Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
28-08-2014
04-04-2014
APROVADO EM
28-08-2014
INFARMED
Folheto Informativo: Informação para o utilizador
Vinorrelbina Hikma, 10 mg/ml,
Concentrado para solução para perfusão
Tartarato de Vinorrelbina
Leia com atenção todo este folheto antes de começar a utilizar este medicamento,
pois contém informação importante para si.
- Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente.
- Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
- Este medicamento foi receitado apenas para si. Não deve dá-lo a outros. O
medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sinais de
doença.
- Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não
indicados neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico.
O que contém este folheto:
1. O que é Vinorrelbina Hikma e para que é utilizado
2. O que precisa de saber antes de utilizar Vinorrelbina Hikma
3. Como utilizar Vinorrelbina Hikma
4. Efeitos secundários possíveis
5. Como conservar Vinorrelbina Hikma
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
O que é Vinorrelbina Hikma e para que é utilizado
substância
ativa
Vinorrelbina
Hikma,
vinorrelbina,
derivado
semissintético dos alcaloides da vinca cuja principal ação é parar a multiplicação das
células
cancerosas.
Pertence
Grupo
Farmacoterapêutico
Medicamentos
Antineoplásicos e Imunomoduladores 1.7 Citotóxicos que interferem com a tubulina,
e tem o código ATC L01CA04.
Indicações terapêuticas
Este medicamento está indicado no tratamento do cancro das células não-pequenas
do pulmão e no cancro avançado da mama.
O que precisa de saber antes de utilizar Vinorrelbina Hikma
Não utilize Vinorrelbina Hikma se:
- Vinorrelbina Hikma não lhe será administrada como injeção na sua coluna.
- tem alergia (hipersensibilidade) à vinorrelbina ou a outros alcaloides da vinca, ou a
qualquer outro componente deste medicamento.
contagem
glóbulos
brancos
afinidade
para
os corantes neutros
(neutrófilos) for inferior a 1500/mm3 ou se estiver com ou tiver tido recentemente
(num período de 2 semanas) uma infeção grave.
- se tiver uma diminuição grave de um tipo de células do sangue chamadas
plaquetas (menos de 1000000/mm3).
- estiver grávida ou a amamentar.
- em associação com a vacina da febre-amarela.
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Advertências e precauções
- tem antecedentes de diminuição do fornecimento de sangue arterial ao coração
(doença isquémica cardíaca).
- fez radioterapia a órgãos que incluam o fígado.
- se apresentar sinais ou sintomas que sejam indicativos de uma infeção (tais como,
febre, arrepios, garganta inflamada), informe imediatamente o médico, para que ele
possa efetuar os testes que forem necessários.
- se tiver redução da função hepática (grave ou moderada).
- se tiver de tomar a vacina da febre-amarela, ou outra vacina viva atenuada.
- se tiver a tomar inibidores/indutores da CYP3A4, fenitoína e itraconazole.
- se estiver a tomar qualquer um dos medicamentos listados na secção relacionada
com a toma de outros medicamentos deste folheto.
- se pertence à população japonesa (relacionado com doença pulmonar)
Durante o tratamento com Vinorrelbina Hikma deverá fazer análises ao sangue para
contagem dos seus componentes (análise da fórmula sanguínea). Se os resultados
destas análises não forem satisfatórios, o tratamento deverá ser adiado até que os
valores normalizem.
Qualquer contacto com os olhos deve ser absolutamente evitado: em caso de
contacto acidental deve proceder-se à lavagem imediata dos olhos com soro
fisiológico.
Outros medicamentos e Vinorrelbina Hikma
Informe
seu médico
farmacêutico se
estiver
tomar
ou tiver tomado
recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita
médica.
Interações comuns a todos os citotóxicos (medicamentos usados no tratamento do
cancro):
anticoagulantes (medicamentos que impede a coagulação do sangue)
utilização contraindicada com a vacina da febre-amarela
utilização não recomendada com outras vacinas vivas atenuadas
utilização não-recomendada com fenitoína (medicamento para o tratamento da
epilepsia)
utilização a ter em consideração com a ciclosporina e tacrolimus (medicamentos que
diminuem a atividade do sistema imunitário)
Interações específicas aos alcaloides da vinca:
utilização não recomendada com itraconazole (medicamento para o tratamento de
infeções provocadas por fungos)
utilização
consideração
mitomicina
(medicamento
usado
tratamento do cancro)
precaução na utilização de fortes substâncias reguladoras das células (transportador
de membrana P-glicoproteína)
Interações específicas com a vinorrelbina:
outros medicamentos que possam afetar a medula óssea
utilização com fortes inibidores de CYP3A4, tais como, itraconazol e cetoconazol
(medicamentos para o tratamento de infeções provocadas por fungos) e com fortes
indutores como rifampicina (medicamento utilizado contra as bactérias) e fenitoína
(medicamento para o tratamento da epilepsia)
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utilização com cisplatina (medicamento utilizado para o tratamento do cancro)
utilização com lapatinib (medicamento utilizado para o tratamento do cancro)
Vinorrelbina Hikma com alimentos e bebidas
Este medicamento não é administrado por via oral, que se saiba não existe qualquer
interferência entre a ingestão de alimentos ou bebidas e a sua ação terapêutica.
Gravidez e amamentação
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
A vinorrelbina não deve ser administrada a mulheres grávidas, uma vez que pode
provocar deficiências graves à nascença.
Se ficar grávida durante o tratamento deve informar imediatamente o seu médico.
Se estiver ou ficar grávida durante o tratamento com vinorrelbina, deve receber
aconselhamento genético.
Se for uma mulher em idade fértil, deve utilizar um método de contraceção eficaz
durante o tratamento e até 3 meses após o tratamento.
Deve interromper o aleitamento antes do início do tratamento com vinorrelbina, uma
vez que é desconhecida a sua passagem para o leite materno, afetando dessa forma
o bebé.
homem,
deve
evitar
conceber
filhos
durante
tratamento
vinorrelbina e durante o período de 3 meses após o final do tratamento. Existe
igualmente
risco
tratamento
vinorrelbina
possa
conduzir
infertilidade masculina e pode desejar aconselhar-se relativamente à conservação de
esperma antes do início do tratamento.
Condução de veículos e utilização de máquinas
Não foram estudados os efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas.
No entanto, é necessário cuidado tendo em conta os efeitos secundários possíveis do
medicamento.
Como utilizar Vinorrelbina Hikma
Vinorrelbina Hikma ser-lhe-á administrado apenas sob a supervisão de um médico
qualificado no uso destes medicamentos.
O seu medicamento será rigorosamente administrado numa veia, após diluição
adequada.
O regime de administração do medicamento é variável segundo os doentes e
dependerá do seu peso corporal e da sua condição geral. O médico irá determinar a
dose a administrar com base no cálculo da superfície corporal do doente em metros
quadrados (m2).
Como tratamento único (monoquimioterapia), a dose habitualmente administrada é
de 25- 30 mg/m2, uma vez por semana.
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tratamento
combinado
(poliquimioterapia)
dose
frequência
administração dependem do protocolo seguido pelo médico.
Modo e via de administração
Vinorrelbina Hikma é uma solução destinada a ser administrada por injeção lenta (6-
10 minutos) diretamente numa veia, após diluição em 20 a 50 ml de solução
injetável de soro fisiológico normal (solução injetável de cloreto de sódio 9 mg/ml
(0,9%)) ou solução injetável de glucose a 5%, ou por perfusão intravenosa de curta
duração (20-30 minutos) após diluição em 125ml de solução injetável de soro
fisiológico normal (0,9%) ou solução injetável de glucose a 5%.
A administração do medicamento deverá ser seguida da perfusão de pelo menos
250 ml de uma solução isotónica (com a mesma concentração do sangue) para
“lavagem” da veia utilizada.
Administração em idosos
Não foram identificadas diferenças relevantes entre os doentes idosos no que diz
respeito à taxa de resposta, mas não é de excluir uma maior sensibilidade de alguns
indivíduos a este medicamento. A idade não altera a ação de vinorelbina.
Administração em doentes com função hepática reduzida
A ação de vinorrelbina não é alterada em doentes com função hepática reduzida
moderada ou grave. No entanto, como medida de precaução, é recomendada uma
redução da dose e um controlo sanguíneo em doentes com função hepática reduzida
grave.
Administração em doentes com função renal reduzida
A ação de vinorrelbina não requer redução da dose em doentes com função renal
reduzida.
Administração em crianças
A administração em crianças não é recomendada.
Se tomar Vinorrelbina Hikma mais do que deveria
Uma vez que Vinorrelbina Hikma ser-lhe-á administrado apenas sob a supervisão de
um médico, é pouco provável que o tome mais do que deveria. Se tiver dúvidas, por
favor fale com o seu médico ou farmacêutico.
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu
médico ou farmacêutico.
Efeitos secundários possíveis
Como todos os medicamentos, este medicamento pode causar efeitos secundários,
no entanto estes não se manifestam em todas as pessoas.
A seguinte lista de efeitos secundários está organizada por sistema corporal e de
acordo com a frequência como:
Muito frequentes: afetam mais do que 1 em cada 10 pessoas.
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Frequentes: afetam mais do que 1 em cada 100 pessoas, mas menos do que 1 em
cada 10.
Pouco frequentes: afetam mais do que 1 em cada 1000 pessoas, mas menos do que
1 em cada 100.
Raros: afetam mais do 1 em cada 10 000 pessoas, mas menos do que 1 em cada
1000.
Muito raros: afetam menos do que 1 em cada 10 000 pessoas.
Desconhecido (não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis).
Os efeitos secundários muito frequentes descritos são a depressão da medula óssea
com insuficiência de glóbulos brancos (neutropenia), falta de sangue (anemia),
distúrbios
relativos
sistema
nervoso
(distúrbios
neurológicos),
efeito
gastrointestinal nocivo de uma substância química (toxicidade gastrointestinal) com
enjoo (náusea), vómito, inflamação da mucosa da boca (estomatite) e prisão de
ventre
(obstipação),
alterações
parâmetros
função
fígado,
calvície
(alopécia) e inflamação das paredes de uma veia (flebite local).
Os efeitos secundários adicionais resultantes da experiência pós-comercialização
foram classificados como Desconhecido.
Muito frequentes:
- Depressão da medula óssea com insuficiência de glóbulos
brancos (neutropenia).
- Diminuição do número de glóbulos vermelhos (anemia).
- Distúrbios relativos ao sistema nervoso (distúrbios neurológicos).
Fraqueza dos membros superiores e inferiores após quimioterapia prolongada.
- Inflamação da mucosa da boca (estomatite).
- Náuseas e vómitos.
- Prisão de ventre.
- Alterações dos parâmetros da função do fígado.
- Calvície (alopécia).
- Reações no local da injeção como, inflamação da pele (eritema), ardor,
descoloração da veia e inflamação local da veia (flebite).
Frequentes:
- Infeções provocadas por bactérias, vírus e fungos.
- Diminuição do número de plaquetas no sangue (trombocitopenia).
- Diarreia.
- Dor nas articulações (artralgia), incluindo dor no maxilar e dor
muscular (mialgia).
- Fraqueza (astenia), fadiga, febre, dor em locais diferentes incluindo no peito e no
local do tumor.
Pouco frequentes:
- Apodrecimento dos tecidos (sepsia grave).
- Intoxicação do sangue por microrganismos (septicémia)
- Sensação de formigueiro (parestesia) grave com sintomas sensoriais e motores.
Pressão
sanguínea
anormalmente
baixa
(hipotensão),
aumento
tensão
(hipertensão), vermelhidão (rubor) e arrefecimento exterior.
- Dificuldade de respirar (dispneia) e asma (bronco-espasmos).
Raros:
- Concentração de sódio no sangue baixa (hiponatrémia).
- Doença cardíaca, tal como, angina de peito (dor forte no peito), enfarte do
miocárdio (por vezes fatal) ou perturbação do ritmo cardíaco.
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- Pressão sanguínea anormalmente baixa grave (hipotensão grave), queda rápida da
tensão arterial (colapso).
- Doença pulmonar intersticial (em simultâneo mitomicina).
- Oclusão intestinal (íleo paralítico),.
- Inflamação do pâncreas (pancreatite).
- Reações cutâneas generalizadas.
- Morte celular local.
Muito raros:
- Intoxicação complicada do sangue por microrganismos (septicemia
complicada) e por vezes fatal.
- Aceleração da frequência cardíaca (taquicardia), sensação de batimentos cardíacos
rápidos e irregulares (palpitações) e distúrbios do ritmo cardíaco.
Desconhecidos:
- Infeção generalizada resultante da falta de glóbulos brancos
(sepsia neutropénica).
- Insuficiência de glóbulos brancos com febre (neutropenia
febril).
- Reações alérgicas sistémicas como reação alérgica sistémica, severa e rápida a
uma determinada substância (anafilaxia), choquem que aumenta a sensibilidade do
organismo para um veneno (choque anafilático) ou reação tipo anafilactóide.
- Secreção inapropriada da hormona antidiurética (SIADH).
- Falta de apetite (anorexia).
- Inflamação da pele (eritema) das mãos e pés.
Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não
indicados neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico.
Também poderá comunicar efeitos secundários diretamente ao INFARMED, I.P.
através dos contactos abaixo. Ao comunicar efeitos secundários, estará a ajudar a
fornecer mais informações sobre a segurança deste medicamento.
INFARMED, I.P.
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 71 40
Fax: +351 21 798 73 97
Sítio da internet:
http://extranet.infarmed.pt/page.seram.frontoffice.seramhomepage
E-mail:farmacovigilancia@infarmed.pt
Como conservar Vinorrelbina Hikma
Conservar entre 2ºC – 8ºC (no frigorífico).
Conservar dentro da embalagem de origem (para proteção da luz).
Sob o ponto de vista microbiológico, após a diluição de Vinorrelbina Hikma em
solução injetável de soro fisiológico normal (0,9%) ou solução injetável de dextrose
a 5%, o produto deve ser usado imediatamente. Se não for usado imediatamente, o
tempo de armazenagem e as condições de utilização são da responsabilidade do
preparador e não deverá ser superior a 24 horas se guardado no frigorífico entre 2º-
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8ºC (em frascos de vidro ou sacos de PVC), a menos que a diluição tenha sido
efetuada em condições assépticas controladas e validadas.
Manter este medicamento fora da vista e do alcance das crianças.
Não utilize este medicamento após o prazo de validade impresso na embalagem,
após VAL.: MM/AAAA. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês
indicado.
Conteúdo da embalagem e outras informações
Medicamento Sujeito a Receita Médica Restrita.
Qual a composição de Vinorrelbina Hikma
A substância ativa é o tartarato de vinorrelbina.
Os outros componentes são a água para preparações injetáveis e o azoto.
Qual o aspeto de Vinorrelbina Hikma e o conteúdo da embalagem
Solução aquosa incolor a amarelo pálido, em frascos para injetáveis de vidro
transparente, com rolha de borracha e cápsula de alumínio, apresentados em
embalagens com 1 ou 10 frascos.
Vinorrelbina Hikma 10 mg/1 ml:
Cada frasco contém 13,85 mg de tartarato de vinorrelbina equivalente a 10 mg de
vinorrelbina, por cada 1 ml de solução aquosa.
Vinorrelbina Hikma 50 mg/5 ml:
Cada frasco contém 69,25 mg de tartarato de vinorrelbina equivalente a 50 mg de
vinorrelbina, por cada 5 ml de solução aquosa.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
Titular de Autorização de Introdução no Mercado
Hikma Farmacêutica (Portugal), S.A.
Estrada do Rio da Mó, nº8, 8A e 8B – Fervença
2705-906 Terrugem SNT
Portugal
Tel.: 21 960 84 10
Fax.: 21 961 51 02
e-mail: geral@hikma.pt
Fabricante (e libertador de lote)
Thymoorgan Pharmazie GmbH
Schiffgraben 23
D-38690 Goslar
Alemanha
Este
medicamento
encontra-se
autorizado
Estados
Membros
Espaço
Económico Europeu (EEE) sob as seguintes denominações:
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Alemanha:
Riborelbin,
10 mg/ml,
Konzentrat
Herstellung
einer
Infusionslösung
Itália:
Vinorelbina Hikma, 10 mg/ml, Concentrato per soluzione per infusione
Eslováquia:
Vinorelbine Hikma, 10 mg/ml, Infúzny koncentrát
Portugal:
Vinorrelbina
Hikma,
10 mg/ml,
Concentrado
para
solução
para
perfusão
Este folheto foi revisto pela última vez em
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RESUMO DAS CARACTERISTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
Vinorrelbina Hikma, 10 mg/ml, Concentrado para solução para perfusão.
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Cada mililitro de solução injetável contém 10 mg de vinorrelbina (equivalente a
13,85 mg de tartarato de vinorrelbina).
1 frasco para injetáveis de Vinorrelbina Hikma com 1 ml de solução injetável contém
10mg de vinorrelbina.
1 frasco para injetáveis de Vinorrelbina Hikma com 5 ml de solução injetável contém
50mg de vinorrelbina.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Concentrado para solução para perfusão.
Solução límpida, incolor a amarela pálido.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
Carcinoma das células não-pequenas do pulmão (estádio 3 ou 4).
Como agente isolado em doentes com carcinoma metastático da mama (estádio 4),
nos casos em que o tratamento de quimioterapia contendo antraciclinas e taxanos
tenha falhado ou não seja considerado adequado.
4.2 Posologia e modo de administração
Estritamente para administração intravenosa, após diluição adequada.
A administração intratecal de Vinorrelbina Hikma pode ser fatal.
Posologia
Carcinoma das células não pequenas do pulmão: Em mono-quimioterapia a dose
habitual a administrar é de 25-30 mg/m2, uma vez por semana.
Em poli-quimioterapia: a dose e a frequência da administração dependem do
protocolo seguido pelo médico. Pode ser utilizada a dose normal (25-30 mg/m2),
mas a frequência da administração pode ser reduzida por exemplo para o 1º e 5º
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dias, com intervalos de 3 semanas ou 1º ou 8º dias, com intervalos de 3 semanas de
acordo com o regime.
Carcinoma da mama avançado ou metastático: A dose habitual é de 25-30 mg/m2,
administrada uma vez por semana.
Administração em idosos
A experiência clínica não identificou diferenças relevantes entre os idosos no que diz
respeito à taxa de resposta, contudo não é de excluir uma maior sensibilidade de
alguns indivíduos ao fármaco. A idade não altera a farmacocinética de vinorelbina.
Administração em doentes com insuficiência hepática
A farmacocinética de vinorrelbina não é alterada em doentes com insuficiência
hepática
moderada
grave.
entanto,
como
medida
precaução,
recomendada uma redução da dose de 20mg/m2 e monitorização rigorosa dos
parâmetros hematológicos em doentes com insuficiência hepática grave (ver secções
4.4 e 5.2)
Administração em doentes com insuficiência renal
Dada a reduzida excreção renal, não há justificação farmacocinética para reduzir a
dose de vinorrelbina em doentes com insuficiência renal.
Administração em crianças
segurança
eficácia
não
estabelecida
crianças,
como
administração não é recomendada.
A dose máxima tolerada por administração é de 35,4 mg/m2 da área de superfície
corporal.
Modo de Administração
Recomenda-se a administração de Vinorrelbina Hikma por perfusão durante 6 - 10
minutos após diluição em 20 - 50 ml de solução injetável de cloreto de sódio
9 mg/ml (0,9%) ou solução injetável de glucose 5%, ou por perfusão de curta
duração, durante 20-30 minutos, após diluição em 125 ml de solução injetável de
cloreto de sódio a 0,9% ou solução injetável de glucose a 5%.
A administração deve ser sempre seguida da perfusão de pelo menos 250 ml de uma
solução isotónica, para lavagem da veia utilizada.
Para instruções de utilização e manuseamento: ver secção 6.6.
4.3 Contraindicações
- Conhecida hipersensibilidade à vinorrelbina ou a outros alcaloides da vinca, ou a
qualquer um dos excipientes mencionados na secção 6.1.
- Contagem de neutrófilos < 1500/mm3 ou existência de infeção grave atual ou
recente (ocorrida nas 2 semanas antecedentes).
- Contagem de plaquetas < 100000/mm3.
- Em conjunto com a vacina da febre-amarela (ver secção 4.5).
- Gravidez (ver secção 4.6).
- Amamentação (ver secção 4.6).
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4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Advertências especiais
Vinorrelbina Hikma deve ser administrado sob a supervisão de um médico experiente
na utilização de quimioterapia.
Durante o tratamento deve efetuar-se uma vigilância rigorosa dos parâmetros
hematológicos (determinação dos níveis de hemoglobina e do número de leucócitos,
de neutrófilos e de plaquetas antes de cada nova perfusão), uma vez que a inibição
do sistema hematopoiético é o principal risco durante o tratamento com vinorrelbina.
A neutropénia é a principal reação adversa limitante da dose. Este efeito é não
cumulativo, atingindo o seu nível mais baixo entre o 7º e 14º dias após a
administração e é rapidamente reversível no período de 5 a 7 dias. Se o número de
neutrófilos for inferior a 1500/mm3 e/ou o nível de plaquetas for inferior a
100000/mm3, o tratamento deverá ser adiado até que o doente recupere.
Se o doente apresentar sinais ou sintomas que sugiram a presença de uma infeção,
a situação deve ser imediatamente investigada.
doença
pulmonar
intersticial
sido
reportada
maior
frequência
população japonesa. Deve ser exercida especial atenção para essa população
específica.
Precauções especiais de utilização
É aconselhada especial precaução em doentes com antecedentes de doença cardíaca
isquémica (ver secção 4.8).
A farmacocinética de vinorrelbina não é alterada em doentes com insuficiência
hepática moderada a grave. Para ajuste da dose neste grupo de doentes específico,
ver secção 4.2.
Devido ao baixo nível de excreção renal, não existem fundamentos farmacocinéticos
para reduzir a dose de Vinorrelbina Hikma no caso de doentes com insuficiência
renal. Ver secção 4.2
Vinorrelbina Hikma não deve ser administrado simultaneamente com um tratamento
de radioterapia, se a área a tratar incluir o fígado.
Este medicamento é especificamente contraindicado com a vacina da febre-amarela
e o seu uso em simultâneo com vacinas vivas atenuadas não é recomendado.
É necessária precaução quando se combina Vinorrelbina Hikma e potentes inibidores
ou indutores da CYP3A4 (ver secção 4.5 – Interações específicas à vinorrelbina), e
não é recomendada a sua combinação com fenitoína (tal como todos os citotóxicos)
e itraconazol (tal como todos os alcaloides da vinca).
Todo o contacto com os olhos deve ser evitado: existe um risco de irritação severa e
mesmo ulceração da córnea se o medicamento é pulverizado sob pressão. Se houver
contacto com os olhos, deve realizar-se a lavagem imediata dos olhos com solução
injetável de cloreto de sódio 9 mg/ml (0,9).
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Para evitar o risco de broncospasmo – principalmente em conjunto com a terapêutica
com mitomicina C, pode ser considerada profilaxia adequada. Os doentes em
ambulatório devem ser informados de que devem comunicar ao médico se ocorrer
dispneia.
É recomendada a monitorização neurológica (controlo do EMG, se necessário) após a
continuação do tratamento com vinorrelbina ou em doentes com risco aumentado.
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
Interações comuns a todos os citotóxicos:
Devido ao aumento do risco de trombose no caso de doenças tumorais, é frequente
a utilização de tratamento com antigoagulantes. Devido à elevada variabilidade
intraindividual da capacidade de coagulação durante as doenças e à eventual
interação entre os antigoagulantes orais e a quimioterapia antineoplásica, se se
decidir
tratar
doente
anticoagulantes
orais,
necessário
aumentar
frequência da vigilância da INR (Razão Normalizada Internacional).
Utilização simultânea contraindicada:
Vacina da febre-amarela: risco potencial de uma doença sistémica fatal associada à
utilização da vacina (ver secção 4.3).
Utilização simultânea não recomendada:
Vacinas vivas atenuadas (para a vacina da febre-amarela, ver Utilização simultânea
contraindicada): risco de doença sistémica, possivelmente fatal. O risco aumenta em
indivíduos que já estão imunodeprimidos pela sua doença subjacente. Recomenda-se
a utilização de uma vacina inativada quando existe (poliomielite) (ver secção 4.4).
Fenitoína: existe o risco de exacerbação das convulsões devido à redução da
absorção gastrointestinal de fenitoína pelo citostático ou risco de uma potenciação da
toxicidade ou possibilidade da redução da eficácia do citostático devida ao aumento
do metabolismo hepático pela utilização da fenitoína.
Utilização simultânea a ter em consideração:
Ciclosporina, tacrolimus: imunossupressão excessiva com risco de linfoproliferação.
Interações específicas aos alcaloides da vinca:
Utilização simultânea não recomendada:
Itraconazole: aumento da neurotoxicidade dos alcaloides da vinca devido à redução
do seu metabolismo hepático.
Utilização simultânea a ter em consideração:
Mitomicina C: aumento do risco de broncospasmos e dispneia, em casos raros foi
observada pneumonite intersticial.
Como os alcaloides da vinca são conhecidos como substratos para a P-glicoproteína,
e na ausência de estudo específico, deve ter-se cuidado quando se combina
vinorrelbina com fortes moduladores deste transportador de membrana.
Interações específicas com a vinorrelbina:
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É provável que a utilização simultânea de vinorrelbina e de outros medicamentos
com toxicidade conhecida para a medula óssea aumente as reações adversas
mielossupressoras.
Sendo a CYP3A4 a principal enzima envolvida no metabolismo da vinorrelbina, a
utilização simultânea com fortes inibidores desta isoenzima (tais como, o itraconazol,
cetoconazol)
pode
aumentar
concentrações
séricas
vinorrelbina,
utilização
simultâneo
com fortes
indutores
desta
isoenzima
(tais
como
rifampicina, a fenitoína) pode diminuir as concentrações séricas de vinorrelbina.
Não se observam interações farmacocinéticas quando se combina em simultâneo
vinorrelbina
cisplatina
vários
ciclos
tratamento.
entanto,
comunicada uma maior incidência de granulocitopenia nos doentes que estavam a
receber uma terapêutica de associação com vinorrelbina e cisplatina do que nos
doentes que receberam vinorrelbina isoladamente.
Num estudo clínico de fase I, foi sugerido um aumento na incidência da neutropenia
de grau 3/4, quando da associação de vinorelbina intravenosa e lapatinib. Neste
estudo, a dose intravenosa de vinorelbina recomendada, num esquema posológico
trissemanal, administrado no dia 1 e no dia 8, foi de 22.5mg/m2, em associação com
1000mg de lapatinib, por dia. Este tipo de associação deve ser administrada com
precaução
4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento
Gravidez
A informação disponível quanto ao uso de vinorrelbina em mulheres grávidas é
insuficiente. Estudos em animais mostraram embriotoxicidade e teratogenicidade
(ver secção 5.3). Com base nos resultados dos estudos em animais e da ação
farmacológica do medicamento, existe um risco potencial de embrionia e anomalias
fetais.
Vinorrelbina Hikma não deve, portanto, ser utilizada durante a gravidez a menos que
o benefício esperado supere claramente os potenciais riscos. Se ocorrer uma
gravidez durante o tratamento, a doente deverá ser informada sobre os riscos para o
feto e deverá ser monitorizada com precaução. Deve ser considerada a possibilidade
de aconselhamento genético.
Mulheres em idade fértil:
As mulheres em idade fértil devem utilizar métodos contracetivos eficazes durante o
tratamento e até 3 meses após o tratamento.
Aleitamento
Desconhece-se se a vinorrelbina é excretada no leite materno. A passagem de
vinorrelbina para o leite materno não foi estudada em animais. O risco para o
lactente não podem ser excluído, portanto, a amamentação deve ser interrompida
antes de se iniciar o tratamento com Vinorrelbina Hikma (ver secção 4.3).
Fertilidade
Os homens tratados com vinorrelbina são aconselhados a não conceber filhos
durante o tratamento e até um período mínimo de 3 meses, após o final do
tratamento. É desejável aconselhamento sobre conservação do esperma antes do
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início do tratamento dada a possibilidade de infertilidade irreversível devida à
terapêutica com vinorrelbina.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Não foram realizados estudos aos efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar
máquinas mas em função do perfil farmacodinâmico a vinorelbina não afeta a
capacidade de conduzir e utilizar máquinas. No entanto, é necessária precaução em
doentes tratados com vinorrelbina tendo em conta os efeitos indesejáveis do
medicamento.
4.8 Efeitos indesejáveis
As reações adversas notificadas como mais do que casos isolados, estão listados
abaixo, por classe de sistema de órgãos e por frequência. As frequências são
definidas como: Muito frequentes (≥ 1/10), Frequentes (≥ 1/100 a < 1/10), Pouco
frequentes (≥ 1/1.000 a < 1/100), Raros (≥ 1/10.000 a < 1/1.000), Muito raros
(< 1/10.000), de acordo com Convenção MedDRA sobre frequência e classe de
sistema de órgãos.
As reações adversas mais frequentemente relatadas são a depressão da medula
óssea com neutropenia, anemia, distúrbios neurológicos, toxicidade gastrointestinal
com náusea, vómito, estomatite e obstipação, alterações dos parâmetros da função
hepática, alopécia e flebite local.
As reações adversas adicionais resultantes da experiência pós-comercialização foram
adicionadas de acordo com a classificação MedDRA como frequência Desconhecido.
Informação detalhada de reações adversas:
As reações foram descritas de acordo com a classificação da O.M.S. (grau 1 = G1;
grau 2 = G2;
grau 3 = G3;
grau 4 = G4;
grau 1-4 = G1-4);
grau 1-2 = G1-2;
grau 3-4 = G3-4).
Infeções e infestações
Frequentes:
- Infeções bacterianas, virais ou fúngicas em diferentes locais (trato respiratório,
urinário, gastrointestinal...), ligeiras a moderadas e normalmente reversíveis com
um tratamento apropriado.
Pouco frequentes:
- Sepsia grave com outras insuficiências viscerais.
- Septicemia.
Muito raros:
- Septicemia complicada e por vezes fatal.
Desconhecido:
- Sepsia neutropénica.
Doenças do sangue e do sistema linfático
Muito frequentes:
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- Depressão da medula óssea resultando principalmente em neutropenia (G3:
24,3%; G4: 27,8%), reversível dentro de 5 a 7 dias e não cumulativa ao longo do
tempo.
- Anemia (G3-4: 7,4%).
Frequentes:
- Trombocitopenia (G3-4: 2,5%) pode ocorrer mas raramente é grave.
Desconhecido:
- Neutropenia febril.
- Pancitopénia
Doenças do sistema imunitário
Desconhecido:
- Reações alérgicas sistémicas como anafilaxia, choque anafilático ou reação tipo
anafilactóide.
Doenças endócrinas
Desconhecido:
- Secreção inapropriada da hormona antidiurética (SIADH).
Doenças do metabolismo e da nutrição
Raros:
- Hiponatrémia grave.
Desconhecido:
- Anorexia.
Doenças do sistema nervoso
Muito frequentes:
- Doenças neurológicas (G 3-4: 2.7%) incluindo a perda dos reflexos nos tendões
profundos.
- Tem sido relatada fraqueza das extremidades inferiores após uma quimioterapia
prolongada.
Pouco frequentes:
- Parestesia grave com sintomas sensoriais e motores são pouco frequentes.
Estes sintomas são geralmente reversíveis.
Cardiopatias
Raros:
- Doença isquémica cardíaca (angina de peito, enfarte do miocárdio, por vezes fatal).
Muito raros:
- Taquicardia, palpitações e distúrbios do ritmo cardíaco.
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Vasculopatias
Pouco frequentes:
- Hipotensão, hipertensão, rubor e arrefecimento periférico.
Raros:
- Hipotensão grave, colapso.
Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino
Pouco frequentes:
- Dispneia e broncospasmos podem ocorrer quando o tratamento com vinorrelbina é
feito em simultâneo com outros alcaloides da vinca.
Raros:
- Doença pulmonar intersticial, por vezes fatal, tem sido relatada particularmente em
doentes tratados em simultâneo com vinorrelbina e mitomicina.
Doenças gastrointestinais
Muito frequentes:
- Estomatite (G1-4: 15% com vinorrelbina em monoterapia)
- Náuseas e vómitos (G1-2: 30.4% e G 3-4: 2.2%). O tratamento antiemético pode
reduzir a sua ocorrência.
- Obstipação é o principal sintoma (G3-4: 2.7%) que raramente evolui para íleo
paralítico
vinorrelbina
monoterapia
(G3-4:
4.1%)
tratamento
simultâneo de vinorrelbina com outros agentes quimioterápicos.
Frequentes:
- Diarreia normalmente ligeira a moderada, pode ocorrer.
Raros:
- Íleo paralítico, o tratamento pode ser retomado após a recuperação da mobilidade
normal do intestino.
- Pancreatite, têm sido relatados casos.
Alterações hepatobiliares
Muito frequentes:
- Alterações dos parâmetros da função hepática (G1-2) sem sintomas clínicos, foram
relatados (SGOT em 27.6% e SGPT em 29.3%).
Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos
Muito frequentes:
- Alopecia, normalmente de natureza ligeira, pode ocorrer (G3-4: 4.1% com
vinorrelbina em monoterapia).
Raros:
Reações
cutâneas
generalizadas
têm
sido
relatadas
utilização
vinorrelbina.
Desconhecido:
- Síndrome eritrodisestesia palmo-plantar.
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Afeções músculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos
Frequentes:
- Artralgia, incluindo dor no maxilar e mialgia.
Perturbações gerais e alterações no local da administração
Muito frequentes:
- Reações no local da injeção podem incluir eritema, dor no local da injeção,
descoloração da veia e flebite no local da injeção (G 3-4: 3.7% com vinorrelbina em
monoterapia)
Frequentes:
- Astenia, fadiga, febre, dor em locais diferentes incluindo no peito e no local do
tumor, têm sido relatados em doentes tratados com vinorrelbina.
Raros:
- Necrose local, tem sido observada. O adequado posicionamento da agulha ou
cateter e injeção em bólus, seguido de lavagem da veia utilizada pode limitar estes
efeitos.
Notificação de suspeitas de reações adversas
A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é
importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-
risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer
suspeitas de reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P.:
INFARMED, I.P.
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 71 40
Fax: +351 21 798 73 97
Sítio da internet:
http://extranet.infarmed.pt/page.seram.frontoffice.seramhomepage
E-mail:farmacovigilancia@infarmed.pt
4.9 Sobredosagem
Sintomas
A sobredosagem com Vinorrelbina Hikma pode originar hipoplasia da medula óssea,
por vezes associada a infeção, febre e íleo paralítico.
Procedimento de emergência
Medidas gerais de suporte, juntamente com transfusão de sangue, fatores de
crescimento e antibioticoterapia de largo espectro deve ser considerada necessária
pelo médico.
Antídoto
Não existe antídoto conhecido para a sobredosagem de Vinorrelbina Hikma.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
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5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo Farmacoterapêutico: 16.1.7 Citotóxicos que interferem pela tubulina.
Código ATC: L01 CA04 (Alcaloides da vinca e análogos).
Vinorrelbina Hikma é um antineoplásico da família dos alcaloides da vinca, mas
contrariamente aos outros alcaloides da vinca, a parte catarantina da vinorrelbina foi
estruturalmente modificada. A nível molecular atua sobre o equilíbrio dinâmico da
tubulina no sistema microtubular da célula. Inibe a polimerização da tubulina e liga-
se preferencialmente aos microtúbulos mitóticos, afetando os microtúbulos axonais
apenas em fortes concentrações. A indução da espiralização da tubulina é inferior à
produzida pela vincristina. A vinorrelbina bloqueia a mitose nas fases G2-M e
provoca a morte celular na interfase ou na mitose seguinte.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Os parâmetros farmacocinéticos de vinorrelbina foram avaliados no sangue.
Distribuição
O volume de distribuição no estado de equilíbrio é grande, com o valor médio de
21,2
l.kg-1 (intervalo: 7,5-39,7 l.Kg-1), indicando uma grande distribuição tecidular. A
vinorrelbina apresenta uma elevada afinidade para com as plaquetas e os linfócitos.
A ligação às proteínas plasmáticas é fraca (13,5%). No entanto, a vinorrelbina liga-
se fortemente às células sanguíneas e especialmente às plaquetas. 78% do total de
vinorrelbina fixada no sangue está associada às plaquetas e 4,8% aos linfócitos A
avaliação por meio de biópsias cirúrgicas pulmonares revelou uma significativa
retenção de vinorrelbina nos pulmões, mostrando uma concentração 300 vezes
maior que no plasma. Não se detetou vinorrelbina no sistema nervoso central.
Biotransformação
Todos os metabolitos da vinorrelbina resultam da isoforma CYP 3A4 dos citocromos
P450,
exceto
4-O-diacetilvinorrelbina,
provavelmente
obtido
ação
carboxilesterases. O 4- O-diacetilvinorrelbina é o único metabolito ativo e o principal
observado no sangue.
Não são encontrados conjugados do sulfato ou glucuronida.
Eliminação
A semivida terminal média da vinorrelbina é cerca de 40 horas. A depuração
sanguínea é elevada, aproximando-se do fluxo sanguíneo hepático e o seu valor
médio é 0,72 l.h-1.kg-1 (intervalo: 0,32-1,26 l.h-1.kg-1).
A eliminação renal é baixa (< 20% da dose intravenosa administrada) e consiste
principalmente em compostos aparentados. A excreção biliar é a principal via de
eliminação, tanto para os metabolitos como para a vinorrelbina inalterada, que é o
principal composto recuperado.
Grupos especiais de doentes
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INFARMED
Compromisso renal
Não foram avaliados os efeitos da insuficiência renal sobre a disponibilidade da
vinorrelbina. Contudo, devido à fraca eliminação renal, não está indicada a redução
da dose em caso de insuficiência renal.
Compromisso hepático
primeiro
estudo
referiu
efeitos
insuficiência
hepática
sobre
farmacocinética
vinorrelbina.
Este
estudo
realizado
doentes
metástases do fígado, devido ao cancro da mama, tendo concluído que só se
observou alteração na clearance média da vinorrelbina nos casos em que mais de 75
% do fígado estava envolvido.
Foi realizado um estudo farmacocinético de ajuste da dose, de fase I, em doentes
cancerosos
insuficiência
hepática:
doentes
insuficiência
moderada
(bilirrubina ≤ 2 x UNL e transaminases ≤ 5 x UNL) tratados com uma dose até 25
mg/m2
doentes
insuficiência
grave
(bilirrubina
>
e/ou
transaminases > 5 x UNL) tratados com uma dose até 20 mg/m2. Nestes dois
subgrupos de doentes, a clearance total média foi semelhante à dos doentes que
apresentavam
normal
funcionamento
função
hepática.
Portanto,
farmacocinética da vinorrelbina não é modificada em doentes que apresentam
insuficiência hepática grave ou moderada. Contudo, como medida de precaução, a
administração de uma dose reduzida de 20 mg/m2 e uma monitorização rigorosa dos
parâmetros hematológicos é recomendada nos doentes com insuficiência hepática
grave: ver secções 4.4 e 5.2.
Doentes idosos
Um estudo com vinorrelbina em pacientes idosos (≥ 70 anos) com cancro do pulmão
de não pequenas células (NSCLC) demonstrou que a farmacocinética da vinorrelbina
não é influenciada pela idade. No entanto, tendo em conta que os doentes idosos são
frágeis, devem ser tomadas precauções quando a dose de vinorrelbina é aumentada:
ver secção 4.2.
Relações farmacocinéticas/farmacodinâmicas
Demonstrou-se uma forte relação entre a exposição sanguínea a os decréscimos de
PMN ou leucócitos.
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Potencial mutagénico e carcinogénico
Nos estudos efetuados com animais, a vinorrelbina induziu aneuploidia e poliploidia.
Pode assumir-se que a vinorrelbina pode igualmente provocar efeitos genotóxicos
nos humanos (aneuploidia e poliploidia). Os resultados relativamente ao potencial
carcinogénico no ratinho e no rato foram negativos, mas foram apenas testadas
doses baixas.
Testes de toxicidade reprodutiva
Nos estudos de reprodução efetuados em animais, firam observados efeitos em
doses subterapêuticas. Observou-se toxicidade embrionária e fetal, tal como atraso
no crescimento intrauterino e atraso na ossificação.
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INFARMED
Foi observada teratogenicidade (fusão das vértebras, ausência de algumas costelas)
em doses tóxicas para a mãe. Além disso, a espermatogénese e as secreções da
próstata e da vesícula seminal foram reduzidas, mas a fertilidade nos ratos não
diminuiu.
Segurança farmacológica
estudos
de segurança
farmacológica
efetuados no
cão
macaco
não
revelaram efeitos adversos no sistema cardiovascular.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Água para preparações injetáveis e azoto.
6.2 Incompatibilidades
Vinorrelbina Hikma não deve ser diluída em soluções alcalinas por haver risco de
precipitação.
Este medicamento não deve ser misturado com outros medicamentos, com exceção
dos mencionados em 6.6.
6.3 Prazo de validade
O prazo de validade deste medicamento na sua embalagem de origem é de 3 anos.
Sob o ponto de vista microbiológico, após diluição em solução injetável de cloreto de
sódio a 0,9% ou solução injetável de glucose a 5%, o medicamento deve ser usado
imediatamente. O tempo de armazenagem e as condições de utilização são da
responsabilidade do utilizador e não deverá ser superior a 24 horas se guardado no
frigorífico (2ºC – 8ºC), em frasco de vidro neutro ou sacos de PVC, a menos que a
preparação tenha sido realizada em condições assépticas controladas e validadas.
6.4 Precauções especiais de conservação
Conservar a 2ºC – 8ºC (no frigorífico). Não congelar.
Conservar na embalagem de origem de modo a proteger da luz.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Vinorrelbina Hikma é acondicionada em frascos de vidro incolor (tipo I) de volume
apropriado fechados com rolha de bromobutilo e selados com uma cápsula de
alumínio com cobertura de plástico, para facilitar a abertura.
Vinorrelbina Hikma 10 mg/ml concentrado para solução para perfusão.
Embalagens com 1 e 10 frascos de 1 ml (10 mg/1 ml)
Embalagens com 1 e 10 frascos de 5 ml (50 mg/5 ml)
6.6 Precauções especiais de eliminação
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INFARMED
A preparação e a administração de Vinorrelbina Hikma devem ser realizadas por
pessoal experiente.
Durante a preparação dever-se-ão usar adequada proteção para os olhos, luvas
descartáveis, máscara facial e avental descartável. Os eventuais derramamentos ou
perdas deverão ser imediatamente limpos.
Dever-se-á evitar qualquer contacto com os olhos. Caso ocorra contacto, dever-se-á
fazer uma lavagem imediata com solução injetável de cloreto de sódio 9 mg/ml
(0.9%).
No final da preparação, todas as superfícies expostas deverão ser completamente
limpas, devendo ainda proceder-se à lavagem do rosto e das mãos.
Recomenda-se a administração de Vinorrelbina Hikma por perfusão durante 6 - 10
minutos após diluição em 20 – 50 ml de solução injetável de cloreto de sódio
9 mg/ml (0,9%) ou solução injetável de glucose 5%. A administração deve ser
sempre seguida da perfusão de pelo menos 250 ml de uma solução isotónica, para
lavagem da veia utilizada.
Vinorrelbina Hikma deve ser administrada estritamente por via intravenosa: é muito
importante certificar que a cânula está bem colocada na veia, antes de iniciar a
perfusão
Vinorrelbina
Hikma.
fármaco
extravasar
para
tecidos
circundantes, durante a administração, pode ocorrer uma considerável irritação local.
Neste caso, a administração deverá ser interrompida, a veia deverá ser lavada com
soro fisiológico e a dose remanescente deverá ser administrada noutra veia.
Em caso de extravasão e para reduzir o risco de flebite, dever-se-á proceder de
imediato à administração de um glucocorticoide por via intravenosa.
Qualquer medicamento não utilizado ou resíduos devem ser eliminados de acordo
com as exigências locais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Hikma Farmacêutica (Portugal), S.A.
Estrada do Rio da Mó, nº8, 8A e 8B - Fervença
2705-906 Terrugem SNT
Portugal
Tel.: 21 960 84 10
Fax.: 21 961 51 02
e-mail: geral@hikma.pt
8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Embalagem com 1 frasco de 1 ml
Registo nº 5102660
Embalagem com 10 frascos de 1 ml
Registo nº 5102678
Embalagem com 1 frasco de 5 ml
Registo nº 5102702
Embalagem com 10 frascos de 5 ml
Registo nº 5102710
DATA
PRIMEIRA
AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO
AUTORIZAÇÃO
INTRODUÇÃO NO MERCADO
APROVADO EM
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INFARMED
Data da primeira autorização: 09 de março de 2009
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO