Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
27-07-2018
27-07-2018
APROVADO EM
27-07-2018
INFARMED
Folheto informativo: Informação para o doente
Tramadol Generis 100 mg/2 ml solução injetável
Leia
atenção
todo
este
folheto
antes
começar
tomar
este
medicamento pois contém informação importante para si.
- Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente.
- Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
- Este medicamento foi receitado apenas para si. Não deve dá-lo a outros. O
medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos
sinais de doença.
- Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários
não indicados neste
folheto, fale com
o seu médico
ou farmacêutico ou
enfermeiro. Ver secção 4.
O que contém este folheto:
1. O que é Tramadol Generis e para que é utilizado
2. O que precisa de saber antes de tomar Tramadol Generis
3. Como tomar Tramadol Generis
4. Efeitos secundários possíveis
5. Como conservar Tramadol Generis
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
1. O que é Tramadol Generis e para que é utilizado
O tramadol está indicado na prevenção e no tratamento da dor moderada ou
grave, de caráter agudo, subagudo ou crónico:
- dor do pós-operatório
- dor do trabalho de parto
- dor do enfarte agudo do miocárdio
- dor traumática
- dor oncológica.
2. O que precisa de saber antes de tomar Tramadol Generis
Não tome Tramadol Generis
alergia
tramadol
qualquer
outro
componente
deste
medicamento (indicados na secção 6)
- o uso do tramadol está contraindicado nas intoxicações agudas pelo álcool,
hipnóticos,
analgésicos
outros
fármacos
ativos
sobre
S.N.C.
(estupefacientes e/ou psicotrópicos) e ainda em doentes que estejam a ser
tratados com inibidores da MAO ou que tomaram estes fármacos durante os
últimos 14 dias.
Advertências e precauções
Fale com o seu médico ou farmacêutico antes de tomar Tramadol Generis.
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Doentes com antecedentes de epilepsia devem ser cuidadosamente vigiados
durante
tratamento
tramadol.
Tem-se
referido
ocorrência
convulsões em doentes tratados com os níveis posológicos recomendados de
tramadol. Este risco pode aumentar se as doses de tramadol excederem o
limite superior diário recomendado (400 mg). Além disso, o tramadol pode
aumentar o risco de convulsões em doentes medicados com outros fármacos
suscetíveis de diminuírem o limiar para convulsões cerebrais.
Tramadol Generis, não deve ser utilizado no tratamento da síndrome de
abstinência dos opiáceos/estupefacientes. Tramadol não é apropriado como
terapêutica de substituição em doentes dependentes de opióides. Embora seja
um agonista dos opióides, o tramadol não suprime os sintomas de privação da
morfina.
tramadol
deve
utilizado
especial
cuidado
doentes
dependência de opiáceos, em doentes com lesões cranianas, em estado de
choque, com grau reduzido da consciência de causa desconhecida, com
perturbações do centro respiratório e da função respiratória, e de pressão
intracraniana aumentada.
O tramadol é transformado no fígado por uma enzima. Algumas pessoas têm
uma alteração desta enzima, o que as pode afetar de diferentes formas.
Enquanto algumas pessoas podem não ter alívio da dor suficiente, outras
pessoas são mais suscetíveis a apresentarem efeitos secundários graves. Se
notar algum dos seguintes efeitos secundários, deve deixar de tomar este
medicamento e procurar assistência médica imediatamente: respiração lenta
ou superficial, confusão, sonolência, contração das pupilas, náuseas (enjoos)
ou vómitos, obstipação (prisão de ventre), falta de apetite.
Crianças e adolescentes
Utilização em crianças com problemas respiratórios
O tramadol não é recomendado em crianças com problemas respiratórios, uma
vez que os sintomas de toxicidade do tramadol podem ser piores nestas
crianças.
Podem
desenvolver-se
tolerância,
dependência
psicológica
dependência
física, especialmente após utilização prolongada. Por isso, em doentes com
tendência para o abuso ou para a dependência de medicamentos, o tratamento
com tramadol só deve ser realizado a curto prazo e sob estrita vigilância
médica.
Não foi descrito nenhum caso de depressão do centro respiratório após a
utilização de tramadol por via oral ou retal. No entanto, este perigo não pode
ser excluído se for largamente ultrapassada a posologia recomendada ou que
sejam administrados simultaneamente outros fármacos depressores do centro
respiratório.
Quando se ultrapassa largamente a posologia recomendada por via parentérica
(como por exemplo no decurso da anestesia) é preciso ter em atenção o perigo
de depressão respiratória.
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tramadol
deve
utilizado
precaução
doentes
hipersensibilidade aos opiáceos, e com antecedentes de epilepsia.
Os resultados obtidos em estudos com animais tratados com tramadol, vieram
a revelar após a administração de doses muito elevadas, a ocorrência de
efeitos sobre o desenvolvimento dos órgãos, a ossificação e a mortalidade das
crias
recém-nascidas.
Não
observaram
porém,
quaisquer
efeitos
teratogénicos. O tramadol atravessa a barreira placentária. Não existem provas
concludentes de segurança do tramadol na gravidez de seres humanos. Por
isso, tramadol não deve ser administrado a mulheres grávidas.
tramadol
administrado
antes
decurso
parto
não
afeta
contractilidade uterina. No recém-nascido podem verificar-se alterações da
frequência
respiratória
que,
geralmente,
carecem
significado
clínico.
Durante o período de lactação, cerca de % da dose materna é excretada no
leite.
Não
recomenda
administração
tramadol
período
amamentação. Após a administração de uma dose única de tramadol não é
geralmente necessário interromper a amamentação.
O tramadol deve ser utilizado com prudência em doentes que apresentaram
hipersensibilidade prévia aos opiáceos, doentes com insuficiência renal ou
hepática graves, traumatismo craniano, diminuição do nível de consciência,
aumento
pressão
intracraniana,
doentes
choque
risco
convulsões.
. Em doentes com tendência para abuso medicamentoso ou dependência, o
tratamento com tramadol deve ser feito por períodos curtos e sob supervisão
médica.
Outros medicamentos e Tramadol Generis
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar, ou tiver tomado
recentemente, ou se vier a tomar outros medicamentos.
O risco de efeitos secundários aumenta:
- se estiver a tomar medicamentos que possam causar convulsões, como
certos antidepressivos ou antipsicóticos. O risco de desenvolver uma crise
convulsiva
pode aumentar se tomar Tramadol Generis ao mesmo tempo. O seu médico
vai indicar-lhe se Tramadol Generis é adequado ao seu caso.
- se estiver a tomar certos antidepressivos. Tramadol Generis pode interagir
estes
medicamentos
poderão
surgir
sintomas
como
contrações
musculares involuntárias e repetidas, incluindo dos músculos que controlam os
movimentos
olhos,
agitação,
sudação
excessiva,
tremores,
reflexos
exagerados, tensão muscular aumentada ou temperatura corporal acima de
38°C.
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utilização
simultânea
tramadol
substâncias
dotadas
ação
depressora do sistema nervoso central, inclusive o álcool, poderá potenciar os
respetivos efeitos sobre o sistema nervoso central.
Os resultados obtidos em estudos farmacocinéticas vieram a mostrar que a
administração simultânea ou anterior de cimetidina (inibidor enzimático) não
provoca interações clinicamente relevantes. A administração conjunta com a
cimetidina
determina
níveis
iniciais
mais baixos
tramadol
dos seus
metabolitos, e mais elevados e mantidos às 12 horas. Estas alterações nas
concentrações séricas não parecem ter importância clínica.
Pela possibilidade de potenciação dos efeitos noradrenérgicos, o tramadol não
deve ser administrado simultaneamente com os inibidores da M.A.O.
A administração conjunta com a carbamazepina determina uma redução da
concentração sérica de tramadol e dos seus metabolitos o que implica redução
da eficácia analgésica e da duração de ação.
A administração concomitante com ritonavir pode aumentar as concentrações
séricas de tramadol conduzindo a uma intoxicação por tramadol.
Em casos raros, registou-se toxicidade por digoxina durante a administração
concomitante desta com tramadol.
Outros fármacos dotados de conhecida ação inibitória sobre CYP3A4, como
cetoconazol
eritromicina,
(podem
inibir
metabolismo
tramadol
desmetilação) e, provavelmente, também a biotransformação, C2 do metabolito
ativo O-desmetilado. O significado clínico de uma interação deste género não
foi ainda investigado.
Gravidez e amamentação
Se está grávida ou a amamentar, se pensa estar grávida ou planeia engravidar,
consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar este medicamento
Gravidez
Tramadol Generis não deve ser administrado durante a gravidez uma vez que
não existe uma avaliação adequada de estudos de segurança do tramadol na
grávida.
Apesar dos estudos animais não terem evidenciado a possibilidade de efeitos
mutagénicos, não estão disponíveis estudos no homem, pelo que não se
recomenda a administração de tramadol nos primeiros 3 meses de gravidez.
Após
este
período
utilização
deste
fármaco
deve
condicionada
indicação médica expressa, com vigilância adequada e por curtos períodos.
Aleitamento
O tramadol é excretado no leite materno. Por este motivo, não deve tomar
Tramadol Generis mais do que uma vez durante a amamentação ou, em
alternativa, se tomar Tramadol Generis mais do que uma vez, deve deixar de
amamentar
Condução de veículos e utilização de máquinas
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O tramadol pode influenciar a capacidade de condução de veículos e de
utilização de máquinas. O tramadol pode causar sonolência. Este efeito pode
ser potenciado pela toma de álcool, anti-histamínicos, e outros depressores do
sistema nervoso central.
Os doentes devem ser avisados para não conduzir ou manusear máquinas
perigosas no caso de sofrerem destes sintomas.
3. Como tomar Tramadol Generis
Tome este medicamento exatamente
como indicado pelo seu médico ou
farmacêutico. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.
A posologia deve ser adaptada à intensidade da sua dor e à sua sensibilidade
individual à dor. Geralmente é utilizada a dose analgésica eficaz mais baixa.
Na maioria dos casos, 400 mg/dia são suficientes.
De uma maneira geral, deve escolher-se a dose analgésica mais pequena. Não
se devem exceder doses diárias de 400 mg em princípio ativo, exceto em
circunstâncias clínicas especiais. No entanto, doses de 800 mg/dia no pós-
operatório, ou mesmo superiores em casos de dor oncológica, são bem
tolerados.
A administração parentérica de tramadol deve ser feita por via subcutânea,
intramuscular ou por via endovenosa, podendo ser diluído em solução para
perfusão.
Adultos
A dose inicial é normalmente 50 – 100 mg, duas vezes ao dia, de manhã e à
noite. Esta dose pode ser aumentada até 150-200 mg duas vezes de acordo
com a gravidade da dor.
Se for necessário tratamento prolongado da
dor com tramadol, devido à
natureza e gravidade da doença, deve ser feita uma reavaliação periódica do
quadro clínico (se necessário com pausas no tratamento) de modo a decidir-se
pela necessidade ou não de continuar a terapêutica com tramadol.
Doentes idosos
Em doentes idosos (com mais de 75 anos), a eliminação do tramadol do
organismo pode decorrer de forma mais lenta. Se for este o seu caso, o seu
médico pode indicar-lhe um aumento do intervalo entre as doses.
Doentes com doença do fígado ou dos rins grave (insuficiência) /doentes em
diálise
Não deve tomar Tramadol Generis se tiver uma insuficiência grave dos rins ou
do fígado. Se a sua insuficiência for ligeira ou moderada, o seu médico pode
indicar-lhe um aumento do intervalo entre as doses.
Crianças
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Em crianças, durante o período pós-operatório, a dose recomendada é de 1-2
mg/kg/ I.V.
Crianças com mais de 12 anos: seguir a dose de adultos
Crianças com menos de 12 anos: seguir as indicações clínicas.
Se parar de tomar tramadol:
Não deve deixar de tomar este medicamento repentinamente, a menos que o
seu médico o tenha indicado. Se quiser parar de tomar o medicamento, fale
primeiro com o seu médico, em especial se o estiver a tomar há muito tempo.
O seu médico irá aconselhar-lhe quando e como parar, o que pode ser através
diminuição
gradual
dose
para
reduzir
probabilidade
desenvolver efeitos secundários desnecessários (sintomas de abstinência).
Se tomar mais Tramadol Generis do que deveria
Uma intoxicação pelo tramadol poderá provocar os mesmos sintomas que se
observam com outros analgésicos de ação central (opiáceos). Há que contar,
nomeadamente, com miose vómitos, colapso cardiovascular, convulsões e
depressão
respiratória
hipotensão
insuficiência
circulatória
alterações da consciência (culminando em coma), que pode ir até à paragem
respiratória.
Não se dispõe de experiência referente a doses tóxicas de tramadol no
homem.
Os dados disponíveis referem-se unicamente à administração acidental de uma
dose total de 600 mg (300 mg por via subcutânea, e 300 mg p.o.), que
correspondem ao sêxtuplo da dose unitária recomendada. Neste caso surgiu
agitação, ansiedade, tremores e exagero dos reflexos. Os sintomas regrediram
após
tratamento
pentobarbital;
pressão
arterial
pulso
permaneceram sem alterações.
No rato, a sobredosagem determina o aparecimento de convulsões, que são
suprimidas com benzodiazepinas.
Sendo o tramadol um agonista dos opiáceos, os efeitos do tipo opiáceo podem
ser eliminados pelos antagonistas da morfina, como a naloxona.
Tratamento
Devem aplicar-se as medidas gerais tendentes a manter desobstruídas as vias
respiratórias
(aspiração),
assegurar
manutenção
respiração
circulação de acorda com a sintomatologia presente.
Esvaziamento gástrico provocando o vómito (doente consciente) ou lavagem
gástrica.
Utiliza-se
como
antídoto
naloxona
caso
depressão
respiratória. No âmbito de ensaios com animais, a administração de naloxona
não
exerceu
qualquer
efeito
sobre
convulsões.
Para
estes
casos,
recomenda-se a administração I.V. de diazepam.
Através de hemodiálise ou de hemofiltração só se consegue eliminar do soro
sanguíneo
exíguas
quantidades
tramadol.
isso,
tratamento
intoxicação aguda por tramadol exclusivamente por meio de hemodiálise ou de
hemofiltração não é apropriado para a desintoxicação do organismo.
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Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o
seu médico ou farmacêutico.
4. Efeitos secundários possíveis
Como
todos
medicamentos,
este
medicamento
pode
causar
efeitos
secundários, embora estes não se manifestem em todas as pessoas.
Com a administração de tramadol podem surgir:
Efeitos secundários muito frequentes (podem ocorrer em mais do que 1 em
cada 10 pessoas):
- náuseas
- tonturas
Efeitos secundários frequentes (podem ocorrer até 1 em cada 10 pessoas):
- vómitos
- obstipação
- sudação
- secura da boca
- cefaleias
- sonolência.
Efeitos secundários raros (podem ocorrer até 1 em cada 1 000 pessoas):
- sintomas de abstinência nas doses terapêuticas
- efeitos sobre a regulação cardiovascular (palpitações, taquicardia, hipotensão
(postura, colapso cardiovascular)
Estes
efeitos
secundários
podem
ocorrer
especial
aquando
administração intravenosa e em doentes sujeitos a stress físico.
- ânsia de vomitar
- irritações gastrointestinais (sensação de pressão no estômago, enfartamento)
- reações cutâneas (prurido, exantema, urticária).
Efeitos
secundários
muito
raros
(podem
ocorrer
até
cada
pessoas):
- fraqueza motora
- alterações do apetite
- perturbações da micção
efeitos
psíquicos:
alterações
humor
(geralmente
estado
eufórico
ocasionalmente disforia), alteração da atividade (normalmente diminuição, por
vezes intensificação) e alterações da capacidade cognitiva e sensorial (por
exemplo,
indefinição
decisional,
distúrbios
perceção).
intensidade
natureza variam de indivíduo para indivíduo consoante a personalidade e
duração da medicação.
- reações alérgicas (por exemplo, dispneia, broncospasmo, respiração sibilante,
edema angioneurótico)
- choque anafilático
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- convulsões epileptiformes (estas convulsões surgiram sobretudo após a
administração
altas
doses
tramado)
após
administração
concomitante
fármacos capazes
diminuir
limiar
para
convulsões
epileptiformes
que,
só,
induzem
convulsões
(por
exemplo,
antidepressivos ou antipsicóticos).
- aumento da pressão arterial e/ou bradicardia
- agravamento da asma.
Efeitos secundários de frequência desconhecida (a frequência não pode ser
calculada a partir dos dados disponíveis):
- tonturas e sedação
- ação depressora da função respiratória
- após a administração de doses que se situem consideravelmente acima dos
níveis posológicos recomendados, e quando da administração simultânea de
outras substâncias com ação depressora central, poderá verificar-se diminuição
da função respiratória.
- dependência. Os sintomas próprios das reações de privação, semelhantes
aos que ocorrem durante uma terapêutica de privação de opiáceos, podem
manifestar-se do seguinte modo: agitação, ansiedade, nervosismo, insónias,
hipercinesia, tremor e sintomas gastrointestinais.
- aumentos dos valores das enzimas hepáticas numa relação temporal com
utilização de tramadol seguindo as instruções terapêuticas.
- níveis baixos de açúcar no sangue (hipoglicemia).
Comunicação de efeitos secundários
Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários
não indicados neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico. Também
poderá comunicar efeitos secundários diretamente através de:
INFARMED, I.P.
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita
Sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
Ao comunicar efeitos secundários, estará a ajudar a fornecer mais informações
sobre a segurança deste medicamento.
5. Como conservar Tramadol Generis
Manter este medicamento fora da vista e do alcance das crianças.
Não
utilize
este
medicamento
após
prazo
validade
impresso
embalagem exterior, após "VAL.:". O prazo de validade corresponde ao último
dia do mês indicado.
Conservar a temperatura inferior a 25ºC.
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Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico.
Pergunte ao seu farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não
utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
Qual a composição de Tramadol Generis
A substância ativa é o cloridrato de tramadol.
outros componentes são:
acetato
de sódio
tri-hidratado
água
para
preparações injectáveis.
Qual o aspeto de Tramadol Generis e conteúdo da embalagem
Tramadol Generis apresenta-se na forma de solução injectável em ampolas de
2 ml em embalagens de 5 e 10 ampolas.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
Titular da Autorização de Introdução no Mercado
Generis Farmacêutica, S.A.
Rua João de Deus, 19
2700-487 Amadora
Fabricante
Laboratorio Reig Jofre, S.A
Gran Capità, 10
08970 Sant Joan Despí
Barcelona
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
Tramadol Generis, 100 mg/2 ml, solução injectável
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Por cada ampola de 2 ml:
Tramadol, cloridrato ...............100,0mg
Excipientes q.b.p. ............................1 ampola
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Solução injectável.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
O tramadol está indicado na prevenção e no tratamento da dor moderada ou grave,
de caráter agudo, subagudo ou crónico:
dor do pós-operatório
dor do trabalho de parto
dor do enfarte agudo do miocárdio
dor traumática
dor oncológica.
4.2 Posologia e modo de administração
A posologia deve ser adaptada à intensidade da dor e à sensibilidade do doente
Deve geralmente ser escolhida a dose analgésica mais baixa. Não se devem
exceder doses diárias de 400 mg em princípio ativo, exceto em circunstâncias
clínicas especiais. Na maioria dos casos 400 mg/dia são suficientes.
No entanto doses de 800 mg/dia no pós-operatório, ou mesmo superiores em casos
de dor oncológica, são bem tolerados.
administração
parentérica
tramadol
deve
feita
subcutânea,
intramuscular ou por via endovenosa, podendo ser diluído em solução para perfusão.
Adultos
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A dose inicial é normalmente 50-100 mg, duas vezes ao dia, de manhã e à noite.
Esta dose pode ser aumentada até 150-200 mg duas vezes de acordo com a
gravidade da dor. Se for necessário tratamento prolongado da dor com tramadol,
devido à natureza e gravidade da doença, deve ser feita uma reavaliação periódica
do quadro clínico (se necessário com pausas no tratamento) de modo a decidir-se
pela necessidade ou não de continuar a terapêutica com tramadol.
Doentes idosos
Em doentes idosos até 75 anos, sem insuficiência hepática ou renal clinicamente
estabelecida,
não
habitualmente
necessário
qualquer
ajuste
posológico.
doentes com mais de 75 anos o tempo de eliminação pode estar aumentado. Deste
modo, se necessário, os intervalos entre as doses devem ser prolongados em função
das necessidades do doente.
Doentes com insuficiência renal/diálise e disfunção hepática
doentes
insuficiência
renal
e/ou
hepática,
eliminação
tramadol
encontra-se prolongada. Nestes doentes, o prolongamento do intervalo entre as
doses deverá ser criteriosamente considerado em função das necessidades do
doente.
Crianças
Em crianças, durante o período pós-operatório, a dose recomendada é de 1-2 mg/kg/
I.V.
Crianças com mais de 12 anos: seguir a dose de adultos
Crianças com menos de 12 anos: seguir as indicações clínicas
4.3 Contraindicações
Está contraindicado em caso de hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer
um dos excipientes mencionados na secção 6.1.
tramadol
está
contraindicado
intoxicações
agudas
pelo
álcool,
hipnóticos, analgésicos e outros fármacos ativos sobre o S.N.C. (estupefacientes
e/ou psicotrópicos) e ainda em doentes que estejam a ser tratados com inibidores da
MAO ou que tomaram estes fármacos durante os últimos 14 dias.
Em doentes com antecedentes de epilepsia devem ser cuidadosamente vigiados
durante o tratamento com tramadol. Tem-se referido a ocorrência de convulsões em
doentes tratados com os níveis posológicos recomendados de tramadol. Este risco
pode
aumentar
doses
tramadol
excederem
limite
superior
diário
recomendado
(400
mg).
Além
disso,
tramadol
pode
aumentar
risco
convulsões em doentes medicados com outros fármacos suscetíveis de diminuírem o
limiar para convulsões cerebrais.
Tramadol Generis não deve ser utilizado no tratamento da síndrome de abstinência
dos opiáceos/estupefacientes. Tramadol não é apropriado como terapêutica de
substituição em doentes dependentes de opióides. Embora seja um agonista dos
opióides, o tramadol não suprime os sintomas de privação da morfina.
Deve ser utilizado com especial cuidado em doentes com dependência de opiáceos,
em doentes com lesões cranianas, em estado de choque, com grau reduzido da
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consciência de causa desconhecida, com perturbações do centro respiratório e da
função respiratória, e de pressão intracraniana aumentada.
Podem desenvolver-se tolerância, dependência psicológica e dependência física,
especialmente após utilização prolongada. Por isso, em doentes com tendência para
o abuso ou para a dependência de medicamentos, o tratamento com tramadol só
deve ser realizado a curto prazo e sob estrita vigilância médica.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Não foi descrito nenhum caso de depressão do centro respiratório após a utilização
de tramadol por via oral ou retal. No entanto, este perigo não pode ser excluído se
for largamente ultrapassada a posologia recomendada ou que sejam administrados
simultaneamente outros fármacos depressores do centro respiratório.
Quando se ultrapassa largamente a posologia recomendada por via parentérica
(como por exemplo no decurso da anestesia) é preciso ter em atenção o perigo de
depressão respiratória.
O tramadol deve ser utilizado com precaução nos doentes com hipersensibilidade
aos opiáceos, e com antecedentes de epilepsia.
caso
insuficiência
renal
hepática,
não
necessário
proceder
modificações da dose proposta em situações de administração única. No entanto,
em casos de utilização crónica, a duração de ação é prolongada pela acumulação do
produto ativo, pelo que são necessários ajustamentos, de acordo com o grau de
insuficiência renal ou hepática.
Metabolismo via CYP2D6
O tramadol é metabolizado pela enzima hepática CYP2D6. Se o doente tiver uma
deficiência ou uma total ausência desta enzima, poderá não ser obtido um efeito
analgésico adequado. As estimativas indicam que até 7% da população caucasiana
pode ter esta deficiência. Contudo, se o doente for um metabolizador ultrarrápido,
existe o risco de desenvolver efeitos secundários de toxicidade opioide, mesmo nas
doses habitualmente prescritas.
Os sintomas gerais de toxicidade opioide incluem confusão, sonolência, respiração
superficial, contração das pupilas, náuseas, vómitos, obstipação e falta de apetite.
Em casos graves, tal pode incluir sintomas de depressão circulatória e respiratória,
podem constituir perigo de vida e, em casos muito raros, ser fatais. As
estimativas
prevalência
metabolizadores
ultrarrápidos
diferentes
populações são resumidas a seguir:
População
Africana/Etíope
Afro-americana
Asiática
Caucasiana
Grega
Húngara
Norte da Europa
Prevalência (%)
3,4% a 6,5%
1,2% a 2%
3,6% a 6,5%
6,0%
1,9%
1% a 2%
Utilização pós-operatória em crianças
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Na literatura publicada há relatos de casos em que o tramadol administrado a
crianças, no pós-operatório de uma amigdalectomia e/ou adenoidectomia para a
apneia obstrutiva do sono, levou a efeitos adversos raros, mas potencialmente fatais.
Devem ser tomadas precauções extremas quando o tramadol é administrado a
crianças para o alívio da dor pós-operatória, sendo necessária uma monitorização
cuidadosa para a deteção de sintomas de toxicidade opioide, incluindo depressão
respiratória.
Crianças com função respiratória comprometida
A utilização do tramadol não é recomendada em crianças cuja função respiratória
possa
estar
comprometida,
incluindo
distúrbios
neuromusculares,
condições
cardíacas
respiratórias
graves,
infeções
trato
respiratório
superior
pulmonares, politraumatismo ou procedimentos cirúrgicos extensos. Estes fatores
podem agravar os sintomas de toxicidade opioide.
A associação de agonistas/antagonistas mistos (p. exemplo, buprenorfina, nalbufina,
pentazocina) ao tramadol não é aconselhável porque o efeito analgésico de um
agonista puro pode ficar teoricamente reduzida em tais circunstâncias.
A administração de tramadol pode provocar convulsões, e aumentar o potencial dos
inibidores seletivos da recaptação de serotonina, dos antidepressivos tricíclicos,
antipsicóticos
outros
fármacos
suscetíveis
diminuírem
limiar
para
convulsões cerebrais.
Os resultados obtidos em estudos com animais tratados com tramadol, vieram a
revelar após a administração de doses muito elevadas, a ocorrência de efeitos sobre
o desenvolvimento dos órgãos, a ossificação e a mortalidade das crias recém-
nascidas. Não se observaram porém, quaisquer efeitos teratogénicos. O tramadol
atravessa a barreira placentária. Não existem provas concludentes de segurança do
tramadol
gravidez
seres
humanos.
isso,
tramadol
não
deve
administrado a mulheres grávidas.
O tramadol administrado antes ou, no decurso do parto não afeta a contractilidade
uterina. No recém-nascido podem verificar-se alterações da frequência respiratória
que, geralmente carecem de significado clínico. Durante o período de lactação, cerca
de 0,1% da dose materna é excretada no leite. Não se recomenda a administração
de tramadol no período de amamentação. Após a administração de uma dose única
de tramadol não é geralmente necessário interromper a amamentação.
tramadol
deve
utilizado
prudência
doentes
apresentaram
hipersensibilidade prévia aos opiáceos, doentes com insuficiência renal ou hepática
graves, traumatismo craniano, diminuição do nível de consciência, aumento da
pressão intracraniana, doentes em choque ou em risco de convulsões.
Podem desenvolver-se tolerância, dependência psicológica e dependência física,
especialmente após utilização prolongada. Em doentes com tendência para abuso
medicamentoso ou dependência, o tratamento com tramadol deve ser feito por
períodos curtos e sob supervisão médica. Em casos raros, o tramadol pode causar
sintomas de abstinência nas doses terapêuticas.
Tem-se referido a ocorrência frequente (mais de 10%) de náuseas e tonturas.
APROVADO EM
27-07-2018
INFARMED
Podem verificar-se, ocasionalmente (1 -10%), vómitos, obstipação, sudação, secura
da boca, cefaleias e sonolência.
Em casos raros (< 1 %) podem verificar-se efeitos sobre a regulação cardiovascular
(palpitações, taquicardia, hipotensão postura, colapso cardiovascular). Estes efeitos
secundários podem ocorrer em especial quando da administração intravenosa e em
doentes sujeitos a stress físico. Além disso, podem surgir ânsia de vomitar, irritações
gastrointestinais
(sensação
pressão
estômago,
enfartamento)
reações
cutâneas (prurido, exantema, urticária).
Observa-se em casos muito raros (< 0,1 %) a ocorrência de fraqueza motora,
alterações do apetite e perturbações da micção. Após a administração de tramadol
podem
acorrer,
muito
raramente,
diversos
efeitos
secundários
psíquicos,
cuja
intensidade
natureza
variam
indivíduo
para
indivíduo
(consoante
personalidade
duração
medicação).
Estes
efeitos
secundários
psíquicos
incluem alterações do humor (geralmente estado eufórico ocasionalmente disforia),
alteração
atividade
(normalmente
diminuição,
vezes
intensificação),
alterações da capacidade cognitiva e sensorial (por exemplo, indefinição decisional,
distúrbios da perceção).
Em casos muito raros foi também referida a ocorrência de reações alérgicas (por
exemplo, dispneia, broncospasmo, respiração sibilante, edema angioneurótico) e
choque anafilático.
Têm-se referido casos muito raros de convulsões epileptiformes. No entanto, estas
convulsões surgiram sobretudo após a administração de altas doses de tramadol ou
após a administração concomitante de fármacos capazes de diminuir o limiar para
convulsões epileptiformes ou que, por si só, induzem convulsões (por exemplo,
antidepressivos ou antipsicóticos).
Referiram-se muito raramente, aumento da pressão arterial e/ou
bradicardia.
também
mencionado
agravamento
asma,
embora
não
tenha
sido
estabelecida qualquer relação causal.
Tem-se referido uma ação depressora da função respiratória. Após a administração
doses
situem
consideravelmente
acima
níveis
posológicos
recomendados, e quando da administração simultânea de outras substâncias com
ação depressora central, poderá verificar-se diminuição da função respiratória.
Pode verificar-se dependência. Os sintomas próprios das reações de privação,
semelhantes aos que ocorrem durante uma terapêutica de privação de opiáceos,
podem manifestar-se do seguinte modo: agitação, ansiedade, nervosismo, insónias,
hipercinésia, tremor e sintomas gastrointestinais.
Nalguns
casos
isolados
foram
notificados
aumentos
valores
enzimas
hepáticas numa relação temporal com utilização de tramadol seguindo as instruções
terapêuticas.
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
A utilização simultânea de tramadol e de substâncias dotadas de ação depressora do
sistema nervoso central, inclusive o álcool, poderá potenciar os respetivos efeitos
sobre o sistema nervoso central.
resultados
obtidos
estudos
farmacocinéticas
vieram
mostrar
administração simultânea ou anterior de cimetidina (inibidor enzimático) não provoca
interações clinicamente
relevantes.
administração conjunta com
cimetidina
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INFARMED
determina níveis iniciais mais baixos do tramadol e dos seus metabolitos, e mais
elevados e mantidos às 12 horas. Estas alterações nas concentrações séricas não
parecem ter importância clínica.
administração
conjunta
carbamazepina
determina
redução
concentração sérica de tramadol e dos seus metabolitos o que implica redução da
eficácia analgésica e da duração de ação.
administração
concomitante
ritonavir
pode
aumentar
concentrações
séricas de tramadol conduzindo a uma intoxicação por tramadol.
casos
raros,
registou-se
toxicidade
digoxina
durante
administração
concomitante desta com tramadol.
A administração de tramadol pode provocar convulsões e aumentar o potencial
convulsivante dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), dos
inibidores seletivos da recaptação da serotonina e da noradrenalina (ISRSN), dos
antidepressivos tricíclicos, dos antipsicóticos e de outros fármacos suscetíveis de
diminuir o limiar convulsivante (como a bupropiona,
a mirtazapina
ou o tetra-
hidrocanabinol).
O uso concomitante de tramadol e fármacos serotoninérgicos, como inibidores
seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs), inibidores seletivos da recaptação da
serotonina
noradrenalina
(ISRSN),
inibidores
(ver
secção
4.3),
antidepressivos
tricíclicos
mirtazapina,
pode
desencadear
síndrome
serotoninérgica.
provável
estar-se
presença
síndrome
serotoninérgica
quando se observa uma das manifestações seguintes:
- clónus espontâneo
- clónus ocular ou induzido com agitação ou diaforese
- tremor e hiperreflexia
- hipertonia e temperatura corporal > 38ºC com clónus ocular ou induzido
A suspensão dos medicamentos serotoninérgicos geralmente conduz a uma rápida
melhoria. O tratamento depende da natureza e gravidade dos sintomas.
Outros
fármacos
dotados
conhecida
ação
inibitória
sobre
CYP3A4,
como
cetoconazol
eritromicina,
(podem
inibir
metabolismo
tramadol
desmetilação) e, provavelmente, também a biotransformação, C2 do metabolito ativo
O-desmetilado. O significado clínico de uma interação deste género não foi ainda
investigado.
4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento
Não deve ser administrado durante a gravidez uma vez que não existe uma
avaliação adequada de estudos de segurança do tramadol na grávida.
Apesar dos estudos em animais não terem evidenciado a possibilidade de efeitos
mutagénicos, não estão disponíveis estudos no homem, pelo que não se recomenda
a administração de tramadol nos primeiros 3 meses de gravidez.
Após este período a utilização deste fármaco deve ser condicionada à indicação
médica expressa, com vigilância adequada e por curtos períodos.
Amamentação
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INFARMED
Aproximadamente 0,1% da dose materna de tramadol é excretada no leite materno.
No período pós-parto imediato, uma dose diária oral materna de até 400 mg
corresponde a uma quantidade média de tramadol, ingerida pelos lactentes, de 3%
da dose materna ajustada ao peso. Por este motivo, o tramadol não deve ser
utilizado
durante
aleitamento
alternativa,
amamentação
deve
descontinuada
durante
tratamento
tramadol.
descontinuação
amamentação não é geralmente necessária na sequência de uma dose única de
tramadol.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de condução e utilização de máquinas
O tramadol pode influenciar a capacidade de condução de veículos e de utilização de
máquinas. O tramadol pode causar sonolência. Este efeito pode ser potenciado pela
toma de álcool, anti-histamínicos, e outros depressores do sistema nervoso central.
Os doentes devem ser avisados para não conduzir ou manusear
máquinas
perigosas no caso de sofrerem destes sintomas.
4.8 Efeitos indesejáveis
Com a administração de tramadol podem surgir:
- náuseas e vómitos (maior incidência se a administração endovenosa for mais
rápida)
- obstipação, sudação e secura da boca
- palpitações e hipotensão
- tonturas, sonolência e sedação
- alterações do comportamento (raramente ocorrem, contudo a sua frequência é
maior quando a dor é pouco intensa)
- foi observada com frequência desconhecida hipoglicemia
- em casos isolados foram observadas convulsões relacionadas com a administração
de tramadol.
Notificação de suspeitas de reações adversas
A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento
é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-
risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer
suspeitas de reações adversas através de:
INFARMED, I.P.
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)
Sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
4.9 Sobredosagem
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INFARMED
Em princípio, uma intoxicação pelo tramadol poderá provocar os mesmos sintomas
que se observam com outros analgésicos de ação central (opiáceos). Há que contar,
nomeadamente,
miose,
vómitos,
colapso
cardiovascular,
convulsões
depressão respiratória e hipotensão com insuficiência circulatória com alterações da
consciência (culminando em coma), que pode ir até à paragem respiratória.
Não se dispõe de experiência referente a doses tóxicas de tramadol no homem.
Os dados disponíveis referem-se unicamente à administração acidental de uma dose
total de 600 mg (300 mg por via subcutânea, e 300 mg p.o.), que correspondem ao
sêxtuplo da dose unitária recomendada. Neste caso surgiu agitação, ansiedade,
tremores e exagero dos reflexos. Os sintomas regrediram após tratamento com o
pentobarbital; a pressão arterial e o pulso permaneceram sem alterações.
rato
sobredosagem
determina
aparecimento
convulsões,
são
suprimidas com benzodiazepinas.
Sendo o tramadol um agonista dos opiáceos, os efeitos do tipo opiáceo podem ser
eliminados pelos antagonistas da morfina, como a naloxona.
Tratamento
Devem aplicar-se as medidas gerais tendentes a manter desobstruídas as vias
respiratórias (aspiração), e a assegurar a manutenção da respiração e circulação de
acorda com a sintomatologia presente.
Esvaziamento
gástrico
provocando
vómito
(doente
consciente)
lavagem
gástrica. Utiliza-se como antídoto a naloxona em caso de depressão respiratória. No
âmbito de ensaios com animais, a administração de naloxona não exerceu qualquer
efeito sobre as convulsões. Para estes casos recomenda-se a administração I.V. de
diazepam.
Através de hemodiálise ou de hemofiltração só se consegue eliminar do soro
sanguíneo exíguas quantidades de tramadol. Por isso, o tratamento da intoxicação
aguda por tramadol exclusivamente por meio de hemodiálise ou de hemofiltração
não é apropriado para a desintoxicação do organismo.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 2.12 Analgésicos e estupefacientes
Código ATC: N02AX02 TRAMADOL
O tramadol é um analgésico de ação central com propriedades opióides agonistas. O
tramadol consiste em dois enantiómeros, o isómero (+), é o mais ativo, apresentando
atividade
preferencial
m-receptores.
isómero
(-),
potencia
efeito
analgésico do isómero (+) e é ativo como inibidor do afluxo de noradrenalina e
serotonina, modificando a transmissão dos impulsos da dor. A duração da analgesia
com tramadol é de 3 a 6 horas com um alívio máximo da dor às 1-4 horas após
administração.
O tramadol apresenta também uma ação antitússica. Nas doses recomendadas, os
efeitos
tramadol
administrado
oral
sistemas
respiratório
cardiovascular parecem ser clinicamente insignificantes.
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INFARMED
A potência do tramadol é referida como sendo 1/10 a 1/6 da morfina.
O tramadol liga-se estereoespecificamente e com baixa afinidade aos recetores
opióides
, d e k, sendo que a maior afinidade é representada pelo recetor
. A
inibição da recaptação da noradrenalina e a estimulação da libertação da serotonina
fazem parte dos mecanismos envolvidos na atividade antinociceptiva do cloridrato de
tramadol. Contrariamente ao que se verifica com a morfina, a administração de
doses analgésicas de tramadol dentro de intervalos terapêuticos não desenvolve
qualquer ação depressora da função respiratória
Dependendo da espécie, a DL 50 após administração endovenosa é de 17 a 42
vezes superior à dose média terapêutica humana, (1 -2 mg/kg), indicando urna
ampla margem de segurança. Os sintomas de intoxicação variam com a espécie
estudada,
sendo
dose
dependente,
verificando-se
aparecimento
ataxia,
irritabilidade, redução da atividade espontânea, salivação, vómitos (cão), midríase,
exoftalmia, tremores, convulsões, cianose discreta e dispneia.
No homem, a administração reiterada, a longo prazo, por via oral, retal e parentérica
de doses próximas ou superiores à dose terapêutica diária, não deu mostras de
provocar qualquer efeito tóxico.
Estudos de toxicidade crónica no rato, no coelho e no cão não evidenciaram
qualquer tipo de ação estimuladora ou indutora de neoplasia. As estruturas químicas
do cloridrato de tramadol e dos seus metabolitos identificáveis não mostram qualquer
semelhança estrutural com nenhum conhecido composto carcinogénico.
Os estudos de toxicologia de reprodução não mostraram qualquer efeito teratogénico
ou embriotóxico. A fertilidade masculina e feminina e o desenvolvimento peri e pós-
natal da primeira geração não foram afetados.
Nos testes de mutagenicidade o tramadol não induziu qualquer tipo de mutações,
exceção feita à resposta positiva no ensaio do linfoma do rato Lokus TK com base
nos resultados das investigações particularmente detalhadas 'in vivo' (teste do
micronúcleo em 3 espécies, teste do cromossoma aberrante no hamster e teste de
letalidade dominante com administrações únicas ou reiteradas), e os resultados
negativos no teste de Ames com várias estirpes de salmonela permitem excluir, com
toda a probabilidade, a potencial mutagénico.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
biodisponibilidade
média
absoluta
aproximadamente
70%,
independentemente da administração concomitante de alimentos.
A diferença entre o tramadol absorvido e o tramadol não metabolizado disponível é
provavelmente devida a um baixo efeito de primeira passagem. O efeito de primeira
passagem após administração oral é no máximo 30%.
Após a administração oral, o pico sérico é atingido aos 45 minutos. A
absorção
não é influenciada pela ingestão dos alimentos.
O tramadol possui uma elevada afinidade tecidual (Vd,
= 203+40l). A taxa de
ligação às proteínas do plasma é de cerca de 20%.
Após administração duma dose única tramadol cápsulas de libertação imediata,
administradas numa dose total de 200mg de cloridrato de tramadol atinge um pico de
concentração Cmax 640 + 143 ng/ml ao fim de 2,0 horas.
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O tramadol atravessa as barreiras hemato-encefálica e placentária. Quantidades
muito pequenas da substância e do seu derivado O-desmetilado são encontradas no
leite materno (0, 1 % e 0,02% da dose administrada, respetivamente).
A semivida de eliminação t1/2b é de aproximadamente 6 horas, independentemente
do modo de administração. Em doentes com idade superior a 75 anos, pode ser
prolongada por um fator de 1,4.
humanos,
tramadol
metabolizado
principalmente
através
desmetilação e conjugação dos produtos obtidos por O-desmetilação com ácido
glucurónico. Apenas o O-desmetil-tramadol é farmacologicamente ativo. Existem
diferenças quantitativas interindividuais consideráveis entre os outros metabolitos.
Até ao momento foram encontrados onze metabolitos na urina. As experiências
animais mostraram que o O-desmetil-tramadol é 2 a 4 vezes mais potente que a
substância inicial. A sua semivida t1/2 b (6 voluntários sãos) é de 7,9 horas (intervalo
5,4 - 9,6 h) e é aproximadamente a do tramadol.
O tramadol e os seus metabolitos são quase completamente excretados pela via
renal. A excreção renal cumulativa é de 90% da radioatividade total da dose
administrada. Nos casos de insuficiência hepática e renal, a semivida pode ser
ligeiramente prolongada. Nos doentes com cirrose, foram observadas semividas de
eliminação de 13,3 + 4,9 h (tramadol) e 18,5 ± 9,4 h (O-desmetil-tramadol) e num
caso extremo 22,3 h e 36 h respetivamente. Em doentes com insuficiência renal
(clearance da creatinina < 5 ml/min) os valores foram 11 ± 3,2 h e 16,9 + 3h e num
caso extremo 19,5 h e 43,2 h, respetivamente.
tramadol
perfil
farmacocinético
linear
dentro
limite
doses
terapêuticas.
A relação entre as concentrações séricas e o efeito analgésico é dependente da
dose, mas varia consideravelmente em casos isolados. Uma concentração sérica de
100-300 ng/ml é normalmente eficaz.
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Estudos do tramadol em ratos e coelhos não revelaram efeitos teratogénicos.
Contudo, foi observada embriotoxicidade sob a forma de atraso na ossificação. A
fertilidade, performance reprodutiva e desenvolvimento das crias não foram afetados.
Os dados pré-clínicos não revelaram qualquer risco especial para os humanos com
base nos estudos convencionais de segurança farmacológica, toxicidade com dose
repetida, potencial genotóxico ou carcinogénico.
Após administrações repetidas de tramadol por via oral e parentérica, durante 6 a 26
semanas, a ratos e cães, e durante 12 meses, a cães, por via oral, as análises
hematológicas, clínica-químicas e os exames histológicos não mostraram alterações
atribuíveis à substância administrada. Sintomas nervosos centrais só ocorreram após
a administração de doses elevadas que se situavam consideravelmente acima dos
níveis
posológicos
terapêuticos:
agitação motora,
salivação, convulsões,
menor
aumento ponderal.
Os ratos e cães toleraram sem qualquer reação adversa a administração oral de
doses de respetivamente 20 mg/Kg e 10 mg/kg de peso corporal; os cães toleraram
sem sintomas adversos a administração retal de doses de 20 mg/kg de peso
corporal.
A partir de 50 mg/Kg/dia, a administração de tramadol veio a causar nos ratos efeitos
tóxicas nas mães e deu origem a um aumento da taxa de mortalidade neonatal. Nas
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crias observaram-se atrasos do desenvolvimento na forma de perturbações da
ossificação e atraso na abertura da vagina e dos olhos.
A fertilidade dos machos não foi afetada. Após a administração de doses mais
elevadas (a partir de 50 mg/kg/dia), as fêmeas apresentavam uma menor taxa de
gravidez. Nos coelhos observaram-se a partir de doses de 125 mg/kg efeitos tóxicos
nas mães, bem como anomalias esqueléticas na descendência.
Nalguns sistemas experimentais in vitro houve evidência de efeitos mutagénicos.
Experiências in vivo não apontaram para quaisquer efeitos mutagénicos. Com base
nos conhecimentos até agora reunidos, o tramadol pode ser considerado como
substância desprovida de efeitos mutagénicos.
Realizaram-se em ratos e ratinhos estudos para avaliar o potencial carcinogéneo do
cloridrato de tramadol. O estudo realizado em ratos não forneceu evidência de um
aumento, devido à substância ativa, da incidência de tumores. No âmbito do estudo
em ratinhos observaram-se uma maior incidência de adenomas de hepatócitos nos
machos (aumento dose-dependente, não-significativo, a partir de 15 mg/Kg) e um
aumento do número de tumores pulmonares nas fêmeas de todos os grupos de
dosagem (aumento significativo, mas não dose-dependente).
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista de excipientes
Acetato de sódio tri-hidratado.
Água para preparações injectáveis.
6.2 Incompatibilidades
Não se conhecem, contudo deverá ver interações medicamentosas e outras.
6.3 Prazo de validade
5 anos
6.4 Precauções particulares de conservação
Conservar a temperatura inferior a 25ºC.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Ampolas de 2 ml vidro neutro tipo I Pharm Eur 3ª Ed.
Caixas com 5 e 10 ampolas.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Não existem requisitos especiais.
Qualquer medicamento não utilizado ou resíduos devem ser eliminados de acordo
com as exigências locais.
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7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Generis Farmacêutica, S.A.
Rua João de Deus, 19
2700-487 Amadora
8. NÚMERO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
3759198 – solução injectável a 100 mg/2 ml, 5 ampolas
3759297 – solução injectável a 100 mg/2 ml, 10 ampolas
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE
INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data da primeira autorização: 4 de outubro de 2001
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO