Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
06-10-2019
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INFARMED
FOLHETO INFORMATIVO: INFORMAÇÃO PARA O UTILIZADOR
Topiramato toLife 25 mg comprimidos revestidos por película
Topiramato toLife 50 mg comprimidos revestidos por película
Topiramato toLife 100 mg comprimidos revestidos por película
Topiramato toLife 200 mg comprimidos revestidos por película
Topiramato
Leia com atenção todo este folheto antes de começar a tomar este medicamento pois contém
informação importante para si.
- Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente.
- Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
- Este medicamento foi receitado apenas para si. Não deve dá-lo a outros. O medicamento pode
ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sinais de doença.
- Se tiver quaisquer efeitos indesejáveis, incluindo possíveis efeitos indesejáveis não indicados
neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico. Ver secção 4.
O que contém este folheto:
1. O que é Topiramato toLife e para que é utilizado
2. O que precisa de saber antes de tomar Topiramato toLife
3. Como tomar Topiramato toLife
4. Efeitos indesejáveis possíveis
5. Como conservar Topiramato toLife
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
1. O que é Topiramato toLife e para que é utilizado
Topiramato toLife pertence a um grupo de medicamentos denominado “medicamentos
antiepiléticos”. É utilizado em:
- monoterapia no tratamento de convulsões em adultos e crianças com idade superior a 6 anos;
- no tratamento de convulsões em adultos e crianças, de idade igual ou superior a 2 anos,
juntamente com outros medicamentos;
- para prevenir enxaquecas em adultos.
2. O que precisa de saber antes de tomar Topiramato toLife
Não tome Topiramato toLife
- se tem alergia (hipersensibilidade) ao topiramato ou a qualquer outro componente deste
medicamento (indicados na secção 6);
- na prevenção da enxaqueca, se está grávida ou se é uma mulher em idade fértil, a
menos que esteja a utilizar contraceção eficaz (para mais informações, ver secção “Gravidez,
amamentação e fertilidade”). Deve falar com o seu médico acerca de qual o melhor tipo de
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contraceção a utilizar enquanto estiver a tomar Topiramato toLife.
Se não tem certeza se as situações acima se aplicam a si, consulte o seu médico ou farmacêutico
antes de tomar Topiramato toLife.
Advertências e precauções
Fale com o seu médico ou farmacêutico antes de tomar Topiramato toLife se:
- tem problemas de rins, especialmente pedras nos rins ou se faz diálise;
- tem historial de alterações sanguíneas e de fluido corporal (acidose metabólica);
- tem problemas de fígado;
- tem problemas nos olhos, especialmente glaucoma;
- tem problemas de crescimento;
- está a efetuar uma dieta rica em gorduras (dieta cetogénica);
- está a tomar Topiramato toLife para tratar epilepsia e está grávida ou é uma mulher em idade
fértil (ver secção “Gravidez, amamentação e fertilidade” para mais informações).
Se não tem a certeza se algum dos pontos acima mencionados se aplica a si, consulte o seu
médico ou farmacêutico antes de tomar Topiramato toLife.
É importante que não pare de tomar o seu medicamento sem consultar primeiro o seu médico.
Deve de igual modo falar primeiro com o seu médico antes de tomar qualquer medicamento
contendo topiramato que lhe seja dado em alternativa ao Topiramato toLife.
Pode vir a perder peso ao tomar Topiramato toLife, por isso, o seu peso deve ser verificado
regularmente enquanto estiver a tomar este medicamento. Se ao tomar este medicamento estiver a
perder demasiado peso ou se a criança não estiver a ganhar peso suficiente, consulte o seu
médico.
Um pequeno número de pessoas que iniciaram tratamento com medicamentos antiepiléticos como
o Topiramato toLife, apresentaram pensamentos de autoagressão e suicídio. Se a qualquer
momento tiver estes pensamentos deve consultar imediatamente o seu médico.
Outros medicamentos e Topiramato toLife
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar, tiver tomado recentemente, ou se vier a
tomar outros medicamentos. Topiramato toLife e alguns medicamentos podem interagir entre si.
Por vezes, a dose de Topiramato toLife ou de outro medicamento que está a tomar, poderá ter de
ser ajustada.
Diga ao seu médico ou farmacêutico se está especialmente a tomar:
outros medicamentos que podem comprometer ou reduzir o seu pensamento, concentração ou
coordenação muscular (isto é, medicamentos depressores do sistema nervoso central, tais como
relaxantes musculares e sedativos);
pílulas contracetivas. Topiramato toLife pode diminuir a eficácia da sua pílula. Deve falar com
o seu médico acerca de qual o melhor tipo de contraceção a utilizar enquando estiver a tomar
Topiramato toLife.
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Consulte o seu médico caso tenha alterações na sua hemorragia menstrual enquanto estiver a
tomar a pílula contracetiva e Topiramato toLife.
Guarde consigo uma lista de todos os medicamentos que toma. Mostre essa lista ao seu médico
ou farmacêutico antes de tomar Topiramato toLife.
Outros medicamentos que deverá informar o seu médico ou farmacêutico incluem medicamentos
antiepiléticos, risperidona, lítio, hidroclorotiazida, metformina, pioglitazona, gliburida,
amitriptilina, propranolol, diltiazem, venlafaxina, flunarizina, hipericão (Hypericum perforatum)
(uma preparação à base de plantas usada para tratar a depressão).
Se não tem a certeza se algum dos pontos acima mencionados se aplica a si, consulte o seu
médico ou farmacêutico antes de tomar Topiramato toLife.
Topiramato toLife com alimentos e bebidas
Pode tomar Topiramato toLife com ou sem alimentos. Durante o tratamento com Topiramato
toLife beba uma grande quantidade de líquidos durante o dia para prevenir pedras nos rins
enquanto estiver a tomar Topiramato toLife. Deve evitar beber álcool enquanto estiver a tomar
Topiramato toLife.
Gravidez, amamentação e fertilidade
Prevenção da enxaqueca:
Topiramato toLife pode prejudicar um bebé por nascer. Não deve utilizar Topiramato toLife se
está grávida. Não deve usar Topiramato toLife para a prevenção da enxaqueca se é uma mulher
em idade fértil a menos que esteja a usar contraceção eficaz. Fale com o seu médico acerca de
qual o melhor tipo de contraceção e se Topiramato toLife é adequado para si. Deve ser realizado
um teste de gravidez antes de iniciar o tratamento com Topiramato toLife.
Tratamento da epilepsia:
Se é uma mulher em idade fértil deve falar com o seu médico acerca de outros tratamentos
possíveis em vez de Topiramato toLife. Se a decisão for a de utilizar Topiramato toLife, deve
utilizar contraceção eficaz. Fale com o seu médico acerca de qual o melhor tipo de contraceção a
utilizar enquando estiver a tomar Topiramato toLife. Deve ser realizado um teste de gravidez
antes de iniciar o tratamento com Topiramato toLife.
Fale com o seu médico se desejar engravidar.
O seu médico decidirá se pode tomar Topiramato toLife. Tal como outros medicamentos
antiepiléticos, existe um risco de causar dano ao feto se Topiramato toLife for tomado durante a
gravidez.
Certifique-se que está bem informada acerca dos riscos e benefícios de tomar Topiramato toLife
para a epilepsia durante a gravidez.
- Se tomar Topiramato toLife durante a gravidez, o seu bebé tem um maior risco de ter defeitos à
nascença particularmente lábio leporino (fenda no lábio superior) e fenda palatina (fenda no céu
da boca). Os recém-nascidos rapazes podem também ter uma malformação no pénis
(hipospadia). Estes defeitos podem desenvolver-se numa fase inicial da gravidez, até mesmo
antes de saber que está grávida.
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- Se tomar Topiramato toLife durante a gravidez, o seu bebé pode ser mais pequeno à nascença
do que o esperado. Fale com o seu médico se tem dúvidas acerca deste risco durante a gravidez.
- Podem existir outros medicamentos para tratar a sua condição que tenham um risco inferior de
defeitos à nascença.
- Informe imediatamente o seu médico se ficar grávida enquanto está a tomar Topiramato toLife.
Você e o seu médico devem decidir se vai continuar a tomar Topiramato toLife enquanto estiver
grávida.
Amamentação
A substância ativa de Topiramato toLife (topiramato) passa para o leite materno. Foram
observados efeitos em bebés amamentados por mães tratadas, incluindo diarreia, sonolência,
irritabilidade e um fraco aumento de peso. Assim, o seu médico vai discutir consigo sobre se não
vai amamentar ou se não vai continuar o tratamento com Topiramato toLife. O seu médico vai ter
em atenção a importância do medicamento para a mãe e o risco para o bebé.
As mães que amamentam enquanto estão a tomar Topiramato toLife devem dizer ao seu médico,
o mais rapidamente possível, se notarem algo fora do normal com a criança.
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar este medicamento.
Condução de veículos e utilização de máquinas
Durante o tratamento com Topiramato toLife podem ocorrer tonturas, cansaço e problemas na
visão. Não conduza ou utilize ferramentas ou máquinas sem consultar o seu médico primeiro.
3. Como tomar Topiramato toLife
Tome este medicamento exatamente como indicado pelo seu médico. Fale com o seu médico ou
farmacêutico se tiver dúvidas.
O seu médico irá normalmente iniciar o seu tratamento com uma dose mais baixa de
Topiramato toLife que depois é aumentada lentamente, até atingir a dose mais adequada para si.
Os comprimidos de Topiramato toLife devem ser engolidos inteiros. Evite mastigar os
comprimidos uma vez que podem ter um sabor amargo.
Topiramato toLife pode ser tomado antes, durante ou após a refeição. Enquanto estiver a tomar
Topiramato toLife beba muitos líquidos durante o dia para prevenir pedras nos rins.
Se tomar mais Topiramato toLife do que deveria
Consulte o seu médico imediatamente. Leve consigo a embalagem.
Pode sentir sonolência, cansaço ou ficar menos alerta; sentir falta de coordenação; ter
dificuldade em falar ou em concentrar-se; ter visão dupla ou turva; sentir-se tonto devido a uma
tensão arterial baixa; sentir-se depressivo ou agitado; ou ter dor abdominal ou convulsões
(ataques).
Pode ocorrer sobredosagem se estiver a tomar outros medicamentos em associação com
Topiramato toLife.
Caso se tenha esquecido de tomar Topiramato toLife
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Se verificou que se esqueceu de tomar uma dose, tome essa dose assim que se lembrar.
Contudo, se está quase na hora da próxima dose, essa dose deve ser omitida e o tratamento deverá
continuar como habitualmente. Se foram omitidas duas ou mais doses, contacte o seu médico.
Não tome uma dose a dobrar (duas doses ao mesmo tempo) para compensar uma dose que se
esqueceu de tomar.
Se parar de tomar Topiramato toLife
Não pare de tomar este medicamento a não ser que o seu médico o tenha indicado. Os seus
sintomas podem voltar. Se o seu médico decidir parar esta medicação, a dose deve diminuir
gradualmente durante alguns dias.
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico ou
farmacêutico.
4. Efeitos indesejáveis possíveis
Como todos os medicamentos, este medicamento pode causar efeitos indesejáveis, embora estes
não se manifestem em todas as pessoas.
Fale com o seu médico, ou procure assistência médica imediatamente se sentir os seguintes
efeitos indesejáveis:
Muito frequentes (podem afetar mais de 1 em cada 10 pessoas)
- Depressão (aparecimento ou agravamento)
Frequentes (podem afetar até 1 em cada 10 pessoas)
- Convulsões (ataques)
- Ansiedade, irritabilidade, alterações de humor, confusão, desorientação
- Problemas em concentrar-se, raciocínio lento, perda de memória, problemas de memória
(aparecimento, alteração súbita ou aumento da gravidade)
- Cálculo(s) nos rins, urinar frequentemente ou dor ao urinar
Pouco frequentes (podem afetar até 1 em cada 100 pessoas)
- Aumento do nível de acidez no sangue (pode originar dificuldade em respirar que inclui falta de
ar, perda do apetite, náuseas, vómitos, cansaço excessivo e batimento cardíaco rápido ou
irregular)
- Diminuição ou perda da transpiração
- Ter pensamentos de autoagressão grave, tentativa de autoagressão
Raros (podem afetar até 1 em cada 1,000 pessoas)
- Glaucoma – bloqueio de líquido no olho originando um aumento da pressão no olho, dor ou
diminuição da visão
Podem ocorrer outros efeitos indesejáveis; caso se tornem graves, fale com o seu médico ou
farmacêutico:
Muito frequentes (podem afetar mais do que 1 em cada 10 pessoas)
- Corrimento nasal, nariz entupido ou dor de garganta
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- Formigueiro, dor e/ou entorpecimento de várias partes do corpo
- Sonolência, cansaço
- Tonturas
- Náuseas, diarreia
- Perda de peso
Frequentes (podem afetar até 1 em cada 10 pessoas)
- Anemia (baixa contagem de células sanguíneas)
- Reação alérgica (tal como erupção na pele, vermelhidão, comichão, inchaço da face, urticária)
- Perda de apetite, diminuição do apetite
- Agressão, agitação, fúria
- Dificuldade em adormecer ou permanecer a dormir
- Problemas na fala ou alterações da fala, fala arrastada
- Descoordenação, falta de coordenação, sensação de instabilidade ao andar
- Diminuição da capacidade de realizar tarefas rotineiras
- Diminuição, perda ou falta de paladar
- Tremor ou agitação involuntária; movimento rápido e involuntário dos olhos
- Perturbações visuais, tal como visão dupla, visão turva, diminuição da visão, dificuldade em
focar
- Sensação de rotação (vertigens), som agudo e constante no ouvido, dor de ouvidos
- Falta de ar
- Tosse
- Sangrar do nariz
- Febre, indisposição, fraqueza
- Vómitos, obstipação, dor ou desconforto abdominal, indigestão, infeção no estômago ou
intestinos
- Boca seca
- Queda de cabelo
- Comichão
- Dor ou inchaço nas articulações, espasmos ou contrações musculares, dor ou fraqueza muscular,
dor no peito
- Aumento de peso
Pouco frequentes (podem afetar até 1 em cada 100 pessoas)
- Diminuição das plaquetas (células sanguíneas que ajudam a parar uma hemorragia), diminuição
dos glóbulos brancos no sangue que ajudam a proteger contra uma infeção, diminuição do nível
de potássio no sangue
- Aumento das enzimas do fígado, aumento dos eosinófilos (um tipo de glóbulos brancos) no
sangue
- Glândulas do pescoço, axilas e virilhas inchadas
- Aumento do apetite
- Humor exaltado
- Ouvir, ver ou sentir coisas que não existem, perturbação mental grave (psicose)
- Não sentir ou não demonstrar emoção, desconfiança fora do normal, ataque de pânico
- Problemas de leitura, alterações da fala, problemas em escrever à mão
- Inquietação, hiperatividade
- Raciocínio lento, diminuição do estado de vigília e de alerta
- Movimentos corporais reduzidos ou lentos, movimentos musculares involuntários anormais e
repetitivos
- Desmaio
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- Sensação anormal ao toque; sentido do tato comprometido
- Olfato comprometido, ausência ou distorção do olfato
- Sentimento invulgar ou sensação que pode preceder uma enxaqueca ou um certo tipo de
convulsão
- Olho seco, sensibilidade dos olhos à luz, espasmos da pálpebra, olhos lacrimejantes
- Diminuição ou perda de audição, perda de audição num ouvido
- Batimento cardíaco lento ou irregular, sentir o batimento do coração no peito
- Pressão arterial baixa, pressão arterial baixa ao levantar-se (consequentemente, algumas pessoas
a tomar Topiramato toLife podem sentir-se fracas, com tonturas, ou desmaiar quando se levantam
ou sentam repentinamente)
- Rubor, sentir-se quente
- Pancreatite (inflamação no pâncreas)
- Libertação excessiva de gases, azia, enfartamento ou inchaço abdominal
- Sangramento das gengivas, aumento da saliva, babar-se, mau hálito
- Excessiva ingestão de líquidos, sede
- Alteração da cor da pele
- Rigidez muscular, dor lateral
- Sangue na urina, incontinência (falta de controlo) de urina, desejo urgente de urinar, dor no
flanco ou nos rins
- Dificuldade em ter ou manter uma ereção, disfunção sexual
- Sintomas gripais
- Dedos das mãos e dos pés frios
- Sentir-se bêbedo
- Incapacidade de aprender
Raros (podem afetar até 1 em cada 1,000 pessoas)
- Exaltação fora do normal
- Perda de consciência
- Cegueira em um dos olhos, cegueira temporária, cegueira noturna
- Olho preguiçoso
- Inchaço nos olhos e à volta dos olhos
- Entorpecimento, formigueiro e alteração da cor (branco, azul e depois vermelho) nos dedos das
mãos e dos pés quando expostos ao frio
- Inflamação do fígado, insuficiência hepática
- Síndrome de Stevens-Johnson, uma condição potencialmente fatal que pode apresentar feridas
em vários locais das mucosas (tal como boca, nariz e olhos), erupção na pele, e bolhas
- Odor anormal da pele
- Desconforto nos braços ou pernas
- Alterações nos rins
Desconhecida (a frequência não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis)
- Maculopatia, uma doença da mácula, pequeno ponto na retina onde a visão é mais nítida. Deve
consultar o seu médico se notar alteração ou diminuição da sua visão.
- Necrólise epidérmica tóxica, uma condição fatal relacionada com, e mais grave que o Síndrome
de Stevens-Johnson, caracterizada por bolhas generalizadas e descamação das camadas externas
da pele (ver efeitos indesejáveis raros).
- Inflamação ocular (uveíte) que pode ter como sintomas vermelhidão ocular, dor, sensibilidade à
luz, corrimento ocular, pequenas manchas na visão ou visão turva.
Crianças e adolescentes
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Os efeitos indesejáveis em crianças são geralmente semelhantes aos observados nos adultos. No
entanto, alguns efeitos indesejáveis são observados mais frequentemente em crianças e/ou podem
ser mais graves em crianças do que nos adultos. Os efeitos indesejáveis que podem ser mais
graves incluem diminuição ou perda da transpiração e aumento do nível de acidez no sangue. Os
efeitos indesejáveis que podem ocorrer mais frequentemente em crianças incluem doenças do
aparelho respiratório superior.
Comunicação de efeitos indesejáveis
Se tiver quaisquer efeitos indesejáveis, incluindo possíveis efeitos indesejáveis não indicados
neste folheto, fale com o seu médico, ou farmacêutico ou enfermeiro. Também poderá comunicar
efeitos indesejáveis diretamente ao INFARMED, I.P. através dos contactos abaixo. Ao comunicar
efeitos indesejáveis, estará a ajudar a fornecer mais informações sobre a segurança deste
medicamento.
Sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram (preferencialmente)
ou através dos seguintes contactos:
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 7373
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
5. Como conservar Topiramato toLife
Não conservar acima de 25ºC.
Manter este medicamento fora da vista e do alcance das crianças.
Não utilize este medicamento após o prazo de validade impresso na embalagem exterior, após
“VAL”. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado.
Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu
farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a
proteger o ambiente.
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
Qual a composição de Topiramato toLife
A substância ativa é o topiramato. Cada comprimido revestido por película de Topiramato toLife
contém 25 mg, 50 mg, 100 mg ou 200 mg de topiramato.
Os outros componentes são:
- Núcleo do comprimido revestido por película: manitol, amido pré-gelificado, celulose
microcristalina, croscarmelose sódica, sílica coloidal anidra e estearato de magnésio.
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- Revestimento: álcool polivinílico, dióxido de titânio (E 171), macrogol 3350 e talco. Os
comprimidos revestidos por película de 50 mg, 100 mg e 200 mg contêm também lecitina de soja.
Os comprimidos revestidos por película de 50 mg e 100 mg contêm ainda óxido de ferro amarelo
(E 172) e os de 200 mg contêm óxido de ferro vermelho (E 172).
Qual o aspeto de Topiramato toLife e conteúdo da embalagem
Topiramato toLife apresenta-se sob a forma de comprimidos revestidos por película,
acondicionados em blisteres de Alumínio/Alumínio e frascos de HDPE.
Os comprimidos revestidos por película de 25 mg são brancos, redondos e biconvexos.
Os comprimidos revestidos por película de 50 mg são amarelo-claro, redondos e biconvexos.
Os comprimidos revestidos por película de 100 mg são amarelos, redondos e biconvexos.
Os comprimidos revestidos por película de 200 mg são cor-de-salmão, ovais e biconvexos.
Cada embalagem contém 20 ou 60 comprimidos revestidos por película. É possível que não
sejam comercializadas todas as apresentações.
Titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante
Titular da Autorização de Introdução no Mercado:
toLife – Produtos Farmacêuticos, S.A.
Av. do Forte, 3, Edif. Suécia IV, Piso 0
2794-093 Carnaxide
Portugal
Fabricantes:
Iberfar - Indústria Farmacêutica, S.A.
Rua Consiglieri Pedroso, 121-123 - Queluz de Baixo
2734-501 Barcarena
Portugal
Actavis, ehf
Reykjavíkurvegur 78
IS-220 Hafnarfjördur
Islândia
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
NOME DO MEDICAMENTO
Topiramato toLife 25 mg comprimidos revestidos por película
Topiramato toLife 50 mg comprimidos revestidos por película
Topiramato toLife 100 mg comprimidos revestidos por película
Topiramato toLife 200 mg comprimidos revestidos por película
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
um comprimido contém 25 mg de topiramato.
um comprimido contém 50 mg de topiramato.
um comprimido contém 100 mg de topiramato.
um comprimido contém 200 mg de topiramato.
Excipientes com efeito conhecido:
Cada comprimido de 25 mg contém 0,26 mg de sódio (sob a forma de croscarmelose sódica).
Cada comprimido de 50 mg contém 0,51 mg de sódio (sob a forma de croscarmelose sódica).
Cada comprimido de 100 mg contém 1,03 mg de sódio (sob a forma de croscarmelose sódica).
Cada comprimido de 200 mg contém 2,05 mg de sódio (sob a forma de croscarmelose sódica).
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Comprimido revestido por película.
Os comprimidos de 25 mg são brancos, redondos e biconvexos.
Os comprimidos de 50 mg são amarelo-claro, redondos e biconvexos.
Os comprimidos de 100 mg são amarelos, redondos e biconvexos.
Os comprimidos de 200 mg são cor-de-salmão, ovais e biconvexos.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1. Indicações terapêuticas
Em monoterapia em doentes adultos, adolescentes e crianças de idade superior a 6 anos, com
crises parciais com ou sem generalização secundária e crises tónico-clónicas primárias
generalizadas.
Terapêutica adjuvante em crianças de idade igual ou superior a 2 anos, adolescentes e adultos
com crises parciais com ou sem generalização secundária ou crises tónico-clónicas primárias
generalizadas e para o tratamento de crises associadas à síndrome de Lennox-Gastaut.
O topiramato é indicado para a profilaxia da enxaqueca em adultos, após avaliação cuidadosa de
possíveis opções alternativas de tratamento. O topiramato não é indicado para tratamento agudo.
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4.2. Posologia e modo de administração
Generalidades
Recomenda-se que a terapêutica seja iniciada com uma dose baixa seguida de uma titulação, até
ser alcançada uma dose eficaz. A dose e a taxa de titulação devem ser efetuadas de acordo com o
resultado clínico.
Topiramato toLife está disponível em comprimidos revestidos por película. Não se recomenda o
fracionamento destes comprimidos.
Não é necessário monitorizar as concentrações plasmáticas de topiramato para otimizar a
terapêutica com Topiramato toLife. Em ocasiões raras, a associação de topiramato à fenitoína
pode exigir um ajuste da dose de fenitoína para obter um resultado clínico favorável. A
associação ou interrupção de fenitoína e carbamazepina em terapêutica adjuvante com
Topiramato toLife pode necessitar de ajuste da dose de Topiramato toLife.
Topiramato toLife pode ser tomado independentemente das refeições.
Em doentes com ou sem historial de convulsões ou epilepsia, fármacos antiepiléticos incluindo o
topiramato devem ser interrompidos gradualmente para minimizar o potencial de convulsões ou
aumento da frequência destas. Em ensaios clínicos, as dosagens diárias foram diminuídas em
intervalos semanais de 50-100 mg em adultos com epilepsia e 25-50 mg em adultos a receber
topiramato com doses até 100 mg/dia para a profilaxia da enxaqueca. Em ensaios clínicos em
pediatria, o topiramato foi gradualmente descontinuado durante um período de 2 a 8 semanas.
Monoterapia em epilepsia
Generalidades
Quando se suspende a administração concomitante de medicamentos antiepiléticos de forma a
possibilitar a monoterapia com topiramato, deverão ser considerados os efeitos que poderão
ocorrer no controlo das convulsões. A menos que aspetos de segurança exijam uma interrupção
abrupta dos antiepiléticos administrados concomitantemente, é recomendada uma redução
gradual, de aproximadamente um terço do antiepilético administrado em simultâneo, de duas em
duas semanas.
Quando se suspendem medicamentos indutores enzimáticos, os níveis de topiramato aumentam.
Se for clinicamente indicado, pode ser necessária uma diminuição na posologia de Topiramato
toLife.
Adultos
Quer a dose, quer a titulação devem ser avaliadas através da resposta clínica. A titulação deve ser
iniciada com 25 mg, administrados à noite, durante uma semana. A dosagem pode ser aumentada
em 25 ou 50 mg/dia, com intervalos de 1 ou 2 semanas, administrados em duas doses divididas.
Se o doente não tolerar o regime de titulação, podem ser efetuados incrementos menores ou
intervalos maiores entre cada aumento de dose.
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A dose inicial recomendada para monoterapia com topiramato, em adultos, é de 100 mg/dia a 200
mg/dia, administrada em duas doses divididas. A dose máxima diária recomendada é de 500
mg/dia, também administrada em duas doses divididas. Alguns doentes com formas refratárias de
epilepsia toleraram 1000 mg/dia de topiramato, em monoterapia. Estas recomendações
posológicas aplicam-se a todos os adultos incluindo idosos, na ausência de doença renal
subjacente.
População pediátrica (crianças com idade superior a 6 anos)
Quer a dose, quer a taxa de titulação em crianças devem ser avaliadas pelo resultado clínico. O
tratamento de crianças de idade superior a 6 anos deve ser iniciado com 0,5 a 1 mg/kg dia,
administrados à noite, durante a primeira semana. Esta dosagem pode ser aumentada em 0,5 a 1
mg/kg/dia, administrada em duas doses divididas, com intervalos de 1 ou 2 semanas. Se a criança
não é capaz de tolerar o regime de titulação, podem ser efetuados aumentos menores ou intervalos
maiores entre cada aumento de dose.
A dose inicial recomendada para a monoterapia com topiramato em crianças de idade superior a 6
anos, é de 100 mg/dia dependendo do resultado clínico, (isto é, 2 mg/kg/dia em crianças entre os
6 e os 16 anos de idade).
Terapêutica adjuvante da epilepsia (crises parciais com ou sem generalização secundária, crises
primárias generalizadas tónico-clónicas ou crises associadas ao síndrome de Lennox-Gastaut)
Adultos
A terapêutica deve ser iniciada com 25 - 50 mg, administrados à noite, durante uma semana.
Embora esteja descrita, a utilização de doses iniciais mais baixas não foi estudada
sistematicamente. Posteriormente, a dose deve ser aumentada de 25 - 50 mg/dia, em intervalos de
tempo semanais ou quinzenais, sendo a dose administrada em duas doses divididas. Alguns
doentes podem ser tratados com eficácia com uma dose única diária.
Em ensaios clínicos como terapêutica adjuvante, a dose de 200 mg foi a dose eficaz mais baixa. A
dose diária habitual é de 200 - 400 mg, em duas doses divididas.
Estas recomendações posológicas aplicam-se a todos os adultos incluindo idosos, na ausência de
doença renal subjacente (ver secção 4.4).
População pediátrica (crianças de idade igual ou superior a 2 anos)
A dose total diária recomendada de Topiramato toLife como terapêutica adjuvante é de
aproximadamente 5 a 9 mg/kg/dia, em duas doses divididas. A titulação deve ser iniciada com 25
mg (ou menos, com base na variação de 1 a 3 mg/kg/dia) administrados à noite, durante a
primeira semana. A dosagem deve ser aumentada semanalmente ou quinzenalmente, com
aumentos de 1 a 3 mg/kg/dia (administrados em duas doses divididas), para obter uma resposta
clínica ótima.
Doses diárias até 30 mg/kg/dia foram estudadas e foram geralmente bem toleradas.
Enxaqueca
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Adultos
A dose total diária de topiramato recomendada para tratamento profilático da enxaqueca é de 100
mg/dia, administrados em duas doses divididas. A titulação deve ser iniciada com 25 mg,
administrados à noite, durante 1 semana. A dosagem deve ser então aumentada em 25 mg diários,
com intervalos de uma semana. Se o doente não suportar o regime de titulação, podem ser
considerados intervalos maiores entre os ajustes de dose.
Alguns doentes podem sentir melhorias com uma dose diária total de 50 mg/dia. Os doentes
tomaram uma dose total diária até 200 mg/dia. Esta dose pode ter benefícios em alguns doentes,
no entanto, é aconselhada precaução devido ao aumento da incidência de efeitos indesejáveis.
População pediátrica
Topiramato toLife não é recomendado no tratamento ou prevenção da enxaqueca em crianças
devido a dados insuficientes sobre segurança e eficácia.
Recomendações gerais de posologia para Topiramato toLife em populações especiais de doentes
Compromisso renal
O topiramato deve ser administrado com precaução em doentes com compromisso renal (CLcr
70 ml/min), uma vez que a depuração plasmática e renal do topiramato estão diminuídas.
Indivíduos com compromisso renal conhecido podem necessitar de mais tempo para atingir o
estado estacionário em cada dose. É recomendada metade da dose inicial habitualmente
administrada e metade da dose de manutenção (ver secção 5.2).
Em doentes com insuficiência renal em estadio final, uma vez que o topiramato é removido do
plasma por hemodiálise, deve ser administrado, nos dias em que a hemodiálise é efetuada, uma
dose suplementar de Topiramato toLife gual ou aproximadamente igual a metade da dose
habitualmente administrada de Topiramato toLife. A dose suplementar deve ser administrada em
doses divididas no início e no fim do procedimento de hemodiálise. Esta dose suplementar pode
variar de acordo com o tipo de equipamento de diálise utilizado (ver secção 5.2).
Compromisso hepático
Em doentes com compromisso hepático moderado a grave, o topiramato deve ser administrado
com precaução uma vez que a depuração do topiramato está diminuída.
Idosos
Não é necessário ajuste de dose em doentes idosos desde que a sua função renal esteja intacta.
4.3. Contraindicações
Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes mencionados na secção
6.1.
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Na profilaxia da enxaqueca em mulheres durante a gravidez e em idade fértil se não estiverem a
utilizar métodos contracetivos eficazes.
4.4. Advertências e precauções especiais de utilização
Nas situações em que a interrupção rápida de topiramato seja clinicamente necessária, é
recomendada uma monitorização adequada (ver secção 4.2 para mais informações).
Assim como com outros fármacos antiepiléticos, alguns doentes podem ter um aumento na
frequência das crises ou de início de novos tipos de crises com topiramato. Este fenómeno pode
ser a consequência de uma sobredosagem, de uma diminuição das concentrações plasmáticas de
antiepiléticos em utilização concomitante, da progressão da doença ou um efeito paradoxal.
Uma adequada hidratação durante o tratamento com topiramato é muito importante. A hidratação
pode reduzir o risco de nefrolitíase (ver abaixo). Uma adequada hidratação, antes e durante
atividades como o exercício físico ou a exposição a temperaturas elevadas, pode reduzir o risco
de acontecimentos de reações adversas relacionadas com o calor (ver secção 4.8).
Mulheres em idade fértil
O topiramato pode causar danos fetais e restrições no crescimento fetal (pequenos para a idade
gestacional e baixo peso à nascença) quando é administrado a uma mulher grávida. Os dados do
registo de gravidez do Grupo de Medicamentos Antiepiléticos Norte Americanos acerca do
topiramato em monoterapia demonstraram uma prevalência de malformações congénitas major
aproximadamente 3 vezes superior (4,3%) quando comparado com um grupo de referência que
não tomava MAEs (1,4%). Adicionalmente, dados de outros estudos indicam que, quando
comparado com a monoterapia, existe um risco aumentado de efeitos teratogénicos associado à
utilização de MAEs em politerapia.
Antes de iniciar o tratamento com topiramato numa mulher em idade fértil, deve ser feito um
teste de gravidez e aconselhadas medidas contracetivas altamente eficazes (ver secção 4.5). O
doente deve ser plenamente informado acerca dos riscos relacionados com o uso de topiramato
durante a gravidez (ver secção 4.3 e 4.6).
Oligohidrose
A oligohidrose (diminuição da transpiração) tem sido notificada em associação com o uso de
topiramato. A diminuição da transpiração e a hipertermia (aumento da temperatura corporal)
podem ocorrer especialmente em crianças expostas a uma temperatura ambiente elevada.
Perturbações do humor/depressão
Foi observado um aumento de incidência de perturbações do humor e depressão durante o
tratamento com topiramato.
Suicídio/ideação suicida
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Foram notificados casos de ideação e comportamento suicida em doentes tratados com
medicamentos antiepiléticos, em várias indicações terapêuticas. Uma meta-análise de ensaios
aleatorizados de medicamentos antiepiléticos, contra placebo, mostrou também um pequeno
aumento do risco de ideação e comportamento suicida. Não é ainda conhecido o mecanismo que
explica esse risco e os dados disponíveis não excluem a possibilidade de um aumento do risco
para o topiramato.
Em ensaios clínicos em dupla ocultação, os acontecimentos relacionados com suicídio (ARS)
(ideação suicida, tentativa de suicídio e suicídio) ocorreram com frequências de 0,5% em doentes
tratados com topiramato (46 de 8652 doentes tratados) e com uma incidência quase três vezes
superior aos doentes tratados com placebo (0,2%; 8 dos 4045 doentes tratados).
Como tal, os doentes devem ser monitorizados quanto aos sinais de ideação e comportamento
suicida, devendo ser considerada a necessidade de tratamento mais adequado. Os doentes (e os
prestadores de cuidados de saúde aos doentes) devem ser aconselhados a contactar o médico
assim que surjam sinais de ideação e comportamento suicida.
Nefrolitíase
Em alguns doentes, especialmente naqueles com predisposição para nefrolitíase, o risco de
formação de cálculos renais e de ocorrência de sinais e sintomas associados, tais como, cólica
renal, dor renal (lombar) ou dor nos flancos, pode ser superior.
Os fatores de risco para nefrolitíase incluem a formação prévia de cálculos, antecedentes
familiares de nefrolitíase e hipercalciúria. Nenhum destes fatores de risco permite prever de
forma fidedigna a formação de cálculos durante o tratamento com topiramato. Além disso, os
doentes em tratamento com outros medicamentos associados ao risco de nefrolitíase podem estar
sujeitos a um maior risco.
Função renal diminuída
Em doentes com alteração da função renal (CLcr
70 ml/min), o topiramato deve ser
administrado com precaução uma vez que a depuração plasmática e renal estão diminuídas. Para
recomendações específicas de posologia em doentes com função renal diminuída, ver secção 4.2,
Compromisso renal.
Função hepática diminuída
Em doentes com alteração da função hepática, recomenda-se precaução na administração de
topiramato, pois pode estar reduzida a depuração deste fármaco.
Miopia aguda e glaucoma secundário de ângulo fechado
Uma síndrome consistindo em miopia aguda e glaucoma secundário de ângulo fechado foi
notificada em doentes tratados com topiramato. Os sintomas incluem início agudo de diminuição
da acuidade visual e/ou dor ocular. Os resultados oculares incluem miopia, edema da câmara
anterior, hiperemia ocular (vermelhidão) e aumento da pressão intraocular. A midríase pode estar
ou não presente. Esta síndrome pode estar associada com derrame supraciliar resultando no
deslocamento anterior do cristalino e íris, com glaucoma secundário de ângulo fechado. Os
sintomas ocorrem tipicamente dentro de um mês do início da terapêutica com topiramato. Em
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
contraste com o glaucoma primário de ângulo fechado, que é raro em indivíduos com menos de
40 anos de idade, o glaucoma secundário de ângulo fechado associado ao topiramato foi
notificado em doentes pediátricos, bem como em adultos.
O tratamento inclui a interrupção de topiramato, tão rapidamente quanto possível e de acordo
com a opinião do médico, e medidas adequadas para reduzir a pressão intraocular. Estas medidas
geralmente resultam na diminuição da pressão intraocular.
Uma pressão intraocular elevada de qualquer etiologia, se não for tratada, pode dar origem a
sequelas graves incluindo uma perda permanente da visão.
Deve ser efetuada uma avaliação do tratamento com topiramato em doentes com antecedentes de
perturbações visuais.
Acidose metabólica
A acidose metabólica hiperclorémica, “non-anion gap” (isto é, redução do bicarbonato sérico
abaixo dos níveis normais de referência, na ausência de alcalose respiratória), está associada ao
tratamento com topiramato. Esta redução do bicarbonato sérico deve-se ao efeito inibitório do
topiramato na anidrase carbónica renal. Geralmente, a redução de bicarbonato ocorre no início do
tratamento, podendo, no entanto, ocorrer em qualquer altura do tratamento. Estas reduções de
bicarbonato são ligeiras a moderadas (com reduções médias de 4 mmol/l para doses de 100
mg/dia ou mais de topiramato, em adultos, e de aproximadamente 6 mg/Kg/dia, em doentes
pediátricos). Raramente, os doentes apresentaram redução para valores inferiores a 10 mmol/l.
Situações clínicas ou terapêuticas que predisponham a acidose, (tais como, doenças renais,
alterações respiratórias graves, estados epiléticos, diarreia, cirurgia, dieta cetogénica ou alguns
medicamentos), podem ter um efeito aditivo à redução de bicarbonato provocada pelo topiramato.
A acidose metabólica crónica aumenta o risco de formação de cálculos renais e pode
potencialmente levar a osteopenia.
A acidose metabólica crónica, em doentes pediátricos, pode reduzir as taxas de crescimento. O
efeito do topiramato nas sequelas ósseas não foi estudado sistematicamente em populações
pediátricas ou adultas.
De acordo com a situação clínica inicial, uma avaliação adequada, incluindo níveis plasmáticos
de bicarbonato, é recomendada durante o tratamento com topiramato. Se estão presentes sinais ou
sintomas (por ex. respiração de Kussmaul, dispneia, anorexia, náuseas, vómitos, cansaço
excessivo, taquicardia ou arritmia), indicativos de acidose metabólica, é recomendada a
determinação de bicarbonato no soro. Se a acidose metabólica se desenvolver e persistir, deve ser
tida em consideração a redução da dose ou a interrupção do tratamento com topiramato (através
de uma diminuição gradual da dose).
O topiramato deve ser utilizado com precaução em doentes cujas condições ou tratamentos sejam
um fator de risco para o aparecimento de acidose metabólica.
Alteração da função cognitiva
A alteração cognitiva na epilepsia é multifatorial e pode ser devida à etiologia subjacente, devida
à epilepsia ou devida ao tratamento antiepilético. Têm sido notificadas na literatura, alterações da
função cognitiva nos adultos a fazer terapêutica com topiramato que requereram redução da dose
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
ou interrupção do tratamento. Contudo, os resultados cognitivos de estudos efetuados em crianças
tratadas com topiramato foram insuficientes e o seu efeito a esse respeito necessita ainda de ser
elucidado.
Suplementação alimentar
Alguns doentes podem ter diminuição de peso durante o tratamento com o topiramato. É
recomendado que os doentes em tratamento com o topiramato sejam monitorizados para a perda
de peso. Deve ser considerada a administração de um suplemento alimentar ou aumento da
ingestão de alimentos em doentes que percam peso, durante a administração do topiramato.
4.5. Interações medicamentosas e outras formas de interação
Efeitos de Topiramato toLife sobre outros medicamentos antiepiléticos
A associação de Topiramato toLife a outros medicamentos antiepiléticos (fenitoína,
carbamazepina, ácido valpróico, fenobarbital ou primidona) não afeta as suas concentrações
plasmáticas no estado estacionário, exceto em doentes ocasionais em que a associação de
Topiramato toLife à fenitoína pode provocar uma elevação das concentrações plasmáticas desta.
Isto deve-se possivelmente à inibição da isoforma duma enzima polimórfica específica
(CYP2C19). Consequentemente, em qualquer doente em tratamento com fenitoína que apresente
sinais ou sintomas clínicos de toxicidade, deve proceder-se à monitorização dos níveis de
fenitoína.
Um estudo de interação farmacocinética com doentes epiléticos indicou que a adição do
topiramato à lamotrigina não teve efeito nas concentrações plasmáticas no estado estacionário
desta, para doses de topiramato de 100 a 400 mg/dia. Para além disso, não houve alteração das
concentrações plasmáticas no estado estacionário de topiramato durante e após a interrupção do
tratamento com lamotrigina (dose média de 327 mg/dia).
O topiramato inibe a enzima CYP2C19 e pode interferir com outras substâncias que são
metabolizadas por esta enzima (por exemplo: diazepam, imipramina, moclobemida, proguanilo,
omeprazol).
Efeitos de outros medicamentos antiepiléticos sobre Topiramato toLife
A fenitoína e a carbamazepina reduzem a concentração plasmática do topiramato. A associação
ou interrupção do tratamento com fenitoína ou carbamazepina, à terapêutica com Topiramato
toLife, pode requerer o ajuste posológico deste último. Estas alterações devem ser efetuadas por
avaliação do efeito clínico. A associação ou interrupção do tratamento com ácido valpróico não
produz alterações clinicamente significativas nas concentrações plasmáticas de topiramato pelo
que, neste caso, não é necessário proceder ao ajuste posológico de Topiramato toLife. Os
resultados destas interações estão resumidos no quadro seguinte:
FAE coadministrado Concentração do FAE Concentração de topiramato
Fenitoína
Carbamazepina (CBZ)
Ácido valpróico
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Lamotrigina
Fenobarbital
Primidona
= Sem efeito sobre a concentração plasmática (alteração
15%)
= Aumento das concentrações plasmáticas em casos isolados
= Redução das concentrações plasmáticas
= Não estudado
= Fármaco antiepilético
Outras interações medicamentosas
Digoxina
Num estudo de dose única, a área sob a curva (AUC) da concentração plasmática da digoxina
sérica diminuiu 12% devido à administração concomitante de topiramato. Não foi estabelecida a
relevância clínica desta observação. Quando se adiciona ou retira Topiramato toLife a doentes em
que foi instituída uma terapêutica com digoxina, deve prestar-se especial atenção à monitorização
da digoxina sérica.
Depressores do Sistema Nervoso Central
A administração concomitante de topiramato e álcool ou outros medicamentos depressores do
Sistema Nervoso Central não foi avaliada em estudos clínicos. É recomendado que Topiramato
toLife não seja utilizado concomitantemente com álcool ou outros medicamentos depressores do
Sistema Nervoso Central.
Hipericão (Hypericum perforatum)
Pode ser observada com a administração concomitante de topiramato e de hipericão, uma
diminuição das concentrações plasmáticas resultando numa perda de eficácia. O potencial de
interação não foi avaliado em estudos clínicos.
Contracetivos orais
Num estudo de interação farmacocinética, em voluntárias saudáveis, a administração
concomitante de um contracetivo oral, constituído por 1 mg de noretindrona (NET) e 35
g de
etinilestradiol (EE) e topiramato em doses de 50 a 200 mg/dia administrado na ausência de outros
fármacos, não foi associado a alterações estatisticamente significativas de exposição média
(AUC) de qualquer componente do contracetivo oral. Num outro estudo, a exposição de
etinilestradiol diminuiu de forma estatisticamente significativa, para doses de 200, 400 e 800
mg/dia de topiramato (18%, 21% e 30%, respetivamente), quando administrado como terapêutica
adjuvante a doentes epiléticos a tomar ácido valpróico. Em ambos os estudos, o topiramato (em
doses de 50-200 mg/dia em voluntários saudáveis e 200-800 mg/dia em doentes epiléticos), não
afetou significativamente a exposição da NET. Apesar de existir uma diminuição da exposição ao
EE, dependente da dose, para doses entre 200-800 mg/dia (em doentes epiléticos), não se registou
alteração dependente da dose significativa na exposição ao EE, para doses entre 50-200 mg/dia
(em voluntários saudáveis). O significado clínico das alterações não é conhecido.
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
A possibilidade de diminuição da eficácia do contracetivo e do aumento da hemorragia de
privação devem ser tidas em consideração, para doentes a tomar contracetivos orais em
associação com Topiramato toLife. As doentes a tomar contracetivos, contendo estrogénio devem
comunicar ao médico quaisquer alterações nos respetivos padrões hemorrágicos. A eficácia dos
contracetivos pode diminuir mesmo na ausência de alteração dos padrões hemorrágicos.
Lítio
Em voluntários saudáveis, foi observada uma redução (de 18% da AUC) na exposição sistémica
de lítio durante a administração concomitante de topiramato 200 mg/dia. Em doentes com
perturbação bipolar, a farmacocinética do lítio não foi afetada durante o tratamento com
topiramato 200 mg/dia.
No entanto, foi observado um aumento (de 26% da AUC) na exposição sistémica ao lítio, após
tratamento com topiramato em doses até 600 mg/dia. Os níveis de lítio devem ser monitorizados
quando coadministrado com topiramato.
Risperidona
Estudos de interação fármaco-fármaco, conduzidos em condições de dose única em voluntários
saudáveis e dose múltipla em doentes bipolares, obtiveram resultados semelhantes. Quando
administrada concomitantemente com topiramato em doses crescentes de 100, 250 e 400 mg/dia,
houve uma redução da exposição sistémica da risperidona (16% e 33% da AUC em estado
estacionário para as doses de 250 e 400 mg/dia, respetivamente), quando esta foi administrada em
doses que variaram entre 1 e 6 mg/dia. Contudo, diferenças na AUC da fração ativa total entre o
tratamento com risperidona isolada e em associação com topiramato não foram estatisticamente
significativas. Na fração antipsicótica ativa total (risperidona e 9-hidroxirisperidona) foram
observadas alterações mínimas da farmacocinética, não tendo sido observadas alterações para a 9-
hidroxirisperidona isolada. Não foram observadas alterações significativas na exposição sistémica
da fração ativa total da risperidona ou do topiramato. Quando o topiramato foi adicionado ao
tratamento já existente com risperidona (1-6 mg/dia) foram notificados mais frequentemente
acontecimentos adversos do que antes da introdução (90% e 54% respetivamente) do topiramato
(250-400 mg/dia).
Os acontecimentos adversos mais frequentemente notificados, quando o topiramato foi
adicionado ao tratamento com risperidona foram: sonolência (27% e 12%), parestesia (22% e 0%)
e náuseas (18% e 9%, respetivamente).
Hidroclorotiazida (HCTZ)
Um estudo de interação fármaco-fármaco em voluntários saudáveis avaliou a farmacocinética no
estado estacionário da HCTZ (25 mg/24h) e do topiramato (96 mg de 12/12h), quando
administrados isolada ou concomitantemente. Os resultados do estudo indicam que a Cmáx de
topiramato aumentou 27% e a AUC aumentou 29%, quando a HCTZ foi adicionada ao
topiramato. É desconhecido o significado clínico desta alteração. A adição de HCTZ ao
tratamento com topiramato pode exigir um ajuste da dose de topiramato. A farmacocinética do
estado estacionário da HCTZ não foi significativamente alterada com a administração
concomitante de topiramato. Resultados laboratoriais indicaram uma redução do potássio sérico
após a administração de topiramato e HCTZ. Esta redução é mais acentuada quando a
administração de topiramato e HCTZ é concomitante.
Metformina
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Foi realizado um estudo de interação fármaco-fármaco, em voluntários saudáveis, para avaliar a
farmacocinética no estado estacionário da metformina e do topiramato no plasma, quando a
metformina era administrada isoladamente e concomitantemente com topiramato. Os resultados
deste estudo mostraram que a média da Cmáx e da AUC 0-12h da metformina aumentaram em
18% e 25% respetivamente, enquanto que a CL/F média reduziu 20%, quando a metformina e o
topiramato eram administrados simultaneamente. O topiramato não afetou a Tmáx da
metformina. Não é claro o significado clínico do efeito do topiramato na farmacocinética da
metformina. A depuração plasmática do topiramato oral parece ser reduzida quando administrada
com a metformina. Desconhece-se a extensão do efeito na depuração. Desconhece-se o
significado clínico do efeito da metformina na farmacocinética do topiramato.
Quando Topiramato toLife é associado ou retirado em doentes a receberem tratamento com
metformina deverá haver precaução em relação à monitorização de rotina, para o controlo
adequado da diabetes.
Pioglitazona
Um estudo de interação fármaco-fármaco em voluntários saudáveis avaliou a farmacocinética no
estado estacionário do topiramato e da pioglitazona, quando administrados isolados ou
concomitantemente. Foi observada uma redução de 15% da AUC
,ss da pioglitazona, sem
alteração da Cmáx,ss. Este resultado não foi estatisticamente significativo. Por outro lado, foi
observada uma diminuição do hidroxi-metabolito de 13% e 16% na Cmáx,ss e AUC
,ss,
respetivamente, assim como uma diminuição de 60% na Cmáx e AUC
,ss do ceto-metabolito
ativo. É desconhecido o significado clínico destes resultados. Quando Topiramato toLife é
administrado em simultâneo com a pioglitazona ou vice-versa, deve dar-se especial atenção à
monitorização de rotina, para o controlo adequado da diabetes.
Gliburida
Um estudo de interação fármaco-fármaco em doentes com diabetes tipo II avaliou a
farmacocinética no estado estacionário da gliburida (5 mg/dia) e do topiramato (150 mg/dia),
quando administrados isolados ou concomitantemente. Observou-se uma diminuição de 25% na
AUC24 da gliburida, quando administrada com topiramato. A exposição sistémica dos
metabolitos ativos, 4-trans-hidroxigliburida (M1) e 3-cis-hidroxi-gliburida (M2), reduziu 13% e
15% respetivamente. A farmacocinética no estado estacionário do topiramato não foi afetada pela
administração concomitante da gliburida.
Quando o topiramato é administrado em simultâneo com a gliburida ou vice-versa, deve dar-se
especial atenção à monitorização de rotina para o controlo adequado da diabetes.
Outras formas de interação
Substâncias que predispõem para nefrolitíase
Quando utilizado concomitantemente com outras substâncias que possam predispor para
nefrolitíase, o topiramato pode aumentar o risco de nefrolitíase. Durante o tratamento com
Topiramato toLife devem ser evitadas estas substâncias, dado que podem criar um ambiente
fisiológico que aumente o risco de formação de cálculos renais.
Ácido valpróico
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
A administração concomitante do topiramato e ácido valpróico está associada a hiperamonemia
com ou sem encefalopatia em doentes que toleraram estes medicamentos quando administrados
isoladamente. Na maioria dos casos, os sinais e sintomas desaparecem com a interrupção dos dois
medicamentos. Esta reação adversa não é devida a uma interação farmacocinética. Não foi
estabelecida a associação da hiperamonemia com a terapêutica do topiramato em monoterapia ou
concomitante com outro antiepilético.
A hipotermia, definida como uma descida não intencional da temperatura corporal a <35ºC foi
notificada em associação com a utilização concomitante de topiramato e ácido valpróico (AVP)
ambos em conjugação com hiperamonemia e na ausência de hiperamonemia. Este acontecimento
adverso pode ocorrer após o início do tratamento com topiramato ou após o aumento da dose
diária de topiramato, em doentes que utilizam concomitantemente topiramato e ácido valpróico.
Outros estudos farmacocinéticos sobre interações medicamentosas
Têm sido conduzidos estudos clínicos para avaliar o potencial farmacocinético da interação
medicamentosa entre o topiramato e outros medicamentos. As alterações na Cmáx ou na AUC,
como resultado de interações, estão resumidas abaixo. A segunda coluna (concentração do
medicamento concomitante) descreve o que acontece à concentração do medicamento
concomitante que se encontra na primeira coluna, com o topiramato. A terceira coluna
(concentração do topiramato) descreve como a administração concomitante do fármaco da
primeira coluna irá modificar a concentração do topiramato.
Resumo dos Resultados de Outros Estudos Farmacocinéticos sobre Interações
Medicamentosas
Medicamento
concomitante
Concentração concomitante do
medicamentoa
Concentração do
topiramatoa
Amitriptilina
aumento de 20% na Cmáx e
AUC no metabolito da
nortriptilina
Dihidroergotamina (oral
e subcutâneo)
Haloperidol
aumento de 31% na AUC do
metabolito reduzido
Propranolol
aumento de 17% na Cmáx
para o 4-OH propranolol (TPM
50 mg de 12/12h)
Aumento de 9% e 16% na
Cmáx,
aumento de 9%-17% na
AUC (40 e 80 mg
propranolol de 12/12h,
respetivamente)
Sumatriptano (oral e
subcutâneo)
Pizotifeno
Diltiazem
Diminuição de 25% na AUC do
diltiazem e diminuição de 18%
da DEA, e
para o DEM*
Aumento de 20% na AUC
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Venlafaxina
Flunarizina
Aumento de 16% na AUC
(TPM 50 mg de 12/12h)b
a Valores em % relativamente à alteração na média da Cmáx ou da AUC relativamente à
monoterapia.
= Sem efeitos na Cmáx e na AUC (
15% de alteração) do composto precursor
NE = Não estudado
*DEA = des-acetilo diltiazem, DEM = N-dimetilo diltiazem
b Flunarizina: aumento de 14% na AUC em indivíduos que tomam apenas flunarizina. Um
aumento na exposição pode estar associado a uma acumulação durante o estabelecimento
do estado estacionário.
4.6. Fertilidade, gravidez e aleitamento
O topiramato é teratogénico em ratinhos, ratos e coelhos (ver secção 5.3). Em ratos, o topiramato
atravessa a barreira placentária.
Em humanos, o topiramato atravessa a placenta e foram notificadas concentrações similares no
cordão umbilical e no sangue materno.
Dados obtidos a partir de registos de gravidez no Reino Unido e no grupo de Medicamentos
Antiepiléticos Norte Americanos (NAAED) indicam que os lactentes expostos ao topiramato em
monoterapia durante o primeiro trimestre de gravidez apresentam risco aumentado de
malformações congénitas (ex. defeitos craniofaciais, como por exemplo fissuras no lábio/palato,
hipospadias e anomalias envolvendo vários sistemas corporais). Os dados dos registos de
gravidez obtidos a partir do NAAED com topiramato em monoterapia demonstraram uma
prevalência de malformações congénitas maiores aproximadamente 3 vezes superior (4,3%),
quando comparado com um grupo de referência que não esteja a tomar fármacos antiepiléticos
(1,4%). Adicionalmente, houve uma maior prevalência de baixo peso no recém-nascido aquando
do nascimento (<2500 gramas) após tratamento com topiramato comparativamente com o grupo
de referência.
Para além disso, os dados obtidos a partir destes registos e de outros estudos indicam que,
comparativamente com a monoterapia, o tratamento com fármacos antiepiléticos em politerapia
está associado a um maior risco de acontecimentos teratogénicos. O risco foi notificado como
sendo dependente da dose; foram observados efeitos em todas as doses. Em mulheres tratadas
com topiramato que tiveram um filho com malformações congénitas, parece haver um risco
aumentado de malformações em gravidezes subsequentes quando expostas ao topiramato.
Estudos em animais demonstraram a excreção do topiramato no leite. A excreção do topiramato
no leite humano não foi avaliada em estudos controlados. Um número limitado de observações
em doentes sugere uma excreção extensa do topiramato no leite materno. Os efeitos observados
em recém-nascidos/lactentes amamentados por mães tratadas incluem diarreia, sonolência,
irritabilidade e ganho de peso inadequado.
Consequentemente, deve ser tomada uma decisão quanto à interrupção do aleitamento ou do
tratamento com topiramato, tendo em consideração a importância do medicamento para a mãe
(ver secção 4.4).
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Indicação na epilepsia
Durante a gravidez, o topiramato deve ser prescrito após a mulher ser informada dos riscos
conhecidos da epilepsia não controlada na gravidez e dos potenciais riscos do medicamento para
o feto.
Indicação na profilaxia da enxaqueca
O topiramato é contraindicado na gravidez e em mulheres em idade fértil que não estão a utilizar
um método contracetivo eficaz (ver secções 4.3 e 4.5).
4.7. Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Os efeitos de Topiramato toLife sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas são reduzidos
ou moderados. O topiramato atua sobre o Sistema Nervoso Central e pode provocar sonolência,
tonturas ou outros sintomas relacionados. Pode causar também perturbações visuais e/ou visão
turva. Estas reações adversas podem ser potencialmente perigosas em doentes que conduzam
veículos ou utilizem máquinas, particularmente até ser estabelecida a experiência individual do
doente com o medicamento.
4.8. Efeitos indesejáveis
A segurança do topiramato foi avaliada através de uma base de dados de estudos clínicos com
4.111 doentes (3.182 com topiramato e 929 com placebo) que participaram em 20 estudos em
dupla ocultação e 2.847 doentes que participaram em 34 estudos abertos, respetivamente, para o
topiramato como terapêutica adjuvante nas crises primárias generalizadas tónico-clónicas, crises
parciais, crises associadas à síndrome de Lennox-Gastaut, monoterapia para uma epilepsia nova
ou diagnosticada recentemente ou para a profilaxia da enxaqueca. A maioria das reações adversas
medicamentosas foi ligeira a moderada no que diz respeito à sua gravidade. Estas reações
adversas medicamentosas, identificadas nos ensaios clínicos e na fase de pós-comercialização
(indicado por **), encontram-se descritas na tabela 1 abaixo de acordo com a sua incidência. As
frequências atribuídas estão organizadas da seguinte forma:
Muito frequentes
1/10
Frequentes
1/100 e <1/10
Pouco frequentes
1/1.000 e <1/100
Raros
1/10.000 e <1/1.000
Muito raros < 1/10 000
Desconhecido não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis.
As reações adversas medicamentosas (RAMs) mais frequentes (com uma incidência > 5% e
maior que as observadas com placebo em pelo menos uma indicação em estudos controlados em
dupla ocultação com topiramato) incluem: anorexia, diminuição do apetite, bradifrenia,
depressão, alterações na linguagem, insónia, alteração na coordenação, alteração da atenção,
tonturas, disartria, disgeusia, hipoestesia, letargia, alterações de memória, nistagmo, parestesia,
sonolência, tremor, diplopia, visão turva, diarreia, náuseas, fadiga, irritabilidade e perda de peso.
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Tabela 1: Reações Adversas Medicamentosas do topiramato
Classes de
sistemas de órgãos
Muito
frequentes
Frequentes
Pouco
frequentes
Raros
Muito raros
Desconhecido
Infeções e
infestações
Nasofaringite*
Doenças do sangue
e do sistema
linfático
Anemia
Leucopenia,
trombocitopenia,
linfadenopatia
eosinofilia
Neutropenia*
Doenças do
sistema imunitário
Hipersensibilidade
Edema
alérgico*,
Edema
conjuntival*
Doenças do
metabolismo e da
nutrição
Anorexia,
diminuição do
apetite
Acidose
metabólica,
hipocaliemia,
aumento do
apetite,
polidipsia
Acidose
hiperclorémica
Perturbações do
foro psiquiátrico
Depressão
Bradifrenia,
insónia,
perturbação na
expressividade da
linguagem,
ansiedade, estado
confusional,
desorientação,
agressão,
alterações no
humor, agitação,
flutuações de
humor, humor
depressivo, fúria,
comportamento
anormal
Ideação suicida,
tentativa de
suicídio,
alucinação,
distúrbio
psicótico,
alucinação
auditiva,
alucinação
visual, apatia,
perda de
discurso
espontâneo,
perturbações do
sono, labilidade
afetiva,
diminuição da
líbido,
inquietação,
choro, disfemia,
euforia,
paranoia,
perseverança,
ataques de
pânico, estado
Mania,
perturbação de
pânico,
sensação de
desespero*,
hipomania
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INFARMED
Tabela 1: Reações Adversas Medicamentosas do topiramato
Classes de
sistemas de órgãos
Muito
frequentes
Frequentes
Pouco
frequentes
Raros
Muito raros
Desconhecido
lacrimoso,
distúrbio na
leitura, insónia
inicial,
embotamento
afetivo,
pensamento
anormal, perda
da libido,
ausência de
interesse nas
atividades da
vida diária,
insónia
intermédia,
distratibilidade,
acordar muito
cedo, reação de
pânico,
exaltação
Doenças do
sistema nervoso
Parestesia,
sonolência,
tonturas
Distúrbios na
atenção,
comprometimento
da memória,
amnésia,
perturbações
cognitivas,
perturbações
mentais,
perturbações das
capacidades
psicomotoras,
convulsões,
alteração na
coordenação,
tremor, letargia,
hipoestesia,
nistagmo,
disgeusia,
perturbação do
equilíbrio,
disartria, tremor
intencional,
sedação
Nível reduzido
de consciência,
convulsões
grande mal,
defeito do
campo visual,
crises complexas
parciais,
distúrbio do
discurso,
hiperatividade
psicomotora,
síncope,
perturbações
sensoriais,
ptialismo,
hipersonia,
afasia, discurso
repetitivo,
hipocinesia,
discinesia,
tonturas
posturais, má
qualidade do
Apraxia,
alteração do
ritmo
circadiano do
sono,
hiperestesia,
hiposmia,
anosmia,
tremor
essencial,
acinesia, não
resposta ao
estímulo
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06-10-2019
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Tabela 1: Reações Adversas Medicamentosas do topiramato
Classes de
sistemas de órgãos
Muito
frequentes
Frequentes
Pouco
frequentes
Raros
Muito raros
Desconhecido
sono, sensação
de queimadura,
perda de
sensações,
parosmia,
síndroma
cerebelar,
disastesia,
hipogeusia,
estupor,
descoordenação,
aura, ageusia,
disgrafia,
disfasia,
neuropatia
periférica, pré-
síncope,
distonia,
sensação de
formigueiro
Afeções oculares
Visão turva,
diplopia,
perturbações
visuais
Acuidade visual
reduzida,
escotoma,
miopia*,
sensação
anormal no
olho*, olho
seco, fotofobia,
blefarospasmo,
aumento da
lacrimação,
fotopsia,
midríase,
presbiopia
Cegueira
unilateral,
cegueira
passageira,
glaucoma,
distúrbio na
acomodação,
alteração da
perceção
visual de
profundidade,
escotoma
cintilante,
edema da
pálpebra*,
cegueira
noturna,
ambliopia
Glaucoma de
ângulo
fechado*,
maculopatia*,
distúrbios do
movimento
ocular*
Uveíte **
Afeções do ouvido
e do labirinto
Vertigem,
zumbido, dor de
ouvidos
Surdez, surdez
unilateral,
surdez
neurossensorial,
desconforto no
ouvido,
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INFARMED
Tabela 1: Reações Adversas Medicamentosas do topiramato
Classes de
sistemas de órgãos
Muito
frequentes
Frequentes
Pouco
frequentes
Raros
Muito raros
Desconhecido
alteração na
audição
Cardiopatias
Bradicardia,
bradicardia
sinusal,
palpitações
Vasculopatias
Hipotensão,
hipotensão
ortostática,
rubor,
afrontamento
Fenómeno de
Raynaud
Doenças
respiratórias,
torácicas e do
mediastino
Dispneia, epistaxis,
congestão nasal,
rinorreia, tosse*
Dispneia de
esforço,
hipersecreção do
seio paranasal
disfonia,
Doenças
gastrointestinais
Náuseas,
diarreia
Vómitos,
obstipação, dor
abdominal
superior, dispepsia,
dor abdominal,
xerostomia,
desconforto
gástrico, parestesia
oral, gastrite,
desconforto
abdominal
Pancreatite,
flatulência,
doença do
refluxo
gastroesofágico,
dor abdominal
inferior,
hipoestesia oral,
hemorragia
gengival,
distensão
abdominal,
desconforto
epigástrico,
sensibilidade
abdominal,
hipersecreção
salivar, dor oral,
mau hálito,
glossodinia
Afeções
hepatobiliares
Hepatite,
falência
hepática
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Tabela 1: Reações Adversas Medicamentosas do topiramato
Classes de
sistemas de órgãos
Muito
frequentes
Frequentes
Pouco
frequentes
Raros
Muito raros
Desconhecido
Afeções dos
tecidos cutâneos e
subcutâneos
Alopécia, erupção
cutânea, prurido
Anidrose,
hipoestesia
facial, urticária,
eritema, prurido
generalizado,
erupção
macular,
descoloração da
pele, dermatite
alérgica,
inflamação da
face
Síndrome de
Stevens-
Johnson*,
eritema
multiforme*
odor da pele
anormal,
edema
periorbital*,
urticária
localizada
Necrólise
epidérmica
tóxica*
Afeções
musculosqueléticas
e dos tecidos
conjuntivos
Artralgia,
espasmos
musculares,
mialgia,
fasciculação
muscular, fraqueza
muscular, dor
torácica
musculoesquelética
Inchaço da
articulação*,
rigidez
muscular, dor do
flanco, fadiga
muscular
Desconforto
no membro*
Doenças renais e
urinárias
Nefrolitíase,
polaciúria, disúria
Cálculos renais,
incontinência
urinária,
hematúria,
incontinência,
urgência de
micção, cólicas
renais, dor renal
Cálculos
ureterais,
acidose
tubular renal*
Doenças dos
órgãos genitais e
da mama
Disfunção erétil,
disfunção sexual
Perturbações
gerais e alterações
no local de
administração
Fadiga
Pirexia, astenia,
irritabilidade,
alterações na
marcha, sentir-se
anormal, mal-estar
Hipertermia,
sede, doença do
tipo gripal*,
lentidão,
arrefecimento
extremidades,
sensação de
embriaguez,
sensação de
Edema da face
calcinose
APROVADO EM
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INFARMED
Tabela 1: Reações Adversas Medicamentosas do topiramato
Classes de
sistemas de órgãos
Muito
frequentes
Frequentes
Pouco
frequentes
Raros
Muito raros
Desconhecido
agitação
Exames
complementares de
diagnóstico
Diminuição de
peso
Aumento de peso*
Presença de
cristais na urina,
teste de marcha
em linha reta
com resultados
anómalos,
contagem de
glóbulos
brancos
diminuída,
aumento das
enzimas
hepáticas
Diminuição de
bicarbonato no
sangue
Circunstâncias
sociais
Dificuldade na
aprendizagem
* identificada como uma RAM durante as notificações espontâneas de pós-comercialização. A sua frequência
foi calculada através de dados dos ensaios clínicos.
Malformações congénitas e restrições no crescimento fetal (ver secção 4.4 e secção 4.6).
População pediátrica
As reações adversas notificadas mais frequentemente (
2 vezes mais) em crianças do que em
adultos em estudos controlados e em dupla ocultação incluem:
- Diminuição do apetite
- Aumento do apetite
- Acidose hiperclorémica
- Hipocaliemia
- Comportamento anormal
- Agressão
- Apatia
- Insónia inicial
- Ideação suicida
- Alteração da atenção
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INFARMED
- Letargia
- Alteração do ritmo circadiano do sono
- Má qualidade do sono
- Aumento do lacrimejo
- Bradicardia sinusal
- Mal-estar
- Alterações na marcha.
As reações adversas que foram notificadas em crianças mas não em adultos em estudos
controlados e em dupla ocultação incluem:
- Eosinofilia
- Hiperatividade psicomotora
- Vertigens
- Vómitos
- Hipertermia
- Pirexia
- Dificuldade de aprendizagem.
Notificação de suspeitas de reações adversas
A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante,
uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco do medicamento.
Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas
diretamente ao INFARMED, I.P.:
Sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram (preferencialmente)
ou através dos seguintes contatos:
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
4.9. Sobredosagem
Sinais e sintomas
Foram notificados casos de sobredosagem com topiramato. Os sinais e sintomas incluíram:
convulsões, sonolência, perturbações do discurso, visão turva, diplopia, défice intelectual,
letargia, coordenação anormal, estupor, hipotensão, dor abdominal, agitação, tonturas e
depressão. As consequências clínicas não foram graves na maioria dos casos, mas foram
notificadas mortes após sobredosagens com politerapia envolvendo topiramato.
A sobredosagem com topiramato pode causar acidose metabólica grave (ver secção 4.4).
Tratamento
APROVADO EM
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INFARMED
Em caso de sobredosagem aguda do topiramato, se a ingestão for recente, deve esvaziar-se o
estômago imediatamente por lavagem ou por indução de emese. O carvão ativado mostrou
absorver o topiramato in vitro. Deve ser efetuado um tratamento de suporte apropriado e o doente
deve ser bem hidratado. A hemodiálise demonstrou ser um meio eficaz para a remoção do
topiramato do organismo.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1. Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 2.6. Sistema nervoso central. Antiepiléticos e anticonvulsivantes.
Código ATC: N03AX11
O topiramato é classificado como um monossacárido sulfamato-substituído. É desconhecido o
mecanismo preciso pelo qual o topiramato exerce o seu efeito anticonvulsivante e na profilaxia da
enxaqueca. Os estudos eletrofisiológicos e bioquímicos em culturas de neurónios identificaram
três propriedades farmacológicas, que podem contribuir para a eficácia anticonvulsivante do
topiramato.
Os potenciais de ação eliciados repetidamente por uma despolarização prolongada dos neurónios
foram bloqueados pelo topiramato de uma forma tempo-dependente, o que é sugestivo de um
bloqueio dos canais de sódio estado-dependente. O topiramato aumenta a frequência com que os
recetores GABAA são ativados pelo
-aminobutirato (GABA) e aumenta a capacidade do
GABA induzir o fluxo de iões cloreto para dentro dos neurónios, sugerindo que o topiramato
potencia a atividade deste neurotransmissor inibitório.
Este efeito não foi bloqueado pelo flumazenilo, um antagonista das benzodiazepinas, nem o
topiramato aumentou a duração do tempo de abertura do canal, diferenciando o topiramato dos
barbitúricos que modulam os recetores GABAA.
Como o perfil antiepilético do topiramato difere acentuadamente do das benzodiazepinas, pode
modular um subtipo do recetor GABAA insensível às benzodiazepinas. O topiramato antagoniza
a capacidade do cainato em ativar os recetores do aminoácido excitatório (glutamato), do subtipo
cainato/AMPA (ácido
-amino-3-hidroxi-5-metil-4-isoxazolpropiónico), mas não teve efeito
aparente na atividade de N-metilo-D-aspartato (NMDA) nos recetores do subtipo NMDA. Estes
efeitos do topiramato estavam dependentes da concentração num intervalo de 1
M a 200
com um mínimo de atividade de 1
M a 10
Além disso, o topiramato inibe algumas isoenzimas da anidrase carbónica. Este efeito
farmacológico é muito mais fraco do que o da acetazolamida, um conhecido inibidor da anidrase
carbónica, e supõe-se que não constitui um dos principais componentes da atividade antiepilética
do topiramato.
Em estudos animais, o topiramato apresenta atividade anticonvulsivante nos testes de crises
máximas por eletrochoques (MES) em ratos e ratinhos e é eficaz em modelos de epilepsia de
roedores, o qual inclui crises tónicas e ausência de crises no rato espontaneamente epilético
(SER) e crises tónicas e clónicas induzidas nos ratos por inflamação da amígdala ou por isquémia
global. O topiramato é apenas fracamente eficaz no bloqueio das crises clónicas induzidas pelo
antagonista do recetor GABAA, pentilenetetrazol.
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Estudos realizados em ratinhos em que foi efetuada a administração em simultâneo do topiramato
e carbamazepina ou fenobarbital, demonstraram atividade anticonvulsivante sinérgica, enquanto
que a associação com a fenitoína mostrou atividade anticonvulsivante aditiva. Em ensaios
clínicos na terapêutica adjuvante, bem controlados, não foi demonstrada uma correlação entre os
níveis plasmáticos de topiramato e a sua eficácia clínica. Em seres humanos, não se demonstrou
qualquer evidência de tolerância.
Crises de ausência
Foram realizados dois pequenos ensaios de braço único com crianças entre os 4 e 11 anos de
idade (CAPSS-326 e TOPAMAT-ABS-001). Um dos estudos incluiu 5 crianças e o outro incluiu
12 crianças antes de ter terminado precocemente devido a falta de resposta terapêutica. As doses
usadas nestes estudos foram até aproximadamente 12 mg/kg no estudo TOPAMAT-ABS-001 e
um máximo inferior a 9 mg/kg/dia ou 400 mg/dia no estudo CAPSS-326. Estes estudos não
fornecem evidência suficiente para retirar conclusões relativamente à eficácia ou segurança na
população pediátrica.
5.2. Propriedades farmacocinéticas
As formulações dos comprimidos revestidos por película e cápsulas são bioequivalentes.
O perfil farmacocinético do topiramato em comparação com outros fármacos antiepiléticos
demonstra uma longa semivida plasmática, farmacocinética linear, depuração predominantemente
renal, ausência de ligação significativa às proteínas plasmáticas e ausência de metabolitos ativos
clinicamente relevantes.
O topiramato não é um indutor potente das enzimas metabolizadoras de fármacos e pode ser
administrado independentemente das refeições, não sendo necessária monitorização das
concentrações plasmáticas do topiramato. Em ensaios clínicos, não houve nenhuma relação
consistente entre as concentrações plasmáticas e a eficácia ou acontecimentos adversos.
Absorção
O topiramato é bem absorvido, e de forma rápida. Após a administração por via oral de 100 mg
de topiramato em voluntários saudáveis, atingiu-se uma média de concentração plasmática
máxima (Cmáx) de 1,5
g/ml em 2 a 3 horas (Tmáx).
Com base na radioatividade recuperada na urina, a extensão média da absorção duma dose de 100
mg por via oral de 14C-topiramato foi de pelo menos 81%. Não houve um efeito clinicamente
significativo dos alimentos sobre a biodisponibilidade do topiramato.
Distribuição
Geralmente 13-17% de topiramato liga-se às proteínas plasmáticas. Observou-se uma baixa
capacidade de ligação do topiramato nos eritrócitos que são saturáveis para concentrações
plasmáticas superiores a 4
g/ml. O volume de distribuição varia inversamente com a dose. O
volume médio aparente de distribuição foi de 0,80 - 0,55 l/kg para uma dose única no intervalo de
100 a 1200 mg. Foi detetado um efeito do sexo no volume de distribuição, com valores para o
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06-10-2019
INFARMED
sexo feminino de cerca de 50% dos do sexo masculino. Este aspeto foi atribuído à maior
percentagem de gordura em mulheres, e não tem consequências clínicas.
Metabolismo
O topiramato não é extensamente metabolizado (~ 20%) nos voluntários saudáveis. O topiramato
é metabolizado até 50% em doentes a receberem uma terapêutica antiepilética concomitante com
indutores conhecidos das enzimas metabolizadoras dos fármacos. Foram isolados seis
metabolitos, formados por hidroxilação, hidrólise e glucuronidação, caracterizados e identificados
a partir do plasma, urina e fezes de seres humanos. Cada metabolito representa menos de 3% da
radioatividade total excretada após a administração de 14C–topiramato. Foram testados dois
metabolitos, que retiveram a maior parte da estrutura do topiramato, e verificou-se que possuíam
pouca ou nenhuma atividade anticonvulsivante.
Eliminação
Em seres humanos, a principal via de eliminação do topiramato inalterado e dos seus metabolitos
é a renal (pelo menos 81% da dose). Aproximadamente 66% da dose de 14C-topiramato foi
excretada na forma inalterada na urina, em quatro dias. Após a administração de 50 mg e 100 mg
de topiramato, duas vezes ao dia, a média da depuração renal foi de aproximadamente 18 ml/min
e 17 ml/min, respetivamente. Existe evidência de reabsorção tubular renal do topiramato. Este
facto é apoiado por estudos em ratos em que o topiramato foi administrado em associação com a
probenecida e observou-se um aumento significativo na depuração renal do topiramato. Em geral,
no ser humano, a depuração plasmática é de aproximadamente 20 a 30 ml/min, após a
administração oral.
O topiramato exibe uma baixa variabilidade interindividual nas concentrações plasmáticas e,
consequentemente, tem uma farmacocinética previsível. A farmacocinética do topiramato é
linear, com uma depuração plasmática permanecendo constante, e um aumento da área sob a
curva da concentração plasmática proporcional à dose, para doses orais únicas compreendidas
entre 100 e 400 mg em indivíduos saudáveis. Os doentes com função renal normal podem
necessitar de 4 a 8 dias até atingirem concentrações plasmáticas no estado estacionário. A média
da Cmáx após a administração por via oral de doses múltiplas de 100 mg, duas vezes por dia, em
indivíduos saudáveis, foi de 6,76
g/ml.
Após a administração de doses múltiplas de 50 mg e 100 mg de topiramato, duas vezes por dia, a
semivida de eliminação plasmática média foi de aproximadamente 21 horas.
A administração concomitante de doses múltiplas de topiramato, 100 mg a 400 mg, duas vezes
por dia, com fenitoína ou carbamazepina demonstra um aumento proporcional à dose nas
concentrações plasmáticas do topiramato.
A depuração plasmática e renal do topiramato está reduzida nos doentes com compromisso da
função renal moderado e grave (CLcr
70 ml/min). Como resultado, são esperadas
concentrações plasmáticas mais elevadas no estado estacionário para uma dose determinada em
doentes com compromisso renal, comparativamente aos doentes com função renal normal. Para
além disso, doentes com compromisso renal necessitarão de mais tempo para atingir a
concentração no estado estacionário, para cada dose. Em doentes com compromisso renal
moderado a grave é recomendada metade da dose inicial habitualmente administrada e metade da
dose de manutenção.
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
O topiramato é removido eficazmente a partir do plasma por hemodiálise. Um período
prolongado de hemodiálise pode causar uma descida da concentração de topiramato para níveis
que requerem a manutenção de um efeito anticonvulsivo. Para evitar descidas repentinas nas
concentrações plasmáticas de topiramato durante a hemodiálise, pode ser necessária uma dose
suplementar de topiramato. O ajuste atual deve ter em consideração 1) a duração do período de
diálise, 2) a taxa de depuração do sistema de diálise que está a ser utilizado, e 3) a taxa de
depuração renal efetiva de topiramato nos doentes sujeitos a diálise.
A depuração plasmática do topiramato reduz em média 26% nos doentes com compromisso
hepático moderado a grave. Assim, o topiramato deve ser administrado com precaução nos
doentes com compromisso hepático.
A depuração plasmática do topiramato mantém-se inalterada nos idosos, na ausência de doença
renal subjacente.
População pediátrica (farmacocinética em crianças até 12 anos de idade)
A farmacocinética do topiramato em crianças, como nos adultos, em terapêutica adjuvante, é
linear, com depuração independente da dose, e as concentrações plasmáticas no estado
estacionário aumentando proporcionalmente à dose. No entanto, as crianças têm uma maior
depuração e uma semivida de eliminação mais curta. Consequentemente, em crianças, as
concentrações plasmáticas do topiramato para a mesma dose em mg/kg podem ser mais baixas
comparativamente aos adultos. Como nos adultos, os fármacos antiepiléticos indutores das
enzimas hepáticas diminuem as concentrações plasmáticas no estado estacionário.
5.3. Dados de segurança pré-clínica
Em estudos não clínicos de fertilidade, apesar da toxicidade materna e paterna em doses tão
baixas como 8 mg/kg/dia, não se observou nenhum efeito na fertilidade, nos ratos machos ou
fêmeas, com doses até 100 mg/dia.
Em estudos pré-clínicos, o topiramato demonstrou ser teratogénico nas espécies estudadas
(ratinho, ratos e coelhos). No ratinho, o peso dos fetos e a ossificação do esqueleto sofreram uma
redução com a dose de 500 mg/kg/dia, juntamente com toxicidade materna. Os números totais de
malformações fetais em ratinhos aumentaram em todos os grupos tratados com o fármaco (20,
100 e 500 mg/kg/dia).
Em ratos, a toxicidade materna e toxicidade embrionária/fetal relacionadas com a dose (redução
no peso fetal e/ou ossificação do esqueleto) foram observadas em doses até 20 mg/kg/dia, com
efeitos teratogénicos (defeitos nos membros inferiores e dos dedos) com doses igual ou superiores
a 400 mg/kg/dia. Em coelhos, a toxicidade materna relacionada com a dose foi observada em
doses abaixo de 10 mg/kg/dia, com toxicidade embrionária/fetal (aumento de letalidade) em
doses abaixo de 35 mg/kg/dia, e efeitos teratogénicos (malformações nas costelas e vértebras)
com doses de 120 mg/kg/dia.
Os efeitos teratogénicos observados nos ratos e coelhos foram semelhantes aos verificados com
os inibidores da anidrase carbónica, não tendo estado associados a malformações nos seres
humanos. Os efeitos no crescimento foram igualmente evidenciados por pesos mais baixos à
nascença e durante o aleitamento para os recém-nascidos de ratos-fêmea que receberam 20 ou
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
100 mg/kg/dia durante a gestação e o aleitamento. Em ratos, o topiramato atravessa a barreira
placentária.
Em ratos juvenis, a administração oral diária do topiramato em doses até 300 mg/kg/dia, durante
o período de desenvolvimento correspondente à primeira infância, infância e adolescência
resultou em toxicidades semelhantes às dos animais adultos (diminuição no consumo de
alimentos com diminuição no ganho do peso corporal, hipertrofia hepatocelular centrolobular).
Não surgiram efeitos relevantes no crescimento dos ossos longos (tíbia) ou na densidade mineral
dos ossos (fémur), pré-desmame e desenvolvimento reprodutivo, desenvolvimento neurológico
(incluindo avaliações da memória e aprendizagem), no ato sexual e fertilidade ou nos parâmetros
de histerotomia.
Numa bateria de testes de mutagenicidade in vitro e in vivo, o topiramato não revelou potencial
genotóxico.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1. Lista dos excipientes
Núcleo do comprimido: manitol, amido pré-gelificado, celulose microcristalina, croscarmelose
sódica, sílica coloidal anidra e estearato de magnésio.
Revestimento: álcool polivinílico, dióxido de titânio (E 171), macrogol 3350 e talco. Os
comprimidos revestidos por película de 50 mg, 100 mg e 200 mg contêm também lecitina de soja.
Os comprimidos revestidos por película de 50 mg e 100 mg contêm ainda óxido de ferro amarelo
(E 172) e os de 200 mg contém óxido de ferro vermelho (E 172).
6.2. Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3. Prazo de validade
3 anos.
6.4. Precauções especiais de conservação
Não conservar acima de 25ºC.
6.5. Natureza e conteúdo do recipiente
Blísters de Alumínio/Alumínio, contendo 20 e 60 comprimidos revestidos por película.
Frascos de polietileno de alta densidade contendo 20 e 60 comprimidos revestidos por película.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Não existem requisitos especiais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
toLife – Produtos Farmacêuticos, S.A.
Av. do Forte, Edif. Suécia IV, Piso 0
2794-093 Carnaxide
Portugal
8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Nº de registo: 5856984 – 20 comprimidos revestidos por película; 25 mg; Blíster de
Alumínio/Alumínio.
Nº de registo: 5857081 – 60 comprimidos revestidos por película; 25 mg; Blíster de
Alumínio/Alumínio.
Nº de registo: 5857388 – 20 comprimidos revestidos por película; 50 mg; Blíster de
Alumínio/Alumínio.
Nº de registo: 5857487 – 60 comprimidos revestidos por película; 50 mg; Blíster de
Alumínio/Alumínio.
Nº de registo: 5857784 – 20 comprimidos revestidos por película; 100 mg; Blíster de
Alumínio/Alumínio.
Nº de registo: 5857883 – 60 comprimidos revestidos por película; 100 mg; Blíster de
Alumínio/Alumínio.
Nº de registo: 5858188 – 20 comprimidos revestidos por película; 200 mg; Blíster de
Alumínio/Alumínio.
Nº de registo: 5858287 – 60 comprimidos revestidos por película; 200 mg; Blíster de
Alumínio/Alumínio.
Nº de registo: 5010939 – 20 comprimidos revestidos por película; 25 mg; Frascos de HDPE.
Nº de registo: 5010947 – 60 comprimidos revestidos por película; 25 mg; Frascos de HDPE.
Nº de registo: 5010954 – 20 comprimidos revestidos por película; 50 mg; Frascos de HDPE.
Nº de registo: 5010962 – 60 comprimidos revestidos por película; 50 mg; Frascos de HDPE.
Nº de registo: 5010970 – 20 comprimidos revestidos por película; 100 mg; Frascos de HDPE.
Nº de registo: 5011002 – 60 comprimidos revestidos por película; 100 mg; Frascos de HDPE.
Nº de registo: 5011010 – 20 comprimidos revestidos por película; 200 mg; Frascos de HDPE.
Nº de registo: 5011028 – 60 comprimidos revestidos por película; 200 mg; Frascos de HDPE.
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE
INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data da primeira autorização: 26 de junho de 2006.
Data da renovação da autorização: 15 de novembro de 2013.
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO