Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
06-10-2019
06-10-2019
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Folheto informativo: Informação para o utilizador
Topiramato Mylan 25, 50, 100 e 200 mg comprimidos revestidos por película
Topiramato
Leia
atentamente
este
folheto
antes
tomar
medicamento
pois
contém
informação importante para si.
Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente.
Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento
pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sinais de doença.
Se tiver quaisquer efeitos indesejáveis, incluindo possíveis efeitos indesejáveis não
indicados neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico.
O que contém este folheto:
1. O que é Topiramato Mylan e para que é utilizado
2. O que precisa de saber antes de tomar Topiramato Mylan
3. Como tomar Topiramato Mylan
4. Efeitos indesejáveis possíveis
5. Como conservar Topiramato Mylan
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
1. O que é Topiramato Mylan e para é utilizado
Topiramato
Mylan
pertence
grupo
medicamentos
denominado
“medicamentos antiepiléticos”. É utilizado em:
monoterapia no tratamento de convulsões em adultos e crianças com idade
superior a 6 anos.
terapêutica adjuvante no tratamento de convulsões para adultos e crianças, de
idade igual ou superior a 2 anos.
para prevenir enxaquecas em adultos.
2. O que precisa de saber antes de tomar Topiramato Mylan
Não tome Topiramato Mylan
se tem alergia ao topiramato ou a qualquer outro componente deste medicamento
(indicados na secção 6).
na prevenção da enxaqueca, se está grávida ou se é uma mulher em idade fértil, a
menos que esteja a utilizar contraceção eficaz (para mais informações, ver secção
“Gravidez, amamentação e fertilidade”). Deve falar com o seu médico acerca de qual
o melhor tipo de contraceção a utilizar enquanto estiver a tomar Topiramato Mylan.
Se não tem a certeza se a situação acima se aplica a si, consulte o seu médico ou
farmacêutico antes de tomar Topiramato Mylan.
Advertências e precauções
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Fale com o seu médico ou farmacêutico antes de tomar Topiramato Mylan se:
tem problemas nos rins, especialmente pedras nos rins ou se faz diálise;
tem historial de alterações sanguíneas e de fluido corporal (acidose metabólica);
tem problemas de fígado;
tem problemas nos olhos, especialmente glaucoma;
tem problemas de crescimento;
está a efetuar uma dieta altamente calórica (dieta cetogénica).
está a tomar Topiramato Mylan para tratar epilepsia e está grávida ou é uma
mulher em idade fértil (ver a secção “Gravidez, amamentação e fertilidade” para
mais informações)
Se não tem a certeza se algum dos pontos acima mencionados se aplica a si,
consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar Topiramato Mylan.
É importante que não pare de tomar o seu medicamento sem consultar primeiro o
seu médico.
Deve de igual modo falar primeiro com o seu médico antes de tomar qualquer
medicamento contendo topiramato que não o Topiramato Mylan.
Pode vir a perder peso ao tomar Topiramato Mylan, por isso, o seu peso deve ser
verificado regularmente enquanto estiver a tomar este medicamento. Se estiver a
perder demasiado peso ou se a criança não estiver a ganhar peso suficiente, consulte
o seu médico.
Um pequeno número de pessoas que iniciaram tratamento com antiepiléticos como
Topiramato Mylan, apresentaram pensamentos de autoagressão e suicídio. Se a
qualquer momento tiver estes pensamentos deve consultar imediatamente o seu
médico.
Outros medicamentos e Topiramato Mylan
Informe
médico
farmacêutico
estiver
tomar,
tiver
tomado
recentemente ou se vier a tomar outros medicamentos. Topiramato Mylan e alguns
medicamentos podem interagir entre si. Por vezes, a dose de Topiramato Mylan ou
de outro medicamento que está a tomar, poderá ter de ser ajustada.
Diga ao seu médico ou farmacêutico se está especialmente a tomar:
outros medicamentos que podem comprometer ou reduzir o seu pensamento,
concentração ou coordenação muscular (isto é, medicamentos depressores do
sistema nervoso central, tais como relaxantes musculares e sedativos);
pílulas contracetivas. Topiramato Mylan pode diminuir a eficácia da sua pílula. Deve
falar com o seu médico acerca de qual o melhor tipo de contraceção a utilizar
enquanto estiver a tomar Topiramato Mylan.
Consulte o seu médico caso tenha alterações na sua hemorragia menstrual enquanto
estiver a tomar a pílula contracetiva e Topiramato Mylan.
Guarde consigo uma lista de todos os medicamentos que toma. Mostre essa lista ao
seu médico ou farmacêutico antes de tomar Topiramato Mylan.
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Outros medicamentos que deverá informar o seu médico ou farmacêutico incluem
medicamentos
antiepiléticos,
risperidona,
lítio,
hidroclorotiazida,
metformina,
pioglitazona, gliburide, amitriptilina, propranolol, diltiazem, venlafaxina, flunarizina,
Hipericão (Hypericum perforatum) (uma preparação à base de plantas usada para
tratar a depressão).
Se não tem a certeza se algum dos pontos acima mencionados se aplica a si,
consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar Topiramato Mylan.
Topiramato Mylan com alimentos e bebidas
Pode tomar Topiramato Mylan com ou sem alimentos. Durante o tratamento com
Topiramato Mylan beba uma grande quantidade de fluidos durante o dia para
prevenir pedras nos rins enquanto estiver a tomar Topiramato Mylan. Deve evitar
beber álcool enquanto estiver a tomar Topiramato Mylan.
Gravidez, amamentação e fertilidade
Prevenção da enxaqueca:
Topiramato Mylan pode prejudicar um bebé por nascer. Não deve utilizar Topiramato
Mylan se está grávida. Não deve usar Topiramato Mylan para a prevenção da
enxaqueca se é uma mulher em idade fértil a menos que esteja a usar contraceção
eficaz. Fale com o seu médico acerca de qual o melhor tipo de contraceção e se
Topiramato Mylan é adequado para si. Deve ser realizado um teste de gravidez antes
de iniciar o tratamento com Topiramato Mylan.
Tratamento da epilepsia:
Se é uma mulher em idade fértil deve falar com o seu médico acerca de outros
tratamentos possíveis em vez de Topiramato Mylan. Se a decisão for a de utilizar
Topiramato Mylan, deve utilizar contraceção eficaz. Fale com o seu médico acerca de
qual o melhor tipo de contraceção a utilizar enquanto estiver a tomar Topiramato
Mylan. Deve ser realizado um teste de gravidez antes de iniciar o tratamento com
Topiramato Mylan.
Fale com o seu médico se desejar engravidar.
Tal como outros medicamentos antiepiléticos, existe um risco de causar dano ao feto
se Topiramato Mylan for tomado durante a gravidez. Certifique-se que está bem
informada acerca dos riscos e benefícios de tomar Topiramato Mylan para a epilepsia
durante a gravidez.
- Se tomar Topiramato Mylan durante a gravidez, o seu bebé tem um maior risco de
ter defeitos à nascença particularmente lábio leporino (fenda no lábio superior) e
fenda palatina (fenda no céu da boca). Os recém-nascidos rapazes podem também
ter uma malformação no pénis (hipospadia). Estes defeitos podem desenvolver-se
numa fase inicial da gravidez, até mesmo antes de saber que está grávida.
- Se tomar Topiramato Mylan durante a gravidez, o seu bebé pode ser mais pequeno
à nascença do que o esperado. Fale com o seu médico se tem dúvidas acerca deste
risco durante a gravidez.
- Podem existir outros medicamentos para tratar a sua condição que tenham um
risco inferior de defeitos à nascença.
- Informe imediatamente o seu médico se ficar grávida enquanto está a tomar
Topiramato Mylan. Você e o seu médico devem decidir se vai continuar a tomar
Topiramato Mylan enquanto estiver grávida.
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Amamentação
A substância ativa de Topiramato Mylan (topiramato) passa para o leite materno.
Foram observados efeitos em bebés amamentados por mães tratadas, incluindo
diarreia, sonolência, irritabilidade e um fraco aumento de peso. Assim, o seu médico
vai discutir consigo sobre se não vai amamentar ou se não vai continuar o
tratamento com Topiramato Mylan. O seu médico vai ter em atenção a importância
do medicamento para a mãe e o risco para o bebé.
As mães que amamentam enquanto estão a tomar Topiramato Mylan devem dizer ao
seu médico assim que notarem algo fora do normal com a criança.
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
Condução de veículos e utilização de máquinas
Durante o tratamento com Topiramato Mylan pode ocorrer tonturas, cansaço e
problemas na visão. Não conduza ou utilize ferramentas ou máquinas sem consultar
o seu médico primeiro.
Topiramato Mylan contém lactose. Se foi informado pelo seu médico que tem
intolerância a alguns açúcares, contacte-o antes de tomar este medicamento.
3. Como tomar Topiramato Mylan
Tome Topiramato Mylan sempre de acordo com as indicações do seu médico. Fale
com o seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.
O seu médico irá normalmente iniciar o seu tratamento com uma dose mais baixa de
Topiramato Mylan que depois é aumentada lentamente, até atingir a dose mais
adequada.
Topiramato Mylan comprimidos devem ser engolidos inteiros. Evite mastigar os
comprimidos uma vez que podem ter um sabor amargo.
Topiramato Mylan pode ser tomado antes, durante, ou após a refeição. Enquanto
estiver a tomar Topiramato Mylan, beba muitos líquidos durante o dia para prevenir
pedras nos rins.
Se tomar mais Topiramato Mylan do que deveria
Consulte o seu médico imediatamente. Leve consigo a embalagem.
Pode sentir sonolência, cansaço ou ficar menos alerta; sentir falta de coordenação;
ter dificuldade em falar ou em concentrar-se; ter visão dupla ou turva; sentir-se
tonto devido a uma tensão arterial baixa; sentir-se depressivo ou agitado; ou ter dor
abdominal ou convulsões (ataques).
Pode ocorrer sobredosagem se estiver a tomar outros medicamentos em associação
com Topiramato Mylan.
Caso se tenha esquecido de tomar Topiramato Mylan
Se verificou que se esqueceu de tomar uma dose, tome essa dose assim que se
lembrar.
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Contudo, se está quase na hora da próxima dose, essa dose deve ser omitida e o
tratamento deverá continuar como habitualmente. Se foram omitidas duas ou mais
doses, contacte o seu médico.
Não tome uma dose a dobrar (duas doses ao mesmo tempo) para compensar uma
dose que se esqueceu de tomar.
Se parar de tomar Topiramato Mylan
Não pare de tomar este medicamento a não ser que o seu médico o tenha indicado.
Os seus sintomas podem voltar. Se o seu médico decidir parar esta medicação, a
dose deve diminuir gradualmente durante alguns dias.
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, consulte o seu
médico ou farmacêutico.
4. Efeitos indesejáveis possíveis
Como todos os medicamentos Topiramato Mylan pode causar efeitos indesejáveis, no
entanto estes não se manifestam em todas as pessoas.
Fale com o seu médico, ou procure assistência médica imediatamente se sentir os
seguintes efeitos indesejáveis:
muito frequentes (afetam mais de 1 utilizador em cada 10)
frequentes (afetam 1 a 10 utilizadores em cada 100)
pouco frequentes (afetam 1 a 10 utilizadores em cada 1.000)
raros (afetam 1 a 10 utilizadores em cada 10.000)
muito raros (afetam menos de 1 utilizador em cada 10.000)
desconhecido (a frequência não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis).
Como todos os medicamentos, este medicamento pode causar efeitos indesejáveis,
no entanto estes não se manifestam em todas as pessoas.
Fale com o seu médico, ou procure assistência médica imediatamente se sentir os
seguintes efeitos indesejáveis:
Muito frequentes (podem afetar mais de 1 em cada 10 pessoas)
- Depressão (aparecimento ou agravamento)
Frequentes (podem afetar até 1 em cada 10 pessoas)
- Convulsões (ataques)
- Ansiedade, irritabilidade, alteração de humor, confusão, desorientação
- Problemas em concentrar-se, raciocínio lento, perda de memória, problemas de
memória (aparecimento, alteração súbita ou aumento da gravidade)
- Cálculo(s) nos rins, urinar frequentemente ou dor ao urinar
Pouco frequentes (podem afetar 1 em cada 100 pessoas)
- Aumento do nível de acidez no sangue (pode originar dificuldade em respirar que
inclui falta
perda
apetite, náuseas,
vómitos,
cansaço
excessivo,
batimento cardíaco rápido ou irregular)
- Diminuição ou perda da transpiração
- Ter pensamentos de autoagressão grave, tentativa de autoagressão
Raros (podem afetar 1 em cada 1,000 pessoas)
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- Glaucoma – bloqueio de líquido no olho originando um aumento da pressão no
olho, dor, ou diminuição da visão
Frequência desconhecida (não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis):
- Inflamação ocular (uveíte) que pode ter como sintomas vermelhidão ocular, dor,
sensibilidade à luz, corrimento ocular, pequenas manchas na visão ou visão turva
Podem ocorrer outros efeitos indesejáveis; caso se tornarem graves, fale com o seu
médico ou farmacêutico:
Muito frequentes (podem afetar mais do que 1 em cada 10 pessoas)
- Corrimento nasal, nariz entupido, ou dor de garganta
- Formigueiro, dor e/ou entorpecimento de várias partes do corpo
- Sonolência, cansaço
- Tonturas
- Náuseas, diarreia
- Perda de peso
Frequentes (podem afetar 1 em cada 10 pessoas)
- Anemia (baixa contagem de células sanguíneas)
- Reação alérgica (tal como erupção na pele, vermelhidão, comichão, inchaço da
face, urticária)
- Perda de apetite, diminuição do apetite
- Agressão, agitação, raiva
- Dificuldade em adormecer ou permanecer a dormir
- Problemas na fala ou alterações da fala, fala arrastada
- Descoordenação, falta de coordenação, sensação de instabilidade ao andar
- Diminuição da capacidade de realizar tarefas rotineiras
- Diminuição, perda ou falta de paladar
- Tremor ou agitação involuntária; movimento rápido e involuntário dos olhos
- Perturbações visuais, tal como visão dupla, visão turva, diminuição da visão,
dificuldade em focar
- Sensação de rotação (vertigens), som agudo e constante no ouvido, dor de ouvidos
- Falta de ar
- Sangrar do nariz
- Febre, indisposição, fraqueza
Vómitos,
obstipação,
desconforto
abdominal,
indigestão,
infeção
estômago
ou intestinos
- Boca seca
- Queda de cabelo
- Comichão
- Dor ou inchaço nas articulações, espasmos ou contrações musculares, dor ou
fraqueza
muscular, dor no peito
- Aumento de peso
Pouco frequentes (podem afetar 1 em cada 100 pessoas)
Diminuição
plaquetas
(células
sanguíneas
ajudam
parar
hemorragia), diminuição dos glóbulos brancos no sangue que ajudam a proteger
contra uma infeção, diminuição do nível de potássio no sangue
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- Aumento das enzimas do fígado, aumento dos eosinófilos (um tipo de glóbulos
brancos) no sangue
- Glândulas do pescoço, axilas e virilhas, inchadas
- Aumento do apetite
- Humor exaltado
- Ouvir, ver ou sentir coisas que não existem, perturbação mental grave (psicose)
- Não sentir ou não demonstrar emoção, desconfiança fora do normal, ataque de
pânico
- Problemas de leitura, alterações da fala, problemas em escrever à mão
- Inquietação, hiperatividade, raciocínio lento, diminuição do estado de vigília e de
alerta
- Movimentos corporais reduzidos ou lentos, movimentos musculardes involuntários
anormais e repetitivos
- Desmaio
- Sensação anormal ao toque; sentido do tato comprometido
- Olfato comprometido, ausência ou distorção do olfato
- Sentimento invulgar ou sensação que pode preceder uma enxaqueca ou um certo
tipo de convulsão
- Olho seco, sensibilidade dos olhos à luz, espasmos da pálpebra, olhos lacrimejantes
- Diminuição ou perda de audição, perda de audição num ouvido
- Batimento cardíaco lento ou irregular, sentir o batimento do coração no peito
Pressão
sanguínea
baixa,
pressão
sanguínea
baixa
levantar-se
(consequentemente, algumas pessoas a tomar Topiramato Mylan podem sentir-se
fracas, com tonturas, ou desmaiar quando se levantam ou sentam repentinamente)
- Rubor, sentir-se quente
- Pancreatite (inflamação no pâncreas)
- Passagem excessiva de gás, azia, enfartamento ou inchaço abdominal
- Sangramento das gengivas, aumento da saliva, babar-se, mau hálito
- Excessiva ingestão de líquidos, sede
- Descoloração da pele
- Rigidez muscular, dor lateral
- Sangue na urina, incontinência (falta de controlo) de urina, desejo urgente de
urinar, dor no flanco ou nos rins
- Dificuldade em ter ou manter uma ereção, disfunção sexual
- Sintomas gripais
- Dedos das mãos e dos pés frios
- Sentir-se bêbedo
- Incapacidade de aprender
Raros (podem afetar 1 em cada 1,000 pessoas)
- Perda de consciência
- Cegueira em um dos olhos, cegueira temporária, cegueira noturna
- Olho preguiçoso
- Inchaço nos olhos e à volta dos olhos
- Entorpecimento, formigueiro e alteração da cor (branco, azul e depois vermelho)
nos dedos das mãos e dos pés quando expostos ao frio
- Inflamação do fígado, insuficiência hepática
- Síndrome de Stevens Johnson, uma condição potencialmente fatal que pode
apresentar
feridas em vários locais das mucosas (tal como boca, nariz, e olhos), erupção na
pele, e bolhas
- Odor anormal da pele
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- Desconforto nos braços ou pernas
- Alterações nos rins
- Aumento do nível de acidez no sangue
Desconhecida (a frequência não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis)
- Maculopatia, uma doença da mácula, pequeno ponto na retina onde a visão é mais
nítida. Deve consultar o seu médico se notar alteração ou diminuição da sua visão.
- Necrose tóxica epidérmica, uma condição fatal relacionada com, e mais grave que o
Síndrome de Steven-Johnson, caracterizada por bolhas generalizadas e descamação
das camadas externas da pele (ver efeitos indesejáveis raros).
Crianças e adolescentes
Os efeitos indesejáveis em crianças são geralmente semelhantes aos observados nos
adultos.
entanto,
alguns
efeitos
indesejáveis
são
observados
mais
frequentemente em crianças e/ou podem ser mais graves em crianças do que nos
adultos. Os efeitos indesejáveis que podem ser mais graves incluem diminuição ou
perda
transpiração
aumento
do nível
acidez no
sangue.
efeitos
indesejáveis que podem ocorrer mais frequentemente em crianças incluem doenças
do aparelho respiratório superior.
Comunicação de efeitos indesejáveis
Se tiver quaisquer efeitos indesejáveis, incluindo possíveis efeitos indesejáveis não
indicados neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico. Também poderá
comunicar efeitos indesejáveis diretamente ao INFARMED, I.P. através dos contactos
abaixo.
comunicar
efeitos
indesejáveis,
estará
ajudar
fornecer
mais
informações sobre a segurança deste medicamento.
Sítio
internet:
http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram
(preferencialmente) ou através dos seguintes contactos:
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
5. Como conservar Topiramato Mylan
Manter fora da vista e do alcance das crianças.
Não utilize Topiramato Mylan após o prazo de validade impresso na embalagem
exterior. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado.
Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico.
Pergunte ao seu farmacêutico como deitar fora os medicamentos de que já não
utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
Qual a composição de Topiramato Mylan
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A substância ativa é o topiramato.
Cada comprimido revestido de Topiramato Mylan contém 25, 50, 100, 200 mg de
topiramato.
- Os outros componentes de Topiramato Mylan estão indicados abaixo.
Os outros componentes são:
Núcleo: lactose mono-hidratada, carboximetilamido sódico; copolividona, estearato
de magnésio e sílica coloidal anidra.
Revestimento:
Dosagem de 25 mg: Dióxido de titânio (E171), Polidextrose, Hipromelose 2910 (3
cps), Hipromelose 2910 (6 cps), Hipromelose 2910 (50 cps), Citrato de trietilo,
Macrogol 8000
Dosagem de 50 mg, 100 mg e 200 mg: Álcool polivinílico parcialmente hidrolisado,
Dióxido de titânio (E171), Macrogol 3350, Talco, Óxido de ferro amarelo (E172)
(apenas na dosagem de 50 mg e de 100 mg), Óxido de ferro vermelho (E172)
(apenas na dosagem de 50 mg e de 200 mg)
Qual o aspeto de Topiramato Mylan e conteúdo da embalagem
O Topiramato Mylan apresenta-se na forma de comprimidos revestidos por película,
estando disponível em embalagens de 20 ou 60 comprimidos.
Titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante
Titular da Autorização de Introdução no Mercado
Mylan, Lda.
Av. D. João II, Edifício Atlantis, N.º 44C - 7.3 e 7.4
1990-095 Lisboa
Fabricante
Generis, Farmacêutica, S.A.
Rua João de Deus, 19
2700-487 Amadora
Portugal
Este folheto foi revisto pela última vez em setembro de 2019
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
Topiramato Mylan 25 mg comprimidos revestidos por película
Topiramato Mylan 50 mg comprimidos revestidos por película
Topiramato Mylan 100 mg comprimidos revestidos por película
Topiramato Mylan 200 mg comprimidos revestidos por película
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Cada comprimido revestido por película contém 25 mg, 50 mg, 100 mg ou 200 mg de
topiramato.
Excipientes com efeito conhecido:
Contém lactose mono-hidratada – 47.960 mg, 95.920 mg, 191.840 e 124.505 mg
respetivamente para as dosagens de 25 mg, 50 mg, 100 mg e 200 mg.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Comprimido revestido por película (Comprimido)
Topiramato Mylan 25 mg comprimidos revestidos por película
Comprimidos revestidos brancos, redondos, marcados com “T” num dos lados e “25” no
outro lado.
Topiramato Mylan 50 mg comprimidos revestidos por película
Comprimidos revestidos cor-de-laranja, redondos, marcados com “T” num dos lados e
“50” no outro lado.
Topiramato Mylan 100 mg comprimidos revestidos por película
Comprimidos revestidos amarelos, redondos, marcados com “T” num dos lados e “100”
no outro lado.
Topiramato Mylan 200 mg comprimidos revestidos por película
Comprimidos revestidos cor-de-rosa, redondos, marcados com “T” num dos lados e
“200” no outro lado.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
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Em monoterapia em doentes adultos, adolescentes e crianças de idade superior a 6 anos,
com crises parciais com ou sem generalização secundária e crises tónico-clónicas
primárias generalizadas.
Terapêutica adjuvante em crianças de idade igual ou superior a 2 anos, adolescentes e
adultos com crises parciais com ou sem generalização secundária ou crises tónico-
clónicas primárias generalizadas e para o tratamento de crises associadas ao síndrome de
Lennox-Gastault.
O topiramato é indicado para a profilaxia da enxaqueca, em adultos após avaliação
cuidadosa de possíveis opções alternativas de tratamento. O topiramato não é indicado
para tratamento agudo.
4.2 Posologia e modo de administração
Posologia
Recomenda-se que a terapêutica seja iniciada com uma dose baixa seguida de uma
titulação, até ser alcançada uma dose eficaz. A posologia e a taxa de titulação devem ser
efetuadas de acordo com o resultado clínico.
Topiramato Mylan está disponível em comprimidos revestidos por película. Não se
recomenda o fracionamento dos comprimidos.
Não é necessário monitorizar as concentrações plasmáticas de topiramato para otimizar a
terapêutica com Topiramato Mylan. Em ocasiões raras, a associação de topiramato à
fenitoína pode exigir um ajuste da dose de fenitoína para obter um resultado clínico
favorável. A associação ou interrupção de fenitoína e carbamazepina em terapêutica
adjuvante com Topiramato Mylan pode necessitar de ajuste da dose de Topiramato
Mylan.
Topiramato Mylan pode ser tomado independentemente das refeições.
Em doentes com ou sem historial de convulsões ou epilepsia, fármacos antiepiléticos
incluindo o topiramato devem ser descontinuados gradualmente para minimizar o
potencial de convulsões ou aumento da frequência destas. Em ensaios clínicos, as
dosagens diárias foram diminuídas com intervalos semanais de 50-100 mg em adultos
com epilepsia e 25-50 mg em adultos a receber topiramato com doses até 100 mg/dia
para a profilaxia da enxaqueca. Em ensaios clínicos em pediatria, o topiramato foi
gradualmente descontinuado durante um período de 2 a 8 semanas.
Monoterapia em epilepsia
Generalidades
Quando se suspende a administração concomitante de antiepiléticos de forma a
possibilitar a monoterapia com topiramato, deverão ser considerados os efeitos que
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INFARMED
poderão ocorrer no controlo das convulsões. A menos que aspetos de segurança exijam
uma interrupção abrupta dos antiepiléticos administrados concomitantemente, é
recomendado uma redução gradual, de aproximadamente um terço do antiepilético
administrado em simultâneo, de duas em duas semanas.
Quando se suspendem medicamentos indutores enzimáticos, os níveis de topiramato
aumentam. Se for clinicamente indicado, pode ser necessária uma diminuição na
posologia de Topiramato Mylan.
Adultos
Quer a dose, quer a titulação devem ser avaliadas através da resposta clínica. A titulação
deve ser iniciada com 25 mg, administrados à noite, durante uma semana. A dose pode
ser aumentada em 25 ou 50 mg/dia, com intervalos de 1 ou 2 semanas, administrados em
duas tomas. Se o doente não tolerar o regime de titulação, podem ser efetuados
incrementos menores ou intervalos maiores entre cada aumento de dose.
A dose inicial recomendada para monoterapia com topiramato, em adultos, é de 100
mg/dia a 200 mg/dia, administrada em duas tomas. A dose máxima diária recomendada é
de 500 mg/dia, também administrada em duas tomas. Alguns doentes com formas
refratárias de epilepsia toleraram 1000 mg/dia de topiramato, em monoterapia. Estas
recomendações posológicas aplicam-se a todos os adultos incluindo idosos, na ausência
de doença renal subjacente.
População pediátrica (crianças com idade superior a 6 anos)
Quer a dose, quer a taxa de titulação em crianças devem ser avaliadas pelo resultado
clínico. O tratamento de crianças de idade superior a 6 anos deve ser iniciado com 0,5 a 1
mg/kg dia, administrados à noite, durante a primeira semana. Esta dose pode ser
aumentada em 0,5 a 1 mg/kg/dia, administrada em duas tomas, com intervalos de 1 ou 2
semanas. Se a criança não é capaz de tolerar o regime de titulação, podem ser efetuados
aumentos menores ou intervalos maiores entre cada aumento de dose.
A dose inicial recomendada para a monoterapia com topiramato em crianças de idade
superior a 6 anos, é de 100 mg/dia dependendo do resultado clínico, (isto é, 2 mg/kg/dia
em crianças entre os 6 e os 16 anos de idade).
Terapêutica adjuvante da epilepsia (crises parciais com ou sem generalização secundária,
crises primárias generalizadas tónico-clónicas ou crises associadas ao síndrome de
Lennox-Gastault)
Adultos
A terapêutica deve ser iniciada com 25 - 50 mg, administrados à noite, durante uma
semana. Embora esteja descrita, a utilização de doses iniciais mais baixas não foi
estudada sistematicamente. Posteriormente, a dose deve ser aumentada de 25 -50 mg/dia,
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INFARMED
em intervalos de tempo semanais ou quinzenais, sendo a dose administrada em duas
tomas. Alguns doentes podem ser tratados com eficácia com uma dose única diária.
Em ensaios clínicos como terapêutica adjuvante, a dose de 200 mg foi a dose eficaz mais
baixa. A dose diária habitual é de 200 - 400 mg, dividida em duas tomas.
Estas recomendações posológicas aplicam-se a todos os adultos incluindo idosos, na
ausência de doença renal subjacente. (ver secção 4.4).
População pediátrica (crianças de idade igual ou superior a 2 anos)
A dose total diária recomendada de Topiramato Mylan (topiramato) como terapêutica
adjuvante é de aproximadamente 5 a 9 mg/kg/dia, dividida em duas tomas. A titulação
deve ser iniciada com 25 mg (ou menos, com base na variação de 1 a 3 mg/kg/dia)
administrados à noite, durante a primeira semana. A dose deve ser aumentada
semanalmente ou quinzenalmente, com aumentos de 1 a 3 mg/kg/dia, (administrados em
duas tomas diárias), para obter uma resposta clínica ótima.
Doses diárias até 30 mg/kg/dia foram estudadas e foram geralmente bem toleradas.
Enxaqueca
Adultos
A dose total diária de topiramato recomendada para tratamento profilático da enxaqueca é
de 100 mg/dia, divididos em duas tomas. A titulação deve ser iniciada com 25 mg,
administrados à noite, durante 1 semana. A dose deve ser então aumentada em 25 mg
diários, com intervalos de uma semana. Se o doente não suportar o regime de titulação,
podem ser considerados intervalos maiores entre os ajustes de dose.
Alguns doentes podem sentir melhorias com uma dose diária total de 50 mg/dia. Os
doentes tomaram uma dose total diária até 200 mg/dia. Esta dose pode ter benefícios em
alguns doentes, no entanto, é aconselhada precaução devido ao aumento da incidência de
efeitos indesejáveis.
População pediátrica
Topiramato Mylan (topiramato) não é recomendado no tratamento ou prevenção da
enxaqueca em crianças devido a dados insuficientes sobre segurança e eficácia.
Recomendações gerais de posologia para Topiramato Mylan em populações especiais de
doentes
Compromisso renal
O topiramato deve ser administrado com precaução em doentes com compromisso renal
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(CLcr
70 ml/min), uma vez que a depuração plasmática e renal do topiramato está
diminuída. Indivíduos com compromisso renal conhecido podem necessitar de mais
tempo para atingir o estado estacionário em cada dose. É recomendado metade da dose
inicial habitualmente administrada e metade da dose de manutenção (ver secção 5.2).
Em doentes com insuficiência renal em estadio final, uma vez que o topiramato é
removido do plasma por hemodiálise, deve ser administrado em doentes com
insuficiência renal em estadio final, nos dias em que a hemodiálise é efetuada, uma
dose suplementar de Topiramato Mylan igual ou aproximadamente igual a metade da
dose habitualmente administrada deTopiramato Mylan. A dose suplementar deve ser
administrada em doses divididas no início e no fim do procedimento de hemodiálise. Esta
dose suplementar pode variar de acordo com o tipo de equipamento de diálise utilizado
(ver secção 5.2).
Compromisso hepático
O topiramato deve ser administrado com precaução em doentes com compromisso
hepático moderado a grave, uma vez que a depuração do topiramato está diminuída.
Idosos
Não é necessário ajuste de dose em doentes idosos desde que a sua função renal esteja
intacta.
4.3 Contraindicações
Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes mencionados na
secção 6.1.
Na profilaxia da enxaqueca em mulheres em idade fértil se não estiverem a utilizar
métodos contracetivos eficazes.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Nas situações em que a descontinuação rápida de topiramato seja clinicamente
necessária, é recomendado uma monitorização adequada (ver secção 4.2 para mais
informações).
Assim como com outros fármacos antiepiléticos, alguns doentes podem ter um aumento
na frequência das crises ou de início de novos tipos de crises com topiramato. Este
fenómeno pode ser a consequência de uma sobredosagem, de uma diminuição das
concentrações plasmáticas de antiepiléticos em utilização concomitante, da progressão da
doença ou um efeito paradoxal.
Uma adequada hidratação durante o tratamento com topiramato é muito importante. A
hidratação pode reduzir o risco de nefrolitíase (ver abaixo). Uma adequada hidratação,
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antes e durante atividades como o exercício físico ou a exposição a temperaturas
elevadas, pode reduzir o risco de acontecimentos de reações adversas relacionada com o
calor (ver secção 4.8).
Oligohidrose
A oligohidrose (diminuição da transpiração) tem sido notificada em associação com o uso
de topiramato. A diminuição da transpiração e a hipertermia (aumento da temperatura
corporal) podem ocorrer especialmente em crianças expostas a uma temperatura ambiente
elevada.
Perturbações do humor/Depressão
Foi observado um aumento de incidência de perturbações do humor e depressão durante
o tratamento com topiramato.
Suicídio/Ideação suicida
Foram notificados casos de ideação e comportamento suicida em doentes tratados com
medicamentos antiepiléticos, em várias indicações terapêuticas. Uma meta-análise de
ensaios aleatorizados de medicamentos antiepiléticos, contra placebo, mostrou também
um pequeno aumento do risco de ideação e comportamento suicida. Não é ainda
conhecido o mecanismo que explica esse risco e os dados disponíveis não excluem a
possibilidade de um aumento do risco para o topiramato.
Em ensaios clínicos em dupla ocultação, os acontecimentos relacionados com suicídio
(ARS) (ideação suicida, tentativa de suicídio e suicídio) ocorreram com frequências de
0,5% em doentes tratados com topiramato (46 de 8652 doentes tratados) e com uma
incidência quase três vezes superior aos doentes tratados com placebo (0,2%; 8 dos 4045
doentes tratados).
Como tal, os doentes devem ser monitorizados quanto aos sinais de ideação e
comportamento suicida, devendo ser considerada a necessidade de tratamento mais
adequado. Os doentes (e os prestadores de cuidados de saúde aos doentes) devem ser
aconselhados a contactar o médico assim que surjam sinais de ideação e comportamento
suicida.
Nefrolitíase
Em alguns doentes, especialmente naqueles com predisposição para nefrolitíase, o risco
de formação de cálculos renais e de ocorrência de sinais e sintomas associados, tais
como, cólica renal, dor lombar ou dor nos flancos, pode ser superior.
Os fatores de risco para nefrolitíase incluem a formação prévia de cálculos, antecedentes
familiares de nefrolitíase e hipercalciúria. Nenhum destes fatores de risco permite prever
de forma fidedigna a formação de cálculos durante o tratamento com topiramato. Além
disso, os doentes em tratamento com outros medicamentos associados ao risco de
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nefrolitíase podem estar sujeitos a um maior risco.
Função renal diminuída
Em doentes com alteração da função renal (CLcr
70 ml/min), o topiramato deve ser
administrado com precaução uma vez que a depuração plasmática e renal estão
diminuídas. Para recomendações específicas de posologia em doentes com função renal
diminuída, ver secção 4.2, Compromisso renal.
Função hepática diminuída
Em doentes com alteração da função hepática, recomenda-se precaução na administração
de topiramato, pois pode estar reduzida a depuração deste fármaco.
Miopia aguda e glaucoma secundário do ângulo fechado
Uma síndrome consistindo em miopia aguda e glaucoma secundário do ângulo fechado
foi notificado em doentes tratados com topiramato. Os sintomas incluem início agudo de
diminuição da acuidade visual e/ou dor ocular. As descobertas oculares incluem miopia,
edema da câmara anterior, hiperemia ocular (vermelhidão) e aumento da pressão
intraocular. A midríase pode estar ou não presente. Este síndrome pode estar associado
com derrame supraciliar resultando no deslocamento anterior do cristalino e íris, com
glaucoma secundário de ângulo fechado. Os sintomas ocorrem tipicamente dentro de um
mês do início da terapêutica com topiramato. Em contraste com o glaucoma primário do
ângulo fechado, que é raro em indivíduos com menos de 40 anos de idade, o glaucoma
secundário do ângulo fechado associado a topiramato foi notificado em doentes em idade
pediátrica, bem como em adultos.
O tratamento inclui a interrupção de topiramato, tão rapidamente quanto possível e de
acordo com a opinião do médico, e medidas adequadas para reduzir a pressão intraocular.
Estas medidas geralmente resultam na diminuição da pressão intraocular.
Uma pressão intraocular elevada de qualquer etiologia, se não for tratada, pode dar
origem a sequelas graves incluindo uma perda permanente da visão.
Deve ser efetuada uma avaliação do tratamento com topiramato em doentes com um
historial de distúrbios visuais.
Acidose metabólica
A acidose metabólica hiperclorémica, “non-anion gap” (isto é, redução do bicarbonato
sérico abaixo dos níveis normais de referência, na ausência de alcalose respiratória), está
associada ao tratamento com topiramato. Esta redução do bicarbonato sérico deve-se ao
efeito inibitório do topiramato na anidrase carbónica renal. Geralmente, a redução de
bicarbonato ocorre no início do tratamento, podendo, no entanto, ocorrer em qualquer
altura do tratamento. Estas reduções de bicarbonato são ligeiras a moderadas (com
reduções médias de 4 mmol/l para doses de 100 mg/dia ou mais de topiramato, em
adultos, e de aproximadamente 6 mg/Kg/dia, em doentes pediátricos). Raramente, os
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doentes apresentaram redução para valores inferiores a 10 mmol/l. Situações clínicas ou
terapêuticas que predisponham a acidose, (tais como, doenças renais, alterações
respiratórias severas, estados epiléticos, diarreia, cirurgia, dieta cetogénica, ou alguns
medicamentos), podem ter um efeito aditivo à redução de bicarbonato provocada pelo
topiramato.
A acidose metabólica crónica aumenta o risco de formação de cálculos renais e pode
potencialmente levar a osteopenia.
A acidose metabólica crónica, em doentes pediátricos, pode reduzir as taxas de
crescimento. O efeito do topiramato nas sequelas ósseas não foi estudado
sistematicamente em populações pediátricas ou adultas.
De acordo com a situação clínica inicial, uma avaliação adequada, incluindo níveis
plasmáticos de bicarbonato, é recomendada durante o tratamento com topiramato. Se
estão presentes sinais ou sintomas (por ex. respiração de Kussmaul, dispneia, anorexia,
náuseas, vómitos, cansaço excessivo, taquicardia ou arritmia), indicativos de acidose
metabólica, é recomendada a determinação de bicarbonato no soro. Se a acidose
metabólica se desenvolver e persistir, deve ser tida em consideração a redução da dose ou
a interrupção do tratamento com topiramato (através de uma diminuição gradual da
dose).
O topiramato deve ser utilizado com precaução em doentes cujas condições ou
tratamentos sejam um fator de risco para o aparecimento de acidose metabólica.
Alteração da função cognitiva
A alteração cognitiva na epilepsia é multifatorial e pode ser devida à etiologia subjacente,
devida à epilepsia ou devida ao tratamento antiepilético. Têm sido notificadas na
literatura, alterações da função cognitiva nos adultos a fazer terapêutica com topiramato
que requereram redução da dose ou descontinuação do tratamento. Contudo, os
resultados cognitivos de estudos efetuados em crianças tratadas com topiramato foram
insuficientes e o seu efeito a esse respeito necessita ainda de ser elucidado.
Mulheres em idade fértil
O topiramato pode causar danos fetais e restrições no crescimento fetal (pequenos para a
idade gestacional e baixo peso à nascença) quando é administrado a uma mulher grávida.
Os dados do registo de gravidez do Grupo de Medicamentos Antiepiléticos Norte
Americanos acerca do topiramato em monoterapia demonstraram uma prevalência de
malformações congénitas major aproximadamente 3 vezes superior (4,3%) quando
comparado com um grupo de referência que não tomava MAEs (1,4%). Adicionalmente,
dados de outros estudos indicam que, quando comparado com a monoterapia, existe um
risco aumentado de efeitos teratogénicos associado à utilização de MAEs em politerapia.
Antes de iniciar o tratamento com topiramato numa mulher em idade fértil, deve ser feito
um teste de gravidez e aconselhadas medidas contracetivas altamente eficazes (ver
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secção 4.5). O doente deve ser plenamente informado acerca dos riscos relacionados com
o uso de topiramato durante a gravidez (ver secção 4.3 e 4.6).
Suplementação alimentar
Alguns doentes podem ter diminuição de peso durante o tratamento com o topiramato. É
recomendado que os doentes em tratamento com o topiramato sejam monitorizados para
a perda de peso. Deve ser considerada a administração de um suplemento alimentar ou
aumento da ingestão de alimentos em doentes que percam peso, durante a administração
do topiramato.
Intolerância à lactose
Topiramato Mylan contém lactose. Doentes com problemas hereditários raros de
intolerância à galactose, deficiência de lactase ou má absorção de glucose-galactose não
devem tomar este medicamento.
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
Efeitos de Topiramato Mylan sobre outros medicamentos antiepiléticos
A associação de Topiramato Mylan a outros medicamentos antiepiléticos (fenitoína,
carbamazepina, ácido valpróico, fenobarbital, ou primidona) não afeta as suas
concentrações plasmáticas no estado estacionário, exceto em doentes ocasionais em que a
associação de Topiramato Mylan à fenitoína pode provocar uma elevação das
concentrações plasmáticas desta. Isto deve-se possivelmente à inibição da isoforma duma
enzima polimórfica específica (CYP2C19). Consequentemente, em qualquer doente em
tratamento com fenitoína que apresente sinais ou sintomas de toxicidade, deve proceder-
se à monitorização dos níveis de fenitoína.
Um estudo de interação farmacocinética com doentes epiléticos indicou que a adição do
topiramato à lamotrigina não teve efeito nas concentrações plasmáticas desta, para doses
de topiramato de 100 a 400 mg/dia. Para além disso, não houve alteração das
concentrações plasmáticas de topiramato durante e após a interrupção do tratamento com
lamotrigina (dose média de 327 mg/dia).
O topiramato inibe a enzima CYP 2C19 e pode interferir com outras substâncias que são
metabolizadas por esta enzima (por exemplo: diazepam, imipramina, moclobemida,
proguanilo, omeprazol).
Efeitos de outros medicamentos antiepiléticos sobre Topiramato Mylan
A fenitoína e a carbamazepina reduzem a concentração plasmática do topiramato. A
associação ou interrupção do tratamento com fenitoína ou carbamazepina, à terapêutica
com Topiramato Mylan, pode requerer o ajuste posológico deste último. Estas alterações
devem ser efetuadas por avaliação do efeito clínico. A associação ou interrupção do
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tratamento com ácido valpróico não produz alterações clinicamente significativas nas
concentrações plasmáticas de Topiramato Mylan pelo que, neste caso, não é necessário
proceder ao ajuste posológico de Topiramato Mylan. Os resultados destas interações
estão resumidos no quadro seguinte:
FAE coadministrado Concentração do FAE Concentração de
Topiramato
Fenitoína «** ¯
Carbamazepina (CBZ) « ¯
Ácido Valpróico « «
Lamotrigina « «
Fenobarbital « NE
Primidona « NE
= Sem efeito sobre a concentração plasmática (alteração
15%)
** = Aumento das concentrações plasmáticas em casos isolados
= Redução das concentrações plasmáticas
= Não estudado
= Fármaco antiepilético
Outras interações medicamentosas
Digoxina
Num estudo de dose única, a área sob a curva (AUC) da concentração plasmática da
digoxina sérica diminui 12% devido à administração concomitante de Topiramato Mylan.
Não foi estabelecida a relevância clínica desta observação. Quando se adiciona ou retira
Topiramato Mylan a doentes em que foi instituída uma terapêutica com digoxina, deve
prestar-se especial atenção à monitorização da digoxina sérica.
Depressores do Sistema Nervoso Central
A administração concomitante de Topiramato Mylan e álcool ou outros medicamentos
depressores do Sistema Nervoso Central não foi avaliada em estudos clínicos. É
recomendado que Topiramato Mylan não seja utilizado concomitantemente com álcool
ou outros medicamentos depressores do Sistema Nervoso Central.
Hipericão (Hypericum perforatum)
Pode ser observada com a administração concomitante de topiramato e de Hipericão, uma
diminuição das concentrações plasmáticas resultando numa perda de eficácia. O potencial
de interação não foi avaliado em estudos clínicos.
Contracetivos orais
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Num estudo de interação farmacocinética, em voluntárias saudáveis, a administração
concomitante de um contracetivo oral, constituído por 1 mg de noretindrona (NET) e 35
g de etinilestradiol (EE) e Topiramato Mylan em doses de 50 a 200 mg/dia administrado
na ausência de outros fármacos, não foi associado a alterações significativas de exposição
(AUC) de qualquer componente do contracetivo oral. Num outro estudo, a exposição de
etinilestradiol diminuiu de forma estatisticamente significativa, para doses de 200, 400 e
800 mg/dia de topiramato (18%, 21% e 30%, respetivamente), quando administrado
como terapêutica adjuvante a doentes epiléticos a tomar ácido valpróico. Em ambos os
estudos, Topiramato Mylan (em doses de 50-200 mg/dia em voluntários saudáveis e 200-
800 mg/dia em doentes epiléticos), não afetou a significativamente a exposição da NET.
Apesar de existir uma diminuição da exposição ao EE, dependente da dose, para doses
entre 200-800 mg/dia (em doentes epiléticos), não se registou alteração dependente da
dose significativa na exposição ao EE, para doses entre 50-200 mg/dia (em voluntários
saudáveis). O significado clínico das alterações não é conhecido.
A possibilidade de diminuição da eficácia do contracetivo e do aumento da hemorragia
de privação devem ser tidas em consideração, para doentes a tomar contracetivos orais
em associação com Topiramato Mylan. As doentes a tomar contracetivos, contendo
estrogénio devem comunicar ao médico quaisquer alterações nos respetivos padrões
hemorrágicos. A eficácia dos contracetivos pode diminuir mesmo na ausência de
alteração dos padrões hemorrágicos.
Lítio
Em voluntários saudáveis, foi observada uma redução (de 18% da AUC) na exposição
sistémica de litío durante a administração concomitante de topiramato 200 mg/dia. Em
doentes com perturbação bipolar, a farmacocinética do lítio não foi afetada durante o
tratamento com topiramato 200 mg/dia.
No entanto, foi observado um aumento (de 26% da AUC) na exposição sistémica ao lítio,
após tratamento com topiramato em doses até 600 mg/dia. Os níveis de lítio devem ser
monitorizados quando coadministrado com topiramato.
Risperidona
Estudos de interação fármaco-fármaco, conduzidos em condições de dose única em
voluntários saudáveis e dose múltipla em doentes bipolares, obtiveram resultados
semelhantes. Quando administrada concomitantemente com topiramato em doses
crescentes de 100, 250 e 400 mg/dia, houve uma redução da exposição sistémica da
risperidona (16% e 33% da AUC em estado estacionário para as doses de 250 e 400
mg/dia, respetivamente), quando esta foi administrada em doses que variaram entre 1 e 6
mg/dia. Contudo, diferenças na AUC da fração ativa total entre o tratamento com
risperidona isolada e em associação com topiramato não foram estatisticamente
significativas. Na fração antipsicótica ativa total (risperidona e 9-hidroxirisperidona)
foram observadas alterações mínimas da farmacocinética, não tendo sido observadas
alterações para a 9-hidroxirisperidona isolada. Não foram observadas alterações
significativas na exposição sistémica da fração ativa total da risperidona ou do
topiramato. Quando topiramato foi adicionado ao tratamento já existente com risperidona
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(1-6 mg/dia) foram notificados mais frequentemente acontecimentos adversos do que
antes da introdução (90% e 54% respetivamente) do topiramato (250-400 mg/dia).
Os acontecimentos adversos mais frequentemente notificados, quando topiramato foi
adicionado ao tratamento com risperidona foram: sonolência (27% e 12%), parestesia
(22% e 0%) e náuseas (18% e 9%, respetivamente).
Hidroclorotiazida (HCTZ)
Um estudo de interação fármaco-fármaco em voluntários saudáveis avaliou a
farmacocinética no estado estacionário da HCTZ (25 mg/dia) e do topiramato (96 mg de
12/12h), quando administrados isolada ou concomitantemente. Os resultados do estudo
indicam que a Cmáx de topiramato aumentou 27% e a AUC aumentou 29%, quando a
HCTZ foi adicionada ao topiramato. É desconhecido o significado clínico desta alteração.
A adição de HCTZ ao tratamento com topiramato pode exigir um ajuste da dose de
topiramato. A farmacocinética do estado estacionário da HCTZ não foi
significativamente alterada com a administração do topiramato. Resultados laboratoriais
indicaram uma redução do potássio sérico após a administração de topiramato e HCTZ.
Esta redução é mais acentuada quando a administração de topiramato e HCTZ é
concomitante.
Metformina
Foi realizado um estudo de interação fármaco-fármaco, em voluntários saudáveis, para
avaliar a farmacocinética no estado estacionário da metformina e do topiramato no
plasma, quando a metformina era administrada isoladamente e concomitantemente com
topiramato. Os resultados deste estudo mostraram que a média da Cmáx e da AUC 0-12h
da metformina aumentaram em 18% e 25% respetivamente, enquanto que a CL/F média
reduziu 20%, quando a metformina e o topiramato eram administrados simultaneamente.
O topiramato não afetou a Tmáx da metformina. Não é claro o significado clínico do
efeito do topiramato na farmacocinética da metformina. A depuração plasmática do
topiramato oral parece ser reduzida quando administrada com a metformina. Desconhece-
se a extensão do efeito na depuração. Desconhece-se o significado clínico do efeito da
metformina na farmacocinética do topiramato.
Quando Topiramato Mylan é associado ou retirado em doentes a receberem tratamento
com metformina deverá haver precaução em relação à monitorização de rotina, para o
controlo adequado da diabetes.
Pioglitazona
Um estudo de interação fármaco-fármaco em voluntários saudáveis avaliou a
farmacocinética no estado estacionário do topiramato e da pioglitazona, quando
administrados isolados ou concomitantemente. Foi observada uma redução de 15% da
,ss da pioglitazona, sem alteração da Cmáx,ss. Este resultado não foi
estatisticamente significativo. Por outro lado, foi observada uma diminuição do hidroxi-
metabolito de 13% e 16% na Cmáx,ss e AUC
,ss, respetivamente, assim como uma
diminuição de 60% na Cmáx e AUC
,ss do ceto-metabolito ativo. É desconhecido o
significado clínico destes resultados. Quando Topiramato Mylan é administrado em
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simultâneo com a pioglitazona ou vice-versa, deve dar-se especial atenção à
monitorização de rotina, para o controlo adequado da diabetes.
Gliburide
Um estudo de interação fármaco-fármaco em doentes com diabetes tipo II avaliou a
farmacocinética no estado estacionário do gliburide (5 mg/dia) e do topiramato (150
mg/dia), quando administrados isolados ou concomitantemente. Observou-se uma
diminuição de 25% na AUC24 de gliburide, quando administrado com topiramato. A
exposição sistémica dos metabolitos ativos, 4-trans-hidroxigliburide (M1) e 3-cis-
hidroxi-gliburide (M2), reduziu 13% e 15% respetivamente. A farmacocinética no estado
estacionário do topiramato não foi afetada pela administração concomitante de gliburide.
Quando o topiramato é administrado em simultâneo com o gliburide ou vice-versa, deve
dar-se especial atenção à monitorização de rotina para o controlo adequado da diabetes.
Outras formas de interação
Substâncias que predispõem para nefrolitíase
Quando utilizado concomitantemente com outras substâncias que possam predispor para
nefrolitíase, Topiramato Mylan pode aumentar o risco de nefrolitíase. Durante o
tratamento com Topiramato Mylan devem ser evitadas estas substâncias, dado que podem
criar um ambiente fisiológico que aumente o risco de formação de cálculos renais.
Ácido valpróico
A administração concomitante do topiramato e ácido valpróico está associada a
hiperamoniémia com ou sem encefalopatia em doentes que toleraram estes medicamentos
quando administrados isoladamente. Na maioria dos casos, os sinais e sintomas
desaparecem com a descontinuação dos dois medicamentos. Esta reação adversa não é
devido a uma interação farmacocinética. Não foi estabelecida a associação da
hiperamoniémia com a terapêutica do topiramato em monoterapia ou concomitante com
outro antiepilético.
A hipotermia, definida como uma descida não intencional da temperatura corporal a
<35ºC foi notificada em associação com a utilização concomitante de topiramato e ácido
valpróico (AVP) ambos em conjugação com hiperamoniémia e na ausência de
hiperamoniémia. Este acontecimento adverso pode ocorrer após o início do tratamento
com topiramato ou após o aumento da dose diária de topiramato, em doentes que utilizam
concomitantemente topiramato e ácido valpróico.
Outros estudos farmacocinéticos sobre interações medicamentosas
Têm sido conduzidos estudos para avaliar o potencial farmacocinético da interação
medicamentosa entre o topiramato e outros medicamentos. As alterações na Cmáx ou na
AUC, como resultado de interações, estão resumidas abaixo. A segunda coluna
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(concentração do medicamento concomitante) descreve o que acontece à concentração do
medicamento concomitante que se encontra na primeira coluna, com o topiramato. A
terceira coluna (concentração do topiramato) descreve como a coadministrarão do
fármaco da primeira coluna irá modificar a concentração do topiramato.
Resumo dos Resultados de Outros Estudos Farmacocinéticos sobre Interações
Medicamentosas
Medicamento
concomitante
Concentração concomitante
do medicamento (a)
Concentração do
topiramato (a)
Amitriptilina
aumento de 20% na Cmáx
e AUC no metabolito da
nortriptilina
Dihidroergotamina
(Oral e Subcutâneo)
Haloperidol
aumento de 31% na AUC
do metabolito reduzido
Propranolol
aumento de 17% na Cmáx
para o 4-OH propranolol
(TPM 50 mg de12/12h)
aumento de 9% e 16% na
Cmáx,
aumento de 9%-17% na
AUC (40 e 80 mg
propranolol de12/12h,
respetivamente)
Sumatriptano (Oral e
Subcutâneo)
Pizotifeno
Diltiazem
Diminuição de 25% na AUC
do diltiazem e diminuição
de18% da DEA, e
para o
DEM*
20% inaumento na AUC
Venlafaxina
Flunarizina
Aumento de 16% na AUC
(TPM 50 mg de12/12h)b
(a) Valores em % relativamente à alteração na média da Cmáx ou da AUC
relativamente à monoterapia.
= Sem efeitos na Cmáx e na AUC (
15% de alteração) do composto precursor
NE = Não Estudado
*DEA = des acetilo diltiazem, DEM = N-dimetilo diltiazem
b Flunarizina aumento de 14% na AUC em indivíduos que tomam apenas
flunarizina. Um aumento na exposição pode estar associado a uma acumulação
durante o estabelecimento do estado estacionário.
4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento
Gravidez
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Risco relacionado com o topiramato
O topiramato é teratogénico em ratinhos, ratos e coelhos (ver secção 5.3). Em ratos, o
topiramato atravessa a barreira placentária.
Em humanos, o topiramato atravessa a placenta e foram notificadas concentrações
similares no cordão umbilical e no sangue materno.
Dados clínicos obtidos a partir de registos de gravidez indicam que os lactentes expostos
ao topiramato em monoterapia apresentam:
um risco aumentado de malformações congénitas (particularmente, fissuras no
lábio/palato, hipospadias e anomalias envolvendo vários sistemas corporais), após
exposição durante o primeiro trimestre da gravidez. Os dados dos registos de gravidez
obtidos a partir do grupo de Medicamentos Antiepiléticos Norte Americanos com
topiramato em monoterapia demonstraram uma prevalência de malformações congénitas
maiores aproximadamente 3 vezes superior (4,3%), quando comparado com um grupo de
referência que não esteja a tomar medicamentos antiepiléticos (MAEs) (1,4%).
Adicionalmente, dados de outros estudos indicam que, quando comparado com a
monoterapia, existe um risco aumentado de efeitos teratogénicos associados à utilização
de MAEs em politerapia. O risco foi notificado como sendo dependente da dose; foram
observados efeitos em todas as doses. Em mulheres tratadas com topiramato que tiveram
um filho com malformações congénitas, parece haver um risco aumentado de
malformações em gravidezes subsequentes quando expostas ao topiramato.
uma prevalência maior de baixo peso no recém-nascido aquando do nascimento (<2500
gramas), comparativamente com o grupo de referência.
um aumento da prevalência de ser pequeno para a idade gestacional (PIG; definido
como peso aquando do nascimento abaixo do percentil 10 corrigido para a idade
gestacional, estratificado por sexo). As consequências a longo prazo dos resultados de
PIG não podem ser determinadas.
Indicação na Epilepsia
Durante a gravidez, o topiramato deve ser prescrito após a mulher ser informada dos
riscos conhecidos da epilepsia não controlada na gravidez e dos potenciais riscos do
medicamento para o feto.
Indicação na profilaxia da enxaqueca
O topiramato é contraindicado na gravidez e em mulheres em idade fértil que não estão a
utilizar um método contracetivo eficaz (ver secção 4.3 e 4.5 Interações com contracetivos
orais).
Amamentação
Os estudos em animais demonstraram a excreção do topiramato no leite. A excreção do
topiramato no leite humano não foi avaliada em estudos controlados. Um número
limitado de observações em doentes sugere uma excreção extensa do topiramato no leite
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
materno. Os efeitos observados em recém-nascidos/lactentes amamentados por mães
tratadas incluem diarreia, sonolência, irritabilidade e ganho de peso inadequado.
Consequentemente, deve ser tomada uma decisão quanto à interrupção do aleitamento ou
do tratamento com topiramato, tendo em consideração a importância do medicamento
para a mãe (ver secção 4.4).
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Os efeitos de Topamax sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquina são reduzidos
ou moderados.
Topiramato atua sobre o Sistema Nervoso Central e pode provocar sonolência, tonturas
ou outros sintomas relacionados. Pode causar também perturbações visuais e/ou visão
turva. Estas reações adversas podem ser potencialmente perigosas em doentes que
conduzam veículos ou utilizem máquinas, particularmente até ser estabelecida a
experiência individual do doente com o medicamento.
4.8 Efeitos indesejáveis
A segurança do topiramato foi avaliada através de uma base de dados de estudos clínicos
com 4.111 doentes (3.182 com topiramato e 929 com placebo) que participaram em 20
estudos em dupla ocultação e 2.847 doentes que participaram em 34 estudos abertos para
o topiramato como terapêutica adjuvante nas crises primárias generalizadas tónico-
clónicas, crises parciais, crises associadas ao síndrome de Lennox-Gastaut, monoterapia
para uma epilepsia nova ou diagnosticada recentemente ou para a profilaxia da
enxaqueca. A maioria das reações adversas medicamentosas foram ligeiras a moderadas
no que diz respeito à sua gravidade. Estas reações adversas medicamentosas,
identificadas nos ensaios clínicos e na fase de pós-comercialização (indicado por **),
encontram-se descritas na tabela 1 abaixo de acordo com a sua incidência. As frequências
atribuídas estão organizadas da seguinte forma:
Muito frequentes
1/10
Frequentes
1/100 e <1/10
Pouco frequentes
1/1000 e <1/100
Raros
1/10 000 e <1/1000
Desconhecido não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis.
As reações adversas medicamentosas (RAMs) mais comuns (com uma incidência > 5% e
maior que as observadas com placebo em pelo menos uma indicação em estudos em
dupla ocultação com topiramato): anorexia, diminuição do apetite, bradifrenia, depressão,
alterações na linguagem, insónia, alteração na coordenação, alteração da atenção,
tonturas, disartria, disgeusia, hipoestesia, letargia, alterações de memória, nistagno,
parestesia, sonolência, tremor, diplopia, visão turva, diarreia, náuseas, fadiga,
irritabilidade e perda de peso.
Tabela 1: Reações Adversas Medicamentosas do Topiramato
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Classes de
sistemas de
órgãos
Muito
frequentes
Frequentes
Pouco
Frequentes
Raros
Muito Raros
Desconh
Exames
complementar
es de
diagnóstico
Diminuição
de Peso
Aumento
de peso*
Presença de
cristais na
urina, teste de
marcha em
linha reta com
resultados
anómalos,
contagem de
glóbulos
brancos
diminuída
Aumento das
enzimas
hepáticas
Diminuição
Bicarbonato
no sangue
Afeções
hepatobiliares
Hepatite,
falência
hepática
Cardiopatias
Bradicardia,
bradicardia
sinusal
palpitações
Doenças do
sangue e do
sistema
linfático
Anemia
Leucopénia,
trombocitopéni
linfadenopatia,
eosinofilia
Neutropénia
Doenças do
sistema
nervoso
parestesia,
sonolência,
tonturas
Distúrbios
atenção,
alterações
memória,
amnésia,
alterações
cognitivas,
perturbaçõ
mentais,
perturbaçõ
es das
capacidad
Nível reduzido
de consciência,
convulsões
grande mal,
defeito do
campo visual,
crises
complexas
parciais,
distúrbio do
discurso,
hiperatividade
psicomotora,
síncope,
perturbações
sensoriais,
Apraxia,
alteração do
ritmo
circadiano
do sono,
hiperestesia,
hiposmia,
anosmia,
tremor
essencial,
acinésia,
não resposta
ao estímulo
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
psicomoto
ras,
convulsõe
alteração
coordenaç
ão, tremor,
letargia,
hipoestesi
nistagmo,
disgeusia,
perturbaçã
o do
equilíbrio,
disartria,
tremor
intenciona
l, sedação
ptialismo,
hipersonia,
afasia, discurso
repetitivo,
hipocinésia,
discinésia,
tonturas
posturais, má
qualidade do
sono, sensação
de queimadura,
perda de
sensações,
parosmia,
síndroma
cerebelar,
disastesia,
hipogeusia,
estupor,
descordenação,
aura, ageusia,
disgrafia,
disfasia,
neuropatia
periférica, pré-
síncope,
distonia,
sensação de
formigueiro
Afeções
oculares
Visão
turva,
diplopia,
perturbaçõ
es visuais
Acuidade
visual
reduzida,
escotoma,
miopia*,
sensação
anormal no
olho*, olho
seco,
fotofobia,
blefarospasmo,
aumento da
lacrimação,
fotopsia,
midriase,
presbiopia
Cegueira
unilateral,
cegueira
passageira,
glaucoma,
distúrbio na
acomodação
, alteração
da perceção
visual de
profundidad
e, escotoma
cintilante,
edema da
pálpebra*,
cegueira
Glaucoma de
ângulo
fechado*,
maculopatia*,
distúrbios do
movimento
ocular*
Uveíte**
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
noturna,
ambliopia
Afeções do
ouvido e do
labirinto
Vertigem,
zumbido,
dor de
ouvidos
Surdez, surdez
unilateral,
surdez
neurossensoria
l, desconforto
no ouvido,
alteração na
audição
Doenças
respiratórias,
torácicas e do
mediastino
Dispneia,
epistaxis,
congestão
nasal,
rinorreia
Dispneia de
esforço,
hipersecreção
do seio
paranasal
disfonia
Tosse
Doenças
gastrointestina
Náuseas
diarreia,
Vómitos,
obstipação
, dor
abdominal
superior,
dispepsia,
abdominal
, boca
seca,
desconfort
o gástrico,
parestesia
oral,
gastrite,
desconfort
abdominal
Pancreatite,
flatulência,
doença do
refluxo
gastroesofágic
o, dor
abdomial
inferior,
hipoestesia
oral,
hemorragia
gengival,
distensão
abdominal,
desconforto
epigástrico,
sensibilidade
abdominal,
hipersecreção
salivar,dor
oral, mau
hálito,
glossodinia
Doenças
renais e
urinárias
Nefrolitías
polaciúria,
disúria
Cálculos
renais,
incontinência
urinária,
hematúria,
incontinência,
Cálculos
ureterais,
acidose
tubular
renal*
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
urgência de
micção, cólicas
renais, dor
renal
Afeções dos
tecidos
cutâneos e
subcutâneos
Alopécia,
erupção
cutânea,
prurido
Anidrose,
hipoestesia
facial,
urticária,
eritema,
prurido
generalizado,
erupção
macular,
descoloração
da pele,
dermatite
alérgica,
inflamação da
face
Sindrome
de Stevens-
Johnson*,
eritema
multiforme*
odor da pele
anormal,
edema
periorbital*,
urticária
localizada
Necrolise tóxica
epidérmica *
Afeções
musculosquelé
ticas e dos
tecidos
conjuntivos
Artrálgia,
espasmos
musculare
s, mialgia,
fasciculaç
muscular,
fraqueza
muscular,
musculoes
quelética
do peito
Inchaço da
articulação*,
rigidez
muscular, dor
lateral, fadiga
muscular
Desconforto
membro*
Doenças do
metabolismo e
da nutrição
Anorexia,
diminuiçã
o do
apetite
Acidose
metabólica,
hipocaliémia,
aumento do
apetite,
polidipsia
Acidose
hiperclorém
Infeções e
infestações
Nasofaringit
Vasculopatias
Hipotensão,
hipotensão
ortostática,
rubor,
afrontamento
Fenómeno
de Raynaud
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Perturbações
gerais e
alterações no
local de
administração
Fadiga
Pirexia,
astenia,
irritabilida
alterações
na marcha,
sentir-se
anormal,
mal-estar
Hipertermia,
sede, doença
do tipo gripal*,
arrefecimento
extremidades,
sensação de
embriaguez,
sensação de
agitação
Edema da
face
calcinose
Circunstâncias
sociais
Dificuldade na
aprendizagem
Doenças do
sistema
imunitário
Hipersensi
bilidade
Edema
alérgico*,
Edema
conjuntivo *
Doenças dos
órgãos genitais
e da mama
Disfunção
eréctil,
Disfunção
sexual
Perturbações
do foro
psiquiátrico
Depressão
Bradifreni
a, insónia,
distúrbio
expressão,
ansiedade,
estado
confusiona
desorienta
ção,
agressão,
alterações
no humor,
agitação,
flutuações
de humor,
humor
depressivo
, cólera,
comporta
mento
anormal,
Ideação
suicida,
tentativa
suicida,
alucinação,
distúrbio
psicótico,
alucinação
auditiva,
alucinação,
visual, apatia,
perda de
discurso
espontâneo,
perturbações
do sono,
labilidade
afetiva,
diminuição da
líbido,
instabilidade
motora, choro,
disfemia,
euforia,
paranoia,
Mania,
perturbação
de pânico
sensação de
desespero*,
, hipomania,
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
perseverança,
ataques de
pânico, estado
lacrimoso,
distúrbio na
leitura, insónia
inicial,
embotamento
afetivo,
pensamento
anormal, perda
da libido,
ausência de
interesse nas
atividades da
vida diária,
insónia
intermédia,
distratibilidade
, despertar
muito cedo,
reação de
pânico,
exaltado
* identificada como uma RAM durante os relatórios espontâneos de pós-comercialização. A
sua frequência foi calculada através de dados dos ensaios clínicos.
Malformações congénitas e restrições no crescimento fetal (ver secção 4.4 e secção 4.6).
População pediátrica
As reações adversas notificadas mais frequentemente (
2 vezes mais) em crianças do
que em adultos em estudos controlados e em dupla ocultação incluem:
- Diminuição do apetite
- Aumento do apetite
- Acidose hiperclorémica
- Hipocaliemia
- Comportamento anormal
- Agressão
- Apatia
- Insónia inicial
- Ideação suicida
- Alteração da atenção
- Letargia
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
- Alteração do ritmo circadiano do sono
- Má qualidade do sono
- Aumento do lacrimejo
- Bradicardia sinusal
- Mal-estar
- Alterações na marcha.
As reações adversas que foram notificadas em crianças mas não em adultos em estudos
controlados e em dupla ocultação incluem:
- Eosinofilia
- Hiperatividade psicomotora
- Vertigens
- Vómitos
- Hipertermia
- Pirexia
- Dificuldade de aprendizagem.
Notificação de suspeitas de reações adversas
A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é
importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco
do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas
de reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P.:
Sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram
(preferencialmente) ou através dos seguintes contactos:
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
4.9 Sobredosagem
Sinais e sintomas
Foram notificados casos de sobredosagem com topiramato. Os sinais e sintomas
incluíram: convulsões, sonolência, perturbações do discurso, visão turva, diplopia, défice
intelectual, letargia, coordenação anormal, estupor, hipotensão, dor abdominal, agitação,
tonturas e depressão. As consequências clínicas não foram graves na maioria dos casos,
mas foram notificadas mortes após sobredosagens com politerapia envolvendo
topiramato.
A sobredosagem com topiramato pode causar acidose metabólica grave (ver secção 4.4).
Tratamento
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Em caso de sobredosagem aguda do topiramato, se a ingestão for recente, deve esvaziar-
se o estômago imediatamente por lavagem ou por indução de emese. O carvão ativado
mostrou absorver o topiramato in vitro. Deve ser efetuado um tratamento de suporte
apropriado e o doente deve ser bem hidratado. A hemodiálise demonstrou ser um meio
eficaz para a remoção do topiramato do organismo.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 2.6. Sistema nervoso central. Antiepiléticos e
anticonvulsivantes
Código ATC: N03AX11
O topiramato é classificado como um monossacárido sulfamato-substituído. É
desconhecido o mecanismo preciso pelo qual o topiramato exerce o seu efeito
anticonvulsivante e na profilaxia da enxaqueca. Os estudos eletrofisiológicos e
bioquímicos em culturas de neurónios identificaram três propriedades farmacológicas,
que podem contribuir para a eficácia anticonvulsivante do topiramato.
Os potenciais de ação eliciados repetidamente por uma despolarização prolongada dos
neurónios foram bloqueados pelo topiramato de uma forma tempo-dependente, o que é
sugestivo de um bloqueio dos canais de sódio estado-dependente. O topiramato aumenta
a frequência com que os recetores GABAA são ativados pelo ¡-aminobutirato (GABA) e
aumenta a capacidade do GABA induzir o fluxo de iões cloreto para dentro dos
neurónios, sugerindo que o topiramato potência a atividade deste neurotransmissor
inibitório.
Este efeito não foi bloqueado pelo flumazenil, um antagonista das benzodiazepinas, nem
o topiramato aumentou a duração do tempo de abertura do canal, diferenciando o
topiramato dos barbitúricos que modulam os recetores GABAA.
Como o perfil antiepilético do topiramato difere acentuadamente do das benzodiazepinas,
pode modular um subtipo do recetor GABAA insensível às benzodiazepinas. O
topiramato antagoniza a capacidade do kainato em ativar os recetores do aminoácido
excitatório (glutamato), do subtipo kainato/AMPA (ácido
-amino3-hidroxi5-
metilisoxazole4-ácido propiónico), mas não teve efeito aparente na atividade de N-
metilo-D-aspartato (NMDA) nos recetores do subtipo NMDA. Estes efeitos do
topiramato estavam dependentes da concentração num intervalo de 1
M a 200
M, com
um mínimo de atividade de 1
M a 10
Além disso, o topiramato inibe algumas isoenzimas da anidrase carbónica. Este efeito
farmacológico é muito mais fraco do que o da acetazolamida, um conhecido inibidor da
anidrase carbónica, e supõe-se que não constitui um dos principais componentes da
atividade antiepilética do topiramato.
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Em estudos animais, o topiramato apresenta atividade anticonvulsivante nos testes de
crises máximas por eletrochoques (MES) em ratos e ratinhos e é eficaz em modelos de
epilepsia de roedores, o qual inclui crises tónicas e ausência de crises no rato
espontaneamente epilético (SER) e crises tónicas e clónicas induzidas nos ratos por
inflamação da amígdala ou por isquémia global. O topiramato é apenas fracamente eficaz
no bloqueio das crises clónicas induzidas pelo antagonista do recetor GABAA,
pentilenetetrazol.
Estudos realizados em ratinhos em que foi efetuada a administração em simultâneo do
topiramato e carbamazepina ou fenobarbital, demonstraram atividade anticonvulsivante
sinérgica, enquanto que a associação com a fenitoína mostrou atividade anticonvulsivante
aditiva. Em ensaios clínicos na terapêutica adjuvante, bem controlados, não foi
demonstrada nenhuma correlação entre os níveis plasmáticos de topiramato e a sua
eficácia clínica. Em seres humanos, não se demonstrou qualquer evidência de tolerância.
Crises de ausência
Foram realizados dois pequenos ensaios de braço único com crianças entre os 4 e 11 anos
de idade (CAPSS-326 e TOPAMAT-ABS001). Um dos estudos incluiu 5 crianças e o
outro incluiu 12 crianças antes de ter terminado precocemente devido a falta de resposta
terapêutica. As doses usadas nestes estudos foram até aproximadamente 12 mg/kg no
estudo TOPAMAT-ABS001 e um máximo inferior a 9 mg/kg/dia ou 400 mg/dia no
estudo CAPSS-326. Estes estudos não fornecem evidência suficiente para retirar
conclusões relativamente à eficácia ou segurança na população pediátrica.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
As formulações dos comprimidos e cápsulas são bioequivalentes.
O perfil farmacocinético de topiramato em comparação com outros fármacos
antiepiléticos demonstra uma longa semivida plasmática, farmacocinética linear,
depuração predominantemente renal, ausência de ligação significativa às proteínas
plasmáticas e ausência de metabolitos ativos clinicamente relevantes.
O topiramato não é um indutor potente das enzimas metabolizadoras de fármacos e pode
ser administrado independentemente das refeições, não sendo necessária monitorização
das concentrações plasmáticas do topiramato. Em ensaios clínicos, não houve nenhuma
relação consistente entre as concentrações plasmáticas e a eficácia ou acontecimentos
adversos.
Absorção
O topiramato é bem absorvido, e de forma rápida. Após a administração por via oral de
100 mg de topiramato em voluntários saudáveis, atingiu-se uma média de concentração
plasmática máxima (Cmáx) de 1,5
g/ml em 2 a 3 horas (Tmáx).
Com base na radioatividade recuperada na urina, a extensão média da absorção duma
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
dose de 100 mg por via oral de C14-topiramato foi de pelo menos 81%. A ingestão de
alimentos não exerce um efeito clinicamente significativo sobre a biodisponibilidade do
topiramato.
Distribuição
Geralmente 13-17% de topiramato liga-se às proteínas plasmáticas. Observou-se uma
baixa capacidade de ligação do topiramato nos eritrócitos que são saturáveis para
concentrações plasmáticas superiores a 4
g/ml. O volume de distribuição varia
inversamente com a dose. O volume médio aparente de distribuição foi de 0,80 - 0,55
l/kg para uma dose única de 100 a 1200 mg. Foi detetado um efeito do sexo no volume de
distribuição, com valores para o sexo feminino de cerca de 50% dos do sexo masculino.
Este aspeto é atribuído à maior percentagem de gordura em mulheres, e não tem
consequências clínicas.
Biotransformação
O topiramato não é extensamente metabolizado (~ 20%) nos voluntários saudáveis. O
topiramato é metabolizado até 50% em doentes a receberem uma terapêutica antiepilética
concomitante com indutores conhecidos das enzimas metabolizadoras dos fármacos.
Foram isolados seis metabolitos, formados por hidroxilação, hidrólise e glucuronidação,
caracterizados e identificados a partir do plasma, urina e fezes de seres humanos. Cada
metabolito representa menos de 3% da radioatividade total excretada após a
administração de C14–topiramato. Foram testados dois metabolitos, que retiveram a
maior parte da estrutura do topiramato, e verificou-se que possuíam pouca ou nenhuma
atividade anticonvulsivante.
Eliminação
Em seres humanos, a principal via de eliminação do topiramato inalterado e dos seus
metabolitos é a renal (pelo menos 81% da dose). Aproximadamente 66% da dose de C14
topiramato foi excretada na forma intacta na urina, em quatro dias. Após a administração
de 50 mg e 100 mg de topiramato, duas vezes ao dia, a média da depuração renal foi de
aproximadamente 18 ml/min e 17 ml/min, respetivamente. Existe evidência de
reabsorção tubular renal do topiramato. Este facto é apoiado por estudos em ratos em que
o topiramato foi administrado em associação com o probenecide e observou-se um
aumento significativo na depuração renal. Em geral, no ser humano, a depuração
plasmática é de aproximadamente 20 a 30 ml/min, após a administração oral.
O topiramato exibe uma baixa variabilidade interindividual nas concentrações
plasmáticas e, consequentemente, tem uma farmacocinética previsível. A farmacocinética
do topiramato é linear, com uma depuração plasmática permanecendo constante, e um
aumento da área sob a curva da concentração plasmática proporcional à dose, para doses
orais únicas compreendidas entre 100 e 400mg em indivíduos saudáveis. Os doentes com
função renal normal podem necessitar de 4 a 8 dias até atingirem concentrações
plasmáticas no estado estacionário. A média da Cmáx após a administração por via oral
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
de doses múltiplas de 100 mg, duas vezes por dia, em indivíduos saudáveis, foi de 6,76
g/ml.
Após a administração de doses múltiplas de 50 mg e 100 mg de topiramato, duas vezes
por dia, a semivida de eliminação plasmática média foi de aproximadamente 21 horas.
A administração simultânea de doses múltiplas de topiramato, 100 mg a 400 mg, duas
vezes por dia, com fenitoína ou carbamazepina demonstra um aumento proporcional à
dose nas concentrações plasmáticas do topiramato.
A depuração plasmática e renal do topiramato sofre uma redução nos doentes com
compromisso renal (CLcr
60 ml/min).. Como resultado, são esperadas concentrações
plasmáticas mais elevadas no estado estacionário para uma dose determinada em doentes
com compromisso renal, comparativamente a doentes com função renal normal.
Para além disso, doentes com compromisso renal necessitarão de mais tempo para atingir
a concentração no estado estacionário, para cada dose. Em doentes com compromisso
renal moderado a grave, é recomendada metade da dose inicial habitualmente
administrada e metade da dose de manutenção.
O topiramato é removido eficazmente a partir do plasma por hemodiálise. Um período
prolongado de hemodiálise pode causar uma descida da concentração de topiramato para
níveis que requerem a manutenção de um efeito anticonvulsivo. Para evitar descidas
repentinas nas concentrações plasmáticas de topiramato durante a hemodiálise, pode ser
necessária uma dose suplementar de topiramato. O ajuste habitual deve ter em
consideração 1) a duração do período de diálise, 2) a taxa de depuração do sistema de
diálise que está a ser utilizado, e 3) a taxa de depuração renal efetiva de topiramato nos
doentes sujeitos a diálise.
A depuração plasmática do topiramato reduz em média 26% nos doentes com
compromisso hepático moderado a grave. Assim, topiramato deve ser administrado com
precaução nos doentes com compromisso hepático.
A depuração plasmática do topiramato mantém-se inalterada nos idosos, na ausência de
doença renal subjacente.
População Pediátrica (farmacocinética em crianças até 12 anos de idade)
A farmacocinética do topiramato em crianças, como nos adultos, em terapêutica
adjuvante, é linear, com depuração independente da dose, e as concentrações plasmáticas
no estado estacionário aumentando proporcionalmente à dose. No entanto, as crianças
têm uma maior depuração e uma semivida de eliminação mais curta. Consequentemente,
em crianças, as concentrações plasmáticas do topiramato para a mesma dose em mg/kg
deve ser mais baixa comparativamente aos adultos. Como nos adultos, os fármacos
antiepiléticos indutores das enzimas hepáticas diminuem as concentrações plasmáticas no
estado estacionário.
5.3 Dados de segurança pré-clínica
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Em estudos não clínicos de fertilidade, apesar da toxicidade materna e paterna em doses
tão baixas como 8 mg/kg/dia, não se observou nenhum efeito na fertilidade, nos ratos
machos ou fêmeas, com doses até 100 mg/dia.
Em estudos pré-clínicos, o topiramato demonstrou ser teratogénico nas espécies
estudadas (ratinho, ratos e coelhos). No ratinho, o peso dos fetos e a ossificação do
esqueleto sofreram uma redução com a dose de 500 mg/kg/dia, juntamente com
toxicidade materna. Os números de malformações fetais em ratinhos aumentaram em
todos os grupos tratados com o fármaco (20, 100 e 500 mg/kg/dia).
Em ratos, a toxicidade materna e toxicidade embrionária/fetal relacionada com a dose
(redução no peso fetal e/ou ossificação do esqueleto) foi observada em doses até 20
mg/kg/dia, com efeitos teratogénicos (defeitos nos membros inferiores e dos dedos) com
doses igual ou superiores a 400 mg/kg/dia. Em coelhos, a toxicidade materna relacionada
com a dose foi observada em doses a partir de 10 mg/kg/dia, com toxicidade
embrionária/fetal (aumento de letalidade) a partir de 35 mg/kg/dia, e efeitos teratogénicos
(malformações nas costelas e vértebras) com doses de 120 mg/kg/dia.
Os efeitos teratogénicos observados nos ratos e coelhos foram semelhantes aos
verificados com os inibidores da anidrase carbónica, não tendo estado associados a
malformações nos seres humanos. Os efeitos no crescimento foram igualmente
evidenciados por pesos mais baixos à nascença e durante o aleitamento para os recém-
nascidos de ratos-fêmea que receberam 20 ou 100 mg/kg/dia durante a gestação e o
aleitamento. Em ratos, o topiramato atravessa a barreira placentária.
Em ratos juvenis, a administração oral diária do topiramato em doses até 300 mg/kg/dia,
durante o período de desenvolvimento correspondente à primeira infância, infância e
adolescência resultou em toxicidades semelhantes às dos animais adultos (diminuição no
consumo de alimentos com diminuição no ganho do peso corporal, hipertrofia
hepatocelular centrolobular). Não surgiram efeitos relevantes no crescimento dos ossos
longos (tíbia) ou na densidade mineral dos ossos (fémur), pré-desmame e
desenvolvimento reprodutivo, desenvolvimento neurológico (incluindo avaliações da
memória e aprendizagem), no ato sexual e fertilidade ou nos parâmetros de histerotomia.
Numa bateria de testes de mutagenicidade in vitro e in vivo, o topiramato não revelou
potencial genotóxico.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Núcleo: lactose mono-hidratada, carboximetilamido sódico; copolividona, estearato de
magnésio e sílica coloidal anidra.
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Revestimento:
Dosagem de 25 mg: Dióxido de titânio (E171), Polidextrose, Hipromelose 2910 (3 cps),
Hipromelose 2910 (6 cps), Hipromelose 2910 (50 cps), Citrato de trietilo, Macrogol 8000
Dosagem de 50 mg, 100 mg e 200 mg: Álcool polivinílico parcialmente hidrolisado,
Dióxido de titânio (E171), Macrogol 3350, Talco, Óxido de ferro amarelo (E172) (apenas
na dosagem de 50 mg e de 100 mg), Óxido de ferro vermelho (E172) (apenas na dosagem
de 50 mg e de 200 mg)
6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3 Prazo de validade
3 anos.
Após abertura inicial do frasco HDPE: 3 meses
6.4 Precauções especiais de conservação
O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Blister de Alu/ Alu.
Blister de PVC/PVDC - Alu.
Frasco de HPDE com tampa de polipropileno.
Embalagens de 20 e 60 comprimidos
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação
Não existem requisitos especiais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Mylan, Lda.
Av. D. João II, Edifício Atlantis, N.º 44C - 7.3 e 7.4
1990-095 Lisboa
8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Topiramato Mylan 25 mg Comprimidos revestidos por película
Nº registo: 5040506 – 20 Comprimidos revestidos por película, 25 mg, blister Alu/Alu
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
Nº registo: 5040514 – 60 Comprimidos revestidos por película, 25 mg, blister Alu/Alu
Nº registo: 5040464 – 20 Comprimidos revestidos por película, 25 mg, blister
PVC/PVDC-Alu
Nº registo: 5040472 – 60 Comprimidos revestidos por película, 25 mg, blister
PVC/PVDC-Alu
Nº registo: 5040522 – 20 Comprimidos revestidos por película, 25 mg, frasco HDPE
Nº registo: 5040530 – 60 Comprimidos revestidos por película, 25 mg, frasco HDPE
Topiramato Mylan 50 mg Comprimidos revestidos por película
Nº registo: 5040563 – 20 Comprimidos revestidos por película, 50 mg, blister Alu/Alu
Nº registo: 5040571 – 60 Comprimidos revestidos por película, 50 mg, blister Alu/Alu
Nº registo: 5040548 – 20 Comprimidos revestidos por película, 50 mg, blister
PVC/PVDC-Alu
Nº registo: 5040555 – 60 Comprimidos revestidos por película, 50 mg, blister
PVC/PVDC-Alu
Nº registo: 5040605 – 20 Comprimidos revestidos por película, 50 mg, frasco HDPE
Nº registo: 5040613 – 60 Comprimidos revestidos por película, 50 mg, frasco HDPE
Topiramato Mylan 100 mg Comprimidos revestidos por película
Nº registo: 5040647 – 20 Comprimidos revestidos por película, 100 mg, blister Alu/Alu
Nº registo: 5040654 – 60 Comprimidos revestidos por película, 100 mg, blister Alu/Alu
Nº registo: 5040621 – 20 Comprimidos revestidos por película, 100 mg, blister
PVC/PVDC-Alu
Nº registo: 5040639 – 60 Comprimidos revestidos por película, 100 mg, blister
PVC/PVDC-Alu
Nº registo: 5040662 – 20 Comprimidos revestidos por película, 100 mg, frasco HDPE
Nº registo: 5040670 – 60 Comprimidos revestidos por película, 100 mg, frasco HDPE
Topiramato Mylan 200 mg Comprimidos revestidos por película
Nº registo: 5040720 – 20 Comprimidos revestidos por película, 200 mg, blister Alu/Alu
Nº registo: 5040738 – 60 Comprimidos revestidos por película, 200 mg, blister Alu/Alu
Nº registo: 5040704 – 20 Comprimidos revestidos por película, 200 mg, blister
PVC/PVDC-Alu
Nº registo: 5040712 – 60 Comprimidos revestidos por película, 200 mg, blister
PVC/PVDC-Alu
Nº registo: 5040746 – 20 Comprimidos revestidos por película, 200 mg, frasco HDPE
Nº registo: 5040753 – 60 Comprimidos revestidos por película, 200 mg, frasco HDPE
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE
INTRODUÇÃO NO MERCADO
28 de junho de 2007
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO
APROVADO EM
06-10-2019
INFARMED
09/2019