Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
14-11-2019
14-11-2019
APROVADO EM
14-11-2019
INFARMED
FOLHETO INFORMATIVO: INFORMAÇÃO PARA O DOENTE
ZYLORIC 100 mg, comprimido
ZYLORIC 300 mg, comprimido
Alopurinol
Leia com atenção todo este folheto antes de começar a tomar este medicamento,
pois contém informação importante para si
- Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente.
- Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro.
- Este medicamento foi receitado apenas para si. Não deve dá-lo a outros; O
medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sinais de
doença.
Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não
indicados neste folheto, fale com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro.
O que contém este folheto:
1. O que é Zyloric e para que é utilizado
2. O que precisa saber antes de tomar Zyloric
3. Como tomar Zyloric
4. Efeitos secundários possíveis
5. Como conservar Zyloric
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
1. O QUE É ZYLORIC E PARA QUE É UTILIZADO
Classificação farmacoterapêutica: 9.3 Medicamentos usados para o tratamento da
gota
O Zyloric é um medicamento antigotoso.
Está indicado para reduzir a formação de uratos/ácido úrico em situações onde já
ocorreu a sua deposição (por ex. artrite gotosa, tofos cutâneos, nefrolitíase), ou
onde se prevê risco clínico, consequência de concentrações sanguíneas elevadas de
ácido úrico (ex. doença renal).
As principais situações clínicas onde a deposição de uratos/ácido úrico pode ocorrer
são:
Gota idiopática;
Litíase de ácido úrico;
Nefropatia aguda do ácido úrico;
Doenças neoplásicas e mieloproliferativas com alto grau de renovação celular, nas
quais
níveis
altos
uratos
ocorrem
quer
espontaneamente
quer
depois
terapêutica citotóxica;
Certas alterações enzimáticas que levam à hiperprodução de uratos, como por
exemplo a síndrome de Lesch-Nyhan.
Zyloric está indicado no tratamento dos cálculos renais mistos recorrentes de oxalato
de cálcio na presença de hiperuricosúria, quando a administração de líquidos, as
medidas dietéticas e outras similares falharam.
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A hiperuricémia assintomática isolada não é uma indicação para o uso de Zyloric. A
alteração dietética e da ingestão de líquidos e tratamento da causa subjacente
poderão corrigir a situação.
Se não se sentir melhor ou piorar após alguns dias, tem de consultar um médico.
2. O QUE PRECISA DE SABER ANTES DE TOMAR ZYLORIC
Não tome Zyloric
- Se tem alergia ao alopurinol ou a qualquer outro componente deste medicamento
(indicados na secção 6).
Advertências e precauções
Fale com o seu médico ou farmacêutico antes de tomar Zyloric.
Fale de imediato com o seu médico se ocorrer erupção cutânea ou outra evidência de
hipersensibilidade. Nesse caso o Zyloric deve ser de imediato interrompido.
Foram notificadas reações com erupções cutâneas graves e potencialmente perigosas
para a vida (síndrome de hipersensibilidade, síndrome de Stevens-Johnson e de
necrólise
epidérmica
tóxica)
utilização
alopurinol,
manifestando-se
inicialmente como lesões avermelhadas com desenho em alvo ou como manchas
circulares, frequentemente com bolhas centrais, no tronco. À erupção cutânea
associam-se frequentemente úlceras na boca, garganta, nariz, genitais e conjuntivite
(olhos vermelhos e inchados). Estas erupções cutâneas graves são frequentemente
antecedidas por sintomas semelhantes à gripe (febre, dor de cabeça, dores no corpo
generalizadas). A erupção cutânea pode progredir para bolhas e descamação da pele
generalizadas. Estas reações cutâneas graves podem ser mais frequentes nas
pessoas de origem chinesa de etnia Han, tailandesa ou coreana. A insuficiência renal
crónica pode ainda aumentar o risco nestes doentes.
Se desenvolver uma erupção ou algum destes sintomas na pele, pare de tomar
alopurinol, procure aconselhamento urgente de um médico e informe-o de que está a
tomar este medicamento.
O risco de ocorrerem reações cutâneas graves é maior nas primeiras semanas de
tratamento.
Se tiver desenvolvido síndrome de Stevens-Johnson ou necrólise epidérmica tóxica
com o uso de alopurinol, não deve reiniciar a terapêutica com esta substância ativa
em qualquer circunstância.
Em caso de insuficiência hepática ou renal deve reduzir-se a dose. Doentes sob
tratamento para a hipertensão ou insuficiência cardíaca, por exemplo com diurético
ou IECA, poderão ter insuficiência renal concomitante e neste caso o alopurinol deve
ser administrado com precaução.
Nas crises agudas de gota a terapêutica com alopurinol não deve ser iniciada antes
da crise aguda ter terminado, pois poderão ser precipitadas outras crises.
No início do tratamento com Zyloric, tal como com outros fármacos uricosúricos,
pode precipitar-se uma crise aguda de gota. Assim, recomenda-se a administração
de um anti-inflamatório adequado ou colchicina como profilático, pelo menos durante
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um mês. Caso ocorram crises agudas em doentes a receberem alopurinol, o
tratamento deve continuar à mesma dosagem enquanto a crise aguda for tratada
com um anti-inflamatório conveniente.
Nas situações em que a formação de uratos está muito aumentada (p.ex. doenças
malignas e seu tratamento, síndrome de Lesch-Nyhan) a concentração absoluta de
xantina na urina pode, em casos raros, subir a níveis suficientemente altos que
permitam a sua deposição no trato urinário. Este risco pode ser minimizado por
hidratação adequada para obter ótima diluição da urina.
A terapêutica adequada com Zyloric poderá levar à dissolução de cálculos renais de
ácido úrico volumosos com possibilidade remota de obstrução do ureter.
Outros medicamentos e Zyloric
Informe
médico
farmacêutico
estiver
tomar,
tiver
tomado
recentemente, ou se vier a tomar outros medicamentos.
Deve tomar precaução em caso de administração simultânea de Zyloric com:
Ampicilina/amoxicilina,
teofilina,
salicilatos
fármacos
uricosúricos,
mercaptopurina e azatioprina, vidarabina (adenina arabinosídeo), clorpropamida,
anticoagulantes
cumarínicos,
fenitoína,
ciclofosfamida,
doxorubicina,
bleomicina,
procarbazina, mecloretamina, ciclosporina, IECAs, diuréticos tiazídicos, antidiabéticos
(sulfanilureia), antiácidos e didanosina.
Caso seja tomado hidróxido de alumínio concomitantemente, o alopurinol poderá ter
um efeito atenuado. Deverá existir um intervalo de pelo menos 3 horas entre a toma
de ambos os medicamentos.
Podem ocorrer discrasias sanguíneas com a administração de alopurinol e citostáticos
(p. ex., ciclofosfamida, doxorrubicina, bleomicina, procarbazina, halogenetos de
alquilo) em frequências superiores às observadas quando estas substâncias ativas
são administradas em monoterapia.
A monitorização do hemograma deve assim ser efetuada a intervalos regulares.
Informações importantes sobre alguns componentes de Zyloric
Zyloric contém lactose. Se foi informado pelo seu médico que tem intolerância à
lactose, contacte-o antes de tomar este medicamento.
Gravidez, amamentação e fertilidade
Se está grávida ou amamentar, se pensa estar grávida, ou planeia engravidar,
consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar este medicamento.
Gravidez
Não há evidência adequada da segurança de Zyloric na gravidez humana, embora
seja largamente utilizado há muitos anos, sem consequências graves aparentes.
Utilizar na gravidez apenas quando não há outra alternativa mais segura e quando a
própria doença faz correr riscos à mãe ou à criança.
Amamentação
O alopurinol é excretado no leite materno. O alopurinol não é recomendado durante
a amamentação.
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Condução de veículos e utilização de máquinas
Deve ter cuidado antes de conduzir, usar máquinas ou participar em atividades
perigosas até estar certo de que o Zyloric não afeta o seu desempenho, porque pode
ocorrer sonolência, vertigens ou dificuldade de coordenação de movimentos (ataxia).
3. COMO TOMAR ZYLORIC
Tome
este
medicamento
exatamente
como
indicado
pelo
médico
farmacêutico. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.
Os comprimidos de Zyloric destinam-se apenas a uso oral.
O Zyloric deve ser administrado por via oral, numa toma única diária. É bem
tolerado, especialmente depois das refeições. Se a dose diária exceder os 300mg ou
ocorrer
intolerância
gastrintestinal,
pode
apropriado
regime
doses
divididas.
Observe as recomendações do seu médico e as instruções de utilização apresentadas
neste
folheto
informativo.
caso
dúvida,
consulte
médico
farmacêutico.
Adultos
O Zyloric deve ser iniciado com baixa dosagem, por ex: 100 mg/dia, para reduzir o
risco de reações adversas. A dose deverá ser aumentada apenas se a diminuição de
uratos séricos for insatisfatória. Deve tomar-se especial precaução em caso de
insuficiência renal (ver Posologia na Insuficiência Renal). Sugerem-se os seguintes
regimes posológicos:
100 a 200 mg diários em situações moderadas
300 a 600 mg diários em situações moderadamente graves
700 a 800 mg diários em situações graves
A dose máxima recomendada é de 800 mg/dia.
Caso se pretenda uma dosagem com base no peso corporal, deverá administrar-se
entre 2 a 10 mg por kg de peso/dia.
Crianças
Crianças com idade inferior a 15 anos: 10 a 20 mg/kg de peso corporal/dia, até um
máximo de 400 mg diários. O uso em crianças é raramente indicado, exceto em
condições malignas (especialmente leucemia) e certas alterações enzimáticas, tais
como síndrome de Lesch-Nyhan.
Idosos
Na falta de dados mais específicos, deve administrar-se a dose mais baixa que
produza uma redução satisfatória dos uratos. Deve tomar-se particular atenção aos
avisos
secções:
“Posologia
Insuficiência
Renal”
“Advertências
precauções”.
Insuficiência renal
Uma vez que o alopurinol e os seus metabolitos são excretados pelo rim, a
insuficiência renal pode levar à sua retenção com consequente prolongamento das
semividas plasmáticas. Na insuficiência renal grave será aconselhável usar menos
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que 100 mg por dia ou utilizar doses únicas de 100 mg com intervalos superiores a
um dia.
Insuficiência hepática
Devem-se
utilizar
doses
reduzidas
doentes
insuficiência
hepática.
Recomendam-se testes periódicos da função hepática durante as primeiras fases da
terapêutica.
Situações em que existem elevadas concentrações de uratos (p.ex. neoplasia,
síndrome de Lesch-Nyhan):
É aconselhável começar o tratamento com Zyloric antes da terapêutica citotóxica
corrigir
hiperuricémia
e/ou
hiperuricosuria
existentes.
Deve
assegurar-se
hidratação
adequada
para
manter
ótima
diurese
tentar
alcalinizar a urina para aumentar a solubilidade dos uratos/ácido úrico urinários. A
dose de Zyloric deve ser a menor possível.
Se a função renal está comprometida devem ser seguidas as recomendações dadas
na “Insuficiência Renal”.
Estas precauções podem reduzir o risco de deposição de xantina e/ou oxipurinol, que
complicam a situação clínica. Ver também “Outros medicamentos e Zyloric” e
“Efeitos secundários possíveis”.
Monitorização
As doses devem ser ajustadas pela monitorização das concentrações de uratos
séricos e níveis de uratos/ácido úrico urinários, a intervalos apropriados.
Se tomar mais Zyloric do que deveria:
Deverá de imediato informar o seu médico ou dirigir-se a um serviço de urgência
hospitalar.
O Zyloric é,
entanto,
um medicamento
margem
segurança relativamente elevada.
Caso se tenha esquecido de tomar Zyloric:
Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar.
Espere o momento da próxima administração.
Se parar de tomar Zyloric
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu
médico ou farmacêutico ou enfermeiro.
Não estão descritos efeitos relacionados com a interrupção do Zyloric.
4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS
Como todos os medicamentos, este medicamento pode causar efeitos secundários,
embora estes não se manifestem em todas as pessoas.
Se desenvolver algum destes sintomas, pare de tomar os seus comprimidos e fale
imediatamente com o seu médico:
Frequentes (pode afetar até 1 em 10 pessoas):
- Aumento dos níveis sanguíneos da hormona estimulante da tiroide.
Raros (pode afetar até 1 em cada 1000 pessoas):
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- febre e arrepios, dor de cabeça, dores musculares (sintomas semelhantes à gripe)
e mal estar geral
- quaisquer alterações na sua pele e incluindo, por exemplo, úlceras na boca,
garganta, nariz, genitais e conjuntivite (olhos vermelhos e inchados), bolhas ou
descamação da pele generalizadas
- reações de hipersensibilidade graves incluindo febre, erupção cutânea, dores nas
articulações e alterações nas análises de sangue e fígado (estas podem ser sinais de
distúrbio de hipersensibilidade envolvendo múltiplos órgãos).
Muito raros (pode afetar até 1 em 10.000 pessoas):
- Ocasionalmente, alopurinol comprimidos pode afetar o seu sangue, o que se pode
manifestar através da formação de contusões mais facilmente que o habitual, ou
poderá desenvolver uma dor de garganta ou outros sinais de uma infeção. Estes
efeitos ocorrem habitualmente em pessoas com problemas no fígado ou rins.
Informe o seu médico tão rapidamente quanto possível.
As reações cutâneas são as reações mais comuns e podem ocorrer em qualquer
altura durante o tratamento. Podem ser pruriginosas, maculopapulares, por vezes
descamativas, por vezes purpúricas e raramente esfoliativas. Zyloric deve ser
IMEDIATAMENTE retirado se ocorrerem tais reações.
A incidência de reações adversas é maior na presença de doença renal e/ou
hepática.
Doenças do sangue e do sistema linfático
Foram registados casos muito raros de trombocitopenia, agranulocitose e anemia
aplásica, particularmente em indivíduos com compromisso da função renal e/ou
hepática, reforçando-se assim a necessidade de especial precaução neste grupo de
doentes.
Linfoadenopatia Angioimunoblástica
Tem sido descrita raramente uma linfoadenopatia angioimunoblástica, em biópsia de
linfoadenopatia generalizada. Parece ser reversível com a retirada de Zyloric.
Doenças gastrointestinais
estudos
clínicos
iniciais
foram
referidos
náuseas
vómitos.
Referências
posteriores sugerem que esta reação não é um problema significativo e que pode ser
evitada com a administração de Zyloric após as refeições. Hematemeses recorrentes
foram referidas como acontecimento extremamente raro, assim como esteatorreia.
Afeções hepatobiliares
Raros casos de disfunção hepática desde alterações assintomáticas das provas de
função hepática até hepatite (incluindo necrose hepática e hepatite granulomatosa)
foram descritos não sendo acompanhados de hipersensibilidade generalizada.
Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos
Muito raros (podem afetar até 1 em cada 10.000 pessoas): foram notificadas
erupções cutâneas potencialmente perigosas para a vida (síndrome de Stevens-
Johnson, necrólise epidérmica tóxica) (ver secção 2); reação alérgica grave que
causa inchaço da face ou garganta.
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Reações cutâneas associadas a esfoliação, febre, linfoadenopatias, artralgias e/ou
eosinofilia, assemelhando-se à síndrome de Stevens-Johnson e/ ou Lyell ocorrem
raramente. Vasculite e resposta tecidual associada pode manifestar-se de várias
formas incluindo hepatite, nefrite intersticial
muito
raramente
epilepsia.
eventualidade de ocorrerem, estas reações podem surgir em qualquer altura do
tratamento. Zyloric deve ser retirado imediata e permanentemente.
Afeções do sistema imunitário
Muito raros (podem afetar até 1 em cada 10.000 pessoas): choque anafilático agudo,
reação alérgica grave, com potencial risco para a vida.
Outros efeitos secundários
Têm
sido
ocasionalmente
referidos:
febre,
mal-estar
geral,
astenia,
cefaleias,
vertigens, ataxia, sonolência, coma, depressão, paralisias, parestesias, neuropatia,
perturbações
visuais,
cataratas,
alterações
maculares,
alteração
paladar,
estomatite, alterações dos hábitos intestinais, infertilidade, impotência, diabetes
mellitus, hiperlipidemia, furunculose, alopécia, descoloração do cabelo, angina,
hipertensão, bradicardia, edema, uremia, hematúria, angioedema e ginecomastia.
Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não
indicados neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico.
5. COMO CONSERVAR ZYLORIC
Manter este medicamento fora da vista e do alcance das crianças.
Não utilize este medicamento após o prazo de validade impresso na embalagem
exterior. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado.
Conserve a temperatura não superior a 25ºC, em lugar seco.
Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico.
Pergunte ao seu farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza.
Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
6. CONTEÚDO DA EMBALAGEM E OUTRAS INFORMAÇÕES
Qual a composição de Zyloric
A substância ativa é o alopurinol.
Os outros componentes são: lactose anidra, amido de milho, povidona, estearato de
magnésio.
Qual o aspeto de Zyloric e conteúdo da embalagem
O Zyloric apresenta-se em comprimidos doseados a 100 mg (embalagens de 20 e 60
comprimidos) ou 300 mg de alopurinol (embalagem de 60 comprimidos).
Titular da Autorização de Introdução no Mercado
Laboratórios Vitória, S.A.
Rua Elias Garcia, 28
2700-327 Amadora
PORTUGAL
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Fabricante
Faes Farma, S.A.
Máximo Aguirre, 14
48940 Lejona, Vizcaya
ESPANHA
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
ZYLORIC 100 mg, comprimido
ZYLORIC 300 mg, comprimido
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Cada comprimido contém 100 mg ou 300 mg de alopurinol.
2.1 Descrição geral
Comprimidos brancos, redondos, binconvexos.
2.2 Composição qualitativa e quantitativa
Cada comprimido contém 100 mg ou 300 mg de alopurinol.
Excipiente(s) com efeito conhecido:
Cada comprimido contém 138,5 mg de lactose anidra.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Comprimido
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
Zyloric está indicado na redução da formação de uratos/ácido úrico, em situações em que
já tenha ocorrido deposição (p.ex. artrite gotosa, tofos cutâneos, nefrolitíase), ou quando
preveja
risco
clínico
(p.ex.
tratamento
doenças
possam
levar
desenvolvimento de nefropatia aguda de ácido úrico).
As principais situações clínicas em que a deposição de uratos/ácido úrico pode ocorrer
são:
Gota idiopática;
Litíase de ácido úrico;
Nefropatia aguda do ácido úrico;
Doenças neoplásicas e mieloproliferativas com elevado grau de "turnover" celular, nas
quais
observam
níveis
elevados
uratos
quer
espontaneamente
quer
após
terapêutica citotóxica;
Certas alterações enzimáticas que levam à hiperprodução de uratos, envolvendo p.ex. os
seguintes enzimas:
Hipoxantina guanina fosforibosiltransferase incluindo síndrome de Lesch-Nyhan;
Glucose-6-fosfatase incluindo a doença de armazenamento do glicogénio;
Fosforibosilpirofosfato sintetase;
Fosforibosilpirofosfato amidotransferase;
Adenina fosforibosiltransferase.
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Zyloric está também indicado nas seguintes situações:
Tratamento de cálculos renais de 2,8-dihidroxiadenina (2,8-DHA) relacionados com
atividade deficiente da adenina fosforibosiltransferase;
Tratamento dos cálculos renais mistos recorrentes de oxalato de cálcio na presença de
hiperuricosúria,
quando
administração
líquidos,
medidas
dietéticas
outras
similares falharam.
A hiperuricemia assintomática não é, por si só, uma indicação para a utilização de
Zyloric.
4.2 Posologia e modo de administração
Posologia no adulto:
O tratamento com Zyloric deve ser iniciado com doses baixas, p.ex. 100 mg por dia, para
diminuir o risco de reações adversas. Esta dose pode ser aumentada, apenas se a
resposta
uratos
séricos
insatisfatória.
Recomenda-se
cuidado
especial
situações de insuficiência renal (ver Posologia na Insuficiência Renal). Podem utilizar-se
os seguintes regimes posológicos:
Situações moderadas: 100-200 mg por dia;
Situações moderadamente graves: 300-600 mg por dia;
Situações graves: 700-800 mg por dia.
A dose máxima recomendada é de 800 mg/dia.
Caso se pretenda uma administração com base no peso corporal, deverão administrar-se
2-10 mg/kg de peso corporal.
Posologia em crianças e adolescentes de idade inferior a 15 anos:
Recomenda-se 10-20 mg/kg de peso corporal por dia, até um máximo de 400 mg por
dia. A utilização de Zyloric na criança é raramente indicada, exceto em situações de
malignidade
(especialmente
leucemia)
certas
alterações
enzimáticas
(p.ex.
síndrome de Lesch-Nyhan).
Posologia no idoso:
Não está disponível informação específica, pelo que deve utilizar-se a dose mais baixa, a
qual permite uma redução satisfatória dos uratos. Recomenda-se atenção especial às
advertências nas secções "Posologia na insuficiência renal" e "Advertências e precauções
especiais de utilização".
Posologia na insuficiência renal:
O alopurinol e os seus metabolitos são excretados por via renal, pelo que em doentes
com insuficiência renal pode ocorrer retenção do fármaco e/ou dos seus metabolitos, com
consequente prolongamento das semividas plasmáticas. Em doentes com insuficiência
renal grave recomenda-se uma dose inferior a 100 mg por dia, ou a administração de
doses únicas de 100 mg com intervalos superiores a um dia.
Caso seja possível monitorizar as concentrações plasmáticas de oxipurinol, as doses
devem ser ajustadas de modo a manter os níveis plasmáticos de oxipurinol em valores
inferiores a 100
mol/l (15,2 mg/ml).
O alopurinol e os seus metabolitos são removidos por diálise renal. Se for necessário
diálise duas a três vezes por semana, deverá considerar-se uma dose alternativa de 300-
Zyloric
imediatamente
após
diálise,
administração
doses
intermédias.
Posologia na insuficiência hepática:
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Recomenda-se
diminuição
dose
doentes
insuficiência
hepática
monitorização, com realização periódica de
testes da função hepática durante
primeiras fases do tratamento.
Situações com "turnover" elevado de uratos (p.ex. doenças neoplásicas, síndrome de
Lesch-Nyhan):
tratamento
Zyloric
deve
iniciado
antes
terapêutica
citotóxica, a fim de corrigir a hiperuricemia e/ou hiperuricosúria existentes. Deve
assegurar-se uma hidratação adequada, para manter uma diurese óptima, e tentar
alcalinizar a urina para aumentar a solubilidade dos uratos/ácido úrico urinários. A dose
de Zyloric deve ser a menor possível.
Se a função renal estiver comprometida devido a nefropatia urática ou outra patologia,
devem seguir-se as recomendações descritas em "Posologia na insuficiência renal".
As precauções acima descritas podem reduzir o risco de deposição de xantina e/ou
oxipurinol,
evitando
complicação
situação
clínica.
também
"Interações
medicamentosas e outras" e "Efeitos secundários".
Monitorização da terapêutica:
Deve proceder-se à monitorização da terapêutica para ajuste da dose, através da
determinação das concentrações séricas de uratos e dos níveis urinários de uratos/ácido
úrico, com intervalos apropriados.
Modo de administração:
Zyloric deve ser administrado por via oral, uma vez por dia, após a refeição. É bem
tolerado, especialmente após ingectão de alimentos. Caso a dose diária exceda 300 mg e
ocorra intolerância gastrintestinal, poderá recorrer-se à administração de doses divididas.
4.3 Contraindicações:
Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes mencionados na
secção 6.1..
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
O tratamento deve ser interrompido IMEDIATAMENTE caso se desenvolvam erupções
cutâneas ou outro sinal ou sintoma de hipersensibilidade.
Síndrome
hipersensibilidade,
Síndrome
Stevens-Johnson
(SJS)
Necrólise
Epidérmica Tóxica (TEN)
As reações de hipersensibilidade
ao alopurinol podem manifestar-se de diferentes
formas, incluindo exantema maculopapular, síndrome de hipersensibilidade (DRESS) e
SJS/TEN. Estas reações são diagnósticos clínicos e as suas apresentações clínicas são a
base do processo de decisão. Se estas reações (ex: erupção cutânea progressiva,
frequentemente com bolhas ou lesões mucosas) ocorrerem a qualquer altura durante o
tratamento, o alopurinol deve ser imediatamente retirado. O medicamento não deve ser
reintroduzido no tratamento de doentes com síndrome de hipersensibilidade (DRESS) e
SJS/TEN.
Foram
notificadas
reações
cutâneas
graves
potencialmente
fatais
síndrome de Stevens-Johnson e de necrólise epidérmica tóxica com o uso de alopurinol.
corticosteróides
podem
apresentar
benefícios
tratamento
reações
hipersensibilidade cutâneas.
Os doentes devem ser alertados para os sinais e sintomas das reações cutâneas e devem
ser atentamente monitorizados. O risco de ocorrência de síndrome de Stevens-Johnson
ou de necrólise epidérmica tóxica é maior durante as primeiras semanas de tratamento.
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O diagnóstico precoce e a descontinuação imediata do medicamento suspeito permitem a
obtenção de melhores resultados na abordagem de SJS e de TEN. A descontinuação
precoce está associada a um melhor prognóstico.
Alelo HLA-B*5801
Foi observado que o alelo HLA-B*5801 está associado ao risco de desenvolver a
síndrome de hipersensibilidade e SJS/TEN relacionado com o alopurinol. A frequência do
alelo HLA-B*5801 varia amplamente entre populações de diferentes etnias: até 20% na
população chinesa de etnia Han, 8-15% na população tailandesa, cerca de 12% na
população coreana e 1-2% nos indivíduos de origem japonesa ou europeia. O rastreio
para o HLA-B*5801 deve ser ponderado antes de iniciar o tratamento com alopurinol em
subgrupos de doentes em que a prevalência deste alelo é reconhecidamente elevada. A
insuficiência renal crónica pode ainda aumentar o risco nestes doentes. Na eventualidade
de não estar disponível a genotipagem para o HLA-B*5801 para doentes descendentes
de chineses de etnia Han, tailandeses ou coreanos, os benefícios devem ser avaliados
exaustivamente e ponderado se estes se sobrepõem aos possíveis riscos acrescidos antes
de iniciar a terapêutica. A utilização da genotipagem não foi estabelecida noutras
populações de doentes.
Caso o doente seja um portador conhecido do alelo HLA-B*5801 (em especial, nos
descendentes de chineses de etnia Han, tailandeses ou coreanos, o alopurinol não deve
ser iniciado a menos que não existam outras opções terapêuticas razoáveis e se
considere que os benefícios se sobrepõem ao risco. É necessária uma vigilância adicional
para sinais de síndrome de hipersensibilidade ou SJS/TEN, e o doente deverá ser
informado da necessidade de interromper imediatamente o tratamento quando do
surgimento dos primeiros sintomas.
SJS/TEN
pode
ainda
ocorrer
doentes
negativos
para
HLA-B*5801,
independentemente da sua origem étnica.
Anomalias da tiroide
Foram
observados
valores
aumentados
(>5.5
µUI/ml)
doentes
tratamento a longo prazo com alopurinol (5,8%) num estudo de extensão, aberto, a
longo prazo. São necessárias precauções quando o alopurinol é utilizado em doentes com
alterações da função da tiroide.
Em doentes com insuficiência renal ou hepática deve reduzir-se a dose. Recomenda-se
precaução na administração de alopurinol a doentes em tratamento antihipertensor ou
para insuficiência cardíaca (p.ex. diuréticos ou IECAs), pois pode ocorrer algum grau de
falência renal concomitante.
A hiperuricemia assintomática por si só não é, como foi referido, uma indicação para a
utilização de Zyloric. O tratamento da causa subjacente, medidas dietéticas e alterações
na ingestão de líquidos poderão corrigir a situação.
Crises agudas de gota:
O tratamento com alopurinol só deve ser iniciado após a crise aguda de gota, pois pode
precipitar outras crises.
Tal como com os uricosúricos, Zyloric pode precipitar uma crise aguda de gota no início
tratamento.
Recomenda-se,
portanto,
administração
anti-inflamatório
adequado ou de colchicina como medida profiláctica, pelo menos durante um mês. Para
informação adicional, consultar a informação de prescrição para estes compostos.
APROVADO EM
14-11-2019
INFARMED
Caso ocorram crises agudas em doentes em tratamento com alopurinol, deve manter-se
o mesmo regime posológico enquanto decorrer o tratamento da crise aguda com um
anti-inflamatório adequado.
Deposição de xantina:
Em situações em que a formação de uratos esteja muito aumentada (p.ex. doenças
neoplásicas e
seu tratamento, síndrome de Lesch-Nyhan) a concentração urinária
absoluta de xantina pode, em casos raros, atingir níveis suficientemente elevados para
ocorrer deposição no trato urinário. Este risco pode ser minimizado através de hidratação
adequada, para obter diluição ótima da urina.
Cálculos renais de ácido úrico:
O tratamento adequado com Zyloric levará à dissolução de cálculos renais de ácido úrico
volumosos, com possibilidade remota de obstrução do ureter.
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
6-mercaptopurina e azatioprina
A azatioprina é metabolizada a 6-mercaptopurina a qual é inativada pela acção da
xantina oxidase. Na administração concomitante de 6-mercaptopurina ou azatioprina
com Zyloric, recomenda-se redução da dose de 6-mercaptopurina ou azatioprina para um
quarto da dose usual, devido a prolongamento da sua atividade pela inibição da xantina-
oxidase.
Vidarabina (adenina arabinosídeo)
Alguma informação sugere que a semivida plasmática da vidarabina é aumentada na
presença de alopurinol. Deste modo, recomenda-se atenção especial na administração
concomitante destes dois fármacos, pela possibilidade de efeitos tóxicos aumentados.
Salicilatos e agentes uricosúricos
O oxipurinol, principal metabolito do alopurinol, com atividade terapêutica, é excretado
pelo rim
forma
similar
uratos.
este motivo,
fármacos
atividade
uricosúrica (p.ex. probenecide ou doses elevadas de salicilatos) podem acelerar a
excreção do oxipurinol, diminuindo a atividade terapêutica de Zyloric. No entanto, o
significado clínico desta ocorrência deve ser avaliado caso a caso.
Clorpropamida
O alopurinol e a clorpropamida são ambos excretados ao nível dos túbulos renais, pelo
que poderá haver risco aumentado de prolongamento da atividade hipoglicémica da
clorpropamida na administração concomitante em doentes com função renal deficiente.
Anticoagulantes cumarínicos
Não existe evidência de que as interações observadas em condições experimentais entre
o alopurinol e os anticoagulantes cumarínicos, tenham qualquer significado clínico.
Contudo,
todos
doentes
tratamento
anticoagulantes
devem
cuidadosamente monitorizados.
Fenitoína
O alopurinol pode inibir a oxidação hepática da fenitoína, no entanto, desconhece-se o
significado clínico desta ocorrência.
Teofilina
Foi relatada inibição do metabolismo da teofilina em indivíduos, o que se poderá dever ao
envolvimento da xantina oxidase no metabolismo da teofilina no homem. Os níveis de
APROVADO EM
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INFARMED
teofilina devem ser monitorizados em doentes a iniciar ou a aumentar a terapêutica com
alopurinol.
Ampicilina/amoxicilina
Foi relatado aumento da frequência de rash cutâneo em doentes em terapêutica
concomitante com ampicilina ou amoxicilina e alopurinol, comparativamente a doentes
tratados só com alopurinol. A causa desta interação não foi estabelecida. No entanto,
recomenda-se a utilização de fármacos alternativos à ampicilina ou amoxicilina em
doentes tratados com alopurinol.
Citostáticos
Podem ocorrer discrasias sanguíneas com a administração de alopurinol e citostáticos (p.
ex., ciclofosfamida, doxorrubicina, bleomicina, procarbazina, halogenetos de alquilo) em
frequências superiores às observadas quando estas substâncias ativas são administradas
em monoterapia.
A monitorização do hemograma deve assim ser efetuada a intervalos regulares.
Ciclosporina
Foi relatado aumento da concentração plasmática da ciclosporina durante tratamento
concomitante com alopurinol, devendo considerar-se a possibilidade de aumento da
toxicidade da ciclosporina nesta situação.
Hidróxido de alumínio
Caso seja tomado hidróxido de alumínio concomitantemente, o alopurinol poderá ter um
efeito atenuado. Deverá existir um intervalo de pelo menos 3 horas entre a toma de
ambos os medicamentos.
Outras interações
IECAs, diuréticos tiazídicos, antidiabéticos (sulfanilureia), antiácidos e didanosina.
4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento
Teratogenicidade
A administração de doses elevadas (50-100 mg/kg) de alopurinol no ratinho, por via
intraperitoneal, no 10º ou 13º dia de gravidez, provocou anomalias fetais. No entanto,
num estudo similar, efectuado no rato, com administração de 120 mg/kg por dia, após o
12º dia de gestação, não se observaram quaisquer anomalias. Doses elevadas de
alopurinol, por via oral, no ratinho (até 100 mg/kg por dia), no rato (até 200 mg/kg por
dia) e no coelho (até 15mg/kg por dia), nos dias 8 a 16 da gravidez não mostraram
quaisquer efeitos teratogénicos.
Num estudo de embriotoxicidade efectuado in vitro em culturas de glândulas salivares
fetais de rato, o alopurinol foi embriotóxico apenas para doses tóxicas maternas.
Gravidez
Apesar
utilizado
prática
clínica
muitos
anos,
aparentemente
consequências graves, não está estabelecida a utilização segura de Zyloric na gravidez
humana. Deste modo, Zyloric deve ser utilizado durante a gravidez apenas na ausência
de tratamento alternativo mais seguro ou quando a própria doença representar riscos
para a mãe ou feto.
Amamentação
O alopurinol e o seu metabolito oxipurinol são excretados no leite materno. O alopurinol
não é recomendado durante a amamentação.
APROVADO EM
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4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Sonolência, vertigens e ataxia foram notificadas em doentes a fazer alopurinol.
Os doentes devem ter cuidado antes de conduzir, utilizar máquinas ou participar em
atividades
perigosas
até
estarem
certos
alopurinol
não
afeta
desempenho.
4.8 Efeitos indesejáveis
Tem sido observado um aumento da incidência de reações adversas com Zyloric em caso
de doença renal e/ou hepática.
Reações cutâneas e de hipersensibilidade
São
reações
adversas
mais
comuns
podem
ocorrer
qualquer
altura
tratamento. Podem ser pruriginosas, maculopapulares, por vezes descamativas ou
purpúricas e raramente esfoliativas. Zyloric deve ser IMEDIATAMENTE interrompido
nestas situações. Em caso de reação ligeira, pode tentar-se a reintrodução de Zyloric
após recuperação, em doses baixas (p.ex. 50 mg por dia), as quais devem ser
aumentadas
gradualmente.
rash
aparecer
novamente,
deve
interromper-se
permanentemente o tratamento com Zyloric, pois reações de hipersensibilidade de maior
gravidade poderão ocorrer.
Ocorrem raramente reações cutâneas associadas a esfoliação, febre, linfoadenopatias,
artralgias e/ou eosinofilia, assemelhando-se a síndrome de Stevens-Johnson e/ou Lyell's.
A vasculite e a resposta tecidual associada podem manifestar-se de várias formas,
incluindo hepatite, nefrite intersticial e, muito raramente, convulsões. Estas reações
podem desenvolver-se em qualquer altura do tratamento. O tratamento com Zyloric deve
ser interrompido imediata e permanentemente.
Os corticosteroides podem ser benéficos na presença de reações de hipersensibilidade
cutânea. Em geral, as reações de hipersensibilidade generalizada ocorreram em situações
de doença renal e/ou hepática, particularmente em casos que foram fatais.
O choque anafiláctico agudo foi reportado muito raramente.
Doenças do sangue e do sistema linfático
Muito raros: agranulocitose, trombocitopenia e anemia anaplásica.
Foram recebidos relatórios muito raros de trombocitopenia, agranulocitose e anemia
aplásica, especialmente em indivíduos com compromisso da função renal e /ou hepática,
reforçando a necessidade de ter cuidados especiais com este grupo de doentes.
Linfoadenopatia angioimunoblástica
sido
descrita
raramente
linfoadenopatia
angioimunoblástica,
biópsia
linfoadenopatia generalizada. Parece ser reversível com a interrupção de Zyloric.
Doenças do sistema imunitário
Um distúrbio de hipersensibilidade multi-órgãos retardada (conhecida como síndrome de
hipersensibilidade ou DRESS) com febre, erupção cutânea, vasculite, linfoadenopatias,
pseudolinfoma, artralgias, leucopenia, eosinofilia, hepatoesplenomegalia, alterações das
provas de função hepática e síndrome do desaparecimento dos ductos biliares intra-
hepáticos pode ocorrer em variadas combinações. Outros órgãos podem também ser
afetados (ex.: fígado, pulmões, rins, pâncreas, miocárdio e cólon). Se ocorrerem, tais
reações podem surgir a qualquer altura durante o tratamento, devendo o Zyloric ser
retirado imediata e permanentemente.
Quando ocorreram reações de hipersensibilidade, estas incluíram distúrbios renais e/ou
hepáticos, particularmente nos casos em que o desfecho foi fatal.
APROVADO EM
14-11-2019
INFARMED
Muito raros: Reação anafilática.
Doenças gastrointestinais
Em ensaios clínicos iniciais foram relatados náuseas e vómitos. Referências posteriores
sugerem que esta reação não é significativa e pode ser evitada com a administração de
Zyloric após as refeições. Muito raramente, foi relatada hematemese recorrente e
esteatorreia.
Afeções hepatobiliares
Raros casos de disfunção hepática desde alterações assintomáticas das provas de função
hepática até hepatite (incluindo necrose hepática e hepatite granulomatosa) têm sido
descritos não acompanhados de evidência de hipersensibilidade generalizada.
Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos
Muito raros: Reações adversas cutâneas graves – foram notificados casos de síndrome de
Stevens-Johnson
(SJS)
necrólise
epidérmica tóxica
(TEN) (ver
secção
4.4),
angioedema.
Exames complementares de diagnóstico
Frequentes: aumento do nível sanguíneo da hormona estimulante da tiroide.
A ocorrência de níveis aumentados da hormona estimulante da tiroide (TSH) nos estudos
relevantes não reportou qualquer impacto nos níveis de T4 livre, ou tiveram níveis de
TSH indicativos de hipotiroidismo subclínico.
Diversos
Têm sido ocasionalmente referidos os seguintes efeitos: febre, mal-estar geral, astenia,
cefaleias,
vertigens,
ataxia,
sonolência,
coma,
depressão,
paralisias,
parestesias,
neuropatia, alterações visuais, cataratas, alterações maculares, alteração do paladar,
estomatite,
alterações
gastrintestinais,
infertilidade,
impotência,
diabetes
melitus,
hiperlipidemia,
furunculose,
alopécia,
descoloração
cabelo,
angina,
hipertensão,
bradicardia, edema, uremia, hematúria, angioedema e ginecomastia.
4.9 Sobredosagem
Sintomas
Foi descrita ingestão de doses até 22,5 g de alopurinol sem ocorrência de efeitos
adversos. Num doente que ingeriu 20 g de alopurinol foram relatados os sinais e
sintomas incluindo náuseas, vómitos, diarreia e tonturas. As medidas de suporte levaram
à recuperação.
Tratamento
A absorção de doses muito elevadas de Zyloric pode levar a inibição considerável da
atividade da xantina-oxidase, a qual não deveria ter efeitos adversos, exceto em situação
administração
concomitante
6-mercapturina
e/ou
azatioprina.
hidratação
adequada,
para
manter
diurese,
facilita
excreção
alopurinol
seus
metabolitos. Se for considerado necessário pode recorrer-se a hemodiálise.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo
farmacoterapêutico:
Aparelho
locomotor.
Medicamentos
usados
para
tratamento da gota, código ATC: M04AA01
APROVADO EM
14-11-2019
INFARMED
O alopurinol e o seu principal metabolito oxipurinol diminuem a concentração plasmática
e urinária de ácido úrico, devido à inibição da xantina-oxidase, enzima que catalisa a
oxidação da hipoxantina em xantina e desta em ácido úrico. Adicionalmente à inibição do
catabolismo da purina, em alguns doentes hiperuricémicos, a biosíntese da purina é
diminuída
pela
retro-inibição
hipoxantina-guanina
fosforibosiltransferase.
Outros
metabolitos do alopurinol incluem o alopurinol-ribosídeo e oxipurinol-7-ribosídeo.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
O alopurinol é activo após administração oral e é rapidamente absorvido no trato
gastrintestinal superior, tendo sido detectados níveis sanguíneos de alopurinol 30-60
minutos após a administração. Estima-se que a biodisponibilidade varie entre 67-90 %.
Os níveis plasmáticos máximos do alopurinol ocorrem aproximadamente 1,5 horas após
administração oral de Zyloric, mas diminuem rapidamente para níveis muito baixos 6
horas depois. Os níveis plasmáticos máximos do oxipurinol ocorrem geralmente 3-5
horas após administração oral de Zyloric.
O alopurinol tem baixa ligação às proteínas plasmáticas, pelo que alterações nas ligações
proteicas não parecem alterar significativamente a clearance. O volume de distribuição
aparente do alopurinol é aproximadamente de 1,6 litros/kg, sugerindo uma distribuição
tecidular relativamente extensa. Não foram registadas concentrações tecidulares do
alopurinol no homem, no entanto, é provável que o alopurinol e oxipurinol estejam
presentes no fígado e na mucosa intestinal em concentrações mais elevadas, devido à
atividade da xantina-oxidase ser superior.
Aproximadamente 20 % do alopurinol ingerido é excretado nas fezes, sendo eliminado
principalmente pela conversão do oxipurinol pela xantina-oxidase e aldeído-oxidase.
Menos de 10 % do fármaco é excretado na urina na forma inalterada. O alopurinol tem
uma semivida plasmática de cerca de 1-2 horas.
O oxipurinol é um inibidor da xantina-oxidase menos potente do que o alopurinol, no
entanto a sua semivida plasmática é mais prolongada, estimando-se que varie entre 13-
20 horas no homem. Assim a inibição efectiva da xantina oxidase é mantida por um
período superior a 24 horas com uma dose diária única de Zyloric. Em doentes com
função renal normal, há acumulação gradual do oxipurinol até a se atingir o estado de
equilíbro. Nestes doentes, após administração de 300 mg por dia de alopurinol, obter-se-
ão concentrações plasmáticas de oxipurinol de 5-10 mg/l.
O oxipurinol é eliminado na urina na forma inalterada, no entanto, tem uma semivida de
eliminação longa devido à ocorrência de reabsorção tubular. Foram relatados valores
para a semivida de eliminação de 13,6-29 horas. As grandes discrepâncias nestes valores
podem atribuir-se a variações no desenho do estudo e/ou na clearance da creatinina
entre os doentes.
Farmacocinética em doentes com insuficiência renal
Em doentes com insuficiência renal em terapêutica crónica, a clearance do alopurinol e
do oxipurinol é muito reduzida, originando níveis plasmáticos elevados. Em doentes com
insuficiência
renal
clearance
creatinina
entre
10-20
ml/min,
obtiveram-se
concentrações plasmáticas de oxipurinol de aproximadamente 30 mg/l após tratamento
prolongado com 300 mg por dia de alopurinol. Esta é aproximadamente a concentração
que será obtida com a administração de doses de 600 mg por dia em doentes com
função renal normal. Assim, recomenda-se redução na dose de Zyloric em doentes com
insuficiência renal.
Farmacocinética em doentes idosos
APROVADO EM
14-11-2019
INFARMED
A farmacocinética do fármaco não parece ser alterada, exceto em casos de diminuição da
função renal (ver Farmacocinética em doentes com insuficiência renal).
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Mutagenicidade
Estudos citogénicos mostram que o alopurinol não induz aberrações cromossómicas nas
células sanguíneas in vitro, em concentrações até 100
g/ml e in vivo em doses até 60
mg por dia, para um período médio de 40 meses.
O alopurinol não produz compostos nitrosos in vitro nem afecta a maturação linfocítica in
vitro.
Os resultados de estudos bioquímicos e citológicos mostram que o alopurinol não tem
efeitos nocivos no ADN, qualquer que seja o estadio do ciclo celular e não é mutagénico.
Carcinogenicidade
Após administração reiterada de alopurinol no rato e murganho durante 2 anos, não se
observou qualquer evidência de carcinogenicidade.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Lactose anidra, amido de milho, povidona e estearato de magnésio.
6.2 Incompatibilidades
Na ausência de estudos de compatibilidade, este medicamento não deve ser misturado
com outros medicamentos.
6.3 Prazo de validade
3 anos.
6.4 Precauções especiais de conservação
Conservar a temperatura não superior a 25°C, em lugar seco.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Os comprimidos Zyloric de 100 mg e 300 mg são acondicionados em blister de PVC e
alumínio.
6.6 Precauções especiais de eliminação
Não existem requisitos especiais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
LABORATÓRIOS VITÓRIA, S.A.
Rua Elias Garcia, 28
2700-327 Amadora