Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
15-02-2008
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APROVADO EM
15-02-2008
INFARMED
FOLHETO INFORMATIVO – Informação para o utilizador
Valsartan Alquim 40 mg Comprimidos revestidos por película
Valsartan Alquim 80 mg Comprimidos revestidos por película
Valsartan Alquim 160 mg Comprimidos revestidos por película
Leia atentamente este folheto antes de tomar este medicamento.
- Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler.
- Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
- Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode
ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas.
- Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários
não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.
Neste folheto:
1. O que é Valsartan Alquim e para que é utilizado
2. Antes de tomar Valsartan Alquim
3. Como tomar Valsartan Alquim
4. Efeitos secundários possíveis
5. Como conservar Valsartan Alquim
6. Outras informações
1. O QUE É VALSARTAN ALQUIM E PARA QUE É UTILIZADO
Valsartan Alquim pertence a uma classe de medicamentos conhecidos como antagonistas
dos receptores da angiotensina II que ajudam a controlar a pressão arterial elevada. A
angiotensina II é uma substância produzida pelo organismo que provoca constrição dos
vasos sanguíneos, induzindo assim um aumento da pressão arterial. Valsartan Alquim
funciona bloqueando o efeito da angiotensina II. Consequentemente, os vasos sanguíneos
dilatam e a pressão arterial sofre uma redução.
Indicações terapêuticas
Valsartan Alquim 80 mg e 160 mg, comprimidos revestidos por película, é utilizado no
tratamento da pressão arterial elevada. A hipertensão arterial aumenta a sobrecarga do
coração e artérias. Se mantida durante um período prolongado, esta doença pode provocar
lesões do cérebro, coração e rins, podendo resultar em acidente vascular cerebral,
insuficiência cardíaca ou insuficiência renal. A pressão arterial elevada aumenta o risco
de enfartes do miocárdio. A redução da pressão arterial para valores normais reduz o
risco de desenvolvimento destas patologias.
Valsartan Alquim 40 mg, 80 mg e 160 mg, comprimidos revestidos por película, é
utilizado para tratamento após um enfarte do miocárdio recente (12 horas - 10 dias).
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Valsartan Alquim 40 mg, 80 mg e 160 mg comprimidos revestidos por película, é
utilizado no tratamento da insuficiência cardíaca quando os inibidores da ECA (uma
medicação
para
tratamento
insuficiência
cardíaca)
não
podem
utilizados.
Valsartan Alquim pode, no entanto, ser utilizado em associação com inibidores da ECA
quando
bloqueadores
beta
(outra
medicação
para
tratamento
insuficiência
cardíaca) não podem ser utilizados. A insuficiência cardíaca está associada a falta de ar e
inchaço dos pés e pernas devido à acumulação de líquido. Insuficiência cardíaca significa
que o músculo cardíaco não consegue bombear o sangue com força suficiente para
fornecer todo o sangue necessário a todo o organismo.
Classificação farmacoterapêutica: 3.4.2.2 Aparelho cardiovascular. Anti-hipertensores.
Modificadores do eixo renina angiotensina. Antagonistas dos receptores da angiotensina.
2. ANTES DE TOMAR VALSARTAN ALQUIM
Não tome Valsartan Alquim
- Se tem alergia (hipersensibilidade) ao valsartan ou a qualquer outro componente de
Valsartan Alquim.
- Se estiver grávida ou a amamentar.
- Se sofrer de doença hepática ou renal grave ou se estiver sob diálise.
Tome especial cuidado com Valsartan Alquim
- Se sofrer de doença renal ou hepática.
- Se estiver a tomar medicamentos poupadores de potássio, suplementos de potássio ou
substitutos salinos que contenham potássio. Pode ser necessário controlar o nível de
potássio no seu sangue com regularidade.
- Se sofrer de doença cardíaca grave que não sejam insuficiência cardíaca sintomática ou
enfarte do miocárdio.
- Se sofrer de estreitamento da artéria renal.
- Se tiver sido submetido recentemente a transplante renal (novo rim).
- Se sofrer de aldosteronismo, uma doença em que as glândulas supra-renais produzem a
hormona aldosterona em excesso.
- Se tiver diarreia ou vómitos, ou se estiver a tomar doses elevadas de um diurético.
- Se estiver a receber tratamento após enfarte do miocárdio ou para insuficiência cardíaca
sintomática, o seu médico pode verificar a sua função renal.
Se algum destes casos se aplicar a si, informe o seu médico antes de tomar Valsartan
Alquim.
Crianças e adolescentes
Não há experiência de utilização de Valsartan Alquim em crianças com idade inferior a
18 anos.
Pessoas idosas
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Também pode tomar Valsartan Alquim se tiver 65 anos de idade ou mais.
Tomar Valsartan Alquim com outros medicamentos
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente
outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica.
O efeito do tratamento pode ser influenciado se o Valsartan Alquim for tomado com
alguns medicamentos. Pode ser necessário alterar a dose, tomar outras precauções, ou
nalguns casos interromper o tratamento com um dos medicamentos. Esta situação aplica-
se tanto aos medicamentos de venda por prescrição como aos medicamentos não sujeitos
a receita médica, em especial:
outros
medicamentos
utilizados
para
baixar
pressão
arterial,
nomeadamente
diuréticos;
- medicamentos poupadores do potássio, suplementos de potássio ou substitutos salinos
contendo potássio;
- se estiver a ser tratado após enfarte do miocárdio, não se recomenda a associação com
inibidores da ECA (um medicamento para tratamento de ataque cardíaco);
- se estiver a ser tratado para a insuficiência cardíaca sintomática, não se recomenda a
associação tripla com inibidores da ECA e bloqueadores beta (medicamentos para o
tratamento da insuficiência cardíaca);
- medicamentos anti-inflamatórios não esteróides (AINEs), um determinado tipo de
analgésicos;
- lítio, um medicamento utilizado no tratamento de certos tipos de doença psiquiátrica.
Tomar Valsartan Alquim com alimentos e bebidas
Pode tomar Valsartan Alquim com ou sem alimentos.
Gravidez e aleitamento
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
Não tome Valsartan Alquim se estiver grávida. O uso durante a gravidez pode causar
graves lesões no feto. Deve consultar o seu médico assistente de imediato caso pense
estar grávida ou planeie engravidar.
Não tome Valsartan Alquim durante o aleitamento. Informe o seu médico assistente caso
se encontre a amamentar.
Condução de veículos e utilização de máquinas
Tal como com outros medicamentos utilizados no tratamento da pressão arterial elevada,
Valsartan Alquim pode, em casos raros, provocar tonturas e afectar a capacidade de
concentração. Deste modo, antes de conduzir, manusear máquinas ou desempenhar outras
tarefas que requeiram concentração, certifique-se de que sabe como reagir aos efeitos de
Valsartan Alquim.
Informações importantes sobre alguns componentes de Valsartan Alquim
Valsartan Alquim contém lactose. Se foi informado pelo seu médico que tem intolerância
a alguns açúcares, contacte-o antes de tomar este medicamento.
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3. COMO TOMAR VALSARTAN ALQUIM
Tome Valsartan Alquim sempre de acordo com as indicações do médico de modo a obter
os melhores resultados e reduzir o risco de efeitos secundários. Fale com o seu médico ou
farmacêutico se tiver dúvidas. Frequentemente, os doentes com hipertensão arterial não
notam
quaisquer
sinais
deste
problema.
Muitos
sentem-se
perfeitamente
saudáveis.
Torna-se assim fundamental que cumpra o calendário de consultas com o seu médico,
mesmo quando se sente bem.
Hipertensão arterial: a dose normal é de 80 mg por dia. Nalguns casos, o seu médico
poderá
prescrever-lhe
doses
mais
elevadas
(por
medicamento
adicional (por ex. um diurético).
Após enfarte do miocárdio recente: após um
enfarte do miocárdio o tratamento é
geralmente iniciado logo ao fim de 12 horas habitualmente com uma dose baixa de 20 mg
duas vezes por dia. O seu médico irá aumentar esta dose de forma gradual ao longo de
várias semanas até uma dose máxima de 160 mg duas vezes por dia. Valsartan Alquim
pode ser administrado com outro medicamento para o ataque cardíaco cabendo ao seu
médico decidir qual o tratamento adequado para si. A dose final depende do que cada
doente individualmente conseguir tolerar. A dose de 20 mg é obtida através da divisão do
comprimido de 40 mg.
Insuficiência cardíaca: o tratamento começa geralmente com 40 mg duas vezes por dia. O
seu médico aumentará gradualmente a dose durante várias semanas até um máximo de
duas
vezes
dia.
Valsartan
Alquim
pode
administrado
outro
medicamento para a insuficiência cardíaca e o seu médico decidirá qual o tratamento
adequado para si. A dose final depende do que cada doente individualmente conseguir
tolerar.
Pode tomar Valsartan Alquim com ou sem alimentos. Tome o comprimido com um copo
de água.
Doença renal ou hepática
Se sofrer de insuficiência renal ligeira a moderada, não é necessário ajuste de dose. Se
sofrer de insuficiência hepática ligeira a moderada, a dose não deve exceder os 80 mg por
dia. Se sofrer de insuficiência renal ou hepática grave, não deve tomar Valsartan Alquim.
Duração do tratamento
O seu médico indicar-lhe-á a duração do seu tratamento com Valsartan Alquim. Não
suspenda o tratamento antes, uma vez que o tratamento pode não ser efectivo.
Se tomar mais Valsartan Alquim do que deveria
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sentir
tonturas
graves
e/ou
desmaio
contacte
imediatamente
médico.
acidentalmente tomou demasiados comprimidos, contacte o seu médico, farmacêutico ou
hospital.
Caso se tenha esquecido de tomar Valsartan Alquim
Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar.
Se parar de tomar Valsartan Alquim
Interromper
tratamento
Valsartan
Alquim
pode
agravar
doença.
Não
interrompa o tratamento a menos que seja o seu médico a dizer-lhe que o faça.
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico
ou farmacêutico.
4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS
Como todos os medicamentos, Valsartan Alquim pode causar efeitos secundários, no
entanto estes não se manifestam em todas as pessoas.
Algumas destas reacções adversas poderão ser semelhantes a sintomas causados pela sua
situação médica específica; outras poderão não corresponder sequer a reacções, não tendo
qualquer relação com o seu tratamento.
Alguns efeitos secundários podem ser graves:
Pouco frequentes (que afectam menos de 1 em 100 doentes):
perda súbita de consciência ou desmaio; dificuldade em respirar, inchaço dos pés ou
pernas devido a retenção de líquidos.
Raros (que afectam menos de 1 em 1.000 doentes):
inchaço da face, lábios, boca, língua ou garganta que pode causar dificuldade em engolir,
respirar ou falar
geralmente associada a erupção cutânea e prurido (reacção alérgica),
inflamação dos vasos sanguíneos.
Muito raros (que afectam menos de 1 em 10.000 doentes):
redução do número de plaquetas, manifestando-se por hemorragia ou formação de nódoas
negras, mais facilmente do que o normal, diminuição da função renal,
1) 2)
diminuição
marcada ou ausência da produção de urina, sonolência, náuseas, vómitos, falta de ar
Contacte o seu médico imediatamente se sentir algum destes sintomas.
Outros efeitos secundários possíveis são:
Frequentes (que afectam menos de 1 em 10 doentes):
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infecções virais, tonturas ao erguer-se, especialmente quando se encontrava deitado ou
sentado.
Pouco frequentes (que afectam menos de 1 em 100 doentes):
infecção das vias respiratórias superiores, dor de garganta e desconforto ao engolir,
sinusite, níveis altos de potássio no sangue, perturbações do sono, sensação de tontura,
pressão arterial baixa
, tosse, diarreia, dor nas costas ou no estômago, cansaço, fraqueza,
mau humor (depressão), olhos lacrimejantes com prurido, olhos vermelhos ou inchados
(conjuntivite), perda de sangue pelo nariz, cãibras musculares, dores musculares, rigidez
das articulações (artrite).
Raros (que afectam menos de 1 em 1.000 doentes):
tonturas
, dor intensa, penetrante ou latejante, num determinado nervo, erupção cutânea,
prurido,
Muito raros (que afectam menos de 1 em 10.000 doentes):
rinite, dores de cabeça
, dores articulares, dor na região do estômago, náuseas
(gastrite, inflamação do estômago), hemorragia grave.
relatados mais frequentemente após um ataque cardíaco
relatados mais frequentemente em doentes com insuficiência cardíaca.
Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários
não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.
5. COMO CONSERVAR VALSARTAN ALQUIM
Conservar a temperatura inferior a 30º C.
Manter dentro da embalagem exterior.
Manter fora do alcance e da vista das crianças.
Não utilize Valsartan Alquim após o prazo de validade indicado na embalagem. O prazo
de validade corresponde ao último dia do mês indicado.
Os medicamentos não devem ser eliminados na canalização ou no lixo doméstico.
Pergunte ao seu farmacêutico como eliminar os medicamentos de que já não necessita.
Estas medidas irão ajudar a proteger o ambiente.
6. OUTRAS INFORMAÇÕES
Qual a composição de Valsartan Alquim
A substância activa deste medicamento é o valsartan.
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Núcleo: lactose monohidratada, celulose microcristalina, povidona, croscarmelose sódica,
sílica anidra coloidal e estearato de magnésio.
Revestimento:
Valsartan Alquim 40 mg: hipromelose, dióxido de titânio (E171), macrogol 4000 e óxido
de ferro amarelo (E172).
Valsartan Alquim 80 mg: hipromelose, dióxido de titânio (E171), macrogol 4000 e óxido
de ferro vermelho (E172).
Valsartan Alquim 160 mg: hipromelose, dióxido de titânio (E171), macrogol 4000, óxido
de ferro amarelo (E172) e óxido de ferro vermelho (E172).
Qual o aspecto de Valsartan Alquim e conteúdo da embalagem
O Valsartan Alquim apresenta-se na forma de comprimidos revestidos por película;
estando disponíveis embalagens de 14, 20, 28, 56 e 60 comprimidos.
Titular da Autorização de Introdução no Mercado
INVENTIS Farmacêutica e Biotecnologia, Lda.
Office Park da Beloura, Edifício 4
2710-444 Sintra
Portugal
Fabricante
Krka, d.d.
Novo Mesto Smarjeska cesta 6, 8501 Novo mesto
Eslovénia
Este folheto informativo foi aprovado pela última vez em
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
Valsartan Alquim 160 mg Comprimidos revestidos por película
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Cada comprimido revestido por película contém 160 mg de valsartan como substância
activa.
Excipientes: contém lactose mono-hidratada, 60 mg.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Comprimido revestido por película.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1. Indicações terapêuticas
Hipertensão
Tratamento da hipertensão essencial.
Enfarte do miocárdio recente
Tratamento de doentes clinicamente estáveis com insuficiência cardíaca sintomática ou
disfunção ventricular sistólica esquerda assintomática após um enfarte do miocárdio
recente (12 horas – 10 dias) (ver secções 4.4. Advertências e precauções especiais de
utilização e 5.1. Propriedades farmacodinâmicas).
Insuficiência cardíaca
Tratamento
insuficiência
cardíaca
sintomática
quando
não
possível
utilizar
inibidores da ECA ou como terapêutica adicional aos inibidores da ECA quando não for
possível utilizar bloqueadores beta (ver secções 4.4. Advertências e precauções especiais
de utilização e 5.1. Propriedades farmacodinâmicas).
4.2. Posologia e modo de administração
Hipertensão
A dose recomendada de valsartan é de 80 mg por dia. O efeito anti-hipertensivo máximo
ocorre após 4 semanas. Nalguns doentes cuja pressão arterial não esteja adequadamente
controlada, a dose pode ser aumentada até 160 mg.
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O valsartan pode também ser administrado com outros agentes anti-hipertensores. A
associação de um diurético tal como a hidroclorotiazida diminuirá ainda mais a pressão
arterial nesses doentes.
Enfarte do miocárdio recente
Em doentes clinicamente estáveis a terapêutica pode ser iniciada logo ao fim de 12 horas
após um enfarte do miocárdio. Após uma dose inicial de 20 mg duas vezes por dia, a dose
de valsartan deve ser ajustada até 40 mg, 80 mg e 160 mg duas vezes por dia durante as
semanas seguintes. A dose inicial é obtida a partir do comprimido divisível de 40 mg.
A dose máxima que se pretende atingir é de 160 mg duas vezes por dia. Em geral,
recomenda-se que os doentes alcancem um nível de dose de 80 mg duas vezes por dia até
duas semanas após o início do tratamento e que a dose máxima a atingir, 160 mg duas
vezes por dia, seja alcançada ao fim de três meses, com base na tolerabilidade do doente.
Se ocorrer hipotensão sintomática ou disfunção renal deve considerar-se uma redução da
dose.
O valsartan pode ser usado em doentes tratados com outras terapêuticas pós-enfarte do
miocárdio, por ex., trombolíticos, ácido acetilsalicílico, bloqueadores beta, estatinas e
diuréticos. A associação com inibidores da ECA não é recomendada (ver secções 4.4.
Advertências
precauções
especiais
utilização,
4.8.
Efeitos
indesejáveis
5.1.
Propriedades farmacodinâmicas).
A avaliação dos doentes no pós-enfarte do miocárdio deve incluir sempre a avaliação da
função renal.
Insuficiência cardíaca
A dose inicial recomendada de valsartan é de 40 mg duas vezes por dia. O ajuste
crescente para 80 mg e 160 mg duas vezes por dia deve ser efectuada a intervalos de pelo
menos duas semanas, até à dose mais elevada que for tolerada pelo doente. Deve ser
considerada a redução da dose dos diuréticos concomitantes. A dose diária máxima
administrada em ensaios clínicos é de 320 mg em dose divididas.
O valsartan pode ser administrado com outras terapêuticas para a insuficiência cardíaca.
No entanto, a utilização concomitante com um inibidor da ECA e um bloqueador beta
não é recomendada (ver secções 4.4. Advertências e precauções especiais de utilização e
5.1. Propriedades farmacodinâmicas).
A avaliação dos doentes com insuficiência cardíaca deve sempre incluir a avaliação da
função renal.
O valsartan pode ser tomado fora das refeições e deve ser administrado com um pouco de
líquido.
Insuficiência renal e hepática
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Não é necessário proceder a qualquer ajustamento da dose em doentes com insuficiência
renal (depuração de creatinina > 10 ml/min). Em doentes com insuficiência hepática
ligeira a moderada sem colestase a dose de valsartan não deverá exceder os 80 mg.
Idosos
Nos idosos pode ser usada a mesma dose que em doentes mais jovens.
Crianças e adolescentes
A utilização de valsartan não é recomendada em crianças com idades inferiores a 18
anos, devido à falta de informação de segurança e eficácia.
4.3. Contra-Indicações
Hipersensibilidade ao valsartan ou a qualquer um dos excipientes.
Insuficiência hepática grave, cirrose biliar e colestase.
Insuficiência renal grave (depuração de creatinina < 10 ml/min.) e doentes a fazer diálise.
Gravidez e aleitamento (ver secção 4.6. Gravidez e aleitamento).
4.4. Advertências e precauções especiais de utilização
Hipercaliémia
A medicação concomitante com suplementos de potássio, diuréticos poupadores de
potássio, substitutos do sal contendo potássio ou outros fármacos que possam aumentar
os níveis de potássio (heparina, etc.) deve ser usada com a devida precaução e com
monitorização frequente do potássio.
Doentes com depleção de sódio e/ou do volume
Nos doentes com depleção grave de sódio e/ou do volume, nomeadamente nos doentes
tratados com doses elevadas de diuréticos, pode ocorrer hipotensão sintomática em casos
raros após o início da terapêutica com valsartan. A depleção de sódio e/ou do volume
deve ser corrigida antes de iniciar o tratamento com valsartan, por exemplo, por redução
da dose de diurético.
Estenose arterial renal
O uso seguro de valsartan ainda não foi estabelecido em doentes com estenose arterial
renal bilateral ou estenose de rim único.
administração
curto
prazo
valsartan
doze
doentes
hipertensão
renovascular
secundária
estenose
arterial
renal
unilateral
não
induziu
quaisquer
alterações significativas da hemodinâmica renal, creatinina sérica ou azoto da ureia
sanguínea (BUN). Contudo, uma vez que outros fármacos com efeito sobre o sistema
renina-angiotensina-aldosterona podem aumentar a ureia e a creatinina sérica de doentes
com estenose arterial renal unilateral, recomenda-se a monitorização como medida de
segurança.
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Transplante renal
Não há experiência sobre o uso seguro de valsartan em doentes com transplante renal
recente.
Hiperaldosteronismo primário
Doentes com hiperaldosteronismo primário não devem ser tratados com valsartan dado
que o seu sistema renina-angiotensina se encontra afectado pela doença primária.
Estenose aórtica e da válvula mitral, cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva
Tal como com todos os outros vasodilatadores, está indicado um cuidado especial nos
doentes que sofram de estenose aórtica ou mitral ou de cardiomiopatia hipertrófica
obstrutiva.
Insuficiência renal
Não é necessário qualquer ajustamento da dose em doentes com insuficiência renal com
uma depuração de creatinina > 10 ml/min.
Insuficiência hepática
Em doentes com insuficiência hepática ligeira a moderada sem colestase, valsartan deve
ser usado com precaução. A dose de valsartan não deve exceder 80 mg.
Enfarte do miocárdio recente
A associação dupla de captopril e valsartan não demonstrou qualquer benefício clínico
adicional, tendo aumentado o risco de efeitos adversos em comparação com o tratamento
com os respectivos fármacos (ver secções 4.8 Efeitos indesejáveis e 5.1. Propriedades
farmacodinâmicas). Assim, esta associação não é recomendada.
Deve ser tida cautela ao iniciar a terapêutica em doentes no pós-enfarte do miocárdio. A
avaliação dos doentes no pós-enfarte do miocárdio deve incluir sempre a avaliação da
função renal (ver secção 4.2. Posologia e modo de administração).
O uso de valsartan em doentes no pós-enfarte do miocárdio resulta frequentemente
nalguma
redução
pressão
arterial,
interrupção
terapêutica
devido
hipotensão sintomática continuada não é geralmente necessária desde que sejam seguidas
as instruções de dose.
Insuficiência cardíaca
Em doentes com insuficiência cardíaca, a associação tripla de um inibidor da ECA, um
bloqueador beta e valsartan não demonstrou qualquer benefício clínico (ver secção 5.1.
Propriedades farmacodinâmicas).
Esta associação aparentemente aumenta o risco de efeitos adversos pelo que não é
recomendada.
A utilização de valsartan em doentes com insuficiência cardíaca resulta frequentemente
nalguma
redução
pressão
arterial,
interrupção
terapêutica
devido
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hipotensão sintomática continuada não é habitualmente necessária, desde que sejam
seguidas as instruções de posologia. Deve ser exercida cautela ao iniciar a terapêutica em
doentes com insuficiência cardíaca (ver secção 4.2. Posologia e modo de administração).
doentes
cuja
função
renal
possa
depender
actividade
sistema
renina-angiotensina-aldosterona (por ex. doentes com insuficiência cardíaca congestiva
grave), o tratamento com inibidores da enzima de conversão da angiotensina tem sido
associado com oligúria e/ou azotémia progressiva e, em casos raros, com insuficiência
renal aguda. Como o valsartan é um bloqueador dos receptores da angiotensina II, tem
um efeito inibidor no sistema renina-angiotensina-aldosterona e, portanto, não se pode
excluir que o uso de valsartan possa estar associado a insuficiência da função renal.
Doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência de
lactase ou malabsorção de glucose-galactose não devem tomar este medicamento.
4.5. Interacções medicamentosas e outras formas de interacção
Não foram observadas quaisquer interacções farmacocinéticas clinicamente significativas
compostos
seguintes
habitualmente
usados
tratamento
doentes
hipertensivos:
cimetidina,
varfarina,
furosemida,
digoxina,
atenolol,
indometacina,
hidroclorotiazida, amlodipina, glibenclamida.
necessária
precaução
quando
valsartan
utilizado
concomitantemente
suplementos de potássio, diuréticos poupadores de potássio, substitutos do sal contendo
potássio ou outros fármacos que possam aumentar os níveis de potássio (heparina, etc.).
Nestes casos é recomendada a monitorização frequente dos níveis de potássio.
O efeito anti-hipertensivo pode ser aumentado por outros agentes anti-hipertensores.
Quando os antagonistas da angiotensina II são administrados simultaneamente com
medicamentos anti-inflamatórios não esteróides (p.ex. inibidores selectivos da COX-2,
ácido acetilsalicílico > 3 g/dia e AINEs não selectivos) pode ocorrer a atenuação do efeito
anti-hipertensivo.
Adicionalmente,
utilização
concomitante
antagonistas
angiotensina II e AINEs pode levar a um aumento do risco de degradação da função renal
e a um aumento dos níveis de potássio no plasma. Assim, deve ser recomendada a
monitorização da função renal no início do tratamento, assim como hidratação adequada
do doente.
Foram relatados aumentos reversíveis das concentrações séricas do lítio e da toxicidade
durante o uso concomitante de inibidores da ECA. Não há experiência com o uso
concomitante
valsartan
lítio.
Assim,
está
recomendada
monitorização
concentrações séricas de lítio durante o seu uso concomitante.
Estudos de interacção só foram realizados em adultos.
4.6. Gravidez e aleitamento
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antagonistas
angiotensina
podem
provocar
lesões
feto,
possivelmente
semelhantes aos efeitos causados no feto pelos inibidores da enzima de conversão da
angiotensina. A exposição in utero a inibidores da enzima de conversão da angiotensina
(ECA) administrados à mulher grávida durante o segundo e terceiro trimestres tem
revelado causar lesões e a morte no feto em desenvolvimento. Existem relatos de abortos
espontâneos, oligohidraminos e disfunção renal no recém-nascido, quando mulheres
grávidas tomaram inadvertidamente valsartan. Tal como para qualquer outro fármaco que
actue directamente sobre o sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), o valsartan
não deve ser utilizado durante a gravidez. Em caso de gravidez durante a administração
de valsartan o tratamento deve ser interrompido o mais rapidamente possível.
Desconhece-se se o valsartan é excretado no leite humano. O valsartan foi excretado no
leite de ratos fêmeas lactantes. As mães lactantes não devem amamentar enquanto estão a
tomar valsartan.
4.7. Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Não foram estudados os efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. Ao
conduzir veículos ou manusear
máquinas
há que ter em conta que podem ocorrer
ocasionalmente tonturas ou fadiga.
4.8. Efeitos indesejáveis
Em ensaios clínicos controlados em doentes com hipertensão a incidência global de
efeitos adversos foi comparável à do placebo. A incidência de efeitos adversos não
pareceu estar relacionada com a dose ou com a duração do tratamento e também não
demonstrou associação com o sexo, idade ou raça.
efeitos
adversos
relatados
estudos
clínicos
doentes
hipertensos
independentemente
associação
causal
valsartan
ocorrem
mais
frequentemente com valsartan do que com placebo e as reacções adversas de relatos
individuais são apresentados abaixo de acordo com as classes de sistemas de órgãos.
perfil
segurança
valsartan
doentes
pós-enfarte
miocárdio
consistente com a farmacologia do fármaco e esteve geralmente relacionado com a
doença subjacente. Os efeitos adversos graves não fatais com suspeita de relação com o
fármaco em estudo observados no estudo VALIANT com uma incidência de
0,1%
estão incluídos na tabela abaixo.
As reacções adversas
medicamentosas (RAM’s) reportadas em
ensaios clínicos em
doentes com insuficiência cardíaca com uma incidência superior a 1% e ocorrendo mais
frequentemente com valsartan do que com placebo encontram-se igualmente incluídas na
tabela abaixo.
APROVADO EM
15-02-2008
INFARMED
frequências são definidas como:
muito frequentes (
1/10), frequentes (
1/100,
< 1/10), pouco frequentes (
1/1 000, < 1/100), raros (
1/10 000, < 1/1 000), muito raros
(< 1/10 000).
Infecções e infestações
Frequentes:
Pouco frequentes:
Muito raros:
Infecções virais
Infecções do tracto respiratório superior, faringite, sinusite
Gastroenterite, rinite
Doenças do sangue e do sistema linfático
Muito raros:
Trombocitopénia
Doenças do sistema imunitário
Raros:
Hipersensibilidade incluindo doença do soro
Doenças do metabolismo e da nutrição
Pouco frequentes:
Hipercaliémia*#
Perturbações do foro psiquiátrico
Pouco frequentes:
Depressão, insónia
Doenças do sistema nervoso
Frequentes:
Pouco frequentes:
Raros:
Muito raros:
Tontura postural#
Síncope*
Tonturas##, nevralgia
Cefaleias##
Afecções oculares
Pouco frequentes:
Conjuntivite
Afecções do ouvido e do labirinto
Pouco frequentes:
Vertigens
Cardiopatias
Pouco frequentes:
Falência cardíaca*
Vasculopatias
Frequentes
Pouco frequentes:
Raros:
Muito raros:
Hipotensão ortostática#
Hipotensão*##
Vasculite
Hemorragia
Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino
Pouco frequentes:
Tosse, epistaxe
Doenças gastrointestinais
APROVADO EM
15-02-2008
INFARMED
Pouco frequentes:
Muito raros:
Diarreia, dor abdominal
Náuseas##
Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneas
Raros:
Edema angioneurótico**, exantema, prurido
Afecções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos
Pouco frequentes:
Muito raros:
Dor nas costas, cãibras musculares, mialgia, artrite
Artralgia
Doenças renais e urinárias
Muito raro:
Insuficiência renal**##,
falência renal aguda**,
insuficiência
renal**
Perturbações gerais e alterações no local de administração
Pouco frequentes:
Fadiga, astenia
* Relatado na indicação do pós-enfarte do miocárdio.
# Relatado na indicação da insuficiência cardíaca.
** Relatado como pouco frequente na indicação do pós-enfarte do miocárdio.
## Relatado mais frequentemente na indicação da insuficiência cardíaca (frequentes:
tonturas, insuficiência renal, hipotensão; pouco frequentes: cefaleias, náuseas).
No estudo VALIANT foram registados quatro tipos de efeitos adversos em particular;
estes
foram
hipotensão,
disfunção
renal,
tosse
edema
angioneurótico.
efeitos
adversos
pré
especificados
resultaram
mais
frequentemente
descontinuação
permanente do fármaco em estudo foram hipotensão: 1,8% dos doentes tratados com
valsartan + captopril relataram este efeito, em comparação com 1,4% dos doentes
tratados com valsartan e 0,8% dos doentes tratados com captopril. A disfunção renal foi
menos frequente em doentes tratados com captopril e a tosse foi menos frequente em
doentes tratados com valsartan. Não se verificaram diferenças relativamente ao edema
angioneurótico.
A percentagem de descontinuação permanente devido a efeitos adversos foi de 5,8% nos
doentes tratados com valsartan, 7,7% nos doentes tratados com captopril e 9,0% nos
doentes tratados com valsartan e captopril.
Achados laboratoriais
Pouco frequentemente, o valsartan pode estar associado a reduções da hemoglobina e do
hematócrito. Em ensaios clínicos controlados, 0,8% e 0,4% dos doentes tratados com
valsartan registaram reduções significativas (> 20%) no hematócrito e hemoglobina,
respectivamente.
Comparativamente,
0,1%
doentes
tratados
placebo
apresentaram redução no hematócrito e na hemoglobina.
Observou-se neutropenia em 1,9% dos doentes tratados com valsartan em comparação
com 1,6% nos doentes tratados com inibidores da ECA, tais como o enalapril ou o
APROVADO EM
15-02-2008
INFARMED
lisinopril em doses de 20 mg e 10 ou 20 mg versus 0,8% tratados com placebo,
respectivamente.
Nos estudos clínicos controlados, observaram-se aumentos significativos da creatinina
sérica, potássio e bilirrubina total, respectivamente em 0,8%, 4,4% e 6% dos doentes
tratados com valsartan versus 1,6%, 6,4% e 12,9% dos doentes tratados com inibidores
da ECA.
Em doentes no pós-enfarte do miocárdio recente foi observado o aumento para o dobro
da creatinina sérica em 4,2% dos doentes tratados com valsartan, 4,8% dos doentes
tratados com valsartan + captopril e 3,4% dos doentes tratados com captopril.
Em doentes com insuficiência cardíaca, foi observado um aumento de mais de 50% de
creatinina sérica em 3,9% dos doentes tratados com valsartan quando comparados com
doentes tratados com placebo. Nestes doentes foram observados aumentos de mais de
20% de potássio sérico em 10% de doentes tratados com valsartan comparado com 5,1%
de doentes tratados com placebo.
Em ensaios com insuficiência cardíaca, foram observados aumentos de mais de 50% de
azoto
ureia
sanguínea
16,6%
doentes
tratados
valsartan
quando
comparados com 6,3% de doentes tratados com placebo.
Foram referidas, ocasionalmente, elevações dos valores da função hepática nos doentes
hipertensivos tratados com valsartan.
4.9. Sobredosagem
Sintomas
Uma sobredosagem com valsartan pode resultar em hipotensão acentuada, que poderá
levar a um nível deprimido de consciência, colapso circulatório e/ou choque.
Tratamento
medidas
terapêuticas
dependem
tempo
ingestão,
assim
como
tipo
gravidade dos sintomas, sendo de primordial importância a estabilização das condições
circulatórias.
Deve administrar-se sempre ao doente uma quantidade suficiente de carvão activado.
ocorrer
hipotensão
doente
deve
colocado
decúbito
deve
ser-lhe
administrado rapidamente um suplemento de sal e volume.
O valsartan não pode ser eliminado por hemodiálise dado a sua elevada ligação às
proteínas plasmáticas.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
APROVADO EM
15-02-2008
INFARMED
5.1. Propriedades farmacodinâmicas
Grupo
farmacoterapêutico:
3.4.2.2
Aparelho
cardiovascular.
Anti-hipertensores.
Modificadores do eixo renina angiotensina. Antagonistas dos receptores da angiotensina.
Código ATC: C09CA03
A angiotensina II é a hormona activa do SRAA, formada a partir da angiotensina I por
acção
ECA.
angiotensina
liga-se
receptores
específicos
localizados
membranas
celulares
vários
tecidos
exerce
ampla
variedade
efeitos
fisiológicos, incluindo, em particular, o envolvimento tanto directo como indirecto na
regulação da pressão arterial. Como vasoconstritor potente, a angiotensina II exerce uma
resposta pressora directa, promovendo, além disso, retenção do sódio e estimulação da
secreção de aldosterona.
O valsartan é um antagonista dos receptores da angiotensina II (Ang II) oralmente activo,
potente e específico. Actua de forma selectiva no subtipo de receptores AT
, responsável
pelas acções conhecidas da angiotensina II. O aumento dos níveis plasmáticos de Ang II
após o bloqueio dos receptores AT
com valsartan pode estimular os receptores AT
não
bloqueados, que parecem contrabalançar o efeito dos receptores AT
. O valsartan não
apresenta a actividade agonista parcial no receptor AT
e apresenta uma afinidade muito
maior para o receptor AT
(20 000 vezes superior) que para o receptor AT
O valsartan não inibe a ECA, também conhecida como cininase II, que converte a Ang I
degrada
bradicinina.
Não
são
esperar
efeitos
secundários
correlacionados com a não potenciação da bradiquinina. Nos estudos clínicos em que
valsartan foi comparado com um inibidor da ECA, a incidência de tosse seca foi
significativamente menor (p < 0,05) nos doentes tratados com valsartan do que nos
doentes tratados com um inibidor da ECA (2,6% versus 7,9%, respectivamente). Num
estudo clínico realizado em doentes com história de tosse seca durante o tratamento com
inibidor da ECA, ocorreu tosse em 19,5% dos indivíduos tratados com valsartan e em
19,0%
tratados
diurético
tiazídico,
comparativamente
68,5%
indivíduos tratados com um inibidor da ECA (p < 0,05). O valsartan não se liga a, nem
bloqueia, outros receptores hormonais ou canais iónicos reconhecidamente importantes
na regulação cardiovascular.
Hipertensão
A administração de valsartan a doentes hipertensos provoca uma redução da pressão
arterial sem afectar a frequência cardíaca.
Na maioria dos doentes, após a administração de uma dose oral única, o início da
actividade anti-hipertensiva ocorre no
intervalo de 2
horas, atingindo-se a redução
máxima da pressão arterial no intervalo de 4-6 horas. O efeito anti-hipertensivo persiste
ao longo de 24 horas após a administração. Durante a administração de doses repetidas, a
redução máxima na pressão arterial com qualquer dose é geralmente obtida decorridas 2-
4 semanas, mantendo-se durante o tratamento prolongado. Quando em associação com
hidroclorotiazida obtém-se uma redução adicional significativa na pressão arterial.
APROVADO EM
15-02-2008
INFARMED
A interrupção súbita de valsartan não está associada a hipertensão de rebound ou a
quaisquer outros efeitos adversos clínicos.
Enfarte do miocárdio recente
ensaio
VALsartan
Acute
myocardial
iNfarcTion
(VALIANT)
estudo
aleatorizado, controlado, multinacional, em dupla ocultação, em 14 703 doentes com
enfarte agudo do miocárdio e sinais, sintomas ou evidência radiológica de insuficiência
cardíaca
congestiva
e/ou
evidência
disfunção
sistólica
ventricular
esquerda
(manifestada como uma fracção de ejecção
40% por ventriculografia de radionuclídeos
35% por ecocardiografia ou angiografia ventricular de contraste). Os doentes foram
aleatorizados no intervalo de 12 horas a 10 dias após o início dos sintomas de enfarte do
miocárdio para valsartan, captopril ou a associação de ambos. A duração média do
tratamento foi de dois anos.
O valsartan foi tão eficaz como o captopril na redução da mortalidade por todas as causas
após enfarte do miocárdio. A mortalidade por todas as causas foi semelhante nos grupos
valsartan (19,9%), captopril (19,5%) e valsartan + captopril (19,3%). Associar valsartan
com captopril não resultou em benefício relativamente ao captopril isoladamente. Não se
verificaram diferenças entre valsartan e captopril na mortalidade por todas as causas com
base na idade, sexo, raça, terapêuticas basais ou doença subjacente. O valsartan foi
também eficaz a prolongar o tempo e reduzir a mortalidade cardiovascular, hospitalização
insuficiência
cardíaca,
enfarte
miocárdio
recorrente,
paragem
cardíaca
ressuscitação e AVC não fatal.
Não se verificaram diferenças
mortalidade
por todas as causas,
mortalidade ou
morbilidade cardiovascular quando se administraram bloqueadores beta juntamente com
a associação de valsartan + captopril, valsartan isoladamente ou captopril isoladamente.
Independente dos tratamentos em estudo, a mortalidade foi inferior no grupo de doentes
tratados com um bloqueador beta, sugerindo que o conhecido benefício dos bloqueadores
beta nesta população foi mantido neste ensaio.
Insuficiência cardíaca
VAL-HeFT foi um ensaio clínico aleatorizado, controlado, multinacional de valsartan em
comparação
placebo
morbilidade
mortalidade
5010
doentes
insuficiência cardíaca das classes II (62%), III (36%) e IV (2%) da NYHA a receber a
terapêutica
convencional com
fracção de ejecção do ventrículo esquerdo < 40% e
diâmetro diastólico interno ventricular esquerdo > 2,9 cm/m
. A terapêutica de base
incluiu inibidores da ECA (93%), diuréticos (86%), digoxina (67%) e bloqueadores beta
(36%). A duração média do seguimento foi de aproximadamente dois anos. A dose diária
média de valsartan no estudo foi de 254 mg. O estudo teve 2 endpoints principais: a
mortalidade por todas as causas (tempo de sobrevida) e a morbilidade por insuficiência
cardíaca (tempo até ao primeiro evento médico) definida como morte, morte súbita com
ressuscitação, hospitalização por insuficiência cardíaca ou administração de fármacos
vasodilatadores
inótrópicos
intravenosos
durante
quatro
horas
mais
hospitalização.
APROVADO EM
15-02-2008
INFARMED
A mortalidade por todas as causas foi semelhante nos grupos valsartan e placebo. A
morbilidade foi significativamente reduzida em 13,2% com valsartan em comparação
com o placebo (28,8% vs. 32,1%). O benefício principal foi uma redução do risco de
27,5% no tempo até à primeira hospitalização por insuficiência cardíaca (13,9% vs.
18,5%). Resultados que pareciam favorecer o placebo foram observados nos doentes a
receber a associação tripla de um inibidor da ECA, um bloqueador beta e valsartan.
No entanto, outros estudos, tais como o VALIANT, no qual a mortalidade não esteve
aumentada nestes doentes, reduziram as preocupações no que respeita à associação tripla.
Os benefícios foram superiores nos doentes não tratados quer com inibidores da ECA
quer com bloqueadores beta. Nos doentes não tratados com
inibidores da ECA, a
morbilidade foi significativamente reduzida em 44% (24,9% vs. 42,5%) e o risco de
tempo até à primeira hospitalização por insuficiência cardíaca foi significativamente
reduzido em 53% (13,0% vs. 26,5%) com o valsartan, em comparação com o placebo.
Na população geral do estudo Val-HeFT, os doentes tratados com valsartan apresentaram
uma melhoria significativa na classe da NYHA e nos sinais e sintomas de insuficiência
cardíaca,
incluindo
dispneia,
fadiga,
edema
fervores
quando
comparados
placebo. Os doentes tratados com valsartan tiveram uma melhor qualidade de vida, tal
como
demonstrado
pela
pontuação
escala
Minnesota
Living
with
Heart
Failure
Quality of Life a partir do valor basal até ao endpoint, do que o placebo. A fracção de
ejecção
doentes
tratados
valsartan
significativamente
aumentada
diâmetro diastólico interno ventricular esquerdo significativamente reduzido desde o
valor basal até ao endpoint, em comparação com o placebo.
5.2. Propriedades farmacocinéticas
A absorção de valsartan após a administração oral é rápida, embora a quantidade
absorvida varie grandemente. A biodisponibilidade média absoluta do valsartan é de
23%. O valsartan apresenta uma cinética de degradação multiexponencial (t½
< 1 h e
aproximadamente igual a 9 h).
A farmacocinética de valsartan é linear no intervalo de doses testado. Na administração
repetida, não se observam quaisquer alterações na cinética de valsartan, verificando-se
acumulação
insignificante
administração
única
diária.
Obtiveram-se
concentrações plasmáticas semelhantes no homem e na mulher.
valsartan
apresenta
elevada
taxa
ligação
proteínas
séricas
(94-97%),
principalmente à albumina sérica. O volume de distribuição no estado estacionário é de
cerca de 17 litros. A depuração plasmática é cerca de 2 l/h. O valsartan é principalmente
eliminado como composto inalterado na bílis e na urina. À velocidade normal de filtração
glomerular (120 ml/min), a depuração renal perfaz cerca de 30% da depuração total
plasmática. Foi identificado um hidroximetabolito no plasma em baixas concentrações
(menos do que 10% da AUC de valsartan). Este metabolito é farmacologicamente
inactivo. Após administração oral 83% da dose é excretada nas fezes e 13% na urina,
principalmente sob a forma de composto inalterado.
APROVADO EM
15-02-2008
INFARMED
Quando o valsartan é administrado com os alimentos, a área sob a curva de concentração
plasmática (AUC) de valsartan sofre uma redução de 48%, embora aproximadamente a
partir das 8 horas após a administração as concentrações plasmáticas de valsartan sejam
semelhantes nos grupos post-prandial e em jejum. Esta redução da AUC não é, contudo,
acompanhada por uma redução clinicamente significativa no efeito terapêutico.
O tempo médio até à concentração máxima e o tempo de semi-vida de eliminação do
valsartan nos doentes com insuficiência cardíaca são semelhantes aos observados nos
voluntários saudáveis. Os valores de AUC e C
de valsartan são quase proporcionais ao
aumento da dose ao longo do intervalo de doses clínicas (40 mg a 160 mg duas vezes por
dia). O factor de acumulação médio é de cerca de 1.7. A depuração aparente do valsartan
após a administração oral é de cerca de 4,5 l/h. A idade não afecta a depuração aparente
nos doentes com insuficiência cardíaca.
Populações especiais
Idosos
Nalguns
indivíduos
idosos
observada
exposição
sistémica
valsartan
ligeiramente mais elevada do que nos indivíduos jovens; esta diferença não foi, contudo,
considerada clinicamente significativa.
Insuficiência renal
Conforme seria de esperar num composto em que a depuração renal perfaz apenas 30%
da depuração plasmática total, não foi observada qualquer correlação entre a função renal
e a exposição sistémica a valsartan. O ajustamento da dose não se torna, deste modo,
necessário em doentes com insuficiência renal (depuração de creatinina > 10 ml/min).
Não há dados disponíveis relativos a doentes com insuficiência renal grave (depuração de
creatinina < 10 ml/min) e doentes a fazer diálise. O valsartan apresenta, contudo, uma
elevada taxa de ligação às proteínas plasmáticas, pelo que não deverá ser possível a sua
remoção através de hemodiálise.
Insuficiência hepática
ensaio
farmacocinético
doentes
disfunção
hepática
ligeira
(n=6)
moderada
(n=5)
exposição
valsartan
aumentada
cerca
vezes
comparativamente a voluntários sãos. Não há dados disponíveis sobre o uso de valsartan
em doentes com disfunção hepática grave.
5.3. Dados de segurança pré-clínica
Informação não clínica revela que não existem malefícios específicos para humanos,
baseados em estudos convencionais de segurança farmacológica, toxicidade de dosagem
repetida, genotoxicidade, potencial carcinogénico e toxicidade para reprodução.
Em estudos não clínicos de segurança, doses elevadas de valsartan (200 a 600 mg/kg de
peso corporal) provocaram em ratos a redução dos parâmetros das células sanguíneas
arteriais
(eritrócitos,
hemoglobina,
hematócritos)
evidência
alterações
APROVADO EM
15-02-2008
INFARMED
hemodinâmicas renais (ureia plasmática levemente aumentada e hiperplasia tubular renal
e basofilia nos machos). Em macacos saguís com doses similares as alterações foram
similares apesar de com maior gravidade, particularmente nos rins onde as alterações
evoluíram para nefropatia que incluiu aumento de ureia e creatinina.
Foram
também
verificadas
ambas
espécies
hipertrofia
células
renais
justaglomerulares. Considerou-se que todas as alterações foram causadas pela acção
farmacológica de valsartan, o qual produz uma hipotensão prolongada, particularmente
nos macacos saguís. Para doses terapêuticas de valsartan no homem, a hipertrofia das
células renais justaglomerulares parecem não ter qualquer relevância.
Não
observaram
quaisquer
indícios
mutagenicidade,
clastogenicidade
carcinogenicidade.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1. Lista dos excipientes
Núcleo: Lactose mono-hidratada, celulose microcristalina, povidona, croscarmelose sódica,
sílica anidra coloidal e estearato de magnésio.
Revestimento: hipromelose, dióxido de titânio (E171), macrogol 4000, óxido de ferro
amarelo (E172), óxido de ferro vermelho (E172).
6.2. Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3. Prazo de validade
2 anos.
6.4. Precauções especiais de conservação
Conservar a temperatura inferior a 30 º C.
6.5. Natureza e conteúdo do recipiente
Blister de PVC/PE/PVDC-Alu.
6.6. Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Não existem requisitos especiais.
APROVADO EM
15-02-2008
INFARMED
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
INVENTIS Farmacêutica e Biotecnologia, Lda.
Office Park da Beloura, Edifício 4
2710-444 Sintra
Portugal
8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
N.º de registo: XXXXXXX – 14 comprimidos revestidos por película, 40 mg, blister de
PVC/PE/PVDC-Alu
N.º de registo: XXXXXXX– 20 comprimidos revestidos por película, 40 mg, blister de
PVC/PE/PVDC-Alu
N.º de registo: XXXXXXX– 28 comprimidos revestidos por película, 40 mg, blister de
PVC/PE/PVDC-Alu
N.º de registo: XXXXXXX– 56 comprimidos revestidos por película, 40 mg, blister de
PVC/PE/PVDC-Alu
N.º de registo: XXXXXXX– 60 comprimidos revestidos por película, 40 mg, blister de
PVC/PE/PVDC-Alu
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE
INTRODUÇÃO NO MERCADO
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO