Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
17-09-2010
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APROVADO EM
17-09-2010
INFARMED
FOLHETO INFORMATIVO: INFORMAÇÃO PARA O UTILIZADOR
Sulpirida Pharmakern 50 mg Cápsulas
Sulpirida
Leia atentamente este folheto antes de tomar este medicamento.
- Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler.
- Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
- Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento
pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas.
- Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos
secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.
Neste folheto:
1. O que é Sulpirida Pharmakern e para que é utilizado
2. Antes de tomar Sulpirida Pharmakern
3. Como tomar Sulpirida Pharmakern
4. Efeitos secundários possíveis
5. Como conservar Sulpirida Pharmakern
6. Outras informações
1. O QUE É SULPIRIDA PHARMAKERN E PARA QUE É UTILIZADO
Sulpirida Pharmakern pertence a um grupo de medicamentos antipsicóticos, também
denominados de neurolépticos.
Sulpirida Pharmakern está indicado em:
- Estados depressivos
- Inibição psicomotora nas depressões e psicoses
- Psicoses agudas e crónicas
2. ANTES DE TOMAR SULPIRIDA PHARMAKERN
Não tome Sulpirida Pharmakern
- se tem alergia (hipersensibilidade) a sulpirida ou a qualquer outro componente de
Sulpirida Pharmakern,
- no caso de tumores concomitantes dependentes de prolactina (hormona que
estimula a secreção do leite), por exemplo, prolactinomas da glândula pituitária e
cancro da mama,
- no caso de feocromocitoma (neoplasia da medula adrenal secretota de adrenalina e
noradrenalina),
- em associação com levedopa (Ver “Ao tomar Sulpirida Pharmakern com outros
medicamentos”).
Tome especial cuidado com Sulpirida Pharmakern
- quando administrado a doentes com uma situação clínica que pode favorecer a
ocorrência de distúrbios do ritmo cardíaco, uma vez que sulpirida pode aumentar o
risco perturbações do ritmo cardíaco,
- se existe risco de acidente vascular cerebral,
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- se o medicamento for administrado a idosos, uma vez que existe um risco de
sedação, diminuição da pressão arterial quando de pé, ou o aparecimento de
discinesia (movimentos repetitivos, anormais e incontroláveis),
- se o medicamento for administrado a crianças, uma vez que não foi investigada o
uso de sulpirida neste grupo de pacientes. Não é recomendado o uso de sulpirida em
crianças,
- se tiver insuficiência renal, uma vez que a dose deve ser reduzida,
- se sofre ou tem história de epilepsia uma vez que o grupo de medicamentos a que
pertence Sulpirida Pharmakern pode aumentar o aparecimento de crises epilépticas e
convulsões,
- se sofre de doença de Parkinson, visto que Sulpirida Pharmakern está contra-
indicado,
salvo
casos
excepcionais,
doentes
tomam
medicação
antiparkinsónica,
- se possui febre de origem desconhecida e rigidez muscular, uma vez que pode
tratar-se
síndrome
maligna
neurolépticos.
síndrome
maligna
neurolépticos é uma complicação potencialmente fatal que é caracterizada por
aumento da temperatura corporal, podendo ocorrer rigidez muscular e disfunção
autonômica. Em caso de temperatura corporal elevada de origem não-diagnosticada,
o tratamento com sulpirida deve ser interrompido (ver "EFEITOS SECUNDÁRIOS
POSSÍVEIS"),
-se sofre de diabetes mellitus ou apresenta factores de risco à diabetes.
- se você ou alguém na sua família tem antecedentes (ou história) de coágulos no
sangue, uma vez que este tipo de medicamentos estão associados à formação de
coágulos sanguíneos.
Consulte o seu médico ou farmacêutico se apresenta tais sintomas.
Ao tomar Sulpirida Pharmakern com outros medicamentos
Informe
seu médico
farmacêutico se
estiver
tomar
ou tiver tomado
recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita
médica.
Em particular, informe o seu médico, se estiver actualmente a tomar algum dos
seguintes medicamentos:
- Levodopa (medicamento para o tratamento do Parkinson).
- Agentes antiarrítmicos como quinidina, disopiramida, amiodarona e sotalol.
- Outros medicamentos tais como cisapride, tioridazina, eritromicina endovenosa,
vincamina
endovenosa,
halofantrina,
pentamidina,
sparfloxacina,
metadona,
pimozida, haloperidol e sultoprida.
- Medicamentos que induzem uma diminuição da frequência cardíaca tais como
dialtiazem, verapamil, clonidina, guanfacina; digitálicos.
- Medicamentos que induzem diminuição dos níveis de potássio e magnésio.
- Depressores do sistema nervoso central incluindo narcóticos, analgésicos, sedativos
anti-histamínicos
barbitúricos,
benzodiazepinas
outros
medicamentos
ansiolíticos.
- Sais de lítio.
- Sucralfato.
- Antiácidos.
- Fármacos anti-hipertensores.
Note que estas instruções também se aplicam a medicamentos que sejam tomados
antes ou depois de Sulpirida Pharmakern.
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Ao tomar Sulpirida Pharmakern com alimentos e bebidas
Dado que o álcool potencia o efeito sedativo da sulpirida não é recomendado álcool
ou outros medicamentos que contêm álcool na composição, durante o tratamento
com sulpirida.
Gravidez e aleitamento
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
Não se recomenda o uso de sulpirida durante a gravidez.
sulpirida
passa
para
leite
materno,
amamentação
não
recomendada durante o tratamento com Sulpirida Pharmakern.
Condução de veículos e utilização de máquinas
Sulpirida Pharmakern pode causar sedação e, portanto, pode afectar a capacidade de
condução ou de utilização de máquinas, pelo que se recomenda especial precaução
durante o tratamento.
Informações importantes sobre alguns componentes de Sulpirida Pharmakern
Este medicamento contém lactose. Se foi informado pelo seu médico que tem
intolerância a alguns açúcares, contacte-o antes de tomar este medicamento.
3. COMO TOMAR SULPIRIDA PHARMAKERN
Tomar Sulpirida Pharmakern sempre de acordo com as indicações do médico. Fale
com o seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.
Posologia usual com referência à dose máxima
A regular pelo médico de acordo com cada caso clínico. Em regra:
# Nos estados depressivos:
Nos estados em que predomina a lentificação, abulia e apragmatismo a dose a
utilizar varia entre 100 e 200 mg por dia (2 a 4 cápsulas).
# Nas psicoses agudas e crónicas:
Nos sintomas deficitários das psicoses a posologia deverá variar entre 100 e 200 mg
por dia (2 a 4 cápsulas).
Nas situações em que predominam as ideias delirantes ou as alucinações a posologia
deverá variar, segundo o critério clínico, entre 600 e 1200 mg por dia podendo em
certos casos ir até 2000 mg por dia.
Em pediatria:
É aconselhável a solução oral, em média 5 mg / Kg / dia, dividida em 3 ou 4 tomas.
Modo e Via de Administração
Administração por via oral.
Ingerir as cápsulas inteiras, com água.
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Indicação do momento mais favorável à administração do medicamento
Nos sindromas vertiginosos o medicamento deve ser tomado às refeições.
Duração do tratamento médio
A duração do tratamento é variável consoante o caso clínico, devendo respeitar-se as
indicações do médico.
Se tomar mais Sulpirida Pharmakern do que deveria
Se você ou alguém tomou uma dose maior de Sulpirida Pharmakern do que deveria,
entre imediatamente em contacto com o seu médico, farmacêutico ou hospital mais
próximo.
Em caso de sobredosagem, podem ser surgir espasmos dos músculos da face,
pescoço e língua.
Alguns
pacientes
podem
desenvolver
manifestações
parkinsónicas
(tremores,
rigidez) com risco vital e coma.
Não existe nenhum antídoto específico para sulpirida. O tratamento é apenas
sintomático e a hemodiálise é parcialmente eficaz na eliminação do medicamento.
Em caso de sobredosagem, deve aplicar as medidas de suporte apropriadas, e
recomenda-se acompanhar de perto as funções vitais e o controlo da função cardíaca
até que o paciente recupere.
Em caso de graves sintomas extrapiramidais (tremores, aumento do tónus muscular,
diminuição dos movimentos, hipersalivação, etc.), devem ser administrados agentes
anticolinérgicos.
Em caso de sobredosagem ou ingestão acidental, consultar o Centro de Intoxicações,
telefone: 808 250 143.
Caso se tenha esquecido de tomar Sulpirida Pharmakern
Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar.
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu
médico ou farmacêutico.
4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS
Como
todos
medicamentos,
Sulpirida
Pharmakern
pode
causar
efeitos
secundários, no entanto estes não se manifestam em todas as pessoas.
As reacções adversas associadas com sulpirida são:
Distúrbios cardiacos:
- Diminuição da pressão arterial quando de pé.
- Prolongamento do intervalo QT (problemas na condução do coração) e arritmias
(alterações do ritmo cardíaco) ventriculares, como torsade de pointes, taquicardia
ventricular
(sucessão
rápida
batimentos
cardíacos
cuja
causa
reside
ventrículos) que podem resultar em paragem cardíaca, morte súbita.
- Coágulos nas veias, especialmente nas pernas (sintomas incluem inchaço, dor e
vermelhidão na perna), que se podem deslocar pelos vasos sanguíneos até aos
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pulmões e causar dor no peito e dificuldade em respirar. Se detectar algum destes
sintomas, procure aconselhamento médico de imediato.
Distúrbios hormonais:
- Aumentos dos níveis normais de prolactina.
Perturbações gerais e alterações no local de administração:
Síndrome
maligno
neuroléptico
(ver
"Tome
especial
cuidado
Sulpirida
Pharmakern”) é uma complicação caracterizada por temperatura corporal elevada,
que pode causar rigidez muscular, e até mesmo causar a morte.
- Aumento do peso.
Perturbações do fígado:
- Aumento de enzimas hepáticos.
Distúrbios do sistema nervoso:
- Sedação e sonolência.
- Sintomas extrapiramidais e alterações relacionadas:
Parkinsonismo
sintomas
relacionados:
tremor,
aumento
tónus
muscular,
movimentos lentos, aumento da salivação.
Desacelaração dos movimentos e diminuição da pressão (torcícolo espasmódico,
tensão diminuída na região cranio-facial, pressão exercida sobre os dentes de forma
involuntária).
Impossibilidade da pessoa para sentar-se ou permanecer sentada.
Estes sintomas são geralmente reversíveis com a administração de medicamentos
antiparkinsónicos.
Disquinésia
tardia
(caracterizada
movimentos
involuntários
rítmicos,
principalmente da língua e/ou face) após tratamento com fármacos neurolépticos
superior a 3 meses. A medicação antiparkinsónica não é eficaz e pode induzir
agravamento dos sintomas.
- Convulsões (ver “Tome especial cuidado com Sulpirida Pharmakern”).
Distúrbios do aparelho reprodutor e da mama:
- Alterações relacionadas com o aumento dos níveis normais de prolactina:
Secreção anormal de leite fora do período de gravidez.
Ausência de menstruação em mulheres férteis.
Aumento do tamanho das mamas no homem.
Aumento do peito.
Dor no peito.
Disfunção orgásmica.
Impotência.
Distúrbios da pele e dos tecidos subcutâneos:
- Rash máculo-papular (erupções cutâneas papulares de cor vermelha).
Em idosos com demência, foi notado um pequeno aumento no número de mortes
notificadas para doentes a tomar antipsicóticos, quando comparado com os que não
faziam este tipo de tratamento
Se algum dos efeitos secundários se agravar, ou se detectar quaisquer efeitos
secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.
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5. COMO CONSERVAR SULPIRIDA PHARMAKERN
O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação.
Manter fora do alcance e da vista das crianças.
Não utilize Sulpirida Pharmakern após o prazo de validade impresso na embalagem
após Val.. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado.
Os medicamentos não devem ser eliminados na canalização ou no lixo doméstico.
Pergunte ao seu farmacêutico como eliminar os medicamentos de que já não
necessita. Estas medidas irão ajudar a proteger o ambiente.
6. OUTRAS INFORMAÇÕES
Qual a composição de Sulpirida Pharmakern
- A substância activa é a sulpirida.
- Os outros componentes são lactose mono-hidratada, metilcelulose, estearato de
magnésio, talco, sílica coloidal anidra, dióxido de titânio (E171) e gelatina.
Qual o aspecto de Sulpirida Pharmakern e conteúdo da embalagem
Cada cápsula contém 50 mg de sulpirida.
Sulpirida Pharmakern, são cápsulas de cor branca, acondicionadas em blister, em
embalagens de 20, 30, 60 e 500 unidades. É possível que não sejam comercializadas
todas as apresentações.
Titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante
Titular da Autorização de Introdução no Mercado
Pharmakern Portugal - Produtos Farmacêuticos, Sociedade Unipessoal, Lda.
Edifício Atlas II, Av. José Gomes Ferreira, N.º 11 - 3º, Sala 31
1495-139 Miraflores - Algés
Portugal
Fabricante
Kern Pharma, S.L.
Polígono Industrial Colon II, Venus 72
08228 Terrassa (Barcelona)
Espanha
Este folheto foi aprovado pela última vez em
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
Sulpirida Pharmakern 50 mg Cápsulas
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Sulpirida Pharmakern 50 mg: cada cápsula contém 50 mg de sulpirida.
Cada cápsula contém 74,43 mg de lactose mono-hidratada.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Cápsula.
Cápsula dura de gelatina de cor branca.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
- Estados depressivos
- Inibição psicomotora nas depressões e psicoses
- Psicoses agudas e crónicas
4.2 Posologia e modo de administração
A regular pelo médico de acordo com cada caso clínico. Em média, no adulto:
# Nos estados depressivos:
Nos estados em que predomina a lentificação, abulia e apragmatismo a dose a
utilizar
varia entre 100 e 200 mg por dia (2 a 4 cápsulas).
# Nas psicoses agudas e crónicas:
Nos sintomas deficitários das psicoses a posologia deverá variar entre 100 e 200 mg
por dia (2 a 4 cápsulas).
Nas situações onde predominem as ideias delirantes ou as alucinações, deve utilizar-
doses variando entre 600 e 1200 mg por dia. As doses orais podem ir, em certos
casos, até 2000 mg por dia.
Em pediatria:
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É aconselhável a solução oral, em média 5 mg / Kg / dia, dividida em 3 ou 4 tomas.
Modo e Via de Administração
Administração por via oral.
Ingerir as cápsulas com água.
4.3 Contra-indicações
- Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes.
- Tumores prolactino-dependentes concominantes, por exemplo, tumores da hipófice
(prolactinomas) e cancro da mama.
- Feocromocitoma.
- Associação com levodopa (ver secção 4.5 Interacções medicamentosas e outras
formas de interacção)
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Advertências
Prolongamento do intervalo QT:
Sulpirida pode induzir prolongamento do intervalo QT (ver secção 4.8 Efeitos
indesejáveis).
Sabe-se que este efeito pode aumentar o risco de arritmias ventriculares graves, tais
como torsades de pointes.
Antes de qualquer administração, e, se possível, tendo em conta a condição clínica
paciente, é
aconselhável
acompanhar
factores
podem
favorecer
aparecimento de distúrbios do ritmo, como por exemplo:
- bradicardia inferior a 55 bpm,
- desequilíbrio eletrolítico, particularmente hipocaliemia,
- prolongamento congénito do intervalo QT,
- tratamento concomitante com medicamentos que podem causar bradicardia (<
55bpm), hipocaliémia, diminuição da condução intracardíacas, ou prolongamento do
intervalo QT (ver secção 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de
interacção).
Acidente vascular cerebral:
Em ensaios clínicos randomizados versus placebo realizados em doentes idosos com
demência e tratados com alguns medicamentos antipsicóticos atípicos, foi observado
que triplica o risco de eventos cérebrovasculares. Não é conhecido o mecanismo de
aumento de risco. Não se pode excluir um risco aumentado com outros antipsicóticos
ou outros pacientes. Sulpirida deve ser usado com precaução em pacientes com
factores de risco para acidente vascular cerebral.
Como para outros neurolépticos pode ocorrer a Síndrome Maligna dos neurolépticos,
complicação
potencialmente
fatal
caracterizada
hipertermia,
rigidez
muscular
sintomatologia
neuro-vegetativa.
caso
hipertermia
não
diagnosticada deverá descontinuar-se o tratamento com sulpirida.
É necessário ter presente que os pacientes com Parkinson podem apresentar um
agravamento da doença, se administrada simultaneamente sulpirida como outros
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agentes antidopaminérgicos; sulpirida só deverá ser usado se o tratamento com
neurolépticos não puder ser evitado.
A eficácia e segurança de sulpirida não foram investigadas exaustivamente em
crianças. Portanto, o seu uso não é recomendado neste grupo.
Precauções
Foi notificada hiperglicémia em doentes tratados com alguns agentes antipsicóticos
atípicos. Doentes com diagnóstico estabelecido de diabetes mellitus ou com factores
de risco para diabetes que iniciaram sulpirida, devem realizar uma monitorização
apropriada da glicemia.
Os neurolépticos podem baixar o limiar epiletpogénico, e foram notificados alguns
casos de convulsões com sulpirida (ver secção 4.8 Efeitos secundários). Assim, os
doentes com antecedentes de epilepsia deverão ser rigorosamente monitorizados
durante o tratamento com sulpirida.
Sulpirida é eliminada através dos rins. Em caso de insuficiência renal, a dose deve
ser reduzida (ver secção 4.2 Posologia e modo de administração).
Foram notificados casos de tromboembolismo venoso (TEV) com medicamentos
antipsicóticos. Uma vez que os doentes tratados com antipsicóticos apresentam,
frequentemente, factores de risco para o TEV, quaisquer factores de risco possíveis
devem ser identificados antes e durante o tratamento com Sulpirida Pharmakern e
devem ser adoptadas medidas preventivas adequadas.
Mortalidade aumentada em idosos com demência
Dados de dois grandes estudos observacionais mostraram que os idosos com
demência tratados com antipsicóticos têm um risco ligeiramente aumentado de
morte quando comparados com o grupo que não recebe este tratamento. Não existe
informação suficiente para estimar com certeza a magnitude exacta deste risco e a
causa não é conhecida.
Sulpirida Pharmakern não está indicado para o tratamento de perturbações de
comportamento relacionadas com a demência.
Nos doentes idosos, tal como para outros neurolépticos, sulpirida deve ser usado
com precaução, uma vez que pode haver maior risco de hipotensão ortostática,
sedação e perturbações extrapiramidais, tais como disquinésia tardia. A observação
é recomendada durante o tratamento para detectar sinais precoces de disquinésia
tardia e uma redução ou interrupção do mesmo para evitar uma manifestação de
sintomas mais graves. Também recomenda-se monitorização da função cardíaca.
Os pacientes geriátricos, podem necessitar de uma dose inicial mais baixa e um
ajuste gradual da mesma (ver secção 4.2 Posologia e modo de administração). Em
doentes com comportamento agressivo ou agitação acompanhada de impulsividade o
sulpirida pode ser administrado com um sedativo.
Este medicamento contém lactose. Doentes com problemas hereditários raros de
intolerância à galactose, deficiência na lactase ou malabsorção de glucose-galactose,
não devem tomar este medicamento.
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4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção
Associações contra-indicadas
- Levodopa: antagonismo recíproco dos efeitos entre a levodopa e os neurolépticos
(ver secção 4.3 Contra-indicações).
Associações não contra-indicadas
- Álcool: potenciação dos efeitos sedativos dos neurólepticos. Evitar a ingestão de
bebidas alcoólicas e de medicamentos contendo álcool.
- Associação com medicamentos que podem prolongar o intervalo QT ou induzir
“torsade de pointes” (ver secção 4.4 Advertências).
- Medicamentos indutores de bradicardia tais como beta-bloqueantes, bloqueadores
dos canais de cálcio que induzem bradicardia tais como diltiazem e verapamilo,
clonidina, guanfacina; digitálicos.
- Medicamentos indutores de hipocaliémia: diuréticos espoliadores de potássio,
laxantes, anfotericina B IV, glucocorticóides, tetracosactida. Deverá corrigir-se a
hipocaliémia.
- Fármacos anti-arrítmicos da classe IA tais como quinidina, disopiramida.
- Fármacos anti-arrítmicos da classe III tais como amiodarona, sotalol.
Outros
medicamentos
como
pimozida,
sultoprida,
haloperidol,
tioridazona,
metadona, antidepressivos imipramínicos, lítio, bepridil, cisapride, eritromicina IV,
vincamina IV, halofantrina, pentamidina, sparfloxacina.
Associações a ter em conta
- Sucralfato: A administração conjunta de sulpirida com sucralfato pode diminuir os
níveis plasmáticos de sulpirida, podendo provocar uma diminuição ou perda da
actividade terapêutica. Assim, sulpirida deve ser administrada pelo menos duas
horas antes do sucralfato.
- Antiácidos: A administração conjunta de sulpirida com antiácidos contendo sais
magnésio ou de alumínio pode causar uma diminuição nos níveis plasmáticos de
sulpirida, podendo resultar numa redução ou perda da actividade terapêutica. Assim,
sulpirida deve ser administrada pelo menos duas horas antes do antiácido.
- Agentes anti-hipertensivos: efeitos anti-hipertensivos e possibilidade de aumentar
ocorrência de hipotensão postural (efeito aditivo).
- Depressores do SNC: incluindo narcóticos, analgésicos, anti-histamínicos sedativos
H1, barbitúricos, benzodiazepinas e outros ansiolíticos, clonidina e derivados.
4.6 Gravidez e aleitamento
Gravidez
diminuição
fertilidade
relacionada
efeitos
farmacológicos
medicamento (efeito mediado pela prolactina) foi observada em animais tratados
com sulpirida.
Estudos em animais não demonstraram efeitos nocivos directos ou indirectos em
relação
gravidez,
desenvolvimento
embrionário/fetal
desenvolvimento
postnatal.
No homem os dados clínicos disponíveis de gravidezes expostas são limitados. A
maior parte das perturbações fetais e neonatais reportadas no contexto do uso de
sulpirida durante a gravidez podem ter interpretações alternativas e que parecem
mais prováveis.
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Assim sendo, o uso do sulpirida não é recomendável durante a gravidez devido à
limitada experiência.
Se sulpirida for usado durante a gravidez, deve ser considerada a monitorização
apropriada do recém-nascido em termos de perfil de segurança.
Aleitamento
Sulpirida é excretada no leite materno pelo que não se recomenda a amamentação
durante o período de tratamento.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Sulpirida pode causar sedação, o que pode afectar a capacidade de conduzir
veículos ou utilizar máquinas (ver secção 4.8 Efeitos indesejáveis).
4.8 Efeitos indesejáveis
Com base na experiência com sulpirida, as seguintes reacções adversas foram
descritas e apresentam-se agrupadas segundo a classificação de órgãos e sistema
MedDRA com algumas adaptações.
As reacções adversas associadas a sulpirida são:
Cardiopatias:
- Hipotensão postural.
- Prolongamento do intervalo QT e arritmias ventriculares tais como “torsades de
pointes”, taquicardia ventricular, que pode resultar em fibrilhação ventricular ou
paragem cardíaca, morte súbita (ver secção 4.4 Advertências).
- Casos de tromboembolismo venoso, incluindo embolia pulmonar e casos de
trombose venosa profunda, foram notificados com medicamentos antipsicóticos –
frequência desconhecida.
Doenças endócrinas:
- Hiperprolactinémia.
Perturbações gerais e alterações no local da administração:
- Como todos os neurolépticos, síndrome maligno (ver secção 4.4 Advertências), que
é uma complicação potencialmente fatal.
- Aumento de peso.
Afecções hepatobiliares:
- Aumento de enzimas hepáticos.
Doenças do sistema nervoso:
- Sedação ou sonolência.
- Sintomas extrapiramidais e alterações relacionadas: parkinsonismo e sintomas
relacionados: tremor, hipertonia, hipoquinesia, hiperventilação.
- Disquinésia aguda e distonia (tortícolo espasmódico, crises oculogiras, trismus).
- Acatasia.
Estes sintomas são geralmente reversíveis com a administração de medicamentos
antiparkinsónicos.
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- Como para todos os neurolépticos, reportou-se disquinésia tardia (caracterizada
por movimentos involuntários rítmicos, principalmente da língua e/ou face) após
tratamento com fármacos superior a três meses. A medicação antiparkinsónica não é
eficaz e pode induzir agravamento dos sintomas.
- Convulsões (ver secção 4.4. Advertências)
Doenças dos órgãos genitais e da mama:
Transtornos
relacionados
hiperprolactinémia:
galactorreia,
amenorreia,
ginecomastia, aumento de volume e dor mamária, disfunção orgástica e disfunção
eréctil.
Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos:
- Rash máculo-papular.
4.9 Sobredosagem
Sinais e sintomas
A experiência com sulpirida em sobredosagem é limitada.
Em caso de sobredosagem podem ocorrer manifestações disquinésicas com torcicolis
espasmódico, protusão da língua e trismus. Em alguns doentes podem ocorrer
manifestações parkinsónicas que põem a vida em risco e coma.
Sulpirida é parcialmente eliminada por hemodiálise.
Tratamento
Não
antídoto
específico
para
sulpirida.
tratamento
exclusivamente
sintomático.
Assim,
deverão
instituídas
medidas
suporte
apropriadas:
Recomenda-se
vigilância
rigorosa
funções
vitais
monitorização
cardíaca
contínua
(risco
prolongamento
intervalo
arritmias
ventriculares
subsequentes) ate à recuperação do doente.
Se ocorrerem sintomas extrapiramidais graves deverão ser administrados agentes
anticolinérgicos.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo
farmacoterapêutico:
2.9.2
Sistema
Nervoso
Central;
Psicofármacos;
Antipsicóticos; código ATC: N05AL01
Sulpirida antagoniza de forma específica os receptores dopaminérgicos D2 e D3.
Em pacientes com quadros psicóticos causadores de sintomas negativos, sulpirida é
eficaz em doses de 150 a 600 mg/dia. Nestas doses, sulpirida não tem praticamente
nenhum efeito sobre os sintomas positivos. Doses de 600 a 1.600 mg/dia melhoram
os sintomas positivos em pacientes com psicose aguda ou crónica. Quando em doses
muito altas, sulpirida induz efeitos sedativos.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
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Absorção
Após a injecção intramuscular de 100mg de sulpirida, foram atingidas dentro de 30
minutos as concentrações plasmáticas máximas (Cmax) de 2,2 mg/l.
Administrada por via oral sulpirida é absorvida 4,5 horas após a administração. A
Cmax de uma dose oral (comprimido) de 200mg varia entre 0,5 e 1,8 mg/l, e entre
0,1 e 0,6 mg/l após a administração de uma cápsula de 50 mg. Após uma dose de
50 mg de solução oral a Cmax foi de 0,28 mg /l.
Distribuição
A biodisponibilidade das formas orais é de 25% a 35% com grande variação
interindividual. Os níveis plasmáticos de sulpirida são proporcionais à dose.
Sulpirida difunde-se rapidamente nos tecidos corporais, em especial no fígado e rim.
Existe pouca difusão no cérebro.
Menos de 40% do fármaco está ligado a proteínas plasmáticas. A taxa de distribuição
eritrocitária no plasma é de 1.
Metabolismo
Sulpirida é fracamente metabolizado no humano.
Eliminação
A excreção de sulpirida é essencialmente renal, por filtração glomerular. A clearance
renal é normalmente igual à clearance total. 92% da dose intramuscular é inalterada
na urina.
Estima-se que quantidade excretada através do leite materno seja 1/1000 da dose
diária.
A semi-vida de eliminação plasmática é de 7h. O volume de distribuição no estado de
equilíbrio é 0,94 L/Kg (de 0,6 a 1,5 L/Kg). A clearance total é de 126 ml/min.
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Os efeitos observados nos animais estão directamente relacionados com a actividade
farmacológica e, especialmente, com a hiperprolactinémia. Contudo, o Sulpiride é
desprovido
qualquer
efeito
geral,
específico
órgão,
teratogénico
mutagénico.
Relativamente
carcinogénese,
tipo
tumores
prolactino-dependentes
observados nos roedores são específicos da espécie, não revelando qualquer risco
acrescido para a terapêutica humana.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Lactose mono-hidratada, metilcelulose, estearato de magnésio, talco, sílica coloidal
anidra, dióxido de titânio (E171) e gelatina.
6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3 Prazo de validade
APROVADO EM
17-09-2010
INFARMED
1 ano.
6.4 Precauções especiais de conservação
O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Embalagens de 20, 30, 60 e 500 cápsulas em blister de PVC/Alu.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Não existem requisitos especiais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Pharmakern Portugal - Produtos Farmacêuticos, Sociedade Unipessoal, Lda.
Edifício Atlas II, Av. José Gomes Ferreira, N.º 11 - 3º, Sala 31
1495-139 Miraflores - Algés
8. NÚMERO (S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Nº de registo: 5307921 - 20 cápsulas, 50 mg, blister PVC/Alu
Nº de registo: 5307939 - 30 cápsulas, 50 mg, blister PVC/Alu
Nº de registo: 5307947 - 60 cápsulas, 50 mg, blister PVC/Alu
Nº de registo: 5307954 - 500 cápsulas, 50 mg, blister PVC/Alu
DATA
PRIMEIRA
AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO
AUTORIZAÇÃO
INTRODUÇÃO NO MERCADO
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO