Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
20-06-2011
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INFARMED
FOLHETO INFORMATIVO: INFORMAÇÃO PARA O UTILIZADOR
Sarovex 75 mg comprimidos revestidos por película
Clopidogrel
Leia atentamente este folheto antes de tomar o medicamento.
- Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler.
- Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
- Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode
ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas.
- Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários
não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.
Neste folheto:
1. O que é Sarovex e para que é utilizado
2. Antes de tomar Sarovex
3. Como tomar Sarovex
4. Efeitos secundários possíveis
5. Como conservar Sarovex
6. Outras informações
1. O QUE É SAROVEX E PARA QUE É UTILIZADO
Sarovex pertence a um grupo de medicamentos denominados antiagregantes plaquetários.
As plaquetas são estruturas muito pequenas no sangue, mais pequenas do que os glóbulos
brancos ou vermelhos, que se agregam durante a coagulação do sangue. Impedindo esta
agregação, os medicamentos antiagregantes plaquetários reduzem a possibilidade de
formação de coágulos sanguíneos (um processo denominado trombose).
Sarovex é utilizado para prevenir a formação de coágulos sanguíneos (trombos) que se
formam em vasos sanguíneos endurecidos (artérias), um processo conhecido como
aterotrombose, que pode conduzir a acidentes aterotrombóticos (tais como o acidente
vascular cerebral, ataque cardíaco ou morte).
Foi-lhe prescrito Sarovex para ajudar a prevenir a formação de coágulos sanguíneos e
reduzir o risco destes efeitos graves, porque:
- Tem uma situação de endurecimento das artérias (também conhecida por aterosclerose),
- Já teve anteriormente um ataque cardíaco, acidente vascular cerebral ou uma situação
conhecida como doença arterial periférica, ou
- Já teve uma dor forte no peito conhecida como “angina instável” ou “enfarte de
miocárdio” (ataque cardíaco). Para o tratamento desta condição o seu médico poderá ter
colocado um stent na artéria bloqueada ou estreitada para recuperar a circulação eficaz de
sangue. O seu médico deverá também prescrever-lhe ácido acetilsalicílico (uma
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substância presente em muitos medicamentos utilizada para aliviar a dor e baixar a febre,
e também como anticoagulante).
2. ANTES DE TOMAR SAROVEX
Não tome Sarovex:
- se tem alergia (hipersensibilidade) ao clopidogrel ou a qualquer outro componente de
Sarovex
- se tem uma hemorragia activa, como por exemplo, uma úlcera de estômago ou
hemorragia
cerebral;
- se sofrer de uma doença grave do fígado;
Se pensa que algum destes problemas se aplica a si, ou se tiver quaisquer dúvidas,
consulte o seu médico antes de tomar Sarovex.
Tome especial cuidado com Sarovex
Se alguma das seguintes situações se aplicar ao seu caso, deverá informar o seu médico
antes de tomar Sarovex:
Se tem risco de hemorragia, tal como:
- uma situação médica que o coloca em risco de hemorragia interna (tal como uma úlcera
de estômago)
- uma perturbação sanguínea que o torna susceptível a hemorragias internas (hemorragias
dentro de quaisquer tecidos, órgãos ou articulações do seu corpo).
- uma lesão grave recente
- uma cirurgia recente (incluindo cirurgia dentária)
- uma cirurgia planeada (incluindo cirurgia dentária) para os próximos sete dias
Se teve um coágulo na artéria do seu cérebro (acidente vascular cerebral isquémico) que
ocorreu nos últimos sete dias
Se está a tomar outros medicamentos (ver “Tomar Sarovex com outros medicamentos").
Se sofre de doença dos rins ou do fígado
Enquanto está a tomar Sarovex:
Deve informar o seu médico se uma cirurgia (incluindo dentária) está planeada.
Deve também informar o seu médico imediatamente se desenvolver uma condição
médica que inclui febre e nódoas negras debaixo da pele que podem parecer como
minúsculos pontos
vermelhos, com ou sem cansaço extremo inexplicável, confusão, amarelecimento da pele
e/ou
olhos (icterícia) (ver secção 4 “Efeitos Secundários Possíveis”).
Se se cortar ou ferir, poderá levar mais tempo do que o normal para estancar a
hemorragia. Este facto está relacionado com o modo como o medicamento actua, uma
vez que evita a possibilidade de se formarem coágulos de sangue. Se se tratar de cortes
ou feridas sem importância (ex.: cortou-se ao fazer a barba) normalmente não tem que se
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preocupar. No entanto se tiver preocupado com a sua hemorragia deve contactar o seu
médico de imediato (ver secção 4 “Efeitos Secundários Possíveis”).
O seu médico pode pedir para realizar análises ao sangue.
Deve informar o seu médico ou farmacêutico se sentir algum efeito secundário não
mencionado na secção 4 “Efeitos Secundários Possíveis” deste folheto ou se notar que
um efeito secundário se torna grave.
Sarovex não se destina a ser utilizado por crianças ou adolescentes.
Ao tomar Sarovex com outros medicamentos
Alguns medicamentos podem influenciar o uso de Sarovex ou vice-versa.
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente
outros medicamentos, incluindo medicamentos sem receita médica.
Não se recomenda o uso de anticoagulantes orais (medicamentos utilizados para reduzir a
coagulação do sangue) com Sarovex.
Deve dizer especificamente ao seu médico se está a tomar um medicamento anti-
inflamatório não esteróide, usado normalmente para tratar situações dolorosas e/ou
inflamatórias dos músculos e articulações, ou se está a tomar heparina, ou qualquer outro
medicamento utilizado para reduzir a coagulação do sangue, ou se está a tomar um
inibidor da bomba de protões (por exemplo, omeprazole) para problemas no estômago.
Se teve dor forte no peito (angina instável ou ataque cardíaco), pode ser-lhe receitado
Sarovex em associação com ácido acetilsalicílico, uma substância presente em muitos
medicamentos usada para aliviar dores e baixar a febre. Uma utilização ocasional de
ácido acetilsalicílico (até 1000 mg em 24 horas) não deve normalmente causar problema,
mas o uso prolongado noutras circunstâncias deve ser discutido com o seu médico.
Ao tomar Sarovex com alimentos e bebidas
O Sarovex pode ser tomado com ou sem alimentos.
Gravidez e aleitamento
É preferível não utilizar este medicamento durante a gravidez ou amamentação.
Se estiver grávida ou suspeitar que está grávida, deve informar o seu médico ou o seu
farmacêutico antes de iniciar o tratamento com Sarovex. Se ficar grávida durante o
tratamento com Sarovex, deve consultar imediatamente o seu médico, uma vez que é
recomendado não tomar clopidogrel enquanto estiver grávida.
Enquanto estiver a tomar Sarovex, consulte o seu médico sobre a amamentação de um
bebé.
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
Condução de veículos e utilização de máquinas
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A sua capacidade para conduzir ou para trabalhar com máquinas não deverá ser afectada
pelo Sarovex.
Informação importante sobre alguns componentes de Sarovex
Sarovex contém lactose e óleo vegetal hidrogenado.
Se foi informado pelo seu médico que sofre de intolerância a alguns açúcares (ex.
lactose), contacte o seu médico antes de tomar este medicamento.
Os comprimidos revestidos por película de Sarovex contêm laca de alumínio amarelo-sol
FCF (E110) no revestimento. Este composto pode causar reacções alérgicas.
3. COMO TOMAR SAROVEX
Tomar Sarovex sempre de acordo com as indicações do médico. Fale com o seu médico
ou farmacêutico se tiver dúvidas.
Se teve uma dor forte no peito (angina instável ou ataque cardíaco), o seu médico pode
receitar-lhe 300 mg de Sarovex (4 comprimidos de 75 mg) uma vez no início do
tratamento. Em seguida a dose habitual é um comprimido de 75 mg de Sarovex por dia
para ser tomado por via oral com ou sem alimentos e à mesma hora, todos os dias.
Deve tomar Sarovex durante o tempo que o médico assim o prescrever.
Se tomar mais Sarovex do que deveria
Contacte o seu médico ou o serviço de urgência hospitalar mais próximo devido ao risco
aumentado de hemorragia.
Caso se tenha esquecido de tomar Sarovex
Se se esquecer de tomar uma dose de Clopidogrel Pentafarna e ainda não tiverem passado
12 horas da hora normal da toma, tome o comprimido imediatamente e tome o próximo
comprimido na hora habitual.
Se se esquecer por mais de 12 horas, tome simplesmente a próxima dose na hora habitual.
Não tome uma dose a dobrar para compensar as doses individuais que se esqueceu de
tomar.
Se parar de tomar Sarovex
Não interrompa o tratamento. Contacte o seu médico ou farmacêutico antes de
interromper o tratamento.
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico
ou farmacêutico.
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4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS
Como todos os medicamentos, Sarovex pode causar efeitos secundários, no entanto estes
não se manifestam em todas as pessoas.
Contacte imediatamente o seu médico se tiver:
- Febre, sinais de infecção ou fraqueza grave. Isto pode ser devido a uma diminuição rara
de algumas células sanguíneas.
- Sinais de alterações ao nível do fígado, tais como amarelecimento da pele e/ou olhos
(icterícia), associada ou não a hemorragia que aparece debaixo da pele como minúsculos
pontos vermelhos, e/ou confusão (ver secção 2 “Tome especial cuidado com Sarovex”).
- Inchaço da boca ou alterações da pele como vermelhidão e comichão, bolhas na pele.
Isto podem ser sinais de reacção alérgica.
O efeito secundário mais frequente (afecta 1 a 10 doentes em 100) comunicado com
Sarovex é a hemorragia. A hemorragia pode ocorrer como hemorragia no estômago ou
intestinos, nódoas negras, hematoma (hemorragia invulgar ou nódoa negra), hemorragia
nasal, sangue na urina. Foi também referido um pequeno número de casos de hemorragia
ocular, no interior da cabeça, pulmão ou articulações.
Se surgir uma hemorragia prolongada ao tomar Sarovex
Se se cortar ou ferir, poderá levar mais tempo do que o normal para estancar a
hemorragia. Este facto está relacionado com o modo como o medicamento actua, uma
vez que evita a possibilidade de se formarem coágulos de sangue. Se se tratar de cortes
ou feridas sem importância (ex.: cortou-se ao fazer a barba) não tem normalmente que se
preocupar. No entanto se estiver preocupado com a sua hemorragia, deve de imediato
contactar o seu médico (ver secção 2 “Tome especial cuidado com Sarovex”).
Outros efeitos secundários descritos com Sarovex são:
Efeitos secundários frequentes (afecta 1 a 10 doentes em 100): Diarreia, dor abdominal,
indigestão ou azia.
Efeitos secundários pouco frequentes (afecta 1 a 10 doentes em 1000): dores de cabeça,
úlcera de estômago, vómitos, náuseas, prisão de ventre, gás excessivo no estômago ou
intestinos, erupção cutânea, comichão, tonturas, formigueiro ou dormência.
Efeitos secundários raros (afecta 1 a 10 doentes em 10000): Vertigens
Efeitos secundários muito raros (afecta menos de 1 doente em 10000): icterícia, dor
abdominal grave, com ou sem dores de costas, febre, dificuldade em respirar por vezes
associada com tosse, reacções alérgicas generalizadas, inchaço na boca, bolhas na pele,
alergia cutânea, inflamação da boca (estomatite), diminuição da pressão sanguínea,
confusão, alucinações, dor articular e muscular, alterações na forma como as coisas
sabem.
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Além disso, o seu médico pode identificar alterações nos resultados dos seus exames ao
sangue ou à urina.
Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários
não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.
5. COMO CONSERVAR SAROVEX
Manter fora do alcance e da vista das crianças.
Não utilize Sarovex após o prazo de validade impresso na embalagem exterior e no
blister.
Não conservar acima de 30ºC.
Não utilize Sarovex se verificar quaisquer sinais visíveis de deterioração.
Os medicamentos não devem ser eliminados na canalização ou no lixo doméstico.
Pergunte ao seu farmacêutico como eliminar os medicamentos de que já não necessita.
Estas medidas irão ajudar a proteger o ambiente.
6. OUTRAS INFORMAÇÕES
Qual a composição de Sarovex
- A substância activa é o clopidogrel. Cada comprimido contém 75 mg de clopidogrel
(como hidrogenossulfato).
- Os outros componentes são lactose anidra, amido pré-gelificado, macrogol 6000,
celulose microcristalina e óleo vegetal hidrogenado no núcleo do comprimido, e álcool
polivinílico, dióxido de titânio (E171), macrogol 4000, óxido de ferro vermelho (E172),
talco e laca de alumínio amarelo-sol FCF (E110) no revestimento do comprimido.
Qual o aspecto de Sarovex e conteúdo da embalagem
Os comprimidos revestidos por película de Sarovex 75 mg são redondos e de cor rosa.
Sarovex é fornecido em caixas de cartão contendo 28, 60 e 90 comprimidos em blisters
de PCTFE+PE+PVC/Aluminio.
Titular da autorização de introdução no mercado
Tecnimede - Sociedade Técnico – Medicinal, S.A.
Rua da Tapada Grande nº 2, Abrunheira
2710-089 Sintra
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Fabricantes
West Pharma – Produções de Especialidades Farmacêuticas, S.A.
Rua João de Deus, nº11, Venda Nova, 2700-486 Amadora
Atlantic Pharma – Produções Farmacêuticas S.A.
Rua da Tapada Grande nº 2, Abrunheira
2710-089 Sintra
Este folheto foi aprovado pela última vez em
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
Sarovex 75 mg comprimidos revestidos por película
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Cada comprimido revestido contém 75 mg de clopidogrel (como hidrogenossulfato)
Excipientes: cada comprimido contém 107,94 mg de lactose anidra, 3,30 mg de óleo
vegetal hidrogenado e 0,077 mg de laca de alumínio de amarelo sol-FCF
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Comprimido revestido por película.
Comprimidos redondos e de cor rosa.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
O clopidogrel é indicado em adultos na prevenção de acidentes aterotrombóticos em:
- Doentes com enfarte de miocárdio (ocorrido num período compreendido entre
alguns dias e menos de 35 dias), acidente vascular cerebral isquémico (ocorrido num
período compreendido entre 7 dias e menos de 6 meses) ou doença arterial
periférica estabelecida.
- Doentes com síndrome coronária aguda:
- Síndrome coronária aguda sem elevação do segmento ST (angina instável ou
enfarte de miocárdio sem onda Q), incluindo doentes em processo de colocação de
um stent após uma intervenção coronária percutânea, em associação com o ácido
acetilsalicílico (AAS).
- Enfarte agudo do miocárdio com elevação do segmento ST, em associação com o
ácido acetilsalicílico (AAS) em doentes sujeitos a tratamento médico, indicados para
terapêutica trombolítica.
Para mais informações consulte por favor a secção 5.1.
4.2 Posologia e modo de administração
- Adultos e idosos
O clopidogrel deve ser administrado sob a forma de uma toma única diária de 75
mg, com ou sem alimentos.
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Em doentes com síndrome coronária aguda:
- A terapêutica com clopidogrel na síndrome coronária aguda sem elevação do
segmento ST (angina instável ou enfarte de miocárdio sem onda Q), deve ser
iniciada com uma dose de carga de 300 mg em toma única, seguida de 75 mg uma
vez por dia (com ácido acetilsalicílico, AAS, 75 mg – 325 mg por dia). Dado que
doses mais elevadas de ácido acetilsalicílico estão associadas a um maior risco
hemorrágico, recomenda-se que a dose de ácido acetilsalicílico não seja superior a
100 mg. A duração óptima do tratamento não foi formalmente estabelecida. Os
resultados dos ensaios clínicos justificam o seu uso até 12 meses, observando-se o
seu benefício máximo aos 3 meses (ver secção 5.1).
- A terapêutica com clopidogrel no enfarte agudo do miocárdio com elevação do
segmento ST deve ser iniciada com uma dose de carga de 300 mg em associação
com o ácido acetilsalícilico (AAS) e com ou sem trombolíticos, seguida de dose única
diária de 75 mg de clopidogrel. Para doentes com idade superior a 75 anos o
clopidogrel deve ser iniciado sem dose de carga. A terapêutica em associação deve
ser iniciada o mais cedo possível, após o início dos sintomas e prolongada por, pelo
menos, quatro semanas. O benefício da associação do clopidogrel com o ácido
acetilsalícilico além das 4 semanas não foi estudado neste contexto (ver secção 5.1)
- Farmacogenética
A reduzida metabolização do CYP2C19 está associada com a diminuição da resposta
ao clopidogrel. O regime posológico óptimo para metabolizadores fracos não foi
ainda determinado (ver secção 5.2).
- Doentes pediátricos
A segurança e eficácia do clopidogrel em crianças e adolescentes ainda não foram
estabelecidas.
- Compromisso da função renal
A experiência terapêutica em doentes com compromisso da função renal é limitada
(ver secção 4.4).
- Compromisso da função hepática
A experiência terapêutica em doentes com doença hepática moderada, que podem
ter diátese hemorrágica, é limitada (ver secção 4.4).
4.3 Contra-indicações
- Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer um dos excipientes.
- Compromisso da função hepática grave.
- Hemorragia activa, tal como úlcera péptica ou hemorragia intracraniana.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Devido ao risco de hemorragia e de efeitos indesejáveis hematológicos, deve ser
considerada a realização de hemograma e/ou outras avaliações apropriadas, sempre
que surjam sintomas clínicos sugestivos de hemorragia durante o tratamento (ver a
secção 4.8). À semelhança de outros antitrombóticos, o clopidogrel deve ser utilizado
com precaução em doentes que podem ter risco acrescido de hemorragia devido a
traumatismo, cirurgia ou outras situações patológicas e em doentes que estejam a
receber tratamento com ácido acetilsalicílico, heparina, antagonistas da glicoproteína
IIb/IIIa ou anti-inflamatórios não esteróides (AINEs), incluindo inibidores da Cox-2 .
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doentes
devem
acompanhados
cuidadosamente,
para
detectarem
quaisquer sinais de hemorragia incluindo hemorragia oculta, especialmente durante
as primeiras semanas de tratamento e/ou após processos cardíacos invasivos ou
cirurgia.
co-administração
clopidogrel
anticoagulantes
orais,
não
recomendada uma vez que pode aumentar a intensidade das hemorragias (ver a
secção 4.5).
Se um doente estiver programado para cirurgia electiva para a qual não seja
desejável
efeito
antiplaquetário
temporário,
clopidogrel
deverá
interrompido 7 dias antes da cirurgia. Os doentes devem informar os médicos e
dentistas que estão a tomar clopidogrel antes da marcação de qualquer cirurgia e
antes da prescrição de qualquer outro fármaco. O clopidogrel prolonga o tempo de
hemorragia e deve ser utilizado com precaução em doentes que apresentem lesões
potencialmente
hemorrágicas
(particularmente
nível
gastrointestinal
intra-
ocular).
Enquanto estiverem a tomar clopidogrel (em monoterapia ou em associação com o
ácido acetilsalicílico) os doentes deverão ser advertidos para o facto de poder levar
mais tempo do que o normal para parar a hemorragia e que deverão comunicar
sempre ao seu médico qualquer hemorragia invulgar (local ou duração).
Foi notificada muito raramente Púrpura Trombocitopénica Trombótica (PTT) após a
administração de clopidogrel, por vezes depois de uma breve exposição ao fármaco.
É caracterizada por trombocitopénia e anemia hemolítica microangiopática associada
sintomas
neurológicos,
disfunção
renal
febre.
situação
potencialmente fatal que requer tratamento imediato, incluindo plasmaferese.
O clopidogrel não pode ser recomendado durante os 7 dias após a fase aguda do
acidente vascular cerebral isquémico, devido à inexistência de dados.
Farmacogenética: Com base nos dados da literatura, os doentes com função da
CYP2C19 geneticamente reduzida têm uma exposição sistémica menor ao metabolito
do clopidogrel e uma resposta antiplaquetária diminuída; e geralmente exibem maior
taxa de acontecimentos cardíacos a seguir ao enfarte do miocárdio do que os
doentes com função CYP2C19 normal (ver secção 5.2).
Uma vez que o clopidogrel é metabolizado no seu metabolito activo em parte pelo
CYP2C19, o uso de medicamentos que inibem a actividade desta enzima têm um
resultado esperado de redução dos níveis do metabolito activo do clopidogrel e uma
redução na eficácia clínica. O uso concomitante de medicamentos que inibem o
CYP2C19 deve ser desencorajado (ver secção 4.5 para a lista de inibidores de
CYP2C19 e também a secção 5.2). Embora a evidência da inibição do CYP2C19 varie
dentro da classe de Inibidores da Bomba de Protões, os estudos clínicos sugerem
uma interacção do clopidogrel possivelmente com todas as substâncias desta classe.
Consequentemente, o uso concomitante de Inibidores da Bomba de Protões deve ser
evitado a não ser que absolutamente necessário. Não existe evidência de que outros
medicamentos que reduzem a acidez gástrica tais como antagonistas dos receptores
H2 e antiácidos interfiram com a actividade antiagregante do clopidogrel.
A experiência existente em doentes com compromisso da função renal é limitada. O
clopidogrel deverá, portanto, ser utilizado com precaução nesta população de
doentes (ver secção 4.2).
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A experiência existente com doentes com doença hepática moderada, que possam
apresentar diátese hemorrágica, é limitada. O clopidogrel deverá, portanto, ser
utilizado com precaução nesta população de doentes (ver secção 4.2).
Sarovex contém lactose. Doentes com problemas hereditários graves de intolerância
à galactose, deficiência de lactase de Lapp ou má absorção de glucose-galactose não
devem tomar este medicamento.
4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção
Anticoagulantes
orais:
administração
concomitante
clopidogrel
anticoagulantes orais não é recomendada visto poder aumentar a intensidade das
hemorragias (ver a secção 4.4).
Antagonistas da glicoproteína IIb/IIIa: clopidogrel deverá ser usado com precaução
nos doentes que possam estar em risco aumentado de hemorragia devido a
traumatismo,
cirurgia
outras
condições
patológicas
administração
concomitante de terapêutica com antagonistas da glicoproteína IIb/IIIa (ver a secção
4.4).
Ácido acetilsalicílico (AAS): o ácido acetilsalicílico não modificou a inibição da
agregação
plaquetária
mediada
pelo
clopidogrel,
induzida
pelo
ADP,
clopidogrel potenciou o efeito do ácido acetilsalicílico na agregação de plaquetas
induzida pelo colagénio. No entanto, a administração concomitante de 500 mg de
ácido
acetilsalicílico,
duas
vezes
dia,
durante
dia,
não
prolongou
significativamente o tempo de hemorragia induzida pela ingestão de clopidogrel. É
possível que exista uma interacção farmacodinâmica entre o clopidogrel e o ácido
acetilsalicílico, conduzindo a um risco aumentado de hemorragia. Deste modo, a
associação destes dois fármacos deve ser efectuada com precaução (ver a secção
4.4).
entanto,
clopidogrel
ácido
acetilsalicílico
foram
administrados
concomitantemente durante um ano (ver a secção 5.1).
Heparina: num estudo clínico realizado em indivíduos sãos, o clopidogrel não
determinou a alteração da dose de heparina, nem alterou o efeito da heparina sobre
a coagulação.
A coadministração de heparina não produziu qualquer efeito sobre a inibição da
agregação
plaquetária
induzida
pelo
clopidogrel.
possível
exista
interacção farmacodinâmica entre o clopidogrel e a heparina, conduzindo a um risco
aumentado de hemorragia. Deste modo, a associação destes dois fármacos deve ser
efectuada com precaução (ver a secção 4.4).
Trombolíticos: a segurança da administração concomitante do clopidogrel, agentes
trombolíticos específicos ou não para a fibrina e heparinas, foi determinada em
doentes com enfarte agudo de miocárdio. A incidência de hemorragias de relevância
clínica foi semelhante à observada na administração concomitante de agentes
trombolíticos e heparina com o ácido acetilsalicílico (ver secção 4.8).
AINEs:
estudo
clínico
conduzido
voluntários
sãos,
administração
concomitante de clopidogrel e naproxeno revelou um aumento da perda de sangue
oculto
a nível
gastrointestinal.
Contudo,
devido
à inexistência
estudos
interacção com outros AINEs, é actualmente pouco claro, a existência, ou não, de
risco
aumentado
hemorragia
gastrointestinal,
para
todos
AINEs.
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Consequentemente a co-administração de AINEs, incluindo inibidores da Cox-2 e
clopidogrel deverá ser encarada com precaução (ver a secção 4.4).
Outras terapêuticas concomitantes:
Uma vez que o clopidogrel é metabolizado no seu metabolito activo em parte pelo
CYP2C19, o uso de medicamentos que inibem a actividade desta enzima têm um
resultado esperado de redução dos níveis do metabolito activo do clopidogrel e uma
redução na eficácia clínica. O uso concomitante de medicamentos que inibem o
CYP2C19 deve ser desencorajado (ver secções 4.4 e 5.2).
Os fármacos que inibem o CYP2C19 incluem omeprazol e esomeprazol, fluvoxamina,
fluoxetina,
moclobemida,
voriconazol,
fluconazol,
ticlopidina,
ciprofloxacina,
cimetidina, carbamazepina, oxcarbazepina e cloranfenicol.
Inibidores da Bomba de Protões
Embora a evidência da inibição do CYP9C12 varie dentro da classe dos Inibidores da
Bomba de Protões, os estudos clínicos sugerem uma interacção entre o clopidogrel e
possivelmente
todas
substâncias
desta
classe.
Consequentemente,
concomitante de Inibidores da Bomba de Protões deve ser evitado a não ser que
absolutamente necessário.
Não existe evidência de que outros medicamentos que reduzem a acidez gástrica tais
como antagonistas dos receptores H2 e antiácidos interfiram com a actividade
antiagregante do clopidogrel.
Foram efectuados outros estudos clínicos com o clopidogrel e outras terapêuticas
concomitantes,
para
investigar
potenciais
interacções
farmacocinéticas
farmacodinâmicas.
Não
observaram
quaisquer
interacções
farmacodinâmicas
clinicamente
importantes,
administração
concomitante
clopidogrel
atenolol, com nifedipina ou com atenolol e nifedipina em simultâneo. Para além
disso,
actividade
farmacodinâmica
clopidogrel
não
significativamente
influenciada pela coadministração de fenobarbital, cimetidina ou estrogénio.
farmacocinéticas
digoxina
teofilina
não
foram
alteradas
pela
adminstração concomitante do clopidogrel. Os antiácidos não alteraram a extensão
da absorção do clopidogrel.
Dados recolhidos em estudos efectuados em microssomas de fígado humano,
indicaram que o metabolito do clopidogrel, ácido carboxílico pode inibir a actividade
do citocromo P450 2C9. Este facto pode conduzir a um aumento dos níveis
plasmáticos de medicamentos tais como fenitoína, tolbutamida e AINEs, que são
metabolizados pelo citocromo P450 2C9. Os dados recolhidos do estudo CAPRIE,
indicam que a fenitoína e a tolbutamida podem ser co-administradas em segurança
com o clopidogrel.
Para além da informação relativa às interacções específicas do fármaco acima
descritas, não foram realizados estudos de interacção com o clopidogrel e alguns
fármacos normalmente administrados em doentes com doença aterotrombótica.
Contudo, os doentes que participaram em ensaios clínicos com o clopidogrel
tomaram vários medicamentos concomitantes incluindo diuréticos, beta-bloqueantes,
IECAs,
antagonistas
cálcio,
hipolipemiantes,
vasodilatadores
coronários,
hipoglicemiantes (incluindo a insulina), antiepilépticos, e antagonistas GPIIb/IIIa
sem evidência de interacções adversas de relevância clínica.
APROVADO EM
20-06-2011
INFARMED
4.6 Gravidez e aleitamento
Como não existem dados clínicos sobre a exposição ao clopidogrel durante a
gravidez, é preferívelmnão usar clopidogrel durante a gravidez como medida de
precaução.
Os estudos em animais não indicam quaisquer efeitos nefastos directos ou indirectos
no que respeita à gravidez, ao desenvolvimento embrionário/fetal, parto ou ao
desenvolvimento pós-natal (ver a secção 5.3).
Desconhece-se se o clopidogrel é excretado no leite humano. Os estudos em animais
demonstraram
excreção
clopidogrel
leite
materno.
Como
medida
precaução, a amamentação não deve ser continuada durante o tratamento com
Sarovex.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Os efeitos de clopidogrel sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas são
nulos ou desprezíveis.
4.8 Efeitos indesejáveis
segurança
clopidogrel
avaliada
mais
doentes,
participaram em estudos clínicos, incluindo mais de 9 000 doentes tratados por
períodos iguais ou superiores a 1 ano. As reacções adversas clinicamente relevantes
que foram observados nos estudos CAPRIE, CURE, CLARITY e COMMIT são discutidos
seguida.
Globalmente
clopidogrel
mg/dia
comparável
ácido
acetilsalicílico 325 mg/dia, no estudo CAPRIE, independentemente da idade, sexo e
raça. Além da experiência em ensaios clínicos, foram notificadas espontaneamente
reacções adversas.
A hemorragia é o efeito secundário notificado com maior frequência tanto nos
ensaios clínicos como na experiência pós-comercialização, onde na maioria dos casos
foi notificada durante o primeiro mês de tratamento.
No estudo CAPRIE, em doentes tratados com clopidogrel ou com AAS, a incidência
global de qualquer hemorragia foi 9,3%. A incidência de casos graves foi de 1,4 %
para o clopidogrel e 1,6% para o AAS.
No estudo CURE a taxa de episódios hemorrágicos major para o clopidogrel + AAS
foi dependente da dose de ácido acetilsalicílico (<100 mg: 2,6%; 100-200 mg:
3,5%; >200 mg: 4,9%), tal como para a taxa de episódios hemorrágicos major para
o placebo + ácido acetilsalicílico (<100 mg: 2,0%; 100-200 mg: 2,3%; >200 mg:
4,0%). O risco de hemorragia (que representa risco de vida, major, minor e outras)
diminuiu ao longo do ensaio: 0-1 mês (clopidogrel: 9,6%; placebo: 6,6%), 1-3
meses (clopidogrel: 4,5%; placebo: 2,3%), 3-6 meses (clopidogrel: 3,8%; placebo:
1,6%), 6-9 meses (clopidogrel: 3,2%; placebo: 1,5%), 9- 12 meses (clopidogrel:
1,9%; placebo: 1,0%). Não se verificou um excesso de hemorragias major, com
clopidogrel + AAS, nos 7 dias após cirurgia de bypass coronário em doentes que
interromperam a terapêutica mais de 5 dias antes da cirurgia (4,4% clopidogrel +
ácido acetilsalicílico vs 5,3% placebo + ácido acetilsalicílico). Em doentes que
continuaram a terapêutica nos 5 dias anteriores à cirurgia de bypass coronário, a
APROVADO EM
20-06-2011
INFARMED
taxa do efeito foi de 9,6% para o clopidogrel + ácido acetilsalicílico e 6,3% para
placebo + ácido acetilsalicílico.
No estudo CLARITY, houve um aumento global de hemorragias no grupo clopidogrel
+ ácido acetilsalicílico (17,4%) vs o grupo placebo + ácido acetilsalicílico (12,9%). A
incidência de hemorragias major foi semelhante entre os dois grupos (1,3% versus
1,1% para os grupos clopidogrel + AAS e placebo + AAS, respectivamente). Isto foi
consistente ao longo dos subgrupos de doentes definidos pelas características de
base pelo tipo de terapêutica com fibrinolíticos ou heparina.
estudo
COMMIT,
taxa
global
hemorragias
não
cerebrais
major
hemorragias cerebrais foi baixa e semelhante em ambos os grupos (0,6% versus
0,5% nos grupos clopidogrel + AAS e placebo + AAS, respectivamente).
As reacções adversas que ocorreram durante os ensaios clínicos ou que foram
notificadas espontaneamente estão descritas na tabela a seguir. A sua frequência
está definida de acordo com as seguintes convenções: frequentes (≥1/100 a <1/10);
pouco frequentes (≥1/1000 a <1/100); raros (≥1/10000 a <1/1000), muito raros
(<1/10000). Os efeitos indesejáveis são apresentados por ordem decrescente de
gravidade dentro de cada classe de frequência.
Classes de sistemas
de órgãos
Frequentes
Pouco frequentes
Raros
Muito raros
Doenças do sangue
sistema
linfático
Trombocitopenia,
leucopenia,
eosinofilia
Neutropenia,
incluindo
neutropenia
grave
Púrpura
Trombocitopénica
Trombótica (PTT) (ver
secção
4.4),
anemia
aplástica/pancitopénia,
agranulocitose,
trombocitopenia
grave,
granulocitopenia,
anemia
Doenças do sistema
imunitário
Reacções
anafilactóides, doença
do soro
Perturbações
foro psiquiátrico
Estados confusionais e
alucinações
Doenças do sistema
nervoso
Hemorragia
intracraneana
(alguns
casos
relatados
foram
fatais), cefaleias,
parestesias
tonturas
Alterações de paladar
Afecções oculares
Hemorragia
ocular
(conjuntival,
intra-ocular,
retiniana)
APROVADO EM
20-06-2011
INFARMED
Classes de sistemas
de órgãos
Frequentes
Pouco frequentes
Raros
Muito raros
Afecções do ouvido e
do labirinto
Vertigens
Vasculopatias
Hematoma
Hemorragia
grave,
hemorragia de feridas
cirúrgicas,
vasculite,
hipotensão
Doenças
respiratórias,
torácicas
mediastino
Epistaxis
Hemorragia do tracto
respiratório
(hemoptise,
hemorragia
pulmonar),
broncospasmo,
pneumonite intersticial
Doenças
gastrointestinais
Hemorragia
gastrointestinal,
diarreia,
abdominal,
dispepsia
Úlcera gástrica e
duodenal,
gastrite,
vómitos, náusea,
obstipação,
flatulência
Hemorragia
retroperitoneal
Hemorragia
gastrointestinal
retroperitoneal
(com
desfecho
fatal),
pancreatite,
colite
(incluindo
colite
ulcerosa
linfocítica), estomatite
Afecções
hepatobiliares
Insuficiência
hepática
aguda,
hepatite,
alterações
parâmetros
laboratoriais da função
hepática
Afecções dos tecidos
cutâneos
subcutâneas
Nódoas negras
Erupção cutânea,
prurido,
hemorragia
cutânea
(púrpura)
Dermatite
bulhosa
(necrólise
epidérmica
tóxica,
síndrome
Stevens
Johnson,
eritema
multiforme),
angioedema,
erupção
cutânea
eritematosa,
urticária,
eczema
líquen plano
Afecções
musculoesqueléticas,
tecidos
conjuntivos
ossos
Hemorragia
musculoesquelético
(hemartrose),
artrite,
artralgia, mialgia
Doenças
renais
urinárias
Hematúria
Glomerulonefrite,
aumento da creatinina
sanguínea
Perturbações
gerais
e alterações no local
de administração
Hemorragia em
locais
injecção
Febre
Exames
complementares
Aumento
tempo
APROVADO EM
20-06-2011
INFARMED
Classes de sistemas
de órgãos
Frequentes
Pouco frequentes
Raros
Muito raros
diagnóstico
hemorragia
diminuição
contagem
plaquetas
neutrófilos
4.9 Sobredosagem
sobredosagem
após
administração
clopidogrel
pode
conduzir
prolongamento
tempo
hemorragia
complicações
hemorrágicas
subsequentes. Em caso de se observar a ocorrência de hemorragia deve ser
considerada a terapêutica apropriada.
Não foi encontrado nenhum antídoto da actividade farmacológica do clopidogrel. Se
for necessária uma correcção imediata do tempo de hemorragia (que se encontra
prolongado), deverá efectuar-se uma transfusão de plaquetas, que poderá reverter
os efeitos do clopidogrel.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmaco-terapêutico : Antiagregantes plaquetários excluindo heparina, Código
ATC : B01AC-04.
O clopidogrel é um pró-fármaco, em que um dos metabolitos é um inibidor da
agregação plaquetária.
O Clopidogrel tem de ser metabolizado pelas enzimas do CYP450 para produzir o
metabolito
activo
que inibe
agregação
plaquetária.
metabolito
activo
clopidogrel inibe selectivamente a ligação do difosfato de adenosina (“ADP”) ao seu
receptor plaquetário P2Y12, e a subsequente activação do complexo glicoproteína
GPIIb-IIIa mediada pelo ADP, inibindo assim a agregação de plaquetas. Devido à
ligação irreversível, as plaquetas expostas são afectadas para o resto do seu ciclo de
vida (aproximadamente 7 a 10 dias) e a recuperação da função plaquetária normal
ocorre a uma taxa consistente com o turn-over plaquetário. A agregação de
plaquetas, induzida por outros agonistas além do ADP, é também inibida bloqueando
o aumento da activação das plaquetas induzida pela libertação de ADP.
Uma vez que o metabolito activo é formado pelas enzimas CYP450, algumas das
quais são polimórficas ou sujeitas a inibição por outros medicamentos, nem todos os
doentes terão uma inibição plaquetária adequada.
Doses repetidas de 75 mg por dia produziram uma inibição substancial da agregação
plaquetária
induzida
ADP,
partir
primeiro
dia.
Esta
aumenta
progressivamente e atinge a fase estacionária entre o dia 3 e o dia 7. Na fase
estacionária, o nível médio de inibição observado com uma dose de 75 mg por dia
situava-se entre os 40% e os 60%. A agregação plaquetária e o tempo de
hemorragia retomaram gradualmente os valores de base, de uma maneira geral no
prazo de 5 dias após a interrupção do tratamento.
APROVADO EM
20-06-2011
INFARMED
A segurança e eficácia do clopidogrel foram avaliadas em quatro estudos clínicos de
dupla ocultação com 80.000 doentes: o estudo CAPRIE, com comparação entre
clopidogrel e AAS e os estudos CURE, CLARITY e COMMIT com comparação entre
clopidogrel e placebo, quando administrados em associação com AAS e outra
terapêutica padrão.
Enfarte de miocárdio (EM) recente; síncope recente ou doença arterial periférica
estabelecida
O estudo CAPRIE incluiu 19.185 doentes com aterotrombose manifestada por enfarte
de miocárdio recente (< 35 dias), acidente vascular cerebral isquémico recente
(entre 7 dias e 6 meses) ou doença arterial periférica estabelecida (DAP). Os doentes
foram aleatoriamente seleccionados para clopidogrel 75 mg/dia ou para o ácido
acetilsalicílico 325 mg/dia, e foram seguidos entre 1 a 3 anos. No subgrupo do
enfarte de miocárdio, a maioria dos doentes receberam ácido acetilsalicílico durante
os primeiros dias após o enfarte agudo de miocárdio.
O clopidogrel reduziu significativamente a incidência de novos acidentes isquémicos
(objectivo
combinado
para
enfarte
miocárdio,
acidente
vascular
cerebral
isquémico
morte
acidente
vascular)
quando
comparado
ácido
acetilsalicílico. Na análise da intenção de tratamento observaram-se 939 efeitos no
grupo do clopidogrel e 1.020 no grupo do ácido acetilsalicílico (redução relativa do
risco (RRR) de 8,7%, [ IC 95%: 0,2-16,4%]; p=0,045), o que corresponde a que
para cada 1.000 doentes tratados em 2 anos, 10 doentes adicionais [IC: 0-20]
seriam protegidos para a ocorrência de um novo acidente isquémico. A análise da
mortalidade global como um objectivo secundário, não revelou existir uma diferença
estatisticamente significativa entre o clopidogrel (5,8%) e o ácido acetilsalicílico
(6,0%).
Numa análise de subgrupo por tipo de acontecimento incluído (enfarte de miorcárdio,
acidente vascular cerebral isquémico e doença arterial periférica) o benefício parece
ser superior (atingindo um significado estatisticamente relevante de p = 0,003) para
os doentes com doença arterial periférica (particularmente para aqueles também
com história de enfarte de miocárdio) (RRR= 23,7%; IC: 8,9 a 36,2), e mais fraco
(mas com uma diferença não estatisticamente relevante da apresentada pelo ácido
acetilsalicílico), nos doentes com acidente vascular cerebral (RRR= 7,3%; IC: -5,7 a
18,7 [p=0,258]). Nos doentes admitidos no ensaio apenas com história de enfarte
de miocárdio recente, o clopidogrel, revelou resultados numéricos inferiores, mas
não estatisticamente diferentes dos revelados pelo ácido acetilsalicílico (RRR= -
4,0%; IC: -22,5 a 11,7 [p=0,639]). Como complemento, a análise a um subgrupo
definido pela idade dos doentes, sugere que o clopidogrel apresenta efeitos benéficos
mais relevantes em doentes com idades ≤ 75 anos.
Uma vez que o estudo CAPRIE não foi desenhado para avaliar a eficácia em
subgrupos individuais, não é claro se as diferenças encontradas na redução do risco
relativo, avaliadas numa perspectiva das condições de inclusão, são reais ou
resultado do acaso.
Síndrome coronária aguda
O estudo CURE incluiu 12.562 doentes com síndrome coronária aguda sem elevação
do segmento ST (angina instável ou enfarte de miocárdio sem onda Q), e que eram
APROVADO EM
20-06-2011
INFARMED
incluídos num prazo de 24 horas após o início do episódio mais recente da dor no
peito ou sintomas consistentes com isquémia. Os doentes teriam de apresentar
alterações no ECG compatíveis com nova isquémia ou elevação das enzimas
cardíacas, troponina I ou T até pelo menos duas vezes acima do limite normal. Os
doentes foram aleatorizados para o clopidogrel (dose de carga de 300 mg seguida de
mg/dia,
N=6.259)
placebo
(N=6.303,
ambos
administrados
concomitantemente com o ácido acetilsalicílico (75-325 mg uma vez por dia) e
outras terapêuticas padrão. Os doentes foram tratados durante um ano. Foram
administradas heparinas em mais de 90% dos doentes, não tendo sido afectada de
forma significativa a taxa relativa de hemorragias entre o clopidogrel e o placebo
pela terapêutica concomitante com heparina.
O número de doentes que atingiram o objectivo primário [morte cardiovascular (CV),
enfarte de miocárdio (EM), ou Acidente Vascular Cerebral] foi de 582 (9,3%) no
grupo tratado com clopidogrel e 719 (11,4%) no grupo tratado com placebo, com
redução do risco relativo em 20% (IC 95% de 10%- 28%; p=0,00009) para o grupo
tratado com clopidogrel (17% de redução do risco relativo quando os doentes foram
tratados de forma conservadora, 29% quando submetidos a uma angioplastia
coronária
percutânea
transluminal
(PTCA)
stent
quando
submetidos a um bypass enxerto arterial coronário (CABG). Foram prevenidos novos
acontecimentos cardiovasculares (objectivoprimário), com reduções do risco relativo
de 22% (IC: 8,6; 33,4), 32% (IC: 12,8; 46,4), 4% (IC: -26,9; 26,7), 6% (IC: -33,5;
34,3) e 14% (IC: -31,6; 44,2), durante os intervalos do estudo 0-1, 1-3, 3-6, 6-9,
9-12 meses, respectivamente. Assim, para além dos 3 meses de tratamento, o
benefício observado no grupo clopidogrel + ácido acetilsalicílico não aumentou,
enquanto que o risco de hemorragia persistiu (ver a secção 4.4).
O uso de clopidogrel no estudo CURE foi associado a uma diminuição da necessidade
de terapêutica trombolítica (RRR=43,3%; IC: 24,3%; 57,5%) e inibidores GPIIb/IIIa
(RRR=18,2%; IC: 6,5; 28,3%).
O número de doentes que atingiram o objectivo primário combinado (morte CV, EM,
acidente vascular cerebral ou isquémia refractária) foi de 1035 (16,5%) no grupo
tratado com o clopidogrel e 1187 (18,8%) no grupo tratado com placebo e uma
redução do risco relativo de 14% (IC 95% de 6%-21%; p=0,0005) para o grupo
tratado
clopidogrel.
Este
benefício
deve-se
grande
parte
redução
estisticamente significativa na incidência de EM [287 (4,6%) no grupo tratado com
clopidogrel e 363 (5,8%) no grupo tratado com placebo]. Não se observou qualquer
efeito na taxa de hospitalização por angina instável.
Os resultados obtidos em populações com diferentes características (ex.: angina
instável ou enfarte de miocárdio sem onda Q, níveis de risco baixos a elevados,
diabetes, necessidade de revascularização, idade, sexo, etc.) foram consistentes com
os resultados da análise primária. Em particular, numa análise pós-hoc em 2172
doentes (17% da população total do CURE) que passaram pela colocação de um
stent (Stent CURE), os dados mostraram que o clopidogrel comparado com placebo,
demonstrou uma redução do risco relativo significativo de 26,2% a favor do
clopidogrel para o objectivo primário combinado (morte CV, EM, acidente vascular
cerebral) e também uma redução de risco relativo significativo de 23,9% para o
segundo objectivo primário combinado (morte CV, EM, acidente vascular cerebral ou
isquémia refractária). Além disso o perfil de segurança do clopidogrel neste subgrupo
APROVADO EM
20-06-2011
INFARMED
de doentes não levantou nenhuma preocupação em particular. Ou seja os resultados
deste subconjunto estão em linha com os resultados globais do ensaio clínico.
benefícios
observados
clopidogrel
foram
independentes
outras
terapêuticas cardiovasculares agudas ou a longo prazo (tais como heparina / HBPM,
antagonistas GPIIb/IIIa, hipolipemiantes, beta-bloqueantes e inibidores da enzima
conversão
angiotensina).
eficácia
clopidogrel
observada
independentemente da dose de ácido acetilsalicílico (75-325 mg uma vez por dia).
Em doentes com enfarte do miocárdio com elevação do segmento ST, foram
avaliadas a segurança e eficácia do clopidogrel em dois ensaios clínicos, o CLARITY e
o COMMIT, randomizados, controlados por placebo e de dupla ocultação.
O ensaio clínico CLARITY incluiu 3.491 doentes no prazo de 12 horas após o início do
enfarte do miocárdio com elevação do segmento ST e orientados para a terapêutica
com trombolíticos. Os doentes receberam clopidogrel (300 mg de dose de carga,
seguidos de 75 mg/dia; n=1752) ou placebo (n=1739), ambos em associação com
AAS (150 a 325 mg de dose de carga, seguidos de 75 a 162 mg/dia), um agente
fibrinolítico
quando
apropriado,
heparina.
doentes
foram
acompanhados
durante 30 dias. O objectivo primário foi a ocorrência do composto de uma artéria
ocluída relacionado com enfarte no angiograma no momento pré-alta ou morte ou
enfarte do miocárdio recorrente antes da angiografia coronária.
Para doentes que não realizaram uma angiografia, o objectivo primário foi a morte
ou enfarte do miocárdio recorrente por volta do Dia 8 ou da alta hospitalar. A
população de doentes incluiu 19,7% de mulheres e 29,2% de doentes com idade
igual ou superior a 65 anos. Um total de 99,7% dos doentes recebeu fibrinolíticos
(68,7% específicos para a fibrina e 31,1% não específicos para a fibrina); 89,5%
heparina; 78,7% beta-bloqueantes; 54,7% IECAs e 63% estatinas.
Quinze por cento (15,0%) dos doentes do grupo do clopidogrel e 21,7% no grupo do
placebo
alcançaram o objectivo primário, representando uma redução absoluta de 6,7% e
36% de redução da vantagem a favor do clopidogrel (95% IC: 24 - 47%, p <0,001),
na sua maioria devido a uma diminuição das artérias ocluídas relacionado com o
enfarte. Este benefício foi consistente ao longo de todos os subgrupos predefinidos
segundo a idade e sexo dos doentes, localização do enfarte e tipo de fibrinolíticos ou
heparina usados.
O desenho factorial 2x2 do ensaio clínico COMMIT incluiu 45.852 no prazo de 24
horas após o inicio dos sintomas suspeitos de enfarte do miocárdio confirmado por
um electrocardiograma anormal (isto é elevação do segmento ST, depressão do
segmento ST ou bloqueio do ramo esquerdo). Os doentes receberam clopidogrel (75
mg/dia; n=22.961) ou placebo (n=22.891), em associação com o AAS (162 mg/dia),
durante 28 dias ou até à alta hospitalar. Os objectivos co primários foram a morte
por qualquer causa e a primeira ocorrência de um novo enfarte, síncope ou morte. A
população incluiu 27,8% de mulheres, 58,4% de doentes com idade igual ou
superior a 60 anos (26%≥ 70 anos) e 54,5% de doentes a receberem fibrinolíticos.
O clopidogrel reduziu significativamente o risco relativo de morte por qualquer causa
em 7% (p=0,029) e o risco relativo da associação de um novo enfarte, síncope ou
morte em 9% (p=0,02), representando uma redução absoluta de 0,5% e 0,9%
APROVADO EM
20-06-2011
INFARMED
respectivamente. Este benefício foi consistente em todas as idades, para ambos os
sexos e com ou sem fibrinolíticos e foi observado nas primeiras 24 horas.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Absorção
Após doses orais únicas e repetidas de 75 mg por dia, o clopidogrel é rapidamente
absorvido.
níveis
médios
pico
plasmático
clopidogrel
inalterado
(aproximadamente 2,2-2,5 ng/ml após uma dose oral única de 75 mg) ocorreram
aproximadamente 45 minutos após a administração da dose. A absorção é de, pelo
menos, 50%, baseada na excreção urinária dos metabolitos de clopidogrel.
Distribuição
vitro,
clopidogrel
principal
metabolito
circulante
(inactivo)
ligam-se
reversivelmente às proteínas plasmáticas humanas (98% e 94%, respectivamente).
In vitro, a ligação não é saturável para uma vasta gama de concentrações.
Metabolismo
O clopidogrel é extensivamente metabolizado pelo fígado. In vitro e in vivo o
clopidogrel é metabolizado de acordo com duas vias metabólicas principais: uma
mediada por estereases que leva à hidrólise no derivado do ácido carboxílico inactivo
(85% dos metabolitos circulantes), e uma mediada por múltiplos citocromos P450. O
clopidogrel é primeiramente metabolizado num metabolito intermédio, o 2-oxo-
clopidogrel. O metabolismo subsequente do metabolito intermédio 2-oxoclopidogrel
resulta na formação do metabolito activo, um derivado tiólico do clopidogrel. In vitro
esta via metabólica é mediada pelo CYP3A4, CYP2C19, CYP1A2 e CYP2B6. O
metabolito tiólico activo, que foi isolado in vitro, liga rapidamente e de forma
irreversível aos receptores das plaquetas, inibindo assim a agregação plaquetária.
Eliminação
Em seres humanos, após uma dose oral de clopidogrel marcado radioactivamente
através do 14C, verificou-se uma excreção urinária de aproximadamente 50% e fecal
de aproximadamente 46%, nas 120 horas posteriores à administração da dose. Após
dose
oral
única
clopidogrel
semi-vida
aproximadamente
horas.
Asemi-vida
eliminação
principal
metabolito
circulante (inactivo) foi de 8 horas, quer após a administração de dose única, quer
após a administração de doses repetidas.
Farmacogenética
Várias
enzimas
CYP450
polimórficas
activam
clopidogrel.
CYP2C19
está
envolvido na formação do metabolito activo e do metabolito intermédio 2-oxo
clopidorel. A farmacocinética do metabolito activo do clopidogrel e os seus efeitos
antiplaquetários, tal como medido pelos ensaios ex vivo de agregação plaquetária,
variam de acordo com o genótipo CYP2C19. O alelo CYP2C19*1 corresponde a um
metabolismo totalmente funcional, enquanto que os alelos CYP2C19*2 e CYP2C19*3
correspondem a um metabolismo reduzido. Os alelos CYP2C19*2 e CYP2C19*3
contribuem para 85% da função reduzida dos alelos nos caucasianos e 99% nos
asiáticos. Outros alelos associados com o metabolismo reduzido incluem CYP2C19*4,
*5, *6, *7, e *8 mas estes são menos frequentes na população em geral. As
frequências publicadas
para
os fenótipos
genótipos
CYP2C19
comuns
estão
descritas na seguinte tabela.
APROVADO EM
20-06-2011
INFARMED
Até à data o impacto do genótipo CYP2C19 na farmacocinética do metabolito activo
clopidogrel
avaliado
indivíduos
estudos
notificados.
metabolismo
reduzido
CYP2C19
metabolizadores
intermédios
fracos
diminuiu a Cmax e a AUC do metabolito activo em 30-50% após doses de carga de
300 ou 600 mg e doses de manutenção de 75 mg. A exposição menor ao metabolito
activo resulta numa menor inibição plaquetária ou maior reactividade plaquetária
residual. Até à data as respostas antiplaquetárias diminuídas ao clopidogrel foram
descritas para metabolizadores intermédios e fracos em 21 estudos notificados
envolvendo 4520 indivíduos. A diferença relativa na resposta antiplaquetária entre
grupos de genótipos varia entre os estudos dependendo do método usado para
avaliar a resposta, mas é normalmente maior que 30%.
Frequência do fenótipo e genótipo CYP2C19
Frequência (%)
Raça
Caucasiana
(n=1356)
Raça
Negra
(n=966)
Chineses
(n=573)
Metabolismo extenso: CYP2C19*1/*1
Metabolismo
intermédio:
CYP2C19*1/*2
*1/*3
Metabolismo fraco: CYP2C19*2/*2, *2/*3 ou
*3/*3
A associação entre o genótipo CYP2C19 e o resultado do tratamento com clopidogrel
foi avaliado em 2 análises post-hoc de ensaios clínicos (sub-estudos do CLARITY
[n=465] e TRITON-TIMI 38 [n=1.477]) e 5 estudos coorte (total n=6.489). No
CLARITY e num dos estudos coorte (n=765; Trenk), as taxas de acontecimento
cardiovasculares não diferiram significativamente por genótipo. No TRITON – TIMI 38
e em 3 dos estudos coorte (n=3,516, Collet, Sibbing, Giusti) doentes com um estado
metabólito comprometido (intermédio e fraco combinados) tiveram uma taxa mais
elevada de acontecimentos cardiovasculares (morte, enfarte do miocárdio e Acidente
Vascular Cerebral) ou trombose de stent em comparação com os metabolizadores
extensos. No quinto estudo coorte (n=2,208; Simon), a taxa de acontecimentos
elevada foi apenas observada nos metabolizadores fracos.
O teste farmacogenético pode identificar genótipos associados com a variabilidade na
actividade do CYP2C19.
Pode haver variantes genéticas de outras enzimas CYP450 com efeitos na capacidade
para formar o metabolito activo do clopidogrel.
Populações especiais
A farmacocinética do metabolito activo do clopidogrel não é conhecida nestas
populações especiais.
Compromisso da função renal
Após doses repetidas de 75 mg de clopidogrel por dia, em doentes com doença renal
grave (depuração da creatinina de 5 a 15 ml/min), a inibição da agregação
plaquetária induzida pelo ADP foi mais baixa (25%) que a observada em indivíduos
sãos, no entanto o prolongamento do tempo da hemorragia foi semelhante ao
APROVADO EM
20-06-2011
INFARMED
observado em indivíduos sãos aos quais se administraram 75 mg de clopidogrel por
dia. A tolerância clínica foi boa em todos os doentes.
Compromisso da função hepática
Após doses repetidas de 75 mg de clopidogrel por dia durante 10 dias em doentes
com compromisso grave da função hepática, a inibição da agregação plaquetária
induzida pelo ADP foi similar à observada em indivíduos saudáveis. O prolongamento
do tempo médio de hemorragia foi também semelhante nos dois grupos.
Raça
A prevalência dos alelos CYP2C19 que resultam num metabolismo do CYP2C19
intermédio e fraco varia de acordo com a raça/etnia (ver Farmacogenética). Existem
poucos dados disponíveis na literatura acerca da população asiática para avaliar a
implicação clínica da genotipagem deste CYP no resultado dos acontecimentos
clínicos.
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Durante a fase de estudos não clínicos executada em ratos e babuínos, os efeitos
observados mais frequentemente foram alterações hepáticas. Estes ocorrem com
doses pelo menos 25 vezes superiores ao nível de exposição humana, com uma dose
de 75 mg/dia, e foram uma consequência do efeito nas enzimas metabolizantes
hepáticas. Não se verificou efeito nas enzimas metabolizadoras hepáticas em seres
humanos, em indivíduos submetidos a uma dose terapêutica de clopidogrel.
Para doses muito elevadas, foi notificada, para o rato e para o babuíno, uma baixa
tolerância gástrica ao clopidogrel (gastrite, erosões gástricas e/ou vómitos).
Não houve quaisquer evidências de efeito carcinogénico com a administração de
clopidogrel durante 78 semanas a ratinhos e durante 104 semanas a ratos, quando
administrado a doses até 77 mg/kg por dia (o que representa uma taxa de exposição
pelo menos 25 vezes superior à exposição verificada em seres humanos que
receberam a dose clínica de 75 mg/dia).
O clopidogrel foi testado numa gama de estudos de genotoxicidade in vitro e in vivo,
onde demonstrou não possuir actividade genotóxica.
Não foi observado qualquer efeito do clopidogrel na fertilidade do rato macho e
fêmea, e também não se revelou teratogénico quer no rato quer no coelho. Quando
administrado no rato em amamentação, o clopidogrel causou um ligeiro atraso no
desenvolvimento da ninhada. Estudos específicos de farmacocinética, efectuados
com clopidogrel marcado radioactivamente, mostraram que o composto de origem
ou os seus metabolitos são excretados pelo leite. Consequentemente, um efeito
directo (toxicidade moderada), ou um efeito indirecto (menor palatibilidade), não
podem ser excluídos.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Núcleo do comprimido
APROVADO EM
20-06-2011
INFARMED
Lactose anidra
Amido de milho pré-gelíficado
Celulose Microcristalina tipo 102
Macrogol 6000
Óleo vegetal hidrogenado
Revestimento do comprimido (OPADRY II 85F23452)
Álcool polivinílico
Dióxido de titânio (E171)
Macrogol 4000
Talco
Óxido de ferro vermelho (E172)
Laca de alumínio amarelo-sol FCF (E110)
6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3 Prazo de validade
2 anos.
6.4 Precauções especiais de conservação
Não conservar acima de 30ºC.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Tiras de blister de PCTFE+PE+PVC/Alu, dentro de caixas de cartão contendo 28, 60 e
90 comprimidos revestidos por película.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação
Não existem requisitos especiais.
7 TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Tecnimede – Sociedade Técnico - Medicinal, S.A.
Rua da Tapada Grande nº 2, Abrunheira
2710-089 Sintra
8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
DATA
PRIMEIRA
AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO
AUTORIZAÇÃO
INTRODUÇÃO NO MERCADO
APROVADO EM
20-06-2011
INFARMED
10. DATA DE REVISÃO DO TEXTO