Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
09-03-2018
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APROVADO EM
09-03-2018
INFARMED
Folheto informativo: Informação para o utilizador
Tansulosina bluepharma 0,4 mg cápsulas de libertação prolongada
0,4 mg cloridrato de tansulosina
Leia com atenção todo este folheto antes de começar a tomar este medicamento, pois
contém informação importante para si.
- Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente.
- Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
- Este medicamento foi receitado apenas para si. Não deve dá-lo a outros. O
medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sinais de
doença.
- Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não
indicados neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico. Ver secção 4.
O que contém este folheto:
1. O que é Tansulosina Bluepharma 0,4 mg cápsulas de libertação prolongada e para
que é utilizado
2. O que precisa de saber antes de tomar Tansulosina Bluepharma 0,4 mg cápsulas de
libertação prolongada
3. Como tomar Tansulosina Bluepharma 0,4 mg cápsulas de libertação prolongada
4. Efeitos secundários possíveis
5. Como conservar Tansulosina Bluepharma 0,4 mg cápsulas de libertação prolongada
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
1. O que é Tansulosina Bluepharma 0,4 mg cápsulas de libertação prolongada e para
que é utilizado
A substância ativa da Tansulosina Bluepharma cápsulas de libertação prolongada é a
tansulosina. Esta é um antagonista seletivo dos recetores adrenérgicos
1A/1D, que
reduz a tensão dos músculos lisos da próstata e da uretra, permitindo que a urina passe
mais facilmente através da uretra e facilitando o ato de urinar. Para além disto, diminui
a sensação de urgência.
A Tansulosina Bluepharma cápsulas de libertação prolongada é usada em homens para
o tratamento de queixas do trato urinário inferior associadas ao aumento da glândula
prostática (hiperplasia benigna da próstata). Estas queixas podem incluir dificuldade em
urinar (jato fraco), gotejamento, urgência e frequência em urinar de noite e de dia.
2. O que precisa de saber antes de tomar Tansulosina Bluepharma 0,4 mg cápsulas de
libertação prolongada
Não tome Tansulosina Bluepharma cápsulas de libertação prolongada:
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se tem alergia (hipersensibilidade) à tansulosina ou a qualquer outro componente da
Tansulosina Bluepharma cápsulas de libertação prolongada . A hipersensibilidade pode
apresentar-se como um inchaço localizado e repentino dos tecidos moles do corpo (por
exemplo a garganta ou a língua), dificuldade em respirar e /ou comichão e erupção na
pele (angiedema).
se sofre de problemas graves no fígado.
se sofre de desmaios devido à redução da pressão arterial quando muda de postura (ao
sentar-se ou levantar-se).
Advertências e precauções
São necessários exames médicos periódicos para vigiar o desenvolvimento da situação
para a qual está a ser tratado.
Raramente, pode ocorrer desmaio durante o uso de Tansulosina Bluepharma cápsulas
de libertação prolongada, tal como com outros medicamentos deste tipo. Aos primeiros
sinais de tonturas ou fraqueza, deverá sentar-se ou deitar-se até que os sintomas
desapareçam.
Se sofre de problemas renais (nos rins) graves, informe o seu médico.
Se vai ser ou tiver programada uma operação aos olhos devido à sua visão estar
enevoada (cataratas) ou aumento da pressão no olho (glaucoma). Por favor, informe o
seu oftalmologista se já tomou, toma ou planeia tomar Tansulosina Bluepharma
cápsulas de libertação prolongada. O especialista pode depois tomar as precauções
apropriadas no que respeita à medicação e técnicas cirúrgicas a ser usadas. Pergunte ao
seu médico se deve adiar ou parar temporariamente de tomar este medicamento, se for
fazer uma operação aos olhos por ter a visão enevoada (cataratas) ou aumento da
pressão no olho (glaucoma).
Crianças e adolescentes
Não dê este medicamento a crianças ou adolescentes com idade inferior a 18 anos
porque o medicamento não tem efeito nesta população.
Outros medicamentos e Tansulosina Bluepharma cápsulas de libertação prolongada
Tomar Tansulosina Bluepharma cápsulas de libertação prolongada com outros
medicamentos da mesma classe (antagonistas dos recetores adrenérgicos
1) pode
causar uma diminuição não desejada da pressão arterial.
Por favor, informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado
recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita
médica.
É muito importante informar o seu médico se está a ser tratado, ao mesmo tempo, com
outros medicamentos que podem diminuir a eliminação da tansulosina no seu corpo
(por exemplo, cetoconazol, eritromicina).
Tansulosina Bluepharma cápsulas de libertação prolongada com alimentos e bebidas
Pode tomar Tansulosina Bluepharma cápsulas de libertação prolongada com ou sem
alimentos.
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Gravidez, amamentação e fertilidade
O cloridrato de tansulosina não está indicado para utilização em mulheres.
Foi notificada a ejaculação anormal nos homens (problemas de ejaculação). Isto
significa que o sémen não sai do corpo através da uretra, mas que vai para a bexiga
(ejaculação retrógrada) ou que o volume de ejaculação é reduzido ou nulo (insuficiência
ejaculatória). Este fenómeno é inofensivo.
Condução de veículos e utilização de máquinas
Não existe evidência de que a Tansulosina Bluepharma cápsulas de libertação
prolongada afete a capacidade de conduzir ou utilizar máquinas ou equipamentos. No
entanto, deve ter presente que podem ocorrer tonturas e, nestes casos, não deve tomar
parte de atividades que requeiram muita atenção.
Tansulosina Bluepharma contém sódio
Este medicamento contém menos do que 1 mmol (23 mg) de sódio por cápsula de
libertação prolongada ou seja, é praticamente “isento de sódio”.
3. Como tomar a Tansulosina Bluepharma 0,4 mg cápsulas de libertação prolongada
Tome este medicamento exatamente como indicado pelo seu médico. Fale com o seu
médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.
A dose habitual é 1 cápsula de libertação prolongada por dia. Pode tomar Tansulosina
Bluepharma cápsulas de libertação prolongada com ou sem alimentos, de preferência à
mesma hora do dia.
A cápsula de libertação prolongada deve ser engolida inteira e não deve ser esmagada
ou mastigada.
A Tansulosina Bluepharma cápsulas de libertação prolongada foi especialmente
concebida para libertar gradualmente a substância ativa assim que for ingerida. É
possível observar vestígios das cápsulas de libertação prolongada nas fezes. Uma vez
que a substância ativa já foi libertada, não há risco das cápsulas de libertação
prolongada serem menos eficazes.
Normalmente, a Tansulosina Bluepharma cápsulas de libertação prolongada é prescrita
para um longo período de tempo. Os efeitos na bexiga e na urinação são mantidos
durante o tratamento de longo prazo com a Tansulosina Bluepharma cápsulas de
libertação prolongada.
Se tomar mais Tansulosina Bluepharma cápsulas de libertação prolongada do que
deveria
A toma de Tansulosina Bluepharma cápsulas de libertação prolongada em demasia
pode levar a uma diminuição indesejada da pressão arterial e a um aumento da
frequência cardíaca, acompanhados de sensação de desmaio. Contacte imediatamente o
seu médico se tomou mais Tansulosina Bluepharma cápsulas de libertação prolongada
do que deveria.
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Caso se tenha esquecido de tomar Tansulosina Bluepharma cápsulas de libertação
prolongada
Pode tomar a sua cápsula de libertação prolongada diária mais tarde, no mesmo dia,
caso se tenha esquecido de o tomar, conforme recomendado. Se não tomou um dia,
pode continuar a tomar a sua cápsula de libertação prolongada diária como prescrita.
Não tome uma dose a dobrar para compensar uma cápsula de libertação prolongada que
se esqueceu de tomar.
Se parar de tomar Tansulosina Bluepharma cápsulas de libertação prolongada
Quando o tratamento com Tansulosina Bluepharma cápsulas de libertação prolongada
termina prematuramente, as suas queixas originais podem voltar. Deste modo, tome
Tansulosina Bluepharma cápsulas de libertação prolongada durante o tempo que o seu
médico receitar, mesmo que as suas queixas já tenham desaparecido. Consulte sempre o
seu médico se considerar terminar esta terapia.
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico
ou farmacêutico.
4. Efeitos secundários possíveis
Como todos os medicamentos, a Tansulosina Bluepharma cápsulas de libertação
prolongada pode causar efeitos secundários, no entanto não se manifestam em todas as
pessoas.
Frequentes (menos de 1 em 10, mais de 1 em 100 (1-10%)):
Tonturas, em particular quando se senta ou levanta.
Ejaculação anormal (problemas de ejaculação), isto significa que o sémen não sai do
corpo através da uretra, mas que vai para a bexiga (ejaculação retrógrada) ou que o
volume de ejaculação é reduzido ou nulo (insuficiência ejaculatória). Este fenómeno é
inofensivo.
Pouco frequentes (mais de 1 em 1.000, mas menos de 1 em 100 (0,1-1%)):
Dor de cabeça, palpitações (o coração bate mais rápido do que o normal e de forma que
se consegue notar), diminuição da pressão sanguínea, por exemplo, quando se levanta
rapidamente da posição de sentado ou deitado, por vezes em associação com tonturas,
nariz com corrimento ou entupido (rinite), diarreia, sentir-se enjoado e vómitos, prisão
de ventre (obstipação), fraqueza (astenia), erupções na pele, comichão e erupção da pele
com comichão (urticária).
Raros (mais de 1 em 10.000, mas menos de 1 em 1.000 (0,01-0,1%)):
Desmaio e inchaço repentino localizado nos tecidos moles do corpo (por exemplo, a
garganta ou a língua), dificuldade em respirar e/ou comichão e erupção na pele,
frequentemente como uma reação alérgica (angiedema).
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Muito raros (menos de 1 em 10.000 (<0,01%)):
Priapismo (ereção prolongada, não desejada e dolorosa para a qual é requerido
tratamento médico imediato).
Erupção na pele, inflamação e formação de bolhas na pele e/ou membranas mucosas
dos lábios, olhos, boca, fossas nasais ou genitais (síndrome Stevens-Johnson).
Desconhecido (não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis)
Visão turva
Problemas de visão
Hemorragia nasal (epistaxe)
Erupções graves na pele (eritema multiforme, dermatite esfoliativa)
Ritmo do coração anormal e irregular (fibrilhação auricular, arritmia, taquicardia),
dificuldade em respirar (dispneia).
Se vai ser operado aos olhos devido à sua visão estar enevoada (cataratas) ou aumento
da pressão no olho (glaucoma) e está a tomar ou tomou recentemente Tansulosina
Bluepharma cápsulas de libertação prolongada, a pupila pode dilatar pouco e a íris (a
parte circular colorida do olho) pode tornar-se flácida durante o procedimento.
Boca seca (xerostomia)
Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detetar quaisquer efeitos secundários
não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.
Comunicação de efeitos secundários
Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não
indicados neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico ou enfermeiro.
Também poderá comunicar efeitos secundários diretamente ao INFARMED, I.P.
através dos contactos abaixo. Ao comunicar efeitos secundários, estará a ajudar a
fornecer mais informações sobre a segurança deste medicamento.
INFARMED, I.P.
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel.: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)
Fax: + 351 21 798 73 97
Sítio da internet:
http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
5. Como conservar a Tansulosina Bluepharma 0,4 mg cápsulas de libertação prolongada
Manter este medicamento fora da vista e do alcance das crianças.
Conservar a temperatura inferior a 30 ºC.
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Conservar na embalagem de origem.
Não utilize Tansulosina Bluepharma cápsulas de libertação prolongada após o prazo de
validade impresso no blister e na embalagem exterior após ‘EXP’. O prazo de validade
corresponde ao último dia do mês indicado.
Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte
ao seu farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas
ajudarão a proteger o ambiente.
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
Qual a composição da Tansulosina Bluepharma cápsulas de libertação prolongada
A substância ativa é o cloridrato de tansulosina 0,4 mg.
Os outros componentes são:
Núcleo dos pellets: alginato de sódio, copolímero de ácido metacrílico-etilacrilato (1:1),
dibehenato de glicerilo, maltodextrina, laurilsulfato de sódio, polietilenoglicol 6000,
polissorbato 80, hidróxido de sódio, emulsão de simeticone 30% e sílica coloidal
anidra.
Corpo da cápsula de libertação prolongada: gelatina, água purificada, óxido de ferro
vermelho (E172), dióxido de titânio (E171) e óxido de ferro amarelo (E172).
Cabeça da cápsula de libertação prolongada: gelatina, água purificada, óxido de ferro
vermelho (E172), dióxido de titânio (E171) e óxido de ferro amarelo (E172).
Qual o aspeto da Tansulosina Bluepharma cápsulas de libertação prolongada e conteúdo
da embalagem
Cápsula de libertação prolongada.
Embalagens de blister contendo 10, 20, 30 ou 60 cápsulas de libertação prolongada.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
Titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante
Titular da Autorização de Introdução no Mercado
Bluepharma Genéricos – Comércio de Medicamentos, S.A.
São Martinho do Bispo
3045-016 Coimbra
Portugal
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Fabricante
Bluepharma – Indústria Farmacêutica, S.A.
São Martinho do Bispo
3045-016 Coimbra
Portugal
Este folheto foi revisto pela última vez em
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
Tansulosina Bluepharma 0,4 mg cápsulas de libertação prolongada
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Cada cápsula de libertação prolongada contém 0,4 mg de cloridrato de tansulosina.
Excipientes com efeito conhecido:
Cada cápsula de libertação prolongada de Tansulosina Bluepharma contém 1,22 mg de
sódio (sob a forma de alginato de sódio, laurilsulfato de sódio e hidróxido de sódio).
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Cápsula de libertação prolongada
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
Sintomas do trato urinário inferior (STUI) associados a hiperplasia benigna da próstata
(HBP).
4.2 Posologia e modo de administração
Via oral.
Uma cápsula de Tansulosina Bluepharma 0,4 mg de libertação prolongada por dia.
Tansulosina Bluepharma 0,4 mg cápsulas de libertação prolongada pode ser tomado
independentemente da alimentação.
A cápsula de libertação prolongada tem de ser deglutida inteira sem ser esmagada ou
mastigada para não interferir com a libertação prolongada da substância ativa.
Não é necessário ajustar a dose em caso de compromisso renal.
Não é necessário ajustar a dose em doentes com insuficiência hepática ligeira a
moderada (ver secção 4.3, Contraindicações)
População pediátrica
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Não existe indicação relevante para a utilização de Tansulosina Bluepharma 0,4 mg
cápsulas de libertação prolongada em crianças.
A segurança e a eficácia da tansulosina ainda não foram estabelecidas em crianças com
idade <18 anos. Os dados atualmente disponíveis encontram-se descritos na secção 5.1.
4.3 Contraindicações
Hipersensibilidade ao cloridrato de tansulosina, incluindo angiedema induzido pelo
fármaco, ou a qualquer um dos excipientes.
História de hipotensão ortostática.
Insuficiência hepática grave.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Tal como acontece com outros antagonistas dos recetores adrenérgicos
1, pode ocorrer
uma diminuição da pressão sanguínea em casos individuais durante o tratamento com
Tansulosina Bluepharma 0,4 mg cápsulas de libertação prolongada, e como resultado,
raramente, pode ocorrer síncope. Aos primeiros sinais de hipotensão ortostática
(tonturas, sensação de fraqueza), o doente deverá sentar-se ou deitar-se até que os
sintomas desapareçam.
Antes de se iniciar a terapêutica com Tansulosina Bluepharma 0,4 mg cápsulas de
libertação prolongada, o doente deve ser examinado de modo a excluir a presença de
outras condições que possam causar os mesmos sintomas da hiperplasia benigna da
próstata. Deve ser feito o toque retal e, quando necessário, a determinação do antigénio
específico da próstata (PSA), antes do início do tratamento e posteriormente em
intervalos regulares.
O tratamento de doentes com compromisso renal grave (depuração de creatinina < 10
ml/min) deve ser feito com precaução, pois não se realizaram estudos nestes doentes.
Foi observada uma síndrome de íris hipotónica intraoperatória (Intraoperative Floppy
Iris Syndrome - IFIS, uma variante do síndrome da pupila pequena) durante a cirurgia
às cataratas e do glaucoma, em alguns doentes a tomar ou previamente tratados com o
cloridrato de tansulosina. A IFIS pode aumentar o risco de complicações oculares
durante e após a cirurgia.
A interrupção do cloridrato de tansulosina 1 a 2 semanas antes da cirurgia às cataratas
ou do glaucoma é empiricamente considerado como vantajoso, no entanto, o benefício
de suspender o tratamento não foi estabelecido. A IFIS foi também notificada em
doentes que suspenderam a tansulosina por um período mais longo antes da cirurgia.
Não é recomendado o início da terapêutica com o cloridrato de tansulosina em doentes
que tenham programada uma cirurgia às cataratas ou do glaucoma. Durante a avaliação
pré-cirúrgica, a equipa de cirurgiões e oftalmologistas deverá considerar se os doentes
programados para a cirurgia às cataratas ou do glaucoma estão a ser ou foram
medicados com tansulosina de modo a assegurar que serão tomadas medidas
apropriadas para gerir a IFIS durante a cirurgia.
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O cloridrato de tansulosina não deve ser administrado em combinação com inibidores
potentes da CYP3A4 em doentes com fenótipo metabolizador fraco da CYP2D6.
O cloridrato de tansulosina deve ser utilizado com precaução em combinação com
inibidores potentes e moderados da CYP3A4 (ver secção 4.5).
É possível que se observem vestígios das cápsulas de libertação prolongada nas fezes.
Excipientes
Este medicamento contém sódio.
Este medicamento contém menos do que 1 mmol (23 mg) de sódio por cápsula de
libertação prolongada ou seja, é praticamente “isento de sódio”.
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
Os estudos de interação só foram realizados em adultos.
Não foram observadas interações ao administrar concomitantemente o cloridrato de
tansulosina com atenolol, enalapril ou teofilina.
A administração concomitante de cimetidina provoca um aumento dos níveis
plasmáticos da tansulosina, enquanto a furosemida provoca uma diminuição, mas como
os níveis se mantêm dentro dos valores normais, não é necessário ajustar a posologia.
Em estudos in vitro, nem o diazepam nem o propranolol, triclormetiazida,
clormadinona, amitriptilina, diclofenac, glibenclamida, sinvastatina e varfarina
alteraram a fração livre da tansulosina no plasma humano. Por sua vez, a tansulosina
não altera as frações livres do diazepam, propranolol, triclormetiazida e clormadinona.
Contudo, o diclofenac e a varfarina podem aumentar a taxa de eliminação da
tansulosina.
A administração concomitante do cloridrato de tansulosina com inibidores potentes da
CYP3A4 pode resultar num aumento da exposição ao cloridrato de tansulosina. A
administração concomitante com o cetoconazol (um conhecido inibidor potente da
CYP3A4) resultou num aumento da AUC e Cmax do cloridrato de tansulosina por um
fator de 2,8 e 2,2, respetivamente. O cloridrato de tansulosina não deve ser
administrado em combinação com inibidores potentes da CYP3A4 em doentes com
fenótipo metabolizador fraco da CYP2D6.
O cloridrato de tansulosina deve ser utilizado com precaução em combinação com
inibidores potentes ou moderados da CYP3A4.
A administração concomitante do cloridrato de tansulosina com a paroxetina, um
potente inibidor da CYP2D6, resultou num aumento da Cmax e AUC da tansulosina por
um fator de 1,3 e 1,6, respetivamente, mas estes aumentos não são considerados
clinicamente relevantes.
A administração concomitante de outros antagonistas dos recetores adrenérgicos
pode conduzir a efeitos hipotensivos.
4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento
A Tansulosina Bluepharma não está indicada para utilização em mulheres.
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Foram observadas perturbações da ejaculação a curto e longo prazo nos ensaios clínicos
com a tansulosina. Foram notificados, na fase pós-autorização, acontecimentos como:
perturbação da ejaculação, ejaculação retrógrada e insuficiência ejaculatória.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Não foram estudados os efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas.
Contudo, os doentes devem ser avisados para o facto de poderem ocorrer tonturas.
4.8 Efeitos indesejáveis
Classe de sistema
de órgãos
MedDRA
Frequentes
(>1/100,
<1/10)
Pouco
frequentes
(>1/1.000,
<1/100)
Raros
(>1/10.000,
<1/1.000)
Muito raros
(<1/10.000)
Desconhecido
(não pode ser
calculado a
partir dos dados
disponíveis)
Doenças do
sistema nervoso
Tonturas
(1.3%)
Cefaleias
Síncope
Afeções oculares
Visão turva*
Insuficiência
visual*
Cardiopatias
Palpitações
Vasculopatias
Hipotensão
ortostática
Doenças
respiratórias,
torácicas e do
mediastino
Rinite
Epistaxe*
Doenças
gastrointestinais
Obstipação,
diarreia,
náuseas,
vómitos
Xerostomia*
Afeções dos
tecidos cutâneos e
subcutâneos
Erupção
cutânea,
prurido,
urticária
Angiedema
Síndroma de
Stevens-
Johnson
Eritema
multiforme*
Dermatite
exfoliativa*
Doenças dos
órgãos genitais e
da mama
Perturbações
da ejaculação
incluindo
ejaculação
retrógrada e
insuficiência
Priapismo
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Classe de sistema
de órgãos
MedDRA
Frequentes
(>1/100,
<1/10)
Pouco
frequentes
(>1/1.000,
<1/100)
Raros
(>1/10.000,
<1/1.000)
Muito raros
(<1/10.000)
Desconhecido
(não pode ser
calculado a
partir dos dados
disponíveis)
ejaculatória
Perturbações
gerais e alterações
no local de
administração
Astenia
* Observadas pós-comercialização
Durante a cirurgia às cataratas e ao glaucoma, uma variante da síndrome da pupila
pequena, conhecida como síndrome de íris hipotónica intraoperatória (Intraoperative
Floppy Iris Syndrome – IFIS) foi associada com a terapêutica com tansulosina durante a
vigilância pós-comercialização (ver também secção 4.4).
Experiência pós-comercialização: para além dos acontecimentos adversos acima
listados, a fibrilhação auricular, arritmia, taquicardia e dispneia foram também
notificados como relacionados com a utilização da tansulosina. Uma vez que estes
acontecimentos adversos de notificação espontânea advêm da experiência pós-
comercialização a nível mundial, não é possível determinar de modo fiável a frequência
dos acontecimentos e o papel da tansulosina em termos de causalidade.
Notificação de suspeitas de reações adversas
A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é
importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-
risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer
suspeitas de reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P.:
INFARMED, I.P.
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)
Fax: + 351 21 798 73 97
Sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
4.9 Sobredosagem
Sintomas
A sobredosagem com o cloridrato de tansulosina pode potencialmente resultar em
graves efeitos hipotensores. Os graves efeitos hipotensores foram observados em
diferentes níveis de sobredosagem.
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Tratamento
No caso de ocorrer hipotensão aguda, depois de uma sobredosagem, deverá ser dado
suporte cardiovascular. A pressão sanguínea pode ser restabelecida e a frequência
cardíaca normalizada deitando o doente. Caso esta medida não ajude, devem ser
administrados corretores da volémia e, quando necessário, poderão ser utilizados
vasopressores. A função renal deve ser monitorizada e aplicadas medidas gerais de
apoio. É pouco provável que a diálise possa auxiliar, pois a tansulosina liga-se
fortemente às proteínas plasmáticas.
Medidas, tais como a emese, devem ser adotadas para impedir a absorção. Quando
estão envolvidas quantidades elevadas, pode ser efetuada lavagem gástrica e
administrado carvão ativado e um laxativo osmótico, tal como o sulfato de sódio.
Excipientes
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo Farmacoterapêutico: 7.4.2.1 – Outros medicamentos usados em disfunções
geniturinárias. Medicamentos usados nas perturbações da micção. Medicamentos
usados na retenção urinária. Código ATC: G04C A02. Medicamentos destinados
exclusivamente ao tratamento da doença da próstata.
Mecanismo de ação
A tansulosina liga-se seletiva e competitivamente aos recetores adrenérgicos
1 pós-
sinápticos, em particular ao subtipo
1A e
1D. Isto provoca o relaxamento da
musculatura lisa da próstata e da uretra.
Efeitos farmacodinâmicos
A Tansulosina Bluepharma 0,4 mg cápsulas de libertação prolongada aumenta a taxa
máxima de fluxo urinário. Alivia a obstrução através do relaxamento da musculatura
lisa da próstata e uretra, melhorando assim os sintomas de micção.
Melhora também os sintomas associados ao enchimento em que a instabilidade vesical
desempenha um papel importante.
Estes efeitos sobre os sintomas associados ao enchimento e ao esvaziamento vesical são
mantidos durante a terapêutica a longo prazo. A necessidade de cirurgia ou
cateterização é significativamente adiada.
Os antagonistas dos recetores adrenérgicos
1 podem reduzir a pressão sanguínea
através da diminuição da resistência periférica. Durante os estudos clínicos efetuados
com a Tansulosina Bluepharma 0,4 mg cápsulas de libertação prolongada, não foi
observada qualquer redução clinicamente significativa na pressão sanguínea.
População pediátrica
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Foi realizado um estudo de intervalo de dose, em dupla ocultação, aleatorizado,
controlado por placebo, em crianças com bexiga neuropática. Foi aleatorizado um total
de 161 crianças (com idades entre os 2 e 16 anos) e tratado com 1 dos 3 níveis de dose
de tansulosina (baixo [0,001 a 0,002 mg/kg], médio [0,002 a 0,004 mg/kg] e elevado
[0,004 a 0,008 mg/kg]) ou placebo. O parâmetro de avaliação primário foi o número de
doentes que diminuíram a pressão de perda do detrusor (LPP) para < 40 cm H2O, com
base em duas avaliações realizadas no mesmo dia. Os parâmetros de avaliação
secundários foram: alteração real e percentual desde o início na pressão de perda do
detrusor, melhoria ou estabilização da hidronefrose e hidroureter e alteração nos
volumes urinários obtidos por cateterização e pelo número de vezes molhado na altura
da cateterização, de acordo com o registado nos diários de cateterização. Não foram
encontradas diferenças estatisticamente significativas entre o grupo placebo e qualquer
um dos três grupos de tansulosina no parâmetro de avaliação primário nem em qualquer
parâmetro de avaliação secundário. Não foi observada qualquer resposta de dose para
qualquer nível de dosagem.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Absorção
A Tansulosina Bluepharma 0,4 mg cápsulas de libertação prolongada, é absorvida ao
nível do intestino e é quase completamente biodisponível.
A absorção da tansulosina é reduzida no caso de esta ser administrada pouco depois das
refeições. A uniformidade da absorção pode ser conseguida se o doente tomar
Tansulosina Bluepharma 0,4 mg cápsulas de libertação prolongada, após a mesma
refeição.
A tansulosina apresenta uma farmacocinética linear.
Após uma dose única de Tansulosina Bluepharma 0,4 mg, cápsulas de libertação
prolongada administrada depois da refeição, os níveis plasmáticos da tansulosina
atingem um pico cerca de 6 horas depois, no estado estacionário, que é atingido ao 5º
dia de doses múltiplas, a Cmax nos doentes é cerca de dois terços mais elevada do que a
atingida após uma dose única. Apesar disto se ter verificado em idosos, esperam-se os
mesmos resultados em doentes mais jovens.
Existe uma considerável variação entre os doentes nos níveis plasmáticos após
administração de dose única e múltipla.
Distribuição
No homem, a tansulosina liga-se em cerca de 99% às proteínas plasmáticas. O volume
de distribuição é pequeno (cerca de 0,2 l/kg).
Biotransformação
APROVADO EM
09-03-2018
INFARMED
A tansulosina tem um baixo efeito de primeira passagem, sendo metabolizada
lentamente. A maior parte da tansulosina encontra-se presente no plasma na forma de
substância ativa inalterada. O fármaco é metabolizado no fígado.
Em ratos, observou-se que praticamente nenhuma indução das enzimas hepáticas
microssomais foi causada pela tansulosina.
Resultados in vitro sugerem que a CYP3A4 e também a CYP2D6 estão envolvidas no
metabolismo, com possíveis contribuições menores de outras isoenzimas CYP no
metabolismo do cloridrato de tansulosina. A inibição das enzimas CYP3A4 e CYP2D6
metabolizadoras do fármaco podem levar ao aumento da exposição ao cloridrato de
tansulosina (ver secção 4.5 e 4.5).
Nenhum dos metabolitos é mais ativo do que o composto original.
Eliminação
A tansulosina e os seus metabolitos são excretados principalmente através da urina,
cerca de 9% da dose administrada é detetada na urina sob a forma de fármaco
inalterado.
Em doentes, após a administração duma dose única de tansulosina depois da refeição, e
no estado estacionário, foram determinadas semi-vidas de eliminação de cerca de 10 e
13 horas, respetivamente.
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Foram efetuados estudos de toxicidade de dose única e repetida em murganhos, ratos e
cães. Foram também realizados estudos de toxicidade reprodutiva em ratos,
carcinogenicidade em murganhos e ratos e genotoxicidade in vivo e in vitro.
O perfil de toxicidade geral, observado com elevadas doses de tansulosina, está de
acordo com as ações farmacológicas conhecidas dos antagonistas dos recetores
adrenérgicos
Em doses bastante elevadas houve alterações do ECG em cães. Este efeito não é no
entanto considerado clinicamente relevante. A tansulosina mostrou não ter propriedades
genotóxicas relevantes.
Foi notificado o aumento de incidência de alterações proliferativas das glândulas
mamárias de ratos e murganhos do sexo feminino. Este efeito, que é provavelmente
mediado pela hiperprolactinemia e apenas ocorreu em doses elevadas, é considerado
irrelevante.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Núcleo dos pellets:
APROVADO EM
09-03-2018
INFARMED
Alginato de sódio
Copolímero de ácido metacrílico-etilacrilato (1:1)
Dibehenato de glicerilo
Maltodextrina
Laurilsulfato de sódio
Polietilenoglicol 6000
Polissorbato 80
Hidróxido de sódio
Emulsão de simeticone 30%
Sílica coloidal anidra
Corpo da cápsula de libertação prolongada:
Gelatina
Água purificada
Óxido de ferro vermelho (E172)
Dióxido de titânio (E171)
Óxido de ferro amarelo (E172)
Cabeça da cápsula de libertação prolongada:
Gelatina
Água purificada
Óxido de ferro vermelho (E172)
Dióxido de titânio (E171)
Óxido de ferro amarelo (E172)
6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3 Prazo de validade
4 anos
6.4 Precauções especiais de conservação
Conservar a temperatura inferior a 30º C.
Conservar na embalagem de origem.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Blisters de PVC/PVDC/Alu.
Cada embalagem contém 10, 20, 30 ou 60 cápsulas de libertação prolongada.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
APROVADO EM
09-03-2018
INFARMED
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Não existem requisitos especiais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Bluepharma Genéricos – Comércio de Medicamentos, S.A.
S. Martinho do Bispo
3045-016 Coimbra
Portugal
8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
N.º de registo: 5526793 – 10 cápsulas de libertação prolongada, 0,4 mg, blisters de
PVC/PVDC/Alu
N.º de registo: 5526892 – 20 cápsulas de libertação prolongada, 0,4 mg, blisters de
PVC/PVDC/Alu
N.º de registo: 5526991 – 30 cápsulas de libertação prolongada, 0,4 mg, blisters de
PVC/PVDC/Alu
N.º de registo: 5527098 – 60 cápsulas de libertação prolongada, 0,4 mg, blisters de
PVC/PVDC/Alu
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO / RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO
DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data da primeira autorização: 19 de julho de 2005
Data da última renovação: 26 de junho de 2017
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO