Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
06-10-2019
06-10-2019
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Folheto informativo: Informação para o utilizador
Venlafaxina Labesfal 37,5 mg cápsulas de libertação prolongada
Venlafaxina Labesfal 75 mg cápsulas de libertação prolongada
Venlafaxina Labesfal150 mg cápsulas de libertação prolongada
Venlafaxina, cloridrato
Leia com atenção todo este folheto antes de começar a tomar este medicamento pois
contém informação importante para si.
- Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente.
- Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
- Este medicamento foi receitado apenas para si. Não deve dá-lo a outros. O
medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sinais de
doença.
- Se tiver quaisquer efeitos indesejáveis, incluindo possíveis efeitos indesejáveis não
indicados neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico. Ver secção 4.
O que contém este folheto:
1. O que é Venlafaxina Labesfal e para que é utilizado
2. O que precisa de saber antes de tomar Venlafaxina Labesfal
3. Como tomar Venlafaxina Labesfal
4. Efeitos indesejáveis possíveis
5. Como conservar Venlafaxina Labesfal
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
1. O que é Venlafaxina Labesfal e para que é utilizado
Venlafaxina Labesfal contém a substância ativa venlafaxina.
Venlafaxina Labesfal é um medicamento antidepressivo que pertence a uma classe
medicamentos
designados
inibidores
recaptação
serotonina
norepinefrina (IRSNs). Esta classe de medicamentos é utilizada para tratar a
depressão e outras doenças tais como as perturbações de ansiedade. Pensa-se que
as pessoas deprimidas e/ou ansiosas têm níveis baixos de serotonina e noradrenalina
no cérebro. Não se sabe ainda completamente como atuam os antidepressivos, mas
estes podem ajudar a tratar estes doentes através do aumento dos níveis de
serotonina e de noradrenalina no cérebro.
Venlafaxina Labesfal está indicado para o tratamento de adultos com depressão. Está
também indicado para o tratamento de adultos com as seguintes perturbações de
ansiedade: perturbação de ansiedade generalizada, perturbação de ansiedade social
(medo ou comportamentos de fuga de situações sociais) e perturbação de pânico
(ataques de pânico). O tratamento adequado da depressão ou das perturbações de
ansiedade é importante para que se sinta melhor. Se não tratar esta doença, esta
pode não desaparecer e pode tornar-se mais grave e mais difícil de tratar.
2. O que precisa de saber antes de tomar Venlafaxina Labesfal
Não tome Venlafaxina Labesfal:
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- Se tem alergia à venlafaxina ou a qualquer outro componente deste medicamento
(indicados na secção 6).
- Se está também a tomar, ou tomou nos últimos 14 dias, quaisquer medicamentos
conhecidos como inibidores da monoamina-oxidase irreversíveis (IMAOs), utilizados
para tratar a depressão ou a doença de Parkinson. Tomar um IMAO irreversível com
Venlafaxina Labesfal, pode causar efeitos indesejáveis graves ou mesmo colocar a
vida em perigo. De igual modo, deve esperar, pelo menos, 7 dias após a interrupção
de Venlafaxina Labesfal antes de tomar qualquer medicação contendo IMAO (ver
também a secção “Outros medicamentos e Venlafaxina Labesfal” e a informação
nesta secção sobre “Síndrome Serotoninérgica”).
Advertências e precauções
Fale com o seu médico ou farmacêutico antes de tomar Venlafaxina Labesfal:
- Se está a tomar outros medicamentos que, tomados ao mesmo tempo que
Venlafaxina
Labesfal,
podem
aumentar
risco
desenvolver
síndrome
serotoninérgica (ver a secção “Outros medicamentos e Venlafaxina Labesfal”).
- Se tem problemas de olhos, nomeadamente certos tipos de glaucoma (tensão
intraocular aumentada).
- Se tem antecedentes de tensão arterial elevada.
- Se tem antecedentes de problemas de coração.
- Se lhe foi dito que tem problemas no ritmo do coração
- Se tem antecedentes de síncopes (convulsões).
- Se tem antecedentes de níveis baixos de sódio no sangue (hiponatremia).
- Se tem tendência para ter nódoas negras ou para ter facilmente hemorragias
(antecedentes de perturbações hemorrágicas), ou se está a tomar medicamentos
que possam aumentar o risco de hemorragia, por exemplo, varfarina (usada para
prevenir coágulos de sangue).
- Se tem antecedentes ou se tem familiares com antecedentes de mania ou doença
bipolar (sentimento de sobre-excitação ou euforia).
- Se tem antecedentes de comportamento agressivo.
Venlafaxina Labesfal pode causar uma sensação de agitação ou incapacidade de se
sentar ou de permanecer em repouso durante as primeiras semanas de tratamento.
Se isto lhe acontecer deverá informar o seu médico.
Pensamentos relacionados com o suicídio e agravamento da sua depressão ou
perturbações de ansiedade
Se se encontra deprimido e/ou tem uma perturbação de ansiedade poderá por vezes
pensar em se autoagredir ou até suicidar. Estes pensamentos podem aumentar no
início do tratamento com antidepressivos, pois estes medicamentos necessitam de
tempo para atuarem. Normalmente os efeitos terapêuticos demoram cerca de duas
semanas a fazerem-se sentir mas por vezes podem demorar mais tempo.
Poderá estar mais predisposto a ter este tipo de pensamentos nas seguintes
situações:
- Se tem antecedentes de ter pensamentos acerca de se suicidar ou se autoagredir.
- Se é um jovem adulto. A informação proveniente de estudos clínicos revelou um
maior risco de comportamento suicida em adultos jovens (com menos de 25 anos)
com problemas psiquiátricos tratados com antidepressivos.
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Se em qualquer momento pensar em se autoagredir ou suicidar, deverá contactar o
seu médico ou dirigir-se imediatamente ao hospital.
Poderá ser útil para si contar a uma pessoa próxima de si ou a um familiar que se
encontra deprimido ou que tem uma perturbação de ansiedade e dar-lhes este
folheto a ler. Poderá também pedir-lhes que o informem caso verifiquem um
agravamento do seu estado de depressão ou ansiedade, ou se ficarem preocupados
com alterações no seu comportamento.
Boca seca
Foi notificada boca seca em 10% dos doentes tratados com venlafaxina. Esta pode
aumentar o risco de cáries. Portanto, deve tomar cuidados especiais com a higiene
dentária.
Diabetes
Pode haver alteração dos seus níveis de glucose devido ao Venlafaxina Labesfal.
Desta
forma,
pode
necessário
ajustar
dose
seus
medicamentos
antidiabéticos.
Os chamados IRSN/ISRS podem causar sintomas de disfunção sexual (ver secção 4).
Em alguns casos, estes sintomas persistiram após a suspensão do tratamento.
Crianças e adolescentes
Venlafaxina Labesfal não deve normalmente ser utilizado por crianças e adolescentes
com idade inferior a 18 anos. Importa igualmente assinalar que os doentes com
idade inferior a 18 anos correm maior risco de sofrerem efeitos indesejáveis tais
como, tentativa de suicídio, ideação suicida e hostilidade (predominantemente
agressividade, comportamento de oposição e cólera) quando tomam medicamentos
desta classe. Apesar disso, o médico poderá prescrever este medicamento a doentes
com idade inferior a 18 anos quando decida que é para o seu melhor interesse. Se o
seu médico prescreveu este medicamento para um doente com menos de 18 anos e
gostaria de discutir esta questão, queira voltar a contactá-lo. Deverá informar o seu
médico se algum dos sintomas acima mencionados se desenvolver ou piorar quando
doentes com menos de 18 anos estejam a tomar Venlafaxina Labesfal. Além disso,
não foram ainda demonstrados os efeitos de segurança a longo prazo no que
respeita
crescimento,
maturação
desenvolvimento
cognitivo
comportamental deste medicamento neste grupo etário.
Outros medicamentos e Venlafaxina Labesfal
Informe
médico
farmacêutico
estiver
tomar,
tiver
tomado
recentemente, ou se vier a tomar outros medicamentos.
O seu médico deverá decidir se pode tomar Venlafaxina Labesfal com outros
medicamentos.
Não comece nem pare de tomar quaisquer medicamentos, incluindo medicamentos
obtidos sem receita médica, e medicamentos naturais ou à base de plantas, antes de
falar com o seu médico ou farmacêutico.
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- Inibidores da monoamina-oxidase, usados para o tratamento da depressão ou da
doença de Parkinson, não devem ser tomados com Venlafaxina Labesfal. Fale com o
seu médico se tiver tomado estes medicamentos nos últimos 14 dias (IMAOs: ver a
secção “O que precisa de saber antes de tomar Venlafaxina Labesfal”).
- Síndrome serotoninérgica:
Uma condição que pode, potencialmente, colocar a vida em perigo ou reações do
tipo Síndrome Neuroléptica Maligna (SNM) (ver a secção ”Efeitos indesejáveis
possíveis”), pode ocorrer com o tratamento com venlafaxina, em particular quando
tomado juntamente com outros medicamentos. Exemplos destes medicamentos
incluem:
- Triptanos (utilizados para enxaquecas)
- Outros medicamentos para tratar a depressão, como por exemplo IRSN, ISRSs,
tricíclicos, ou medicamentos contendo lítio
- Medicamentos contendo linezolida, um antibiótico (usado para tratar infeções)
- Medicamentos contendo moclobemida, um IMAO (usado para tratar a depressão)
- Medicamentos contendo sibutramina (usado para perder peso)
- Medicamentos contendo tramadol, fentanilo, tapentadol, petidina ou pentazocina
(usados para tratar dor grave)
- Medicamentos contendo dextrometorfano (usado para tratar tosse)
- Medicamentos contendo metadona (usada para tratar dependência de opióides ou
dor grave)
- Medicamentos contendo azul-de-metileno (usado para tratar níveis elevados de
meta-hemoglobina no sangue)
- Produtos contendo hipericão (também designado como Hypericum perforatum, um
medicamento natural ou à base de plantas utilizado para tratar a depressão ligeira)
- Produtos contendo triptofano (utilizado para problemas tais como distúrbios de
sono e depressão)
- Antipsicóticos (usados no tratamento de uma doença que apresenta sintomas como
ouvir, ver ou sentir coisas que não existem, alucinações, suspeição invulgar,
raciocínio pouco claro e retraimento)
Os sinais e sintomas da síndrome serotoninérgica podem incluir combinações de
efeitos, tais como: agitação, alucinações, descoordenação, ritmo cardíaco acelerado,
aumento da temperatura corporal, alterações rápidas da tensão arterial, reflexos
muito reativos, diarreia, coma, náuseas, vómitos.
Na sua forma mais grave, a síndrome serotoninérgica pode assemelhar-se à
Síndrome Neuroléptica Maligna (SNM). Os sinais e sintomas da SNM podem incluir
associação
febre,
batimento
cardíaco
acelerado,
transpiração,
rigidez
muscular grave, confusão, aumento das enzimas musculares (determinado por um
exame ao sangue).
Informe o seu médico imediatamente ou dirija-se ao serviço de urgências do hospital
mais próximo se pensa que pode estar a sofrer de síndrome serotoninérgica.
Deve informar o seu médico se estiver a tomar medicamentos que afetam o ritmo do
seu coração.
Exemplos destes medicamentos incluem:
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- Antiarrítmicos tais como quinidina, amiodarona, sotalol ou dofetilida (para tratar o
ritmo anómalo do coração)
- Antipsicóticos tais como tioridazina (ver também a informação acima sobre
Síndrome serotoninérgica)
- Antibióticos tais como eritromicina ou moxifloxacina (usados para tratar infeções
bacterianas)
- Antihistamínicos (usados para tratar alergias)
Os medicamentos seguintes podem também interagir com Venlafaxina Labesfal e
devem ser usados com precaução. É muito importante informar o seu médico ou
farmacêutico no caso de estar a tomar medicamentos que contêm:
- Cetoconazole (um medicamento antifúngico)
- Haloperidol ou risperidona (para tratar problemas psiquiátricos)
- Metoprolol (um bloqueador beta para tratar problemas de tensão arterial elevada e
de coração)
Venlafaxina Labesfal com alimentos, bebidas e álcool
Venlafaxina Labesfal deve ser tomado com alimentos (ver a secção 3 “Como tomar
Venlafaxina Labesfal”).
Deve evitar tomar bebidas alcoólicas enquanto estiver a tomar Venlafaxina Labesfal.
Gravidez e amamentação
Se está grávida ou a amamentar, se pensa estar grávida ou planeia engravidar,
consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar este medicamento. Deverá
tomar Venlafaxina Labesfal apenas depois de discutir com o seu médico os benefícios
potenciais e os riscos potenciais para o feto.
Certifique-se que o seu médico e/ou pessoal de enfermagem sabem que está a
tomar
Venlafaxina
Labesfal.
Quando
tomados
durante
gravidez,
fármacos
semelhantes (ISRSs) podem aumentar o risco de uma situação grave nos bebés
chamada hipertensão pulmonar persistente no recém-nascido (HPPRN), que faz com
que o bebé respire mais rapidamente e que pareça azulado. Estes sintomas
começam habitualmente durante as primeiras 24 horas após o nascimento. Se isto
acontecer ao seu bebé deverá contactar o seu médico e/ou pessoal de enfermagem
imediatamente.
Se está a tomar este medicamento durante a gravidez, para além de problemas com
a respiração, o seu bebé pode apresentar outros sintomas após o parto tais como
dificuldades na alimentação. Se o seu bebé apresenta estes sintomas depois do
nascimento e se está preocupada, deverá contactar o seu médico e/ou pessoal de
enfermagem que serão capazes de a aconselhar
Venlafaxina Labesfal passa para o leite materno. Existe um risco de poder afetar o
bebé. Assim, deverá discutir o assunto com o seu médico que decidirá se deve
interromper a amamentação ou o tratamento com este medicamento.
Condução de veículos e utilização de máquinas
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Não conduza nem utilize quaisquer instrumentos ou máquinas até saber como este
medicamento o afeta.
Venlafaxina Labesfal 150 mg contém sódio.
Venlafaxina Labesfal 150 mg contém menos do que 1 mmol (23 mg) de sódio por
cápsula, ou seja é praticamente “isento de sódio”.
Venlafaxina Labesfal 150 mg contém Amarelo sunset (E110). Pode causar reações
alérgicas.
3. Como tomar Venlafaxina Labesfal
Tome sempre este medicamento de acordo com o indicado pelo seu médico. Fale
com o seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.
A dose inicial habitualmente recomendada para o tratamento da depressão, da
perturbação de ansiedade generalizada e da perturbação de ansiedade social é de
75 mg por dia. A dose pode ser aumentada gradualmente pelo seu médico e, se
necessário, pode atingir uma dose máxima de 375 mg por dia no caso de depressão.
Se está a receber tratamento para perturbação de pânico, o seu médico receitará
uma dose inicial mais baixa (37,5 mg) e de seguida aumentará gradualmente a
dose. A dose máxima para a perturbação de ansiedade generalizada, a perturbação
de ansiedade social e a perturbação de pânico é de 225 mg/dia.
Tome Venlafaxina Labesfal aproximadamente à mesma hora do dia, de manhã ou à
noite. As cápsulas devem ser engolidas inteiras com um líquido, e não deve abrir,
esmagar, mastigar ou dissolver as cápsulas.
Venlafaxina Labesfal deve ser tomado com alimentos.
Se sofre de problemas de fígado ou de rim, fale com o seu médico, uma vez que a
dose deste medicamento poderá ter de ser ajustada.
Não interrompa o tratamento com este medicamento sem falar com o seu médico
(ver a secção “Se parar de tomar Venlafaxina Labesfal”).
Se tomar mais Venlafaxina Labesfal do que deveria
Caso tenha tomado uma quantidade deste medicamento mais elevada do que a
receitada pelo seu médico, deverá contactar imediatamente o seu médico ou
farmacêutico.
Os sintomas de uma possível sobredosagem podem incluir ritmo cardíaco acelerado,
alterações do nível de alerta (desde a sonolência ao coma), visão enevoada,
convulsões ou desmaios, e vómitos.
Caso se tenha esquecido de tomar Venlafaxina Labesfal
Se se esqueceu de tomar uma dose, tome essa dose logo que se lembrar. Contudo,
se já for altura de tomar a dose seguinte, não tome a dose esquecida e tome apenas
uma dose como normalmente. Não tome uma dose a dobrar para compensar uma
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dose que se esqueceu de tomar. Não tome mais do que a quantidade de Venlafaxina
Labesfal diária que lhe foi receitada num dia.
Se parar de tomar Venlafaxina Labesfal
Não interrompa o tratamento nem reduza a dose sem o conselho do seu médico
mesmo que se sinta melhor. Se o seu médico pensa que não necessita de continuar
a tomar Venlafaxina Labesfal, poderá pedir-lhe para reduzir a dose lentamente antes
de parar o tratamento. Podem ocorrer efeitos indesejáveis nos indivíduos que param
de tomar este medicamento, especialmente quando o tratamento é interrompido
subitamente ou a dose é reduzida demasiado rapidamente. Algumas pessoas podem
sentir sintomas tais como fadiga, tonturas, vertigens, dores de cabeça, perturbações
do sono, pesadelos, secura de boca, perda de apetite, náuseas, diarreia, nervosismo,
agitação, confusão, zumbidos nos ouvidos, sensação de formigueiro ou raramente de
choque elétrico, fraqueza, sudação, convulsões ou sintomas gripais.
O seu médico aconselhá-lo-á sobre o modo de suspender gradualmente o tratamento
com Venlafaxina Labesfal. No caso de sentir algum destes ou outros sintomas que o
deixem preocupado, peça aconselhamento adicional ao seu médico.
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu
médico ou farmacêutico.
4. Efeitos indesejáveis possíveis
Como todos os medicamentos, este medicamento pode causar efeitos indesejáveis,
embora estes não se manifestem em todas as pessoas.
No caso de sentir qualquer dos efeitos seguintes, não continue a tomar Venlafaxina
Labesfal. Contacte imediatamente o seu médico ou dirija-se às urgências do hospital
mais próximo.
Pouco frequentes (podem afetar até 1 em 100 pessoas)
- Inchaço da face, boca, língua, garganta, mãos ou pés, e/ou erupção na pele com
manchas elevadas e comichão (urticária), dificuldade em engolir ou respirar.
Raros (podem afetar até 1 em 1.000 pessoas)
- Aperto no peito, respiração ruidosa, dificuldade em engolir ou respirar.
- Erupção grave na pele, comichão ou urticária (manchas elevadas de pele de cor
vermelha ou pálida, frequentemente acompanhadas de comichão).
- Sinais e sintomas da síndrome serotoninérgica, que podem incluir agitação,
alucinações, descoordenação, ritmo cardíaco acelerado, aumento da temperatura
corporal, alterações rápidas da tensão arterial, reflexos muito reativos, diarreia,
coma, náuseas, vómitos.
Na sua forma mais grave, a síndrome serotoninérgica pode assemelhar-se à
Síndrome Neuroléptica Maligna (SNM). Os sinais e sintomas da SNM podem incluir
associação
febre,
batimento
cardíaco
acelerado,
transpiração,
rigidez
muscular grave, confusão, aumento das enzimas musculares (determinado por um
exame ao sangue).
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- Sinais de infeção, tais como temperatura alta, arrepios, calafrios, dores de cabeça,
transpiração,
sintomas
semelhantes
gripe.
Estes
sintomas
podem
causados por uma doença do sangue que provoca um aumento do risco de infeção.
- Erupção grave da pele, que pode originar uma reação grave de formação de bolhas
e de exfoliação da pele.
- Dor, hipersensibilidade ou fraqueza musculares inexplicáveis. Pode ser um sinal de
rabdomiólise.
Outros efeitos indesejáveis que devem ser comunicados ao seu médico incluem (a
frequência destes efeitos indesejáveis está incluída na lista abaixo "Outros efeitos
indesejáveis que podem ocorrer"):
Tosse,
respiração
ruidosa
e falta
ar que
podem
acompanhadas
temperatura elevada
- Fezes escuras (cor de carvão) ou sangue nas fezes
- Comichão, olhos ou pele amarelados, ou urina escura, que podem ser sintomas de
inflamação do fígado (hepatite)
- Problemas de coração, tais como ritmo cardíaco acelerado ou irregular, aumento da
tensão arterial
- Problemas dos olhos, tais como visão enevoada e pupilas dilatadas
- Problemas de nervos, tais como tonturas, sensação de formigueiro, perturbações
dos movimentos (espasmos ou rigidez musculares), convulsões ou desmaios
- Problemas psiquiátricos, tais como hiperatividade e sensação invulgar de grande
excitação
- Efeitos da interrupção do tratamento (ver a secção “Como utilizar Venlafaxina
Labesfal”, “Se parar de tomar Venlafaxina Labesfal”)
- Hemorragia prolongada – se se cortar ou magoar, a hemorragia poderá levar um
pouco mais de tempo a parar.
Não se preocupe se vir pequenos grânulos brancos ou bolas brancas nas fezes depois
de tomar este medicamento. Dentro das cápsulas de Venlafaxina Labesfal existem
umas pequenas esferas (pequenas bolas brancas) que contêm a substância ativa
(venlafaxina). Estas esferas são libertadas a partir da cápsula no seu estômago. Uma
vez que estas esferas viajam ao longo do seu estômago e intestinos, a venlafaxina é
libertada lentamente. A “concha” esférica não se dissolve e é eliminada nas suas
fezes. Assim, mesmo que observe as pequenas esferas nas fezes, a sua dose de
medicamento foi absorvida.
Outros efeitos indesejáveis que podem ocorrer
Muito frequentes (podem afetar mais do que 1 em 10 pessoas)
- Tonturas; dores de cabeça; sonolência
- Insónia
- Náuseas; boca seca; obstipação (prisão de ventre)
- Sudação (incluindo suores noturnos)
Frequentes (podem afetar até 1 em 10 pessoas)
- Diminuição do apetite
- Confusão; sentimento de estar separado de si mesmo; ausência de orgasmo;
diminuição da líbido; agitação; nervosismo; sonhos anómalos
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- Tremores; sensação de agitação ou incapacidade de se sentar ou de permanecer
em repouso; sensação de formigueiro; alteração do paladar; aumento do tónus
muscular
- Perturbações visuais, incluindo visão enevoada; pupilas dilatadas; incapacidade
ocular de mudar automaticamente a focagem de objetos à distância para objetos ao
perto
- Zumbidos nos ouvidos (acufeno)
- Batimento cardíaco alterado; palpitações
- Aumento da tensão arterial; rubor
- Falta de ar; bocejos
- Vómitos, diarreia
- Erupção na pele ligeira; comichão
- Aumento da frequência da micção; incapacidade de urinar; dificuldade em urinar
- Irregularidades menstruais tais como aumento da hemorragia ou hemorragia
aumentada e irregular; alterações da ejaculação/orgasmo (homens); disfunção erétil
(impotência)
- Fraqueza (astenia); fadiga; arrepios
- Aumento de peso, diminuição de peso
- Aumento do colesterol
Pouco frequentes (podem afetar até 1 em 100 pessoas)
- Atividade excessiva, pensamentos acelerados e diminuição da necessidade de
dormir (mania)
- Alucinações; sentimento de estar separado da realidade; alterações do orgasmo;
ausência de sentimentos ou emoções; sentimento de grande excitação; ranger dos
dentes
- Desmaio; movimentos involuntários dos músculos; problemas de coordenação e
equilíbrio
- Sentir tonturas (em particular, quando se levanta demasiado depressa); diminuição
da tensão arterial
- Vomitar sangue, fezes cor de carvão ou sangue nas fezes, o que pode ser sinal de
hemorragia interna
- Sensibilidade à luz do sol; nódoas negras; perda de cabelo anómala
- Incapacidade de controlar a urina
- Rigidez, espasmos e movimentos involuntários dos músculos
- Alterações ligeiras dos resultados dos testes das enzimas do fígado no sangue
Raros (podem afetar até 1 em 1.000 pessoas)
- Convulsões ou desmaios
Tosse,
respiração
ruidosa
e falta
ar que
podem
acompanhadas
temperatura elevada
- Desorientação e confusão frequentemente acompanhadas de alucinações (delírio)
- Ingestão excessiva de água (conhecida como síndrome da secreção inadequada de
hormona antidiurética)
- Diminuição dos níveis de sódio no sangue
- Dor grave nos olhos e visão diminuída ou enevoada
- Batimento cardíaco anómalo, rápido ou irregular, que pode levar a desmaios
- Dores abdominais ou das costas graves (podendo ser indicativas de problemas
graves do intestino, fígado ou pâncreas)
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- Comichão, olhos ou pele amarelados, urina escura ou sintomas gripais, que podem
ser sintomas de inflamação do fígado (hepatite)
Muito raros (podem afetar até 1 em 10.000 pessoas)
- Hemorragia prolongada, que pode ser um sinal de número reduzido de plaquetas
no sangue, o que aumenta o risco de hematomas ou hemorragias
- Produção anómala de leite
- Hemorragia inesperada, por exemplo, hemorragia das gengivas, sangue na urina
ou nos vómitos, ou aparecimento de nódoas negras inesperadas ou derrame de
vasos sanguíneos (derrame das veias)
Frequência desconhecida (não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis)
- Ideação suicida e comportamentos suicidas; foram notificados casos de ideação
suicida e comportamentos suicidas durante o tratamento com venlafaxina, ou logo
após a interrupção do tratamento (ver secção 2 “O que precisa de saber antes de
tomar Venlafaxina Labesfal”)
- Agressividade
- Vertigens
Venlafaxina Labesfal pode causar efeitos indesejáveis de que não se dá conta, tais
como aumentos da tensão arterial ou ritmo cardíaco anómalo; alterações ligeiras nos
níveis sanguíneos das enzimas do fígado, sódio ou colesterol. Mais raramente,
Venlafaxina Labesfal pode diminuir a função das plaquetas no sangue, levando a um
aumento do risco de nódoas negras e hemorragias. Assim, o seu médico poderá
pedir para fazer, ocasionalmente, análises de sangue, em particular se está a fazer
tratamento com Venlafaxina Labesfal durante um período prolongado.
Comunicação de efeitos indesejáveis
Se tiver quaisquer efeitos indesejáveis, incluindo possíveis efeitos indesejáveis não
indicados neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico ou enfermeiro.
Também poderá comunicar efeitos indesejáveis diretamente ao INFARMED, I.P.
através dos contactos abaixo. Ao comunicar efeitos indesejáveis, estará a ajudar a
fornecer mais informações sobre a segurança deste medicamento.
Sítio
internet:
http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram
(preferencialmente) ou através dos seguintes contactos:
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
5. Como conservar Venlafaxina Labesfal
Conservar a temperatura inferior a 25º C.
Manter este medicamento fora da vista e do alcance das crianças.
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Não utilize este medicamento após o prazo de validade impresso na embalagem
exterior. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado.
Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico.
Pergunte ao seu farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza.
Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
Qual a composição de Venlafaxina Labesfal
A substância ativa é a venlafaxina.
Venlafaxina Labesfal 37,5 mg:
Cada
cápsula
libertação
prolongada
contém
42,45
cloridrato
venlafaxina, equivalente a 37,5 mg de venlafaxina base livre.
Os outros componentes são:
Celulose microcristalina (PH102), Povidona (Plasdone K-90 D), Talco, Sílica coloidal
anidra, Estearato de magnésio, Etilcelulose (E462) e Copovidona;
Cápsula de Gelatina com dióxido de titânio (E171), Óxido de ferro negro (E172),
Óxido de ferro vermelho (E172), Óxido de ferro amarelo (E172) e Tinta de impressão
vermelha (Red SB-1033 Tek)
Venlafaxina Labesfal 75 mg:
Cada cápsula de libertação prolongada contém 84,9 mg de cloridrato de venlafaxina,
equivalente a 75 mg de venlafaxina base livre.
Os outros componentes são:
Celulose microcristalina (PH102), Povidona (Plasdone K-90 D), Talco, Sílica coloidal
anidra, Estearato de magnésio, Etilcelulose (E462) e Copovidona;
Cápsula de Gelatina com dióxido de titânio (E171), Óxido de ferro negro (E172),
Óxido de ferro vermelho (E172) e Tinta de impressão vermelha (Red SB-1033 Tek)
Venlafaxina Labesfal150 mg:
Cada
cápsula
libertação
prolongada
contém
169,8
cloridrato
venlafaxina, equivalente a 150 mg de venlafaxina base livre.
Os outros componentes são:
Celulose microcristalina (PH102), Povidona (Plasdone K-90 D), Talco, Sílica coloidal
anidra, Estearato de magnésio, Etilcelulose (E462) e Copovidona;
Cápsula de Gelatina com dióxido de titânio (E171), Azul brilhante E133, FD&c Red
#40, Amarelo-sunset (E110) e Tek print SB-0007P.
Qual o aspeto de Venlafaxina Labesfal e conteúdo da embalagem
Cápsulas de 37,5 mg: cápsula de cor cinza claro opaco e cor de pêssego opaco, com
dois anéis de cor vermelha impressos no corpo e na cabeça da cápsula.
Cápsulas de 75 mg: cápsula de cor de pêssego opaco, com dois anéis de cor
vermelha impressos no corpo e na cabeça da cápsula.
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06-10-2019
INFARMED
Cápsulas de 150 mg: cápsula de cor laranja escuro, com dois anéis de cor branca
impressos no corpo e na cabeça da cápsula.
Cada embalagem de Venlafaxina Labesfal de 37,5 mg, 75 mg e 150 mg contém 10,
20, 30 ou 60 cápsulas de libertação prolongada.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
Titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante
Titular da Autorização de Introdução no Mercado
Generis® Farmacêutica, S.A.
Rua João de Deus, 19
2700-487 Amadora
Portugal
Fabricantes
Tecnimede – Sociedade Técnico-Medicinal, SA
Quinta de Cerca, Caixaria
2565-187 Dois Portos
Portugal
Labesfal – Laboratórios Almiro, S.A.
Zona Industrial do Lagedo,
3465-157 Santiago de Besteiros
Portugal
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INFARMED
RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
Venlafaxina Labesfal 37,5 mg cápsulas de libertação prolongada
Venlafaxina Labesfal 75 mg cápsulas de libertação prolongada
Venlafaxina Labesfal150 mg cápsulas de libertação prolongada
Venlafaxina, cloridrato
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Venlafaxina Labesfal 37,5 mg cápsulas de libertação prolongada:
Cada
cápsula
libertação
prolongada
contém
42,45
cloridrato
venlafaxina, equivalente a 37,5 mg de venlafaxina base livre.
Venlafaxina Labesfal 75 mg cápsulas de libertação prolongada:
Cada cápsula de libertação prolongada contém 84,9 mg de cloridrato de venlafaxina,
equivalente a 75 mg de venlafaxina base livre.
Venlafaxina Labesfal150 mg cápsulas de libertação prolongada:
Cada
cápsula
libertação
prolongada
contém
169,8
cloridrato
venlafaxina, equivalente a 150 mg de venlafaxina base livre.
Cada cápsula de libertação prolongada de Venlafaxina Labesfal 150 mg contém
0,396 mg de Amarelo sunset (E110).
Cada cápsula de libertação prolongada de Venlafaxina Labesfal 150 mg contém
0,040 mg de sódio sob a forma de Amarelo sunset (E110) e 0,018 mg de sódio sob a
forma de FD&C Red N 40.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Cápsula de libertação prolongada.
Cápsulas de 37,5 mg: cápsula de cor cinza claro opaco e cor de pêssego opaco, com
dois anéis de cor vermelha impressos no corpo e na cabeça da cápsula.
Cápsulas de 75 mg: cápsula de cor de pêssego opaco, com dois anéis de cor
vermelha impressos no corpo e na cabeça da cápsula.
Cápsulas de 150 mg: cápsula de cor laranja escuro, com dois anéis de cor branca
impressos no corpo e na cabeça da cápsula.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
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INFARMED
Tratamento de episódios depressivos major.
Prevenção da recorrência de episódios depressivos major.
Tratamento da perturbação de ansiedade generalizada.
Tratamento da perturbação de ansiedade social.
Tratamento da perturbação de pânico, com ou sem agorafobia.
4.2 Posologia e modo de administração
Posologia
Episódios depressivos major
A dose inicial recomendada de venlafaxina de libertação prolongada é de 75 mg
administrados uma vez por dia. Os doentes que não respondam a uma dose inicial
de 75 mg/dia poderão beneficiar de aumentos da dose até uma dose máxima de
375 mg/dia.
aumentos
dose
podem
efetuados
intervalos
2 semanas ou mais. Se justificado clinicamente pela gravidade dos sintomas, os
aumentos das doses podem ser efetuados com intervalos mais frequentes, mas
nunca inferiores a 4 dias.
Dado o risco de efeitos adversos relacionados com a dose, os aumentos da dose
devem ser feitos apenas após avaliação clínica (ver secção 4.4). Deve ser mantida a
dose efetiva mais baixa.
Os doentes devem receber tratamento durante um período de tempo suficiente,
geralmente durante vários meses ou mais. O tratamento deve ser reavaliado
periodicamente, caso a caso. Pode ser apropriado o tratamento prolongado para a
prevenção da recorrência de episódios depressivos major (EDM). Na maioria dos
casos, a dose recomendada na prevenção de EDM é idêntica à utilizada para tratar o
episódio atual.
Deve continuar-se a utilização de medicamentos antidepressivos pelo menos seis
meses após a remissão.
Perturbação de ansiedade generalizada
A dose inicial recomendada de venlafaxina de libertação prolongada é de 75 mg,
administrados uma vez por dia. Os doentes que não respondam a uma dose inicial
de 75 mg/dia poderão beneficiar de aumentos da dose até uma dose máxima de
225 mg/dia. Os aumentos da dose podem ser efetuados com intervalos de 2
semanas ou mais.
Dado o risco de efeitos adversos relacionados com a dose, os aumentos da dose
devem ser feitos apenas após avaliação clínica (ver secção 4.4). Deve ser mantida a
dose efetiva mais baixa.
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Os doentes devem receber tratamento durante um período de tempo suficiente,
geralmente durante vários meses ou mais. O tratamento deve ser reavaliado,
periodicamente, caso a caso.
Perturbação de ansiedade social
dose
recomendada
venlafaxina
libertação
prolongada
75 mg,
administrados uma vez por dia. Não existe evidência de que doses mais elevadas
possam conferir um benefício adicional.
Contudo,
doente
individualmente
não
responder
dose
inicial
75 mg/dia, poderão considerar-se aumentos da dose até uma dose máxima de
225 mg/dia. Os aumentos da dose podem ser efetuados com intervalos de 2
semanas ou mais.
Dado o risco de efeitos adversos relacionados com a dose, os aumentos da dose
devem ser feitos apenas após a avaliação clínica (ver secção 4.4). Deve ser mantida
a dose efetiva mais baixa.
Os doentes devem receber tratamento durante um período de tempo suficiente,
geralmente durante vários meses ou mais. O tratamento deve ser reavaliado,
periodicamente, caso a caso.
Perturbação de pânico
Recomenda-se a utilização de uma dose de 37,5 mg/dia de venlafaxina de libertação
prolongada durante 7 dias. A dose deve então ser aumentada para 75 mg/dia. Os
doentes que não respondam a uma dose de 75 mg/dia poderão beneficiar de
aumentos da dose até 225 mg/dia. Os aumentos da dose podem ser efetuados com
intervalos de 2 semanas ou mais.
Dado o risco de efeitos adversos relacionados com a dose, os aumentos da dose
devem ser feitos apenas após avaliação clínica (ver secção 4.4). Deve ser mantida a
dose efetiva mais baixa.
Os doentes devem receber tratamento durante um período de tempo suficiente,
geralmente durante vários meses ou mais. O tratamento deve ser reavaliado,
periodicamente, caso a caso.
Doentes idosos
Com base apenas na idade não se consideram necessárias alterações específicas da
posologia habitual de venlafaxina. Contudo, recomenda-se precaução no tratamento
dos idosos (por exemplo, devido à possibilidade de compromisso renal e de
alterações potenciais da sensibilidade e afinidade da neurotransmissão que ocorrem
com o envelhecimento). Deve utilizar-se sempre a dose efetiva mais baixa e os
doentes devem ser cuidadosamente monitorizados quando for necessário efetuar um
aumento da dose.
População pediátrica
Não se recomenda a utilização de venlafaxina em crianças e adolescentes.
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Estudos clínicos controlados realizados em crianças e adolescentes com perturbações
depressivas major não demonstraram eficácia e os resultados não suportam a
utilização de venlafaxina nestes doentes (ver secções 4.4 e 4.8).
Não foi estabelecida a eficácia e a segurança de venlafaxina noutras indicações em
crianças e adolescentes com menos de 18 anos de idade.
Doentes com compromisso hepático
doentes
compromisso
hepático
ligeiro
moderado
deve,
geral
considerar-se uma redução da dose de venlafaxina de 50%. Contudo, dada a
variabilidade
interindividual
observada
depuração,
pode
desejável
individualização da dose.
Os dados de doentes com compromisso hepático grave são limitados. Recomenda-se
precaução e deve considerar-se uma redução da dose superior a 50%. Deve avaliar-
se o benefício potencial em relação ao risco, no tratamento de doentes com
compromisso hepático grave.
Doentes com compromisso renal
Recomenda-se precaução na utilização em doentes com uma taxa de filtração
glomerular (TFG) entre 30 e 70 ml/min, apesar de não ser necessário proceder a
uma alteração da posologia. Nos doentes que requerem hemodiálise e em doentes
com compromisso renal grave (TFG <30 ml/min), a dose deve ser reduzida em 50%.
Dada a variabilidade interindividual na depuração nestes doentes, é desejável a
individualização da dose.
Sintomas de privação observados na suspensão do tratamento com venlafaxina
A suspensão abrupta do tratamento deve ser evitada. Quando o tratamento com
venlafaxina for interrompido, a dose deve ser gradualmente diminuída durante um
período de, pelo menos, uma a duas semanas, de forma a reduzir o risco de reações
de privação (ver secções 4.4 e 4.8). Se no decurso de uma diminuição da dose, ou
da suspensão do tratamento, ocorrerem sintomas intoleráveis deverá ser avaliada a
necessidade de retomar a dose anteriormente prescrita. Subsequentemente, o
médico poderá continuar com a redução da dose, mas de forma mais gradual.
Modo de administração
Para utilização oral.
Recomenda-se que a venlafaxina, cápsulas de libertação prolongada, seja tomada
com alimentos, aproximadamente à mesma hora todos os dias. As cápsulas devem
ser ingeridas inteiras com um líquido e não devem ser divididas, esmagadas,
mastigadas ou dissolvidas.
Os doentes que estejam a tomar venlafaxina, comprimidos de libertação imediata,
podem alterar a terapêutica para venlafaxina, cápsulas de libertação prolongada,
com uma dose diária equivalente mais próxima. Por exemplo, pode substituir-se
venlafaxina, comprimidos de libertação imediata, a 37,5 mg duas vezes por dia, por
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cápsulas de libertação prolongada, a 75 mg uma vez por dia. Pode ser necessário
efetuar ajustes individuais da dose.
As cápsulas de libertação prolongada de venlafaxina contêm esferoides que libertam
lentamente a substância ativa para o trato digestivo. A porção insolúvel destes
esferoides é eliminada e pode observar-se nas fezes.
4.3 Contraindicações
Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer dos excipientes mencionados na
secção 6.1.
Está contraindicada a utilização concomitante com inibidores da monoamina-oxidase
(IMAOs) irreversíveis, devido ao risco de síndrome serotoninérgica com sintomas tais
como agitação, tremores e hipertermia. O tratamento com venlafaxina não deve
iniciar-se antes de decorridos pelo menos 14 dias após a interrupção do tratamento
com um IMAO irreversível.
Deve suspender-se o tratamento com a venlafaxina no mínimo 7 dias antes de se
iniciar o tratamento com um IMAO irreversível (ver secções 4.4 e 4.5).
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Suicídio/ideação suicida ou agravamento da situação clínica
A depressão está associada ao aumento do risco de ideação suicida, autoflagelação e
suicídio (eventos relacionados com o suicídio). O risco prevalece até que ocorra
remissão significativa. Como durante as primeiras semanas ou mais de tratamento
pode não se verificar qualquer melhoria, os doentes deverão ter uma vigilância mais
rigorosa até que essa melhoria ocorra. De acordo com a prática clínica, em geral, o
risco de suicídio pode aumentar nas fases iniciais da recuperação.
Outros distúrbios psiquiátricos para os quais a venlafaxina é prescrita podem
também
estar
associados
aumento
risco
ideação/comportamentos
relacionados com o suicídio. Adicionalmente, estas situações podem ser comórbidas
com os distúrbios depressivos major. Consequentemente, no tratamento de doentes
com outros distúrbios psiquiátricos deverão ser tomadas as mesmas precauções que
aquando da terapêutica de doentes com distúrbios depressivos major.
Os doentes com história de pensamentos/comportamentos relacionados com o
suicídio ou que apresentem um grau significativo destes sintomas antes do início do
tratamento, apresentam também um maior risco de ideação suicida ou de tentativa
de suicídio, devendo por este motivo ser cuidadosamente monitorizados durante o
tratamento.
meta-análise
estudos
clínicos
medicamentos
antidepressivos, controlados com placebo, em adultos com distúrbios psiquiátricos,
demonstrou um aumento do risco de comportamentos relacionados com o suicídio,
em doentes com menos de 25 anos, a tomar antidepressivos comparativamente aos
doentes a tomar placebo.
A terapêutica medicamentosa deverá ser acompanhada de uma monitorização
rigorosa, em particular nos doentes de maior risco, especialmente na fase inicial do
tratamento ou na sequência de alterações posológicas. Os doentes, e os prestadores
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de cuidados de saúde, devem ser alertados para a necessidade de monitorização
relativamente
qualquer
agravamento
situação
clínica,
pensamentos/comportamentos
relacionados
suicídio
alterações
pouco
habituais no comportamento, e para procurar assistência médica imediatamente
caso estes sintomas ocorram.
População pediátrica
Venlafaxina Labesfal não deve ser utilizado no tratamento de crianças e adolescentes
idade
inferior
anos.
Foram
observados
maior
frequência
comportamentos relacionados com o suicídio (tentativa de suicídio e ideação suicida)
e hostilidade (predominantemente agressão, comportamento de oposição e cólera)
em ensaios clínicos com crianças e adolescentes que se encontravam a tomar
antidepressivos, em comparação com os que se encontravam a tomar placebo. Se,
não obstante, com base na necessidade clínica, a decisão de tratamento for tomada,
o doente deve ser rigorosamente monitorizado em relação ao aparecimento de
sintomas suicidas. Não estão disponíveis dados de segurança a longo prazo em
crianças e adolescentes no que se refere ao crescimento, à maturação e ao
desenvolvimento cognitivo e comportamental.
Síndrome serotoninérgica
Tal como com outros fármacos serotoninérgicos, durante o tratamento com a
venlafaxina pode ocorrer síndrome serotoninérgica, uma situação potencialmente
fatal, especialmente com a administração concomitante de outros fármacos que
podem afetar o sistema de neurotransmissão serotoninérgico (incluindo triptanos,
ISRSs, IRSNs lítio, sibutramina, hipericão [Hypericum perforatum], fentanilo e os
seus
análogos,
tramadol,
dextrometorfano,
tapentadol,
petidina,
metadona
pentazocina), com fármacos que possam diminuir o metabolismo da serotonina (tais
como IMAOs, por exemplo, azul-de-metileno), com percursores da serotonina (tais
como suplementos de triptofano), ou com antipsicóticos ou outros antagonistas da
dopamina (ver secções 4.3 e 4.5).
Sintomas da síndrome serotoninérgica podem incluir alterações do estado mental
(por exemplo, agitação, alucinações, coma), instabilidade do sistema autónomo (por
exemplo,
taquicardia,
pressão
arterial
lábil,
hipertermia),
aberrações
neuromusculares
(por
exemplo,
hiperreflexia,
descoordenação)
e/ou
sintomas
gastrointestinais (por exemplo, náuseas, vómitos, diarreia).
A síndrome serotoninérgica na sua forma mais grave pode assemelhar-se à SNM, o
que inclui hipertermia, rigidez muscular, instabilidade autonómica com possível
flutuação rápida dos sinais vitais e alterações do estado mental.
Se o tratamento concomitante com venlafaxina e outros fármacos que podem afetar
sistemas
neurotransmissão
serotoninérgico
e/ou
dopaminérgico
clinicamente necessário, aconselha-se uma observação cuidadosa do doente, em
particular durante o início do tratamento e nos aumentos de dose.
Não se recomenda o uso concomitante da venlafaxina com percursores da serotonina
(tais como suplementos de triptofano).
Glaucoma de ângulo estreito
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INFARMED
Pode ocorrer midríase relacionada com a toma de venlafaxina. Os doentes que
apresentam aumento da pressão intraocular ou doentes com risco de glaucoma de
ângulo estreito agudo (glaucoma de ângulo fechado) devem ser cuidadosamente
monitorizados.
Pressão arterial
Foram
notificados
frequentemente
casos
aumentos
pressão
arterial
relacionados com a dose com a venlafaxina. No período pós-comercialização foram
notificados
alguns
casos
pressão
arterial
elevada
grave
requereram
tratamento imediato. Recomenda-se que todos os doentes sejam cuidadosamente
monitorizados relativamente a pressão arterial elevada e que a hipertensão pré-
existente seja controlada antes do início do tratamento. A pressão arterial deve ser
monitorizada periodicamente, após início da terapêutica e após aumentos de dose.
Deve tomar-se precaução nos doentes cujo estado de saúde possa ser comprometido
pelos aumentos da pressão arterial, por exemplo, doentes com insuficiência cardíaca.
Frequência cardíaca
Podem ocorrer aumentos da frequência cardíaca, principalmente com doses mais
elevadas. Recomenda-se precaução nos doentes cujo estado de saúde possa ser
comprometido pelo aumento da frequência cardíaca.
Doença cardíaca e risco de arritmia
A venlafaxina não foi estudada em doentes com história recente de enfarte do
miocárdio ou cardiopatia instável. Assim, deve ser usada com precaução nestes
doentes.
No período pós-comercialização, foram notificados casos de prolongamento do QTc,
Torsade de Pointes, taquicardia ventricular e casos fatais de arritmias cardíacas com
a utilização de venlafaxina, especialmente em situações de sobredosagem ou em
doentes com outros fatores de risco para o prolongamento do QTc/TdP. Deve
considerar-se a relação dos benefícios e dos riscos antes de prescrever venlafaxina a
doentes com risco elevado de arritmias cardíacas graves ou prolongamento QTc.
Convulsões
Durante o tratamento com a venlafaxina podem ocorrer convulsões. Tal como
acontece com todos os antidepressivos, a venlafaxina deve ser utilizada com
precaução em doentes com antecedentes de convulsões e estes doentes devem ser
monitorizados cuidadosamente. O tratamento deve ser suspenso em qualquer
doente que desenvolva convulsões.
Hiponatremia
Podem ocorrer casos de hiponatremia e/ou de Síndrome de Secreção Inadequada da
Hormona Antidiurética (SIADH) com a venlafaxina. Esta foi notificada com mais
frequência em doentes com depleção de volume ou desidratados. Os doentes idosos,
doentes que tomam diuréticos e doentes com depleção de volume por outras razões,
podem estar em maior risco.
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INFARMED
Hemorragia anómala
Os medicamentos que inibem a recaptação da serotonina podem originar uma
redução na função plaquetária. Os acontecimentos hemorrágicos relacionados com a
utilização de ISRSs e IRSNs vão desde equimoses, hematomas, epistaxe e petéquias
a hemorragias gastrintestinais potencialmente fatais. O risco de hemorragia pode
aumentar em doentes a tomar venlafaxina. Tal como acontece com outros inibidores
da recaptação da serotonina, a venlafaxina deve ser usada com precaução em
doentes com predisposição para hemorragias, incluindo os doentes que tomam
anticoagulantes e inibidores plaquetários.
Colesterol sérico
ensaios
clínicos
controlados
placebo,
foram
registados
aumentos
clinicamente relevantes no colesterol sérico em 5,3% dos doentes tratados com a
venlafaxina e em 0,0% dos doentes tratados com placebo durante pelo menos 3
meses. Durante o tratamento prolongado, deve ser considerada a necessidade de
efetuar a medição dos níveis séricos de colesterol.
Administração concomitante com produtos para perder peso
A segurança e eficácia da terapêutica com a venlafaxina em associação com produtos
para perder peso, nomeadamente a fentermina, não foram estabelecidas. Não se
recomenda a administração concomitante de venlafaxina e produtos para perder
peso. A venlafaxina não está indicada para perder peso, quer isoladamente, quer em
associação com outros produtos.
Mania/hipomania
Numa pequena percentagem de doentes com perturbações do humor tratados com
antidepressivos, incluindo a venlafaxina, pode ocorrer mania/hipomania. Tal como
acontece com outros antidepressivos, a venlafaxina deve ser usada com precaução
nos doentes com história pessoal ou familiar de perturbação bipolar.
Agressividade
pequeno
número
doentes
tratados
antidepressivos,
incluindo
tratamento com a venlafaxina, pode ocorrer agressividade. Esta foi notificada
durante o início, nas alterações de dose, ou na suspensão do tratamento.
Tal como acontece com outros antidepressivos, a venlafaxina deve ser utilizada com
precaução em doentes com história de agressividade.
Suspensão do tratamento
Os sintomas de privação observados durante a descontinuação do tratamento são
frequentes, em particular se a suspensão é feita de forma abrupta (ver secção 4.8).
Nos ensaios clínicos os acontecimentos adversos observados durante a suspensão do
tratamento
(com
redução
gradual
após
redução)
ocorreram
aproximadamente 31% dos doentes tratados com venlafaxina e em 17% dos
doentes a tomar placebo.
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INFARMED
O risco de ocorrência de sintomas de privação poderá depender de vários fatores,
incluindo a duração do tratamento, a dose administrada e a taxa de redução da
dose. Tonturas, distúrbios sensoriais (incluindo parestesia), distúrbios do sono
(incluindo insónia e sonhos intensos), agitação ou ansiedade, náuseas e/ou vómitos,
tremor
cefaleia
são
reações
adversas
mais
frequentemente
notificadas.
Geralmente estes sintomas são de intensidade ligeira a moderada, contudo em
alguns doentes podem ser intensos. Estes sintomas ocorrem geralmente durante os
primeiros dias de suspensão do tratamento, no entanto também têm sido muito
raramente notificados em doentes que inadvertidamente falharam uma toma do
medicamento.
geral,
estes
sintomas
são
autolimitados
normalmente
desaparecem dentro de 2 semanas, apesar de em alguns indivíduos se poderem
prolongar (2-3 meses ou mais). Consequentemente, é aconselhável a redução
gradual de venlafaxina quando o tratamento é suspenso, durante um período de
várias semanas ou meses, de acordo com as necessidades do doente (ver secção
4.2).
Acatísia/Agitação psicomotora
A administração de venlafaxina tem sido associada ao desenvolvimento de acatísia,
caracterizada
agitação
subjetivamente
desconfortável
perturbadora,
necessidade de movimento, frequentemente acompanhada por incapacidade do
doente se sentar ou permanecer em repouso. Esta situação é mais frequente nas
primeiras semanas de tratamento. Nos doentes que desenvolvam estes sintomas o
aumento da dose pode ser prejudicial.
Xerostomia
Foi notificada xerostomia em 10% dos doentes tratados com venlafaxina. Esta pode
aumentar
risco
cáries,
doentes
devem
aconselhados
sobre
importância de manter a higiene dentária.
Diabetes
Nos doentes com diabetes, o tratamento com ISRSs ou venlafaxina pode alterar o
controlo glicémico. Pode ser necessário ajustar a dose de insulina e/ou antidiabéticos
orais.
Disfunção sexual
inibidores
recaptação
serotonina
noradrenalina
(IRSN)/inibidores
seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) podem causar sintomas de disfunção
sexual (ver secção 4.8). Foram notificados casos de disfunção sexual prolongada
cujos sintomas persistiram apesar da descontinuação dos IRSN/ISRS.
Interação do medicamento nas análises laboratoriais
Têm sido notificados em doentes que tomam venlafaxina, falsos-positivo em análises
de imunoensaio de rastreio à urina para a fenciclidina (PCP) e anfetaminas. Isto
deve-se à falta de especificidade dos testes de rastreio. Os resultados falsos-positivo
poderão ser obtidos vários dias após a interrupção da terapêutica com venlafaxina.
As análises de confirmação, tais como a cromatografia gasosa/espectrometria de
massa, distinguirão a venlafaxina da PCP e anfetaminas.
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Venlafaxina Labesfal 150 mg contém menos do que 1 mmol (23 mg) de sódio por
cápsula, ou seja é praticamente “isento de sódio”.
Venlafaxina Labesfal 150 mg contém Amarelo sunset (E110). Pode causar reações
alérgicas.
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
Inibidores da monoamina-oxidase (IMAO)
IMAOs irreversíveis não seletivos
A venlafaxina não deve ser utilizada em associação com IMAOs irreversíveis não
seletivos. O tratamento com venlafaxina não deve iniciar-se antes de decorridos pelo
menos 14 dias após a interrupção do tratamento com um IMAO irreversível não
seletivo. Deve suspender-se o tratamento com a venlafaxina no mínimo 7 dias antes
de se iniciar o tratamento com um IMAO irreversível não seletivo (ver secções 4.3 e
4.4).
Inibidor MAO-A reversível seletivo (moclobemida)
Não se recomenda a associação de venlafaxina com um IMAOs reversível e seletivo,
tal como a moclobemida, devido ao risco de síndrome serotoninérgica. Após o
tratamento com um inibidor da MAO reversível, pode iniciar-se o tratamento com
venlafaxina num período de tempo mais curto do que 14 dias. Deve suspender-se o
tratamento com a venlafaxina no mínimo 7 dias antes de se iniciar o tratamento com
um IMAO reversível (ver secção 4.4).
IMAO reversível, não seletivo (linezolida)
O antibiótico linezolida é um IMAO reversível, não seletivo, fraco, e não deve ser
dado a doentes a receber tratamento com venlafaxina (ver secção 4.4).
Foram
notificadas
reações
adversas
graves
doentes
interromperam
recentemente
IMAO
iniciaram
venlafaxina
interromperam
recentemente o tratamento com a venlafaxina antes de iniciarem um IMAO. Estas
reações incluíram tremores, mioclonia, diaforese, náuseas, vómitos, rubor, tonturas
e hipertermia com aspetos semelhantes aos de uma síndrome maligna induzida por
neurolépticos, convulsões e morte.
Síndrome serotoninérgica
Tal como
outros
agentes
serotoninérgicos,
durante
tratamento
venlafaxina pode ocorrer síndrome serotoninérgica, uma situação potencialmente
fatal, especialmente com a administração concomitante de outros fármacos que
possam afetar o sistema neurotransmissor serotoninérgico (incluindo triptanos,
ISRSs, IRSNs, lítio, sibutramina, hipericão [Hypericum perforatum], fentanilo e os
seus
análogos,
tramadol,
dextrometorfano,
tapentadol,
petidina,
metadona
pentazocina) com fármacos que possam diminuir o metabolismo da serotonina (tais
como IMAOs, por exemplo, azul-de-metileno), com percussores da serotonina (tal
como suplementos de triptofano) ou com antipsicóticos ou outros antagonistas da
dopamina (ver secções 4.3 e 4.4).
Se a administração concomitante de venlafaxina com um ISRS, um IRSN ou com
recetores
agonistas
serotonina
(triptano)
estiver
indicada,
aconselha-se
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observação cuidadosa do doente, especialmente durante o início do tratamento e
durante os aumentos da dose. A administração concomitante de venlafaxina com
percursores da serotonina (tal como suplementos de triptofano) não é recomendada
(ver secção 4.4).
Fármacos que atuam no SNC
O risco de administração concomitante da venlafaxina com outros fármacos que
atuam no SNC não foi avaliado sistematicamente. Desta forma, recomenda-se
precaução
quando
venlafaxina
administrada
associação
outras
substâncias que atuam no SNC.
Etanol
Demonstrou-se que a venlafaxina não provoca agravamento do compromisso das
capacidades intelectuais e motoras causadas pelo etanol. Contudo, tal como com
outras substâncias que atuam sobre o SNC, os doentes devem ser aconselhados a
evitar o consumo de álcool.
Fármacos que prolongam o intervalo QT
O risco de prologamento do QTc e/ou arritmias ventriculares (por exemplo, TdP)
aumenta com a utilização concomitante de outros medicamentos que prologam o
intervalo QTc. A administração concomitante destes medicamentos deve ser evitada
(ver secção 4.4).
Classes relevantes incluem:
- antiarrítmicos de classe Ia e III (por exemplo, quinidina, amiodarona, sotalol,
dofetilida)
- alguns antipsicóticos (por exemplo, tioridazina)
- alguns macrólidos (por exemplo, eritromicina)
- alguns antihistamínicos
- alguns antibióticos do grupo das quinolonas (por exemplo, moxifloxacina)
A lista acima não é exaustiva, e devem ser evitados outros medicamentos que se
sabe aumentarem significativamente o intervalo QT.
Efeitos de outros medicamentos sobre a venlafaxina
Cetoconazol (inibidor do CYP3A4)
estudo
farmacocinético
realizado
cetoconazol
metabolizadores
extensivos (ME) e metabolizadores fracos (MF) do CYP2D6, observaram-se AUC mais
elevadas de venlafaxina (70% e 21% em MF e ME do CYP2D6, respetivamente) e de
O-desmetilvenlafaxina (33% e 23% em MF e ME do CYP2D6, respetivamente) após a
administração de cetoconazole. O uso concomitante de inibidores do CYP3A4 (por
exemplo, atazanavir, claritromicina, indinavir, itraconazole, voriconazol, posaconazol,
cetoconazol,
nelfinavir,
ritonavir,
saquinavir,
telitromicina)
venlafaxina
pode
aumentar os níveis de venlafaxina e O-desmetilvenlafaxina. Deste modo, aconselha-
se precaução no caso da terapêutica do doente incluir concomitantemente um
inibidor do CYP3A4 e venlafaxina.
Efeitos da venlafaxina sobre outros medicamentos
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Lítio
Pode
ocorrer
síndrome
serotoninérgica
administração
concomitante
venlafaxina e lítio (ver Síndrome serotoninérgica).
Diazepam
A venlafaxina não tem efeitos sobre a farmacocinética e a farmacodinâmica do
diazepam e do seu metabolito ativo, desmetildiazepam. O diazepam não parece
afetar
farmacocinética,
quer
venlafaxina,
quer
O-desmetilvenlafaxina.
Desconhece-se se existe interação farmacocinética e/ou farmacodinâmica com outras
benzodiazepinas.
Imipramina
A venlafaxina não afetou a farmacocinética da imipramina e da 2-OH-imipramina.
Houve um aumento dependente da dose da AUC da 2-OH-desipramina de 2,5 a
4,5 vezes, quando se administrou uma dose diária de venlafaxina de 75 mg a
150 mg.
imipramina
não
afetou
farmacocinética
venlafaxina
O-desmetilvenlafaxina.
Desconhece-se
significado
clínico
desta
interação.
Recomenda-se precaução com a administração concomitante de venlafaxina e
imipramina.
Haloperidol
Um estudo farmacocinético com o haloperidol demonstrou uma diminuição de 42%
na depuração oral total, um aumento de 70% na AUC, e um aumento de 88% na
Cmax, mantendo-se inalterada a semivida do haloperidol. Estes resultados devem
ser tidos em consideração em doentes a receber tratamento concomitante com
haloperidol e venlafaxina. Desconhece-se o significado clínico desta interação.
Risperidona
A venlafaxina provocou um aumento de 50% na AUC da risperidona mas não alterou
significativamente o perfil farmacocinético de fármaco ativo total (risperidona e 9-
hidroxirisperidona). Desconhece-se o significado clínico desta interação.
Metoprolol
A administração concomitante da venlafaxina e metoprolol a voluntários saudáveis,
num estudo de interação farmacocinética entre os dois fármacos, causou um
aumento das concentrações plasmáticas do metoprolol de aproximadamente 30-
40%, sem alterar as concentrações plasmáticas do seu metabolito ativo, o α-
hidroximetoprolol. Desconhece-se a relevância clínica desta observação em doentes
hipertensos. O metoprolol não alterou o perfil farmacocinético da venlafaxina ou do
metabolito
ativo,
O-desmetilvenlafaxina.
Deve
ter-se
precaução
administração concomitante de venlafaxina e metoprolol.
Indinavir
Um estudo farmacocinético com o indinavir demonstrou um decréscimo de 28% na
AUC e de 36% na Cmax do indinavir. O indinavir não alterou o perfil farmacocinético
da venlafaxina ou da O-desmetilvenlafaxina. Desconhece-se o significado clínico
desta interação.
Fármacos metabolizados pelos isoenzimas do citocromo P450
Estudos in vivo indicam que a venlafaxina é um inibidor relativamente fraco do
CYP2D6. A venlafaxina não inibiu o CYP3A4 (alprazolam e carbamazepina), CYP1A2
(cafeína), e CYP2C9 (tolbutamida) ou CYP2C19 (diazepam) in vivo.
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Contraceptivos orais
Na experiência pós-comercialização, gravidezes não planeadas foram notificadas em
mulheres que tomaram contraceptivos orais enquanto tomavam venlafaxina. Não
existem evidências claras de que essas gravidezes foram resultado de interação
medicamentosa com venlafaxina. Não foi realizado nenhum estudo de interação com
anticoncepcionais hormonais.
4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento
Gravidez
Não existem dados suficientes sobre a utilização de venlafaxina em mulheres
grávidas.
estudos
animais
revelaram
toxicidade
reprodutiva
(ver
secção
5.3).
Desconhece-se o risco potencial para o ser humano. A venlafaxina só deve ser
administrada a mulheres grávidas se os benefícios esperados superarem qualquer
risco possível.
Tal como com outros inibidores da recaptação da serotonina (ISRSs/IRSNs), se a
venlafaxina
utilizada
até,
pouco
tempo
antes,
nascimento,
deverá
considerar-se a possibilidade de ocorrerem efeitos de privação no recém-nascido.
Alguns recém-nascidos expostos à venlafaxina no final do terceiro trimestre de
gravidez
desenvolveram
complicações
requereram
alimentação
através
sonda, suporte ventilatório ou hospitalização prolongada. Tais complicações podem
surgir imediatamente após o parto.
Dados epidemiológicos sugerem que a utilização de ISRSs durante a gravidez, em
especial na parte final, pode aumentar o risco de hipertensão pulmonar persistente
no recém-nascido (HPPRN). Embora não existam estudos relativos à relação entre
HPPRN e o tratamento com IRSNs, este risco potencial não pode ser excluído para o
tratamento
venlafaxina,
tendo
consideração
mecanismo
ação
relacionado (inibição da recaptação da serotonina).
Podem observar-se os seguintes sintomas nos recém-nascidos se a mãe tomou um
ISRS/IRSN
final
gravidez:
irritabilidade,
tremores,
hipotonia,
choro
persistente, dificuldade na amamentação e em dormir. Estes sintomas podem dever-
se, quer a efeitos serotoninérgicos, quer a sintomatologia relacionada com a
exposição. Na maioria dos casos estas complicações observam-se imediatamente ou
dentro de 24 horas após o parto.
Amamentação
A venlafaxina e o seu metabolito ativo, O-desmetilvenlafaxina, são excretados no
leite
materno.
Foram
notificados
casos
pós-comercialização
lactentes
amamentados que apresentaram choro, irritabilidade e padrões anormais de sono.
Foram também notificados sintomas compatíveis com a suspensão da venlafaxina
após a interrupção do aleitamento materno. Não pode excluir-se um risco para a
criança amamentada. Assim, deve optar-se por continuar/suspender o aleitamento
ou por continuar/suspender a terapêutica com Venlafaxina Labesfal, tendo em
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
consideração os benefícios do aleitamento materno para a criança e os benefícios da
terapêutica com Venlafaxina Labesfal para a mulher.
Fertilidade
Foi observada uma redução da fertilidade num estudo em que ratos de ambos os
sexos foram expostos a O-desmetilvenlafaxina. A relevância deste estudo para os
humanos é desconhecida (ver secção 5.3).
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Qualquer medicamento psicoativo pode perturbar o raciocínio, o pensamento ou as
capacidades motoras. Assim, qualquer doente a receber tratamento com venlafaxina
deve ser prevenido relativamente à sua capacidade de condução e de trabalho com
máquinas perigosas.
4.8 Efeitos indesejáveis
Resumo do perfil de segurança
As reações adversas notificadas como muito frequentes (>1/10) em estudos clínicos
foram náuseas, xerostomia, cefaleias e sudação (incluindo suores noturnos).
Lista das reações adversas em formato tabelar
As reações adversas são apresentadas abaixo por classe de sistema de órgãos,
categoria de frequência de ocorrência e ordem decrescente de gravidade dentro de
cada categoria de frequência.
frequências
foram
definidas
como:
muito
frequentes
(≥1/10),
frequentes
(≥1/100,
<1/10),
pouco
frequentes
(≥1/1.000,
<1/100),
raros
(≥1/10.000,
<1/1.000), muito raros (<1/10.000), desconhecido (não pode ser calculado a partir
dos dados disponíveis).
Sistema
Corporal
Muito
frequente
Frequent
Pouco
frequentes
Raros
Muito raros
Frequência
desconheci
Doenças do
sangue
sistema
linfático
Agranulocitose*
Anemia
aplástica*,
Pancitopenia*,
Neutropenia*
Trombocito-
penia*
Doenças do
sistema
imunitário
Reação
anafilática*
Doenças
endócrinas
Secreção
inadequada
hormona
antidiurética*
Aumento
prolactina
sanguínea*
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Sistema
Corporal
Muito
frequente
Frequent
Pouco
frequentes
Raros
Muito raros
Frequência
desconheci
Doenças do
metabolism
nutrição
Diminuiç
apetite
Hiponatremia*
Perturbaçõe
foro
psiquiátrico
Insónia
Estado
confusio
nal*,
Despers
onalisaç
ão*,
Sonhos
anómalo
Nervosis
Diminuiç
líbido,
Agitação
Anorgas
Mania,
Hipomania,
Alucinações
Desrealizaç
ão,
Orgasmo
anómalo,
Bruxismo*,
Apatia
Delírio*
Ideação
suicida
comportam
entos
suicidasa,
Agressivida
Doenças do
sistema
nervoso
Cefaleias*
Tonturas,
Sedação
Acatísia*
Tremore
Parestesi
Disgeusi
Síncope,
Mioclonia,
Perturbaçõe
equilíbrio*,
Coordenaçã
o anómala,
Disquinesia
Síndrome
neuroléptica
maligna
(SNM)*,
Síndrome
serotoninérgica
Convulsões,
Distonia*
Disquinesia
tardia*
Afeções
oculares
Afeção
ocular,
Perturba
ções
acomoda
ção
incluindo
visão
turva,
Midríase
Glaucoma
ângulo
fechado*
Afeções
ouvido e do
labirinto
Acufeno
Vertigens
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Sistema
Corporal
Muito
frequente
Frequent
Pouco
frequentes
Raros
Muito raros
Frequência
desconheci
Cardiopatia
Taquicar
dia,
Palpitaçõ
Torsade
Pointes*,
Taquicardia
ventricular*,
Fibrilhação
ventricular,
Intervalo
prolongado
eletrocardiogra
Vasculopati
Hiperten
são,
Rubor
quente
Hipotensão
ortostática,
Hipotensão
Doenças
respiratória
s, torácicas
mediastino
Dispneia
Bocejos
Doença
pulmonar
intersticial*,
Eosinofilia
pulmonar*
Doenças
gastrointest
inais
Náuseas,
Xerostomi
Obstipaçã
Diarreia*
Vómitos,
Hemorragia
gastrointest
inal
Pancreatite*
Afeções
hepatobiliar
Testes
função
hepática
anómalos*
Hepatite*
Afeções dos
tecidos
cutâneos
subcutâneo
Hiperhidro
(incluindo
suores
noturnos)
Erupção
cutânea,
Prurido*
Urticária*,
Alopécia*,
Equimose,
Angioedem
Reação
fotossensibi
dade
Síndrome
Stevens-
Johnson*,
Necrólise
epidérmica
tóxica*, Eritema
multiforme*
Afeções
musculoesq
ueléticas
dos tecidos
conjuntivos
Hipertoni
Rabdomiólise*
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Sistema
Corporal
Muito
frequente
Frequent
Pouco
frequentes
Raros
Muito raros
Frequência
desconheci
Doenças
renais
urinárias
Hesitaçã
urinária,
Retençã
urinária,
Polaquiú
ria*
Incontinênc
ia urinária*
Doenças
órgãos
genitais
da mama
Menorra
gia*,
Metrorra
gia*,
Disfunçã
o eréctil,
Perturba
ções
ejaculaç
Perturbaçõe
gerais
alterações
no local de
administraç
Fadiga,
Astenia,
Arrepios
Hemorragia
muscosas*
Exames
complemen
tares
diagnóstico
Diminuiç
peso,
Aumento
de peso,
Aumento
colestero
sanguíne
Aumento
tempo
hemorragia*
*RAM identificadas pós-comercialização
a Foram notificados casos de ideação/comportamento suicida durante o tratamento
com venlafaxina ou imediatamente após a sua suspensão (ver secção 4.4).
b Ver secção 4.4
c Num conjunto de ensaios clínicos, a incidência de cefaleias com venlafaxina e
placebo foi semelhante.
Interrupção do tratamento
A suspensão de venlafaxina (em particular quando é feita de forma abrupta) está
frequentemente associada a sintomas de privação. Tonturas, distúrbios sensoriais
(incluindo parestesias), distúrbios do sono (incluindo insónia e sonhos intensos),
agitação
ansiedade, náuseas
e/ou
vómitos,
tremor,
vertigens,
cefaleias,
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
síndrome gripal são as reações mais frequentemente notificadas. Geralmente estes
sintomas são de intensidade ligeira a moderada e são autolimitados, contudo em
alguns doentes podem ser intensos e/ou prolongados. Consequentemente, quando o
tratamento com venlafaxina deixar de ser necessário é aconselhável que se proceda
à sua suspensão de forma gradual através do escalonamento de doses (ver secções
4.2 e 4.4).
População pediátrica
De um modo geral, o perfil de reações adversas da venlafaxina (em ensaios clínicos
controlados com placebo) em crianças e adolescentes (entre os 6 e os 17 anos de
idade) foi idêntico ao observado nos adultos. Tal como nos adultos, observou-se
diminuição do apetite, perda de peso, aumento da pressão arterial e aumento do
colesterol sérico (ver secção 4.4).
Em ensaios clínicos em pediatria, foi observada a reação adversa ideação suicida.
Houve também um aumento de notificações de hostilidade e, principalmente na
perturbação depressiva major, de autoflagelação.
particular,
observaram-se
seguintes
reações
adversas
doentes
pediátricos: dor abdominal, agitação, dispepsia, equimose, epistaxis e mialgia.
Notificação de suspeitas de reações adversas
A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é
importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-
risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer
suspeitas de reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P.:
Sítio
internet:
http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram
(preferencialmente) ou através dos seguintes contactos:
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
4.9 Sobredosagem
Na experiência pós-comercialização, foi notificada sobredosagem com a venlafaxina,
na maioria dos casos em associação com álcool e/ou outros medicamentos. Os
acontecimentos relatados mais frequentemente em casos de sobredosagem incluem
taquicardia,
alterações
estado
consciência
(desde
sonolência
coma),
midríase,
convulsões
vómitos.
Outros
acontecimentos
notificados
incluíram
alterações
eletrocardiográficas
(por
exemplo,
prolongamento
intervalo
bloqueio
tronco,
prolongamento
QRS),
taquicardia
ventricular,
bradicardia,
hipotensão, vertigens e morte.
Estudos retrospetivos publicados referem que a sobredosagem com venlafaxina pode
estar associada a um aumento do risco de resultados fatais comparativamente ao
observado
antidepressivos
ISRSs,
inferior
observado
antidepressivos tricíclicos. Estudos epidemiológicos mostraram que doentes tratados
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
com venlafaxina têm mais fatores de risco de suicídio comparativamente aos doentes
tratados com ISRSs. Não se encontra ainda esclarecido se o aumento observado de
risco de resultados fatais pode ser atribuído à toxicidade da venlafaxina nos casos de
sobredosagem ou a algumas características dos próprios doentes. Deverá ser
prescrita a menor dose de venlafaxina, consistente com o controlo adequado do
doente, a fim de reduzir o risco de sobredosagem.
Tratamento recomendado
Recomenda-se que sejam tomadas as medidas gerais de suporte e sintomáticas;
deverão ser monitorizados o ritmo cardíaco e os sinais vitais. No caso de existir um
risco de aspiração, não se recomenda a indução do vómito. A lavagem gástrica está
indicada quando puder ser efetuada pouco tempo após a ingestão ou em doentes
sintomáticos. A administração de carvão ativado pode igualmente limitar a absorção
da substância ativa. Não se prevê que a diurese forçada, diálise, hemoperfusão ou
transfusão sejam benéficas. Não se conhecem antídotos específicos da venlafaxina.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo
farmacoterapêutico:
2.9.3.
Sistema
Nervoso
Central.
Psicofármacos.
Antidepressores - Código ATC: N06A X16.
Mecanismo de ação
Pensa-se que o mecanismo da atividade antidepressiva da venlafaxina em seres
humanos está relacionado com a potenciação da atividade neurotransmissora no
sistema nervoso central. Os estudos pré-clínicos demonstraram que a venlafaxina e
metabolito
principal,
O-desmetilvenlafaxina
(ODV),
são
inibidores
recaptação neuronal da serotonina e da noradrenalina. A venlafaxina é também um
inibidor fraco da recaptação da dopamina. A venlafaxina e o seu metabolito ativo
reduzem a resposta b-adrenérgica, quer após a administração aguda (dose única),
quer crónica. A venlafaxina e a ODV são muito semelhantes relativamente à
atividade global sobre a recaptação neurotransmissora e ligação aos recetores.
venlafaxina não tem
afinidade
significativa
para
recetores
muscarínicos,
colinérgicos, histaminérgicos-H1 ou a1-adrenérgicos de cérebro de rato in vitro. A
atividade farmacológica a nível destes recetores pode estar relacionada com a
ocorrência de vários efeitos secundários observados com outros medicamentos
antidepressivos,
tais
como
efeitos
secundários
anticolinérgicos,
sedativos
cardiovasculares.
A venlafaxina não possui atividade inibitória da monoamina oxidase (MAO).
Estudos in vitro revelaram que a venlafaxina não tem afinidade significativa para os
recetores sensíveis aos opiáceos ou benzodiazepinas.
Eficácia e segurança clínicas
Episódios Depressivos Major
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
eficácia
venlafaxina
libertação
imediata
tratamento
episódios
depressivos
major
estabelecida
cinco
estudos
curta
duração,
distribuição aleatória, efetuados sob dupla ocultação e controlados com placebo,
realizados num período de 4 a 6 semanas, com doses até 375 mg/dia. A eficácia de
venlafaxina de libertação prolongada, no tratamento de episódios depressivos major
foi estabelecida em dois estudos controlados com placebo, de curta duração,
realizados num período de 8 e 12 semanas, que incluíram doses entre 75 a
225 mg/dia.
Num estudo de duração prolongada os adultos em ambulatório, que responderam ao
tratamento com venlafaxina de libertação prolongada (75, 150, ou 225 mg) durante
8 semanas, sem ocultação, foram distribuídos aleatoriamente para continuar a
receber a mesma dose de venlafaxina de libertação prolongada ou placebo, durante
um período até 26 semanas, para observação de recaídas.
Num segundo estudo de duração prolongada, a eficácia da venlafaxina na prevenção
episódios
depressivos
recorrentes
durante
período
12 meses
estabelecida num estudo clínico, controlado com placebo e sob dupla ocultação,
realizado em adultos em ambulatório, que apresentaram episódios depressivos major
recorrentes e que tinham, anteriormente, respondido ao tratamento com venlafaxina
(100 a 200 mg/dia, num esquema posológico de duas vezes por dia) no último
episódio de depressão.
Perturbação de ansiedade generalizada
A eficácia de venlafaxina cápsulas de libertação prolongada no tratamento da
perturbação de ansiedade generalizada (PAG) foi estabelecida em dois estudos de
8 semanas controlados com placebo, com uma dose constante (75 a 225 mg/dia),
um estudo com a duração de 6 meses, controlado com placebo, com uma dose
constante (75 a 225 mg/dia), e um estudo com a duração de 6 meses, controlado
com placebo, com uma dose variável (37,5, 75, e 150 mg/dia), em doentes adultos
em ambulatório.
Apesar de haver, também, evidência de superioridade sobre o placebo da dose de
37,5 mg/dia, esta dose não foi tão consistentemente efetiva quanto as doses mais
elevadas.
Perturbação de Ansiedade Social
A eficácia de venlafaxina cápsulas de libertação prolongada no tratamento da
perturbação de ansiedade social foi estabelecida em quatro ensaios efetuados sob
dupla ocultação, de grupos paralelos, com a duração de 12 semanas, multicêntricos,
controlados com placebo, de doses variáveis e um estudo efetuado sob dupla
ocultação, de grupos paralelos, com a duração de 6 meses, controlado com placebo,
de doses fixas/variáveis, em doentes adultos em ambulatório. Os doentes foram
tratados com doses entre 75-225 mg/dia. Não houve qualquer evidência de maior
efetividade no grupo que recebeu 150 a 225 mg/dia comparativamente com o grupo
que recebeu 75 mg/dia no estudo com a duração de 6 meses.
Perturbação de pânico
A eficácia de venlafaxina cápsulas de libertação prolongada no tratamento da
perturbação
pânico
estabelecida
dois
ensaios
efetuados
dupla
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
ocultação, com a duração de 12 semanas, multicêntricos, controlados com placebo,
em doentes adultos em ambulatório, que sofriam de perturbação de pânico, com ou
sem agorafobia. Nos estudos na perturbação de pânico a dose inicial foi de
37,5 mg/dia durante 7 dias. Seguidamente, os doentes receberam doses fixas de 75
ou 150 mg/dia num dos estudos e 75 ou 225 mg/dia no outro estudo.
A eficácia foi também estabelecida num estudo de longo prazo, efetuado sob dupla
ocultação, controlado com placebo, de grupos paralelos, que avaliou a segurança de
longo
prazo,
eficácia
prevenção
de recaídas,
doentes
adultos
ambulatório,
responderam
tratamento
estudo
aberto.
doentes
continuaram a receber a mesma dose de venlafaxina de libertação prolongada que
tinham tomado no final da fase sem ocultação (75, 150 ou 225 mg).
5.2 Propriedades farmacocinéticas
A venlafaxina é extensivamente metabolisada, principalmente no metabolito ativo
O-desmetilvenlafaxina
(ODV).
médias
desvios
padrão
semividas
plasmáticas da venlafaxina e ODV são, respetivamente, 5 ± 2 horas e 11 ± 2 horas.
As concentrações de venlafaxina e ODV no estado estacionário são atingidas após
3 dias de tratamento com doses múltiplas por via oral. A venlafaxina e ODV
apresentam uma cinética linear num intervalo de doses entre 75 mg e 450 mg/dia.
Absorção
Após administração oral de doses únicas de venlafaxina de libertação imediata, pelo
menos 92% da venlafaxina é absorvida. A biodisponibilidade absoluta é de 40 a
45%, devido a metabolismo pré-sistémico. Após a administração de venlafaxina de
libertação imediata atingem-se as concentrações máximas de venlafaxina e ODV no
plasma ao fim de 2 e 3 horas, respetivamente. Após a administração de venlafaxina
em cápsulas de libertação prolongada, as concentrações plasmáticas máximas de
venlafaxina e ODV atingem-se após 5,5 e 9 horas, respetivamente. Quando doses
diárias
equivalentes
são
administradas,
quer
forma
comprimido
libertação imediata, quer como cápsula de libertação prolongada, a cápsula de
libertação prolongada proporciona uma taxa mais baixa de absorção, mas a mesma
extensão de absorção, comparativamente ao comprimido de libertação imediata. Os
alimentos não afetam a biodisponibilidade da venlafaxina e ODV.
Distribuição
venlafaxina
ligam-se
minimamente
proteínas
plasmáticas
concentrações terapêuticas (27% e 30%, respetivamente). O volume de distribuição
venlafaxina
estado
estacionário,
após
administração
intravenosa,
4,4 + 1,6 l/kg.
Biotransformação
A venlafaxina sofre um extenso metabolismo hepático. Estudos in vitro e in vivo
indicam que a venlafaxina sofre biotransformação no seu principal metabolito ativo,
a ODV, pelo CYP2D6. Estudos in vitro e in vivo indicam que a venlafaxina é
metabolizada em N-desmetilvenlafaxina, um metabolito menor e menos ativo, pelo
CYP3A4. Estudos in vitro e in vivo indicam que a venlafaxina é um inibidor fraco do
CYP2D6. A venlafaxina não inibiu o CYP1A2, o CYP2C9, ou o CYP3A4.
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Eliminação
A venlafaxina e os seus metabolitos são excretados principalmente pelo rim.
Aproximadamente 87% de uma dose de venlafaxina é recuperada na urina após 48
horas, sob as formas de venlafaxina inalterada (5%), ODV não conjugada (29%),
ODV conjugada (26%) e outros metabolitos inativos menores (27%). As médias ±
desvios padrão das depurações no estado estacionário, de venlafaxina e ODV são
1,3 ± 0,6 l/h/kg e 0,4 ± 0,2 l/h/kg, respetivamente.
Populações especiais
Idade e género
A idade e o género não afetam significativamente a farmacocinética da venlafaxina e
ODV.
Metabolizadores extensivos e fracos do CYP2D6
As concentrações plasmáticas de venlafaxina são mais elevadas nos metabolizadores
fracos da CYP2D6 do que nos que apresentam atividade elevada. Uma vez que a
exposição total (AUC) à venlafaxina e ODV é semelhante, tanto nos metabolizadores
fracos como nos extensivos, não são necessários regimes posológicos diferentes de
venlafaxina nestes dois grupos.
Compromisso hepático
Em indivíduos Child-Pugh A (alterações ligeiras da função hepática) e Child-Pugh B
(alterações moderadas da função hepática), as semividas da venlafaxina e ODV
aumentaram comparativamente com as de indivíduos normais. A depuração oral da
venlafaxina
diminuiu.
Observou-se
elevado
grau
variabilidade
interindividual. Os dados de doentes com compromisso hepático grave são limitados
(ver secção 4.2).
Compromisso renal
Em doentes dialisados, a semivida de eliminação da venlafaxina aumentou cerca de
180% e a depuração diminuiu cerca de 57%, comparativamente com indivíduos
normais, enquanto a semivida de eliminação da ODV aumentou cerca de 142% e a
depuração diminuiu cerca de 56%. É necessário ajustar as doses em doentes com
compromisso renal grave e em doentes que requerem hemodiálise (ver secção 4.2)
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Os estudos efetuados com venlafaxina em ratos e ratinhos não revelam quaisquer
indícios de carcinogenicidade. A venlafaxina não se revelou mutagénica numa vasta
série de ensaios in vitro e in vivo.
Os estudos em animais sobre toxicidade reprodutiva revelaram nos ratos uma
diminuição do peso das crias, um aumento no número de nados-mortos e um
aumento
mortes
crias
durante
primeiros
5 dias
aleitamento.
Desconhece-se a causa destas mortes. Estes efeitos ocorreram com as doses de
30 mg/kg/dia, 4 vezes a dose diária de 375 mg de venlafaxina em seres humanos
(com base em mg/kg). A dose sem efeito relativamente a estes achados foi de
1,3 vezes a dose utilizada em seres humanos. Desconhece-se o risco potencial para
os seres humanos.
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Observou-se uma redução da fertilidade num estudo em que tanto os machos como
as fêmeas foram expostos a ODV. Esta exposição foi 1 a 2 vezes a exposição
humana observada com a dose de venlafaxina de 375 mg/dia. Desconhece-se a
relevância deste achado para os seres humanos.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Cápsulas de 37,5 mg:
- Celulose microcristalina (PH102)
- Povidona (Plasdone K-90 D)
- Talco
- Sílica coloidal anidra
- Estearato de magnésio
- Etilcelulose (E462)
- Copovidona
Cápsula de Gelatina composta por:
- Dióxido de titânio (E171)
- Óxido de ferro negro (E172)
- Óxido de ferro vermelho (E172)
- Óxido de ferro amarelo (E172)
- Tinta de impressão vermelha (Red SB-1033 Tek)
Cápsulas de 75 mg:
- Celulose microcristalina (PH102)
- Povidona (Plasdone K-90 D)
- Talco
- Sílica coloidal anidra
- Estearato de magnésio
- Etilcelulose (E462)
- Copovidona
Cápsula de Gelatina composta por:
Dióxido de titânio (E171)
- Óxido de ferro negro (E172)
- Óxido de ferro vermelho (E172)
- Tinta de impressão vermelha (Red SB-1033 Tek)
Cápsulas de 150 mg:
- Celulose microcristalina (PH102)
- Povidona (Plasdone K-90 D)
- Talco
- Sílica coloidal anidra
- Estearato de magnésio
- Etilcelulose (E462)
- Copovidona
Cápsula de Gelatina composta por:
- Dióxido de titânio (E171)
- Azul brilhante E133
- FD&c Red #40
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
- Amarelo-sunset (E110)
- Tek print SB-0007P
6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3 Prazo de validade
3 anos.
6.4 Precauções especiais de conservação
Conservar a temperatura inferior a 25ºC.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Blister de PVC/ACLAR e folha de alumínio.
Cada embalagem de Venlafaxina Labesfal de 37,5 mg, 75 mg e 150 mg contém 10,
20, 30 ou 60 cápsulas de libertação prolongada.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Não existem requisitos especiais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Generis® Farmacêutica, S.A.
Rua João de Deus, 19
2700-487 Amadora
Portugal
8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Nº de registo: 5099676– 10 Cápsulas de libertação prolongada, 37,5 mg, blister
ACLAR/PVC
Nº de registo: 5099700– 20 Cápsulas de libertação prolongada, 37,5 mg, blister
ACLAR/PVC
Nº de registo: 5099718– 30 Cápsulas de libertação prolongada, 37,5 mg, blister
ACLAR/PVC
Nº de registo: 5099726– 60 Cápsulas de libertação prolongada, 37,5 mg, blister
ACLAR/PVC
Nº de registo: 5099734– 10 Cápsulas de libertação prolongada, 75 mg, blister
ACLAR/PVC
Nº de registo: 5099742– 20 Cápsulas de libertação prolongada, 75 mg, blister
ACLAR/PVC
Nº de registo: 5099759– 30 Cápsulas de libertação prolongada, 75 mg, blister
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
ACLAR/PVC
Nº de registo: 5099767– 60 Cápsulas de libertação prolongada, 75 mg, blister
ACLAR/PVC
Nº de registo: 5099775– 10 Cápsulas de libertação prolongada, 150 mg, blister
ACLAR/PVC
Nº de registo: 5099809– 20 Cápsulas de libertação prolongada, 150 mg, blister
ACLAR/PVC
Nº de registo: 5099817– 30 Cápsulas de libertação prolongada, 150 mg, blister
ACLAR/PVC
Nº de registo: 5099825– 60 Cápsulas de libertação prolongada, 150 mg, blister
ACLAR/PVC
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE
INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data da primeira autorização: 04 de abril de 2008
Data da última renovação: 29 de junho de 2015
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO