Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
APROVADO EM
17-01-2022
INFARMED
Folheto informativo: Informação para o utilizador
Zarator 10 mg comprimidos revestidos por película
Zarator 20 mg comprimidos revestidos por película
Zarator 40 mg comprimidos revestidos por película
Zarator 80 mg comprimidos revestidos por película
atorvastatina
Leia com atenção todo este folheto antes de começar a tomar este medicamento pois
contém informação importante para si.
- Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente.
- Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro.
- Este medicamento foi receitado apenas para si. Não deve dá-lo a outros. O
medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sinais de
doença.
- Se tiver quaisquer efeitos indesejáveis, incluindo possíveis efeitos indesejáveis não
indicados neste folheto, fale com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro. Ver secção
O que contém este folheto:
1. O que é Zarator e para que é utilizado
2. O que precisa de saber antes de tomar Zarator
3. Como tomar Zarator
4. Efeitos indesejáveis possíveis
5. Como conservar Zarator
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
1. O que é Zarator e para que é utilizado
Zarator pertence a um grupo de medicamentos chamado estatinas, que se destinam a
regular a concentração de lípidos (gorduras).
Zarator é usado na redução dos lípidos no sangue conhecidos como colesterol e
triglicéridos, quando a dieta pobre em gorduras e as alterações do estilo de vida por si só
não resultaram. Se tem um risco aumentado de doença cardíaca, Zarator também pode
ser utilizado para reduzir este risco, mesmo que os seus níveis de colesterol sejam
normais. Durante o tratamento deve ser seguida uma dieta pobre em colesterol.
2. O que precisa de saber antes de tomar Zarator
Não tome Zarator
- se tem alergia à atorvastatina ou a qualquer outro componente deste medicamento
(indicados na secção 6)
- se sofre ou sofreu no passado de doença no fígado
- se já teve os valores das análises da função do fígado alterados por motivos
indeterminados
APROVADO EM
17-01-2022
INFARMED
- se é uma mulher em risco de engravidar e não está a utilizar métodos contracetivos
adequados
- se está grávida ou a tentar engravidar
- se está a amamentar
- se utilizar a associação de glecaprevir/pibrentasvir no tratamento da hepatite C.
Advertências e precauções
Fale com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro antes de tomar Zarator
- se tem insuficiência respiratória grave
- se estiver a tomar ou tiver tomado nos últimos 7 dias um medicamento chamado ácido
fusídico (um medicamento para as infeções bacterianas) oralmente ou por injeção. A
combinação de ácido fusídico com Zarator pode levar a problemas musculares graves
(rabdomiólise)
- se teve um acidente vascular cerebral prévio com hemorragia no cérebro, ou se tem
pequenas acumulações de líquido no cérebro resultantes de acidentes vasculares
cerebrais anteriores
- se tem problemas nos rins
- se a sua tiroide é pouco ativa (hipotiroidismo)
- se tem dores musculares repetidas ou sem explicação aparente, antecedentes pessoais
ou familiares de problemas musculares
- se teve problemas musculares anteriores durante o tratamento com outros
medicamentos que diminuem os lípidos (por exemplo, outras estatinas ou fibratos)
- se consome regularmente quantidades consideráveis de bebidas alcoólicas
- se tem antecedentes de doença do fígado
- se tem mais de 70 anos.
Se alguma destas situações se aplicar a si, o seu médico irá fazer-lhe uma análise ao
sangue antes e, provavelmente, durante o tratamento com Zarator, de forma a
determinar o seu risco de efeitos indesejáveis relacionados com os músculos. Sabe-se
que o risco de desenvolver efeitos indesejáveis relacionados com os músculos, por
exemplo, rabdomiólise, aumenta quando alguns medicamentos são tomados ao mesmo
tempo (ver secção 2 “Outros medicamentos e Zarator”).
Informe igualmente o seu médico ou farmacêutico se sentir uma fraqueza muscular
constante. Podem ser necessários testes ou medicamentos adicionais para diagnosticar e
tratar este problema.
Se tem diabetes ou está em risco de desenvolver diabetes, o seu médico irá
monitorizá-lo cuidadosamente enquanto estiver a tomar este medicamento. Está em
risco de desenvolver diabetes se tem níveis de açúcar e gorduras no sangue elevados,
tem excesso de peso e tem pressão arterial elevada.
Outros medicamentos e Zarator
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar, ou tiver tomado recentemente,
ou se vier a tomar outros medicamentos. Existem alguns medicamentos que podem
alterar o efeito de Zarator ou podem ver alterado o seu efeito por Zarator. Este tipo de
interação pode fazer com que um ou os dois medicamentos sejam menos eficazes. Pode
APROVADO EM
17-01-2022
INFARMED
também aumentar o risco ou a gravidade dos efeitos indesejáveis, incluindo a
importante condição debilitante dos músculos conhecida como rabdomiólise descrita na
secção 4:
- Medicamentos utilizados para alterar a forma como o seu sistema imunitário funciona,
por exemplo, ciclosporina;
- Alguns medicamentos antibióticos ou antifúngicos, por exemplo, eritromicina,
claritromicina, telitromicina, cetoconazol, itraconazol, voriconazol, fluconazol,
posaconazol, rifampicina, ácido fusídico;
- Outros medicamentos utilizados para regular os níveis lipídicos, por exemplo,
gemfibrozil, outros fibratos, colestipol;
- Alguns bloqueadores dos canais de cálcio utilizados para a angina (dor no peito) ou
tensão arterial elevada, por exemplo, amlodipina, diltiazem;
- Letermovir, um medicamento que ajuda a evitar que fique doente com
citomegalovírus;
- Medicamentos utilizados para controlar o seu ritmo cardíaco, por exemplo, digoxina,
verapamilo, amiodarona;
- Medicamentos utilizados no tratamento do VIH, por exemplo, ritonavir, lopinavir,
atazanavir, indinavir, darunavir, a combinação tripanavir/ritonavir, etc.;
- Alguns medicamentos utilizados no tratamento da hepatite C, por exemplo, telaprevir,
boceprevir e a associação de elbasvir/grazoprevir, ledipasvir/sofosbuvir;
- Outros medicamentos que podem interagir com Zarator incluem ezetimiba (que
diminui o colesterol), varfarina (que reduz a coagulação sanguínea), contracetivos orais,
estiripentol (um anticonvulsivante para a epilepsia), cimetidina (utilizado na azia e
úlceras pépticas), fenazona (analgésico), colquicina (utilizado no tratamento da gota) e
antiácidos (medicamentos para a má digestão contendo alumínio ou magnésio);
- Medicamentos obtidos sem receita médica: hipericão;
- Se necessita de tomar ácido fusídico oralmente para o tratamento de uma infeção
bacteriana vai precisar de parar temporariamente este medicamento. O seu médico dir-
lhe-á quando é seguro reiniciar o tratamento com Zarator.
Tomar Zarator com ácido fusídico pode levar raramente a fraqueza muscular,
sensibilidade alterada ou dor (rabdomiólise). Ver mais informações sobre rabdomiólise
na secção 4.
Zarator com alimentos e bebidas
Para instruções sobre como tomar Zarator ver secção 3. Tenha, por favor, atenção ao
seguinte:
Sumo de toranja
Não tome mais do que um ou dois copos pequenos de sumo de toranja por dia, uma vez
que grandes quantidades de sumo de toranja podem alterar os efeitos de Zarator.
Álcool
Evite beber muitas bebidas alcoólicas enquanto toma este medicamento. Ver secção 2
“Advertências e precauções” para mais informações.
Gravidez e amamentação
Não tome Zarator se está grávida ou se está a tentar engravidar.
APROVADO EM
17-01-2022
INFARMED
Não tome Zarator se estiver em risco de engravidar e não utilizar métodos contracetivos
eficazes. Não tome Zarator se estiver a amamentar.
A segurança de Zarator durante a gravidez e durante a amamentação ainda não foi
estabelecida. Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer
medicamento.
Condução de veículos e utilização de máquinas
Normalmente este medicamento não afeta a sua capacidade de conduzir ou utilizar
máquinas. No entanto, não conduza caso este medicamento afete a sua capacidade para
conduzir. Não utilize quaisquer ferramentas ou máquinas caso este medicamento afete a
sua capacidade de as utilizar.
Zarator contém lactose
Se lhe foi transmitido pelo seu médico que tem intolerância a alguns açúcares,
contacte-o antes de tomar este medicamento.
Zarator contém sódio
Este medicamento contém menos do que 1 mmol (23 mg) de sódio por comprimido, ou
seja, é praticamente “isento de sódio”.
Zarator contém ácido benzoico
10 mg comprimido
Este medicamento contém 0,00004 mg de ácido benzoico em cada comprimido.
20 mg comprimido
Este medicamento contém 0,00008 mg de ácido benzoico em cada comprimido.
40 mg comprimido
Este medicamento contém 0,00016 mg de ácido benzoico em cada comprimido.
80 mg comprimido
Este medicamento contém 0,00032 mg de ácido benzoico em cada comprimido.
3. Como tomar Zarator
Antes de iniciar o tratamento, o seu médico irá prescrever-lhe uma dieta pobre em
colesterol, a qual deverá também manter enquanto tomar Zarator.
A dose inicial recomendada de Zarator é 10 mg, uma vez ao dia em adultos e crianças
com idade igual ou superior a 10 anos. Se necessário, o seu médico poderá aumentar a
sua dose, até ser atingida a dose que necessita. O seu médico irá ajustar a dose em
intervalos de 4 semanas ou mais. A dose máxima de Zarator é de 80 mg uma vez por
dia.
APROVADO EM
17-01-2022
INFARMED
Zarator comprimidos devem ser tomados inteiros, com um copo de água, a qualquer
momento do dia, com ou sem comida. No entanto, deverá fazer um esforço para tomar o
seu comprimido à mesma hora todos os dias.
Tome este medicamento exatamente como indicado pelo seu médico ou farmacêutico.
Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.
A duração do tratamento com Zarator deve ser definida pelo seu médico.
Informe o seu médico se sente que o efeito de Zarator é muito fraco ou muito forte.
Se tomar mais Zarator do que deveria
Se tomou, acidentalmente, muitos comprimidos de Zarator (mais do que a sua dose
diária habitual), informe o seu médico ou contacte o hospital mais próximo para ser
aconselhado.
Caso se tenha esquecido de tomar Zarator
Se se esqueceu de tomar o medicamento, deverá tomar a dose seguinte à hora normal.
Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar.
Se parar de tomar Zarator
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento ou se deseja parar o
tratamento, fale com o seu médico ou farmacêutico.
4. Efeitos indesejáveis possíveis
Como todos os medicamentos, este medicamento pode causar efeitos indesejáveis,
embora estes não se manifestem em todas as pessoas.
Se verificar algum dos seguintes sintomas ou efeitos indesejáveis graves, pare de tomar
os seus comprimidos e fale imediatamente com o seu médico ou dirija-se às urgências
do hospital mais próximo.
Raros: podem afetar até 1 em cada 1.000 pessoas
- Reação alérgica grave que causa inchaço da face, língua e garganta, que pode provocar
dificuldade em respirar.
- Doença grave com descamação grave e inchaço da pele, formação de bolhas na pele,
boca, olhos, genitais e febre. Erupção na pele com manchas rosa-avermelhadas
especialmente nas palmas das mãos ou nas solas dos pés, que podem tornar-se bolhosas.
- Fraqueza, sensibilidade, dor ou rutura muscular ou alteração da cor da urina para
vermelho-acastanhada e particularmente se, em simultâneo, se sentir indisposto ou com
temperatura corporal elevada, pode ser devido a um colapso muscular anómalo
(rabdomiólise). O colapso muscular anómalo nem sempre desaparece, mesmo depois de
ter deixado de tomar atorvastatina, podendo colocar a vida em risco e levar a problemas
nos rins.
APROVADO EM
17-01-2022
INFARMED
Muito raros: podem afetar até 1 em 10.000 pessoas
- Se desenvolver hematomas ou hemorragias não esperadas ou não habituais, pode estar
subjacente um problema do fígado. Deve informar o quanto antes o seu médico.
- Síndrome do tipo lúpus (erupção na pele, problemas nas articulações e efeitos nos
glóbulos vermelhos).
Outros efeitos indesejáveis possíveis com Zarator
Frequentes: podem afetar até 1 em 10 pessoas
- inflamação das fossas nasais, dor na garganta e sangramento nasal
- reações alérgicas
- aumento dos níveis de açúcar no sangue (se tem diabetes continue a controlar os seus
níveis de açúcar no sangue), aumento da creatina quinase no sangue
- dor de cabeça
- náuseas, obstipação (prisão de ventre), flatulência (libertação de gases com maior
frequência), má digestão, diarreia
- dor nas articulações, nos músculos e nas costas
- resultados de análises ao sangue que mostram que a função do seu fígado pode sofrer
alterações.
Pouco frequentes: podem afetar até 1 em 100 pessoas
- anorexia (disfunção alimentar que envolve a perda de apetite), aumento de peso,
diminuição dos níveis de açúcar no sangue (se tem diabetes deve continuar a
monitorizar cuidadosamente os seus níveis de açúcar no sangue)
- pesadelos, insónias (problemas em dormir)
- tonturas, dormência ou formigueiro nos dedos das mãos ou dos pés, redução da
sensibilidade da pele ao toque ou à dor, alteração do paladar, perda de memória
- visão turva
- zumbidos nos ouvidos e/ou cabeça
- vómitos, arrotos, dor de barriga superior e inferior, pancreatite (inflamação do
pâncreas que origina dor no estômago)
- hepatite (inflamação do fígado)
- erupção, erupção na pele e comichão, urticária, queda de cabelo
- dor no pescoço, fadiga muscular
- fadiga, má disposição, fraqueza, dor no peito, inchaço especialmente nos tornozelos
(edema), aumento da temperatura corporal
- análises à urina com resultados positivos quanto à presença de glóbulos brancos.
Raros: podem afetar até 1 em 1.000 pessoas
- distúrbios visuais
- hematomas ou hemorragias não esperadas
- colestase (amarelecimento da pele e da zona branca do olho)
- lesão nos tendões.
Muito raros: podem afetar até 1 em 10.000 pessoas
- reação alérgica – os sintomas podem incluir respiração sonora, aperto ou dor no peito,
inchaço das pálpebras, face, lábios, boca, língua ou garganta, dificuldade respiratória,
colapso
APROVADO EM
17-01-2022
INFARMED
- perda de audição
- ginecomastia (aumento mamário nos homens).
Desconhecido: não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis
- fraqueza muscular constante.
Efeitos indesejáveis possíveis comunicados após a utilização de algumas estatinas
(medicamentos do mesmo tipo):
- dificuldades sexuais
- depressão (sensação de tristeza)
- problemas respiratórios incluindo tosse persistente e/ou falta de ar ou febre
- diabetes. Este efeito é mais provável se tem níveis de açúcar e gorduras no sangue
elevados, tem excesso de peso e tem pressão arterial elevada. O seu médico irá
monitorizá-lo enquanto estiver a tomar este medicamento.
Comunicação de efeitos indesejáveis
Se tiver quaisquer efeitos indesejáveis, incluindo possíveis efeitos indesejáveis não
indicados neste folheto, fale com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro. Também
poderá comunicar efeitos indesejáveis diretamente através de:
Sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram
(preferencialmente)
ou através dos seguintes contactos:
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
Ao comunicar efeitos indesejáveis, estará a ajudar a fornecer mais informações sobre a
segurança deste medicamento.
5. Como conservar Zarator
Manter este medicamento fora da vista e do alcance das crianças.
Não utilize este medicamento após o prazo de validade impresso na embalagem, após
VAL. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado.
O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação.
Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte
ao seu farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas
ajudarão a proteger o ambiente.
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
APROVADO EM
17-01-2022
INFARMED
Qual a composição de Zarator
- A substância ativa é a atorvastatina.
Cada comprimido revestido por película contém 10 mg de atorvastatina (na forma de
atorvastatina cálcica tri-hidratada).
Cada comprimido revestido por película contém 20 mg de atorvastatina (na forma de
atorvastatina cálcica tri-hidratada).
Cada comprimido revestido por película contém 40 mg de atorvastatina (na forma de
atorvastatina cálcica tri-hidratada).
Cada comprimido revestido por película contém 80 mg de atorvastatina (na forma de
atorvastatina cálcica tri-hidratada).
- Os outros componentes são carbonato de cálcio, celulose microcristalina, lactose
mono-hidratada, croscarmelose sódica, polissorbato 80, hidroxipropilcelulose, estearato
de magnésio.
O revestimento de Zarator contém hipromelose, macrogol 8000, dióxido de titânio
(E 171), talco e emulsão de simeticone contendo simeticone, emulsionantes esteáricos
(polissorbato 65, estearato de macrogol 400, monoestearato de glicerol 40-50),
espessantes (metilcelulose, goma xantana), ácido benzoico (E 210), ácido sórbico e
ácido sulfúrico.
Qual o aspeto de Zarator e conteúdo da embalagem
Os comprimidos revestidos por película de Zarator 10 mg são brancos redondos e com
5,6 mm de diâmetro. Têm a gravação "10" numa face e "ATV" na outra face.
Os comprimidos revestidos por película de Zarator 20 mg são brancos redondos e com
7,1 mm de diâmetro. Têm a gravação “20” numa face e "ATV" na outra face.
Os comprimidos revestidos por película de Zarator 40 mg são brancos redondos e com
9,5 mm de diâmetro. Têm a gravação “40” numa face e "ATV" na outra face.
Os comprimidos revestidos por película de Zarator 80 mg são brancos redondos e com
11,9 mm de diâmetro. Têm a gravação “80” numa face e "ATV" na outra face.
Os blisters consistem em fitas contentoras de poliamida/folha de alumínio/cloreto de
polivinilo e uma proteção revestida termosselada de folha de alumínio/vinilo. O frasco
de HDPE contém exsicante e tem fecho resistente à abertura por crianças (pressionar e
rodar).
Zarator está acondicionado em embalagens de 4, 7, 10, 14, 20, 28, 30, 50, 56, 84, 90, 98
e 100 comprimidos revestidos por película e em embalagens hospitalares de 50, 84, 100,
200 (10 x 20) ou 500 comprimidos revestidos por película e em frascos de HDPE
contendo 90 comprimidos revestidos por película.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
APROVADO EM
17-01-2022
INFARMED
Este medicamento está disponível sob a forma de comprimidos para mastigar de 5 mg,
10 mg, 20 mg e 40 mg e sob a forma de comprimidos revestidos por película de 10 mg,
20 mg, 40 mg e 80 mg.
Titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante
Titular da Autorização de Introdução no Mercado
Upjohn EESV
Rivium Westlaan 142
2909 LD Capelle aan den IJssel
Países Baixos
Fabricante
Pfizer Manufacturing Deutschland GmbH
Betriebsstätte Freiburg
Mooswaldallee 1
79090 Freiburg
Alemanha
Este folheto foi revisto pela última vez em
APROVADO EM
17-01-2022
INFARMED
RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
Zarator 10 mg comprimidos revestidos por película
Zarator 20 mg comprimidos revestidos por película
Zarator 40 mg comprimidos revestidos por película
Zarator 80 mg comprimidos revestidos por película
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Cada comprimido revestido por película contém 10 mg de atorvastatina (na forma de
atorvastatina cálcica tri-hidratada).
Cada comprimido revestido por película contém 20 mg de atorvastatina (na forma de
atorvastatina cálcica tri-hidratada).
Cada comprimido revestido por película contém 40 mg de atorvastatina (na forma de
atorvastatina cálcica tri-hidratada).
Cada comprimido revestido por película contém 80 mg de atorvastatina (na forma de
atorvastatina cálcica tri-hidratada).
Excipientes com efeito conhecido
Cada Zarator 10 mg comprimido revestido por película contém 27,25 mg de lactose
mono-hidratada e 0,00004 mg de ácido benzoico.
Cada Zarator 20 mg comprimido revestido por película contém 54,50 mg de lactose
mono-hidratada e 0,00008 mg de ácido benzoico.
Cada Zarator 40 mg comprimido revestido por película contém 109,00 mg de lactose
mono-hidratada e 0,00016 mg de ácido benzoico.
Cada Zarator 80 mg comprimido revestido por película contém 218,00 mg de lactose
mono-hidratada e 0,00032 mg de ácido benzoico.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Comprimido revestido por película.
Comprimidos revestidos por película brancos, redondos com 5,6 mm de diâmetro, com
a gravação "10" numa face e "ATV" na outra face.
Comprimidos revestidos por película brancos, redondos com 7,1 mm de diâmetro, com
a gravação "20" numa face e "ATV" na outra face.
Comprimidos revestidos por película brancos, redondos com 9,5 mm de diâmetro, com
a gravação "40" numa face e "ATV" na outra face.
Comprimidos revestidos por película brancos, redondos com 11,9 mm de diâmetro, com
a gravação "80" numa face e "ATV" na outra face.
APROVADO EM
17-01-2022
INFARMED
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
Hipercolesterolemia
Zarator está indicado como adjuvante da dieta para a redução de níveis elevados de
colesterol total (C-total), colesterol LDL (C-LDL), apolipoproteína B e triglicéridos em
adultos, adolescentes e crianças com idade igual ou superior a 10 anos com
hipercolesterolemia primária incluindo hipercolesterolemia familiar (variante
heterozigótica) ou hiperlipidemia combinada (mista) (correspondente aos Tipos IIa e IIb
da Classificação de Fredrickson), quando a resposta à dieta e a outras medidas não
farmacológicas é inadequada.
Zarator também está indicado na redução do colesterol total e colesterol LDL em
adultos com hipercolesterolemia familiar homozigótica como adjuvante a outras
terapêuticas para a redução de lípidos (por exemplo, aférese das LDL), ou quando essas
terapêuticas não estão disponíveis.
Prevenção da doença cardiovascular
Prevenção de eventos cardiovasculares em doentes adultos nos quais se estima existir
um risco elevado de ocorrência do primeiro evento cardiovascular (ver secção 5.1),
usado como adjuvante para a correção de outros fatores de risco.
4.2 Posologia e modo de administração
Posologia
O doente deve seguir uma dieta padrão de redução do colesterol antes de iniciar o
tratamento com Zarator e deve continuar a dieta durante o tratamento com Zarator.
A dose deve ser individualizada de acordo com os níveis basais de C-LDL, com o
objetivo terapêutico e em função da resposta do doente.
A dose inicial habitual é de 10 mg por dia. O ajuste posológico deve ser feito em
intervalos mínimos de 4 semanas ou mais. A dose máxima é de 80 mg por dia.
Hipercolesterolemia primária e hiperlipidemia combinada (mista)
A maioria dos doentes é controlada com Zarator 10 mg uma vez por dia. A resposta
terapêutica é evidente dentro de 2 semanas e a resposta terapêutica máxima é
habitualmente obtida em 4 semanas. A resposta mantém-se durante o tratamento
crónico.
Hipercolesterolemia familiar heterozigótica
Os doentes deverão iniciar o tratamento com Zarator 10 mg por dia. As doses deverão
ser individualizadas e ajustadas a cada 4 semanas até 40 mg diários. Posteriormente, ou
APROVADO EM
17-01-2022
INFARMED
se aumenta a dose para um máximo de 80 mg diários ou se associa uma resina
sequestrante de ácidos biliares com 40 mg de atorvastatina uma vez ao dia.
Hipercolesterolemia familiar homozigótica
Os dados disponíveis são limitados (ver secção 5.1).
A dose de atorvastatina em doentes com hipercolesterolemia familiar homozigótica é de
10 a 80 mg diários (ver secção 5.1). Nestes doentes, a atorvastatina deve ser
administrada em associação com outras terapêuticas hipolipemiantes (por exemplo,
aférese das LDL), ou quando essas terapêuticas não estão disponíveis.
Prevenção da doença cardiovascular
Nos ensaios clínicos de prevenção primária, a dose foi de 10 mg por dia. Podem ser
necessárias doses mais altas de modo a obter níveis de colesterol (LDL) de acordo com
as normas de orientação atuais.
Compromisso renal
Não é necessário o ajuste de dose (ver secção 4.4).
Compromisso hepático
Zarator deve ser administrado com precaução em doentes com compromisso hepático
(ver secções 4.4 e 5.2). Zarator está contraindicado em doentes com doença hepática
ativa (ver secção 4.3).
Tratamento concomitante com outros medicamentos
Em doentes a tomar os agentes antivirais elbasvir/grazoprevir para a hepatite C, ou
letermovir para a profilaxia da infeção pelo citomegalovírus concomitantemente com
atorvastatina, a dose de atorvastatina não deverá exceder 20 mg/dia (ver secções 4.4 e
4.5).
A utilização de atorvastatina não é recomendada em doentes a tomar letermovir
administrado concomitantemente com ciclosporina (ver secções 4.4 e 4.5).
Idosos
A eficácia e a segurança da administração das doses recomendadas em doentes com
mais de 70 anos são similares às observadas na população geral.
População pediátrica
Hipercolesterolemia
APROVADO EM
17-01-2022
INFARMED
A utilização pediátrica só deve ser determinada por médicos com experiência no
tratamento da hiperlipidemia pediátrica e os doentes devem ser reavaliados
periodicamente, de modo a avaliar o progresso.
Para doentes com Hipercolesterolemia Familiar Heterozigótica com idade igual ou
superior a 10 anos, a dose inicial recomendada de atorvastatina é 10 mg por dia (ver
secção 5.1). A dose poderá ser aumentada para 80 mg por dia de acordo com a resposta
e a tolerabilidade. As doses devem ser individualizadas de acordo com o objetivo
terapêutico recomendado. O ajuste da dose deve ser feito em intervalos mínimos de 4
semanas. A titulação da dose para 80 mg por dia é suportada por dados de estudos em
adultos e por dados clínicos limitados de estudos em crianças com Hipercolesterolemia
Familiar Heterozigótica (ver secções 4.8 e 5.1).
Os dados de segurança e eficácia disponíveis em crianças com Hipercolesterolemia
Familiar Heterozigótica entre os 6 e 10 anos de idade, resultantes dos estudos abertos,
são limitados. A atorvastatina não está indicada no tratamento de doentes com idade
inferior a 10 anos. Os dados disponíveis atualmente estão descritos nas secções 4.8, 5.1
e 5.2, mas não pode ser efetuada qualquer recomendação relativamente a uma
posologia.
Outra forma farmacêutica/dosagem pode ser mais adequada a esta população.
Modo de administração
Zarator é para administração oral. Cada dose diária de atorvastatina é administrada em
toma única e pode ser administrada em qualquer altura do dia com ou sem alimentos.
4.3 Contraindicações
Zarator está contraindicado em doentes:
- com hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes
mencionados na secção 6.1
- com doença hepática ativa ou em caso de elevação persistente e inexplicável das
transaminases séricas, excedendo mais de 3 vezes o limite superior normal
- na gravidez, durante o amamentação e em mulheres com potencial para engravidar que
não usam métodos contracetivos adequados (ver secção 4.6)
- tratados com os agentes antivirais glecaprevir/pibrentasvir para a hepatite C.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Compromisso hepático
Devem ser efetuados testes da função hepática antes do início do tratamento e
posteriormente de forma periódica. Nos doentes que desenvolvam quaisquer sinais ou
sintomas sugestivos de lesão hepática deverão ser efetuados testes da função hepática.
Os doentes que desenvolvam um aumento dos níveis das transaminases deverão ser
monitorizados até ao desaparecimento da anomalia ou anomalias. Se persistir um
aumento das transaminases, superior a 3 vezes o limite máximo normal, recomenda-se a
redução da dose ou a suspensão de Zarator (ver secção 4.8).
APROVADO EM
17-01-2022
INFARMED
Zarator deve ser utilizado com precaução em doentes que consomem quantidades
consideráveis de álcool e/ou que têm história clínica de doença hepática.
Stroke Prevention by Aggressive Reduction in Cholesterol Levels (SPARCL)
Numa análise subsequente, relativa aos subtipos de acidente vascular cerebral, em
doentes sem doença cardíaca coronária (DCC) e com antecedentes recentes de acidente
vascular cerebral ou acidente isquémico transitório (AIT), houve uma maior incidência
de acidente vascular cerebral hemorrágico nos doentes a tomar atorvastatina 80 mg
quando comparados com placebo. O risco aumentado foi particularmente evidente em
doentes que à entrada do estudo apresentavam antecedentes de acidente vascular
cerebral hemorrágico ou de enfarte lacunar. Nos doentes com antecedentes de acidente
vascular cerebral hemorrágico ou de enfarte lacunar, o equilíbrio entre os riscos e os
benefícios da atorvastatina 80 mg é incerto, sendo que o risco potencial de acidente
vascular cerebral hemorrágico deve ser cuidadosamente considerado antes de iniciar o
tratamento (ver secção 5.1).
Efeitos no músculo esquelético
A atorvastatina, tal como os outros inibidores da redutase da HMG-CoA, pode em raras
situações, afetar o músculo-esquelético e originar mialgia, miosite e miopatia que
poderão progredir para rabdomiólise, uma condição potencialmente ameaçadora da
vida, caracterizada pela acentuada elevação dos níveis de creatina quinase (CK) (> 10
vezes o Limite Superior Normal), mioglobinemia e mioglobinúria, podendo originar
insuficiência renal.
Foram notificados casos muito raros de miopatia necrosante imunomediada (IMNM)
durante ou após o tratamento com algumas estatinas. A IMNM é caracterizada
clinicamente por fraqueza muscular proximal persistente e elevação da creatina quinase
sérica, que persistem apesar da interrupção do tratamento com estatinas, anticorpo anti-
HMG-CoA redutase positivo e melhoria com agentes imunossupressores.
Antes de iniciar o tratamento
A atorvastatina deverá ser prescrita com precaução em doentes com fatores
predisponentes para a rabdomiólise. Recomenda-se a determinação dos níveis de CK
antes de iniciar o tratamento com estatinas nas seguintes situações:
- Compromisso renal
- Hipotiroidismo
- Antecedentes pessoais ou familiares de alterações musculares hereditárias
- Antecedentes de toxicidade muscular devida a estatinas ou fibratos
- Antecedentes de doença hepática e/ou de consumo de quantidades substanciais de
álcool
- Nos idosos (idade >70 anos), deverá ser considerada a necessidade desta
determinação, de acordo com a presença de outros fatores predisponentes para a
rabdomiólise
- Situações onde possa ocorrer aumento dos níveis no plasma, como as interações (ver
secção 4.5) e populações especiais incluindo subpopulações genéticas (ver secção 5.2)
APROVADO EM
17-01-2022
INFARMED
Nestas situações, o risco do tratamento deverá ser ponderado relativamente ao possível
benefício, e recomenda-se monitorização clínica.
Se no início do tratamento, os níveis de CK se encontrarem significativamente elevados
(> 5 vezes o Limite Superior Normal), então o tratamento não deverá ser iniciado.
Determinação da creatina quinase
Os valores de creatina quinase (CK) não deverão ser determinados após exercício físico
intenso ou na presença de uma outra causa plausível de elevação da CK, uma vez que
estas situações dificultam a interpretação dos resultados. Se os níveis de CK se
encontrarem significativamente elevados (> 5 vezes o Limite Superior Normal) no
início do tratamento, a determinação deverá ser repetida após 5 a 7 dias para
confirmação dos resultados.
Durante o tratamento
- Os doentes deverão ser alertados para relatar de imediato dores musculares, cãibras ou
fraqueza, especialmente quando acompanhada de mal-estar ou febre.
- Se estes sintomas ocorrerem durante o tratamento com atorvastatina, deverão ser
determinados os níveis de CK nestes doentes. Caso estes níveis se encontrem
significativamente elevados (> 5 vezes o Limite Superior Normal), o tratamento deverá
ser interrompido.
- Se os sintomas musculares forem graves e causarem desconforto diário, mesmo que os
níveis de CK se encontrem elevados
5 vezes o Limite Superior Normal, a suspensão
do tratamento deverá ser considerada.
- Se os sintomas desaparecerem e os valores de CK voltarem ao normal, poderá
considerar-se a readministração da atorvastatina ou a introdução de uma estatina
alternativa, na dosagem mais baixa e com estreita monitorização.
- A atorvastatina deve ser interrompida caso ocorra uma elevação clinicamente
significativa dos níveis de CK (> 10 vezes o Limite Superior Normal), ou em caso de
diagnóstico ou suspeita de rabdomiólise.
Tratamento concomitante com outros medicamentos
O risco de rabdomiólise está aumentado quando a atorvastatina é administrada
concomitantemente com determinados medicamentos que podem aumentar a
concentração plasmática de atorvastatina, como os inibidores potentes do CYP3A4 ou
proteínas de transporte (por exemplo, a ciclosporina, telitromicina, claritromicina,
delavirdina, estiripentol, cetoconazol, voriconazol, itraconazol, posaconazol, letermovir
e inibidores da protease do VIH incluindo ritonavir, lopinavir, atazanavir, indinavir,
darunavir, tipranavir/ritonavir, etc). O risco de miopatia também poderá ser aumentado
com o uso concomitante de gemfibrozil e outros derivados do ácido fíbrico, antivirais
para o tratamento da hepatite C (HCV) (por exemplo, boceprevir, telaprevir,
elbasvir/grazoprevir, ledipasvir/sofosbuvir), eritromicina, niacina ou ezetimiba. Se
possível, deverão ser consideradas outras terapêuticas (que não interajam) em
alternativa a estes medicamentos.
APROVADO EM
17-01-2022
INFARMED
Nos casos em que a administração concomitante destes medicamentos com atorvastatina
é necessária, devem ser cuidadosamente considerados os benefícios e os riscos da
terapêutica concomitante. Quando os doentes estão a tomar medicamentos que
aumentam os níveis plasmáticos de atorvastatina, recomenda-se uma dose máxima de
atorvastatina mais baixa. Adicionalmente, no caso dos inibidores potentes do CYP3A4,
deve ser considerada uma dose inicial de atorvastatina mais baixa e recomenda-se uma
adequada monitorização clínica destes doentes (ver secção 4.5).
A atorvastatina não deve ser administrada concomitantemente com formulações
sistémicas contendo ácido fusídico ou até 7 dias após a interrupção do tratamento com
ácido fusídico. Em doentes em que a utilização de ácido fusídico sistémica é
considerada essencial, o tratamento com estatinas deverá ser descontinuado durante toda
a duração do tratamento com ácido fusídico. Têm sido notificados casos de
rabdomiólise (incluindo alguns casos fatais) em doentes que receberam ácido fusídico
em associação com estatinas (ver secção 4.5). Os doentes devem ser aconselhados a
consultar imediatamente o médico se ocorrerem sintomas de fraqueza, dor ou
sensibilidade musculares.
A terapêutica com estatinas pode ser reintroduzida sete dias após a última dose de ácido
fusídico.
Em circunstâncias excecionais, em que é necessário ácido fusídico sistémico
prolongado, por exemplo, no tratamento de infeções graves, a necessidade de
administração concomitante de Zarator e ácido fusídico só deve ser considerada caso a
caso e sob rigorosa supervisão médica.
População pediátrica
Não foram observados efeitos clinicamente significativos no crescimento e na
maturação sexual num estudo com duração de 3 anos e com base na avaliação do
crescimento e maturação global, avaliação do estadio de Tanner e na avaliação do peso
e altura (ver secção 4.8).
Doença pulmonar intersticial
Foram notificados casos excecionais de doença pulmonar intersticial com algumas
estatinas, especialmente em tratamento de longa duração (ver secção 4.8). Os sintomas
incluem dispneia, tosse não produtiva e deterioração do estado de saúde em geral
(fadiga, perda de peso e febre). Se houver suspeita de desenvolvimento de doença
pulmonar intersticial, a terapêutica com estatinas deverá ser suspensa.
Diabetes Mellitus
Algumas evidências sugerem que as estatinas, como classe farmacológica podem elevar
a glicemia e em alguns doentes, com elevado risco de ocorrência futura de diabetes,
podem induzir um nível de hiperglicemia em que o tratamento formal de diabetes é
adequado. Este risco é, no entanto, compensado pela redução do risco vascular das
estatinas e, portanto, não deve ser condição para a suspensão do tratamento. Os doentes
em risco (glicemia em jejum entre 5,6 e 6,9 mmol/l, IMC>30 kg/m2, triglicéridos
APROVADO EM
17-01-2022
INFARMED
aumentados, hipertensão) devem ser monitorizados, tanto clínica como
bioquimicamente, de acordo com as normas de orientação nacionais.
Excipientes
Zarator contém lactose. Doentes com problemas hereditários raros de intolerância à
galactose, deficiência total de lactase ou malabsorção de glucose-galactose não devem
tomar este medicamento.
Este medicamento contém menos do que 1 mmol (23 mg) de sódio por comprimido, ou
seja, é praticamente “isento de sódio”.
10 mg comprimido
Este medicamento contém 0,00004 mg de ácido benzoico em cada comprimido.
20 mg comprimido
Este medicamento contém 0,00008 mg de ácido benzoico em cada comprimido.
40 mg comprimido
Este medicamento contém 0,00016 mg de ácido benzoico em cada comprimido.
80 mg comprimido
Este medicamento contém 0,00032 mg de ácido benzoico em cada comprimido.
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
Efeitos da administração concomitante de outros medicamentos na atorvastatina
A atorvastatina é metabolizada pelo citocromo P450 3A4 (CYP3A4) e é um substrato
dos transportadores hepáticos, do polipeptídeo de transporte do anião orgânico 1B1
(OATP1B1) e do transportador 1B3 (OATP1B3). Os metabolitos da atorvastatina são
substratos do OATP1B1. A atorvastatina também é identificada como um substrato dos
transportadores de efluxo P-glicoproteína (P-gp) e da proteína resistente ao cancro da
mama (BCRP), o que pode limitar a absorção intestinal e a eliminação biliar da
atorvastatina (ver secção 5.2). A administração concomitante de medicamentos que
sejam inibidores do CYP3A4 ou de proteínas de transporte pode originar um aumento
da concentração plasmática de atorvastatina e aumentar o risco de miopatia. O risco
também poderá estar aumentado quando há administração concomitante de atorvastatina
com outros medicamentos que têm um potencial elevado para induzir a miopatia, como
os derivados do ácido fíbrico e ezetimiba (ver secções 4.3 e 4.4).
Inibidores do CYP3A4
Foi demonstrado que os inibidores potentes do CYP3A4 conduzem a um aumento
acentuado da concentração de atorvastatina (ver Tabela 1 e informação específica
abaixo). A administração concomitante de inibidores potentes do CYP3A4 (por
exemplo, ciclosporina, telitromicina, claritromicina, delavirdina, estiripentol,
cetoconazol, voriconazol, itraconazol, posaconazol, alguns antivirais utilizados no
tratamento da hepatite C (por exemplo, elbasvir/grazoprevir) e inibidores da protease do
APROVADO EM
17-01-2022
INFARMED
VIH incluindo ritonavir, lopinavir, atazanavir, indinavir, darunavir, etc.) se possível,
devem ser evitadas. Nos casos em que a administração concomitante de atorvastatina
com estes medicamentos não pode ser evitada, devem ser consideradas doses iniciais e
máximas mais baixas e recomenda-se uma adequada monitorização clínica destes
doentes (ver Tabela 1).
Os inibidores moderados do CYP3A4 (por exemplo, eritromicina, diltiazem, verapamilo
e fluconazol) podem aumentar a concentração plasmática de atorvastatina (ver Tabela
1). Foi observado um aumento do risco de miopatia com a utilização de eritromicina em
combinação com estatinas. Não foram efetuados estudos de interação para avaliar os
efeitos da amiodarona ou do verapamilo na atorvastatina. Tanto a amiodarona como o
verapamilo são conhecidos por inibirem a atividade do CYP3A4 e a administração
concomitante com atorvastatina pode resultar num aumento da exposição à
atorvastatina. Assim sendo, deve ser considerada uma dose máxima mais baixa de
atorvastatina e recomenda-se a monitorização clínica do doente quando utilizada
concomitantemente com inibidores moderados do CYP3A4. Recomenda-se uma
adequada monitorização clínica após iniciar ou após o ajuste de dose do inibidor.
Indutores do CYP3A4
A administração concomitante de atorvastatina com indutores do citocromo P450 3A
(por exemplo, efavirenz, rifampicina, hipericão) pode originar reduções variáveis nas
concentrações plasmáticas de atorvastatina. Devido ao duplo mecanismo de interação da
rifampicina (indução do citocromo P450 3A e inibição do transportador de captação
hepático OATP1B1), é recomendada a administração concomitante de atorvastatina
com rifampicina, na medida em que a administração de atorvastatina com atraso após a
administração da rifampicina tem sido associada a uma redução significativa nas
concentrações plasmáticas de atorvastatina. O efeito da rifampicina nas concentrações
de atorvastatina nos hepatócitos é, no entanto, desconhecida e caso a administração
concomitante não possa ser evitada, os doentes devem ser cuidadosamente
monitorizados, para controlo da eficácia.
Inibidores de transportadores
Os inibidores de proteínas de transporte podem aumentar a exposição sistémica da
atorvastatina. A ciclosporina e o letermovir são ambos inibidores dos transportadores
envolvidos na disposição da atorvastatina, ou seja, OATP1B1/1B3, P-gp e BCRP,
levando a uma maior exposição sistémica da atorvastatina (ver Tabela 1). O efeito da
inibição dos transportadores de captação hepáticos na exposição da atorvastatina nos
hepatócitos é desconhecido. Se a administração concomitante não puder ser evitada,
para obter eficácia recomenda-se a redução da dose e monitorização clínica (ver Tabela
A utilização de atorvastatina não é recomendada em doentes a tomar letermovir
administrado concomitantemente com ciclosporina (ver secção 4.4).
Gemfibrozil/derivados do ácido fíbrico
APROVADO EM
17-01-2022
INFARMED
A utilização isolada de fibratos está ocasionalmente associada a acontecimentos
relacionados com os músculos, incluindo a rabdomiólise. O risco destes acontecimentos
pode aumentar com o uso concomitante de derivados do ácido fíbrico e atorvastatina. Se
a administração concomitante não puder ser evitada, deve utilizar-se a dose mais baixa
possível de atorvastatina para alcançar o objetivo terapêutico e os doentes devem ser
adequadamente monitorizados (ver secção 4.4).
Ezetimiba
A utilização isolada de ezetimiba está associada a acontecimentos relacionados com os
músculos, incluindo a rabdomiólise. O risco destes acontecimentos pode, portanto, estar
aumentado na utilização concomitante de ezetimiba e atorvastatina. Recomenda-se uma
adequada monitorização clínica destes doentes.
Colestipol
As concentrações plasmáticas de atorvastatina e dos seus metabolitos ativos foram mais
baixas (taxa de concentração da atorvastatina: 0,74) quando se administrou
concomitantemente colestipol com Zarator. Contudo, quando Zarator e colestipol foram
administrados concomitantemente, os efeitos lipídicos foram superiores aos de qualquer
um dos medicamentos em administração isolada.
Ácido fusídico
O risco de miopatia, incluindo rabdomiólise, pode ser aumentado pela administração
concomitante de ácido fusídico sistémico com estatinas. O mecanismo desta interação
(seja farmacodinâmico ou farmacocinético, ou ambos) é ainda desconhecido. Têm sido
notificados casos de rabdomiólise (incluindo alguns casos fatais) em doentes a
receberem esta associação.
Se for necessário tratamento com ácido fusídico sistémico, o tratamento com
atorvastatina deverá ser descontinuado durante toda a duração do tratamento com ácido
fusídico (ver secção 4.4).
Colquicina
Apesar de não terem sido efetuados estudos de interação com a atorvastatina e a
colquicina, foram notificados casos de miopatia com a atorvastatina quando
administrada concomitantemente com colquicina, sendo necessário precaução na
prescrição de atorvastatina com colquicina.
Efeitos da atorvastatina nos medicamentos administrados concomitantemente
Digoxina
Quando foram administradas concomitantemente doses múltiplas de digoxina e 10 mg
de atorvastatina, as concentrações plasmáticas de digoxina no estado estacionário
aumentaram ligeiramente. Doentes a tomar digoxina devem ser adequadamente
monitorizados.