Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
13-11-2006
30-10-2018
APROVADO EM
13-11-2006
INFARMED
FOLHETO INFORMATIVO
Leia atentamente este folheto antes de tomar o medicamento.
Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler.
Caso tenha dúvidas, consulte o seu médico ou farmacêutico.
Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode
ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas.
Nome do medicamento:
ZIDOVUDINA GENERIS 100 mg cápsulas duras
ZIDOVUDINA GENERIS 250 mg cápsulas duras
ZIDOVUDINA GENERIS 300 mg comprimidos
Composição em substância activa:
Zidovudina…….100 mg
Zidovudina…….250 mg
Zidovudina…….300 mg
Forma farmacêutica:
Cápsulas a 100 e 250 mg e comprimidos a 300 mg.
Apresentação:
Embalagens de 100 cápsulas a 100 mg
Emb. de 40 e 300 cápsulas a 250 mg
Emb. de 60 e 300 comprimidos a 300 mg
Categoria farmacoterapêutica
Classificação Farmacoterapêutica: 1.3.1.3 Antiretrovirais. Análogos nucleosídeos
inibidores da transcriptase inversa
Designação e sede do responsável pela AIM:
Generis Farmacêutica, S.A.
Office Park da Beloura - Edifício 4 - Quinta da Beloura
2710-444 Sintra
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Indicações terapêuticas:
A Zidovudina está indicada, em associação com outros fármacos antiretrovíricos
(excepto quando utilizados na grávida) para o tratamento de doentes infectados pelo
Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) em adultos e crianças.
A Zidovudina também está indicada em monoterapia na mulher grávida VIH-positiva
(com mais de 14 semanas de gestação) e no respectivo recém-nascido, na prevenção
primária da transmissão materno-fetal do VIH-1.
Contra-indicações:
A Zidovudina Generis está contra-indicada nas seguintes situações:
Doentes com hipersensibilidade conhecida à Zidovudina, ou a qualquer dos excipientes
da formulação;
Doentes com número de neutrófilos anormalmente baixo (inferior a 0,75 x 10
/l) ou
níveis de hemoglobina anormalmente baixos (inferiores a 7,5 g/dl ou 4,65 mmol/l);
Recém-nascidos com hiperbilirrubinémia a requererem outros tratamentos eu não a
fototerapia, ou com níveis de transaminases cinco vezes superiores ao limite máximo
normal.
Efeitos indesejáveis:
No início do tratamento com terapêutica antiretroviral combinada, em doentes
infectados com VIH, com imunodeficiência grave, uma reacção inflamatória a agentes
patogénicos residuais ou oportunistas pode surgir (ver Precauções especiais de
utilização).
O perfil de efeitos indesejáveis parece ser semelhante em adultos e crianças. As
reacções adversas mais graves incluem anemia (com eventual necessidade de
transfusão), neutropénia e leucopénia. Estas reacções foram mais frequentes em doses
elevadas (1200-1500 mg/dia), em doentes com infecção VIH avançada (especialmente
em caso de fraca reserva da medula óssea prévia ao tratamento) e, em particular, em
doentes com número de linfócitos CD4+ inferior a 100/mm
. Poderá ser necessário
redução da dose ou interrupção da terapêutica (ver Advertências e precauções especiais
de utilização).
A incidência de neutropénia aumentou também nos doentes com número de neutrófilos,
níveis de hemoglobina e níveis séricos de vitamina B
baixos, no início da terapêutica
com Zidovudina.
Foram relatados casos de acidose láctica, normalmente associada a hepatomegalia grave
e esteatose hepática, com a utilização de análogos do nucleosido.
Os efeitos adversos citados em seguida foram relatados em doentes tratados com
Zidovudina. Podem também dever-se à doença subjacente ou à associação de
terapêuticas para o controlo da infecção VIH. É, portanto, difícil avaliar a relação entre
estes eventos e o tratamento com Zidovudina, particularmente em casos de infecção
VIH avançada, pela sua característica complexidade clínica. No controlo dos seguintes
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efeitos poderá justificar-se redução da dose ou interrupção da terapêutica com
Zidovudina.
Cardiovasculares:
Cardiomiopatia.
Tracto gastrintestinal:
Náuseas, vómitos, pigmentação da mucosa oral, dor abdominal, dispepsia, anorexia,
diarreia e flatulência.
Sistema Sanguíneo:
Anemia, neutropénia, leucopénia, trombocitopénia e pancitopénia com hipoplasia da
medula óssea.
Fígado/pâncreas:
Distúrbios hepáticos, tais como hepatomegália grave com esteatose, aumento dos níveis
sanguíneos das transaminases e da bilirrubina e pancreatite.
Metabólicos/endócrinos:
Acidose láctica sem hipóxia.
Músculo-esqueléticos:
Mialgia e miopatia.
Neurológicos/psiquiátricos:
Cefaleias, insónia com tonturas, parestesias, sonolência, perda de acuidade mental,
convulsões, ansiedade e depressão.
Tracto respiratório:
Dispneia e tosse.
Pele:
Pigmentação da pele e unhas, erupções cutâneas, urticária, prurido e sudação.
Lipodistrofia:
A terapêutica antiretroviral combinada tem sido associada a uma redistribuição da
gordura corporal (lipodistrofia) em doentes com VIH, incluindo a perda da gordura
subcutânea periférica e facial, aumento da gordura intra-abdominal e visceral,
hipertrofia mamária e acumulação de gordura dorso-cervival (bossa de búfalo).
A terapêutica antiretroviral combinada tem sido associada a anomalias metabólicas, tais
como a hipertrigliceridémia, hipercolesterolémia, resistência à insulina, hiperglicémia e
hiperlactatémia (ver Precauções especiais de utilização).
Outros:
Poliúria, alteração do paladar, febre, mal-estar, dor generalizada, arrepios, dor torácica,
síndroma gripal, ginecomastia e astenia.
Reacções adversas com Zidovudina na prevenção da transmissão materno-fetal:
Num ensaio controlado por placebo, os efeitos adversos globais observados a nível
clínico e as alterações dos testes laboratoriais foram semelhantes no grupo tratado com
Zidovudina e no grupo placebo. No entanto, o grupo tratado com Zidovudina
apresentou tendência para anemia ligeira a moderada, geralmente antes do parto.
No mesmo ensaio, as concentrações de hemoglobina dos lactentes tratados com
Zidovudina para esta indicação terapêutica, foram ligeiramente inferiores às dos
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lactentes do grupo placebo, no entanto, não foi necessária transfusão. A anemia
resolveu até às 6 semanas seguintes à interrupção da terapêutica com Zidovudina. Os
restantes efeitos adversos observados a nível clínico e as alterações dos testes
laboratoriais foram similares nos grupos de Zidovudina e de placebo. Desconhecem-se
as consequências a longo prazo da exposição da Zidovudina in utero e no lactente.
Interacções medicamentosas e outras:
A Zidovudina é principalmente eliminada por conjugação hepática, com formação de
um metabolito glucuronado inactivo. Assim, os fármacos eliminados principalmente
por metabolização hepática, especialmente via glucuronização, terão potencial para
inibir o metabolismo da Zidovudina. As interacções mencionadas não deverão ser
consideradas exaustivas, mas sim representativas das classes de fármacos que devem
ser administrados com precaução.
Alguns dados sugerem que a administração concomitante de Zidovudina e rifampicina
diminui a AUC da Zidovudina em 48% ± 34%, desconhecendo-se, no entanto, o
significado clínico desta ocorrência.
Alguns dados sugerem que o probenecide aumenta o tempo de semi-vida médio e a área
sob a curva da concentração plasmática da Zidovudina/tempo, por diminuição da
glucuronização. A excreção renal do glucuronido (e possivelmente da própria
Zidovudina) é diminuída na presença de probenecide.
Observou-se um ligeiro aumento na C
(28%) da Zidovudina quando administrada
com lamivudina; no entanto, a exposição total (AUC) ao fármaco não foi
significativamente alterada. A Zidovudina não altera a farmacocinética da lamivudina.
Em alguns doentes tratados com Zidovudina foram relatados níveis sanguíneos de
fenitoína baixos, tendo sido relatado um caso de níveis sanguíneos elevados. Estas
observações sugerem que os níveis de fenitoína devem ser cuidadosamente
monitorizados nos doentes em tratamento com ambos os fármacos.
Num estudo farmacocinético, observou-se uma diminuição na depuração oral da
Zidovudina, com aumento de 35% ± 23% na AUC da Zidovudina plasmática após
administração concomitante com atovaquona. A informação disponível é limitada,
desconhecendo-se o significado clínico desta observação.
Foi observado um aumento da AUC da Zidovudina, com correspondente diminuição da
depuração, quando em administração concomitante com ácido valpróico, fluconazol ou
com metadona. Dado que a informação disponível é limitada, o significado clínico desta
observação não está esclarecido. No entanto, se a Zidovudina for administrada
concomitantemente com ácido valpróico, fluconazol ou metadona, o doente deverá ser
cuidadosamente monitorizado quanto a potencial toxicidade. A informação disponível é
limitada, desconhecendo-se o significado clínico desta observação.
Outros fármacos, grupo inclusivo, mas não limitativo, o ácido acetilsalicílico, codeína,
morfina, indometacina, cetoprofeno, naproxeno, oxazepam, lorazepam, cimetidina,
clofibrato, dapsona e isoprinosina, podem alterar o metabolismo da Zidovudina, por
inibição competitiva da glucuronização ou por inibição directa do metabolismo
microssomal hepático. Deverá considerar-se a possibilidade de interacções
medicamentosas antes de utilizar tais fármacos em associação com a Zidovudina,
especialmente em caso de terapêutica crónica.
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A associação de Zidovudina com ribavirina ou estavudina mostrou antagonismo in
vitro, devendo evitar-se a sua utilização concomitante.
O risco de reacções adversas à Zidovudina pode também aumentar na terapêutica
concomitante, especialmente terapêutica da fase aguda, com fármacos potencialmente
nefrotóxicos ou mielodepressores (ex.: pentamidina sistémica, dapsona, pirimetamina,
cotrimoxazol, anfotericina, flucitosina, ganciclovir, interferão, vincristina, vinblastina e
doxorrubicina). Caso seja necessária terapêutica concomitante com qualquer destes
fármacos, recomenda-se monitorização cuidadosa da função renal e dos parâmetros
hematológicos e, se necessário, redução da dose de um ou mais destes fármacos.
Dado que alguns doentes em tratamento com Zidovudina podem continuar a
desenvolver infecções oportunistas, poderá ser necessário considerar a administração
concomitante de terapêutica antimicrobiana profiláctica.
Tem sido utilizado cotrimoxazol, pentamidina em aerosol, pirimetamina e aciclovir. A
informação proveniente de ensaios clínicos controlados, apesar de limitada, não sugere
um aumento significativo do risco de reacções adversas a Zidovudina pela utilização
destes fármacos.
Precauções especiais de utilização:
A Zidovudina não é um tratamento curativo para a infecção VIH, pelo que os doentes
continuarão em risco de desenvolvimento de doenças associadas à imunosupressão,
incluindo infecções oportunistas e neoplasmas. Embora esteja demonstrada uma
diminuição do risco de infecções oportunistas, a informação sobre o desenvolvimento
de neoplasmas, incluindo linfomas, é limitada. Segundo dados disponíveis em doentes
em tratamento para a infecção VIH avançada, o risco de desenvolvimento de linfoma
nestes doentes é semelhante ao observado em doentes não tratados. Desconhece-se o
risco de desenvolvimento de linfoma com infecção VIH precoce sujeitos a tratamento a
longo prazo.
No início do tratamento com terapêutica antiretroviral combinada, em doentes
infectados com VIH e com imunodeficiência grave, uma reacção inflamatória a agentes
patogénicos residuais ou oportunistas pode surgir e causar graves situações clínicas ou
agravamento dos sintomas. Em regra estas reacções têm sido observadas nas primeiras
semanas ou meses após o início da terapêutica. Exemplos relevantes destas reacções são
a retinite por citomegalovírus, infecção generalizada e/ou focal de mycobactéria e
pneumonia por Pneumocystis carinii. Qualquer sintoma inflamatório que surja deverá
ser avaliado e o respectivo tratamento instituído sempre que necessário.
A Zidovudina deve ser administrada sob a supervisão de um médico com experiência
de doentes com infecção VIH ou SIDA. Um tratamento apropriado requer acesso a
condições adequadas, por ex. para monitorização hematológica, incluindo determinação
da carga vírica e contagem dos linfócitos CD4+, e para transfusões sanguíneas, se
necessário.
- Reacções adversas hematológicas:
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Nos doentes em tratamento com Zidovudina pode ocorrer anemia (geralmente não
observada antes de 6 semanas de terapêutica, podendo ocasionalmente ocorrer mais
cedo), neutropénia (geralmente não observada antes de 4 semanas de terapêutica) e
leucopénia (geralmente secundária à neutropénia). Estas reacções observaram-se mais
frequentemente com as doses mais elevadas (1200-1500 mg por dia) e nos doentes com
compromisso da medula óssea prévio ao início do tratamento, particularmente com
infecção VIH avançada.
Os parâmetros hematológicos devem ser cuidadosamente monitorizados. Em doentes
com infecção VIH avançada sintomática, recomenda-se a realização de análises
sanguíneas, pelo menos de 2 em 2 semanas durante os primeiros 3 meses de tratamento
e pelo menos mensalmente, findo este período.
Em doentes com VIH precoce (reserva de medula óssea geralmente boa), as reacções
hematológicas adversas são pouco frequentes. Dependendo do estado geral do doente,
os exames sanguíneos poderão ser efectuados com menos frequência, por exemplo de
mês a mês ou de 3 em 3 meses.
Caso as concentrações de hemoglobina desçam para valores entre 7,5 g/dl (5,65 mmol)
e 9 g/l (5,59 mmol/l), ou caso o número de neutrófilos desça para valores entre
0,75x10
/l e 1,0x10
/l, pode reduzir-se a posologia diária até evidência de recuperação
da medula óssea; alternativamente, pode proceder-se a uma breve interrupção (2-4
semanas) do tratamento com Zidovudina para melhor recuperação. A recuperação da
medula óssea ocorre, usualmente, em duas semanas após o que se pode recomeçar o
tratamento com Zidovudina com doses baixas. Em doentes com anemia significativa, os
ajustes da dose podem não eliminar a necessidade de transfusões (ver Contra-
indicações).
Acidose láctica:
Foram relatados casos de acidose láctica, geralmente associados a hepatomegalia grave
e esteatose hepática, com a utilização de análogos de nucleósidos. Os sintomas precoces
(hiperlactemia sintomática) incluem: sintomas digestivos benignos (náuseas, vómitos e
dor abdominal), mal-estar não específico, perdas de peso e apetite, sintomas
respiratórios (respiração rápida e/ou profunda) e sintomas neurológicos (incluindo
fraqueza motora).
A acidose láctica conduz a uma elevada taxa de mortalidade e pode estar associada a
pancreatite, falência hepática ou falência renal.
Geralmente a acidose láctica ocorreu alguns a vários meses após o início do tratamento.
O tratamento com análogos de nucleósidos deve ser descontinuado caso se estabeleça
hiperlactatemia sintomática e acidose láctica/metabólica, hepatomegália progressiva ou
um aumento rápido dos níveis de transaminases.
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Deve tomar-se precaução especial na administração de análogos de nucleósidos a
qualquer doente (particularmente mulheres obesas) com hepatomegália, hepatite ou
outros factores de risco conhecidos (incluindo administração de alguns fármacos e
álcool), para desenvolvimento de doença e esteatose.
Os doentes com hepatite C concomitante e tratados com interferão alfa e ribavirina
podem constituir um grupo especial de risco.
Os doentes de maior risco devem ser seguidos cuidadosamente.
Lipodistrofia:
A terapêutica antiretroviral combinada tem sido associada a uma redistribuição da
acumulação de gordura (lipodistrofia) em doentes com VIH. As consequências a longo
prazo destes efeitois são desconhecidas. Tem sido colocada a hipótese de uma
interligação entre a lipomatose visceral e os Inibidores da Protease (IP) e a lipoatrofia e
os Inibidores da Transcriptase Reversa Nucleosido (ITRN). Um risco acrescido de
lipodistrofia tem sido associado a factores individuais, tais como a idade avançada e a
factores relacionados com o medicamento como a tratamento prolongado da terapêutica
antiretroviral e distúrbios metabólicos associados. O conhecimento sobre o mecanismo
destes efeitos metabólicos é, actualmente, incompleto. A avaliação clínica deverá
incluir a avaliação de sinais físicos de redistribuição da gordura. Deve ter-se em
consideração a determinação dos lípidos séricos e da glicémia em jejum. As alterações
lipídicas deverão ser clinicamente encaminhadas de modo apropriado (ver Efeitos
Indesejáveis).
As possíveis consequências a longo prazo da terapêutica antiretroviral de associação, tal
como o risco acrescido de doença cardiovascular, não pode ser excluído.
Os doentes deverão ser alertados relativamente à administração concomitante de
medicamentos de automedicação (ver Interacções medicamentosas e outras formas de
interacção).
Os doentes deverão ter conhecimento de que o tratamento com Zidovudina não
demonstrou prevenir o risco de transmissão do VIH a outros indivíduos por contacto
sexual ou transmissão sanguínea.
Efeitos em grávidas, lactentes, crianças, idosos e outros doentes com patologias
especiais:
Gravidez
Os ITR nucleósidos e nucleóticos demonstraram causar quer in vivo, quer in vivo
disfunção mitocondrial, cuja gravidade é variável. Têm sido notificados casos de
crianças seronegativas expostas à ITR nucleósidos e nucleóticos in útero que
desenvolveram sintomas clínicos de disfunção mitocondrial. As reacções adversas mais
notificadas foram as disfunções hematológicas (anemia e neutropénia) e disfunções
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metabólicas (hiperlactaémia e hiperlipasemia). Estes efeitos são muitas vezes
transitórios. Foram notificadas algumas disfunções neurológicas que se manifestaram
tardiamente, tais como hipertonia, convulsões e comportamento anormal. Actualmente
desconhece-se se os efeitos neurológicos são transitórios ou permanentes.
Qualquer criança expostan aos ITR nucleósidos e nucleóticos in útero, mesmo as VIH
negativas, deverão ser clínica e laboratorialmente acompanhadas. No caso de existirem
sinais ou sintomas relevantes, a possibilidade de disfunção mitocondrial deverá ser
completamente avaliada. Estes aspectos não afectam a recomendação nacional da
utilização da terapêutica antiretroviral em grávidas para a prevenção da transmissão
vertical do VIH.
A utilização de Zidovudina em mulheres grávidas após as 14 semanas de gestação, com
tratamento subsequente dos recém-nascidos, mostrou reduzir significativamente a taxa
de transmissão materno-fetal do VIH, com base em culturas víricas de isolados obtidos
de crianças.
As mulheres grávidas administradas com Zidovudina para prevenção da transmissão de
VIH ao feto devem ser informadas que a mesma pode suceder, apesar do tratamento.
Não deve ser excluído risco carcinogénico no homem. A Zidovudina demonstrou ser
mutagénica nalguns estudos padrão in vivo e in vitro.
Devido aos dados limitados acerca da utilização geral da Zidovudina durante a
gravidez, o fármaco só deve ser utilizado após as 14 semanas de gestação se os
benefícios para a mãe justificarem os potenciais riscos para o feto.
Aleitamento
Alguns especialistas em saúde recomendam que as mulheres infectadas pelo VIH não
amamentem os seus filhos, de modo a evitar a transmissão do vírus. Após
administração de uma dose única de 200 mg de Zidovudina a mulheres com infecção
VIH, foram detectadas concentrações médias de Zidovudina semelhantes no leite e no
soro. Deste modo, considerando que tanto o fármaco como o vírus são excretados no
leite materno, recomenda-se que as mulheres em tratamento com Zidovudina Generis
não amamentem os seus filhos.
Efeitos sobre a capacidade de condução e utilização de máquinas:
Não foi estudado o efeito da Zidovudina Generis sobre a capacidade de conduzir ou
trabalhar com máquinas. Apesar de não ser previsível um efeito prejudicial sobre estas
capacidades, com base na farmacologia da Zidovudina, dever-se-á ter em conta o estado
clínico do doente e o perfil de efeitos adversos da Zidovudina quando se considerar a
capacidade do doente para conduzir ou utilizar máquinas.
Lista dos excipientes cujo conhecimento seja necessário:
Cápsulas: Amido de milho, celulose microcristalina, amidoglicolato de sódio, estearato
de magnésio, dióxido de titânio, gelatina e água.
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Comprimidos: celulose microcristalina, amidoglicolato de sódio, povidona, estearato de
magnésio e dióxido de titânio.
Posologia e modo de administração:
- Posologia no adulto:
A dose usualmente recomendada de Zidovudina Generis, em associação com outros
fármacos antiretrovíricos, é de 500 ou 600 mg por dia, divididos em duas ou três tomas.
Não foi provada a eficácia de doses inferiores a 1.000 mg por dia no tratamento ou
prevenção das disfunções neurológicas associadas à infecção VIH
- Posologia na criança:
3 meses – 12 anos:
A dose inicial recomendada de Zidovudina Generis é de 360 a 480 mg/m
por dia em 3
ou 4 tomas, em associação com outros fármacos antiretrovíricos. Desconhece-se a
eficácia de doses inferiores a 720 mg/m
por dia (180 mg/m
de 6 em 6 horas) no
tratamento ou prevenção das disfunções neurológicas associadas à infecção VIH. A
dose máxima não deve exceder 200 mg em cada 6 horas.
< 3 meses:
A informação disponível é limitada e insuficiente para recomendar posologia específica
(ver Prevenção da transmissão materno-fetal).
- Posologia na prevenção da transmissão materno-fetal:
Apesar de ainda não estar estabelecida a posologia óptima, o seguinte regime
posológico demonstrou ser eficaz:
Grávida (com mais de 14 semanas de gestação): 500 mg por dia (100 mg, 5 vezes por
dia) por via oral, até ao início do trabalho de parto.
Durante o trabalho de parto e parto, deve administrar-se Zidovudina Generis a 2mg/Kg
de peso corporal por via intravenosa durante 1 hora, seguido de perfusão intravenosa
contínua de 1 mg/Kg/h até ao corte do cordão umbilical.
Recém-nascido: 2 mg/Kg de peso corporal, por via oral, de 6 em 6 horas, com início até
12 horas após o parto, mantendo até às 6 semanas de vida.
A recém-nascidos com impossibilidade de administração oral, deve administrar-se
Zidovudina Generis a 1,5 mg/Kg de peso corporal por perfusão intravenosa, durante 30
minutos, de 6 em 6 horas.
Em caso de cesariana electiva, a perfusão deve ser iniciada 4 horas antes da cirurgia.
Em caso de falso sinal de parto, a perfusão de Zidovudina Generis deve ser
interrompida e reiniciada a administração por via oral.
- Ajuste da dose em doentes com reacções adversas hematológicas:
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Poderá ser necessário reduzir a dose ou interromper o tratamento com Zidovudina
Generis, em doentes cujos níveis de hemoglobina desçam para valores compreendidos
entre 7,5g/dl /4,65 mmol/l) e 9g/dl (5,59 mmol/l), ou o cujo número de neutrófilos
desça para valores entre 0,75x10
/l e 1,0x10
/l (ver Contra-indicações e Advertências e
precauções especiais de utilização).
- Posologia no idoso:
A farmacocinética da Zidovudina não foi estudada em doentes com idade superior a 65
anos, não estando disponível informação específica. No entanto, uma vez que se
recomenda atenção especial neste grupo etário devido às alterações relacionadas com a
idade, tais como a diminuição da função renal e alterações nos parâmetros
hematológicos, é aconselhada a monitorização apropriada destes doentes, antes e
durante a utilização de Zidovudina Generis.
- Posologia em doentes com insuficiência renal:
Em doentes com insuficiência renal grave, a clearance aparente da zidovudina após
administração oral foi aproximadamente 50% da relatada em indivíduos saudáveis com
função renal normal. Deste modo, recomenda-se redução da dose para 300-400 mg por
dia em doentes com insuficiência renal grave com clearance da creatinina < 10 ml/min.
Os parâmetros hematológicos e a resposta clínica poderão indicar necessidade de
subsequente ajuste da dose.
A hemodiálise e a diálise peritoneal não têm efeito significativo na eliminação da
zidovudina, mas aumentam a eliminação do metabolito glucoronado.
Posologia na insuficiência hepática:
A informação obtida em doentes com cirrose, sugere que poderá ocorrer acumulação de
zidovudina em doentes com insuficiência hepática devido à diminuição da
glucoronidação. Poderão ser necessários ajustes da dose, no entanto, a informação
disponível não permite ainda uma recomendação precisa. Se não for possível a
monitorização dos níveis plasmáticos de zidovudina, deve proceder-se a monitorização
clínica relativamente a sinais de intolerância, e ajustar a dose e/ou aumentar o intervalo
entre as doses, conforme apropriado.
Sobredosagem:
Sinais e sintomas:
Além dos efeitos adversos já referidos, tais como fadiga, cefaleia, vómitos e relatos
ocasionais de distúrbios hematológicos, não foram identificados sinais ou sintomas
específicos devidos a sobredosagem aguda após administração por via oral. Foi relatado
um caso de ingestão de uma quantidade não especificada de Zidovudina, com níveis
séricos consistentes com sobredosagem por ingestão de quantidades superiores a 17 g
em que não foram identificadas consequências clínicas, bioquímicas ou hematológicas,
no curto prazo.
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Tratamento:
Os doentes devem ser cuidadosamente observados quanto à evidência de toxicidade
(ver Efeitos Indesejáveis), procedendo-se à terapêutica de suporte adequada.
A hemodiálise e a diálise peritoneal parecem ter pouco efeito sobre a eliminação da
Zidovudina, aumentando, porém, a eliminação do metabolito glucuronado.
Comunique ao seu médico ou farmacêutico qualquer efeito indesejável não mencionado
neste folheto informativo
Verifique sempre o prazo de validade inscrito na embalagem ou no recipiente
Manter fora do alcance e da vista das crianças
Precauções de conservação:
Não guardar acima de 25.ºC Conservar ao abrigo da luz e em local seco.
Data da elaboração deste Folheto Informativo:
Julho de 2005
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO
ZIDOVUDINA GENERIS 100 mg cápsulas duras
ZIDOVUDINA GENERIS 250 mg cápsulas duras
ZIDOVUDINA GENERIS 300 mg comprimidos
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Zidovudina…….100 mg
Zidovudina…….250 mg
Zidovudina…….300 mg
Excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Cápsulas.
Comprimidos.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
A Zidovudina está indicada, em associação com outros fármacos
antiretrovíricos (excepto quando utilizados na grávida) para o tratamento de
doentes infectados pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) em adultos e
crianças.
A Zidovudina também está indicada em monoterapia na mulher grávida VIH-
positiva (com mais de 14 semanas de gestação) e no respectivo recém-
nascido, na prevenção primária da transmissão materno-fetal do VIH-1.
4.2. Posologia e modo de administração
- Posologia no adulto:
A dose usualmente recomendada de Zidovudina Generis, em associação com
outros fármacos antiretrovíricos, é de 500 ou 600 mg por dia, divididos em
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duas ou três tomas. Não foi provada a eficácia de doses inferiores a 1.000 mg
por dia no tratamento ou prevenção das disfunções neurológicas associadas à
infecção VIH.
- Posologia na criança:
3 meses – 12 anos:
A dose inicial recomendada de Zidovudina Generis é de 360 a 480 mg/m
dia em 3 ou 4 tomas, em associação com outros fármacos antiretrovíricos.
Desconhece-se a eficácia de doses inferiores a 720 mg/m
por dia (180 mg/m
de 6 em 6 horas) no tratamento ou prevenção das disfunções neurológicas
associadas à infecção VIH. A dose máxima não deve exceder 200 mg em cada
6 horas.
< 3 meses:
A informação disponível é limitada e insuficiente para recomendar posologia
específica (ver Prevenção da transmissão materno-fetal e 5.2 Propriedades
farmacocinéticas).
- Posologia na prevenção da transmissão materno-fetal:
Apesar de ainda não estar estabelecida a posologia óptima, o seguinte regime
posológico demonstrou ser eficaz:
Grávida (com mais de 14 semanas de gestação): 500 mg por dia (100 mg, 5
vezes por dia) por via oral, até ao início do trabalho de parto.
Durante o trabalho de parto e parto, deve administrar-se Zidovudina Generis a
2mg/Kg de peso corporal por via intravenosa durante 1 hora, seguido de
perfusão intravenosa contínua de 1 mg/Kg/h até ao corte do cordão umbilical.
Recém-nascido: 2 mg/Kg de peso corporal, por via oral, de 6 em 6 horas, com
início até 12 horas após o parto, mantendo até às 6 semanas de vida.
A recém-nascidos com impossibilidade de administração oral, deve
administrar-se Zidovudina Generis a 1,5 mg/Kg de peso corporal por perfusão
intravenosa, durante 30 minutos, de 6 em 6 horas.
Em caso de cesariana electiva, a perfusão deve ser iniciada 4 horas antes da
cirurgia. Em caso de falso sinal de parto, a perfusão de Zidovudina Generis
deve ser interrompida e reiniciada a administração por via oral.
- Ajuste da dose em doentes com reacções adversas hematológicas:
Poderá ser necessário reduzir a dose ou interromper o tratamento com
Zidovudina Generis
em doentes cujos níveis de hemoglobina desçam para
valores compreendidos entre 7,5g/dl /4,65 mmol/l) e 9g/dl (5,59 mmol/l), ou o
cujo número de neutrófilos desça para valores entre 0,75x10
/l e 1,0x10
/l (ver
4.3 Contra-indicações e 4.4 Advertências e precauções especiais de
utilização).
APROVADO EM
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INFARMED
- Posologia no idoso:
A farmacocinética da Zidovudina não foi estudada em doentes com idade
superior a 65 anos, não estando disponível informação específica. No entanto,
uma vez que se recomenda atenção especial neste grupo etário devido às
alterações relacionadas com a idade, tais como a diminuição da função renal e
alterações nos parâmetros hematológicos, é aconselhada a monitorização
apropriada destes doentes, antes e durante a utilização de Zidovudina Generis.
- Posologia em doentes com insuficiência renal:
Em doentes com insuficiência renal grave, a clearance aparente da zidovudina
após administração oral foi aproximadamente 50% da relatada em indivíduos
saudáveis com função renal normal. Deste modo, recomenda-se redução da
dose para 300-400 mg por dia em doentes com insuficiência renal grave com
clearance da creatinina < 10 ml/min. Os parâmetros hematológicos e a
resposta clínica poderão indicar necessidade de subsequente ajuste da dose.
A hemodiálise e a diálise peritoneal não têm efeito significativo na eliminação
da zidovudina, mas aumentam a eliminação do metabolito glucoronado.
Posologia na insuficiência hepática:
A informação obtida em doentes com cirrose, sugere que poderá ocorrer
acumulação de zidovudina em doentes com insuficiência hepática devido à
diminuição da glucoronidação. Poderão ser necessários ajustes da dose, no
entanto, a informação disponível não permite ainda uma recomendação
precisa. Se não for possível a monitorização dos níveis plasmáticos de
zidovudina, deve proceder-se a monitorizaçã clínica relativamente a sinais de
intolerância, e ajustar a dose e/ou aumentar o intervalo entre as doses,
conforme apropriado.
4.3. Contra-indicações
A Zidovudina Generis está contra-indicada nas seguintes situações:
Doentes com hipersensibilidade conhecida à Zidovudina, ou a qualquer dos
excipientes da formulação;
Doentes com número de neutrófilos anormalmente baixo (inferior a 0,75 x 10
ou níveis de hemoglobina anormalmente baixos (inferiores a 7,5 g/dl ou 4,65
mmol/l);
Recém-nascidos com hiperbilirrubinémia a requererem outros tratamentos eu
não a fototerapia, ou com níveis de transaminases cinco vezes superiores ao
limite máximo normal.
4.4. Advertências e precauções especiais de utilização
APROVADO EM
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INFARMED
A Zidovudina não é um tratamento curativo para a infecção VIH, pelo que os
doentes continuarão em risco de desenvolvimento de doenças associadas à
imunosupressão, incluindo infecções oportunistas e neoplasmas. Embora
esteja demonstrada uma diminuição do risco de infecções oportunistas, a
informação sobre o desenvolvimento de neoplasmas, incluindo linfomas, é
limitada. Segundo dados disponíveis em doentes em tratamento para a
infecção VIH avançada, o risco de desenvolvimento de linfoma nestes doentes
é semelhante ao observado em doentes não tratados. Desconhece-se o risco
de desenvolvimento de linfoma com infecção VIH precoce sujeiros a
tratamento a longo prazo.
No início do tratamento com terapêutica antiretroviral combinada, em doentes
infectados com VIH e com imunodeficiência gr
ve, uma reacção inflamatória a
agentes patogénicos residuais ou oportunistas pode surgir e causar graves
situações clínicas ou agravamento dos sintomas. Em regra estas reacções têm
sido observadas nas primeiras semanas ou meses após o início da terapêutica.
Exemplos relevantes destas reacções são a retinite por citomegalovírus,
infecção generalizada e/ou focal de mycobactéria e pneumonia por
Pneumocystis
jirovecii
. Qualquer sintoma inflamatório que surja deverá ser
avaliado e o respectivo tratamento instituído sempre que necessário.
Doenças
autoimunes (tal como Doença de Graves e a hepatite autoimune), também têm sido
descritas como tendo ocorrido no contexto de reativação imunitária; no entanto, o
tempo de início descrito é mais variável e estes acontecimentos podem ocorrer muitos
meses após o início do tratamento.
A Zidovudina deve ser administrada sob a supervisão de um médico com
experiência de doentes com infecção VIH ou SIDA. Um tratamento apropriado
requer acesso a condições adequadas, por ex. para monitorização
hematológica, incluindo determinação da carga vírica e contagem dos linfócitos
CD4+, e para transfusões sanguíneas, se necessário.
- Reacções adversas hematológicas:
Nos doentes em tratamento com Zidovudina pode ocorrer anemia (geralmente
não observada antes de 6 semanas de terapêutica, podendo ocasionalmente
ocorrer mais cedo), neutropénia (geralmente não observada antes de 4
semanas de terapêutica) e leucopénia (geralmente secundária à neutropénia).
Estas reacções observaram-se mais frequentemente com as doses mais
elevadas (1200-1500 mg por dia) e nos doentes com compromisso da medula
óssea prévio ao início do tratamento, particularmente com infecção VIH
avançada.
Os parâmetros hematológicos devem ser cuidadosamente monitorizados. Em
doentes com infecção VIH avançada sintomática, recomenda-se a realização
de análises sanguíneas, pelo menos de 2 em 2 semanas durante os primeiros
3 meses de tratamento e pelo menos mensalmente, findo este período.
APROVADO EM
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INFARMED
Em doentes com VIH precoce (reserva de medula óssea geralmente boa), as
reacções hematológicas adversas são pouco frequentes. Dependendo do
estado geral do doente, os exames sanguíneos poderão ser efectuados com
menos frequência, por exemplo de mês a mês ou de 3 em 3 meses.
Caso as concentrações de hemoglobina desçam para valores entre 7,5 g/dl
(5,65 mmol) e 9 g/l (5,59 mmol/l), ou caso o número de neutrófilos desça para
valores entre 0,75x10
/l e 1,0x10
/l, pode reduzir-se a posologia diária até
evidência de recuperação da medula óssea; alternativamente, pode proceder-
se a uma breve interrupção (2-4 semanas) do tratamento com Zidovudina para
melhor recuperação. A recuperação da medula óssea ocorre, usualmente, em
duas semanas após o que se pode recomeçar o tratamento com Zidovudina
com doses baixas. Em doentes com anemia significativa, os ajustes da dose
podem não eliminar a necessidade de transfusões (ver 4.3 Contra-indicações).
Acidose láctica:
Foram relatados casos de acidose láctica, geralmente associados a
hepatomegalia grave e esteatose hepática, com a utilização de análogos de
nucleósidos. Os sintomas precoces (hiperlactemia sintomática) incluem:
sintomas digestivos benignos (náuseas, vómitos e dor abdominal), mal-estar
não específico, perdas de peso e apetite, sintomas respiratórios (respiração
rápida e/ou profunda) e sintomas neurológicos (incluindo fraqueza motora).
A acidose láctica conduz a uma elevada taxa de mortalidade e pode estar
associada a pancreatite, falência hepática ou falência renal.
Geralmente a acidose láctica ocorreu alguns a vários meses após o início do
tratamento.
O tratamento com análogos de nucleósidos deve ser descontinuado caso se
estabeleça hiperlactatemia sintomática e acidose láctica/metabólica,
hepatomegália progressiva ou um aumento rápido dos níveis de
transaminases.
Deve tomar-se precaução especial na administração de análogos de
nucleósidos a qualquer doente (particularmente mulheres obesas) com
hepatomegalia, hepatite ou outros factores de risco conhecidos (incluindo
administração de alguns fármacos e álcool), para desenvolvimento de doença
e esteatose.
Os doentes com hepatite C concomitante e tratados com interferão alfa e
ribavirina podem constituir um grupo especial de risco.
Os doentes de maior risco devem ser seguidos cuidadosamente.
APROVADO EM
30-10-2018
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Lipodistrofia:
A terapêutica antiretroviral combinada tem sido associada a uma redistribuição
da acumulação de gordura (lipodistrofia) em doentes com VIH. As
consequências a longo prazo destes efeitois são desconhecidas. Tem sido
colocada a hipótese de uma interligação entre a lipomatose visceral e os
Inibidores da Protease (IP) e a lipoatrofia e os Inibidores da Transcriptase
Reversa Nucleosido (ITRN). Um risco acrescido de lipodistrofia tem sido
associado a factores individuais, tais como a idade avançada e a factores
relacionados com o medicamento como a tratamento prolongado da
terapêutica antiretroviral e distúrbios metabólicos associados. O conhecimento
sobre o mecanismo destes efeitos metabólicos é, actualmente, incompleto. A
avaliação clínica deverá incluir a avaliação de sinais físicos de redistribuição da
gordura. Deve ter-se em consideração a determinação dos lípidos séricos e da
glicémia em jejum. As alterações lipídicas deverão ser clinicamente
encaminhadas de modo apropriado (ver secção 4.8 – Efeitos Indesejáveis).
As possíveis consequências a longo prazo da terapêutica antiretroviral de
associação, tal como o risco acrescido de doença cardiovascular, não pode ser
excluído.
Os doentes deverão ser alertados relativamente à administração concomitante
de medicamentos de automedicação (ver 4.5 Interacções medicamentosas e
outras formas de interacção).
Os doentes deverão ter conhecimento de que o tratamento com Zidovudina
não demonstrou prevenir o risco de transmissão do VIH a outros indivíduos por
contacto sexual ou transmissão sanguínea.
4.5. Interacções medicamentosas e outras
A Zidovudina é principalmente eliminada por conjugação hepática, com
formação de um metabolito glucuronado inactivo. Assim, os fármacos
eliminados principalmente por metabolização hepática, especialmente via
glucuronização, terão potencial para inibir o metabolismo da Zidovudina. As
interacções mencionadas não deverão ser consideradas exaustivas, mas sim
representativas das classes de fármacos que devem ser administrados com
precaução.
Alguns dados sugerem que a administração concomitante de Zidovudina e
rifampicina diminui a AUC da Zidovudina em 48% ± 34%, desconhecendo-se,
no entanto, o significado clínico desta ocorrência.
Alguns dados sugerem que o probenecide aumenta o tempo de semivida
médio e a área sob a curva da concentração plasmática da Zidovudina/tempo,
por diminuição da glucuronização. A excreção renal do glucuronido (e
possivelmente da própria Zidovudina) é diminuída na presença de
probenecide.
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INFARMED
Observou-se um ligeiro aumento na C
(28%) da Zidovudina quando
administrada com lamivudina; no entanto, a exposição total (AUC) ao fármaco
não foi significativamente alterada. A Zidovudina não altera a farmacocinética
da lamivudina.
Em alguns doentes tratados com Zidovudina foram relatados níveis
sanguíneos de fenitoína baixos, tendo sido relatado um caso de níveis
sanguíneos elevados. Estas observações sugerem que os níveis de fenitoína
devem ser cuidadosamente monitorizados nos doentes em tratamento com
ambos os fármacos.
Num estudo farmacocinético, observou-se uma diminuição na depuração oral
da Zidovudina, com aumento de 35% ± 23% na AUC da Zidovudina plasmática
após administração concomitante com atovaquona. A informação disponível é
limitada, desconhecendo-se o significado clínico desta observação.
Foi observado um aumento da AUC da Zidovudina, com correspondente
diminuição da depuração, quando em administração concomitante com ácido
valpróico, fluconazol ou com metadona. Dado que a informação disponível é
limitada, o significado clínico desta observação não está esclarecido. No
entanto, se a Zidovudina for administrada concomitantemente com ácido
valpróico, fluconazol ou metadona, o doente deverá ser cuidadosamente
monitorizado quanto a potencial toxicidade. A informação disponível é limitada,
desconhecendo-se o significado clínico desta observação.
Outros fármacos, grupo inclusivo, mas não limitativo, o ácido acetilsalicílico,
codeína, morfina, indometacina, cetoprofeno, naproxeno, oxazepam,
lorazepam, cimetidina, clofibrato, dapsona e isoprinosina, podem alterar o
metabolismo da Zidovudina, por inibição competitiva da glucuronização ou por
inibição directa do metabolismo microssomal hepático. Deverá considerar-se a
possibilidade de interacções medicamentosas antes de utilizar tais fármacos
em associação com a Zidovudina, especialmente em caso de terapêutica
crónica.
A associação de Zidovudina com ribavirina ou estavudina mostrou
antagonismo in vitro, devendo evitar-se a sua utilização concomitante.
O risco de reacções adversas à Zidovudina pode também aumentar na
terapêutica concomitante, especialmente terapêutica da fase aguda, com
fármacos potencialmente nefrotóxicos ou mielodepressores (ex.: pentamidina
sistémica, dapsona, pirimetamina, cotrimoxazol, anfotericina, flucitosina,
ganciclovir, interferão, vincristina, vinblastina e doxorrubicina). Caso seja
necessária terapêutica concomitante com qualquer destes fármacos,
recomenda-se monitorização cuidadosa da função renal e dos parâmetros
hematológicos e, se necessário, redução da dose de um ou mais destes
fármacos.
Dado que alguns doentes em tratamento com Zidovudina podem continuar a
desenvolver infecções oportunistas, poderá ser necessário considerar a
administração concomitante de terapêutica antimicrobiana profiláctica.
Tem sido utilizado cotrimoxazol, pentamidina em aerosol, pirimetamina e
aciclovir. A informação proveniente de ensaios clínicos controlados, apesar de
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limitada, não sugere um aumento significativo do risco de reacções adversas a
Zidovudina pela utilização destes fármacos.
4.6. Gravidez e aleitamento
Gravidez
A utilização de Zidovudina em mulheres grávidas após as 14 semanas de
gestação, com tratamento subsequente dos recém-nascidos, mostrou reduzir
significativamente a taxa de transmissão materno-fetal do VIH, com base em
culturas víricas de isolados obtidos de crianças.
As mulheres grávidas administradas com Zidovudina para prevenção da
transmissão de VIH ao feto devem ser informadas que a mesma pode suceder,
apesar do tratamento.
Não deve ser excluído risco carcinogénico no homem. A Zidovudina
demonstrou ser mutagénica nalguns estudos padrão in vivo e in vitro.
Devido aos dados limitados acerca da utilização geral da Zidovudina durante a
gravidez, o fármaco só deve ser utilizado após as 14 semanas de gestação se
os benefícios para a mãe justificarem os potenciais riscos para o feto.
Os ITR nucleósidos e nucleóticos demonstraram causar quer in vivo, quer in
vivo disfunção mitocondrial, cuja gravidade é variável. Têm sido notificados
casos de crianças seronegativas expostas à ITR nucleósidos e nucleóticos in
útero que desenvolveram sintomas clínicos de disfunção mitocondrial. As
reacções adversas mais notificadas foram as disfunções hematológicas
(anemia e neutropénia) e disfunções metabólicas (hiperlactaémia e
hiperlipasemia). Estes efeitos são muitas vezes transitórios. Foram notificadas
algumas disfunções neurológicas que se manifestaram tardiamente, tais como
hipertonia, convulsões e comportamento anormal. Actualmente desconhece-se
se os efeitos neurológicos são transitórios ou permanentes.
Qualquer criança exposta aos ITR nucleósidos e nucleóticos in útero, mesmo
as VIH negativas, deverão ser clínica e laboratorialmente acompanhadas. No
caso de existirem sinais ou sintomas relevantes, a possibilidade de disfunção
mitocondrial deverá ser completamente avaliada. Estes aspectos não afectam
a recomendação nacional da utilização da terapêutica antiretroviral em
grávidas para a prevenção da transmissão vertical do VIH.
Aleitamento
Alguns especialistas em saúde recomendam que as mulheres infectadas pelo
VIH não amamentem os seus filhos, de modo a evitar a transmissão do vírus.
Após administração de uma dose única de 200 mg de Zidovudina a mulheres
com infecção VIH, foram detectadas concentrações médias de Zidovudina
semelhantes no leite e no soro. Deste modo, considerando que tanto o fármaco
como o vírus são excretados no leite materno, recomenda-se que as mulheres
em tratamento com Zidovudina Generis não amamentem os seus filhos.
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4.7. Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Não foi estudado o efeito da Zidovudina Generis sobre a capacidade de
conduzir ou trabalhar com máquinas. Apesar de não ser previsível um efeito
prejudicial sobre estas capacidades, com base na farmacologia da Zidovudina,
dever-se-á ter em conta o estado clínico do doente e o perfil de efeitos
adversos da Zidovudina quando se considerar a capacidade do doente para
conduzir ou utilizar máquinas.
4.8. Efeitos indesejáveis
No início do tratamento com terapêutica antiretroviral combinada, em doentes
infectados com VIH, com imunodeficiência grave, uma reacção inflamatória a
agentes patogénicos residuais ou oportunistas pode surgir
. Doenças autoimunes
(tal como a Doença de Graves e a hepatite autoimune), também têm sido descritas; no
entanto, o tempo de início descrito é mais variável e estes acontecimentos, podem
ocorrer muitos meses após o início do tratamento
(ver secção 4.4 Advertências e
precauções especiais de utilização).
O perfil de efeitos indesejáveis parece ser semelhante em adultos e crianças.
As reacções adversas mais graves incluem anemia (com eventual necessidade
de transfusão), neutropénia e leucopénia. Estas reacções foram mais
frequentes em doses elevadas (1200-1500 mg/dia), em doentes com infecção
VIH avançada (especialmente em caso de fraca reserva da medula óssea
prévia ao tratamento) e, em particular, em doentes com número de linfócitos
CD4+ inferior a 100/mm
. Poderá ser necessário redução da dose ou
interrupção da terapêutica (ver Advertências e precauções especiais de
utilização).
A incidência de neutropénia aumentou também nos doentes com número de
neutrófilos, níveis de hemoglobina e níveis séricos de vitamina B
baixos, no
início da terapêutica com Zidovudina.
Foram relatados casos de acidose láctica, normalmente associada a
hepatomegalia grave e esteatose hepática, com a utilização de análogos do
nucleosido.
Os efeitos adversos citados em seguida foram relatados em doentes tratados
com Zidovudina. Podem também dever-se à doença subjacente ou à
associação de terapêuticas para o controlo da infecção VIH. É, portanto, difícil
avaliar a relação entre estes eventos e o tratamento com Zidovudina,
particularmente em casos de infecção VIH avançada, pela sua característica
complexidade clínica. No controlo dos seguintes efeitos poderá justificar-se
redução da dose ou interrupção da terapêutica com Zidovudina.
Cardiovasculares:
Cardiomiopatia.
Tracto gastrintestinal:
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INFARMED
Náuseas, vómitos, pigmentação da mucosa oral, dor abdominal, dispepsia,
anorexia, diarreia e flatulência.
Sistema Sanguíneo:
Anemia, neutropénia, leucopénia, trombocitopénia e pancitopénia com
hipoplasia da medula óssea.
Fígado/pâncreas:
Distúrbios hepáticos, tais como hepatomegalia grave com esteatose, aumento
dos níveis sanguíneos das transaminases e da bilirrubina e pancreatite.
Metabólicos/endócrinos:
Acidose láctica sem hipoxia.
Músculo-esqueléticos:
Mialgia e miopatia.
Neurológicos/psiquiátricos:
Cefaleias, insónia com tonturas, parestesias, sonolência, perda de acuidade
mental, convulsões, ansiedade e depressão.
Tracto respiratório:
Dispneia e tosse.
Pele:
Pigmentação da pele e unhas, erupções cutâneas, urticária, prurido e
sudação.
Lipodistrofia:
A terapêutica antiretroviral combinada tem sido associada a uma redistribuição
da gordura corporal (lipodistrofia) em doentes com VIH, incluindo a perda da
gordura subcutânea periférica e facial, aumento da gordura intra-abdominal e
visceral, hipertrofia mamária e acumulação de gordura dorso-cervival (bossa
de búfalo).
A terapêutica antiretroviral combinada tem sido associada a anomalias
metabólicas, tais como a hipertrigliceridémia, hipercolesterolémia, resistência à
insulina, hiperglicémia e hiperlactatémia (ver 4.4 – Advertências e precauções
especiais de utilização).
Outros:
Poliúria, alteração do paladar, febre, mal-estar, dor generalizada, arrepios, dor
torácica, síndroma gripal, ginecomastia e astenia.
Reacções adversas com Zidovudina na prevenção da transmissão materno-
fetal:
Num ensaio controlado por placebo, os efeitos adversos globais observados a
nível clínico e as alterações dos testes laboratoriais foram semelhantes no
grupo tratado com Zidovudina e no grupo placebo. No entanto, o grupo tratado
com Zidovudina apresentou tendência para anemia ligeira a moderada,
geralmente antes do parto.
No mesmo ensaio, as concentrações de hemoglobina dos lactentes tratados
com Zidovudina para esta indicação terapêutica, foram ligeiramente inferiores
às dos lactentes do grupo placebo, no entanto, não foi necessária transfusão.
APROVADO EM
30-10-2018
INFARMED
A anemia resolveu até às 6 semanas seguintes à interrupção da terapêutica
com Zidovudina. Os restantes efeitos adversos observados a nível clínico e as
alterações dos testes laboratoriais foram similares nos grupos de Zidovudina e
de placebo. Desconhecem-se as consequências a longo prazo da exposição
da Zidovudina in utero e no lactente.
Notificação de suspeitas de reações adversas
A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é
importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-
risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer
suspeitas de reações adversas através:
INFARMED, I.P.
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)
Sítio da internet:
http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
4.9 Sobredosagem
Sinais e sintomas:
Além dos efeitos adversos já referidos, tais como fadiga, cefaleia, vómitos e
relatos ocasionais de distúrbios hematológicos, não foram identificados sinais
ou sintomas específicos devidos a sobredosagem aguda após administração
por via oral. Foi relatado um caso de ingestão de uma quantidade não
especificada de Zidovudina, com níveis séricos consistentes com
sobredosagem por ingestão de quantidades superiores a 17 g em que não
foram identificadas consequências clínicas, bioquímicas ou hematológicas, no
curto prazo.
Tratamento:
Os doentes devem ser cuidadosamente observados quanto à evidência de
toxicidade (ver Efeitos Indesejáveis), procedendo-se à terapêutica de suporte
adequada.
A hemodiálise e a diálise peritoneal parecem ter pouco efeito sobre a
eliminação da Zidovudina, aumentando, porém, a eliminação do metabolito
glucuronado.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
APROVADO EM
30-10-2018
INFARMED
Classificação Farmacoterapêutica: 1.3.1.3 Antiretrovirais. Análogos
nucleosídeos inibidores da transcriptase inversa
Código ATC: J05AF01
A Zidovudina é um fármaco antivírico com elevada actividade in vitro contra os
retrovírus incluindo o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH).
Nas células, infectadas ou não, a Zidovudina é fosforilada por acção da
timidinacinase celular com formação do derivado monofosfato (MP). A
subsequente fosforilação da Zidovudina-MP a difosfato (DP) e depois a
trifosfato (TP) é catalisada, respectivamente pela timidilatocinase celular e por
cinases celulares não específicas. A Zidovudina-TP actua como inibidor e
como um substracto da transcriptase reversa vírica. A formação do ADN pró-
vírico é bloqueado pela incorporação da Zidovudina-MP na cadeia do ácido
nucleico e subsequente terminação do processo de replicação. A afinidade da
Zidovudina TP para a transcriptase reversa do VIH é aproximadamente 100
vezes superior à afinidade para a ADN alfa-polimerase celular.
Virologia clínica: Continua em investigação a relação entre a susceptibilidade in
vitro do VIH à Zidovudina e a resposta clínica à terapêutica. Os testes de
sensibilidade in vitro não foram padronizados, podendo os resultados ter
variado de acordo com factores metodológicos. Foi referida diminuição da
sensibilidade in vitro à Zidovudina em isolados de VIH obtidos de doentes
sujeitos a tratamento prolongado com Zidovudina. A informação disponível
sugere que a frequência e grau de diminuição da sensibilidade in vitro é
significativamente menor na infecção VIH precoce do que na infecção VIH
avançada.
O desenvolvimento de estirpes resistentes à Zidovudina, com consequente
diminuição da sensibilidade a este fármaco, limita os benefícios clínicos da
Zidovudina em monoterapia. Nos ensaios clínicos realizados, os dados de
pontos de referência clínicos indicam que a Zidovudina, particularmente em
associação com a lamivudina, e também com didanosina ou zalcitabina,
permite uma diminuição significativa no risco de progressão da doença e
mortalidade. A adição de um inibidor da protease a uma associação de
Zidovudina e lamivudina mostrou benefício adicional no atraso da progressão
da doença e melhoria da sobrevivência, comparativamente à dupla associação
só por si. Está actualmente em investigação a eficácia in vitro de associações
de fármacos antiretrovíricos. Os ensaios clínicos e os estudos in vitro da
associação zidovudina-Iamivudina, sugerem que os isolados víricos resistentes
à zidovudina podem tornar-se sensíveis a este fármaco quando adquirem
simultaneamente resistência à lamivudina. Além disso, existe evidência clínica
de que a associação zidovudina-lamiduvina atrasa o desenvolvimento de
resistência à zidovudina em doentes sem terapêutica antiretrovírica prévia.
Em alguns estudos in vitro, a zidovudina mostrou acção aditiva ou sinergismo
com alguns fármacos anti-VIH, tais como lamivudina, didanosina e alfa
interferão, inibindo a replicação do VIH em culturas celulares.
APROVADO EM
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No entanto, os estudos efectuados in vitro indicam que as associações triplas
de análogos, e nucleosido, ou a associação de dois análogos de nucleosido e
de um inibidor da protease são mais eficazes na inibição dos efeitos citopáticos
induzidos pelo VIH-1 do que a monoterapia ou a associação de dois fármacos.
Quando administrado a mulheres grávidas (mais de 14 semanas de gestação)
seropositivas e aos seus filhos recém-nascidos, a Zidovudina mostrou ser
eficaz na redução da taxa de transmissão materno-fetal do VIH-1 (taxa de
infecção de 23% para o placebo versus 8% para a zidovudina).
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Absorção:
Adulto: A zidovudina é bem absorvida a nível intestinal, tendo apresentado
biodisponibilidade de 60-70% para todas as doses estudadas.
O tempo de semivida plasmática terminal médio foi de 1,1 h, a depuração
sistémica média de 27,1 ml/min/kg e o volume de distribuição aparente de
1,61/kg. A depuração renal da zidovudina é significativamente superior à
depuração da creatinina sugerindo a ocorrência de secreção tubular
significativa.
O 5'-glucuronido é o principal metabolito da zidovudina tanto no plasma como
na urina, representando cerca de 50-80% da dose administrada que é
eliminada por excreção renal. A 3'-amino-3'-desoxitimidina (AMT) foi
identificada como sendo um metabolito da zidovudina após administração
intravenosa.
A informação sobre a farmacocinética da zidovudina em doentes com
insuficiência renal ou hepática (ver Posologia e Modo de Administração) é
limitada. Não estão disponíveis dados específicos sobre a farmacocinética da
Zidovudina em doentes idosos.
Crianças: Em crianças com idade superior a 5-6 meses, o perfil
farmacocinético da zidovudina é similar ao dos adultos. A zidovudina é bem
absorvida a nível intestinal, tendo apresentado uma biodisponibilidade de 60-
74% para todas as doses estudadas (média de 65%).
Após administração intravenosa, obteve-se um tempo, de semivida plasmática
terminal médio de 1,5 h e depuração sistémica de 30,9ml/min/kg. Cerca de
29% da dose foi excretada na urina na sua forma inalterada e 45% na forma de
glucuronido, principalmente 5'-glucuronido. A depuração renal da zidovudina é
muito superior à depuração da creatinina indicando a ocorrência de secreção
tubular significativa.
A informação disponível sobre a farmacocinética em recém-nascidos e
lactentes indica diminuição da glucuronização da Zidovudina com consequente
aumento da biodisponibilidade, diminuição da depuração e prolongamento da
semi-vida em lactentes com menos de 14 dias de idade. Após este período, as
características farmacocinéticas parecem ser semelhantes às registadas no
adulto.
APROVADO EM
30-10-2018
INFARMED
Gravidez:
A farmacocinética da zidovudina foi investigada num estudo englobando 8
mulheres no terceiro trimestre de gravidez. Não houve evidência de
acumulação do fármaco com a progressão da gravidez, tendo sido obtidos
parâmetros farmacocinéticos semelhantes aos da mulher adulta não grávida.
No parto, as concentrações plasmáticas de zidovudina obtidas nos recém-
nascidos foram semelhantes às obtidas no plasma materno, facto este
consistente com a transferência passiva da zidovudina através da placenta.
Distribuição:
No adulto foi obtido um valor médio de, aproximadamente, 0,5 para a razão
das concentrações de zidovudina no líquido cefalorraquidiano (LCR)/plasma, 2-
4 h após administração oral crónica intermitente. Os dados disponíveis indicam
que a zidovudina atravessa a placenta, sendo detectada no líquido amniótico e
sangue fetal. Foi também detectada no sémen e no leite materno.
Na criança, o valor médio obtido para a razão das concentrações de
zidovudina no LCR/plasma variou, entre 0,52-0;85, cerca de 0,5-4 h após
administração oral.
A ligação às proteínas plasmáticas é relativamente baixa (34 a 38%), pelo que
não se prevêem interacções medicamentosas envolvendo deslocação dos
sites de ligação.
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Carcinogenicidade:
A Zidovudina foi administrada via oral a três níveis de dosagens a grupos
separados de murganhos e ratos. As doses iniciais diárias foram de 30, 60 e
120 mg/Kg/dia nos murganhos e de 80, 220 e 600 mg/Kg/dia nos ratos. Estas
doses foram reduzidas nos murganhos para 20, 30 e 40 mg/Kg/dia após o 90.º
dia de tratamento de anemia enquanto que a dose dos ratos foi reduzida para
450 mg/Kg/dia no 91.º dia e depois para 300 mg/Kg/dia no 279.º dia.
Nos murganhos, surgiram sete casos de neoplasmas vaginais (após 20 meses)
em animais a quem foi administrada a dose mais elevada. Num dos animais de
dose média surgiu papiloma descamativo do epitélio vaginal. Com a dose mais
baixa não houve surgimento de tumores vaginais.
Nos ratos administrados com a dose mais elevada, surgiram dois casos de
carcinomas descamativos do epitélio vaginal sem metástases. Não ocorreram
tumores vaginais em ratos administrados com doses baixas ou médias. Não se
observaram outros tumores relacionados com a dose em nenhum dos sexos
das outras espécies.
Os dados obtidos a partir dos estudos efectuados em roedores não podem ser
ainda extrapolados como factores de previsão para o ser humano. Nas doses
que provocaram tumores em ratos e murganhos, a exposição estimada
(medida como AUC) foi aproximadamente de 3 vezes (murganhos) e 24 vezes
APROVADO EM
30-10-2018
INFARMED
(ratos) a exposição estimada no ser humano nas dosagem terapêutica
recomendada, 100 mg de 4 em 4 horas.
Mutagenicidade:
Não foi observada evidência de mutagenicidade (com ou sem activação
metabólica) com teste de Ames. A Zidovudina demonstrou ser pouco
mutagénica em células de linfomas de murganhos. Os efeitos clastogénicos
foram observados em linfócitos humanos (in vitro) bem como em estudos de
micro-núcleo com doses orais repetidas em ratos e murganhos (in vivo).
Teratogenicidade:
Os estudos teratogénicos em ratos e coelhos grávidos aos quais se
administrou Zidovudina por via oral em doses até 500 mg/Kg/dia não
evidenciaram teratogenicidade do fármaco. Contudo, a incidência de
reabsorções fetais aumentou nos ratos administrados com doses de 150-
450/mg/Kg/dia e nos coelhos tratados com 500 mg/Kg.
Fertilidade:
Não se observou qualquer efeito na fertilidade de ratos machos e fêmeas (a
julgar pela média de concepção) quando se administrou Zidovudina por via oral
até doses de 450 mg/Kg/dia.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1. Lista dos excipientes
Cápsulas: Amido de milho, celulose microcristalina, amidoglicolato de sódio,
estearato de magnésio, dióxido de titânio, gelatina e água.
Comprimidos: celulose microcristalina, amidoglicolato de sódio, povidona,
estearato de magnésio e dióxido de titânio.
6.2 Incompatibilidades
Nenhuma.
6.3 Prazo de validade
3 anos
6.4 Precauções especiais de conservação
Não guardar acima de 25ºC.
Conservar ao abrigo da luz e em local seco.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
APROVADO EM
30-10-2018
INFARMED
Blisters de
PVC-PVDC
/Alu, acondicionados em caixa de cartão (cápsulas).
Blisters de PVC/Alu, acondicionados em caixa de cartão (comprimidos).
6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação
Nenhuma referida.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Generis Farmacêutica, S.A.
Rua João de Deus, 19
2700-487 Amadora
Portugal
8. NÚMERO(S) DE AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Embalagens de 100 cápsulas a 100 mg - 4229480
Embalagens de 40 cápsulas a 250 mg - 4229589
Embalagens de 300 cápsulas a 250 mg - 4229688
Embalagens de 60 comprimidos a 300 mg - 4229787
Embalagens de 300 comprimidos a 300 mg - 4229886
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO
DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
04/08/2003
DATA DA REVISÃO DO TEXTO