Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
21-08-2018
21-08-2018
APROVADO EM
21-08-2018
INFARMED
Folheto informativo: Informação para o utilizador
Zavedos Oral 5 mg cápsulas
Zavedos Oral 10 mg cápsulas
Zavedos Oral 25 mg cápsulas
Cloridrato de idarrubicina
Leia com atenção todo este folheto antes de começar a tomar este medicamento pois
contém informação importante para si.
- Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente.
- Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro.
- Este medicamento foi receitado apenas para si. Não deve dá-lo a outros. O
medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sinais de
doença.
- Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não
indicados neste folheto, fale com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro. Ver
secção 4.
O que contém este folheto:
1. O que é Zavedos Oral e para que é utilizado
2. O que precisa de saber antes de tomar Zavedos Oral
3. Como tomar Zavedos Oral
4. Efeitos secundários possíveis
5. Como conservar Zavedos Oral
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
1. O que é Zavedos Oral e para que é utilizado
Zavedos
Oral
pertence
grupo
medicamentos
denominados
agentes
antimitóticos e citotóxicos, que se intercalam com o ADN e interagem com a
topoisomerase II, apresentando um efeito inibitório sobre a síntese do ácido
nucleico.
Zavedos Oral é um medicamento utilizado para tratar:
- tumores, nomeadamente, leucemia não linfocítica aguda quando a idarrubicina
intravenosa não puder ser utilizada
- neoplasia da mama em estadio avançado.
O Zavedos Oral pode ainda ser utilizado em regimes combinados envolvendo outros
agentes antitumorais.
2. O que precisa de saber antes de tomar Zavedos Oral
Não tome Zavedos Oral
- se tem alergia à idarrubicina ou a qualquer outro componente deste medicamento
(indicados na secção 6);
- hipersensibilidade a outras antraciclinas ou antracenedionas;
- se tem problemas graves no fígado;
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- se tem problemas graves nos rins;
- se tem problemas do coração;
- se tem baixa produção de células sanguíneas e de plaquetas;
tratamento
prévio
cloridrato
idarrubicina
e/ou
outras
antraciclinas e antracenedionas;
- se está a amamentar.
Advertências e precauções
- se tem alterações da função cardíaca. A função cardíaca deve ser avaliada antes de
iniciar
o tratamento
com idarrubicina
deve
ser monitorizada
durante
tratamento para minimizar o risco de incorrer em insuficiência cardíaca grave;
- se tem número reduzido de células sanguíneas e de plaquetas na medula óssea;
- se tiver um pronunciado e permanente aumento de glóbulos brancos anómalos no
sangue. Pode estar a desenvolver leucemia;
- se tem problemas gastrointestinais;
- se tem problemas no fígado;
- se tem problemas nos rins;
- este medicamento pode causar vómitos. Poderá desenvolver inflamação da mucosa
bucal ou inflamação da mucosa de revestimento do tubo digestivo;
- se tomou recentemente ou pensa tomar uma vacina;
- se é homem. A idarrubicina poderá causar infertilidade irreversível.
A idarrubicina deve ser administrada apenas sob supervisão de médicos com
experiência em quimioterapia citotóxica.
Este medicamento pode causar coloração vermelha da urina durante um a dois dias
após a sua administração.
Outros medicamentos e Zavedos Oral
Informe o seu médico se estiver a tomar, ou tiver tomado recentemente, ou se vier
a tomar outros medicamentos.
idarrubicina
usada
principalmente
associação
outros
fármacos
citotóxicos, podendo ocorrer toxicidade aditiva, especialmente no que respeita à
medula
óssea,
hematológicos
gastrointestinais.
risco
potencial
cardiotoxicidade
pode
aumentar
doentes
receberam
medicamentos
cardiotóxicos concomitantes.
Como a idarrubicina é extensivamente metabolizada pelo fígado, as alterações na
função hepática provocadas por outros medicamentos podem afetar o metabolismo,
a farmacocinética, a eficácia terapêutica e/ou a toxicidade da idarrubicina.
As antraciclinas, incluindo a idarrubicina não devem ser administradas em associação
outros
agentes
cardiotóxicos
menos
função
cardíaca
seja
cuidadosamente monitorizada.
No caso de associação de anticoagulantes orais e quimioterapia anticancerígena,
recomenda-se uma maior frequência na monitorização da Relação Internacional
Normalizada (INR).
Zavedos Oral com alimentos e bebidas
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As cápsulas devem ser engolidas inteiras e com água, não devendo ser chupadas,
mordidas ou mastigadas. As cápsulas podem também ser ingeridas com uma
refeição ligeira.
Gravidez, amamentação e fertilidade
Se está grávida ou a amamentar, se pensa estar grávida ou planeia engravidar,
consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar este medicamento.
homens
sujeitos
tratamento
idarrubicina
devem
utilizar
métodos
contracetivos eficazes até 3 meses após o tratamento.
Não existem estudos adequados e controlados em mulheres grávidas. A idarrubicina
só deverá ser utilizada durante a gravidez, se os potenciais benefícios justificarem os
potenciais riscos para o feto.
Não se sabe se a idarrubicina é excretada no leite materno. Uma vez que muitos
fármacos o são, as mães devem suspender o aleitamento antes de iniciar o
tratamento.
Condução de veículos e utilização de máquinas
O efeito da idarrubicina sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas não foi
sistematicamente avaliado.
3. Como tomar Zavedos Oral
Tome este medicamento exatamente como indicado pelo seu médico. Fale com o seu
médico, farmacêutico ou enfermeiro se tiver dúvidas.
Leucemia não-linfocítica aguda
No adulto, a dose recomendada é de 30 mg/m2 por via oral, administrada
diariamente durante 3 dias como agente único, ou entre 15 e 30 mg/m2 diariamente
por via oral durante 3 dias em combinação com outros fármacos citotóxicos.
Neoplasia da mama em estadio avançado
A dose recomendada, como agente único, é de 45 mg/m2 por via oral, administrado
num único dia, ou dividida em 3 dias consecutivos (15 mg/m2/dia), sendo repetida a
cada
semanas,
base
recuperação
hematológica.
Poder-se-á
administrar uma dose de 35 mg/m2 por via oral num único dia, em combinação com
outros agentes citotóxicos.
Estes
esquemas
administração
devem,
contudo,
conta
situação
hematológica do doente e as dosagens de outros fármacos citotóxicos, quando
utilizados em combinação.
Se tomar mais Zavedos Oral do que deveria
Doses muito elevadas de idarrubicina poderão causar toxicidade aguda do miocárdio
nas primeiras 24 horas e mielossupressão grave dentro de uma a duas semanas.
Foi observada a ocorrência de insuficiência cardíaca tardia com as antraciclinas, até
vários meses após uma sobredosagem.
Caso se tenha esquecido de tomar Zavedos Oral
Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar.
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Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu
médico ou farmacêutico.
4. Efeitos secundários possíveis
Como todos os medicamentos, este medicamento pode causar efeitos secundários,
embora estes não se manifestem em todas as pessoas.
Os seguintes efeitos secundários poderão ocorrer muito frequentemente:
- infeções; baixo número de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas no
sangue circulante; diminuição marcada ou perda do apetite; náuseas, vómitos,
diarreia, dor abdominal ou sensação de queimadura, inflamação da mucosa bucal;
queda do cabelo; coloração avermelhada da urina 1-2 dias após a toma do
medicamento; febre, dor de cabeça e arrepios.
Os seguintes efeitos secundários poderão ocorrer frequentemente:
- diminuição ou aceleração do ritmo cardíaco, aceleração e irregularidade do ritmo
cardíaco, alteração funcional do coração; inflamação da veia, inflamação da veia
associada a trombose, hemorragias; hemorragia do trato gastrointestinal, dor de
barriga;
aumento
enzimas
hepáticas
bilirrubina;
erupção
cutânea,
comichão, hipersensibilidade da pele irradiada.
Os seguintes efeitos secundários poderão ocorrer com pouca frequência:
- infeção generalizada; leucemia secundária; desidratação; aumento da concentração
de ácido úrico no sangue; anomalias no eletrocardiograma; choque; inflamação do
esófago, inflamação do cólon, hiperpigmentação da pele e unhas, celulite, necrose
tecidular.
O seguinte efeito secundário pode ocorrer raramente:
- hemorragia cerebral.
Os seguintes efeitos secundários poderão ocorrer muito raramente:
- reação alérgica generalizada grave; infeção no coração e outras perturbações,
oclusão de um vaso sanguíneo, vermelhidão, úlceras gástricas, rubor cutâneo em
especial nas extremidades.
Foram também notificados casos de pancitopenia, síndrome de lise tumoral e reação
local.
Comunicação de efeitos secundários
Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não
indicados neste folheto, fale com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro.
Também poderá comunicar efeitos secundários diretamente ao INFARMED, I.P.
através dos contactos abaixo. Ao comunicar efeitos secundários, estará a ajudar a
fornecer mais informações sobre a segurança deste medicamento.
INFARMED, I.P.
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
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INFARMED
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)
Sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
5. Como conservar Zavedos Oral
Conservar a temperatura inferior a 25ºC.
Manter este medicamento fora da vista e do alcance das crianças.
Não utilize este medicamento após o prazo de validade impresso na embalagem
exterior, após "VAL.". O prazo de validade corresponde ao último dia do mês
indicado.
Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico.
Pergunte ao seu farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza.
Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
Qual a composição de Zavedos Oral
- A substância ativa é o cloridrato de idarrubicina.
Zavedos Oral 5 mg cápsulas
Cada cápsula contém 5 mg de cloridrato de idarrubicina.
Os outros componentes são:
Conteúdo da cápsula: celulose microcristalina e palmitoesterato de glicerol.
Cápsula: gelatina, óxido de ferro vermelho (E172), dióxido de titânio (E171) e tinta
de impressão preta.
Zavedos Oral 10 mg cápsulas
Cada cápsula contém 10 mg de cloridrato de idarrubicina.
Os outros componentes são:
Conteúdo da cápsula: celulose microcristalina e palmitoesterato de glicerol.
Cápsula: gelatina, óxido de ferro vermelho (E172), dióxido de titânio (E171) e tinta
de impressão preta.
Zavedos Oral 25 mg cápsulas
Cada cápsula contém 25 mg de cloridrato de idarrubicina.
Os outros componentes são:
Conteúdo da cápsula: celulose microcristalina e palmitoesterato de glicerol.
Cápsula: gelatina, dióxido de titânio (E171) e tinta de impressão preta.
Qual o aspeto de Zavedos Oral e conteúdo da embalagem
Zavedos Oral 5 mg cápsulas
As cápsulas encontram-se acondicionadas em frascos de vidro tipo III de cor âmbar
ou em blister Alu/Alu.
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Zavedos Oral 5 mg apresenta-se como cápsula dura de gelatina, autofechada, opaca,
de cor vermelha, com "Idarubicin 5" impresso a preto, tamanho nº 4, contendo um
pó alaranjado.
Zavedos Oral 10 mg
As cápsulas encontram-se acondicionadas em frascos de vidro tipo III de cor âmbar
ou em blister Alu/Alu.
Zavedos Oral 10 mg apresenta-se como cápsula dura de gelatina, autofechada,
opaca, de cabeça vermelha e corpo branco, com "Idarubicin 10" impresso a preto,
tamanho nº 4, contendo um pó alaranjado.
Zavedos Oral 25 mg
As cápsulas encontram-se acondicionadas em frascos de vidro tipo III de cor âmbar
ou em blister Alu/Alu.
Zavedos Oral 25 mg apresenta-se como cápsula dura de gelatina, autofechada,
opaca, de cor branca, com "Idarubicin 25" impresso a preto, tamanho nº 2, contendo
um pó alaranjado.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
Titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante
Titular da Autorização de Introdução no Mercado
Laboratórios Pfizer, Lda.
Lagoas Park, Edifício 10
2740-271 Porto Salvo
Portugal
Fabricante
Actavis Italy S.p.A.
Viale Pasteur, 10 Nerviano
20014 - Milano
Itália
Este folheto foi revisto pela última vez em
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
Zavedos Oral 5 mg cápsulas
Zavedos Oral 10 mg cápsulas
Zavedos Oral 25 mg cápsulas
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Zavedos Oral 5 mg cápsulas
Cada cápsula contém 5 mg de cloridrato de idarrubicina.
Zavedos Oral 10 mg cápsulas
Cada cápsula contém 10 mg de cloridrato de idarrubicina.
Zavedos Oral 25 mg cápsulas
Cada cápsula contém 25 mg de cloridrato de idarrubicina.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Cápsula
Zavedos Oral 5 mg
Cápsula dura de gelatina, autofechada, opaca, de cor vermelha, com "Idarubicin 5"
impresso a preto, tamanho nº 4, contendo um pó alaranjado.
Zavedos Oral 10 mg
Cápsula dura de gelatina, autofechada, opaca, de cabeça vermelha e corpo branco, com
"Idarubicin 10" impresso a preto, tamanho nº 4, contendo um pó alaranjado.
Zavedos Oral 25 mg
Cápsula dura de gelatina, autofechada, opaca, de cor branca, com
"Idarubicin 25"
impresso a preto, tamanho nº 2, contendo um pó alaranjado.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
Leucemia não linfocítica aguda
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Quando o cloridrato de idarrubicina intravenosa não puder ser utilizado, por exemplo,
devido a razões médicas, psicológicas ou sociais, a idarrubicina oral pode ser utilizada
para indução de remissão em doentes com leucemia não linfocítica aguda não tratada
previamente, recidivante, ou refratária.
Zavedos Oral pode ser utilizado em regimes de quimioterapia combinada envolvendo
outros agentes citotóxicos.
Neoplasia da mama em estadio avançado
Zavedos Oral está indicado no tratamento da neoplasia da mama em estadio avançado
após falência da quimioterapia de primeira linha não incluindo antraciclinas.
Zavedos Oral pode ainda
ser utilizado em regimes combinados envolvendo outros
agentes antitumorais.
4.2 Posologia e modo de administração
Posologia
A dosagem é geralmente calculada com base na área de superfície corporal (mg/m2).
No adulto com leucemia não-linfocítica aguda a dose recomendada é de 30 mg/m2 por
via oral, administrada diariamente durante 3 dias como agente único, ou entre 15 e 30
mg/m2 diariamente por via oral durante 3 dias em combinação com outros fármacos
citotóxicos.
Na neoplasia da mama em estadio avançado, a dose recomendada, como agente único, é
mg/m2
oral,
administrado
único
dia,
dividida
dias
consecutivos
mg/m2/dia),
sendo
repetida
cada
semanas,
base
recuperação hematológica. Poder-se-á administrar uma dose de 35 mg/m2 por via oral
num único dia, em combinação com outros agentes citotóxicos.
Estes esquemas de administração devem, contudo, ter em conta a situação hematológica
doente
dosagens
outros
fármacos
citotóxicos,
quando
utilizados
combinação.
Modo de administração
As cápsulas devem ser engolidas
inteiras e com
água, não devendo ser chupadas,
mordidas ou mastigadas. As cápsulas de Zavedos Oral podem também ser ingeridas com
uma refeição ligeira.
4.3 Contraindicações
- Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes mencionados na
secção 6.1.
- Hipersensibilidade a outras antraciclinas ou antracenedionas
- Compromisso hepático grave
- Compromisso renal grave
- Cardiomiopatia grave
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- Enfarte agudo do miocárdio recente
- Arritmias graves
- Mielossupressão persistente
- Tratamento anterior com doses cumulativas máximas de cloridrato de idarrubicina e/ou
outras antraciclinas e antracenedionas (ver secção 4.4).
- A amamentação deverá ser suspensa durante a terapêutica com este fármaco (ver secção
4.6).
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Gerais
A idarrubicina deve ser administrada apenas sob supervisão de médicos com experiência
em quimioterapia citotóxica. Assim, será possível tratar rapidamente e de um modo
efetivo complicações graves da doença e/ou do tratamento (por exemplo, hemorragia,
infeções graves).
Antes de iniciarem o tratamento com cloridrato de idarrubicina, os doentes devem
recuperar de toxicidades agudas (tais como estomatite, neutropenia, trombocitopenia e
infeções generalizadas) de tratamentos citotóxicos anteriores.
Função Cardíaca
A cardiotoxicidade é um risco conhecido do tratamento com antraciclinas que se pode
manifestar por acontecimentos precoces (isto é, agudos) ou tardios (isto é, retardados).
Efeitos
Precoces
(Agudos):
cardiotoxicidade
inicial
idarrubicina
consiste,
principalmente, em taquicardia sinusal e/ou anomalias no eletrocardiograma (ECG), por
exemplo, alterações não específicas na onda ST-T. Foram também notificados casos de
taquiarritmias, incluindo contrações ventriculares prematuras e taquicardia ventricular,
bradicardia, assim como bloqueios auriculo-ventriculares e de ramo. Em regra, estes
efeitos
não
predizem
desenvolvimento
subsequente
cardiotoxicidade
tardia,
raramente são de importância clínica, e geralmente não são um motivo para a interrupção
do tratamento com idarrubicina.
Acontecimentos
Tardios
(Retardados):
toxicidade
cardíaca
tardia
desenvolve-se
sobretudo no final do tratamento com idarrubicina ou nos 2-3 meses após o final do
mesmo. No entanto, foram notificados acontecimentos mais tardios, alguns meses a anos
após o tratamento ter terminado. A cardiomiopatia tardia manifesta-se pela diminuição da
fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) e/ou sinais e sintomas de insuficiência
cardíaca congestiva, tais como dispneia, edema pulmonar, edema postural, cardiomegalia,
hepatomegalia, oligúria, ascite, derrame pleural, ritmo de galope. Efeitos subagudos
como
pericardite/miocardite
também
foram
notificados.
insuficiência
cardíaca
congestiva com risco de morte é a forma mais grave de cardiomiopatia induzida pelas
antraciclinas e representa a toxicidade cumulativa limitante da dose do fármaco.
Os limites da dose cumulativa para o cloridrato de idarrubicina, IV ou oral, não foram
definidos. No entanto, foi notificada cardiomiopatia relacionada com a idarrubicina em
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5% dos doentes que receberam doses cumulativas IV de 150 a 290 mg/m2. Os dados
disponíveis de doentes tratados com doses orais cumulativas totais de cloridrato de
idarrubicina até 400 mg/m2 sugerem uma baixa probabilidade de cardiotoxicidade.
função
cardíaca
deve
avaliada
antes
doente
iniciar
tratamento
idarrubicina e deve ser monitorizada durante o tratamento para minimizar o risco de
ocorrência de
insuficiência cardíaca grave. O
risco pode ser diminuído através da
monitorização regular da FEVE durante o tratamento, com interrupção imediata de
idarrubicina ao primeiro sinal de disfunção. O método quantitativo apropriado para
avaliações repetidas da função cardíaca (avaliação da FEVE) inclui cintigrafia cardíaca
ou ecocardiografia. Recomenda-se a avaliação cardíaca basal com um eletrocardiograma
associado a um cintigrama cardíaco ou a um ecocardiograma, especialmente em doentes
fatores
risco
aumentados
para
cardiotoxicidade.
Devem
realizadas
determinações
repetidas
FEVE
cintigrafia
cardíaca
ecocardiograma,
particularmente com doses cumulativas mais elevadas de antraciclina. A técnica utilizada
na avaliação deve ser consistente durante a monitorização.
Os fatores de risco para a toxicidade cardíaca incluem doença cardíaca ativa ou não,
radioterapia prévia ou concomitante na área mediastínica-pericárdica, terapêutica prévia
com outras antraciclinas ou antracenedionas, e a utilização concomitante de fármacos
supressores
contractilidade
cardíaca
fármacos
cardiotóxicos
(por
exemplo,
trastuzumab). As antraciclinas, incluindo a idarrubicina não devem ser administradas em
associação com outros agentes cardiotóxicos a menos que a função cardíaca do doente
seja cuidadosamente monitorizada (ver secção 4.5). Os doentes que recebem antraciclinas
após interrupção do tratamento com outros agentes cardiotóxicos, em particular os que
têm semividas longas, tal como o trastuzumab, podem também ter um risco aumentado
desenvolver
cardiotoxicidade.
semivida
notificada
trastuzumab
aproximadamente, 28-38 dias e pode persistir em circulação até 27 semanas. Deste modo,
os médicos devem evitar, quando possível, terapêuticas com antraciclinas até 27 semanas
após interrupção do trastuzumab. Se as antraciclinas forem utilizadas antes deste período
de tempo, recomenda-se uma monitorização cuidadosa da função cardíaca.
A monitorização da função cardíaca deve ser particularmente rigorosa em doentes em
tratamento com altas doses cumulativas e naqueles com fatores de risco. No entanto, a
cardiotoxicidade com a idarrubicina pode ocorrer em doses cumulativas mais baixas
independentemente da presença de fatores de risco cardíacos.
Deve efetuar-se uma avaliação periódica de longo prazo da função cardíaca em bebés e
crianças, uma vez que estes parecem ter uma maior suscetibilidade à toxicidade cardíaca
induzida pela antraciclina.
É provável que a toxicidade da idarrubicina e outras antraciclinas ou antracenedionas seja
aditiva.
Toxicidade Hematológica
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A idarrubicina é um potente supressor da medula óssea. A mielossupressão grave irá
ocorrer em todos os doentes aos quais for administrada uma dose terapêutica deste
fármaco.
O perfil hematológico deve ser avaliado antes e durante cada ciclo de tratamento com
idarrubicina, incluindo a contagem diferencial de glóbulos brancos.
A leucopenia reversível e/ou a neutropenia (granulocitopenia), dependentes da dose, são
as manifestações mais frequentes resultantes da toxicidade hematológica da idarrubicina,
constituindo a toxicidade aguda limitante da dose mais frequente deste fármaco.
leucopenia
neutropenia
são
geralmente
graves;
pode
também
ocorrer
trombocitopenia e anemia. Os níveis mais baixos de contagem de neutrófilos e plaquetas
atingem-se normalmente 10 a 14 dias após a administração; no entanto, a contagem de
células
regressa
geralmente
níveis
normais
durante
terceira
semana.
Foram
notificadas mortes devido a infeções e/ou hemorragias durante a fase de mielossupressão
grave.
As consequências clínicas da mielossupressão incluem febre, infeções, sépsis/septicemia,
choque séptico, hemorragia, hipoxia tecidular ou morte. Se ocorrer neutropenia febril
recomenda-se tratamento com um antibiótico IV.
Leucemia Secundária
A leucemia secundária, com ou sem fase pré-leucémica, foi notificada em doentes
tratados com antraciclinas,
incluindo a
idarrubicina.
leucemia secundária é
mais
frequente
quando
tais
fármacos
são
administrados
associação
agentes
antineoplásicos
lesivos
para
ADN,
quando
doentes
foram
pré-tratados
intensivamente com fármacos citotóxicos, ou quando as doses de antraciclinas foram
aumentadas. Estas leucemias podem ter um período de latência de 1 a 3 anos.
Gastrointestinal
A idarrubicina é emetogénica. No início da administração do fármaco surge, geralmente,
mucosite (sobretudo estomatite, menos frequentemente esofagite) mas, se for grave, pode
progredir ao fim de uns dias para ulcerações na mucosa. A maioria dos doentes recupera
deste efeito adverso pela terceira semana de tratamento.
Foram observados ocasionalmente casos de episódios gastrointestinais graves (tais como
perfuração ou hemorragia) em doentes a tomar idarrubicina oral que tinham leucemia
aguda, ou antecedentes de outras patologias, ou tomavam outra medicação passível de
provocar complicações gastrointestinais. Em doentes com doença gastrointestinal ativa
risco
aumentado
hemorragia
e/ou
perfuração,
médico
deve
avaliar
risco/benefício da terapêutica oral com idarrubicina.
Função Hepática e/ou Renal
Uma vez que o compromisso da função hepática e/ou renal pode afetar a disposição da
idarrubicina,
estas
deverão
avaliadas
testes
laboratoriais
convencionais
(usando bilirrubinemia e creatininemia como indicadores) antes e durante o tratamento.
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Em alguns ensaios clínicos de Fase III, o tratamento era contraindicado se os níveis
séricos de bilirrubina e/ou creatinina excedessem os 2,0 mg/dl. Com outras antraciclinas
utiliza-se geralmente uma redução da dose de 50%, se os níveis séricos de bilirrubina
variarem entre 1,2 e 2,0 mg/dl.
Síndrome de Lise Tumoral
A idarrubicina pode induzir a hiperuricemia como consequência do extenso catabolismo
das purinas, que acompanha a rápida lise das células neoplásicas induzida pelo fármaco
(“síndrome de lise tumoral”). Os níveis séricos de ácido úrico, potássio, fosfato de cálcio
e creatinina devem ser avaliados após o tratamento inicial. A hidratação, alcalinização
urinária e profilaxia com alopurinol para prevenir a hiperuricemia podem minimizar as
complicações potenciais do síndrome de lise tumoral.
Efeitos Imunossupressores/Aumento da Suscetibilidade a Infeções
administração
vacinas
vivas
vacinas
vivas
atenuadas
doentes
imunocomprometidos após quimioterapia, incluindo a idarrubicina, pode resultar em
infeções graves ou fatais. A vacinação de doentes em tratamento com idarrubicina com
vacinas vivas deverá ser evitada. Vacinas de organismos mortos ou inativados podem ser
administradas, no entanto, a resposta à vacinação pode ser diminuída.
Sistema Reprodutivo
Doentes do sexo masculino tratados com cloridrato de idarrubicina são aconselhados a
adotar medidas contracetivas durante o tratamento e, se apropriado e disponível, procurar
aconselhamento sobre como conservar esperma, devido à possibilidade de ocorrência de
infertilidade irreversível causada pelo tratamento (ver secção 4.6).
Outros
Tal como para outros agentes citotóxicos, foram notificados casos de tromboflebite e
fenómenos tromboembólicos, incluindo embolismo pulmonar, que coincidiram com o
tratamento com a idarrubicina. Este medicamento pode causar coloração vermelha da
urina durante 1 a 2 dias após a sua administração e os doentes devem ser alertados sobre
este facto.
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
idarrubicina
potente
mielossupressor,
pelo
regimes
combinados
quimioterapia, incluindo outros fármacos com ação semelhante, poderão originar efeitos
mielossupressores
aditivos
(ver
secção
4.4).
utilização
idarrubicina
quimioterapia
combinada
outros
fármacos
potencialmente
cardiotóxicos,
assim
como
utilização
concomitante
outros
compostos
cardioativos
(por
exemplo,
bloqueadores de canais de cálcio), requer a monitorização da função cardíaca durante o
tratamento.
Alterações na função hepática ou renal induzidas por terapêuticas concomitantes podem
afetar
metabolismo,
farmacocinética,
eficácia
terapêutica
e/ou
toxicidade
idarrubicina (ver secção 4.4).
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INFARMED
Quando a radioterapia é administrada concomitantemente ou cerca de 2-3 semanas antes
do tratamento com idarrubicina, pode ocorrer um efeito mielossupressor aditivo.
Administração concomitante não recomendada
Vacinas
vivas
atenuadas:
risco
possível
doença
sistémica
fatal.
Este
risco
está
aumentado em doentes imunocomprometidos devido à sua patologia de base.
Devem ser utilizadas vacinas inativadas, quando estas existem (poliomielite).
caso
associação
anticoagulantes
orais
quimioterapia
anticancerígena,
recomenda-se
maior
frequência
monitorização
Relação
Internacional
Normalizada (INR), uma vez que não se pode excluir o risco de uma possível interação.
Ciclosporina A: Em doentes com leucemia aguda, a coadminstração de ciclosporina A
como único quimiossensibilizador aumentou significativamente a AUC da idarrubicina
(1,78 vezes) e a AUC da idarrubicinol (2,46 vezes). Desconhece-se o significado clínico
desta interação.
Poderá ser necessário ajuste de dose em alguns doentes.
4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento
Gravidez
O potencial embriotóxico da idarrubicina foi demonstrado em estudos in vitro e in vivo.
No entanto, não existem estudos adequados e controlados em mulheres grávidas. As
mulheres com potencial para engravidar devem ser aconselhadas a evitar a gravidez e
devem utilizar medidas contracetivas eficazes durante o tratamento.
A idarrubicina só deverá ser utilizada durante a gravidez, se os potenciais benefícios
justificarem os potenciais riscos para o feto. A doente deve ser informada dos potenciais
efeitos nefastos para o feto. As doentes que desejem ter filhos após o final do tratamento
devem ser aconselhadas a obter aconselhamento genético, se apropriado e disponível.
Amamentação
Desconhece-se se a idarrubicina ou os seus metabolitos são excretados no leite materno.
As mulheres a amamentar deverão suspender o aleitamento durante o tratamento com
cloridrato de idarrubicina.
Fertilidade
A idarrubicina pode induzir alterações cromossómicas nos espermatozoides humanos.
Por esta razão, os doentes do sexo masculino em tratamento com idarrubicina devem
utilizar medidas contracetivas eficazes até 3 meses após o tratamento (ver secção 4.4).
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
O efeito da idarrubicina sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas não foi
sistematicamente avaliado.
APROVADO EM
21-08-2018
INFARMED
4.8 Efeitos indesejáveis
A frequência dos efeitos indesejáveis baseia-se nas seguintes categorias:
Muito frequentes (
1/10)
Frequentes (
1/100,
<
1/10)
Pouco frequentes (
1/1.000,
<
1/100)
Raros (
1/10.000,
<
1/1.000)
Muito raros (
<
1/10.000)
Desconhecido (não podem ser calculados a partir dos dados disponíveis)
Infeções e infestações
Muito frequentes
Infeções
Pouco frequentes
Sépsis, septicemia
Neoplasias benignas, malignas
e não especificadas (incluindo
quistos e pólipos)
Pouco frequentes
Leucemia secundária (leucemia mieloide aguda
e síndrome mielodisplásica)
Doenças do sangue e do sistema linfático
Muito frequentes
Anemia,
leucopenia
neutropenia
graves,
trombocitopenia
Desconhecido
Pancitopenia
Doenças do sistema imunitário
Muito raros
Anafilaxia
Doenças endócrinas
Muito frequentes
Anorexia
Pouco frequentes
Desidratação
Doenças do metabolismo e da
nutrição
Pouco frequentes
Hiperuricemia
Desconhecido
Síndrome de Lise Tumoral
Doenças do sistema nervoso
Raros
Hemorragias cerebrais
Cardiopatias
Frequentes
Bradicardia, taquicardia sinusal, taquiarritmia,
diminuição assintomática da fração de ejeção
do ventrículo esquerdo, insuficiência cardíaca
congestiva
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INFARMED
Cardiomiopatias (ver secção 4.4 relativamente
a sinais e sintomas associados)
Pouco frequentes
Anomalias no ECG (por ex., alterações não
específicas no segmento ST), enfarte agudo do
miocárdio
Muito raros
Pericardite,
miocardite,
bloqueios
auriculoventriculares e de ramo
Vasculopatias
Frequentes
Hemorragias, flebite local tromboflebite
Pouco frequentes
Choque
Muito raros
Tromboembolismo, vermelhidão
Doenças gastrointestinais
Muito frequentes
Náuseas,
vómitos,
mucosite/estomatite,
diarreia,
abdominal
sensação
queimadura
Frequentes
Hemorragia
trato
gastrointestinal,
abdominal
Pouco frequentes
Esofagite,
colite
(incluindo
enterocolite
grave/enterocolite
neutropénica
perfuração)
Muito raros
Erosões ou ulcerações gástricas
Afeções hepatobiliares
Frequentes
Aumento das enzimas hepáticas e da bilirrubina
Afeções dos tecidos cutâneose subcutâneos
Muito frequentes
Alopécia
Frequentes
Erupção cutânea, prurido, hipersensibilidade da
pele irradiada ("reação de retirada da radiação")
Pouco frequentes
Hiperpigmentação da pele e unhas, urticária
Celulite (pode ser grave), necrose tecidular
Muito raros
Eritema acral
Desconhecido
Reação local
Doenças renais e urinárias
Muito frequentes
Coloração avermelhada da urina 1-2 dias após
tratamento
Perturbações gerais e alterações no local de administração
Muito frequentes
Febre, cefaleias, arrepios
Sistema hematopoiético
APROVADO EM
21-08-2018
INFARMED
A mielossupressão grave é o efeito adverso mais grave associado à terapêutica com
idarrubicina. No entanto, este efeito é necessário para erradicar as células leucémicas (ver
secção 4.4).
Cardiotoxicidade
insuficiência cardíaca congestiva com risco de
morte é a forma
mais grave de
cardiomiopatia induzida pela antraciclina e representa a toxicidade cumulativa limitante
da dose do fármaco (ver secção 4.4).
Descrição de reações adversas selecionadas
Gastrointestinal
Estomatite e, em casos graves, ulceração da mucosa, desidratação causada por diarreia e
vómitos graves; risco de perfuração do cólon, entre outros.
Local de administração
Flebite/tromboflebite;
infiltrados
paravenosos
não
intencionais
podem
provocar
dor,
celulite grave e necrose dos tecidos.
Outras reações adversas: hiperuricemia
A prevenção dos sintomas através da hidratação, alcalinização da urina e profilaxia com
alopurinol pode minimizar complicações potenciais da síndrome de lise tumoral.
Notificação de suspeitas de reações adversas
A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é
importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco
do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas
de reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P.:
INFARMED, I.P.
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)
Sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
4.9 Sobredosagem
Doses muito elevadas de idarrubicina poderão causar toxicidade aguda do miocárdio nas
primeiras 24 horas e mielossupressão grave dentro de uma a duas semanas.
Foi observada a ocorrência de insuficiência cardíaca tardia com as antraciclinas, até
vários meses após uma sobredosagem.
APROVADO EM
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INFARMED
Os doentes tratados com idarrubicina oral deverão ser observados cuidadosamente para
despiste de uma possível hemorragia gastrointestinal e lesões graves da mucosa.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 16.1.6 - Medicamentos antineoplásicos e imunomoduladores.
Citotóxicos. Citotóxicos que se intercalam no ADN, código ATC: L01DB06
A idarrubicina é um agente antimitótico e citotóxico, que se intercala com o ADN e
interage com a topoisomerase II, apresentando um efeito inibitório sobre a síntese do
ácido nucleico.
composto
apresenta
propriedades
lipofílicas
manifestas,
resultando
numa
taxa
aumentada
penetração
celular,
comparação
doxorrubicina
daunorrubicina.
Verificou-se que a idarrubicina apresenta uma maior potência em comparação com a
daunorrubicina, sendo um agente eficaz contra a leucemia murínica e linfomas, tanto por
via IV, como por via oral. Estudos efetuados in vitro em células humanas e murínicas
resistentes à antraciclina demonstraram um menor grau de resistência cruzada para a
idarrubicina em comparação com a doxorrubicina e com a daunorrubicina. Estudos de
cardiotoxicidade efetuados em animais revelaram que a idarrubicina apresenta um melhor
índice terapêutico que a daunorrubicina e que a doxorrubicina. O metabolito principal, o
idarrubicinol,
revelou,
vitro
vivo,
atividade
antitumoral
modelos
experimentais. No rato, o idarrubicinol, administrado segundo as mesmas doses que o
fármaco inicial, é claramente menos cardiotóxico que a idarrubicina.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Após administração oral em doentes com funções hepática e renal normais, a idarrubicina
é rapidamente absorvida, com um pico às 2-4 h, e é eliminada da circulação sistémica
semivida
plasmática
terminal
variando
entre
10-35
Este
fármaco
extensamente metabolizado dando origem a um metabolito ativo, o idarrubicinol, o qual é
mais lentamente eliminado, com uma semivida plasmática variando entre 33 e 60 h. A
idarrubicina é eliminada essencialmente por excreção biliar, principalmente sob a forma
de idarrubicinol, correspondendo a excreção urinária a 1-2% da dose sob a forma de
fármaco inalterado e a 4,6% sob a forma de idarrubicinol.
Os valores
médios da
biodisponibilidade absoluta variam
entre 18 e 39% (valores
individuais observados nos estudos variando entre 3 e 77%), enquanto que os valores
médios
calculados
relativamente
dados
referentes
metabolito
ativo,
idarrubicinol, são ligeiramente superiores (29-58%; extremos 12-153%).
Estudos
efetuados
relativamente
concentrações
celulares
fármaco
(células
nucleadas do sangue e da medula óssea) em doentes leucémicos, demonstraram que a
penetração celular é rápida e praticamente paralela ao aparecimento de fármaco no
plasma. As concentrações de idarrubicina e de idarrubicinol nas células nucleadas do
APROVADO EM
21-08-2018
INFARMED
sangue e da medula óssea são mais de duzentas vezes superiores às concentrações
plasmáticas. As taxas de desaparecimento da idarrubicina e do idarrubicinol a nível
plasmático e celular são praticamente comparáveis.
5.3 Dados de segurança pré-clínica
A idarrubicina administrada por via oral é cerca de 3 vezes menos tóxica do que quando é
administrada por via IV. Em particular, não se verifica qualquer aumento na toxicidade
gastrointestinal quando o composto é administrado por via oral.
Os órgãos alvo da idarrubicina oral são qualitativamente semelhantes aos da idarrubicina
intravenosa
outros
compostos
antraciclínicos
incluem:
sistemas
hemolinfopoiético e imunológico, o trato gastrointestinal, o coração, o fígado, os rins e os
testículos. O fígado e os rins são geralmente mais afetados pela via intravenosa do que
pela via oral, enquanto que o trato gastrointestinal e os testículos são afetados de forma
semelhante.
A idarrubicina, tal como as outras antraciclinas, deverá ser considerada mutagénica,
teratogénica e potencialmente carcinogénica, mesmo quando administrada por via oral.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Zavedos Oral 5 mg cápsulas
Conteúdo da cápsula:
Celulose microcristalina
Palmitoesterato de glicerol
Cápsula:
Óxido de ferro vermelho (E172),
Dióxido de titânio (E171)
Gelatina
Tinta de impressão preta
Zavedos Oral 10 mg cápsulas
Conteúdo da cápsula:
Celulose microcristalina,
Palmitoesterato de glicerol
Cápsula:
Óxido de ferro vermelho (E172),
Dióxido de titânio (E171)
Gelatina
Tinta de impressão preta
Zavedos Oral 25 mg cápsulas
Conteúdo da cápsula:
APROVADO EM
21-08-2018
INFARMED
Celulose microcristalina
Palmitoesterato de glicerol
Cápsula:
Dióxido de titânio (E171)
Gelatina
Tinta de impressão preta.
6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3 Prazo de validade
3 anos.
6.4 Precauções especiais de conservação
Conservar a temperatura inferior a 25ºC.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
As cápsulas encontram-se acondicionadas em frascos de vidro tipo III de cor âmbar, ou
em “blisters” de alumínio/alumínio.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
No caso de contacto acidental do pó da cápsula com os olhos, pele ou mucosas, a área
afetada deverá ser imediata e cuidadosamente lavada com água: deverá ser submetida a
observação médica.
Os produtos não utilizados ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as
exigências locais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Laboratórios Pfizer, Lda.
Lagoas Park, Edifício 10
2740-271 Porto Salvo
Portugal
APROVADO EM
21-08-2018
INFARMED
8. NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Nº de registo: 2302982 - 1 cápsula, 5 mg, blister Alu/Alu:
Nº de registo: 2303089 - 1 cápsula, 5 mg, frasco de vidro tipo III âmbar:
Nº de registo: 2303188 - 1 cápsula, 10 mg, blister Alu/Alu:
Nº de registo: 2303287 - 1 cápsula, 10 mg, frasco de vidro tipo III âmbar:
Nº de registo: 2303386 - 1 cápsula, 25 mg, blister Alu/Alu;
Nº de registo: 2303485 - 1 cápsula, 25 mg, frasco de vidro tipo III âmbar.
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE
INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data da primeira autorização: 01 de agosto de 1995
Data da última renovação: 06 de julho de 2005
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO