Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
07-04-2017
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07-04-2017
INFARMED
FOLHETO INFORMATIVO: INFORMAÇÃO PARA O UTILIZADOR
Topiramato Stada 25 mg comprimidos revestidos por película
Topiramato Stada 50 mg comprimidos revestidos por película
Topiramato Stada 100 mg comprimidos revestidos por película
Topiramato Stada 200 mg comprimidos revestidos por película
Topiramato
Leia com atenção todo este folheto antes de começar a tomar este medicamento pois
contém informação importante para si.
- Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente.
- Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
- Este medicamento foi receitado apenas para si. Não deve dá-lo a outros. O
medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sinais de
doença.
- Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não
indicados neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico. Ver secção 4.
O que contém este folheto:
1. O que é Topiramato Stada e para que é utilizado
2. O que precisa de saber antes de tomar Topiramato Stada
3. Como tomar Topiramato Stada
4. Efeitos secundários possíveis
5. Como conservar Topiramato Stada
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
O que é Topiramato Stada e para que é utilizado
Topiramato Stada pertence a um grupo de medicamentos denominado “medicamentos
antiepiléticos”. É utilizado em:
- monoterapia no tratamento de convulsões em adultos e crianças com idade superior a 6
anos;
- no tratamento de convulsões em adultos e crianças, de idade igual ou superior a 2
anos, juntamente com outros medicamentos;
- para prevenir enxaquecas em adultos.
O que precisa de saber antes de tomar Topiramato Stada
Não tome Topiramato Stada
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- se tem alergia (hipersensibilidade) ao topiramato ou a qualquer outro componente
deste medicamento (indicados na secção 6);
- na prevenção da enxaqueca, se está grávida ou poderá ficar mas não está a utilizar
contraceção eficaz (para mais informações, ver secção “Gravidez, amamentação e
fertilidade”).
Se não tem certeza se as situações acima se aplicam a si, consulte o seu médico ou
farmacêutico antes de tomar Topiramato Stada.
Advertências e precauções
Fale com o seu médico ou farmacêutico antes de tomar Topiramato Stada se:
- tem problemas de rins, especialmente pedras nos rins ou se faz diálise;
- tem historial de alterações sanguíneas e de fluido corporal (acidose metabólica);
- tem problemas de fígado;
- tem problemas nos olhos, especialmente glaucoma;
- tem problemas de crescimento;
- está a efetuar uma dieta rica em gorduras (dieta cetogénica);
- está grávida ou pode engravidar (ver secção “Gravidez, amamentação e fertilidade”
para mais informações).
Se não tem a certeza se algum dos pontos acima mencionados se aplica a si, consulte o
seu médico ou farmacêutico antes de tomar Topiramato Stada.
É importante que não pare de tomar o seu medicamento sem consultar primeiro o seu
médico.
Deve de igual modo falar primeiro com o seu médico antes de tomar qualquer
medicamento contendo topiramato que lhe seja dado em alternativa ao Topiramato
Stada.
Pode vir a perder peso ao tomar Topiramato Stada, por isso, o seu peso deve ser
verificado regularmente enquanto estiver a tomar este medicamento. Se ao tomar este
medicamento estiver a perder demasiado peso ou se a criança não estiver a ganhar peso
suficiente, consulte o seu médico.
Um pequeno número de pessoas que iniciaram tratamento com medicamentos
antiepiléticos como o Topiramato Stada, apresentaram pensamentos de autoagressão e
suicídio. Se a qualquer momento tiver estes pensamentos deve consultar imediatamente
o seu médico.
Outros medicamentos e Topiramato Stada
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar, tiver tomado recentemente, ou
se vier a tomar outros medicamentos. Topiramato Stada e alguns medicamentos podem
interagir entre si. Por vezes, a dose de Topiramato Stada ou de outro medicamento que
está a tomar, poderá ter de ser ajustada.
Diga ao seu médico ou farmacêutico se está especialmente a tomar:
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outros medicamentos que podem comprometer ou reduzir o seu pensamento,
concentração ou coordenação muscular (isto é, medicamentos depressores do sistema
nervoso central, tais como relaxantes musculares e sedativos);
pílulas contracetivas. Topiramato Stada pode diminuir a eficácia da sua pílula.
Consulte o seu médico caso tenha alterações na sua hemorragia menstrual enquanto
estiver a tomar a pílula contracetiva e Topiramato Stada.
Guarde consigo uma lista de todos os medicamentos que toma. Mostre essa lista ao seu
médico ou farmacêutico antes de tomar Topiramato Stada.
Outros medicamentos que deverá informar o seu médico ou farmacêutico incluem
medicamentos antiepiléticos, risperidona, lítio, hidroclorotiazida, metformina,
pioglitazona, gliburida, amitriptilina, propanolol, diltiazem, venlafaxina, flunarizina,
hipericão (Hypericum perforatum) (uma preparação à base de plantas usada para tratar a
depressão).
Se não tem a certeza se algum dos pontos acima mencionados se aplica a si, consulte o
seu médico ou farmacêutico antes de tomar Topiramato Stada.
Topiramato Stada com alimentos e bebidas
Pode tomar Topiramato Stada com ou sem alimentos. Durante o tratamento com
Topiramato Stada beba uma grande quantidade de líquidos durante o dia para prevenir
pedras nos rins enquanto estiver a tomar Topiramato Stada. Deve evitar beber álcool
enquanto estiver a tomar Topiramato Stada.
Gravidez, amamentação e fertilidade
Se está grávida ou a amamentar, se pensa estar grávida ou planeia engravidar, consulte o
seu médico antes de tomar este medicamento.
O seu médico decidirá se pode tomar Topiramato Stada. Tal como outros medicamentos
antiepiléticos, existe um risco de causar dano ao feto se Topiramato Stada for tomado
durante a gravidez.
Certifique-se que está bem informada acerca dos riscos e benefícios de tomar
Topiramato Stada para a epilepsia durante a gravidez.
Não deve tomar Topiramato Stada para a prevenção da enxaqueca se está grávida ou
pode estar grávida e não está a utilizar contraceção eficaz.
As mães que amamentam enquanto estão a tomar Topiramato Stada devem dizer ao seu
médico, o mais rapidamente possível, se notarem algo fora do normal com a criança.
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar este medicamento.
Condução de veículos e utilização de máquinas
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Durante o tratamento com Topiramato Stada podem ocorrer tonturas, cansaço e
problemas na visão. Não conduza ou utilize ferramentas ou máquinas sem consultar o
seu médico primeiro.
Topiramato Stada contém lactose
Se foi informado pelo seu médico que tem intolerância a alguns açúcares, contacte-o
antes de tomar este medicamento.
Como tomar Topiramato Stada
Tome este medicamento exatamente como indicado pelo seu médico. Fale com o seu
médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.
O seu médico irá normalmente iniciar o seu tratamento com uma dose mais baixa de
Topiramato Stada que depois é aumentada lentamente, até atingir a dose mais adequada
para si.
Os comprimidos de Topiramato Stada devem ser engolidos inteiros. Evite mastigar os
comprimidos uma vez que podem ter um sabor amargo.
Topiramato Stada pode ser tomado antes, durante ou após a refeição. Enquanto estiver
a tomar Topiramato Stada beba muitos líquidos durante o dia para prevenir pedras nos
rins.
Se tomar mais Topiramato Stada do que deveria
Consulte o seu médico imediatamente. Leve consigo a embalagem.
Pode sentir sonolência, cansaço ou ficar menos alerta; sentir falta de coordenação; ter
dificuldade em falar ou em concentrar-se; ter visão dupla ou turva; sentir-se tonto
devido a uma tensão arterial baixa; sentir-se depressivo ou agitado; ou ter dor
abdominal ou convulsões (ataques).
Pode ocorrer sobredosagem se estiver a tomar outros medicamentos em associação com
Topiramato Stada.
Caso se tenha esquecido de tomar Topiramato Stada
Se verificou que se esqueceu de tomar uma dose, tome essa dose assim que se lembrar.
Contudo, se está quase na hora da próxima dose, essa dose deve ser omitida e o
tratamento deverá continuar como habitualmente. Se foram omitidas duas ou mais
doses, contacte o seu médico.
Não tome uma dose a dobrar (duas doses ao mesmo tempo) para compensar uma dose
que se esqueceu de tomar.
Se parar de tomar Topiramato Stada
Não pare de tomar este medicamento a não ser que o seu médico o tenha indicado. Os
seus sintomas podem voltar. Se o seu médico decidir parar esta medicação, a dose deve
diminuir gradualmente durante alguns dias.
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Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico
ou farmacêutico.
Efeitos secundários possíveis
Como todos os medicamentos, este medicamento pode causar efeitos secundários,
embora estes não se manifestem em todas as pessoas.
Fale com o seu médico, ou procure assistência médica imediatamente se sentir os
seguintes efeitos secundários:
Muito frequentes (podem afetar mais de 1 em cada 10 pessoas)
- Depressão (aparecimento ou agravamento)
Frequentes (podem afetar até 1 em cada 10 pessoas)
- Convulsões (ataques)
- Ansiedade, irritabilidade, alterações de humor, confusão, desorientação
- Problemas em concentrar-se, raciocínio lento, perda de memória, problemas de
memória (aparecimento, alteração súbita ou aumento da gravidade)
- Cálculo(s) nos rins, urinar frequentemente ou dor ao urinar
Pouco frequentes (podem afetar até 1 em cada 100 pessoas)
- Aumento do nível de acidez no sangue (pode originar dificuldade em respirar que
inclui falta de ar, perda do apetite, náuseas, vómitos, cansaço excessivo e batimento
cardíaco rápido ou irregular)
- Diminuição ou perda da transpiração
- Ter pensamentos de autoagressão grave, tentativa de autoagressão
Raros (podem afetar até 1 em cada 1,000 pessoas)
- Glaucoma – bloqueio de líquido no olho originando um aumento da pressão no olho,
dor ou diminuição da visão
Podem ocorrer outros efeitos secundários; caso se tornem graves, fale com o seu médico
ou farmacêutico:
Muito frequentes (podem afetar mais do que 1 em cada 10 pessoas)
- Corrimento nasal, nariz entupido ou dor de garganta
- Formigueiro, dor e/ou entorpecimento de várias partes do corpo
- Sonolência, cansaço
- Tonturas
- Náuseas, diarreia
- Perda de peso
Frequentes (podem afetar até 1 em cada 10 pessoas)
- Anemia (baixa contagem de células sanguíneas)
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- Reação alérgica (tal como erupção na pele, vermelhidão, comichão, inchaço da face,
urticária)
- Perda de apetite, diminuição do apetite
- Agressão, agitação, fúria
- Dificuldade em adormecer ou permanecer a dormir
- Problemas na fala ou alterações da fala, fala arrastada
- Descoordenação, falta de coordenação, sensação de instabilidade ao andar
- Diminuição da capacidade de realizar tarefas rotineiras
- Diminuição, perda ou falta de paladar
- Tremor ou agitação involuntária; movimento rápido e involuntário dos olhos
- Perturbações visuais, tal como visão dupla, visão turva, diminuição da visão,
dificuldade em focar
- Sensação de rotação (vertigens), som agudo e constante no ouvido, dor de ouvidos
- Falta de ar
- Tosse
- Sangrar do nariz
- Febre, indisposição, fraqueza
- Vómitos, obstipação, dor ou desconforto abdominal, indigestão, infeção no estômago
ou intestinos
- Boca seca
- Queda de cabelo
- Comichão
- Dor ou inchaço nas articulações, espasmos ou contrações musculares, dor ou fraqueza
muscular, dor no peito
- Aumento de peso
Pouco frequentes (podem afetar até 1 em cada 100 pessoas)
- Diminuição das plaquetas (células sanguíneas que ajudam a parar uma hemorragia),
diminuição dos glóbulos brancos no sangue que ajudam a proteger contra uma infeção,
diminuição do nível de potássio no sangue
- Aumento das enzimas do fígado, aumento dos eosinófilos (um tipo de glóbulos
brancos) no sangue
- Glândulas do pescoço, axilas e virilhas inchadas
- Aumento do apetite
- Humor exaltado
- Ouvir, ver ou sentir coisas que não existem, perturbação mental grave (psicose)
- Não sentir ou não demonstrar emoção, desconfiança fora do normal, ataque de pânico
- Problemas de leitura, alterações da fala, problemas em escrever à mão
- Inquietação, hiperatividade
- Raciocínio lento, diminuição do estado de vigília e de alerta
- Movimentos corporais reduzidos ou lentos, movimentos musculares involuntários
anormais e repetitivos
- Desmaio
- Sensação anormal ao toque; sentido do tato comprometido
- Olfato comprometido, ausência ou distorção do olfato
- Sentimento invulgar ou sensação que pode preceder uma enxaqueca ou um certo tipo
de convulsão
- Olho seco, sensibilidade dos olhos à luz, espasmos da pálpebra, olhos lacrimejantes
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- Diminuição ou perda de audição, perda de audição num ouvido
- Batimento cardíaco lento ou irregular, sentir o batimento do coração no peito
- Pressão arterial baixa, pressão arterial baixa ao levantar-se (consequentemente,
algumas pessoas a tomar Topiramato Stada podem sentir-se fracas, com tonturas, ou
desmaiar quando se levantam ou sentam repentinamente)
- Rubor, sentir-se quente
- Pancreatite (inflamação no pâncreas)
- Libertação excessiva de gases, azia, enfartamento ou inchaço abdominal
- Sangramento das gengivas, aumento da saliva, babar-se, mau hálito
- Excessiva ingestão de líquidos, sede
- Alteração da cor da pele
- Rigidez muscular, dor lateral
- Sangue na urina, incontinência (falta de controlo) de urina, desejo urgente de urinar,
dor no flanco ou nos rins
- Dificuldade em ter ou manter uma ereção, disfunção sexual
- Sintomas gripais
- Dedos das mãos e dos pés frios
- Sentir-se bêbedo
- Incapacidade de aprender
Raros (podem afetar até 1 em cada 1,000 pessoas)
- Exaltação fora do normal
- Perda de consciência
- Cegueira em um dos olhos, cegueira temporária, cegueira noturna
- Olho preguiçoso
- Inchaço nos olhos e à volta dos olhos
- Entorpecimento, formigueiro e alteração da cor (branco, azul e depois vermelho) nos
dedos das mãos e dos pés quando expostos ao frio
- Inflamação do fígado, insuficiência hepática
- Síndrome de Stevens-Johnson, uma condição potencialmente fatal que pode apresentar
feridas em vários locais das mucosas (tal como boca, nariz, e olhos), erupção na pele, e
bolhas
- Odor anormal da pele
- Desconforto nos braços ou pernas
- Alterações nos rins
Desconhecida (a frequência não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis)
- Maculopatia, uma doença da mácula, pequeno ponto na retina onde a visão é mais
nítida. Deve consultar o seu médico se notar alteração ou diminuição da sua visão.
- Necrólise epidérmica tóxica, uma condição fatal relacionada com, e mais grave que o
Síndrome de Stevens-Johnson, caracterizada por bolhas generalizadas e descamação das
camadas externas da pele (ver efeitos secundários raros).
Crianças e adolescentes
Os efeitos secundários em crianças são geralmente semelhantes aos observados nos
adultos. No entanto, alguns efeitos secundários são observados mais frequentemente em
crianças e/ou podem ser mais graves em crianças do que nos adultos. Os efeitos
secundários que podem ser mais graves incluem diminuição ou perda da transpiração e
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aumento do nível de acidez no sangue. Os efeitos secundários que podem ocorrer mais
frequentemente em crianças incluem doenças do aparelho respiratório superior.
Comunicação de efeitos secundários
Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não
indicados neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico. Também poderá
comunicar efeitos secundários diretamente ao INFARMED, I.P. através dos contactos
abaixo. Ao comunicar efeitos secundários, estará a ajudar a fornecer mais informações
sobre a segurança deste medicamento.
INFARMED, I.P.
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)
Fax: +351 21 798 73 97
Sítio da Internet: http://extranet.infarmed.pt/page.seram.frontoffice.seramhomepage
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
Como conservar Topiramato Stada
Manter este medicamento fora da vista e do alcance das crianças.
Não utilize este medicamento após o prazo de validade impresso na embalagem
exterior, após “VAL”. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado.
Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte
ao seu farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas
ajudarão a proteger o ambiente.
Conteúdo da embalagem e outras informações
Qual a composição de Topiramato Stada
- A substância ativa é o topiramato. Cada comprimido revestido por película de
Topiramato Stada contém 25 mg, 50 mg, 100 mg ou 200 mg de topiramato.
- Os outros componentes são
- lactose mono-hidratada
- amido pré-gelificado
- amido parcialmente pré-gelificado
- celulose microcristalina
- carboximetilamido sódico
- estearato de magnésio
- hipromelose
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- polisorbato 80
- talco
- dióxido de titânio (E 171)
- óxido de ferro amarelo (E 172), para o Topiramato Stada 50 mg e 100 mg
- óxido de ferro vermelho (E172)
Qual o aspeto de Topiramato Stada e conteúdo da embalagem
Topiramato Stada encontra-se disponível na forma de comprimidos revestidos contendo
20 e 60 comprimidos a 25 mg, 50 mg, 100 mg e 200 mg:
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
Topiramato Stada 25 mg:
comprimidos revestidos, brancos, redondos, com
gravação TO numa das faces e 25 na outra.
Topiramato Stada 50 mg:
comprimidos revestidos amarelo claro, redondos, com
gravação TO numa das faces e 50 na outra.
Topiramato Stada 100 mg:
comprimidos revestidos amarelos, redondos, com
gravação TO numa das faces e 100 na outra.
Topiramato Stada 200 mg:
comprimidos revestidos, salmão, redondos, com gravação
TO numa das faces e 200 na outra.
Titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricantes
Titular da Autorização de Introdução no Mercado
Stada, Lda.
Quinta da Fonte - Edifício D. Amélia, Piso 1, Ala B
2770-229 Paço de Arcos
Portugal
Fabricantes
Teva Operations Poland Sp. z.o.o. (Fab. Krakow)
ul. Mogilska, 80
31-546 Cracóvia
Polónia
Pliva Hrvatska d.o.o. (Fab. Zagreb)
Prilaz Baruna Filipovica
25 10000 Zagreb
Croácia
Este folheto foi revisto pela última vez em
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
NOME DO MEDICAMENTO
Topiramato Stada 25 mg comprimidos revestidos por película
Topiramato Stada 50 mg comprimidos revestidos por película
Topiramato Stada 100 mg comprimidos revestidos por película
Topiramato Stada 200 mg comprimidos revestidos por película
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
um comprimido contém 25 mg de topiramato.
um comprimido contém 50 mg de topiramato.
um comprimido contém 100 mg de topiramato.
um comprimido contém 200 mg de topiramato.
Excipientes com efeito conhecido:
Topiramato Stada, 25 mg, Comprimido revestido por película
Cada comprimido contém 23 mg de lactose.
Topiramato Stada, 50 mg, Comprimido revestido por película
Cada comprimido contém 46 mg de lactose.
Topiramato Stada, 100 mg, Comprimido revestido por película
Cada comprimido contém 92 mg de lactose.
Topiramato Stada, 200 mg, Comprimido revestido por película
Cada comprimido contém 184 mg de lactose.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Comprimido revestido por película.
Topiramato Stada 25 mg:
comprimidos revestidos, brancos, redondos, com gravação TO
numa das faces e 25 na outra.
Topiramato Stada 50 mg:
comprimidos revestidos amarelo claro, redondos, com gravação
TO numa das faces e 50 na outra.
Topiramato Stada 100 mg:
comprimidos revestidos amarelos, redondos, com gravação TO
numa das faces e 100 na outra.
Topiramato Stada 200 mg:
comprimidos revestidos, salmão, redondos, com gravação TO
numa das faces e 200 na outra.
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4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1. Indicações terapêuticas
Em monoterapia em doentes adultos, adolescentes e crianças de idade superior a 6 anos, com
crises parciais com ou sem generalização secundária e crises tónico-clónicas primárias
generalizadas.
Terapêutica adjuvante em crianças de idade igual ou superior a 2 anos, adolescentes e adultos
com crises parciais com ou sem generalização secundária ou crises tónico-clónicas primárias
generalizadas e para o tratamento de crises associadas à síndrome de Lennox-Gastaut.
O topiramato é indicado para a profilaxia da enxaqueca em adultos, após avaliação cuidadosa
de possíveis opções alternativas de tratamento. O topiramato não é indicado para tratamento
agudo.
4.2. Posologia e modo de administração
Generalidades
Recomenda-se que a terapêutica seja iniciada com uma dose baixa seguida de uma titulação,
até ser alcançada uma dose eficaz. A dose e a taxa de titulação devem ser efetuadas de acordo
com o resultado clínico.
Topiramato Stada está disponível em comprimidos revestidos por película e cápsulas. Não se
recomenda o fracionamento dos comprimidos revestidos por película. As cápsulas destinam-
se a ser administradas a doentes que não possam engolir os comprimidos, por exemplo
crianças e idosos.
Não é necessário monitorizar as concentrações plasmáticas de topiramato para otimizar a
terapêutica com Topiramato Stada. Em ocasiões raras, a associação de topiramato à fenitoína
pode exigir um ajuste da dose de fenitoína para obter um resultado clínico favorável. A
associação ou interrupção de fenitoína e carbamazepina em terapêutica adjuvante com
Topiramato Stada pode necessitar de ajuste da dose de Topiramato Stada.
Topiramato Stada pode ser tomado independentemente das refeições.
Em doentes com ou sem historial de convulsões ou epilepsia, fármacos antiepiléticos
incluindo o topiramato devem ser interrompidos gradualmente para minimizar o potencial de
convulsões ou aumento da frequência destas. Em ensaios clínicos, as dosagens diárias foram
diminuídas em intervalos semanais de 50-100 mg em adultos com epilepsia e 25-50 mg em
adultos a receber topiramato com doses até 100 mg/dia para a profilaxia da enxaqueca. Em
ensaios clínicos em pediatria, o topiramato foi gradualmente descontinuado durante um
período de 2 a 8 semanas.
Monoterapia em epilepsia
Generalidades
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Quando se suspende a administração concomitante de medicamentos antiepiléticos de forma a
possibilitar a monoterapia com topiramato, deverão ser considerados os efeitos que poderão
ocorrer no controlo das convulsões. A menos que aspetos de segurança exijam uma
interrupção abrupta dos antiepiléticos administrados concomitantemente, é recomendada uma
redução gradual, de aproximadamente um terço do antiepilético administrado em simultâneo,
de duas em duas semanas.
Quando se suspendem medicamentos indutores enzimáticos, os níveis de topiramato
aumentam. Se for clinicamente indicado, pode ser necessária uma diminuição na posologia de
Topiramato Stada.
Adultos
Quer a dose, quer a titulação devem ser avaliadas através da resposta clínica. A titulação deve
ser iniciada com 25 mg, administrados à noite, durante uma semana. A dosagem pode ser
aumentada em 25 ou 50 mg/dia, com intervalos de 1 ou 2 semanas, administrados em duas
doses divididas. Se o doente não tolerar o regime de titulação, podem ser efetuados
incrementos menores ou intervalos maiores entre cada aumento de dose.
A dose inicial recomendada para monoterapia com topiramato, em adultos, é de 100 mg/dia a
200 mg/dia, administrada em duas doses divididas. A dose máxima diária recomendada é de
500 mg/dia, também administrada em duas doses divididas. Alguns doentes com formas
refratárias de epilepsia toleraram 1000 mg/dia de topiramato, em monoterapia. Estas
recomendações posológicas aplicam-se a todos os adultos incluindo idosos, na ausência de
doença renal subjacente.
População pediátrica (crianças com idade superior a 6 anos)
Quer a dose, quer a taxa de titulação em crianças devem ser avaliadas pelo resultado clínico.
O tratamento de crianças de idade superior a 6 anos deve ser iniciado com 0,5 a 1 mg/kg dia,
administrados à noite, durante a primeira semana. Esta dosagem pode ser aumentada em 0,5 a
1 mg/kg/dia, administrada em duas doses divididas, com intervalos de 1 ou 2 semanas. Se a
criança não é capaz de tolerar o regime de titulação, podem ser efetuados aumentos menores
ou intervalos maiores entre cada aumento de dose.
A dose inicial recomendada para a monoterapia com topiramato em crianças de idade superior
a 6 anos, é de 100 mg/dia dependendo do resultado clínico, (isto é, 2 mg/kg/dia em crianças
entre os 6 e os 16 anos de idade).
Terapêutica adjuvante da epilepsia (crises parciais com ou sem generalização secundária,
crises primárias generalizadas tónico-clónicas ou crises associadas ao síndrome de Lennox-
Gastaut)
Adultos
A terapêutica deve ser iniciada com 25 - 50 mg, administrados à noite, durante uma semana.
Embora esteja descrita, a utilização de doses iniciais mais baixas não foi estudada
sistematicamente. Posteriormente, a dose deve ser aumentada de 25 - 50 mg/dia, em
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intervalos de tempo semanais ou quinzenais, sendo a dose administrada em duas doses
divididas. Alguns doentes podem ser tratados com eficácia com uma dose única diária.
Em ensaios clínicos como terapêutica adjuvante, a dose de 200 mg foi a dose eficaz mais
baixa. A dose diária habitual é de 200 - 400 mg, em duas doses divididas.
Estas recomendações posológicas aplicam-se a todos os adultos incluindo idosos, na ausência
de doença renal subjacente (ver secção 4.4).
População pediátrica (crianças de idade igual ou superior a 2 anos)
A dose total diária recomendada de Topiramato Stada como terapêutica adjuvante é de
aproximadamente 5 a 9 mg/kg/dia, em duas doses divididas. A titulação deve ser iniciada com
25 mg (ou menos, com base na variação de 1 a 3 mg/kg/dia) administrados à noite, durante a
primeira semana. A dosagem deve ser aumentada semanalmente ou quinzenalmente, com
aumentos de 1 a 3 mg/kg/dia (administrados em duas doses divididas), para obter uma
resposta clínica ótima.
Doses diárias até 30 mg/kg/dia foram estudadas e foram geralmente bem toleradas.
Enxaqueca
Adultos
A dose total diária de topiramato recomendada para tratamento profilático da enxaqueca é de
100 mg/dia, administrados em duas doses divididas. A titulação deve ser iniciada com 25 mg,
administrados à noite, durante 1 semana. A dosagem deve ser então aumentada em 25 mg
diários, com intervalos de uma semana. Se o doente não suportar o regime de titulação,
podem ser considerados intervalos maiores entre os ajustes de dose.
Alguns doentes podem sentir melhorias com uma dose diária total de 50 mg/dia. Os doentes
tomaram uma dose total diária até 200 mg/dia. Esta dose pode ter benefícios em alguns
doentes, no entanto, é aconselhada precaução devido ao aumento da incidência de efeitos
indesejáveis.
População pediátrica
Topiramato Stada não é recomendado no tratamento ou prevenção da enxaqueca em crianças
devido a dados insuficientes sobre segurança e eficácia.
Recomendações gerais de posologia para Topiramato Stada em populações especiais de
doentes
Compromisso renal
O topiramato deve ser administrado com precaução em doentes com compromisso renal
(CLcr
70 ml/min), uma vez que a depuração plasmática e renal do topiramato estão
diminuídas. Indivíduos com compromisso renal conhecido podem necessitar de mais tempo
para atingir o estado estacionário em cada dose. É recomendada metade da dose inicial
habitualmente administrada e metade da dose de manutenção (ver secção 5.2).
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Em doentes com insuficiência renal em estadio final, uma vez que o topiramato é removido
do plasma por hemodiálise, deve ser administrado, nos dias em que a hemodiálise é efetuada,
uma dose suplementar de Topiramato Stada igual ou aproximadamente igual a metade da
dose habitualmente administrada de Topiramato Stada. A dose suplementar deve ser
administrada em doses divididas no início e no fim do procedimento de hemodiálise. Esta
dose suplementar pode variar de acordo com o tipo de equipamento de diálise utilizado (ver
secção 5.2).
Compromisso hepático
Em doentes com compromisso hepático moderado a grave, o topiramato deve ser
administrado com precaução uma vez que a depuração do topiramato está diminuída.
Idosos
Não é necessário ajuste de dose em doentes idosos desde que a sua função renal esteja intacta.
4.3. Contraindicações
Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes mencionados na
secção 6.1.
Na profilaxia da enxaqueca em mulheres durante a gravidez e em idade fértil se não estiverem
a utilizar métodos contracetivos eficazes.
4.4. Advertências e precauções especiais de utilização
Nas situações em que a interrupção rápida de topiramato seja clinicamente necessária, é
recomendada uma monitorização adequada (ver secção 4.2 para mais informações).
Assim como com outros fármacos antiepiléticos, alguns doentes podem ter um aumento na
frequência das crises ou de início de novos tipos de crises com topiramato. Este fenómeno
pode ser a consequência de uma sobredosagem, de uma diminuição das concentrações
plasmáticas de antiepiléticos em utilização concomitante, da progressão da doença ou um
efeito paradoxal.
Uma adequada hidratação durante o tratamento com topiramato é muito importante. A
hidratação pode reduzir o risco de nefrolitíase (ver abaixo). Uma adequada hidratação, antes e
durante atividades como o exercício físico ou a exposição a temperaturas elevadas, pode
reduzir o risco de acontecimentos de reações adversas relacionadas com o calor (ver secção
4.8).
Oligohidrose
A oligohidrose (diminuição da transpiração) tem sido notificada em associação com o uso de
topiramato. A diminuição da transpiração e a hipertermia (aumento da temperatura corporal)
podem ocorrer especialmente em crianças expostas a uma temperatura ambiente elevada.
APROVADO EM
07-04-2017
INFARMED
Perturbações do humor/depressão
Foi observado um aumento de incidência de perturbações do humor e depressão durante o
tratamento com topiramato.
Suicídio/ideação suicida
Foram notificados casos de ideação e comportamento suicida em doentes tratados com
medicamentos antiepiléticos, em várias indicações terapêuticas. Uma meta-análise de ensaios
aleatorizados de medicamentos antiepiléticos, contra placebo, mostrou também um pequeno
aumento do risco de ideação e comportamento suicida. Não é ainda conhecido o mecanismo
que explica esse risco e os dados disponíveis não excluem a possibilidade de um aumento do
risco para o topiramato.
Em ensaios clínicos em dupla ocultação, os acontecimentos relacionados com suicídio (ARS)
(ideação suicida, tentativa de suicídio e suicídio) ocorreram com frequências de 0,5% em
doentes tratados com topiramato (46 de 8652 doentes tratados) e com uma incidência quase
três vezes superior aos doentes tratados com placebo (0,2%; 8 dos 4045 doentes tratados).
Como tal, os doentes devem ser monitorizados quanto aos sinais de ideação e comportamento
suicida, devendo ser considerada a necessidade de tratamento mais adequado. Os doentes (e
os prestadores de cuidados de saúde aos doentes) devem ser aconselhados a contactar o
médico assim que surjam sinais de ideação e comportamento suicida.
Nefrolitíase
Em alguns doentes, especialmente naqueles com predisposição para nefrolitíase, o risco de
formação de cálculos renais e de ocorrência de sinais e sintomas associados, tais como, cólica
renal, dor renal (lombar) ou dor nos flancos, pode ser superior.
Os fatores de risco para nefrolitíase incluem a formação prévia de cálculos, antecedentes
familiares de nefrolitíase e hipercalciúria. Nenhum destes fatores de risco permite prever de
forma fidedigna a formação de cálculos durante o tratamento com topiramato. Além disso, os
doentes em tratamento com outros medicamentos associados ao risco de nefrolitíase podem
estar sujeitos a um maior risco.
Função renal diminuída
Em doentes com alteração da função renal (CLcr
70 ml/min), o topiramato deve ser
administrado com precaução uma vez que a depuração plasmática e renal estão diminuídas.
Para recomendações específicas de posologia em doentes com função renal diminuída, ver
secção 4.2, Compromisso renal.
Função hepática diminuída
Em doentes com alteração da função hepática, recomenda-se precaução na administração de
topiramato, pois pode estar reduzida a depuração deste fármaco.
Miopia aguda e glaucoma secundário de ângulo fechado
APROVADO EM
07-04-2017
INFARMED
Uma síndrome consistindo em miopia aguda e glaucoma secundário de ângulo fechado foi
notificada em doentes tratados com topiramato. Os sintomas incluem início agudo de
diminuição da acuidade visual e/ou dor ocular. Os resultados oculares incluem miopia, edema
da câmara anterior, hiperemia ocular (vermelhidão) e aumento da pressão intraocular. A
midríase pode estar ou não presente. Esta síndrome pode estar associada com derrame
supraciliar resultando no deslocamento anterior do cristalino e íris, com glaucoma secundário
de ângulo fechado. Os sintomas ocorrem tipicamente dentro de um mês do início da
terapêutica com topiramato. Em contraste com o glaucoma primário de ângulo fechado, que é
raro em indivíduos com menos de 40 anos de idade, o glaucoma secundário de ângulo
fechado associado ao topiramato foi notificado em doentes pediátricos, bem como em adultos.
O tratamento inclui a interrupção de topiramato, tão rapidamente quanto possível e de acordo
com a opinião do médico, e medidas adequadas para reduzir a pressão intraocular. Estas
medidas geralmente resultam na diminuição da pressão intraocular.
Uma pressão intraocular elevada de qualquer etiologia, se não for tratada, pode dar origem a
sequelas graves incluindo uma perda permanente da visão.
Deve ser efetuada uma avaliação do tratamento com topiramato em doentes com antecedentes
de perturbações visuais.
Acidose metabólica
A acidose metabólica hiperclorémica, “non-anion gap” (isto é, redução do bicarbonato sérico
abaixo dos níveis normais de referência, na ausência de alcalose respiratória), está associada
ao tratamento com topiramato. Esta redução do bicarbonato sérico deve-se ao efeito inibitório
do topiramato na anidrase carbónica renal. Geralmente, a redução de bicarbonato ocorre no
início do tratamento, podendo, no entanto, ocorrer em qualquer altura do tratamento. Estas
reduções de bicarbonato são ligeiras a moderadas (com reduções médias de 4 mmol/l para
doses de 100 mg/dia ou mais de topiramato, em adultos, e de aproximadamente 6 mg/Kg/dia,
em doentes pediátricos). Raramente, os doentes apresentaram redução para valores inferiores
a 10 mmol/l. Situações clínicas ou terapêuticas que predisponham a acidose, (tais como,
doenças renais, alterações respiratórias graves, estados epiléticos, diarreia, cirurgia, dieta
cetogénica ou alguns medicamentos), podem ter um efeito aditivo à redução de bicarbonato
provocada pelo topiramato.
A acidose metabólica crónica aumenta o risco de formação de cálculos renais e pode
potencialmente levar a osteopenia.
A acidose metabólica crónica, em doentes pediátricos, pode reduzir as taxas de crescimento.
O efeito do topiramato nas sequelas ósseas não foi estudado sistematicamente em populações
pediátricas ou adultas.
De acordo com a situação clínica inicial, uma avaliação adequada, incluindo níveis
plasmáticos de bicarbonato, é recomendada durante o tratamento com topiramato. Se estão
presentes sinais ou sintomas (por ex. respiração de Kussmaul, dispneia, anorexia, náuseas,
vómitos, cansaço excessivo, taquicardia ou arritmia), indicativos de acidose metabólica, é
recomendada a determinação de bicarbonato no soro. Se a acidose metabólica se desenvolver
e persistir, deve ser tida em consideração a redução da dose ou a interrupção do tratamento
com topiramato (através de uma diminuição gradual da dose).
APROVADO EM
07-04-2017
INFARMED
O topiramato deve ser utilizado com precaução em doentes cujas condições ou tratamentos
sejam um fator de risco para o aparecimento de acidose metabólica.
Alteração da função cognitiva
A alteração cognitiva na epilepsia é multifatorial e pode ser devida à etiologia subjacente,
devida à epilepsia ou devida ao tratamento antiepilético. Têm sido notificadas na literatura,
alterações da função cognitiva nos adultos a fazer terapêutica com topiramato que requereram
redução da dose ou interrupção do tratamento. Contudo, os resultados cognitivos de estudos
efetuados em crianças tratadas com topiramato foram insuficientes e o seu efeito a esse
respeito necessita ainda de ser elucidado.
Suplementação alimentar
Alguns doentes podem ter diminuição de peso durante o tratamento com o topiramato. É
recomendado que os doentes em tratamento com o topiramato sejam monitorizados para a
perda de peso. Deve ser considerada a administração de um suplemento alimentar ou aumento
da ingestão de alimentos em doentes que percam peso, durante a administração do topiramato.
Intolerância à lactose
Topiramato Stada contém lactose. Doentes com problemas hereditários raros de intolerância à
galactose, deficiência de lactase ou malabsorção de glucose-galactose não devem tomar este
medicamento
<A completar com as informações específicas do medicamento>
4.5. Interações medicamentosas e outras formas de interação
Efeitos de Topiramato Stada sobre outros medicamentos antiepiléticos
A associação de Topiramato Stada a outros medicamentos antiepiléticos (fenitoína,
carbamazepina, ácido valpróico, fenobarbital ou primidona) não afeta as suas concentrações
plasmáticas no estado estacionário, exceto em doentes ocasionais em que a associação de
Topiramato Stada à fenitoína pode provocar uma elevação das concentrações plasmáticas
desta. Isto deve-se possivelmente à inibição da isoforma duma enzima polimórfica específica
(CYP2C19). Consequentemente, em qualquer doente em tratamento com fenitoína que
apresente sinais ou sintomas clínicos de toxicidade, deve proceder-se à monitorização dos
níveis de fenitoína.
Um estudo de interação farmacocinética com doentes epiléticos indicou que a adição do
topiramato à lamotrigina não teve efeito nas concentrações plasmáticas no estado estacionário
desta, para doses de topiramato de 100 a 400 mg/dia. Para além disso, não houve alteração
das concentrações plasmáticas no estado estacionário de topiramato durante e após a
interrupção do tratamento com lamotrigina (dose média de 327 mg/dia).
APROVADO EM
07-04-2017
INFARMED
O topiramato inibe a enzima CYP2C19 e pode interferir com outras substâncias que são
metabolizadas por esta enzima (por exemplo: diazepam, imipramina, moclobemida,
proguanilo, omeprazol).
Efeitos de outros medicamentos antiepiléticos sobre Topiramato Stada
A fenitoína e a carbamazepina reduzem a concentração plasmática do topiramato. A
associação ou interrupção do tratamento com fenitoína ou carbamazepina, à terapêutica com
Topiramato Stada, pode requerer o ajuste posológico deste último. Estas alterações devem ser
efetuadas por avaliação do efeito clínico. A associação ou interrupção do tratamento com
ácido valpróico não produz alterações clinicamente significativas nas concentrações
plasmáticas de Topiramato Stada pelo que, neste caso, não é necessário proceder ao ajuste
posológico de Topiramato Stada. Os resultados destas interações estão resumidos no quadro
seguinte:
FAE coadministrado Concentração do FAE Concentração de Topiramato
Stada
Fenitoína
Carbamazepina (CBZ)
Ácido valpróico
Lamotrigina
Fenobarbital
Primidona
= Sem efeito sobre a concentração plasmática (alteração
15%)
= Aumento das concentrações plasmáticas em casos isolados
= Redução das concentrações plasmáticas
= Não estudado
= Fármaco antiepilético
Outras interações medicamentosas
Digoxina
Num estudo de dose única, a área sob a curva (AUC) da concentração plasmática da digoxina
sérica diminuiu 12% devido à administração concomitante de topiramato. Não foi
estabelecida a relevância clínica desta observação. Quando se adiciona ou retira Topiramato
Stada a doentes em que foi instituída uma terapêutica com digoxina, deve prestar-se especial
atenção à monitorização da digoxina sérica.
Depressores do Sistema Nervoso Central
A administração concomitante de topiramato e álcool ou outros medicamentos depressores do
Sistema Nervoso Central não foi avaliada em estudos clínicos. É recomendado que
Topiramato Stada não seja utilizado concomitantemente com álcool ou outros medicamentos
depressores do Sistema Nervoso Central.
Hipericão (Hypericum perforatum)
APROVADO EM
07-04-2017
INFARMED
Pode ser observada com a administração concomitante de topiramato e de hipericão, uma
diminuição das concentrações plasmáticas resultando numa perda de eficácia. O potencial de
interação não foi avaliado em estudos clínicos.
Contracetivos orais
Num estudo de interação farmacocinética, em voluntárias saudáveis, a administração
concomitante de um contracetivo oral, constituído por 1 mg de noretindrona (NET) e 35
g de
etinilestradiol (EE) e topiramato em doses de 50 a 200 mg/dia administrado na ausência de
outros fármacos, não foi associado a alterações estatisticamente significativas de exposição
média (AUC) de qualquer componente do contracetivo oral. Num outro estudo, a exposição
de etinilestradiol diminuiu de forma estatisticamente significativa, para doses de 200, 400 e
800 mg/dia de topiramato (18%, 21% e 30%, respetivamente), quando administrado como
terapêutica adjuvante a doentes epiléticos a tomar ácido valpróico. Em ambos os estudos, o
topiramato (em doses de 50-200 mg/dia em voluntários saudáveis e 200-800 mg/dia em
doentes epiléticos), não afetou significativamente a exposição da NET. Apesar de existir uma
diminuição da exposição ao EE, dependente da dose, para doses entre 200-800 mg/dia (em
doentes epiléticos), não se registou alteração dependente da dose significativa na exposição ao
EE, para doses entre 50-200 mg/dia (em voluntários saudáveis). O significado clínico das
alterações não é conhecido.
A possibilidade de diminuição da eficácia do contracetivo e do aumento da hemorragia de
privação devem ser tidas em consideração, para doentes a tomar contracetivos orais em
associação com Topiramato Stada. As doentes a tomar contracetivos, contendo estrogénio
devem comunicar ao médico quaisquer alterações nos respetivos padrões hemorrágicos. A
eficácia dos contracetivos pode diminuir mesmo na ausência de alteração dos padrões
hemorrágicos.
Lítio
Em voluntários saudáveis, foi observada uma redução (de 18% da AUC) na exposição
sistémica de lítio durante a administração concomitante de topiramato 200 mg/dia. Em
doentes com perturbação bipolar, a farmacocinética do lítio não foi afetada durante o
tratamento com topiramato 200 mg/dia.
No entanto, foi observado um aumento (de 26% da AUC) na exposição sistémica ao lítio,
após tratamento com topiramato em doses até 600 mg/dia. Os níveis de lítio devem ser
monitorizados quando coadministrado com topiramato.
Risperidona
Estudos de interação fármaco-fármaco, conduzidos em condições de dose única em
voluntários saudáveis e dose múltipla em doentes bipolares, obtiveram resultados
semelhantes. Quando administrada concomitantemente com topiramato em doses crescentes
de 100, 250 e 400 mg/dia, houve uma redução da exposição sistémica da risperidona (16% e
33% da AUC em estado estacionário para as doses de 250 e 400 mg/dia, respetivamente),
quando esta foi administrada em doses que variaram entre 1 e 6 mg/dia. Contudo, diferenças
na AUC da fração ativa total entre o tratamento com risperidona isolada e em associação com
topiramato não foram estatisticamente significativas. Na fração antipsicótica ativa total
(risperidona e 9-hidroxirisperidona) foram observadas alterações mínimas da farmacocinética,
não tendo sido observadas alterações para a 9-hidroxirisperidona isolada. Não foram
observadas alterações significativas na exposição sistémica da fração ativa total da
APROVADO EM
07-04-2017
INFARMED
risperidona ou do topiramato. Quando o topiramato foi adicionado ao tratamento já existente
com risperidona (1-6 mg/dia) foram notificados mais frequentemente acontecimentos
adversos do que antes da introdução (90% e 54% respetivamente) do topiramato (250-400
mg/dia).
Os acontecimentos adversos mais frequentemente notificados, quando o topiramato foi
adicionado ao tratamento com risperidona foram: sonolência (27% e 12%), parestesia (22% e
0%) e náuseas (18% e 9%, respetivamente).
Hidroclorotiazida (HCTZ)
Um estudo de interação fármaco-fármaco em voluntários saudáveis avaliou a farmacocinética
no estado estacionário da HCTZ (25 mg/24h) e do topiramato (96 mg de 12/12h), quando
administrados isolada ou concomitantemente. Os resultados do estudo indicam que a Cmáx de
topiramato aumentou 27% e a AUC aumentou 29%, quando a HCTZ foi adicionada ao
topiramato. É desconhecido o significado clínico desta alteração. A adição de HCTZ ao
tratamento com topiramato pode exigir um ajuste da dose de topiramato. A farmacocinética
do estado estacionário da HCTZ não foi significativamente alterada com a administração
concomitante de topiramato. Resultados laboratoriais indicaram uma redução do potássio
sérico após a administração de topiramato e HCTZ. Esta redução é mais acentuada quando a
administração de topiramato e HCTZ é concomitante.
Metformina
Foi realizado um estudo de interação fármaco-fármaco, em voluntários saudáveis, para avaliar
a farmacocinética no estado estacionário da metformina e do topiramato no plasma, quando a
metformina era administrada isoladamente e concomitantemente com topiramato. Os
resultados deste estudo mostraram que a média da Cmáx e da AUC 0-12h da metformina
aumentaram em 18% e 25% respetivamente, enquanto que a CL/F média reduziu 20%,
quando a metformina e o topiramato eram administrados simultaneamente. O topiramato não
afetou a Tmáx da metformina. Não é claro o significado clínico do efeito do topiramato na
farmacocinética da metformina. A depuração plasmática do topiramato oral parece ser
reduzida quando administrada com a metformina. Desconhece-se a extensão do efeito na
depuração. Desconhece-se o significado clínico do efeito da metformina na farmacocinética
do topiramato.
Quando Topiramato Stada é associado ou retirado em doentes a receberem tratamento com
metformina deverá haver precaução em relação à monitorização de rotina, para o controlo
adequado da diabetes.
Pioglitazona
Um estudo de interação fármaco-fármaco em voluntários saudáveis avaliou a farmacocinética
no estado estacionário do topiramato e da pioglitazona, quando administrados isolados ou
concomitantemente. Foi observada uma redução de 15% da AUC
,ss da pioglitazona, sem
alteração da Cmáx,ss. Este resultado não foi estatisticamente significativo. Por outro lado, foi
observada uma diminuição do hidroxi-metabolito de 13% e 16% na Cmáx,ss e AUC
,ss,
respetivamente, assim como uma diminuição de 60% na Cmáx e AUC
,ss do ceto-metabolito
ativo. É desconhecido o significado clínico destes resultados. Quando Topiramato Stada é
administrado em simultâneo com a pioglitazona ou vice-versa, deve dar-se especial atenção à
monitorização de rotina, para o controlo adequado da diabetes.
APROVADO EM
07-04-2017
INFARMED
Gliburida
Um estudo de interação fármaco-fármaco em doentes com diabetes tipo II avaliou a
farmacocinética no estado estacionário da gliburida (5 mg/dia) e do topiramato (150 mg/dia),
quando administrados isolados ou concomitantemente. Observou-se uma diminuição de 25%
na AUC24 da gliburida, quando administrada com topiramato. A exposição sistémica dos
metabolitos ativos, 4-trans-hidroxigliburida (M1) e 3-cis-hidroxi-gliburida (M2), reduziu 13%
e 15% respetivamente. A farmacocinética no estado estacionário do topiramato não foi
afetada pela administração concomitante da gliburida.
Quando o topiramato é administrado em simultâneo com a gliburida ou vice-versa, deve dar-
se especial atenção à monitorização de rotina para o controlo adequado da diabetes.
Outras formas de interação
Substâncias que predispõem para nefrolitíase
Quando utilizado concomitantemente com outras substâncias que possam predispor para
nefrolitíase, Topiramato Stada pode aumentar o risco de nefrolitíase. Durante o tratamento
com Topiramato Stada devem ser evitadas estas substâncias, dado que podem criar um
ambiente fisiológico que aumente o risco de formação de cálculos renais.
Ácido valpróico
A administração concomitante do topiramato e ácido valpróico está associada a
hiperamonemia com ou sem encefalopatia em doentes que toleraram estes medicamentos
quando administrados isoladamente. Na maioria dos casos, os sinais e sintomas desaparecem
com a interrupção dos dois medicamentos. Esta reação adversa não é devida a uma interação
farmacocinética. Não foi estabelecida a associação da hiperamonemia com a terapêutica do
topiramato em monoterapia ou concomitante com outro antiepilético.
A hipotermia, definida como uma descida não intencional da temperatura corporal a <35ºC
foi notificada em associação com a utilização concomitante de topiramato e ácido valpróico
(AVP) ambos em conjugação com hiperamonemia e na ausência de hiperamonemia. Este
acontecimento adverso pode ocorrer após o início do tratamento com topiramato ou após o
aumento da dose diária de topiramato, em doentes que utilizam concomitantemente
topiramato e ácido valpróico.
Outros estudos farmacocinéticos sobre interações medicamentosas
Têm sido conduzidos estudos clínicos para avaliar o potencial farmacocinético da interação
medicamentosa entre o topiramato e outros medicamentos. As alterações na Cmáx ou na
AUC, como resultado de interações, estão resumidas abaixo. A segunda coluna (concentração
do medicamento concomitante) descreve o que acontece à concentração do medicamento
concomitante que se encontra na primeira coluna, com o topiramato. A terceira coluna
(concentração do topiramato) descreve como a administração concomitante do fármaco da
primeira coluna irá modificar a concentração do topiramato.
Resumo dos Resultados de Outros Estudos Farmacocinéticos sobre Interações
APROVADO EM
07-04-2017
INFARMED
Medicamentosas
Medicamento
concomitante
Concentração concomitante
do medicamentoa
Concentração do
topiramatoa
Amitriptilina
aumento de 20% na Cmáx
e AUC no metabolito da
nortriptilina
Dihidroergotamina
(oral e subcutâneo)
Haloperidol
aumento de 31% na AUC
do metabolito reduzido
Propranolol
aumento de 17% na Cmáx
para o 4-OH propranolol
(TPM 50 mg de 12/12h)
Aumento de 9% e 16% na
Cmáx,
aumento de 9%-17% na
AUC (40 e 80 mg
propranolol de 12/12h,
respetivamente)
Sumatriptano (oral e
subcutâneo)
Pizotifeno
Diltiazem
Diminuição de 25% na AUC
do diltiazem e diminuição de
18% da DEA, e
para o
DEM*
Aumento de 20% na AUC
Venlafaxina
Flunarizina
Aumento de 16% na AUC
(TPM 50 mg de 12/12h)b
a Valores em % relativamente à alteração na média da Cmáx ou da AUC
relativamente à monoterapia.
= Sem efeitos na Cmáx e na AUC (
15% de alteração) do composto precursor
NE = Não estudado
*DEA = des-acetilo diltiazem, DEM = N-dimetilo diltiazem
b Flunarizina: aumento de 14% na AUC em indivíduos que tomam apenas
flunarizina. Um aumento na exposição pode estar associado a uma acumulação
durante o estabelecimento do estado estacionário.
4.6. Fertilidade, gravidez e aleitamento
O topiramato é teratogénico em ratinhos, ratos e coelhos. Em ratos, o topiramato atravessa a
barreira placentária.
Dados obtidos a partir de registos de gravidez no Reino Unido e no grupo de Medicamentos
Antiepiléticos Norte Americanos (NAAED) indicam que os lactentes expostos ao topiramato
em monoterapia durante o primeiro trimestre de gravidez apresentam risco aumentado de
malformações congénitas (ex. defeitos craniofaciais, como por exemplo fissuras no
lábio/palato, hipospadias e anomalias envolvendo vários sistemas corporais). Os dados dos
registos de gravidez obtidos a partir do NAAED com topiramato em monoterapia
demonstraram uma incidência de malformações congénitas maiores aproximadamente 3 vezes
superior, quando comparado com um grupo de referência que não esteja a tomar fármacos
APROVADO EM
07-04-2017
INFARMED
antiepiléticos. Adicionalmente, houve uma maior prevalência de baixo peso no recém-nascido
aquando do nascimento (<2500 gramas) após tratamento com topiramato comparativamente
com o grupo de referência.
Para além disso, os dados obtidos a partir destes registos e de outros estudos indicam que,
comparativamente com a monoterapia, o tratamento com fármacos antiepiléticos em
politerapia está associado a um maior risco de acontecimentos teratogénicos.
É recomendado que as mulheres em risco de engravidar utilizem um método contracetivo
adequado e considerem opções terapêuticas alternativas.
Estudos em animais demonstraram a excreção do topiramato no leite. A excreção do
topiramato no leite humano não foi avaliada em estudos controlados. Um número limitado de
observações em doentes sugere uma excreção extensa do topiramato no leite materno. Uma
vez que existem inúmeros medicamentos excretados no leite materno, deve ser tomada uma
decisão quanto à interrupção do aleitamento ou do tratamento com topiramato, tendo em
consideração a importância do medicamento para a mãe (ver secção 4.4).
Indicação na epilepsia
Durante a gravidez, o topiramato deve ser prescrito após a mulher ser informada dos riscos
conhecidos da epilepsia não controlada na gravidez e dos potenciais riscos do medicamento
para o feto.
Indicação na profilaxia da enxaqueca
O topiramato é contraindicado na gravidez e em mulheres em idade fértil que não estão a
utilizar um método contracetivo eficaz (ver secções 4.3 e 4.5).
4.7. Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Os efeitos de Topiramato Stada sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas são
reduzidos ou moderados. O topiramato atua sobre o Sistema Nervoso Central e pode provocar
sonolência, tonturas ou outros sintomas relacionados. Pode causar também perturbações
visuais e/ou visão turva. Estas reações adversas podem ser potencialmente perigosas em
doentes que conduzam veículos ou utilizem máquinas, particularmente até ser estabelecida a
experiência individual do doente com o medicamento.
4.8. Efeitos indesejáveis
A segurança do topiramato foi avaliada através de uma base de dados de estudos clínicos com
4.111 doentes (3.182 com topiramato e 929 com placebo) que participaram em 20 estudos em
dupla ocultação e 2.847 doentes que participaram em 34 estudos abertos, respetivamente, para
o topiramato como terapêutica adjuvante nas crises primárias generalizadas tónico-clónicas,
crises parciais, crises associadas à síndrome de Lennox-Gastaut, monoterapia para uma
epilepsia nova ou diagnosticada recentemente ou para a profilaxia da enxaqueca. A maioria
das reações adversas medicamentosas foi ligeira a moderada no que diz respeito à sua
gravidade. Estas reações adversas medicamentosas, identificadas nos ensaios clínicos e na
APROVADO EM
07-04-2017
INFARMED
fase de pós-comercialização (indicado por **), encontram-se descritas na tabela 1 abaixo de
acordo com a sua incidência. As frequências atribuídas estão organizadas da seguinte forma:
Muito frequentes
1/10
Frequentes
1/100 e <1/10
Pouco frequentes
1/1.000 e <1/100
Raros
1/10.000 e <1/1.000
Muito raros < 1/10 000
Desconhecido não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis.
As reações adversas medicamentosas (RAMs) mais frequentes (com uma incidência > 5% e
maior que as observadas com placebo em pelo menos uma indicação em estudos controlados
em dupla ocultação com topiramato) incluem: anorexia, diminuição do apetite, bradifrenia,
depressão, alterações na linguagem, insónia, alteração na coordenação, alteração da atenção,
tonturas, disartria, disgeusia, hipoestesia, letargia, alterações de memória, nistagmo,
parestesia, sonolência, tremor, diplopia, visão turva, diarreia, náuseas, fadiga, irritabilidade e
perda de peso.
Tabela 1: Reações Adversas Medicamentosas do topiramato
Classes de
sistemas de órgãos
Muito
frequentes
Frequentes
Pouco
frequentes
Raros
Muito raros
Infeções e
infestações
Nasofaringite*
Doenças do sangue
e do sistema
linfático
Anemia
Leucopenia,
trombocitopenia,
linfadenopatia
eosinofilia
Neutropenia*
Doenças do
sistema imunitário
Hipersensibilidade
Edema
alérgico*,
Edema
conjuntival*
Doenças do
metabolismo e da
nutrição
Anorexia,
diminuição do
apetite
Acidose
metabólica,
hipocaliemia,
aumento do
apetite,
polidipsia
Acidose
hiperclorémica
Perturbações do
foro psiquiátrico
Depressão
Bradifrenia,
insónia,
perturbação na
expressividade da
linguagem,
ansiedade, estado
confusional,
Ideação suicida,
tentativa de
suicídio,
alucinação,
distúrbio
psicótico,
alucinação
Mania,
perturbação de
pânico,
sensação de
desespero*,
hipomania
APROVADO EM
07-04-2017
INFARMED
desorientação,
agressão,
alterações no
humor, agitação,
flutuações de
humor, humor
depressivo, fúria,
comportamento
anormal
auditiva,
alucinação
visual, apatia,
perda de
discurso
espontâneo,
perturbações do
sono, labilidade
afetiva,
diminuição da
líbido,
inquietação,
choro, disfemia,
euforia,
paranoia,
perseverança,
ataques de
pânico, estado
lacrimoso,
distúrbio na
leitura, insónia
inicial,
embotamento
afetivo,
pensamento
anormal, perda
da libido,
ausência de
interesse nas
atividades da
vida diária,
insónia
intermédia,
distratibilidade,
acordar muito
cedo, reação de
pânico,
exaltação
Doenças do
sistema nervoso
Parestesia,
sonolência,
tonturas
Distúrbios na
atenção,
comprometimento
da memória,
amnésia,
perturbações
cognitivas,
perturbações
mentais,
perturbações das
Nível reduzido
de consciência,
convulsões
grande mal,
defeito do
campo visual,
crises complexas
parciais,
distúrbio do
discurso,
Apraxia,
alteração do
ritmo
circadiano do
sono,
hiperestesia,
hiposmia,
anosmia,
tremor
essencial,
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07-04-2017
INFARMED
capacidades
psicomotoras,
convulsões,
alteração na
coordenação,
tremor, letargia,
hipoestesia,
nistagmo,
disgeusia,
perturbação do
equilíbrio,
disartria, tremor
intencional,
sedação
hiperatividade
psicomotora,
síncope,
perturbações
sensoriais,
ptialismo,
hipersonia,
afasia, discurso
repetitivo,
hipocinesia,
discinesia,
tonturas
posturais, má
qualidade do
sono, sensação
de queimadura,
perda de
sensações,
parosmia,
síndroma
cerebelar,
disastesia,
hipogeusia,
estupor,
descoordenação,
aura, ageusia,
disgrafia,
disfasia,
neuropatia
periférica, pré-
síncope,
distonia,
sensação de
formigueiro
acinesia, não
resposta ao
estímulo
Afeções oculares
Visão turva,
diplopia,
perturbações
visuais
Acuidade visual
reduzida,
escotoma,
miopia*,
sensação
anormal no
olho*, olho
seco, fotofobia,
blefarospasmo,
aumento da
lacrimação,
fotopsia,
midríase,
presbiopia
Cegueira
unilateral,
cegueira
passageira,
glaucoma,
distúrbio na
acomodação,
alteração da
perceção
visual de
profundidade,
escotoma
cintilante,
edema da
pálpebra*,
Glaucoma de
ângulo
fechado*,
maculopatia*
distúrbios do
movimento
ocular*
APROVADO EM
07-04-2017
INFARMED
cegueira
noturna,
ambliopia
Afeções do ouvido
e do labirinto
Vertigem,
zumbido, dor de
ouvidos
Surdez, surdez
unilateral,
surdez
neurossensorial,
desconforto no
ouvido,
alteração na
audição
Cardiopatias
Bradicardia,
bradicardia
sinusal,
palpitações
Vasculopatias
Hipotensão,
hipotensão
ortostática,
rubor,
afrontamento
Fenómeno de
Raynaud
Doenças
respiratórias,
torácicas e do
mediastino
Dispneia, epistaxis,
congestão nasal,
rinorreia, tosse*
Dispneia de
esforço,
hipersecreção do
seio paranasal
disfonia,
Doenças
gastrointestinais
Náuseas,
diarreia
Vómitos,
obstipação, dor
abdominal
superior, dispepsia,
dor abdominal,
xerostomia,
desconforto
gástrico, parestesia
oral, gastrite,
desconforto
abdominal
Pancreatite,
flatulência,
doença do
refluxo
gastroesofágico,
dor abdominal
inferior,
hipoestesia oral,
hemorragia
gengival,
distensão
abdominal,
desconforto
epigástrico,
sensibilidade
abdominal,
hipersecreção
salivar, dor oral,
mau hálito,
APROVADO EM
07-04-2017
INFARMED
glossodinia
Afeções
hepatobiliares
Hepatite,
falência
hepática
Afeções dos
tecidos cutâneos e
subcutâneos
Alopécia, erupção
cutânea, prurido
Anidrose,
hipoestesia
facial, urticária,
eritema, prurido
generalizado,
erupção
macular,
descoloração da
pele, dermatite
alérgica,
inflamação da
face
Síndrome de
Stevens-
Johnson*,
eritema
multiforme*
odor da pele
anormal,
edema
periorbital*,
urticária
localizada
Necrólise
epidérmica
tóxica*
Afeções
musculosqueléticas
e dos tecidos
conjuntivos
Artralgia,
espasmos
musculares,
mialgia,
fasciculação
muscular, fraqueza
muscular, dor
torácica
musculoesquelética
Inchaço da
articulação*,
rigidez
muscular, dor do
flanco, fadiga
muscular
Desconforto
no membro*
Doenças renais e
urinárias
Nefrolitíase,
polaciúria, disúria
Cálculos renais,
incontinência
urinária,
hematúria,
incontinência,
urgência de
micção, cólicas
renais, dor renal
Cálculos
ureterais,
acidose
tubular renal*
Doenças dos
órgãos genitais e
da mama
Disfunção erétil,
disfunção sexual
Perturbações
gerais e alterações
no local de
administração
Fadiga
Pirexia, astenia,
irritabilidade,
alterações na
marcha, sentir-se
anormal, mal-estar
Hipertermia,
sede, doença do
tipo gripal*,
lentidão,
arrefecimento
extremidades,
sensação de
Edema da face
calcinose
APROVADO EM
07-04-2017
INFARMED
embriaguez,
sensação de
agitação
Exames
complementares de
diagnóstico
Diminuição de
peso
Aumento de peso*
Presença de
cristais na urina,
teste de marcha
em linha reta
com resultados
anómalos,
contagem de
glóbulos
brancos
diminuída,
aumento das
enzimas
hepáticas
Diminuição de
bicarbonato no
sangue
Circunstâncias
sociais
Dificuldade na
aprendizagem
* identificada como uma RAM durante as notificações espontâneas de pós-comercialização. A sua frequência
foi calculada através de dados dos ensaios clínicos.
População pediátrica
As reações adversas notificadas mais frequentemente (
2 vezes mais) em crianças do que em
adultos em estudos controlados e em dupla ocultação incluem:
- Diminuição do apetite
- Aumento do apetite
- Acidose hiperclorémica
- Hipocaliemia
- Comportamento anormal
- Agressão
- Apatia
- Insónia inicial
- Ideação suicida
- Alteração da atenção
- Letargia
- Alteração do ritmo circadiano do sono
- Má qualidade do sono
- Aumento do lacrimejo
- Bradicardia sinusal
- Mal-estar
- Alterações na marcha.
APROVADO EM
07-04-2017
INFARMED
As reações adversas que foram notificadas em crianças mas não em adultos em estudos
controlados e em dupla ocultação incluem:
- Eosinofilia
- Hiperatividade psicomotora
- Vertigens
- Vómitos
- Hipertermia
- Pirexia
- Dificuldade de aprendizagem.
Notificação de suspeitas de reações adversas
A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é
importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco do
medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de
reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P.:
INFARMED, I.P.
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)
Fax: + 351 21 798 73 97
Sítio da internet: http://extranet.infarmed.pt/page.seram.frontoffice.seramhomepage
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
4.9. Sobredosagem
Sinais e sintomas
Foram notificados casos de sobredosagem com topiramato. Os sinais e sintomas incluíram:
convulsões, sonolência, perturbações do discurso, visão turva, diplopia, défice intelectual,
letargia, coordenação anormal, estupor, hipotensão, dor abdominal, agitação, tonturas e
depressão. As consequências clínicas não foram graves na maioria dos casos, mas foram
notificadas mortes após sobredosagens com politerapia envolvendo topiramato.
A sobredosagem com topiramato pode causar acidose metabólica grave (ver secção 4.4).
Tratamento
Em caso de sobredosagem aguda do topiramato, se a ingestão for recente, deve esvaziar-se o
estômago imediatamente por lavagem ou por indução de emese. O carvão ativado mostrou
absorver o topiramato in vitro. Deve ser efetuado um tratamento de suporte apropriado e o
doente deve ser bem hidratado. A hemodiálise demonstrou ser um meio eficaz para a remoção
do topiramato do organismo.
APROVADO EM
07-04-2017
INFARMED
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1. Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 2.6. Sistema nervoso central. Antiepiléticos e anticonvulsivantes.
Código ATC: N03AX11
O topiramato é classificado como um monossacárido sulfamato-substituído. É desconhecido o
mecanismo preciso pelo qual o topiramato exerce o seu efeito anticonvulsivante e na
profilaxia da enxaqueca. Os estudos eletrofisiológicos e bioquímicos em culturas de
neurónios identificaram três propriedades farmacológicas, que podem contribuir para a
eficácia anticonvulsivante do topiramato.
Os potenciais de ação eliciados repetidamente por uma despolarização prolongada dos
neurónios foram bloqueados pelo topiramato de uma forma tempo-dependente, o que é
sugestivo de um bloqueio dos canais de sódio estado-dependente. O topiramato aumenta a
frequência com que os recetores GABAA são ativados pelo
-aminobutirato (GABA) e
aumenta a capacidade do GABA induzir o fluxo de iões cloreto para dentro dos neurónios,
sugerindo que o topiramato potencia a atividade deste neurotransmissor inibitório.
Este efeito não foi bloqueado pelo flumazenilo, um antagonista das benzodiazepinas, nem o
topiramato aumentou a duração do tempo de abertura do canal, diferenciando o topiramato
dos barbitúricos que modulam os recetores GABAA.
Como o perfil antiepilético do topiramato difere acentuadamente do das benzodiazepinas,
pode modular um subtipo do recetor GABAA insensível às benzodiazepinas. O topiramato
antagoniza a capacidade do cainato em ativar os recetores do aminoácido excitatório
(glutamato), do subtipo cainato/AMPA (ácido
-amino-3-hidroxi-5-metil-4-
isoxazolpropiónico), mas não teve efeito aparente na atividade de N-metilo-D-aspartato
(NMDA) nos recetores do subtipo NMDA. Estes efeitos do topiramato estavam dependentes
da concentração num intervalo de 1
M a 200
M, com um mínimo de atividade de 1
Além disso, o topiramato inibe algumas isoenzimas da anidrase carbónica. Este efeito
farmacológico é muito mais fraco do que o da acetazolamida, um conhecido inibidor da
anidrase carbónica, e supõe-se que não constitui um dos principais componentes da atividade
antiepilética do topiramato.
Em estudos animais, o topiramato apresenta atividade anticonvulsivante nos testes de crises
máximas por eletrochoques (MES) em ratos e ratinhos e é eficaz em modelos de epilepsia de
roedores, o qual inclui crises tónicas e ausência de crises no rato espontaneamente epilético
(SER) e crises tónicas e clónicas induzidas nos ratos por inflamação da amígdala ou por
isquémia global. O topiramato é apenas fracamente eficaz no bloqueio das crises clónicas
induzidas pelo antagonista do recetor GABAA, pentilenetetrazol.
Estudos realizados em ratinhos em que foi efetuada a administração em simultâneo do
topiramato e carbamazepina ou fenobarbital, demonstraram atividade anticonvulsivante
sinérgica, enquanto que a associação com a fenitoína mostrou atividade anticonvulsivante
aditiva. Em ensaios clínicos na terapêutica adjuvante, bem controlados, não foi demonstrada
APROVADO EM
07-04-2017
INFARMED
uma correlação entre os níveis plasmáticos de topiramato e a sua eficácia clínica. Em seres
humanos, não se demonstrou qualquer evidência de tolerância.
Crises de ausência
Foram realizados dois pequenos ensaios de braço único com crianças entre os 4 e 11 anos de
idade (CAPSS-326 e TOPAMAT-ABS-001). Um dos estudos incluiu 5 crianças e o outro
incluiu 12 crianças antes de ter terminado precocemente devido a falta de resposta
terapêutica. As doses usadas nestes estudos foram até aproximadamente 12 mg/kg no estudo
TOPAMAT-ABS-001 e um máximo inferior a 9 mg/kg/dia ou 400 mg/dia no estudo CAPSS-
326. Estes estudos não fornecem evidência suficiente para retirar conclusões relativamente à
eficácia ou segurança na população pediátrica.
5.2. Propriedades farmacocinéticas
As formulações dos comprimidos revestidos por película e cápsulas são bioequivalentes.
O perfil farmacocinético do topiramato em comparação com outros fármacos antiepiléticos
demonstra uma longa semivida plasmática, farmacocinética linear, depuração
predominantemente renal, ausência de ligação significativa às proteínas plasmáticas e
ausência de metabolitos ativos clinicamente relevantes.
O topiramato não é um indutor potente das enzimas metabolizadoras de fármacos e pode ser
administrado independentemente das refeições, não sendo necessária monitorização das
concentrações plasmáticas do topiramato. Em ensaios clínicos, não houve nenhuma relação
consistente entre as concentrações plasmáticas e a eficácia ou acontecimentos adversos.
Absorção
O topiramato é bem absorvido, e de forma rápida. Após a administração por via oral de 100
mg de topiramato em voluntários saudáveis, atingiu-se uma média de concentração
plasmática máxima (Cmáx) de 1,5
g/ml em 2 a 3 horas (Tmáx).
Com base na radioatividade recuperada na urina, a extensão média da absorção duma dose de
100 mg por via oral de 14C-topiramato foi de pelo menos 81%. Não houve um efeito
clinicamente significativo dos alimentos sobre a biodisponibilidade do topiramato.
Distribuição
Geralmente 13-17% de topiramato liga-se às proteínas plasmáticas. Observou-se uma baixa
capacidade de ligação do topiramato nos eritrócitos que são saturáveis para concentrações
plasmáticas superiores a 4
g/ml. O volume de distribuição varia inversamente com a dose. O
volume médio aparente de distribuição foi de 0,80 - 0,55 l/kg para uma dose única no
intervalo de 100 a 1200 mg. Foi detetado um efeito do sexo no volume de distribuição, com
valores para o sexo feminino de cerca de 50% dos do sexo masculino. Este aspeto foi
atribuído à maior percentagem de gordura em mulheres, e não tem consequências clínicas.
Metabolismo
APROVADO EM
07-04-2017
INFARMED
O topiramato não é extensamente metabolizado (~ 20%) nos voluntários saudáveis. O
topiramato é metabolizado até 50% em doentes a receberem uma terapêutica antiepilética
concomitante com indutores conhecidos das enzimas metabolizadoras dos fármacos. Foram
isolados seis metabolitos, formados por hidroxilação, hidrólise e glucuronidação,
caracterizados e identificados a partir do plasma, urina e fezes de seres humanos. Cada
metabolito representa menos de 3% da radioatividade total excretada após a administração de
14C–topiramato. Foram testados dois metabolitos, que retiveram a maior parte da estrutura do
topiramato, e verificou-se que possuíam pouca ou nenhuma atividade anticonvulsivante.
Eliminação
Em seres humanos, a principal via de eliminação do topiramato inalterado e dos seus
metabolitos é a renal (pelo menos 81% da dose). Aproximadamente 66% da dose de 14C-
topiramato foi excretada na forma inalterada na urina, em quatro dias. Após a administração
de 50 mg e 100 mg de topiramato, duas vezes ao dia, a média da depuração renal foi de
aproximadamente 18 ml/min e 17 ml/min, respetivamente. Existe evidência de reabsorção
tubular renal do topiramato. Este facto é apoiado por estudos em ratos em que o topiramato
foi administrado em associação com a probenecida e observou-se um aumento significativo
na depuração renal do topiramato. Em geral, no ser humano, a depuração plasmática é de
aproximadamente 20 a 30 ml/min, após a administração oral.
O topiramato exibe uma baixa variabilidade interindividual nas concentrações plasmáticas e,
consequentemente, tem uma farmacocinética previsível. A farmacocinética do topiramato é
linear, com uma depuração plasmática permanecendo constante, e um aumento da área sob a
curva da concentração plasmática proporcional à dose, para doses orais únicas compreendidas
entre 100 e 400 mg em indivíduos saudáveis. Os doentes com função renal normal podem
necessitar de 4 a 8 dias até atingirem concentrações plasmáticas no estado estacionário. A
média da Cmáx após a administração por via oral de doses múltiplas de 100 mg, duas vezes
por dia, em indivíduos saudáveis, foi de 6,76
g/ml.
Após a administração de doses múltiplas de 50 mg e 100 mg de topiramato, duas vezes por
dia, a semivida de eliminação plasmática média foi de aproximadamente 21 horas.
A administração concomitante de doses múltiplas de topiramato, 100 mg a 400 mg, duas
vezes por dia, com fenitoína ou carbamazepina demonstra um aumento proporcional à dose
nas concentrações plasmáticas do topiramato.
A depuração plasmática e renal do topiramato está reduzida nos doentes com compromisso da
função renal moderado e grave (CLcr
70 ml/min). Como resultado, são esperadas
concentrações plasmáticas mais elevadas no estado estacionário para uma dose determinada
em doentes com compromisso renal, comparativamente aos doentes com função renal normal.
Para além disso, doentes com compromisso renal necessitarão de mais tempo para atingir a
concentração no estado estacionário, para cada dose. Em doentes com compromisso renal
moderado a grave é recomendada metade da dose inicial habitualmente administrada e
metade da dose de manutenção.
O topiramato é removido eficazmente a partir do plasma por hemodiálise. Um período
prolongado de hemodiálise pode causar uma descida da concentração de topiramato para
níveis que requerem a manutenção de um efeito anticonvulsivo. Para evitar descidas
repentinas nas concentrações plasmáticas de topiramato durante a hemodiálise, pode ser
necessária uma dose suplementar de topiramato. O ajuste atual deve ter em consideração 1) a
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07-04-2017
INFARMED
duração do período de diálise, 2) a taxa de depuração do sistema de diálise que está a ser
utilizado, e 3) a taxa de depuração renal efetiva de topiramato nos doentes sujeitos a diálise.
A depuração plasmática do topiramato reduz em média 26% nos doentes com compromisso
hepático moderado a grave. Assim, o topiramato deve ser administrado com precaução nos
doentes com compromisso hepático.
A depuração plasmática do topiramato mantém-se inalterada nos idosos, na ausência de
doença renal subjacente.
População pediátrica (farmacocinética em crianças até 12 anos de idade)
A farmacocinética do topiramato em crianças, como nos adultos, em terapêutica adjuvante, é
linear, com depuração independente da dose, e as concentrações plasmáticas no estado
estacionário aumentando proporcionalmente à dose. No entanto, as crianças têm uma maior
depuração e uma semivida de eliminação mais curta. Consequentemente, em crianças, as
concentrações plasmáticas do topiramato para a mesma dose em mg/kg podem ser mais
baixas comparativamente aos adultos. Como nos adultos, os fármacos antiepiléticos indutores
das enzimas hepáticas diminuem as concentrações plasmáticas no estado estacionário.
5.3. Dados de segurança pré-clínica
Em estudos não clínicos de fertilidade, apesar da toxicidade materna e paterna em doses tão
baixas como 8 mg/kg/dia, não se observou nenhum efeito na fertilidade, nos ratos machos ou
fêmeas, com doses até 100 mg/dia.
Em estudos pré-clínicos, o topiramato demonstrou ser teratogénico nas espécies estudadas
(ratinho, ratos e coelhos). No ratinho, o peso dos fetos e a ossificação do esqueleto sofreram
uma redução com a dose de 500 mg/kg/dia, juntamente com toxicidade materna. Os números
totais de malformações fetais em ratinhos aumentaram em todos os grupos tratados com o
fármaco (20, 100 e 500 mg/kg/dia).
Em ratos, a toxicidade materna e toxicidade embrionária/fetal relacionadas com a dose
(redução no peso fetal e/ou ossificação do esqueleto) foram observadas em doses até 20
mg/kg/dia, com efeitos teratogénicos (defeitos nos membros inferiores e dos dedos) com
doses igual ou superiores a 400 mg/kg/dia. Em coelhos, a toxicidade materna relacionada com
a dose foi observada em doses abaixo de 10 mg/kg/dia, com toxicidade embrionária/fetal
(aumento de letalidade) em doses abaixo de 35 mg/kg/dia, e efeitos teratogénicos
(malformações nas costelas e vértebras) com doses de 120 mg/kg/dia.
Os efeitos teratogénicos observados nos ratos e coelhos foram semelhantes aos verificados
com os inibidores da anidrase carbónica, não tendo estado associados a malformações nos
seres humanos. Os efeitos no crescimento foram igualmente evidenciados por pesos mais
baixos à nascença e durante o aleitamento para os recém-nascidos de ratos-fêmea que
receberam 20 ou 100 mg/kg/dia durante a gestação e o aleitamento. Em ratos, o topiramato
atravessa a barreira placentária.
Em ratos juvenis, a administração oral diária do topiramato em doses até 300 mg/kg/dia,
durante o período de desenvolvimento correspondente à primeira infância, infância e
APROVADO EM
07-04-2017
INFARMED
adolescência resultou em toxicidades semelhantes às dos animais adultos (diminuição no
consumo de alimentos com diminuição no ganho do peso corporal, hipertrofia hepatocelular
centrolobular). Não surgiram efeitos relevantes no crescimento dos ossos longos (tíbia) ou na
densidade mineral dos ossos (fémur), pré-desmame e desenvolvimento reprodutivo,
desenvolvimento neurológico (incluindo avaliações da memória e aprendizagem), no ato
sexual e fertilidade ou nos parâmetros de histerotomia.
Numa bateria de testes de mutagenicidade in vitro e in vivo, o topiramato não revelou
potencial genotóxico.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1. Lista dos excipientes
Núcleo
Lactose mono-hidratada
Amido pré-gelificado
Amido parcialmente pré-gelificado
Celulose microcristalina
Carboximetilamido sódico
Estearato de magnésio
Revestimento
Topiramato Stada 25 mg:
hipromelose, polisorbato 80, talco, dióxido de titânio (E 171).
Topiramato Stada 50 mg:
hipromelose, polisorbato 80, talco, dióxido de titânio (E 171),
óxido de ferro amarelo (E 172).
Topiramato Stada 100 mg:
hipromelose, polisorbato 80, talco, dióxido de titânio (E 171),
óxido de ferro amarelo (E 172).
Topiramato Stada 200 mg:
hipromelose, polisorbato 80, talco, dióxido de titânio (E 171),
óxido de ferro vermelho (E 172).
6.2. Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3. Prazo de validade
3 anos
6.4. Precauções especiais de conservação
Não são necessárias precauções especiais de conservação.
6.5. Natureza e conteúdo do recipiente
APROVADO EM
07-04-2017
INFARMED
Blister de OPA/Alu/PVC//Alu contendo comprimidos doseados a 25, 50, 100 ou 200 mg de
topiramato.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Não existem requisitos especiais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Stada, Lda.
Quinta da Fonte, Rua Vitor Câmara, 2 - Edifício D. Amélia, Piso 1, Ala B
2770-229 Paço de Arcos
Portugal
8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
25 mg - Embalagem de 20 comprimidos: 5694286
25 mg - Embalagem de 60 comprimidos: 5694385
50 mg - Embalagem de 20 comprimidos: 5694484
50 mg - Embalagem de 60 comprimidos: 5694583
100 mg - Embalagem de 20 comprimidos: 5694682
100 mg - Embalagem de 60 comprimidos: 5694781
200 mg - Embalagem de 20 comprimidos: 5694880
200 mg - Embalagem de 60 comprimidos: 5694989
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE
INTRODUÇÃO NO MERCADO
21 de Dezembro de 2005
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO