Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
31-05-2010
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APROVADO EM
31-05-2010
INFARMED
FOLHETO INFORMATIVO: INFORMAÇÃO PARA O UTILIZADOR
Valsartan Peperil 40 mg comprimidos revestidos por película
Valsartan
Leia atentamente este folheto antes de tomar este medicamento.
Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler.
Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode
ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas.
Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários
não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.
Neste folheto:
1. O que é Valsartan Peperil e para que é utilizado
2. Antes de tomar Valsartan Peperil
3. Como tomar Valsartan Peperil
4. Efeitos secundários possíveis
5. Como conservar Valsartan Peperil
6. Outras informações
1. O QUE É VALSARTAN PEPERIL E PARA QUE É UTILIZADO
Valsartan Peperil pertence a uma classe de medicamentos conhecidos como antagonistas
dos receptores da angiotensina II que ajudam a controlar a pressão arterial elevada. A
angiotensina II é uma substância produzida pelo organismo que provoca constrição dos
vasos sanguíneos, induzindo assim um aumento da pressão arterial. Valsartan Peperil
actua bloqueando o efeito da angiotensina II. Consequentemente, os vasos sanguíneos
dilatam e a pressão arterial diminui.
Valsartan Peperil 40 mg comprimidos revestidos por película pode ser utilizado em duas
situações diferentes:
para tratamento após um ataque de coração recente (enfarte do miocárdio). "Recente"
aqui significa entre 12 horas e 10 dias.
Para tratar a insuficiência cardíaca sintomática. Valsartan é utilizado quando um grupo de
medicamentos denominados inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina (ECA)
(um medicamento para tratar insuficiência cardíaca) não pode ser utilizado ou pode ser
utilizado
associação
inibidores
quando
não
podem
utilizar
bloqueadores-beta (outro medicamento para o tratamento da insuficiência cardíaca). Os
sintomas de insuficiência cardíaca incluem falta de ar e inchaço dos pés e das pernas
devido à acumulação de fluidos.
2. ANTES DE TOMAR VALSARTAN PEPERIL
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Não tome Valsartan Peperil:
se tem alergia (hipersensibilidade) ao valsartan ou a qualquer outro componente do
Valsartan Peperil.
se tiver doença hepática grave.
se estiver grávida de mais de 3 meses (também é melhor evitar tomar Valsartan Peperil
no início da gravidez - ver secção sobre gravidez).
Se algum destes casos se aplicar a si, não tome Valsartan Peperil
Tome especial cuidado com Valsartan Peperil:
se sofrer de doença hepática.
se sofrer de doença renal grave ou se está a fazer diálise.
se sofrer de estreitamento da artéria renal.
se tiver sido submetido recentemente a transplante renal (recebeu um novo rim).
se estiver a receber tratamento após um ataque de coração ou para insuficiência cardíaca,
o seu médico pode verificar a sua função renal.
se sofrer de doença cardíaca grave que não seja insuficiência cardíaca ou ataque de
coração.
se estiver a tomar medicamentos que aumentem a quantidade de potássio no sangue.
Estes incluem suplementos de potássio ou substitutos salinos que contenham potássio,
medicamentos poupadores de potássio e heparina. Pode ser necessário controlar o nível
de potássio no seu sangue com regularidade.
se sofrer de aldosteronismo. Trata-se de uma doença em que as glândulas supra-renais
produzem a hormona aldosterona em excesso. Se isto se aplicar a si, o uso de Valsartan
não é recomendado.
se tiver perdido uma grande quantidade de líquidos (desidratação) provocada por diarreia,
vómitos ou doses elevadas de diuréticos.
o uso de Valsartan em crianças e adolescentes não é recomendado (com menos de 18
anos de idade). tem que informar o seu médico se pensa que está (ou pode vir a estar)
grávida. Valsartan não é recomendado no início da gravidez e não pode ser tomado se
tiver mais de 3 meses de gravidez porque pode causar lesões graves no seu bebé se for
utilizado naquela fase (ver secção de gravidez).
Se algum destes casos se aplicar a si, informe o seu médico antes de tomar Valsartan
Peperil.
Ao tomar Valsartan Peperil com outros medicamentos
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente
outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica.
efeito
tratamento
pode
influenciado
Valsartan
tomado
determinados medicamentos. Pode ser necessário alterar a dose, tomar outras precauções,
ou, nalguns casos, interromper o tratamento com um dos medicamentos. Esta situação
aplica-se tanto aos medicamentos de venda por prescrição como aos medicamentos não
sujeitos a receita médica, em especial:
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outros medicamentos utilizados para baixar a pressão arterial, nomeadamente diuréticos.
medicamentos
aumentam
quantidade
potássio
sangue.
Estes
incluem
suplementos de potássio ou substitutos salinos que contenham potássio, medicamentos
poupadores de potássio e heparina.
determinados tipos de analgésicos denominados medicamentos anti-inflamatórios não
esteróides (AINEs).
lítio, um medicamento utilizado no tratamento de certos tipos de doença psiquiátrica.
Além disso:
se estiver a ser tratado após um ataque de coração, não se recomenda a associação com
inibidores da ECA (um medicamento para o tratamento de ataque de coração).
se estiver a ser tratado para insuficiência cardíaca, não se recomenda a associação tripla
inibidores
bloqueadores-beta
(medicamentos
para
tratamento
insuficiência cardíaca).
Ao tomar Valsartan Peperil com alimentos e bebidas
Pode tomar Valsartan Peperil com ou sem alimentos.
Gravidez e aleitamento
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
Tem que informar o seu médico se pensa que está (ou pode vir a estar) grávida.
Normalmente o seu médico irá aconselhá-la a interromper o tratamento com Valsartan
antes de engravidar ou assim que você saiba que está grávida e irá aconselhá-la a tomar
outro medicamento para substituição de Valsartan. Valsartan não é recomendado no
início da gravidez e não pode ser tomado se tiver mais de 3 meses de gravidez porque
pode causar lesões graves no seu bebé se for utilizado depois do terceiro mês de gravidez.
Informe o seu médico caso se encontre a amamentar ou se vai começar a amamentar.
Valsartan não é recomendado para mães que estão a amamentar e o seu médico poderá
escolher outro tratamento para si se desejar amamentar, especialmente se o seu bebé for
recém-nascido ou for prematuro.
Condução de veículos e utilização de máquinas
Antes de conduzir um veículo, utilizar ferramentas ou máquinas, ou desempenhar outras
tarefas que requeiram concentração, certifique-se de que sabe como reage aos efeitos de
Valsartan Tal como com outros medicamentos utilizados no tratamento da pressão
arterial elevada, Valsartan pode, em casos raros, provocar tonturas e afectar a capacidade
de concentração.
Informações importantes sobre alguns componentes de Valsartan Peperil
Se foi informado pelo seu médico que tem intolerância a alguns açúcares, contacte-o
antes de tomar este medicamento.
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3. COMO TOMAR VALSARTAN PEPERIL
Tomar Valsartan sempre de acordo com as indicações do médico, de modo a obter os
melhores resultados e reduzir o risco de efeitos secundários. Fale com o seu médico ou
farmacêutico se tiver dúvidas. Frequentemente, os doentes com hipertensão arterial não
notam quaisquer sinais deste problema. Muitos sentem-se perfeitamente normais. Torna-
se assim fundamental que cumpra o calendário de consultas com o seu médico, mesmo
quando se sente bem.
Após
ataque
coração
recente:
após
ataque
coração
tratamento
geralmente iniciado logo ao fim de 12 horas, habitualmente com uma dose baixa de 20
mg duas vezes por dia. A dose de 20 mg é obtida através da divisão do comprimido de 40
mg. O seu médico irá aumentar esta dose de forma gradual ao longo de várias semanas
até uma dose máxima de 160 mg duas vezes por dia. A dose final depende do que cada
doente individualmente conseguir tolerar.
Valsartan pode ser administrado com outro medicamento para o ataque cardíaco, cabendo
ao seu médico decidir qual o tratamento adequado para si.
Insuficiência cardíaca: o tratamento começa geralmente com 40 mg duas vezes por dia. O
seu médico irá aumentar a dose de forma gradual ao longo de várias semanas até uma
dose máxima de 160 mg duas vezes por dia. A dose final depende do que cada doente
individualmente conseguir tolerar.
Valsartan pode ser administrado com outro medicamento para insuficiência cardíaca,
cabendo ao seu médico decidir qual o tratamento adequado para si.
Pode tomar Valsartan Peperil com ou sem alimentos. Engula o Valsartan Peperil com um
copo de água. Tome o Valsartan Peperil todos os dias aproximadamente à mesma hora.
Se tomar mais Valsartan Peperil do que deveria
Se sentir tonturas graves e/ou desmaio, deite-se e contacte imediatamente o seu médico.
Se acidentalmente tomou demasiados comprimidos, contacte o seu médico, farmacêutico
ou hospital.
Caso se tenha esquecido de tomar Valsartan Peperil
Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar. Caso
se tenha esquecido de tomar uma dose tome-a assim que se lembrar. No entanto, se
estiver quase na hora de tomar a dose seguinte, não tome a dose que se esqueceu.
Se parar de tomar Valsartan Peperil
Interromper o tratamento com Valsartan Peperil pode agravar a sua doença. Não deixe de
tomar o medicamento a menos que seja o seu médico a dizer-lhe que o faça.
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Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico
ou farmacêutico.
4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSIVEIS
Como todos os medicamentos, Valsartan Peperil pode causar efeitos secundários, no
entanto estes não se manifestam em todas as pessoas.
Estes efeitos secundários podem ocorrer com determinadas frequências que são definidas
a seguir: muito frequentes: afecta mais de 1 utilizador em cada 10
frequentes: afecta 1 a 10 utilizadores em cada 100
pouco frequentes: afecta 1 a 10 utilizadores em cada 1.000
raros: afecta 1 a 10 utilizadores em cada 10.000
muito raros: afecta menos de 1 utilizador em cada 10.000
desconhecido: não é possível estimar uma frequência a partir dos dados disponíveis
Alguns sintomas requerem atenção médica imediata:
Pode sentir sintomas de angioedema como, por exemplo,
inchaço da face, língua ou garganta
dificuldade em engolir
erupção cutânea e dificuldades em respirar
Se sentir algum destes sintomas, consulte imediatamente um médico.
Outros efeitos secundários incluem:
Frequentes:
tonturas, tontura postural
pressão arterial baixa com sintomas como tonturas
função renal diminuída (sinais de disfunção renal)
Pouco frequentes:
reacção
alérgica
sintomas
como
erupção cutânea,
comichão(prurido), tonturas,
inchaço da face ou lábios ou da língua ou garganta, dificuldade em respirar ou engolir,
tonturas (sinais de angioedema)
perda súbita de consciência
sentir-se a rodar
função renal gravemente reduzida (sinais de falência renal aguda)
espasmos musculares, ritmo cardíaco anormal (sinais de hipercaliemia)
falta de ar, dificuldade em respirar quando está deitado, inchaço dos pés ou das pernas
(sinais de insuficiência cardíaca)
dor de cabeça
tosse
dor abdominal
náuseas
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diarreia
cansaço
fraqueza
Desconhecidos
erupção cutânea, comichão (prurido), juntamente com alguns dos seguintes sinais ou
sintomas: febre, dor nas articulações, dor muscular, nódulos linfáticos inchados e/ou
sintomas semelhantes aos da gripe (sinais de doença do soro)
pontos de cor vermelha e púrpura, febre, comichão (sinais de inflamação dos vasos
sanguíneos também denominado vasculite)
hemorragias ou hematomas anormais (sinais de trombocitopenia – diminuição do número
de plaquetas no sangue) dor muscular (mialgia)
febre, dores de garganta ou úlceras bucais devido a infecções (sintomas de nível baixo de
glóbulos brancos também denominado neutropenia)
diminuição do nível de hemoglobina e diminuição da percentagem de glóbulos vermelhos
no sangue (o que, em casos graves, pode provocar anemia)
aumento do nível de potássio no sangue (o que, em casos graves, pode desencadear
espasmos musculares e ritmo cardíaco anormal)
elevação dos valores da função hepática (o que pode indicar lesões no fígado) incluindo
um aumento do nível de bilirrubina no sangue (o que, em casos graves, pode causar pele
e olhos amarelos)
aumento do nível de azoto na ureia sanguínea e aumento do nível de creatinina sérica (o
que, pode indicar, função renal anormal)
A frequência de determinados efeitos secundários pode variar consoante o seu estado. Por
exemplo, efeitos secundários como tonturas e função renal diminuída ocorreram com
menos frequência em doentes tratados com pressão arterial elevada do que em doentes
tratados para insuficiência cardíaca ou depois de um ataque de coração recente.
Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários
não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.
5. COMO CONSERVAR VALSARTAN PEPERIL
Não conservar acima de 30ºC.
Manter fora do alcance e da vista das crianças.
Não utilize Valsartan Peperil após o prazo de validade impresso no embalagem. O prazo
de validade corresponde ao último dia do mês indicado.
Não utilize Valsartan Peperil se verificar que a embalagem está danificada ou apresenta
sinais de violação.
Os medicamentos não devem ser eliminados na canalização ou no lixo doméstico.
Pergunte ao seu farmacêutico como eliminar os medicamentos de que já não necessita.
Estas medidas irão ajudar a proteger o ambiente.
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6. OUTRAS INFORMAÇÕES
Qual a composição de Valsartan Peperil
-A substância activa é o valsartan 40 mg.
-Os outros ingredientes são: lactose, lactose mono-hidratada, celulose microcristalina,
hidroxipropilcelulose, sílica coloidal anidra e estearato de magnésio. O revestimento do
comprimido
contém
hidroxipropilmetilcelulose,
Macrogol
8000,
dióxido
titânio
(E171), Óxido de ferro vermelho (E172), Óxido de ferro amarelo (E172), Óxido de ferro
negro (E172)
Qual o aspecto de Valsartan Peperil e conteúdo da embalagem
Valsartan Peperil 40 mg comprimidos revestidos por película, são de coloração amarela,
forma oblonga, biconvexos, com ranhura e gravação “40” numa das faces e a gravação
“VLS” na outra face.
Apresentações: 14, 28, 56, 98 ou 280 comprimidos
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
Titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante
Titular da Autorização de Introdução no Mercado
CeaMed, Serviço e Consultadoria Farmacêutica. Lda.
Centro de Empresas e Inovação da Madeira
EV n.º 017 – Madeira Tecnopólo, 1º
9020-105 Funchal, Madeira
Portugal
Telefone: 964778102
E-mail: ana.aires@ceamed.pt
Fabricante
Bluepharma Indústria Farmacêutica, S.A.
Cimo de Fala – S. Martinho do Bispo
3045-016 Coimbra
Portugal
Telefone: +351 239 800 300
Fax: +351 239 800 333
Este folheto foi aprovado pela última vez em
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
Valsartan Peperil 40 mg comprimidos revestidos por película
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Um comprimido revestido por película contém 40 mg de valsartan
Excipiente:
Contém lactose
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Comprimido revestido por película.
Comprimido revestido por película, de cor amarela, oblongo, biconvexo, com ranhura e
gravação “40” numa das faces e a gravação “VLS” na outra face. A ranhura permite que o
comprimido seja dividido em duas metades iguais.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
Enfarte do miocárdio recente
Tratamento de doentes clinicamente estáveis com insuficiência cardíaca sintomática ou
disfunção ventricular sistólica esquerda assintomática após um enfarte do miocárdio
recente (12 horas – 10 dias) (ver secção 4.4. e 5.1).
Insuficiência cardíaca
Tratamento
insuficiência
cardíaca
sintomática
quando
não
possível
utilizar
inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA) ou como terapêutica adicional
aos inibidores da ECA quando não for possível utilizar bloqueadores-beta (ver secção 4.4
e 5.1).
4.2 Posologia e modo de administração
Posologia
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Enfarte do miocárdio recente
Em doentes clinicamente estáveis a terapêutica pode ser iniciada logo ao fim de 12 horas
após um enfarte do miocárdio. Após uma dose inicial de 20 mg duas vezes por dia, a dose
de valsartan deve ser ajustada até 40 mg, 80 mg e 160 mg duas vezes por dia durante as
semanas seguintes. A dose inicial é obtida a partir do comprimido divisível de 40 mg.
A dose máxima que se pretende atingir é de 160 mg duas vezes por dia. Em geral,
recomenda-se que os doentes alcancem um nível de dose de 80 mg duas vezes por dia até
duas semanas após o início do tratamento e que a dose máxima a atingir, 160 mg duas
vezes por dia, seja alcançada ao fim de três meses, com base na tolerabilidade do doente.
Se ocorrer hipotensão sintomática ou disfunção renal deve considerar-se uma redução da
dose.
Valsartan pode ser usado em doentes tratados com outras terapêuticas pós-enfarte do
miocárdio, por ex., tromboliticos, ácido acetilsalicílico, bloqueadores-beta, estatinas e
diuréticos. A associação com inibidores da ECA não é recomendada (ver secção 4.4. e
5.1).
A avaliação dos doentes no pós-enfarte do miocárdio deve incluir sempre a avaliação da
função renal.
Insuficiência cardíaca
A dose inicial recomendada de Valsartan é de 40 mg duas vezes por dia. O ajuste
crescente para 80 mg e 160 mg duas vezes por dia deve ser efectuado a intervalos de pelo
menos duas semanas, até à dose mais elevada que for tolerada pelo doente. Deve ser
considerada a redução da dose dos diuréticos concomitantes.
A dose diária máxima administrada em ensaios clínicos é de 320 mg em dose divididas.
Valsartan pode ser administrado com outras terapêuticas para a insuficiência cardíaca. No
entanto, a associação tripla com um inibidor da ECA, um bloqueador-beta e valsartan não
é recomendada (ver secção 4.4 e 5.1).
A avaliação dos doentes com insuficiência cardíaca deve incluir sempre a avaliação da
função renal.
Modo de administração
Valsartan Peperil pode ser tomado fora das refeições e deve ser administrado com água.
Informações adicionais sobre populações especiais
Idosos
Não é necessário ajustamento da dose em doentes idosos.
Disfunção renal
Não é necessário ajustamento da dose em doentes com uma depuração de creatinina >10
ml/min (ver secção 4.4 e 5.2).
Disfunção hepática
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Em doentes com insuficiência hepática ligeira a moderada sem colestase a dose de
valsartan não deverá exceder os 80 mg. Valsartan Peperil é contra-indicado em doentes
com disfunção hepática grave e em doentes com colestase (ver secção 4.3, 4.4 e 5.2).
Doentes pediátricos
A utilização de Valsartan Peperil não é recomendada em crianças com idades inferiores a
18 anos, devido à falta de informação de segurança e eficácia.
4.3 Contra-indicações
-Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes.
-Disfunção hepática grave, cirrose biliar e colestase.
-Segundo e terceiro trimestre de gravidez (ver secção 4.4 e 4.6).
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Hipercaliemia
Não é recomendada a medicação concomitante com suplementos de potássio, diuréticos
poupadores de potássio, substitutos do sal contendo potássio ou outros fármacos que
possam aumentar os níveis de potássio (heparina, etc.). A monitorização de potássio deve
ser realizada apropriadamente.
Doentes com depleção de sódio e/ou do volume
Nos doentes com depleção grave de sódio e/ou do volume, nomeadamente nos doentes
tratados com doses elevadas de diuréticos, pode ocorrer hipotensão sintomática em casos
raros após o início da terapêutica com Valsartan. A depleção de sódio e/ou do volume
deve ser corrigida antes de iniciar o tratamento com Valsartan, por exemplo, por redução
da dose de diurético.
Estenose arterial renal
O uso seguro de Valsartan ainda não foi estabelecido em doentes com estenose arterial
renal bilateral ou estenose de rim único. A administração a curto prazo de Valsartan em
doze doentes com hipertensão renovascular secundária a estenose arterial renal unilateral
não induziu quaisquer alterações significativas da hemodinâmica renal, creatinina sérica
ou azoto da ureia sanguínea (BUN). Contudo, uma vez que outros agentes com efeito
sobre o sistema renina-angiotensina podem aumentar a ureia sanguínea e a creatinina
sérica de doentes com estenose arterial renal unilateral, recomenda-se a monitorização da
função renal com doentes tratados com valsartan.
Transplante renal
Não há experiência sobre o uso seguro de Valsartan em doentes com transplante renal
recente.
Hiperaldosteronismo primário
Doentes com hiperaldosteronismo primário não devem ser tratados com Valsartan dado
que o seu sistema renina-angiotensina não está activado.
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Estenose aórtica e da válvula mitral, cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva
Tal como com todos os outros vasodilatadores, está indicado um cuidado especial nos
doentes que sofram de estenose aórtica ou mitral ou de cardiomiopatia hipertrófica
obstrutiva (HOCM).
Disfunção renal
Não é necessário ajustamento da dose em doentes com uma depuração de creatinina >10
ml/min. Não existe actualmente qualquer experiência sobre a utilização segura em
doentes com depuração de creatinina <10 ml/min nem em doentes a fazer diálise, por
conseguinte valsartan deve ser utilizado com precaução nestes doentes (ver secção 4.2 e
5.2).
Disfunção hepática
Em doentes com insuficiência hepática ligeira a moderada sem colestase, Valsartan deve
ser usado com precaução (ver secção 4.2 e 5.2).
Gravidez
A terapêutica com Antagonistas dos Receptores da Angiotensina II (ARAIIs) não deve
ser iniciada durante a gravidez. A menos que a continuação da terapêutica com ARAII
seja
considerada
essencial,
doentes
planeiam
engravidar
devem
mudar
para
terapêuticas
anti-hipertensoras
alternativas
tenham
perfil
segurança
estabelecido para utilização durante a gravidez. Quando a gravidez é diagnosticada a
terapêutica com ARAIIs deve ser imediatamente interrompida, e, se apropriado, deve ser
iniciada terapêutica alternativa (ver secção 4.3 e 4.6).
Enfarte do miocárdio recente
A associação dupla de captopril e valsartan não demonstrou qualquer benefício clínico
adicional, tendo aumentado o risco de efeitos adversos em comparação com o tratamento
com as respectivas terapêuticas (ver secção 4.2 e 5.1). Por conseguinte, a associação de
valsartan com um inibidor de ECA não é recomendada.
Deve ser tida precaução ao iniciar a terapêutica em doentes no pós-enfarte do miocárdio.
A avaliação dos doentes no pós-enfarte do miocárdio deve incluir sempre a avaliação da
função renal (ver secção 4.2).
O uso de Valsartan em doentes no pós-enfarte do miocárdio resulta frequentemente em
alguma redução na pressão arterial, mas a interrupção da terapêutica devido a hipotensão
sintomática
continuada
não
geralmente
necessária
desde
sejam
seguidas
instruções de dose (ver secção 4.2).
Insuficiência cardíaca
Em doentes com insuficiência cardíaca, a associação tripla de um inibidor da ECA, um
bloqueador-beta e Valsartan não demonstrou qualquer benefício clínico (ver secção 5.1)
Esta associação aparentemente aumenta o risco de acontecimentos adversos pelo que não
é recomendada.
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Deve ser observado com precaução o início da terapêutica em doentes com insuficiência
cardíaca. A avaliação dos doentes com insuficiência cardíaca deve incluir sempre a
avaliação da função renal (ver secção 4.2).
O uso de Valsartan em doentes com insuficiência cardíaca resulta frequentemente em
alguma redução na pressão arterial, mas a interrupção da terapêutica devido a hipotensão
sintomática
continuada
não
geralmente
necessária
desde
sejam
seguidas
instruções de dose (ver secção 4.2).
doentes
cuja
função
renal
possa
depender
actividade
sistema
renina-
angiotensina (por ex. doentes com insuficiência cardíaca congestiva grave), o tratamento
com inibidores da enzima de conversão da angiotensina tem sido associado a oligúria
e/ou azotemia progressiva e, em casos raros, a insuficiência renal aguda e/ou morte.
Como o valsartan é um antagonista da angiotensina II, não se pode excluir que o uso de
Valsartan possa estar associado a insuficiência da função renal.
Lactose
Doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência de
lactase ou malabsorção de glucose-galactose não devem tomar este medicamento.
4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção
Não é recomendada utilização concomitante
Lítio
Foram relatados aumentos reversíveis das concentrações séricas do lítio e da toxicidade
durante o uso concomitante de inibidores da ECA. Devido à falta de experiência com a
utilização concomitante de valsartan e lítio, esta associação não é recomendada. Caso esta
associação seja necessária, recomenda-se a monitorização cuidadosa dos níveis séricos de
lítio.
Diuréticos poupadores de potássio, suplementos de potássio, substitutos de sal contendo
potássio e outras substâncias podem aumentar os níveis de potássio.
Se se considerar necessário utilizar um medicamento que afecta os níveis de potássio em
associação com valsartan, aconselha-se a monitorização dos níveis de potássio.
Cuidado necessário com utilização concomitante
Medicamentos anti-inflamatórios não esteróides (AINEs), incluindo inibidores selectivos
da COX-2, ácido acetilsalicílico >3 g/dia), e AINEs não selectivos.
Quando os antagonistas da angiotensina II são administrados simultaneamente com
AINEs, pode ocorrer a atenuação do efeito antihipertensivo. Adicionalmente, a utilização
concomitante de antagonistas da angiotensina II e AINEs pode levar a um aumento do
risco de degradação da função renal e a um aumento no potássio sérico.
Assim, recomenda-se a monitorização da função renal no início do tratamento, bem como
a hidratação adequada do doente.
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Outros
estudos
interacções
medicamentosas
valsartan,
não
foram
observadas
quaisquer interacções clinicamente significativas com valsartan ou com qualquer um dos
fármacos seguintes: cimetidina, varfarina, furosemida, digoxina, atenolol, indometacina,
hidroclorotiazida, amlodipina, glibenclamida.
4.6 Gravidez e aleitamento
Gravidez
utilização
Antagonistas
Receptores
Angiotensina
(ARAIIs)
não
recomendada durante o primeiro trimestre de gravidez (ver secção 4.4). A utilização de
ARAIIs é contra-indicada durante o segundo e terceiro trimestres de gravidez (ver secção
4.3 e 4.4.)
dados
epidemiológicos
relativos
risco
teratogenicidade
após
exposição
inibidores da ECA durante o primeiro trimestre de gravidez não têm sido conclusivos; no
entanto, não pode ser excluído um ligeiro aumento do risco. Embora não existam dados
epidemiológicos controlados sobre o risco com ARAIIs, podem existir riscos semelhantes
nesta classe de medicamentos. A menos que a continuação da terapêutica com ARAII
seja
considerada
essencial,
doentes
planeiam
engravidar
devem
mudar
para
terapêuticas
anti-hipertensoras
alternativas
tenham
perfil
segurança
estabelecido para utilização durante a gravidez. Quando a gravidez é diagnosticada a
terapêutica com ARAIIs deve ser imediatamente interrompida, e, se apropriado, deve ser
iniciada terapêutica alternativa.
Sabe-se
exposição
terapêutica
ARAIIs
durante
segundo
terceiro
trimestres induz fetotoxicidade (função renal reduzida, oligoâmnios, atraso na ossificação
do crânio) e toxicidade neonatal (insuficiência renal, hipotensão, hipercaliemia) no ser
humano; ver também secção 5.3 "Dados de segurança pré-clínica".
tiver
existido
exposição
ARAIIs
após
segundo
trimestre
gravidez,
recomendável uma avaliação da função renal e do crânio através de ultra-sons. Os bebés
cujas
mães
tomaram
ARAIIs
devem
cuidadosamente
monitorizados
quanto
hipotensão (ver também secção 4.3. e 4.4).
Aleitamento
Devido
inexistência
informação
relativa
utilização
valsartan
durante
amamentação,
não
recomenda
utilização
Valsartan
dando-se
preferência
tratamentos
alternativos
perfis
segurança
melhor
estabelecidos
durante
aleitamento, especialmente durante a amamentação de um recém-nascido ou de um bebé
prematuro.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
APROVADO EM
31-05-2010
INFARMED
Não foram estudados os efeitos sobre a capacidade de conduzir. Durante a condução de
veículos ou utilização de máquinas, deverá ter-se em consideração a possibilidade de
ocorrência de tonturas ou cansaço.
4.8 Efeitos indesejáveis
Em estudos clínicos controlados realizados em doentes com hipertensão, a incidência
geral
reacções
adversas
(RAs)
comparável
placebo
coerente
farmacologia de valsartan. A incidência de RAs não pareceu estar relacionada com a dose
ou duração do tratamento e também não mostrou qualquer associação com sexo, idade ou
raça.
As RAs comunicadas de estudos clínicos, experiência pós-comercialização e descobertas
laboratoriais estão listadas a seguir de acordo com a classe de órgãos do sistema.
As reacções adversas estão ordenadas por frequência, primeiro as mais
frequentes,
utilizando a seguinte convenção: muito frequentes (
1/10); frequentes (
1/100, <1/10);
pouco frequentes (
1/1.000, <1/100); raras (
1/10 000, <1/1000); muito raras (<1/10
000),
incluindo
relatos
isolados.
reacções
adversas
são
ordenadas
ordem
decrescente de gravidade dentro de cada classe de frequência.
Relativamente a todas as RAs relatadas da experiência pós-comercialização e descobertas
laboratoriais, não é possível aplicar qualquer frequência de RA, pelo que a sua frequência
vem indicada como "desconhecida".
Hipertensão
Doenças do sangue e do sistema linfático
Desconhecida
Diminuição na hemoglobina, Diminuição
hematócrito,
Neutropenia,
Trombocitopenia
Doenças do sistema imunitário
Desconhecida
Hipersensibilidade
incluindo
doença
soro
Doenças do metabolismo e da nutrição
Desconhecida
Aumento do potássio sérico
Afecções do ouvido e do labirinto
Pouco frequentes
Vertigens
Vasculopatias
Desconhecida
Vasculite
Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino
Pouco frequentes
Tosse
Doenças gastrointestinais
Pouco frequentes
Dor abdominal
Afecções hepatobiliares
APROVADO EM
31-05-2010
INFARMED
Desconhecida
Elevação dos valores da função hepática
incluindo aumento da bilirrubina sérica
Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneas
Desconhecida
Angioedema, Erupção cutânea, Prurido
Afecções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos
Desconhecida
Mialgia
Doenças renais e urinárias
Desconhecida
Falência e insuficiência renal, Elevação da
creatinina sérica
Perturbações gerais e alterações no local de administração
Pouco frequentes
Fadiga
O perfil de segurança visto em estudos clínicos controlados em doentes no pós-enfarte do
miocárdio e/ou com insuficiência cardíaca varia em relação ao perfil de segurança geral
visto em doentes hipertensos. Tal pode estar relacionado com a doença subjacente dos
doentes. As RAs que ocorreram em doentes no pós-enfarte do miocárdio e/ou com
insuficiência cardíaca estão listadas abaixo:
Pós-enfarte do miocárdio e/ou insuficiência cardíaca
Doenças do sangue e do sistema linfático
Desconhecida
Trombocitopenia
Doenças do sistema imunitário
Desconhecida
Hipersensibilidade
incluindo
doença
soro
Doenças do metabolismo e da nutrição
Pouco frequentes
Hipercaliemia
Desconhecida
Aumento do potássio sérico
Doenças do sistema nervoso
Frequentes
Tonturas, Tontura postural
Pouco frequentes
Síncope, Cefaleia
Afecções do ouvido e do labirinto
Pouco frequentes
Vertigens
Cardiopatias
Pouco frequentes
Insuficiência cardíaca.
Vasculopatias
Frequentes
Hipotensão, Hipotensão ortostática
Desconhecida
Vasculite
Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino
Pouco frequentes
Tosse
Doenças gastrointestinais
Pouco frequentes
Náuseas, Diarreia
Afecções hepatobiliares
Desconhecida
Elevação dos valores da função hepática
APROVADO EM
31-05-2010
INFARMED
Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneas
Pouco frequentes
Angioedema
Desconhecida
Erupção cutânea, Prurido
Afecções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos
Desconhecida
Mialgia
Doenças renais e urinárias
Frequentes
Disfunção e insuficiência renal
Pouco frequentes
Insuficiência
renal
aguda,
Elevação
creatinina sérica
Desconhecida
Aumento do azoto da ureia sanguínea
Perturbações gerais e alterações no local de administração
Pouco frequentes
Astenia, Fadiga
4.9 Sobredosagem
Sintomas
Uma sobredosagem com Valsartan pode resultar em hipotensão acentuada, que poderá
levar a um nível deprimido de consciência, colapso circulatório e/ou choque.
Tratamento
medidas
terapêuticas
dependem
tempo
ingestão,
assim
como
tipo
gravidade dos sintomas, sendo de primordial importância a estabilização das condições
circulatórias.
Se ocorrer hipotensão o doente deve ser colocado em decúbito e deverá ser iniciada a
correcção de volume sanguíneo.
É pouco provável que valsartan seja eliminado por hemodiálise.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 3.4.2.2 Antagonistas dos receptores da angiotensina
Código ATC: C09CA03
Valsartan é um antagonista dos receptores da angiotensina II (Ang II) oralmente activo,
potente e específico.
Actua de
forma
selectiva
no subtipo de receptores AT1, responsável
pelas acções
conhecidas da angiotensina II. O aumento dos níveis plasmáticos de Ang II após o
bloqueio do receptor AT1 com valsartan pode estimular o receptor AT2 não bloqueado,
que parece contrabalançar o efeito do receptor AT1. O valsartan não apresenta qualquer
actividade agonista parcial no receptor AT1 e apresenta uma afinidade muito maior para
o receptor AT1 (cerca de 20 000 vezes superior) que para o receptor AT2. O valsartan
não
liga
bloqueia,
outros
receptores
hormonais
canais
iónicos
reconhecidamente importantes na regulação cardiovascular.
APROVADO EM
31-05-2010
INFARMED
Valsartan não inibe a ECA (também conhecida como cininase II) que converte a Ang I
em Ang II e degrada a bradiquinina. Dado não haver qualquer efeito sobre a ECA e não
haver
potenciação
bradiquinina
substância
pouco
provável
antagonistas da angiotensina II sejam associados a tosse. Em ensaios clínicos onde o
valsartan foi comparado com um inibidor da ECA, a incidência da tosse seca foi
significativamente
menos (P<0,05) nos doentes tratados com
valsartan do que
doentes tratados com um inibidor de ECA (2,6% versus 7,9% respectivamente). Num
estudo clínico realizado em doentes com história de tosse seca durante o tratamento com
inibidor da ECA, ocorreu tosse em 19,5% dos indivíduos tratados com valsartan e em
19,0%
tratados
diurético
tiazídico,
comparativamente
68,5%
indivíduos tratados com um inibidor da ECA (P <0,05).
Enfarte do miocárdio recente
ensaio
VALsartan
Acute
myocardial
iNfarcTion
(VALIANT)
estudo
aleatorizado, controlado, multinacional, em dupla ocultação, em 14 703 doentes com
enfarte agudo do miocárdio e sinais, sintomas ou evidência radiológica de insuficiência
cardíaca
congestiva
e/ou
evidência
disfunção
sistólica
ventricular
esquerda
(manifestada como uma fracção de ejecção
40% por ventriculografia de radionuclídeos
35% por ecocardiografia ou angiografia ventricular de contraste).
Os doentes foram aleatorizados no intervalo de 12 horas a 10 dias após o início dos
sintomas de enfarte do miocárdio para valsartan, captopril ou a associação de ambos. A
duração média do tratamento foi de dois anos. O endpoint primário foi a altura para
mortalidade por todas as causas.
O valsartan foi tão eficaz como o captopril na redução da mortalidade por todas as causas
após enfarte do miocárdio. A mortalidade por todas as causas foi semelhante nos grupos
valsartan (19,9%), captopril (19,5%) e valsartan + captopril (19,3%). Associar valsartan
com captopril não resultou em benefício relativamente ao captopril isoladamente. Não se
verificaram diferenças entre valsartan e captopril na mortalidade por todas as causas com
base na idade, sexo, raça, terapêuticas basais ou doença subjacente. O valsartan foi
também eficaz a prolongar o tempo e reduzir a mortalidade cardiovascular, hospitalização
insuficiência
cardíaca,
enfarte
miocárdio
recorrente,
paragem
cardíaca
ressuscitação e AVC não fatal (segundo endpoint composto).
O perfil de segurança de valsartan foi coerente com o percurso clínico de doentes tratados
no cenário pós-enfarte do miocárdio. Relativamente à função renal, foi observado o
aumento para o dobro da creatinina sérica em 4,2% dos doentes tratados com valsartan,
4,8% dos doentes tratados com valsartan+captopril e 3,4% dos doentes tratados com
captopril. As interrupções provocadas por vários tipos de disfunção renal ocorreram em
1,1%
doentes
tratados
valsartan,
1,3%
doentes
tratados
valsartan+captopril e 0,8% de doentes tratados com captopril. Deverá incluir-se uma
avaliação da função renal na avaliação de doentes no pós-enfarte do miocárdio.
Não se verificaram diferenças
mortalidade
por todas as causas,
mortalidade ou
morbilidade cardiovascular quando se administraram bloqueadores-beta juntamente com
a associação de valsartan+captopril, valsartan isoladamente ou captopril isoladamente.
Independente do tratamento, a mortalidade foi inferior no grupo de doentes tratados com
APROVADO EM
31-05-2010
INFARMED
um bloqueador-beta, sugerindo que o conhecido benefício dos bloqueadores-beta nesta
população foi mantido neste ensaio.
Insuficiência cardíaca
Val-HeFT foi um ensaio clínico aleatorizado, controlado, multinacional de valsartan em
comparação
placebo
morbilidade
mortalidade
5010
doentes
insuficiência cardíaca das classes II (62%), III (36%) e IV (2%) da NYHA a receber a
terapêutica convencional com fracção de ejecção do ventrículo esquerdo (LVEF) <40% e
diâmetro diastólico interno ventricular esquerdo (LVIDD) >2,9 cm/m2. A terapêutica de
base incluiu inibidores da ECA (93%), diuréticos (86%), digoxina (67%) e bloqueadores-
beta (36%). A duração média do seguimento foi de aproximadamente dois anos. A dose
diária média de Valsartan no Val-HeFT foi de 254 mg. O estudo teve dois endpoints
principais: a mortalidade por todas as causas (tempo de sobrevida) e a mortalidade
composta e a morbilidade por insuficiência cardíaca (tempo até ao primeiro evento
mórbido)
definida
como
morte,
morte
súbita
reanimação,
hospitalização
insuficiência
cardíaca
administração
agentes
vasodilatadores
inotrópicos
intravenosos durante quatro horas ou mais sem hospitalização.
A mortalidade por todas as causas foi semelhante (p=NS) nos grupos de valsartan
(19,7%) e de placebo (19,4%). O principal benefício foi uma redução de 27,5% (95% CI:
17 a 37%) no risco para o tempo até à primeira hospitalização por insuficiência cardíaca
(13,9%
18,5%).
Resultados
pareciam
favorecer
placebo
(mortalidade
morbidade composta foi 21,9% no placebo vs. 25,4% no grupo de valsartan) foram
observados nos doentes a receber a associação tripla de um inibidor de ECA, um
bloqueador-beta e valsartan.
Num subgrupo de doentes que não estavam a tomar um inibidor de ECA (n=366), os
benefícios de morbidade foram superiores. Neste subgrupo, a mortalidade por todas as
causas baixou significativamente com valsartan comparativamente com placebo em 33%
(95% CI: –6% a 58%) (17,3% valsartan vs. 27,1% placebo) e o risco de mortalidade e
morbidade composta baixou significativamente em 44% (24,9% valsartan vs. 42,5%
placebo).
Em doentes a receber um inibidor de ECA sem um bloqueador-beta, a mortalidade por
todas as causas foi semelhante (p=NS) nos grupos de valsartan (21,8%) e placebo
(22,5%). O risco de mortalidade e morbidade composta baixou significativamente em
18,3% (95% CI: 8% a 28%) com valsartan comparativamente com placebo (31,0% vs.
36,3%).
Na população geral do estudo Val-HeFT, os doentes tratados com valsartan apresentaram
uma melhoria significativa na classe da NYHA e nos sinais e sintomas de insuficiência
cardíaca,
incluindo
dispneia,
fadiga,
edema
fervores
quando
comparados
placebo. Os doentes tratados com valsartan tiveram uma melhor qualidade de vida, tal
como demonstrado pela mudança na pontuação na escala Minnesota Living with Heart
Failure Quality of Life a partir do valor basal até ao endpoint, do que o placebo. A
fracção de ejecção nos doentes tratados com valsartan foi significativamente aumentada e
o diâmetro diastólico interno ventricular esquerdo significativamente reduzido desde o
valor basal até ao endpoint, em comparação com o placebo
APROVADO EM
31-05-2010
INFARMED
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Absorção:
Após
administração
oral
valsartan
isoladamente,
pico
concentrações
plasmáticas de valsartan é atingido em 2 – 4 horas. A biodisponibilidade média absoluta é
de 23%. A alimentação diminui a exposição (conforme medida pela AUC) ao valsartan
em cerca de 40% e a concentração plasmática máxima (Cmáx) em cerca de 50%, embora
a partir das 8 h, as concentrações plasmáticas de valsartan pós administração sejam
semelhantes para os grupos alimentados e em jejum. Esta redução na AUC não é,
contudo, acompanhada por uma redução clinicamente significativa no efeito terapêutico e
o valsartan pode, por conseguinte, ser administrado com ou sem ingestão de alimentos.
Distribuição:
volume
distribuição
valsartan
estado
estacionário
após
administração
intravenosa é de cerca de 17 litros indicando que o valsartan não se distribui nos tecidos
de forma extensa. O valsartan apresenta uma elevada taxa de ligação às proteínas séricas
(94-97%), principalmente à albumina sérica.
Biotransformação:
O valsartan não é extensamente biotransformado na medida em que apenas cerca de 20%
da dose é recuperada como metabolitos. Foi identificado um hidroximetabolito no plasma
em baixas concentrações (menos do que 10% da AUC de valsartan). Este metabolito é
farmacologicamente inactivo.
Excreção:
O valsartan apresenta uma cinética de degradação multiexponencial (t½
< 1 h e t½ß
cerca de 9 h). O valsartan é eliminado principalmente por excreção biliar nas fezes (cerca
de 83% da dose) e renalmente na urina (cerca de 13% da dose), principalmente sob a
forma de composto inalterado. Após administração intravenosa, a depuração de valsartan
no plasma é de cerca de 2 l/h e a sua depuração renal é de 0,62 l/h (cerca de 30% da
depuração total). A semi-vida de valsartan é de 6 horas.
Em doentes com insuficiência cardíaca:
O tempo médio até à concentração máxima e o tempo de semi-vida de eliminação do
valsartan nos doentes com insuficiência cardíaca são semelhantes aos observados nos
voluntários saudáveis. Os valores de AUC e Cmáx de valsartan são quase proporcionais
ao aumento da dose ao longo do intervalo de doses clínicas (40 mg a 160 mg duas vezes
por dia). O factor de acumulação médio é de cerca de 1,7. A depuração aparente do
valsartan após a administração oral é de cerca de 4,5 l/h. A idade não afecta a depuração
aparente nos doentes com insuficiência cardíaca.
Populações especiais
Idosos
APROVADO EM
31-05-2010
INFARMED
Nalguns
indivíduos
idosos
observada
exposição
sistémica
valsartan
ligeiramente mais elevada do que nos indivíduos jovens; esta diferença não foi, contudo,
considerada clinicamente significativa.
Disfunção renal
Conforme seria de esperar num composto em que a depuração renal perfaz apenas 30%
da depuração plasmática total, não foi observada qualquer correlação entre a função renal
e a exposição sistémica a valsartan O ajustamento da dose não se torna, deste modo,
necessário em doentes com insuficiência renal (depuração de creatinina > 10 ml/min).
Não existe actualmente qualquer experiência sobre a utilização segura em doentes com
depuração de creatinina <10 ml/min nem em doentes a fazer diálise, por conseguinte
valsartan deve ser utilizado com precaução nestes doentes (ver secção 4.2 e 4.4). O
valsartan apresenta uma elevada taxa de ligação às proteínas plasmáticas e é pouco
provável que seja eliminado através de diálise.
Disfunção hepática
Cerca de 70% da dose absorvida é eliminada na bílis, essencialmente na forma inalterada.
Valsartan não passa por qualquer biotransformação digna de registo.
Observou-se um duplicar da exposição (AUC) em doentes com disfunção hepática ligeira
a moderada em comparação com indivíduos saudáveis. Contudo não foi observada
correlação entre a concentração plasmática de valsartan e o grau de disfunção hepática.
Valsartan não foi estudado em doentes com disfunção hepática grave (ver secção 4.2, 4.3
e 4.4).
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Os dados não clínicos não revelam qualquer risco especial para o ser humano baseado em
estudos convencionais de segurança farmacológica, toxicidade de dosagem repetida,
genotoxicidade e potencial carcinogénico.
Nos ratos, doses tóxicas a nível materno (600 mg/kg/dia) durante os últimos dias de
gestação e aleitamento levaram a menor sobrevivência, menos aumento de peso e atraso
no desenvolvimento (descolamento do pavilhão da orelha e abertura do canal auricular)
das crias (ver secção 4.6). Estas doses em ratos (600 mg/kg/dia) foram aproximadamente
18 vezes a dose máxima recomendada para o ser humano numa base de mg/m2 (os
cálculos assumem uma dose oral de 320 mg/dia e um doente de 60 kg).
Em estudos não clínicos de segurança, doses elevadas de valsartan (200 a 600 mg/kg de
peso corporal) provocaram em ratos a redução dos parâmetros dos glóbulos vermelhos
(eritrócitos, hemoglobina, hematócritos) e evidência de alterações hemodinâmicas renais
(ureia
plasmática
levemente
aumentada
hiperplasia
tubular
renal
basofilia
machos). Estas doses em ratos (200 a 600 mg/kg/dia) foram aproximadamente 6 e 18
vezes a dose máxima recomendada para o ser humano numa base de mg/m2 (os cálculos
pressupõem uma dose oral de 320 mg/dia e um doente de 60 kg).
Em macacos saguís com doses similares as alterações foram similares apesar de com
maior gravidade, particularmente nos rins onde as alterações evoluíram para nefropatia
que incluiu aumento de ureia e creatinina.
APROVADO EM
31-05-2010
INFARMED
Foram
também
verificadas
ambas
espécies
hipertrofia
células
renais
justaglomerulares.
Considerou-se que todas as alterações foram causadas pela acção farmacológica de
valsartan,
qual
produz
hipotensão
prolongada,
particularmente
macacos
saguís. Para doses terapêuticas de valsartan no ser humano, a hipertrofia das células
renais justaglomerulares parece não ter qualquer relevância.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Núcleo
comprimido:
lactose,
lactose
mono-hidratada,
celulose
microcristalina,
hidroxipropilcelulose, sílica coloidal anidra e estearato de magnésio
Revestimento: hidroxipropilmetilcelulose, Macrogol 8000, dióxido de titânio (E171),
Óxido de ferro vermelho (E172), Óxido de ferro amarelo (E172), Óxido de ferro negro
(E172)
6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3 Prazo de validade
1 ano
6.4 Precauções especiais de conservação
Não conservar acima de 30ºC.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Embalado em blister de PVC/PVDC-Alu, em embalagens de 14, 28, 56, 98 e 280
unidades.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação
Não existem requisitos especiais.
Os produtos não utilizados ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as
exigências locais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
APROVADO EM
31-05-2010
INFARMED
CeaMed, Serviço e Consultadoria Farmacêutica. Lda.
Centro de Empresas e Inovação da Madeira
EV n.º 017 – Madeira Tecnopólo, 1º
9020-105 Funchal, Madeira
Portugal
Telefone: 964778102
E-mail: ana.aires@ceamed.pt
8. NÚMERO (S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
XXX XX XX – Valsartan Peperil 40 mg comprimido revestido por película - blister 14
comprimidos
XXX XX XX – Valsartan Peperil 40 mg comprimido revestido por película - blister 28
comprimidos
XXX XX XX – Valsartan Peperil 40 mg comprimido revestido por película - blister 56
comprimidos
XXX XX XX – Valsartan Peperil 40 mg comprimido revestido por película - blister 98
comprimidos
XXX XX XX – Valsartan Peperil 40 mg comprimido revestido por película - blister 280
comprimidos
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE
INTRODUÇÃO NO MERCADO
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO