Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
12-08-2010
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APROVADO EM
12-08-2010
INFARMED
FOLHETO INFORMATIVO: INFORMAÇÃO PARA O UTILIZADOR
Tranxene 5 mg cápsulas
Tranxene 10 mg cápsulas
Tranxene 15 mg cápsulas
Clorazepato dipotássico
Leia atentamente este folheto antes de tomar este medicamento.
- Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler.
- Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
- Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial
mesmo que apresentem os mesmos sintomas.
- Se algum dos efeitos secundários se agravar ou detectar quaisquer efeitos secundários não mencionados
neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.
Neste folheto:
1. O que é Tranxene e para que é utilizado
2. Antes de tomar Tranxene
3. Como tomar Tranxene
4. Efeitos secundários possíveis
5. Como conservar Tranxene
6. Outras informações
1. O QUE É TRANXENE E PARA QUE É UTILIZADO
Este medicamento pertence ao Grupo farmacoterapêutico: 2.9.1. -Sistema Nervoso Central. Psicofármacos.
Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos.
Indicações terapêuticas:
- Ansiedade
- Prevenção e tratamento do delirium tremens.
- Abstinência alcoólica.
O Tranxene não está indicado para situações que envolvam pânico.
As benzodiazepinas só estão indicadas quando a doença é grave, incapacitante ou o indivíduo está sujeito a
angústia extrema.
2. ANTES DE TOMAR TRANXENE
Não tome Tranxene
- Se tem alergia (hipersensibilidade) às benzodiazepinas ou a qualquer outro componente de Tranxene.
- Insuficiência respiratória grave.
- Insuficiência hepática grave.
- Síndroma de apneia do sono.
- Miastenia gravis.
Crianças
Desaconselhada a utilização no tratamento da ansiedade, prevenção e tratamento
do delirium tremens e abstinência alcoólica na criança.
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Tome especial cuidado com Tranxene
Tolerância
Pode ocorrer alguma diminuição de eficácia do efeito hipnótico das benzodiazepinas após o uso repetido ao
longo de poucas semanas.
Dependência
O uso de benzodiazepinas pode levar ao desenvolvimento de dependência física e psíquica destes fármacos.
O risco de dependência aumenta com a dose e a duração do tratamento; é também maior nos doentes com
história de alcoolismo ou de toxicodependência e quando existe associação com outros fármacos:
psicotrópicos, ansiolíticos e hipnóticos.
Quando se desenvolve dependência a interrupção brusca pode ser acompanhada de síndroma de privação.
Isto pode manifestar-se através de cefaleias, mialgias, ansiedade extrema, tensão, inquietação, confusão e
irritabilidade. Em situações graves podem ocorrer os seguintes sintomas: tremores, sensação de irrealidade,
despersonalização, hiperacúsia, torpor e parestesias das extremidades, hipersensibilidade à luz, ao ruído e
ao contacto físico, alucinações ou convulsões.
Pode ser conveniente avisar imediatamente o doente acerca da duração limitada do tratamento - não deve
exceder 4 a 12 semanas - e do modo preciso como o tratamento deve ser progressivamente diminuído
durante alguns dias a algumas semanas.
Insónia rebound e ansiedade: um síndroma transitório no qual os sintomas que levaram ao tratamento com
benzodiazepinas regressam mas de forma intensificada, podendo ocorrer aquando da descontinuação do
medicamento. Este facto pode ser acompanhado de outros sintomas como alterações de humor, ansiedade
ou distúrbios do sono e inquietação. Como o risco do sindroma de abstinência/rebound é maior após a
interrupção brusca do tratamento, é recomendado que a dosagem seja diminuída gradualmente.
Duração do tratamento
A duração do tratamento deve ser a mais curta possível (ver secção 3) dependendo da indicação, mas não
deve exceder as oito a doze semanas para a ansiedade, incluindo o tempo de diminuição gradual da dose. O
prolongamento da terapêutica para além deste período não deverá ocorrer sem que seja feita uma
reavaliação da situação.
Pode ser útil informar o doente ao iniciar o tratamento de que este terá uma duração limitada e explicar
exactamente como é que será feita a diminuição progressiva da dosagem. É também importante que o
doente esteja informado da possibilidade de ocorrer o fenómeno rebound durante a redução progressiva da
dose, e assim minimizar a ansiedade associada a este fenómeno.
Há indicações para as quais, no caso das benzodiazepinas de curta duração de acção, o síndroma de
privação poder manifestar-se durante o intervalo das tomas, especialmente quando a dosagem é alta.
Amnésia
As benzodiazepinas podem induzir amnésia anterógrada, particularmente quando o medicamento é
utilizado ao deitar e quando a duração do sono é curta (despertar cedo provocado por acontecimento
exterior). Isto ocorre mais frequentemente várias horas após a ingestão do fármaco. Para reduzir este risco
os doentes devem assegurar a possibilidade de fazer um sono ininterrupto de sete a oito horas (ver também
secção 4).
Pode ocorrer síndroma de abstinência com uma eventual alteração da terapêutica para benzodiazepinas de
acção de curta duração.
Reacções psiquiátricas e paradoxais
As reacções de inquietação, agitação, irritabilidade, agressividade, ilusão, ataques de raiva, pesadelos,
alucinações, psicoses, comportamento inadequado e outros efeitos adversos comportamentais, estão
associadas ao tratamento com benzodiazepinas. Se isto ocorrer o tratamento deverá ser interrompido.
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Estas reacções ocorrem mais frequentemente em crianças e idosos.
Grupos de doentes especiais
As benzodiazepinas não devem ser administradas a crianças sem uma avaliação cuidadosa da necessidade
de instituir a terapêutica, a duração do tratamento deve ser a mínima possível. A dosagem nos idosos deve
ser reduzida (ver secção 3). Uma dose mais baixa está também recomendada para os doentes com
insuficiência respiratória crónica devido ao risco de depressão respiratória (a exacerbação da hipoxia,
devido ao efeito sedativo, pode por si mesma causar ansiedade).
As benzodiazepinas não estão indicadas no tratamento de doentes com insuficiência hepática grave uma
vez que pode desencadear encefalopatia.
As benzodiazepinas ansiolíticas não devem ser utilizadas para tratar estados depressivos e distúrbios
psicóticos (ver “Precauções”).
As benzodiazepinas não estão recomendadas no tratamento de primeira linha da doença psicótica.
As benzodiazepinas não devem ser usadas isoladamente no tratamento da depressão ou da ansiedade
associada à depressão (poderá desencadear o suicídio).
As benzodiazepinas devem ser usadas com extrema precaução em doentes com história de alcoolismo ou
toxicodependência.
-Álcool: não é aconselhável a absorção de bebidas alcóolicas durante toda a duração do tratamento.
Precauções
-Depressão: as benzodiazepinas actuam essencialmente sobre o componente de ansiedade da depressão.
Utilizadas em monoterapia não representam um tratamento da depressão e podem até disfarçar os seus
sinais. (Um estado depressivo pode justificar uma terapia antidepressiva).
-Interrupção do tratamento: a interrupção do tratamento pode conduzir ao desenvolvimento de sintomas de
abstinência. O doente deve ser avisado, sendo aconselhável a interrupção progressiva do tratamento com a
redução da posologia ao longo de algumas semanas, especialmente após terapia prolongada ou se se
suspeitar de dependência do medicamento.
- A associação de diversas benzodiazepinas não tem nenhuma utilidade e pode aumentar a dependência do
medicamento, quer a indicação seja ansiolítica ou hipnótica.
Ao tomar Tranxene com outros medicamentos
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros
medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica.
Ter em atenção: a associação com os depressores do Sistema Nervoso Central. Pode ocorrer uma
intensificação do efeito depressor no caso de uso simultâneo com antipsicóticos (neurolépticos), hipnóticos,
ansiolíticos/sedativos, fármacos anti-depressivos, analgésicos narcóticos, antitússicos contendo derivados
da morfina (incluindo buprenorfina), fármacos anti-epilépticos, anestésicos, anti-histamínicos H1 sedativos,
barbitúricos, clonidina e substâncias relacionadas. O aumento da depressão central pode ter sérias
consequências, especialmente na condução de veículos ou manuseamento de máquinas.
No caso dos analgésicos narcóticos pode ocorrer a intensificação da euforia provocando um aumento da
dependência psíquica.
Sinergia aditiva com sedativos neuromusculares (medicamentos do tipo curare, relaxantes musculares).
O risco de desenvolvimento de síndroma de abstinência é aumentado pela associação com benzodiazepinas
prescritas como ansiolíticos ou hipnóticos.
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As substâncias que inibem certos enzimas hepáticos (particularmente o citocromo P450) podem intensificar
a actividade das benzodiazepinas. Este efeito também se aplica às benzodiazepinas que são metabolizadas
apenas por conjugação ainda que em menor grau.
- Cisapride
Aumento transitório do efeito sedativo das benzodiazepinas devido a uma velocidade de absorção mais
rápida. A diminuição na vigilância pode tornar perigosa a condução de veículos e o manuseamento de
máquinas.
- Clozapina
O risco de colapso com paragem respiratória e/ou cardíaca é aumentado pela associação de clozapina e
benzodiazepinas.
Ao tomar Tranxene com alimentos e bebidas
Não é recomendada a ingestão concomitante de álcool. O efeito sedativo pode estar aumentado quando é
utilizado em simultâneo com o álcool. Este facto afecta a capacidade de conduzir ou utilizar máquinas.
Gravidez e aleitamento
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
Gravidez
- Em humanos, o risco teratogénico, se existir, é provável que seja muito ligeiro. A partir de estudos
epidemiológicos foi sugerido um efeito teratogénico, mas não confirmado, para certas benzodiazepinas. Por
conseguinte, parece ser prudente evitar a prescrição destes medicamentos durante os primeiros três meses
de gravidez.
Se o fármaco for prescrito a uma mulher em idade fértil, esta deve ser avisada para contactar o seu médico
no sentido de descontinuar a terapêutica se tiver a intenção de engravidar ou se suspeitar poder estar
grávida.
Se por razões médicas, o fármaco for administrado durante a última fase da gravidez, ou durante o trabalho
de parto em doses elevadas, os efeitos no recém-nascido, tais como a hipotermia, hipotonia e depressão
respiratória moderada, podem ser esperados devido à acção farmacológica do fármaco.
Mais ainda, os recém-nascidos de mães que tomaram benzodiazepinas de modo crónico durante a última
fase da gravidez podem desenvolver dependência física e podem de algum modo estar em risco de
desenvolver sintomas de privação no período pós-natal.
Aleitamento
Como as benzodiazepinas são excretadas no leite materno, não devem ser administradas a mães a
amamentar.
Condução de veículos e utilização de máquinas
Sedação, amnésia, dificuldades da concentração e alteração da função muscular podem afectar
negativamente a capacidade de conduzir ou de utilizar máquinas. Se a duração do sono for insuficiente, há
maior probabilidade da capacidade de reacção estar diminuída. As associações podem potenciar este efeito
sedativo (Ver secção 2, “Ao tomar Tranxene com outros medicamentos”).
3. COMO TOMAR TRANXENE
Tomar Tranxene sempre de acordo com as indicações do médico. Fale com o seu médico ou farmacêutico
se tiver dúvidas.
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O tratamento deverá ser o mais curto possível. O doente deve ser avaliado regularmente e a necessidade de
continuar o tratamento deve ser avaliada, especialmente no caso do doente estar livre de sintomas. A
duração total do tratamento em geral não deve ultrapassar mais de 8-12 semanas, incluindo a redução
gradual da dose (ver secção 2, " Tome especial cuidado com Tranxene").
Em certos casos poderá ser necessário prolongar o tratamento para além do período indicado: se tal
acontecer, isto não deve ocorrer sem que tenha lugar uma reavaliação do doente por um especialista.
Duração do tratamento:
- Ansiedade reactiva, terapia adjuvante para a ansiedade em neuroses, ansiedade associada a distúrbios
somáticos graves ou dolorosos: 4 a 12 semanas, incluindo o período de diminuição da posologia.
- Ansiedade generalizada: tratamento a longo prazo, de acordo com a opinião do especialista.
- Ataques de ansiedade: tratamento a curto prazo.
- Prevenção e tratamento do delirium tremens: alguns dias.
- Abandono do alcoolismo: o tratamento tem um período de 3 a 6 semanas incluindo o período de
abandono.
Interrupção do tratamento: progressiva, com redução ao longo de várias semanas (ver secção 2, “
Tome especial cuidado com Tranxene”).
Dosagem:
O tratamento deve começar com a dose mínima recomendada. Não deverá ser excedida a dose máxima
recomendada.
Adultos: As cápsulas doseadas a 10 mg devem ser utilizadas apenas em adultos e nos casos mais graves.
A posologia diária habitual é de 5 a 30 mg; doses mais elevadas podem ser utilizadas dependendo da
necessidade clínica.
Idosos, pacientes com insuficiência renal: é recomendada uma dosagem reduzida; por exemplo, metade da
dosagem média pode ser suficiente.
O doente deve ser vigiado regularmente, no início do tratamento, a fim de diminuir a dose ou a frequência
de administração caso necessário, a fim de prevenir sobredosagem devido a acumulação do fármaco.
Se tomar mais Tranxene do que deveria
Tal como com outras benzodiazepinas, a sobredosagem não coloca a vida em risco excepto se utilizadas em
associação com outras substâncias depressoras do SNC (incluindo o álcool).
No tratamento destas situações deve ter-se em conta que múltiplos fármacos podem ter sido ingeridos.
O prognóstico é favorável, pelo menos na ausência de uma associação com outros agentes psicotrópicos e
enquanto o doente esteja a ser tratado.
Na sobredosagem com as benzodiazepinas por via oral, o vómito deve ser induzido (dentro de uma hora) se
o doente estiver consciente ou fazer uma lavagem gástrica com protecção das vias respiratórias se o doente
estiver inconsciente. Se não houver vantagem em esvaziar o estômago, deve ser dado carvão activado para
reduzir a absorção. Deve ser dada particular atenção às funções respiratória e cardíaca nos cuidados
intensivos.
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A sobredosagem com benzodiazepinas manifesta-se em geral por depressão do SNC de grau variado,
podendo ir da sonolência ao coma, dependendo da dose ingerida. Em situações ligeiras os sintomas incluem
sonolência, confusão mental e letargia, em casos mais graves os sintomas podem incluir ataxia, hipotonia,
hipotensão, depressão respiratória, raramente coma e muito raramente morte. As funções respiratórias e
cardiovasculares devem ser cuidadosamente vigiadas numa unidade de cuidados intensivos. O resultado é
positivo.
O flumazenil pode ser utilizado como antídoto.
A administração de flumazenil pode ser útil no diagnóstico e/ou tratamento da sobredosagem intencional
ou acidental com benzodiazepinas.
4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS
Como todos os medicamentos, Tranxene pode causar efeitos secundários, no entanto estes não se
manifestam em todas as pessoas.
Estes estão relacionados com a dose administrada e a sensibilidade individual do doente.
A sonolência (particularmente em idosos), bradipsiquismo, confusão emocional, capacidade de reacção
diminuída (alerta reduzido), confusão, fadiga, cefaleias, tonturas, fraqueza muscular, ataxia, visão dupla.
Estes fenómenos ocorrem predominantemente no início da terapêutica e em geral desaparecem com a
continuação do tratamento. Outros efeitos adversos como problemas gastrointestinais, alterações da líbido
ou reacções cutâneas (erupção cutânea maculopapular e pruriginosa) foram referidos ocasionalmente.
Pode ocorrer um síndroma de reacção com exacerbação da ansiedade que motivou o tratamento.
Amnésia
Amnésia anterógrada pode ocorrer com dosagens terapêuticas, o risco aumenta nas dosagens mais elevadas.
Os efeitos amnésicos podem estar associados a comportamentos inadequados (ver secção 2, "
Tome especial cuidado com Tranxene").
Depressão
Uma depressão pré-existente pode ser revelada durante a utilização das benzodiazepinas.
Reacções psiquiátricas e paradoxais
Reacções de inquietação, agitação, irritabilidade, agressividade, ilusões, ataques de raiva, pesadelos,
alucinações, psicoses, síndroma de confusão onírica, comportamento inadequado e outros efeitos adversos
de comportamento sabe-se estarem associadas à utilização das benzodiazepinas e das benzodiazepinas-like.
Podem mesmo ser severas com este fármaco. São mais comuns nas crianças e nos idosos.
Dependência
O uso (mesmo em doses terapêuticas) pode conduzir ao desenvolvimento de dependência física: a
interrupção da terapêutica pode dar origem ao síndrome de abstinência ou ao fenómeno rebound (ver
"Advertências e Precauções Especiais de Utilização"). Isto pode suceder mais rapidamente com
benzodiazepinas com uma semi-vida curta do que com benzodiazepinas com uma semi-vida longa (vários
dias). Pode ocorrer dependência psíquica. O uso abusivo das benzodiazepinas tem sido referido.
Se algum dos efeitos secundários se agravar, ou se detectar quaisquer efeitos secundários não mencionados
neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.
5. COMO CONSERVAR TRANXENE
Manter fora do alcance e da vista das crianças.
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Não utilize Tranxene após o prazo de validade impresso no rótulo. O prazo de validade corresponde ao
último dia do mês indicado.
O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação.
Os medicamentos não devem ser eliminados na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu
farmacêutico como eliminar os medicamentos de já não necessita. Estas medidas irão ajudar a proteger o
ambiente.
6. OUTRAS INFORMAÇÕES
Qual a composição de Tranxene
A substância activa é Clorazepato dipotássico.
Tranxene 5 mg cápsulas
Cada cápsula contém 5 mg de Clorazepato dipotássico.
Tranxene 10 mg cápsulas
Cada cápsula contém 10 mg de Clorazepato dipotássico.
Tranxene 15 mg cápsulas
Cada cápsula contém 10 mg de Clorazepato dipotássico.
Os outros componentes são carbonato de potássio e talco.
Revestimento: Eritrosina (E127), Dióxido de titânio (E171), Gelatina.
Qual o aspecto de Tranxene e conteúdo da embalagem
Embalagens de 20, 40 e 60 cápsulas acondicionadas em blisters de Alu/Alu.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
Titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante
Sanofi-Aventis - Produtos Farmacêuticos,S.A.
Empreendimento Lagoas Park - Edifício 7, 3º piso
2740-244 Porto Salvo
Portugal
Sofarimex - Indústria Química e Farmacêutica, Lda. (Fab.)
Avenida das Indústrias - Alto de Colaride - Agualva
2735-213 Cacém
Portugal
Sanofi Aventis, S.A. (Riells)
Carretera de la Batlloria a Hostalric km.
63, 09
17404 Riells i Viabrea Gerona
Espanha
Este folheto informativo foi aprovado pela última vez em
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
Tranxene 5 mg cápsulas
Tranxene 10 mg cápsulas
Tranxene 15 mg cápsulas
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
p. cáps.
Tranxene 5 mg cápsulas
Cada cápsula contém 5 mg de Clorazepato dipotássico (DCI).
Tranxene 10 mg cápsulas
Cada cápsula contém 10 mg de Clorazepato dipotássico (DCI).
Tranxene 15 mg cápsulas
Cada cápsula contém 10 mg de Clorazepato dipotássico (DCI).
Lista completa de excipientes, ver 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Cápsula
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
Ansiedade
Prevenção e tratamento do delirium tremens.
Abstinência alcoólica
O Tranxene não está indicado para distúrbios que envolvem pânico.
As benzodiazepinas só estão indicadas quando a doença é grave, incapacitante ou o
indivíduo está sujeito a angústia extrema.
4.2 Posologia e modo de administração
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O tratamento deverá ser o mais curto possível. O doente deve ser avaliado regularmente
e a necessidade de continuar o tratamento deve ser avaliada, especialmente no caso do
doente estar livre de sintomas. A duração total do tratamento em geral não deve
ultrapassar mais de 8-12 semanas, incluindo a redução gradual da dose (ver secção 4.4).
Em certos casos poderá ser necessário prolongar o tratamento para além do período
indicado: se tal acontecer, isto não deve ocorrer sem que tenha lugar uma reavaliação
do doente por um especialista.
Duração do tratamento:
- Ansiedade reactiva, terapia adjuvante para a ansiedade em neuroses, ansiedade
associada a distúrbios somáticos graves ou dolorosos: 4 a 12 semanas, incluindo o
período de diminuição da posologia.
- Ansiedade generalizada: tratamento a longo prazo, de acordo com a opinião do
especialista.
- Ataques de ansiedade: tratamento a curto prazo.
- Prevenção e tratamento do delirium tremens: alguns dias.
- Abandono do alcoolismo: o tratamento tem um período de 3 a 6 semanas incluindo o
período de abandono.
Interrupção do tratamento: progressiva, com redução ao longo de várias semanas (ver
secção 4.4).
Dosagem:
O tratamento deve começar com a dose mínima recomendada. Não deverá ser excedida
a dose máxima recomendada.
Adultos: As cápsulas doseadas a 10 mg devem ser utilizadas apenas em adultos e nos
casos mais graves.
A posologia diária habitual é de 5 a 30 mg; doses mais elevadas podem ser utilizadas
dependendo da necessidade clínica.
Idosos, pacientes com insuficiência renal: é recomendada uma dosagem reduzida; por
exemplo, metade da dosagem média pode ser suficiente.
O doente deve ser vigiado regularmente, no início do tratamento, a fim de diminuir a
dose ou a frequência de administração caso necessário, a fim de prevenir sobredosagem
devido a acumulação do fármaco.
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4.3 Contra-indicações
- Hipersensibilidade às benzodiazepinas ou a qualquer dos excipientes.
- Insuficiência respiratória grave.
- Insuficiência hepática grave.
- Síndroma de apneia do sono.
- Miastenia gravis.
- Crianças
Desaconselhada a utilização no tratamento da ansiedade, prevenção e tratamento do
delirium tremens e abstinência alcoólica na criança.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Advertências
Tolerância
Pode ocorrer alguma diminuição de eficácia do efeito hipnótico das benzodiazepinas
após o uso repetido ao longo de poucas semanas.
Dependência
O uso de benzodiazepinas pode levar ao desenvolvimento de dependência física e
psíquica destes fármacos. O risco de dependência aumenta com a dose e a duração do
tratamento; é também maior nos doentes com história de alcoolismo ou de
toxicodependência e quando existe associação com outros fármacos: psicotrópicos,
ansiolíticos e hipnóticos.
Quando se desenvolve dependência a interrupção brusca pode ser acompanhada de
síndroma de privação. Isto pode manifestar-se através de cefaleias, mialgias, ansiedade
extrema, tensão, inquietação, confusão e irritabilidade. Em situações graves podem
ocorrer os seguintes sintomas: tremores, sensação de irrealidade, despersonalização,
hiperacúsia, torpor e parestesias das extremidades, hipersensibilidade à luz, ao ruído e
ao contacto físico, alucinações ou convulsões.
Pode ser conveniente avisar imediatamente o doente acerca da duração limitada do
tratamento - não deve exceder 4 a 12 semanas - e do modo preciso como o tratamento
deve ser progressivamente diminuído durante alguns dias a algumas semanas.
Insónia rebound e ansiedade: um síndroma transitório no qual os sintomas que levaram
ao tratamento com benzodiazepinas regressam mas de forma intensificada, podendo
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ocorrer aquando da descontinuação do medicamento. Este facto pode ser acompanhado
de outros sintomas como alterações de humor, ansiedade ou distúrbios do sono e
inquietação. Como o risco do sindroma de abstinência/rebound é maior após a
interrupção brusca do tratamento, é recomendado que a dosagem seja diminuída
gradualmente.
Duração do tratamento
A duração do tratamento deve ser a mais curta possível (ver secção 4.2,) dependendo da
indicação, mas não deve exceder as oito a doze semanas para a ansiedade, incluindo o
tempo de diminuição gradual da dose. O prolongamento da terapêutica para além deste
período não deverá ocorrer sem que seja feita uma reavaliação da situação.
Pode ser útil informar o doente ao iniciar o tratamento de que este terá uma duração
limitada e explicar exactamente como é que será feita a diminuição progressiva da
dosagem. É também importante que o doente esteja informado da possibilidade de
ocorrer o fenómeno rebound durante a redução progressiva da dose, e assim minimizar
a ansiedade associada a este fenómeno.
Há indicações para as quais, no caso das benzodiazepinas de curta duração de acção, o
síndroma de privação poder manifestar-se durante o intervalo das tomas, especialmente
quando a dosagem é alta.
Amnésia
As benzodiazepinas podem induzir amnésia anterógrada, particularmente quando o
medicamento é utilizado ao deitar e quando a duração do sono é curta (despertar cedo
provocado por acontecimento exterior). Isto ocorre mais frequentemente várias horas
após a ingestão do fármaco. Para reduzir este risco os doentes devem assegurar a
possibilidade de fazer um sono ininterrupto de sete a oito horas (ver também efeitos
indesejáveis).
Pode ocorrer síndroma de abstinência com uma eventual alteração da terapêutica para
benzodiazepinas de acção de curta duração.
Reacções psiquiátricas e paradoxais
As reacções de inquietação, agitação, irritabilidade, agressividade, ilusão, ataques de
raiva, pesadelos, alucinações, psicoses, comportamento inadequado e outros efeitos
adversos comportamentais, estão associadas ao tratamento com benzodiazepinas. Se
isto ocorrer o tratamento deverá ser interrompido.
Estas reacções ocorrem mais frequentemente em crianças e idosos.
Grupos de doentes especiais
As benzodiazepinas não devem ser administradas a crianças sem uma avaliação
cuidadosa da necessidade de instituir a terapêutica, a duração do tratamento deve ser a
mínima possível. A dosagem nos idosos deve ser reduzida (ver secção 4.2). Uma dose
mais baixa está também recomendada para os doentes com insuficiência respiratória
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crónica devido ao risco de depressão respiratória (a exacerbação da hipoxia, devido ao
efeito sedativo, pode por si mesma causar ansiedade).
As benzodiazepinas não estão indicadas no tratamento de doentes com insuficiência
hepática grave uma vez que pode desencadear encefalopatia.
As benzodiazepinas ansiolíticas não devem ser utilizadas para tratar estados depressivos
e distúrbios psicóticos (ver Precauções).
As benzodiazepinas não estão recomendadas no tratamento de primeira linha da doença
psicótica.
As benzodiazepinas não devem ser usadas isoladamente no tratamento da depressão ou
da ansiedade associada à depressão (poderá desencadear o suicídio).
As benzodiazepinas devem ser usadas com extrema precaução em doentes com história
de alcoolismo ou toxicodependência.
- Álcool: não é aconselhável a absorção de bebidas alcoólicas durante toda a duração do
tratamento.
Precauções
- Depressão: as benzodiazepinas actuam essencialmente sobre o componente de
ansiedade da depressão. Utilizadas em monoterapia não representam um tratamento da
depressão e podem até disfarçar os seus sinais. (Um estado depressivo pode justificar
uma terapia antidepressiva).
- Interrupção do tratamento: a interrupção do tratamento pode conduzir ao
desenvolvimento de sintomas de abstinência. O doente deve ser avisado, sendo
aconselhável a interrupção progressiva do tratamento com a redução da posologia ao
longo de algumas semanas, especialmente após terapia prolongada ou se se suspeitar de
dependência do medicamento.
- A associação de diversas benzodiazepinas não tem nenhuma utilidade e pode
aumentar a dependência do medicamento, quer a indicação seja ansiolítica ou hipnótica.
4.5 Interacções medicamentosas e outras
Não é recomendada a ingestão concomitante de álcool. O efeito sedativo pode estar
aumentado quando é utilizado em simultâneo com o álcool. Este facto afecta a
capacidade de conduzir ou utilizar máquinas.
Ter em atenção: a associação com os depressores do Sistema Nervoso Central. Pode
ocorrer uma intensificação do efeito depressor no caso de uso simultâneo com
antipsicóticos (neurolépticos), hipnóticos, ansiolíticos/sedativos, fármacos anti-
depressivos, analgésicos narcóticos, antitússicos contendo derivados da morfina
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(incluindo buprenorfina), fármacos anti-epilépticos, anestésicos, anti-histamínicos H1
sedativos, barbitúricos, clonidina e substâncias relacionadas. O aumento da depressão
central pode ter sérias consequências, especialmente na condução de veículos ou
manuseamento de máquinas.
No caso dos analgésicos narcóticos pode ocorrer a intensificação da euforia provocando
um aumento da dependência psíquica.
Sinergia aditiva com sedativos neuromusculares (medicamentos do tipo curare,
relaxantes musculares).
O risco de desenvolvimento de síndroma de abstinência é aumentado pela associação
com benzodiazepinas prescritas como ansiolíticos ou hipnóticos.
As substâncias que inibem certos enzimas hepáticos (particularmente o citocromo
P450) podem intensificar a actividade das benzodiazepinas. Este efeito também se
aplica às benzodiazepinas que são metabolizadas apenas por conjugação ainda que em
menor grau.
- Cisapride
Aumento transitório do efeito sedativo das benzodiazepinas devido a uma velocidade de
absorção mais rápida. A diminuição na vigilância pode tornar perigosa a condução de
veículos e o manuseamento de máquinas.
- Clozapina
O risco de colapso com paragem respiratória e/ou cardíaca é aumentado pela associação
de clozapina e benzodiazepinas.
4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento
Gravidez
- Em humanos, o risco teratogénico, se existir, é provável que seja muito ligeiro. A
partir de estudos epidemiológicos foi sugerido um efeito teratogénico, mas não
confirmado, para certas benzodiazepinas. Por conseguinte, parece ser prudente evitar a
prescrição destes medicamentos durante os primeiros três meses de gravidez.
Se o fármaco for prescrito a uma mulher em idade fértil, esta deve ser avisada para
contactar o seu médico no sentido de descontinuar a terapêutica se tiver a intenção de
engravidar ou se suspeitar poder estar grávida.
Se por razões médicas, o fármaco for administrado durante a última fase da gravidez, ou
durante o trabalho de parto em doses elevadas, os efeitos no recém-nascido, tais como a
hipotermia, hipotonia e depressão respiratória moderada, podem ser esperados devido à
acção farmacológica do fármaco.
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12-08-2010
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Mais ainda, os recém-nascidos de mães que tomaram benzodiazepinas de modo crónico
durante a última fase da gravidez podem desenvolver dependência física e podem de
algum modo estar em risco de desenvolver sintomas de privação no período pós-natal.
Aleitamento
Como as benzodiazepinas são excretadas no leite materno, não devem ser administradas
a mães a amamentar.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Sedação, amnésia, dificuldades da concentração e alteração da função muscular podem
afectar negativamente a capacidade de conduzir ou de utilizar máquinas. Se a duração
do sono for insuficiente, há maior probabilidade da capacidade de reacção estar
diminuída. As associações podem potenciar este efeito sedativo. (Ver secção 4.5).
4.8 Efeitos indesejáveis
Estes estão relacionados com a dose administrada e a sensibilidade individual do
doente.
A sonolência (particularmente em idosos), bradipsiquismo, confusão emocional,
capacidade de reacção diminuída (alerta reduzido), confusão, fadiga, cefaleias, tonturas,
fraqueza muscular, ataxia, visão dupla. Estes fenómenos ocorrem predominantemente
no início da terapêutica e em geral desaparecem com a continuação do tratamento.
Outros efeitos adversos como problemas gastrointestinais, alterações da líbido ou
reacções cutâneas (erupção cutânea maculopapular e pruriginosa) foram referidos
ocasionalmente.
Pode ocorrer um síndroma de reacção com exacerbação da ansiedade que motivou o
tratamento.
Amnésia
Amnésia anterógrada pode ocorrer com dosagens terapêuticas, o risco aumenta nas
dosagens mais elevadas. Os efeitos amnésicos podem estar associados a
comportamentos inadequados (ver secção 4.4).
Depressão
Uma depressão pré-existente pode ser revelada durante a utilização das
benzodiazepinas.
Reacções psiquiátricas e paradoxais
Reacções de inquietação, agitação, irritabilidade, agressividade, ilusões, ataques de
raiva, pesadelos, alucinações, psicoses, síndroma de confusão onírica, comportamento
inadequado e outros efeitos adversos de comportamento sabe-se estarem associadas à
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utilização das benzodiazepinas e das benzodiazepinas-like. Podem mesmo ser severas
com este fármaco. São mais comuns nas crianças e nos idosos.
Dependência
O uso (mesmo em doses terapêuticas) pode conduzir ao desenvolvimento de
dependência física: a interrupção da terapêutica pode dar origem ao síndrome de
abstinência ou ao fenómeno rebound (ver secção 4.4). Isto pode suceder mais
rapidamente com benzodiazepinas com uma semi-vida curta do que com
benzodiazepinas com uma semi-vida longa (vários dias). Pode ocorrer dependência
psíquica. O uso abusivo das benzodiazepinas tem sido referido.
4.9 Sobredosagem
Tal como com outras benzodiazepinas, a sobredosagem não coloca a vida em risco
excepto se utilizadas em associação com outras substâncias depressoras do SNC
(incluindo o álcool).
No tratamento destas situações deve ter-se em conta que múltiplos fármacos podem ter
sido ingeridos.
O prognóstico é favorável, pelo menos na ausência de uma associação com outros
agentes psicotrópicos e enquanto o doente esteja a ser tratado.
Na sobredosagem com as benzodiazepinas por via oral, o vómito deve ser induzido
(dentro de uma hora) se o doente estiver consciente ou fazer uma lavagem gástrica com
protecção das vias respiratórias se o doente estiver inconsciente. Se não houver
vantagem em esvaziar o estômago, deve ser dado carvão activado para reduzir a
absorção. Deve ser dada particular atenção às funções respiratória e cardíaca nos
cuidados intensivos.
A sobredosagem com benzodiazepinas manifesta-se em geral por depressão do SNC de
grau variado, podendo ir da sonolência ao coma, dependendo da dose ingerida. Em
situações ligeiras os sintomas incluem sonolência, confusão mental e letargia, em casos
mais graves os sintomas podem incluir ataxia, hipotonia, hipotensão, depressão
respiratória, raramente coma e muito raramente morte. As funções respiratórias e
cardiovasculares devem ser cuidadosamente vigiadas numa unidade de cuidados
intensivos. O resultado é positivo.
O flumazenil pode ser utilizado como antídoto.
A administração de flumazenil pode ser útil no diagnóstico e/ou tratamento da
sobredosagem intencional ou acidental com benzodiazepinas.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
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5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 2.9.1. -Sistema Nervoso Central. Psicofármacos.
Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos.
Código ATC: N05B A05
O Tranxene é um ansiolítico que pertence à classe das benzodiazepinas. As suas
propriedades farmacológicas são as da classe das benzodiazepinas: ansiolítico, sedativo,
hipnótico, anticonvulsivo, relaxante muscular e amnésico.
Estes efeitos estão ligados a uma acção agonista específica sobre um receptor central
que faz parte do complexo "receptores macromoleculares GABA-OMEGA" (também
chamados BZD1 e BZD2) que regula a abertura dos canais do cloro.
Pode ser observada uma dependência medicamentosa em humanos e animais.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Absorção:
Após absorção oral, o clorazepato é rapidamente absorvido a partir do tracto
gastrintestinal.
Uma grande percentagem de clorazepato (cerca de 80%) é convertido em N-
desmetildiazepam, o principal metabolito activo.
O clorazepato inalterado e o seu metabolito aparecem rapidamente no sangue. O pico
plasmático é alcançado numa hora. O clorazepato e o N-desmetildiazepam são
metabolizados no fígado e são essencialmente eliminados na urina, onde podem ser
detectados como conjugados inactivos de oxazepam, N-desmetildiazepam e um
pequena porção de clorazepato.
Distribuição:
O volume de distribuição do desmetildiazepam é de cerca de 1l/kg.
A ligação às proteínas plasmáticas é superior a 97%.
Para esta classe de produtos não foi possível estabelecer uma relação concentração-
efeito devido ao seu metabolismo e ao desenvolvimento de tolerância.
As benzodiazepinas passam a barreira hemato-encefálica, a placenta e para o leite
materno.
Metabolismo e eliminação:
O principal metabolito do clorazepato é o desmetildiazepam, igualmente activo, e cuja
semi-vida é superior à da molécula original (entre 30 e 150 horas).
A hidroxilação desta molécula origina um outro metabolito activo, o oxazepam.
Por glucuroconjugação originam-se substâncias inactivas, hidrossolúveis, cuja
eliminação é feita por via urinária.
Populações de risco:
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- Idosos:
Nos indivíduos idosos o metabolismo hepático está diminuído e, consequentemente, a
clearance total, com aumento das concentrações de equilíbrio, da fracção livre e das
semi-vidas. Assim, é necessário diminuir as doses, pelo menos no início do tratamento.
- Insuficientes hepáticos:
Verifica-se um aumento da semi-vida com diminuição da clearance plasmática total.
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Os estudos de toxicidade reprodutiva não revelaram efeitos adversos sobre a fertilidade
nem teratogenicidade. Não são conhecidos estudos de mutagenicidade ou
carcinogenicidade.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Carbonato de potássio; talco.
Revestimento: Eritrosina (E127), Dióxido de titânio (E171), Gelatina
6.2 Incompatibilidades
Não se conhecem.
6.3 Prazo de validade
36 meses.
6.4 Precauções especiais de conservação
O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Embalagens com 20, 40 ou 60 cápsulas acondicionadas em blisters de Alu/Alu.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação
Não aplicável.