,
deformações
crânio-faciais,
desenvolvimento de hipoplasia pulmonar e atraso no crescimento intra-uterino em associação com
oligo-hidrâmnios. Apesar de estes efeitos indesejáveis não serem, aparentemente, o resultado da
exposição ao quinapril limitada ao primeiro trimestre, as mães cujos embriões e fetos tenham sido
expostos só durante o primeiro trimestre deverão ser informadas. Se a doente engravidar durante o
tratamento com inibidores da ECA, a administração do fármaco deve ser interrompida o mais
rapidamente possível.
As doentes que precisam de inibidores da ECA durante o segundo e o terceiro trimestres de gravidez
devem ser informadas dos potenciais riscos para o feto: recomenda-se a realização frequente de
exames com ultra-sons para detecção de oligo-hidrâmnios. Todavia as doentes e os médicos devem
estar sensibilizados para o facto de, em alguns casos, a presença de oligo-hidrâmnios só ser evidente
depois de o feto ter sofrido lesões irreversíveis. Quando se observar oligo-hidrâmnios, o tratamento
com quinapril deve ser interrompido, salvo nos casos em que o fármaco for considerado vital para a
mãe.
Outros potenciais riscos para o feto/recém-nascido exposto a inibidores da ECA incluem atraso do
crescimento intra-uterino, prematuridade, e canal arterial persistente, tendo-se também registado morte
fetal. Todavia não está esclarecido se estes eventos estão relacionados com a inibição da ECA ou com
a doença materna subjacente. Não se sabe se a exposição limitada ao primeiro trimestre afecta de
forma adversa o desenvolvimento fetal.
As crianças expostas in utero a inibidores da ECA devem ser cuidadosamente observadas para
detecção de hipotensão, oligúria e hipercaliémia. Se ocorrer oligúria, recomenda-se atenção ao suporte
da pressão sanguínea e da perfusão renal.
Aleitamento:
Os inibidores da ECA, incluindo o quinapril, são segregados no leite humano em quantidades
reduzidas.
conseguinte,
recomenda-se
precaução
administração
quinapril
durante
aleitamento.
4.7.
Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Especialmente no início da terapêutica com quinapril, a capacidade de conduzir ou utilizar máquinas
poderá ser diminuída.
4.8.
Efeitos indesejáveis
Avaliou-se a segurança de quinapril em 4.960 voluntários saudáveis e doentes, verificando-se que o
fármaco foi bem tolerado. Deste total, 3.203 doentes incluindo 655 idosos participaram em ensaios
clínicos controlados. A segurança a longo prazo de quinapril foi estudada em mais de 1.400 doentes
que foram tratados durante um ano ou mais.
Quanto à sua natureza, os efeitos secundários foram ligeiros e passageiros. Os efeitos secun-dários
clínicos que ocorreram mais frequentemente durante os ensaios clínicos controlados consistiram em
cefaleias (7,2%), tonturas (5,5%), tosse (3,9%), fadiga (3,5%), rinite (3,2%), náuseas e/ou vómitos
(2,8%) e mialgia (2,2%). Note-se que, característicamente, a tosse não é produtiva, é persistente, e
desaparece após a descontinuação da terapêutica.
Foi necessário descontinuar a terapêutica por efeitos secundários em 5,3%
dos doentes tratados com
quinapril nos ensaios clínicos controlados.
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Os efeitos secundários registados em 1% ou mais dos 3.203 doentes incluídos nos ensaios clínicos
controlados, tratados com quinapril com ou sem diurético concomitante, apresentam-se no quadro
seguinte. Indica-se a incidência dos efeitos secundários no subgrupo de 655 doentes com
65 anos de
idade para efeitos de comparação. Um subgrupo de 2.005 doentes hipertensos, incluídos nos ensaios
clínicos controlados e tratados com quinapril em monoterapia, também está representado.
Percentagem de Doentes nos Estudos Controlados
Quinapril + Diurético
%
Monoterapia
%
Placebo
%
EFEITOS SECUNDÁRIOS
Total
N = 3203*
a)
> 65 anos
N = 655
N = 2005**
b)
N = 579**
c)
Cefaleias
16,9
Tonturas
Tosse
Fadiga
Náusea e/ou vómito
Mialgia
Diarreia
Dor torácica
Dor abdominal
Dispepsia
Dispneia
Dor lombar
Faringite
Insónia
Hipotensão
Parestesia
Inclui 454 doentes tratados por insuficiência cardíaca congestiva.
Inclui doentes tratados só por hipertensão.
Os efeitos indesejáveis classificados em termos de nexo de causalidade como, provável, possível, ou
definitivamente relacionados, ou de relação incerta com o tratamento, registados em 0,5 a <1,0%
(salvo nos casos indicados) dos doentes tratados com quinapril (com ou sem diurético concomitante)
nos ensaios controlados ou não controlados, e os acontecimentos menos frequentes observados nos
ensaios clínicos ou na experiência pós-comercialização (indicados por *) consistiram em:
Doenças do sangue e do sistema linfático: anemia hemolítica*, trombocitopenia*.
Doenças do sistema imunitário: reacções anafilácticas
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Perturbações do foro psiquiátrico: depressão, nervosismo.
Doenças do sistema nervoso: sonolência, vertigens
Afecções oculares: ambliopia.
Cardiopatias: angina de peito, palpitações, taquicardia, vasodilatação.
Vasculopatias: hipotensão postural*, síncope*, vasodilatação
Doenças gastrointestinais: boca ou garganta secas, flatulência, pancreatite*.
Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos: alopécia*, dermatite esfoliativa*, hipersudorese,
pênfigo*, reacção de fotossensibilidade, prurido, rash
Afecções musculoesqueléticas e dos tecidos conjuntivos: artralgia.
Doenças renais e urinárias: infecções do tracto urinário
Doenças dos órgãos genitais e da mama: impotência.
Perturbações gerais e alterações no local de administração: edema (periférico e generalizado)
Efeitos raros: registou-se angioedema* (0,1%) em doentes tratados com quinapril. (ver Secção 4.3
Contraindicações e secção 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização). Embora tenha sido
raramente
observada
ensaios
clínicos
quinapril,
descreveram-se
casos
pneumonite
eosinofílica*, hepatite ou insuficiência hepática com outros inibidores da ECA.
Resultados dos estudos bioquímicos
Registaram-se casos raros de agranulocitose e neutropenia, não sendo clara a relação causal com
quinapril. (ver Secção 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização).
Hipercaliémia: (ver Secção 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização).
Creatinina e azoto ureico: Observaram-se aumentos (>1,25 vezes o limite superior normal) de
creatinina sérica e azoto ureico em, respectivamente, 2% e 2% dos doentes sob monoterapia com
quinapril.
Estes
aumentos
tendem
ocorrer
mais
frequentemente
doentes
tratamento
concomitante com diuréticos do que nos doentes em monoterapia com quinapril. Os aumentos são
frequentemente reversíveis com a continuação do tratamento.
4.9. Sobredosagem
A DL
de quinapril no ratinho e no rato situa-se entre 1440 e 4280 mg/Kg.
Não existe informação disponível sobre o tratamento da sobredosagem com quinapril no Homem. As
manifestações
clínicas
mais
prováveis
são
sintomas
atribuíveis
hipotensão
grave,
habitualmente tratada por perfusão intravenosa de soro fisiológico normal. O tratamento é sintomático
e de suporte, segundo a prática médica instituída.
A hemodiálise e a diálise peritoneal têm poucos efeitos sobre a eliminação do quinapril e do
quinaprilato.
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5.
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1. Propriedades farmacodinâmicas
Classificação farmacoterapêutica: 3.4.2.1. Inibidor da enzima de conversão da angiotensina.
Código ATC: C09AA06 QUINAPRIL.
A administração de 10 a 40 mg de quinapril nos doentes com hipertensão ligeira a moderada
(4)
resulta
na redução da pressão sanguínea em posição sentada e em pé, com efeitos mínimos sobre a frequência
cardíaca. A actividade anti-hipertensiva tem início dentro de uma hora, e os efeitos máximos são
habitualmente atingidos duas a quatro horas após a administração da dose. Alguns doentes podem
necessitar de duas semanas de tratamento para serem atingidos os efeitos máximos de redução da
pressão sanguínea. Com as doses recomendadas, os efeitos anti-hipertensivos mantêm-se na maioria
dos doentes ao longo do intervalo posológico de 24 horas e persistem durante o tratamento a longo
prazo.
Estudos hemodinâmicos realizados em doentes hipertensos indicaram que a redução da pressão
sanguínea induzida pelo quinapril é acompanhada pela diminuição da resistência periférica total e da
resistência vascular renal, com pouca ou nenhuma alteração na frequência cardíaca, índice cardíaco,
fluxo sanguíneo renal, índice de filtração glomerular ou fracção de filtração.
O tratamento concomitante com diuréticos tiazídicos e/ou a adjunção de bloqueadores beta potenciam
os efeitos anti-hipertensivos de quinapril, produzindo um efeito de redução na pressão sanguínea
superior ao observado com qualquer um destes agentes em administração isolada.
Os efeitos terapêuticos são aparentemente similares nos doentes idosos (
65 anos de idade) e nos
adultos jovens com a mesma posologia diária, sem aumento de efeitos indesejáveis nos idosos.
A administração de quinapril nos doentes com insuficiência cardíaca congestiva reduz a resistência
vascular periférica, a pressão arterial média, a pressão sanguínea diastólica e sistólica, a pressão
capilar de encravamento pulmonar, e aumenta o débito cardíaco.
Em 149 doentes sujeitos a cirurgia electiva de by-pass coronário, o tratamento com quinapril 40mg
reduziu a incidência de efeitos isquémicos pós-cirurgia comparativamente ao placebo, verificados
durante um ano de seguimento.
Em doentes com doença cardíaca coronária documentada mas sem hipertensão ou insuficiência
cardíaca congestiva, o quinapril melhora a função endotelial anómala medida nas artérias coronárias e
braquiais.
Em doentes com disfunção endotelial coronária, cadiopatia isquémica e função ventricular preservada
(fracção de injecção >40%), a administração de quinapril 40 mg/dia durante 6 meses melhora
significativamente a resposta à perfusão intracoronária de acetilcolina. Este efeito é independente do
controlo da pressão arterial ou das variações no perfil lipídico.
Quinapril
promove
função
endotelial
através
mecanismos
conduzem
maior
disponibilidade de óxido nítrico. Considera-se que a disfunção endotelial é um importante mecanismo
fisiopatológico subjacente à doença cardíaca coronária (DCC). A importância clínica da melhoria da
função endotelial ainda não foi estabelecida.
Mecanismo de acção: Quinapril é rapidamente desesterificado em quinaprilato (diácido de quinapril,
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o metabolito principal) que, em estudos realizados no homem e em animais, é um potente inibidor da
enzima de conversão da angiotensina (IECA). A enzima de conversão da angiotensina é uma peptidil
dipeptidase que cataliza a conversão da angiotensina I na vasoconstritora angiotensina II que, por sua
vez, está envolvida no controlo e na função vasculares através de vários mecanismos, incluindo a
estimulação da secreção de aldosterona pelo córtex supra-renal. No homem e em animais, o modo de
acção do quinapril consiste em inibir a actividade da ECA circulante e da ECA tecidular, diminuindo
assim a actividade vasopressora e a secreção de aldosterona. A supressão do feed-back negativo da
angiotensina II sobre a secreção de renina potencia a actividade da renina plasmática.
Apesar de, presumivelmente, o principal mecanismo do efeito anti-hipertensivo residir no sistema
renina-angiotensina-aldosterona,
quinapril
acções
anti-hipertensivas
mesmo
doentes
hipertensos
níveis
baixos
renina.A
monoterapia
quinapril
eficazmente
anti-
hipertensiva em todas as raças estudadas, apesar de ter sido menos eficaz nos indivíduos de raça negra
(habitualmente, um grupo com predomínio de níveis baixos de renina) comparativamente a outras
raças.
enzima
conversão
angiotensina
idêntica
cininase
enzima
degrada
bradicinina, um péptido vasodilatador potente: ainda não se sabe se o efeito terapêutico do quinapril é
afectado por níveis aumentados de bradicinina.
Nos estudos realizados em animais, demonstrou-se que o efeito anti-hipertensivo do quinapril é mais
prolongado que o seu efeito inibidor sobre a ECA circulante, mas que a inibição da ECA tecidular está
mais estreitamente correlacionada com a duração do seu efeito anti--hipertensivo.
Os inibidores da ECA, incluindo o quinapril, podem potenciar a sensibilidade à insulina.
5.2. Propriedades farmacocinéticas
Após administração oral, as concentrações plasmáticas máximas de quinapril são atingidas dentro de
uma hora. Com base na recuperação do quinapril e dos seus metabolitos da urina, ograu de absorção é
cerca de 60%. Trinta e oito por cento da dose oral de quinapril está sistemicamente presente como
quinaprilato. A semi-vida plasmática aparente de quinapril é de cerca de uma hora. As concentrações
plasmáticas máximas de quinaprilato são observadas cerca de duas horas depois da administração da
dose oral de quinapril. O quinaprilato é principalmente eliminado por excreção renal, e a sua semi-
vida de acumulação é de cerca de três horas. Aproximadamente 97% do quinapril ou do quinaprilato
em circulação no plasma está ligado às proteínas. Nos doentes com insuficiência renal, a semi-vida de
eliminação aparente de quinaprilato aumenta à medida que a depuração de creatinina diminui.
Estudos de farmacocinética em doentes com doença renal terminal, em hemodiálise crónica ou em
diálise peritoneal ambulatória contínua, indicam que a diálise tem efeitos reduzidos na eliminação de
quinapril ou de quinaprilato. Existe uma correlação linear entre a depuração plasmática de quinaprilato
e a depuração de creatinina. A eliminação de quinaprilato também se encontra reduzida nos doentes
idosos (
65 anos) e correlaciona-se com o seu nível de função renal. (ver Secção 4.2 Posologia e
modo
de
administração).
Estudos
realizados
rato
indicam
quinapril
seus
metabolitos atravessam a barreira hemato-encefálica.
Farmacocinética nos idosos: Os doentes idosos apresentaram aumentos na AUC e nos níveis
máximos de quinaprilato, comparativamente aos valores registados nos doentes mais jovens: este facto
parece estar relacionado com a diminuição da função renal e não com a idade. Em estudos controlados
e não controlados, nos quais 21% dos doentes tinham
65 anos de idade, não se observaram
diferenças globais na eficácia ou segurança entre os doentes mais idosos e os mais jovens. Contudo,
não é de excluir uma maior sensibilidade de alguns idosos.
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5.3. Dados de Segurança Pré-clínica
Carcinogénese,
mutagénese,
diminuição
de
fertilidade:
cloridrato
quinapril
não
carcinogénico no ratinho ou no rato a doses até 75 ou 100 mg/kg/dia (50 a 60 vezes, respectivamente,
a dose máxima diária no homem) durante 104 semanas. Nem o quinapril nem o quinaprilato foram
mutagénicos no teste bacteriano de Ames, com ou sem activação metabólica. Quinapril também foi
negativo nos seguintes estudos de toxicologia genética: mutações pontuais in vitro em células de
mamíferos, troca de cromatídeos-irmãos em culturas de células de mamíferos, teste de micronúcleos
no ratinho, , aberrações cromossómicas em culturas in vitro de células pulmonares V79, , estudo
citogenético in vivo medula óssea de rato. Não se registaram efeitos adversos na fertilidade ou
reprodução no rato com níveis posológicos até 100 mg/ kg/dia (60 vezes a dose máxima diária no
homem).
Não se observaram efeitos fetotóxicos nem teratogénicos nos ratos a doses tão altas como 300
mg/kg/dia (180 vezes a dose diária máxima no homem), apesar de se ter registado toxicidade materna
a 150 mg/kg/dia. Quinapril não foi teratogénico no coelho: contudo, tal como se observou com outros
inibidores da ECA, registou-se toxicidade materna e toxicidade embrionária em alguns coelhos a doses
tão baixas como 0, 5 mg/kg/dia e 1 mg/kg/dia, respectivamente.
6.
INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1.
Lista dos excipientes
Carbonato de magnésio grosso, lactose hidratada, gelatina, crospovidona, estearato de magnésio,
Opadry
Brown
Y-5-9020G
(hidroxipropilmetilcelulose,
hidroxipropilcelulose,
dióxido
titânio,
macrogol 400, óxido de ferro vermelho) e cera de candelila.
6.2.
Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3.
Prazo de Validade
3 anos.
6.4. Precauções especiais de conservação
Não conservar acima de 25ºC.
Proteger da luz e humidade.
6.5. Natureza e conteúdo do recipiente
Blisters de PVC/alumínio/poliamida.
Embalagens de 28 comprimidos de 40mg.
6.6.
Precauções especiais de eliminação
Não existem requisitos especiais.
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Os produtos não utilizados ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais.
7.
TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO
NO MERCADO
Laboratórios Azevedos - Indústria Farmacêutica. S.A.
Estrada Nacional 117-2
2614-503 Amadora
8. NÚMERO(S) DE AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Embalagem de 28 comprimidos de 40mg: 3255585
9.
DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
27 de Julho de 2000
10.
DATA DA REVISÃO DO TEXTO: