Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
23-06-2017
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APROVADO EM
23-06-2017
INFARMED
FOLHETO INFORMATIVO: INFORMAÇÃO PARA O UTILIZADOR
TOBRADEX 3 mg/ ml/ 1mg/ml Colírio, Suspensão
Tobramicina e Dexametasona
Leia atentamente este folheto antes de utilizar este medicamento.
Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler.
Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-
lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas.
Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários não
mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.
NESTE FOLHETO
1. O que é TOBRADEX e para que é utilizado
2. Antes de utilizar TOBRADEX
3. Como utilizar TOBRADEX
4. Efeitos secundários possíveis
5. Como conservar TOBRADEX
6. Outras informações
1. O QUE É TOBRADEX E PARA QUE É UTILIZADO
O TOBRADEX contém dexametasona, um corticosteróide, e tobramicina, um antibiótico
activo contra um largo espectro de bactérias que podem infectar o olho.
É utilizado para reduzir a inflamação e prevenir possíveis infecções do olho após cirurgia às
cataratas.
2. ANTES DE UTILIZAR TOBRADEX
Não utilize TOBRADEX
Se tem ou acha que tem qualquer tipo de infecção no olho. O uso de corticosteróides pode
agravar as infecções.
Se tem uma produção de líquido exsudativo pegajoso no olho.
Se tem vermelhidão no olho ainda não observada por um médico.
Se tem alergia à tobramicina ou à dexametasona ou a qualquer outro componente listado na
secção 6.
Se alguma destas situações se aplicar, consulte o seu médico.
Não recomendado a CRIANÇAS e adolescentes com idade inferior a 18 anos.
Tome especial cuidado
Se sofre de alguma patologia causadora de diminuição da espessura dos tecidos oculares, tal
como artrite reumatóide, distrofia de Fuch’s ou após um transplante de córnea. Os
corticosteróides podem agravar essa diminuição da espessura dos tecidos e eventualmente
causar perfuração.
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Poderá ainda vir a utilizar o TOBRADEX, mas fale primeiro com o seu médico.
Ao utilizar Tobradex com outros medicamentos
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros
medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica.
Se estiver a utilizar outros colírios, aguarde no mínimo 10 minutos entre a aplicação de cada
colírio.
Gravidez e aleitamento
Se está grávida ou pode vir a ficar grávida, ou se estiver a amamentar, fale com o seu médico
antes de usar TOBRADEX.
Condução de veículos e utilização de máquinas
Se sentir a visão temporariamente enevoada após a utilização de TOBRADEX, não deve
conduzir ou utilizar máquinas até a sua visão normalizar.
Informação importante se utiliza lentes de contacto
O cloreto de benzalcónio, utilizado como conservante no TOBRADEX, pode causar irritação
ocular e descolorar as lentes de contacto moles.
Se utiliza lentes de contacto moles, retire-as antes de usar TOBRADEX e aguarde pelo menos
15 minutos antes de as voltar a colocar.
3. COMO UTILIZAR TOBRADEX
Posologia habitual
A dose habitual é 1 gota no(s) olho(s) afectado(s) cada 4 a 6 horas durante o período em que
estiver acordado. Durante as 48 horas iniciais, o seu médico pode aumentar a dosagem para 1
gota cada 2 horas.
Não utilize durante mais de 24 dias.
Não recomendado para utilização em CRIANÇAS e adolescentes com idade inferior a 18
anos.
Retire a anilha de segurança da tampa quando abrir o frasco pela primeira vez.
Utilizar o TOBRADEX sempre de acordo com as indicações do médico. Fale com o seu
médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.
Como utilizar
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Lave as mãos antes de começar.
Agite bem o frasco.
Retire a tampa de rosca.
Segure o frasco com o conta-gotas para baixo, entre o polegar e os dedos.
Incline a cabeça para trás.
Com o dedo puxe a pálpebra inferior para baixo até que se forme uma ‘bolsa’ entre a pálpebra
e o olho. É aí que deve cair a gota (figura 1).
Aproxime o conta-gotas do olho. Se ajudar, faça-o em frente ao espelho.
Não toque no olho ou na pálpebra, zonas circundantes ou outras superfícies com o conta-
gotas. Poderá contaminar o colírio.
Pressione levemente a base do frasco para libertar uma gota de cada vez (figura 2).
Não aperte o frasco, uma simples pressão na base do frasco é suficiente.
Se estiver a utilizar as gotas em ambos os olhos, repita os passos descritos para o outro olho.
Após utilização, coloque imediatamente a tampa e aperte-a bem.
Se não acertar com a gota no olho, tente de novo.
Caso se tenha esquecido de utilizar TOBRADEX, não se preocupe, aplique-o assim que
possível. Não faça uma segunda administração para compensar.
Se tiver utilizado mais TOBRADEX do que deveria, pode ser removido com água tépida.
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização de TOBRADEX, fale com o seu médico ou
farmacêutico.
4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS
Como todos os medicamentos, TOBRADEX pode causar efeitos secundários, no entanto estes
não se manifestam em todas as pessoas.
Poderá sentir alguns ou todos os efeitos secundários seguintes no(s) olhos(s):
Pouco frequentes (afectam 1a 10 pessoas em 1000): Irritação, dor, comichão, vermelhidão,
humidade no olho, desconforto, sensação de corpo estranho no olho, visão turva, secura no
olho, pressão ocular aumentada, o que poderá conduzir a dores de cabeça e perturbações na
visão.
Também poderá ocorrer inchaço e vermelhidão na pálpebra e sensibilidade à luz.
Poderá igualmente sentir efeitos noutras áreas do corpo, nomeadamente:
Pouco frequentes: Dores de cabeça, corrimento nasal, aperto na garganta.
Se usar o TOBRADEX durante mais de 24 dias, terá mais probabilidades de contrair uma
infecção e a ferida demorará mais tempo a sarar.
Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários não
mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.
5. COMO CONSERVAR TOBRADEX
Manter fora do alcance e da vista das crianças.
O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação.
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Manter o frasco bem fechado.
Não utilize as gotas após o prazo de validade impresso no frasco e na embalagem, após VAL.
O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado.
Pare de utilizar o frasco 4 semanas após a primeira abertura para evitar infecções.
Os medicamentos não devem ser eliminados na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte
ao seu farmacêutico como eliminar os medicamentos de que já não necessita. Estas medidas
irão ajudar a proteger o ambiente.
Não dê este medicamento a outras pessoas. O medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo
que apresentem os mesmos sintomas.
6. OUTRAS INFORMAÇÕES
Qual a composição de TOBRADEX
As substâncias activas são a tobramicina 3 mg/ml e a dexametasona 1 mg/ml.
Os outros componentes são edetato dissódico, tiloxapol, cloreto de sódio, sulfato de sódio
anidro, hidroxietilcelulose, cloreto de benzalcónio, ácido sulfúrico e/ou hidróxido de sódio
(para ajuste do pH) e água purificada.
Qual o aspecto de TOBRADEX e conteúdo da embalagem
O TOBRADEX é uma suspensão de cor branca a esbranquiçada fornecida numa embalagem
que contém um frasco plástico de 5 ml com uma tampa de rosca.
Titular da Autorização de Introdução no Mercado
Novartis Farma - Produtos Farmacêuticos, S.A.
Av. Professor Doutor Cavaco Silva, 10 E, Taguspark
2740-255 Porto Salvo
Fabricante:
Alcon Cusí, S.A.
Camil Fabra, 58
08320 El Masnou
Barcelona, Espanha
S.A. Alcon-Couvreur, N.V.
Rijksweg 14,
B-2870 Puurs
Bélgica
Este folheto foi aprovado pela última vez em
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
TOBRADEX 3 mg/ml + 1 mg/ml Colírio, suspensão
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Cada ml contém:
Tobramicina 3 mg
Dexametasona 1 mg
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Colírio, suspensão.
Suspensão branca a esbranquiçada.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
TOBRADEX está indicado na redução da inflamação intraocular e contaminação bacteriana
da superfície ocular após cirurgia da catarata.
Na prescrição de Tobradex devem ser levadas em consideração as orientações oficiais de
utilização adequada de agentes antibacterianos.
4.2 Posologia e modo de administração
Adultos
Instilar uma gota no saco conjuntival cada 4 a 6 horas durante o período de vigília do doente.
Durante as primeiras 24 a 48 horas, a dosagem pode ser aumentada para uma gota cada duas
horas, durante o período de vigília do doente. A administração deve manter-se por 14 dias e
não exceder, no máximo, 24 dias. A frequência deve ser diminuída gradualmente de acordo
com a melhoria dos sinais clínicos. Deve evitar-se a descontinuação prematura do tratamento.
Utilização em Idosos
Estudos clínicos indicaram que não são necessárias modificações da posologia em doentes
idosos.
Crianças e adolescentes
TOBRADEX não está recomendado para uso em crianças e adolescentes com menos de 18
anos de idade.
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Agite bem o frasco antes de utilizar. Para evitar a contaminação do conta-gotas e suspensão,
não toque com a extremidade do conta-gotas nas pálpebras, áreas circundantes ou noutras
superfícies com o conta-gotas do frasco. Manter o frasco bem fechado quando não estiver a
ser utilizado.
No caso de terapia concomitante com outros medicamentos oftálmicos de aplicação tópica,
deve-se observar um intervalo de 10 minutos entre aplicações sucessivas.
4.3 Contra-indicações
Queratites epiteliais por herpes simplex (queratite dendrítica), na vacínia, na varicela e outras
doenças virais da córnea e da conjuntiva. Infecções micobacterianas do globo ocular causadas
por, mas não limitadas a bacilos acidorresistentes, tais como Mycobacterium tuberculosis,
Mycobacterium leprae ou Mycobacterium avium. Doenças fúngicas das estruturas oculares.
Infecções purulentas oculares não tratadas.
Hipersensibilidade à tobramicina ou à dexametasona ou a qualquer dos excipientes.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
TOBRADEX destina-se apenas a uso tópico, não devendo ser injectado ou administrado
oralmente. A utilização prolongada (isto é, mais que a duração máxima utilizada nos ensaios
clínicos [24 dias]) pode resultar em hipertensão ocular/glaucoma com lesão consequente do
nervo óptico e deterioração da acuidade visual e dos campos visuais. O uso prolongado de
esteróides pode resultar em formação de catarata subcapsular posterior. A utilização
prolongada pode ainda resultar em infecções oculares secundárias devido à supressão da
resposta do hospedeiro. As infecções purulentas agudas do globo ocular podem ser ocultadas
ou acentuadas pela presença de corticosteróides. Nestas doenças que provocam
adelgaçamento da córnea ou da esclerótica, podem ocorrer perfurações com o uso de
esteróides tópicos. É aconselhável o controlo frequente da pressão intra-ocular.
Em alguns doentes pode ocorrer sensibilidade aos aminoglicosídeos aplicados topicamente.
Se surgir qualquer reacção de hipersensibilidade, a utilização deve ser descontinuada.
O cloreto de benzalcónio, utilizado neste produto como conservante, pode causar queratite
punctata e/ou queratopatia ulcerativa tóxica. O cloreto de benzalcónio pode causar irritação
ocular e alterar a cor das lentes de contacto hidrófilas. As lentes de contacto devem ser
removidas antes da instilação e não ser reinseridas até, pelo menos, 15 minutos depois.
4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção
Não foram realizados estudos específicos de interacções com TOBRADEX.
4.6 Gravidez e aleitamento
Gravidez
Não existe informação adequada acerca do uso de TOBRADEX em mulheres grávidas. A
administração subcutânea de tobramicina em animais não revelou quaisquer efeitos
teratogénicos. Doses sistémicas elevadas de antibióticos aminoglocosídeos foram associadas a
ototoxicidade. No entanto, após administração ocular tópica, espera-se que os níveis
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sistémicos sejam muito baixos e não se espera que a tobramicina cause efeitos nocivos
directos ou indirectos na reprodução. A administração tópica de corticosteróides a animais
prenhes pode causar anomalias no desenvolvimento fetal, incluindo fenda palatina. A
relevância clínica é desconhecida. Além disso, informação referente ao uso clínico e em
animais indica que a administração de doses farmacológicas de glucocorticóides durante a
gravidez pode aumentar o risco de atraso do crescimento intrauterino, doença cardiovascular
e/ou metabólica no adulto e/ou desenvolvimento neurocomportamental anormal. Tratamento
durante a gravidez e especialmente durante os primeiros três meses deverá apenas ocorrer
após uma cuidadosa análise benefício-risco. Assim, as mulheres devem informar o seu
médico se engravidarem. Até agora, o uso em seres humanos não gerou qualquer suspeita de
efeitos embriotóxicos. No entanto, não se podem excluir problemas no desenvolvimento do
feto durante tratamento prolongado. Tratamento efectuado no final da gravidez pode inibir a
produção de glucocorticóides do próprio organismo, sendo necessária terapêutica após o
nascimento. Assim, durante a gravidez, TOBRADEX deve ser utilizado apenas se o potencial
benefício justificar os potenciais riscos.
Aleitamento
Os corticosteróides administrados por via sistémica aparecem no leite humano e podem
suprimir o crescimento, interferir com a produção endógena de corticosteróides ou causar
outros efeitos nocivos. Desconhece-se se a administração tópica de corticosteróides pode
resultar numa absorção sistémica suficiente para produzir quantidades detectáveis no leite
humano. TOBRADEX não deve ser utilizado durante o aleitamento, a menos que o potencial
benefício seja superior ao potencial risco.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Não foram feitos estudos acerca dos efeitos na capacidade de conduzir e utilizar máquinas.
Como com qualquer outro colírio, turvação ou outra perturbação transitória da visão pode
afectar a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. Se ocorrer turvação da visão, o doente
deve aguardar que a visão fique normalizada antes de conduzir ou utilizar máquinas.
4.8 Efeitos indesejáveis
Em estudos clínicos envolvendo mais de 600 doentes, TOBRADEX foi administrado até 6
vezes por dia. Nos estudos clínicos não foram descritas reacções adversas oftalmológicas ou
sistémicas graves, relacionadas com TOBRADEX ou com os componentes da associação. O
efeito indesejável derivado do tratamento com TOBRADEX descrito com maior frequência
foi irritação ocular (sensação de ardor após instilação) (0.8%).
As seguintes reacções adversas foram descritas com TOBRADEX ou um dos seus
componentes durante ensaios clínicos ou durante o período de pós-comercialização:
Frequentes:
>1/100, <1/10;
Pouco frequentes: >1/1000,
1/100
Doenças do sistema nervoso:
TOBRADEX suspensão oftálmica:
Pouco frequentes: cefaleia*
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Dexametasona suspensão oftálmica:
Frequentes: cefaleia*
Afecções oculares:
TOBRADEX suspensão oftálmica:
Pouco frequentes: irritação ocular, * dor ocular, * prurido ocular, * hiperémia ocular, *
desconforto ocular, * hipertensão ocular, * alergia ocular, queratite,* sensação de corpo
estranho ocular, edema conjuntival, visão enevoada,* secura ocular
Tobramicina solução oftálmica:
Frequentes: hiperémia ocular, * dor ocular*
Pouco frequentes: prurido ocular, * desconforto ocular, * alergia ocular, edema da pálpebra,*
conjuntivite*, ofuscamento, aumento do lacrimejo,* queratite*
Dexametasona suspensão oftálmica:
Frequentes: irritação ocular, * hiperémia ocular, * eritema da pálpebra, sensação estranha no
globo ocular*
Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino:
TOBRADEX suspensão oftálmica:
Pouco frequentes: rinorreia,* laringospasmo
Dexametasona suspensão oftálmica:
Frequentes: gotejamento pós-nasal
Exames complementares de diagnóstico:
TOBRADEX suspensão oftálmica:
Pouco frequentes: aumento da pressão intraocular*
* Estas reacções adversas também foram observadas com TOBRADEX durante o período de
pós-comercialização.
Uma revisão de todos os eventos adversos notificados de forma espontânea durante o período
de pós-comercialização não provocou qualquer mudança no perfil de segurança baseado na
avaliação de todos os efeitos oculares, sistémicos e farmacológicos.
4.9 Sobredosagem
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Uma sobredosagem tópica de TOBRADEX pode ser removida do(s) olho(s) com água tépida
corrente.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 15.1.1 Medicamentos usados em afecções oculares. Anti-
infecciosos tópicos. Antibacterianos. 15.2.1 Medicamentos usados em afecções oculares.
Anti-inflamatórios. Corticosteróides.
Código ATC: S01C A01
Dexametasona
A eficácia dos corticosteróides no tratamento de estados inflamatórios do globo ocular está
bem estabelecida. Os corticosteróides atingem os seus efeitos anti-inflamatórios através da
supressão da expressão de moléculas de adesão das células endoteliais vasculares,
ciclooxigenase I ou II e citoquinas. Esta acção culmina na reduzida expressão de mediadores
pro-inflamação e na supressão da adesão dos leucócitos circulantes ao endotélio vascular,
evitando assim a sua migração para os tecidos oculares inflamados. A dexametasona tem uma
marcada actividade anti-inflamatória com reduzida actividade mineralocorticóide
comparativamente a alguns outros esteróides e é um dos mais potentes agentes anti-
inflamatórios.
Tobramicina
A tobramicina é um antibiótico aminoglicosídeo potente, de largo-espectro e com rápida
acção bactericida. Exerce o seu efeito primariamente em células bacterianas inibindo a síntese
e formação polipeptídica no ribossoma. A tobramicina, nesta associação, fornece protecção
antibacteriana contra bactérias susceptíveis.
Sugerem-se os seguintes valores limite de MIC (Concentração Inibitória Mínima), que
separam os organismos susceptíveis dos organismos com susceptibilidade intermédia e os
organismos com susceptibilidade intermédia dos organismos resistentes: S (
g/ml), R (
g/ml). A prevalência de resistência pode variar geograficamente e no tempo para as espécies
seleccionadas, pelo que a informação sobre as resistências locais é desejável, particularmente
no tratamento de infecções graves. Quando necessário, deve-se procurar o conselho de um
especialista quando a prevalência local da resistência é tal que a utilidade do agente em, pelo
menos alguns tipos de infecções, é questionável.
A informação que se segue dá apenas uma orientação aproximada sobre a probabilidade das
bactérias serem susceptíveis à tobramicina de TOBRADEX.
A definição de valor limite que classifica os microrganismos isolados em susceptíveis ou
resistentes é útil para prever a eficácia clínica dos antibióticos administrados por via
sistémica. No entanto, quando o antibiótico é administrado topicamente em elevadas
concentrações directamente no local da infecção, estes valores deixam de ser aplicáveis. A
maioria dos microrganismos isolados que seriam classificados como resistentes de acordo
com os valores fronteira sistémicos é, na realidade, tratada topicamente com sucesso.
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Estudos in vitro demostraram que a tobramicina é activa contra a maioria das estirpes dos
patogénios oculares mais comuns e flora bacteriana comum da pele descritos na tabela que se
segue:
Categorias
Frequência de Resistência
Adquirida na Europa
ESPÉCIES SENSÍVEIS
Microrganismos Aeróbios Gram-Positivos
Corynebacterium spp
Staphylococcus aureus Meticilina –S a
Staphylococcus epidermidis Meticilina –S a
Outros Staphylococci coagulase-negativos
Microrganismos Aeróbios Gram-Negativos
Acinetobacter spp
Citrobacter spp
Escherichia coli
Enterobacter spp
Haemophilus influenzae
Klebsiella spp
Moraxella spp
Proteus spp
Pseudomonas aeruginosa
0-3%
0-3%
0-28%
0-40%
ESPÉCIES MODERADAMENTE SUSCEPTÍVEIS
(susceptibilidade in vitro intermédia)
Microrganismos Aeróbios Gram-Negativos
Serratia marcescens
ESPÉCIES INERENTEMENTE RESISTENTES
Microrganismos Aeróbios Gram-Positivos
Enterococcus spp
Staphylococcus aureus Meticilina –R a
Staphylococcus epidermidis Meticilina –R a
Streptococcus pneumoniae
Streptococcus spp
50 – 70%
30 – 40%
Microrganismos Aeróbios Gram-Negativos
Burkholderia cepacia
Stenotrophomonas maltophilia
Microrganismos Anaeróbios
Bactérias anaeróbias estrictas
Outros
Chlamydia spp
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Mycoplasma spp
Rickettsia spp
a Meticilina-susceptível (S), Meticilina-resistente (R). O fenótipo de resistência aos beta-
lactâmicos (isto é, meticilina; penicilina) não está relacionado com o fenótipo de resistência
aos aminoglicosídeos e ambos não estão relacionados com os fenótipos de virulência.
Algumas estirpes de S. aureus meticilina-resistentes (MRSA) são susceptíveis à tobramicina
(MIC: S
4); reciprocamente algumas estirpes de S. aureus meticilina-susceptíveis (MSSA)
são resistentes à tobramicina (MIC: S
A frequência de resistência à meticilina (R) pode ir até 50% de todos os staphylococci em
alguns países Europeus.
Outras informações
A resistência cruzada entre aminoglicosídeos (ex: gentamicina e tobramicina) deve-se à
especificidade das modificações enzimáticas da Adeniltransferase (ANT) e Acetiltransferase
(ACC). No entanto, a resistência cruzada varia entre os antibióticos aminoglicosídeos devido
à diferente especificidade das diversas enzimas modificadoras. O mecanismo mais comum de
resistência adquirida aos aminoglicosídeos é a inactivação de antibióticos por enzimas
modificadoras codificadas por transposões e plasmídeos.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Tobramicina
Estudos em animais demonstraram que a tobramicina é absorvida pela córnea após
administração ocular. Após administração sistémica a doentes com função renal normal foi
observada uma semi-vida plasmática de aproximadamente 2 horas. A tobramicina é eliminada
quase exclusivamente por filtração glomerular com pouca ou nenhuma biotransformação. As
concentrações plasmáticas de tobramicina após a administração ocular tópica de
TOBRADEX durante 2 dias encontravam-se abaixo do limite de quantificação na maioria dos
indivíduos (
0,25
g/ml).
Dexametasona
Após administração ocular, a dexametasona é absorvida pelo globo ocular com concentrações
máximas na córnea e humor aquoso obtidas às 1-2 horas. A semi-vida plasmática da
dexametasona é de aproximadamente 3 horas. A dexametasona é extensamente eliminada sob
a forma de metabolitos. A exposição sistémica à dexametasona é baixa após a administração
ocular tópica de TOBRADEX. Após a última dose tópica, os picos plasmáticos de
dexametasona encontravam-se entre os 220 e os 888 pg/ml (média 555± 217 pg/ml) – após
administração de uma gota de TOBRADEX em cada olho quatro vezes por dia, durante dois
dias consecutivos.
5.3 Dados de segurança pré-clínica
O perfil de toxicidade sistémica das substâncias activas individualmente está bem
estabelecido. Observaram-se efeitos pré-clínicos da tobramicina e da dexametasona apenas
em exposições consideradas excessivas em relação à máxima exposição humana, indicando
pouca relevância para o uso humano.
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6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Edetato dissódico
Hidroxietilcelulose
Cloreto de benzalcónio
Água purificada
Cloreto de sódio
Sulfato de sódio anidro
Ácido sulfúrico para ajuste do pH e/ou
Hidróxido de sódio para ajuste do pH
Tiloxapol
6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3 Prazo de validade
3 anos.
A suspensão oftálmica estéril não deve ser utilizada durante mais de 4 semanas após a
primeira abertura do frasco.
6.4 Precauções especiais de conservação
O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Frasco conta-gotas de 5 ml (PEBD) e tampa de rosca (polipropileno).
Embalagem: 1x5 ml
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Não existem requisitos especiais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Novartis Farma - Produtos Farmacêuticos, S.A.
Av. Professor Doutor Cavaco Silva, 10 E, Taguspark
2740-255 Porto Salvo
Portugal
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8. NÚMERO (S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
N.º de registo: 5572383 – 5 ml, colírio, suspensão, 3 mg/ml + 1 mg/ml, frasco conta-gotas
PEBD
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE
INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data da primeira autorização: 30 Setembro 2005
Data da última renovação: 16 Setembro 2010
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO