Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
28-08-2009
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APROVADO EM
28-08-2009
INFARMED
FOLHETO INFORMATIVO: INFORMAÇÃO PARA O UTILIZADOR
Sarix 75 mg Comprimidos revestidos por película
(Besilato de clopidogrel)
Leia atentamente este folheto antes de tomar este medicamento.
- Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o reler.
- Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
- Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode
ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas.
- Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários
não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.
Neste folheto:
1. O que é Sarix e para que é utilizado
2. Antes de tomar Sarix
3. Como tomar Sarix
4. Efeitos secundários possíveis
5. Como conservar Sarix
6. Outras informações
1. O QUE É SARIX E PARA QUE É UTILIZADO
Sarix pertence a um grupo de medicamentos denominados antiagregantes plaquetários.
As plaquetas são estruturas muito pequenas no sangue, mais pequenas do que os glóbulos
brancos ou vermelhos, que se agregam durante a coagulação do sangue. Ao impedir esta
agregação, os medicamentos antiagregantes plaquetários reduzem a possibilidade de
formação de coágulos sanguíneos (um processo denominado trombose).
Sarix é utilizado para prevenir a formação de coágulos sanguíneos (trombos) que se
formam
vasos
sanguíneos
endurecidos
(artérias),
processo
conhecido
como
aterotrombose e que pode conduzir a acidentes aterotrombóticos (tais como o acidente
vascular cerebral, ataque cardíaco ou morte).
Foi-lhe prescrito Sarix para ajudar a prevenir a formação de coágulos sanguíneos e
reduzir o risco destes efeitos graves, porque:
- tem uma situação de endurecimento das artérias (também conhecida por aterosclerose),
- já teve anteriormente um ataque cardíaco, acidente vascular cerebral ou uma situação
conhecida como doença arterial periférica, ou
- já teve uma dor forte no peito conhecida como “angina instável” ou “enfarte de
miocárdio” (ataque cardíaco). Para o tratamento desta condição o seu médico poderá ter
colocado um stent na artéria bloqueada ou estreitada para recuperar a circulação eficaz de
sangue.
médico
deverá
também
prescrever-lhe
ácido
acetilsalicílico
(uma
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substância presente em muitos medicamentos, utilizada para aliviar a dor e baixar a febre
e também como anticoagulante).
2. ANTES DE TOMAR SARIX
Não tome Sarix:
- se tem alergia (hipersensibilidade) ao clopidogrel ou a qualquer outro componente de
Sarix;
- se tem uma
hemorragia activa, como por exemplo, uma úlcera de estômago ou
hemorragia cerebral;
- se sofrer de uma doença grave do fígado.
Tome especial cuidado com Sarix:
Se alguma das seguintes situações se aplicar ao seu caso, deverá informar o seu médico
antes de tomar Sarix:
Se tem risco de hemorragia, tal como:
- uma situação médica que o coloca em risco de hemorragia interna (ex. úlcera de
estômago);
- uma perturbação sanguínea que o torna susceptível a hemorragias internas (hemorragias
dentro de quaisquer tecidos, órgãos ou articulações do seu corpo);
- uma lesão grave recente;
- uma cirurgia recente (incluindo cirurgia dentária);
- uma cirurgia planeada para os próximos sete dias, incluindo cirurgia dentária.
Se teve um coágulo na artéria do seu cérebro (acidente vascular cerebral isquémico) que
ocorreu nos últimos sete dias;
Se está a tomar outros medicamentos (ver “Ao tomar Sarix com outros medicamentos");
Se sofre de doença dos rins ou do fígado.
Enquanto está a tomar Sarix:
- Deve informar o seu médico se alguma cirurgia estiver planeada, incluindo dentária.
- Deve igualmente informar de imediato o seu médico se desenvolver uma condição
médica que inclui febre e nódoas negras debaixo da pele que podem parecer como
minúsculos pontos vermelhos, com ou sem cansaço extremo inexplicável, confusão,
amarelecimento da pele e/ou olhos (icterícia) (ver “Efeitos secundários possíveis”).
- Se se cortar ou ferir, poderá levar mais de tempo do que o normal para estancar a
hemorragia. Este facto está relacionado com o modo como o medicamento actua, uma
vez que evita a possibilidade de se formarem coágulos de sangue. Se se tratar de cortes
ou feridas sem importância (ex.: cortou-se ao fazer a barba) normalmente não tem que se
preocupar. No entanto, se tiver preocupado com a sua hemorragia deve contactar de
imediato o seu médico (ver “Efeitos secundários possíveis”).
- O seu médico pode pedir para realizar análises ao sangue.
Sarix não se destina a ser utilizado por crianças ou adolescentes.
Ao tomar Sarix com outros medicamentos
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Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente
outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica.
Não se recomenda o uso de anticoagulantes orais (medicamentos utilizados para reduzir a
coagulação do sangue) com Sarix.
Deve dizer especificamente ao seu médico se está a tomar um medicamento anti-
inflamatório não esteróide, usado normalmente para tratar situações dolorosas e/ou
inflamatórias dos músculos e articulações, ou se está a tomar heparina, ou qualquer outro
medicamento utilizado para reduzir a coagulação do sangue.
Se teve dor forte no peito (angina instável ou ataque cardíaco), pode ser-lhe receitado
Sarix em associação com ácido acetilsalicílico, uma substância presente em muitos
medicamentos usada para aliviar dores e baixar a febre. Uma utilização ocasional de
ácido acetilsalicílico (até 1000 mg em 24 horas) não deve normalmente causar problema,
mas o uso prolongado noutras circunstâncias deve ser discutido com o seu médico.
Ao tomar Sarix com alimentos e bebidas
Sarix pode ser tomado com ou sem alimentos.
Gravidez e aleitamento
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
É preferível não utilizar este medicamento durante a gravidez ou amamentação.
Se estiver grávida ou suspeitar que está grávida, deve informar o seu médico ou o seu
farmacêutico
antes
iniciar
tratamento
Sarix.
ficar
grávida
durante
tratamento com Sarix, deve consultar imediatamente o seu médico, uma vez que é
recomendado não tomar clopidogrel enquanto estiver grávida.
Enquanto estiver a tomar Sarix, consulte o seu médico sobre a amamentação de um bebé.
Condução de veículos e utilização de máquinas
A sua capacidade para conduzir ou para trabalhar com máquinas não deverá ser afectada
pelo Sarix.
Informações importantes sobre alguns componentes de Sarix
Sarix contém lactose. Se foi informado pelo seu médico que tem intolerância a alguns
açúcares, contacte-o antes de tomar este medicamento.
3. COMO TOMAR SARIX
Tomar Sarix sempre de acordo com as indicações do médico. Fale com o seu médico ou
farmacêutico se tiver dúvidas.
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Se teve uma dor forte no peito (angina instável ou ataque cardíaco), o seu médico pode
receitar-lhe 300 mg de clopidogrel (4 comprimidos) uma vez no início do tratamento. Em
seguida a dose habitual é um comprimido de 75 mg de Sarix por dia para ser tomado por
via oral com ou sem alimentos e à mesma hora, todos os dias.
Deve tomar Sarix durante o tempo que o médico o prescrever.
Se tomar mais Sarix do que deveria
Contacte o seu médico ou o serviço de urgência hospitalar mais próximo devido ao risco
aumentado de hemorragia.
Caso se tenha esquecido de tomar Sarix
Não tome uma dose a dobrar para compensar as doses individuais que se esqueceu de
tomar.
Se se esquecer de tomar uma dose de Sarix e ainda não tiverem passado 12 horas da hora
normal da toma, tome o comprimido imediatamente e tome o próximo comprimido na
hora habitual.
Se se esquecer por mais de 12 horas, tome simplesmente a próxima dose na hora habitual.
Se parar de tomar Sarix
Não pare de tomar Sarix até que o seu médico lhe diga para o fazer.
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico
ou farmacêutico.
4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS
Como todos os medicamentos, Sarix pode causar efeitos secundários, no entanto estes
não se manifestam em todas as pessoas.
Contacte imediatamente o seu médico se tiver:
- Febre, sinais de infecção ou fraqueza grave. Podem ser devidos a uma diminuição rara
de algumas células sanguíneas;
- Sinais de alterações ao nível do fígado, tais como amarelecimento da pele e/ou olhos
(icterícia), associada ou não a hemorragia que aparece debaixo da pele como minúsculos
pontos vermelhos, e/ou confusão (ver “Tome especial cuidado com Sarix”);
- Inchaço da boca ou alterações da pele como vermelhidão e comichão, bolhas na pele.
Podem ser sinais de reacção alérgica.
O efeito secundário mais frequente (afecta 1 a 10 doentes em 100) comunicado com Sarix
é a hemorragia. A hemorragia pode ocorrer como hemorragia no estômago ou intestinos,
nódoas negras, hematoma (hemorragia invulgar ou nódoa negra), hemorragia nasal,
sangue na urina. Foi também referido um pequeno número de casos de hemorragia
ocular, no interior da cabeça, pulmão ou articulações.
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Se surgir uma hemorragia prolongada ao tomar Sarix
Se se cortar ou ferir, poderá
levar
mais tempo do que o normal para estancar a
hemorragia. Este facto está relacionado com o modo como o medicamento actua, uma
vez que evita a possibilidade de se formarem coágulos de sangue. Se se tratar de cortes
ou feridas sem importância (ex.: cortou-se ao fazer a barba) não tem normalmente que se
preocupar. No entanto, se estiver preocupado com a sua hemorragia deve contactar de
imediato o seu médico (ver “Tome especial cuidado com Sarix”).
Outros efeitos secundários descritos com Sarix são:
Efeitos secundários frequentes (afecta 1 a 10 doentes em 100): diarreia, dor abdominal,
indigestão ou azia.
Efeitos secundários pouco frequentes (afecta 1 a 10 doentes em 1000): dores de cabeça,
úlcera de estômago, vómitos, náuseas, prisão de ventre, gás excessivo no estômago ou
intestinos, erupção cutânea, comichão, tonturas e sensação anormal ao toque.
Efeitos secundários raros (afecta 1 a 10 doentes em 10000): vertigens.
Efeitos secundários muito raros (afecta menos de 1 doente em 10000): icterícia, dor
abdominal grave, com ou sem dores de costas, febre, dificuldade em respirar por vezes
associada com tosse, reacções alérgicas generalizadas, inchaço na boca, bolhas na pele,
alergia cutânea,
inflamação da boca (estomatite), diminuição da pressão sanguínea,
confusão, alucinações, dor articular e muscular, alterações gustativas.
Além disso, o seu médico pode identificar alterações nos resultados dos seus exames ao
sangue ou à urina.
Se alguns dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários
não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.
5. COMO CONSERVAR SARIX
Manter fora do alcance e da vista das crianças.
Não são necessárias precauções especiais de conservação.
Não utilize Sarix após o prazo de validade impresso na enbalagem. O prazo de validade
corresponde ao último dia do mês indicado.
Não utilizar Sarix se verificar sinais visíveis de deterioração.
Os medicamentos não devem ser eliminados na canalização ou no lixo doméstico.
Pergunte ao seu farmacêutico como eliminar os medicamentos de que já não necessita.
Estas medidas irão ajudar a proteger o ambiente.
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6. OUTRAS INFORMAÇÕES
Qual a composição de Sarix
- A substância activa é o clopidogrel. Cada comprimido revestido por película contém 75
mg de clopidogrel (sob a forma de besilato).
- Os outros componentes são: lactose, celulose microcristalina, crospovidona, dibe-
henato de glicerilo, talco e Opadry II rosa (álcool polivinílico, talco, dióxido de titânio
(E171), macrogol 3350, lecitina de soja e óxido de ferro vermelho (E172)).
Qual o aspecto de Sarix e conteúdo da embalagem
Sarix apresenta-se sob a forma de comprimidos revestidos por película, encontrando-se
disponível em embalagens de 14, 28, 56 e 100 comprimidos.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
Titular da Autorização de Introdução no Mercado
Laboratórios Atral, S.A.
Rua da Estação, n.º 42
Vala do Carregado
2600 – 726 Castanheira do Ribatejo – Portugal
Tel.: +351 263 856 800
Fax: +351 263 855 020
email: info@atralcipan.pt
Fabricantes
Actavis Ltd
BLB 016 – Bulebel Industrial Estate
ZTN 3000, Zejtun - Malta
Actavis UK Limited
Whiddon Valley, Barnstaple
North Devon, EX32 8NS
Reino Unido
Este folheto foi aprovado pela última vez em
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
Sarix 75 mg Comprimidos revestidos por película
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Cada comprimido revestido por película contém o equivalente a 75 mg de clopidogrel,
sob a forma de besilato.
Excipientes:
Lactose – cada comprimido contém 73,61 mg.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Comprimido revestido por película (comprimido).
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
clopidogrel
encontra-se
indicado
adultos
prevenção
acidentes
aterotrombóticos em:
- doentes com enfarte de miocárdio (ocorrido num período compreendido entre alguns
dias e menos de 35 dias), acidente vascular cerebral isquémico (ocorrido num período
compreendido entre 7 dias e menos de 6 meses) ou doença arterial periférica estabelecida.
- doentes com síndrome coronária aguda:
Síndrome coronária aguda sem elevação do segmento ST (angina instável ou enfarte de
miocárdio sem onda Q), incluindo doentes em processo de colocação de um stent após
uma intervenção coronária percutânea, em associação com o ácido acetilsalicílico (AAS).
Enfarte agudo do miocárdio com elevação do segmento ST, em associação com o ácido
acetilsalicílico
(AAS)
doentes
sujeitos
tratamento
médico,
indicados
para
terapêutica trombolítica.
Para mais informações ver secção 5.1.
4.2 Posologia e modo de administração
Adultos e Idosos
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O clopidogrel deve ser administrado sob a forma de uma toma única diária de 75 mg,
com ou sem alimentos.
Em doentes com síndrome coronária aguda:
- A terapêutica com clopidogrel na síndrome coronária aguda sem elevação do segmento
ST (angina instável ou enfarte de miocárdio sem onda Q), deve ser iniciada com uma
dose de carga de 300 mg em toma única, seguida de 75 mg uma vez por dia (com ácido
acetilsalicílico, AAS, 75 mg – 325 mg por dia). Dado que doses mais elevadas de ácido
acetilsalicílico estão associadas a um maior risco hemorrágico, recomenda-se que a dose
de ácido acetilsalicílico não seja superior a 100 mg. A duração óptima do tratamento não
foi formalmente estabelecida. Os resultados dos ensaios clínicos justificam o seu uso até
12 meses, observando-se o seu benefício máximo aos 3 meses (ver secção 5.1).
- A terapêutica com clopidogrel
no enfarte agudo do miocárdio com elevação do
segmento ST deve ser iniciada com uma dose de carga de 300 mg em associação com o
ácido acetilsalicílico (AAS) e com ou sem trombolíticos, seguida de dose única diária de
75 mg de clopidogrel. Para doentes com idade superior a 75 anos o clopidogrel deve ser
iniciado sem dose de carga. A terapêutica em associação deve ser iniciada o mais cedo
possível, após o início dos sintomas e prolongada por, pelo menos, quatro semanas. O
benefício da associação do clopidogrel com o ácido acetilsalicílico além das 4 semanas
não foi estudado neste contexto (ver secção 5.1)
Doentes pediátricos
A segurança e eficácia do clopidogrel em crianças e adolescentes ainda não foram
estabelecidas.
Compromisso da função renal
A experiência terapêutica em doentes com compromisso da função renal é limitada (ver
secção 4.4).
Compromisso da função hepática
A experiência terapêutica em doentes com doença hepática moderada, que podem ter
diátese hemorrágica, é limitada (ver secção 4.4).
4.3 Contra-indicações
Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer um dos excipientes.
Compromisso grave da função hepática.
Hemorragia activa, tal como úlcera péptica ou hemorragia intracraniana.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Devido
risco
hemorragia
efeitos
indesejáveis
hematológicos,
deve
considerada a realização de hemograma e/ou outras avaliações apropriadas, sempre que
surjam sintomas clínicos sugestivos de hemorragia durante o tratamento (ver secção 4.8).
À semelhança de outros antitrombóticos, o clopidogrel deve ser utilizado com precaução
em doentes que podem ter risco acrescido de hemorragia devido a traumatismo, cirurgia
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ou outras situações patológicas e em doentes que estejam a receber tratamento com ácido
acetilsalicílico, heparina, antagonistas da glicoproteína IIb/IIIa ou anti-inflamatórios não
esteróides,
incluindo
inibidores
COX-2.
doentes
devem
acompanhados
cuidadosamente,
detectarem
quaisquer
sinais
hemorragia
incluindo
hemorragia oculta, especialmente durante as primeiras semanas de tratamento e/ou após
processos
cardíacos
invasivos
cirurgia.
co-administração
clopidogrel
anticoagulantes orais, não é recomendada uma vez que pode aumentar a intensidade das
hemorragias (ver secção 4.5).
Se um doente estiver programado para cirurgia electiva para a qual não seja desejável um
efeito anti-plaquetário temporário, o clopidogrel deverá ser interrompido 7 dias antes da
cirurgia. Os doentes devem informar os médicos e dentistas que estão a tomar clopidogrel
antes da marcação de qualquer cirurgia e antes da prescrição de qualquer outro fármaco.
O clopidogrel prolonga o tempo de hemorragia e deve ser utilizado com precaução em
doentes que apresentem lesões potencialmente hemorrágicas (particularmente a nível
gastrointestinal e intra-ocular).
Enquanto estiverem a tomar clopidogrel (em monoterapia ou em associação com o ácido
acetilsalicílico) os doentes deverão ser advertidos para o facto de poder levar mais tempo
do que o normal para parar a hemorragia e que deverão comunicar sempre ao seu médico
qualquer hemorragia invulgar (local ou duração).
Foi notificada muito raramente Púrpura Trombocitopenica Trombótica (PTT) após a
administração de clopidogrel, por vezes depois de uma breve exposição ao fármaco. É
caracterizada por trombocitopenia e anemia hemolítica microangiopática associada a
sintomas neurológicos, disfunção renal ou febre. A PTT é uma situação potencialmente
fatal que requer tratamento imediato, incluindo plasmaferese.
O clopidogrel não pode ser recomendado durante os 7 dias após a fase aguda do acidente
vascular cerebral isquémico, devido à inexistência de dados.
A experiência existente em doentes com compromisso da função renal é limitada. Desta
forma, o clopidogrel deverá ser utilizado com precaução nesta população de doentes (ver
secção 4.2).
experiência
existente
doentes
doença
hepática
moderada,
possam
apresentar
diátese
hemorrágica,
limitada.
Desta
forma,
clopidogrel
deverá
utilizado com precaução nesta população de doentes (ver secção 4.2).
Sarix
contém
lactose.
Doentes
problemas
hereditários
raros
intolerância
galactose, deficiência de lactase ou malabsorção de glucose-galactose não devem tomar
este medicamento.
4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção
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Anticoagulantes orais: a administração concomitante de clopidogrel com anticoagulantes
orais não é recomendada visto poder aumentar a intensidade das hemorragias (ver secção
4.4).
Antagonistas da glicoproteína IIb/IIIa: clopidogrel deverá ser usado com precaução nos
doentes que possam estar em risco aumentado de hemorragia devido a traumatismo,
cirurgia ou outras condições patológicas com administração concomitante de terapêutica
com antagonistas da glicoproteína IIb/IIIa (ver secção 4.4).
Ácido
acetilsalicílico
(AAS):
ácido
acetilsalicílico
não
modificou
inibição
agregação plaquetária mediada pelo clopidogrel, induzida pelo ADP, mas o clopidogrel
potenciou o efeito do ácido acetilsalicílico na agregação de plaquetas induzida pelo
colagénio. No entanto, a administração concomitante de 500 mg de ácido acetilsalicílico,
duas
vezes
dia,
durante
dia,
não
prolongou
significativamente
o tempo
hemorragia induzida pela ingestão de clopidogrel. É possível que exista uma interacção
farmacodinâmica entre o clopidogrel e o ácido acetilsalicílico, conduzindo a um risco
aumentado de hemorragia. Deste modo, a associação destes dois fármacos deve ser
efectuada
precaução
(ver
secção
4.4).
entanto,
clopidogrel
ácido
acetilsalicílico foram administrados concomitantemente durante um ano (ver secção 5.1).
Heparina: num estudo clínico realizado em indivíduos sãos, o clopidogrel não determinou
a alteração da dose de heparina, nem alterou o efeito da heparina sobre a coagulação.
coadministração
heparina
não
produziu
qualquer
efeito
sobre
inibição
agregação plaquetária induzida pelo clopidogrel. É possível que exista uma interacção
farmacodinâmica entre o clopidogrel e a heparina, conduzindo a um risco aumentado de
hemorragia. Deste modo, a associação destes dois fármacos deve ser efectuada com
precaução (ver secção 4.4).
Trombolíticos:
segurança
administração
concomitante
clopidogrel,
agentes
trombolíticos específicos ou não para a fibrina e heparinas, foi determinada em doentes
com enfarte agudo de miocárdio. A incidência de hemorragias de relevância clínica foi
semelhante
observada
administração
concomitante
agentes
trombolíticos
heparina com o ácido acetilsalicílico (ver secção 4.8).
Anti-inflamatórios não esteróides (AINEs): num estudo clínico conduzido em voluntários
sãos, a administração concomitante de clopidogrel e naproxeno revelou um aumento da
perda de sangue oculto a nível gastrointestinal. Contudo, devido à inexistência de estudos
de interacção com outros AINEs, é actualmente pouco claro, a existência ou não, de um
risco aumentado de hemorragia gastrointestinal, para todos os AINEs. Consequentemente
a co-administração de AINEs, incluindo inibidores da COX-2 e clopidogrel deverá ser
encarada com precaução (ver secção 4.4).
Outras terapêuticas concomitantes:
foram
efectuados outros estudos clínicos com o
clopidogrel e outras terapêuticas concomitantes, para investigar potenciais interacções
farmacocinéticas
farmacodinâmicas.
Não
observaram
quaisquer
interacções
farmacodinâmicas
clinicamente
importantes,
administração
concomitante
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clopidogrel com atenolol, com nifedipina ou com atenolol e nifedipina em simultâneo.
Para além disso, a actividade farmacodinâmica do clopidogrel não foi significativamente
influenciada pela coadministração de fenobarbital, cimetidina ou estrogénio.
As farmacocinéticas da digoxina ou da teofilina não foram alteradas pela administração
concomitante do clopidogrel. Os antiácidos não alteraram a extensão da absorção do
clopidogrel.
Dados recolhidos em estudos efectuados em microssomas de fígado humano, indicaram
que o metabolito do clopidogrel, ácido carboxílico pode inibir a actividade do citocromo
P4502C9.
Este
facto
pode
conduzir
aumento
níveis
plasmáticos
medicamentos tais como fenitoína, tolbutamida e AINEs, que são metabolizados por este
complexo enzimático. Os dados recolhidos do estudo CAPRIE, indicam que a fenitoína e
a tolbutamida podem ser co-administradas em segurança com o clopidogrel.
Para além da informação relativa às interacções específicas do fármaco acima descritas,
não
foram
realizados
estudos
interacção
clopidogrel
alguns
fármacos
normalmente
administrados
doentes
doença
aterotrombótica.
Contudo,
doentes
participaram
ensaios
clínicos
clopidogrel
tomaram
vários
medicamentos concomitantes incluindo diuréticos, beta-bloqueantes, IECAs, antagonistas
do cálcio, hipolipemiantes, vasodilatadores coronários, hipoglicemiantes (incluindo a
insulina), antiepilépticos, e antagonistas GPIIb/IIIa sem evidência de interacções adversas
de relevância clínica.
4.6 Gravidez e aleitamento
Como não existem dados clínicos sobre a exposição ao clopidogrel durante a gravidez, é
preferível não usar clopidogrel durante a gravidez como medida de precaução.
Os estudos em animais não indicam quaisquer efeitos nefastos directos ou indirectos no
respeita
gravidez,
desenvolvimento
embrionário/fetal,
parto
desenvolvimento pós-natal (ver secção 5.3).
Desconhece-se se o clopidogrel é excretado no leite humano. Os estudos em animais
demonstraram excreção de clopidogrel no leite materno. Como medida de precaução, a
amamentação não deve ser continuada durante o tratamento com Sarix.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Os efeitos de clopidogrel sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas são nulos ou
desprezíveis.
4.8 Efeitos indesejáveis
A segurança do clopidogrel foi avaliada em mais de 42 000 doentes, que participaram em
estudos clínicos, incluindo
mais de 9 000 doentes tratados por períodos iguais ou
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superiores a 1 ano. As reacções adversas clinicamente relevantes que foram observados
estudos
CAPRIE,
CURE,
CLARITY
COMMIT
são
discutidos
seguida.
Globalmente o clopidogrel 75 mg/dia foi comparável ao ácido acetilsalicílico 325mg/dia,
no estudo CAPRIE, independentemente da idade, sexo e raça. Além da experiência em
ensaios clínicos, foram notificadas espontaneamente reacções adversas.
A hemorragia é o efeito secundário notificado com maior frequência tanto nos ensaios
clínicos
como
experiência
pós-comercialização,
onde
maioria
casos
notificada durante o primeiro mês de tratamento.
No estudo CAPRIE, em doentes tratados com clopidogrel ou com AAS, a incidência
global de qualquer hemorragia foi 9,3%. A incidência de casos graves foi de 1,4 % para o
clopidogrel e 1,6% para o AAS.
No estudo CURE a taxa de episódios hemorrágicos major para o clopidogrel + AAS foi
dependente da dose de ácido acetilsalicílico (<100
mg: 2,6%; 100-200
mg: 3,5%;
>200mg: 4,9%), tal como para a taxa de episódios hemorrágicos major para o placebo +
ácido acetilsalicílico (<100 mg: 2,0%; 100-200 mg: 2,3%; >200 mg: 4,0%).
O risco de hemorragia (que representa risco de vida, major, minor e outras) diminuiu ao
longo do ensaio: 0-1 mês (clopidogrel: 9,6%; placebo: 6,6%), 1-3 meses (clopidogrel:
4,5%;
placebo:
2,3%),
meses
(clopidogrel:
3,8%;
placebo:
1,6%),
meses
(clopidogrel: 3,2%; placebo: 1,5%), 9-12 meses (clopidogrel: 1,9%; placebo: 1,0%).
Não se verificou um excesso de hemorragias major, com clopidogrel + AAS, nos 7 dias
após cirurgia de bypass coronário em doentes que interromperam a terapêutica mais de 5
dias antes da cirurgia (4,4% clopidogrel + ácido acetilsalicílico vs 5,3% placebo + ácido
acetilsalicílico). Em doentes que continuaram a terapêutica nos 5 dias anteriores à
cirurgia de bypass coronário, a taxa do efeito foi de 9,6% para o clopidogrel + ácido
acetilsalicílico e 6,3% para placebo + ácido acetilsalicílico.
No estudo CLARITY, houve um aumento global de hemorragias no grupo clopidogrel +
ácido acetilsalicílico (17,4%) vs o grupo placebo + ácido acetilsalicílico (12,9%). A
incidência de hemorragias major foi semelhante entre os dois grupos (1,3% versus 1,1%
para
grupos
clopidogrel
placebo
AAS,
respectivamente).
Isto
consistente ao longo dos subgrupos de doentes definidos pelas características de base
pelo tipo de terapêutica com fibrinolíticos ou heparina.
No estudo COMMIT, a taxa global de hemorragias não cerebrais major ou hemorragias
cerebrais foi baixa e semelhante em ambos os grupos (0,6% versus 0,5% nos grupos
clopidogrel+AAS e placebo + AAS, respectivamente).
Reacções adversas que ocorreram durante os ensaios clínicos ou que foram notificadas
espontaneamente estão descritas na tabela a seguir. A sua frequência está definida de
acordo com as seguintes convenções: frequentes (
1/100 a <1/10); pouco frequentes
1/1000 a <1/100); raros (
1/10000 a <1/1000), muito raros (<1/10000). Os efeitos
APROVADO EM
28-08-2009
INFARMED
indesejáveis são apresentados por ordem decrescente de gravidade dentro de cada classe
de frequência.
Doenças do sangue e do sistema linfático
Pouco frequentes: Trombocitopenia, leucopenia, eosinofilia
Raros: Neutropenia, incluindo neutropenia grave
Muito raros: Púrpura Trombocitopenica Trombótica (PTT) (ver secção 4.4), anemia
aplástica/pancitopenia, agranulocitose, trombocitopenia grave, granulocitopenia, anemia.
Doenças do sistema imunitário
Muito raros: Reacções anafilactóides, doença do soro
Perturbações do foro psiquiátrico
Muito raros: Estados confusionais e alucinações
Doenças do sistema nervoso
Pouco
frequentes:
Hemorragia
intracraneana
(alguns
casos
relatados
foram
fatais),
cefaleias, parestesias e tonturas.
Muito raros: Alterações do paladar
Afecções oculares
Pouco frequentes: Hemorragia ocular (conjuntival, intra-ocular, retiniana)
Afecções do ouvido e do labirinto
Raros: Vertigens
Vasculopatias
Frequentes: Hematoma
Muito raros: Hemorragia grave, hemorragia de feridas cirúrgicas, vasculite, hipotensão
Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino
Frequentes: Epistaxis
Muito
raros:
Hemorragia
tracto
respiratório
(hemoptise,
hemorragia
pulmonar),
broncospasmo, pneumonite intersticial
Doenças gastrointestinais
Frequentes: Hemorragia gastrointestinal, diarreia, dor abdominal, dispepsia
Pouco frequentes: Úlcera gástrica e duodenal, gastrite, vómitos, náusea, obstipação,
flatulência
Raros: Hemorragia retroperitoneal
Muito
raros:
Hemorragia
gastrointestinal
retroperitoneal
(com
desfecho
fatal),
pancreatite, colite (incluindo colite ulcerosa ou linfocítica), estomatite
Afecções hepatobiliares
Muito
raros:
Insuficiência
hepática
aguda,
hepatite,
alterações
parâmetros
laboratoriais da função hepática
APROVADO EM
28-08-2009
INFARMED
Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneas
Frequentes: Nódoas negras
Pouco frequentes: Erupção cutânea, prurido, hemorragia cutânea (púrpura)
Muito
raros:
Dermatite
bulhosa
(necrólise
epidérmica
tóxica,
síndrome
Stevens
Johnson,
eritema
multiforme),
angioedema,
erupção
cutânea
eritematosa,
urticária,
eczema e líquen plano.
Afecções musculoesqueléticas, dos tecidos conjuntivos e dos ossos
Muito raros: Hemorragia musculoesquelético (hemartrose), artralgia, artrite, mialgia.
Doenças renais e urinárias
Pouco frequentes: Hematúria
Muito raros: Glomerulonefrite, aumento da creatinina sanguínea
Perturbações gerais e alterações no local de administração
Frequentes: Hemorragias em locais de injecção
Muito raros: Febre
Exames complementares de diagnóstico
Muito raros: Aumento do tempo de hemorragia e diminuição da contagem de plaquetas e
neutrófilos
4.9 Sobredosagem
A sobredosagem após a administração de clopidogrel pode conduzir ao prolongamento
do tempo de hemorragia e a complicações hemorrágicas subsequentes. Em caso de se
observar a ocorrência de hemorragia deve ser considerada a terapêutica apropriada.
Não foi encontrado nenhum antídoto da actividade farmacológica do clopidogrel. Se for
necessária
correcção
imediata
tempo
hemorragia
(que
encontra
prolongado), deverá efectuar-se uma transfusão de plaquetas, que poderá reverter os
efeitos do clopidogrel.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo
farmacoterapêutico:
4.3.1.4
Sangue.
Anticoagulantes
antitrombóticos.
Anticoagulantes. Antiagregantes plaquetários.
Código ATC: B01AC04.
O clopidogrel inibe selectivamente a ligação do difosfato de adenosina (ADP) ao seu
receptor plaquetário, e a subsequente activação do complexo GPIIb-IIIa mediada pelo
ADP, inibindo assim a agregação de plaquetas. A biotransformação do clopidogrel é
necessária para produzir a inibição da agregação plaquetária. O clopidogrel também inibe
APROVADO EM
28-08-2009
INFARMED
a agregação de plaquetas induzida por outros agonistas, bloqueando o aumento da
activação
plaquetas
induzida
pela
libertação
ADP.
clopidogrel
actua
modificando irreversivelmente o receptor de ADP plaquetário. Consequentemente, as
plaquetas expostas ao clopidogrel são afectadas para o restante do seu ciclo de vida e a
recuperação da função plaquetária normal ocorre a uma taxa consistente com o turn-over
plaquetário.
Doses repetidas de 75 mg por dia produziram uma inibição substancial da agregação
plaquetária induzida por ADP, a partir do primeiro dia. Esta aumenta progressivamente e
atinge a fase estacionária entre o dia 3 e o dia 7. Na fase estacionária, o nível médio de
inibição observado com uma dose de 75 mg por dia situava-se entre os 40% e os 60%. A
agregação plaquetária e o tempo de hemorragia retomaram gradualmente os valores de
base, de uma maneira geral no prazo de 5 dias após a interrupção do tratamento.
A segurança e eficácia do clopidogrel foram avaliadas em quatro estudos clínicos de
dupla
ocultação
80000
doentes:
estudo
CAPRIE,
comparação
entre
clopidogrel e AAS e os estudos CURE, CLARITY e COMMIT com comparação entre
clopidogrel e placebo, quando administrados em associação com AAS e outra terapêutica
padrão.
Enfarte
miocárdio
(EM)
recente;
síncope
recente
doença
arterial
periférica
estabelecida
O estudo CAPRIE incluiu 19185 doentes com aterotrombose manifestada por enfarte de
miocárdio recente (< 35 dias), acidente vascular cerebral isquémico recente (entre 7 dias
meses)
doença
arterial
periférica
estabelecida
(DAP).
doentes
foram
aleatoriamente seleccionados para clopidogrel 75 mg/dia ou para o ácido acetilsalicílico
325 mg/dia, e foram seguidos entre 1 a 3 anos. No subgrupo do enfarte de miocárdio, a
maioria dos doentes receberam ácido acetilsalicílico durante os primeiros dias após o
enfarte agudo de miocárdio.
O clopidogrel reduziu significativamente a incidência de novos acidentes isquémicos
(objectivo combinado para enfarte de miocárdio, acidente vascular cerebral isquémico e
morte por acidente vascular) quando comparado com o ácido acetilsalicílico. Na análise
da intenção de tratamento observaram-se 939 efeitos no grupo do clopidogrel e 1020 no
grupo do ácido acetilsalicílico (redução relativa do risco (RRR) de 8,7%, [IC 95%: 0,2-
16,4%]; p=0,045), o que corresponde a que para cada 1000 doentes tratados em 2 anos,
10 doentes adicionais [IC: 0-20] seriam protegidos para a ocorrência de um novo acidente
isquémico. A análise da mortalidade global como um objectivo secundário, não revelou
existir uma diferença estatisticamente significativa entre o clopidogrel (5,8%) e o ácido
acetilsalicílico (6,0%).
Numa análise de subgrupo por tipo de acontecimento incluído (enfarte de miorcárdio,
acidente vascular cerebral isquémico e doença arterial periférica) o benefício parece ser
superior (atingindo um significado estatisticamente relevante de p = 0,003) para os
doentes
doença
arterial
periférica
(particularmente
para
aqueles
também
história de enfarte de miocárdio) (RRR= 23,7%; IC: 8,9 a 36,2), e mais fraco (mas com
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28-08-2009
INFARMED
uma diferença não estatisticamente relevante da apresentada pelo ácido acetilsalicílico),
nos doentes com acidente vascular cerebral (RRR= 7,3%; IC: -5,7 a 18,7 [p=0,258]). Nos
doentes admitidos no ensaio apenas com história de enfarte de miocárdio recente, o
clopidogrel revelou resultados numéricos inferiores, mas não estatisticamente diferentes
dos revelados pelo ácido acetilsalicílico (RRR= -4,0%; IC: -22,5 a 11,7 [p=0,639]).
Como complemento, a análise a um subgrupo definido pela idade dos doentes, sugere que
o clopidogrel apresenta efeitos benéficos mais relevantes em doentes com idades
anos.
Uma vez que o estudo CAPRIE não foi desenhado para avaliar a eficácia em subgrupos
individuais, não é claro se as diferenças encontradas na redução do risco relativo,
avaliadas numa perspectiva das condições de inclusão, são reais ou resultado do acaso.
Síndrome coronária aguda
O estudo CURE incluiu 12562 doentes com síndrome coronária aguda sem elevação do
segmento ST (angina instável ou enfarte de miocárdio sem onda Q), e que eram incluídos
num prazo de 24 horas após o início do episódio mais recente da dor no peito ou sintomas
consistentes
isquémia.
doentes
teriam
apresentar
alterações
compatíveis com nova isquémia ou elevação das enzimas cardíacas, troponina I ou T até
pelo menos duas vezes acima do limite normal. Os doentes foram aleatorizados para o
clopidogrel (dose de carga de 300 mg seguida de 75 mg/dia, N=6259) ou placebo
(N=6303, ambos administrados concomitantemente com o ácido acetilsalicílico (75-325
mg uma vez por dia) e outras terapêuticas padrão. Os doentes foram tratados durante um
ano. Foram administradas heparinas em mais de 90% dos doentes, não tendo sido
afectada de forma significativa a taxa relativa de hemorragias entre o clopidogrel e o
placebo pela terapêutica concomitante com heparina.
O número de doentes que atingiram o objectivo primário [morte cardiovascular (CV),
enfarte de miocárdio (EM), ou Acidente Vascular Cerebral] foi de 582 (9,3%) no grupo
tratado com clopidogrel e 719 (11,4%) no grupo tratado com placebo, com redução do
risco relativo em 20% (IC 95% de 10%-28%; p=0,00009) para o grupo tratado com
clopidogrel (17% de redução do risco relativo quando os doentes foram tratados de forma
conservadora,
quando
submetidos
angioplastia
coronária
percutânea
transluminal (PTCA) com ou sem stent e 10% quando submetidos a um bypass enxerto
arterial coronário (CABG). Foram prevenidos novos acontecimentos cardiovasculares
(objectivo primário), com reduções do risco relativo de 22% (IC: 8,6; 33,4), 32% (IC:
12,8; 46,4), 4% (IC: -26,9; 26,7), 6% (IC: -33,5; 34,3) e 14% (IC: -31,6; 44,2), durante os
intervalos do estudo 0-1, 1-3, 3-6, 6-9, 9-12 meses, respectivamente. Assim, para além
meses
tratamento,
benefício
observado
grupo
clopidogrel
ácido
acetilsalicílico não aumentou, enquanto que o risco de hemorragia persistiu (ver secção
4.4).
O uso de clopidogrel no estudo CURE foi associado a uma diminuição da necessidade de
terapêutica
trombolítica
(RRR=43,3%;
24,3%;
57,5%)
inibidores
GPIIb/IIIa
(RRR=18,2%; IC: 6,5; 28,3%).
APROVADO EM
28-08-2009
INFARMED
O número de doentes que atingiram o objectivo primário combinado (morte CV, EM,
acidente vascular cerebral ou isquémia refractária) foi de 1035 (16,5%) no grupo tratado
com o clopidogrel e 1187 (18,8%) no grupo tratado com placebo e uma redução do risco
relativo de 14% (IC 95% de 6%-21%; p=0,0005) para o grupo tratado com clopidogrel.
Este
benefício
deve-se
grande
parte
redução
estisticamente
significativa
incidência de EM [287 (4,6%) no grupo tratado com clopidogrel e 363 (5,8%) no grupo
tratado com placebo]. Não se observou qualquer efeito na taxa de hospitalização por
angina instável.
Os resultados obtidos em populações com diferentes características (ex.: angina instável
ou enfarte de miocárdio sem onda Q, níveis de risco baixos a elevados, diabetes,
necessidade de revascularização, idade, sexo, etc.) foram consistentes com os resultados
da análise primária. Em particular, numa análise pós-hoc em 2172 doentes (17% da
população total do CURE) que passaram pela colocação de um stent (Stent CURE), os
dados mostraram que o clopidogrel comparado com placebo, demonstrou uma redução do
risco relativo significativo de 26,2% a favor do clopidogrel para o objectivo primário
combinado (morte CV, EM, acidente vascular cerebral) e também uma redução de risco
relativo significativo de 23,9% para o segundo objectivo primário combinado (morte CV,
EM, acidente vascular cerebral ou isquémia refractária). Além disso o perfil de segurança
clopidogrel
neste
subgrupo
doentes
não
levantou
nenhuma
preocupação
particular. Ou seja os resultados deste subconjunto estão em linha com os resultados
globais do ensaio clínico.
Os benefícios observados com o clopidogrel foram independentes de outras terapêuticas
cardiovasculares agudas ou a longo prazo (tais como heparina/HBPM, antagonistas
GPIIb/IIIa, hipolipemiantes, beta-bloqueantes e inibidores da enzima de conversão da
angiotensina). A eficácia do clopidogrel foi observada independentemente da dose de
ácido acetilsalicílico (75-325 mg uma vez por dia).
Em doentes com enfarte do miocárdio com elevação do segmento ST, foram avaliadas a
segurança e eficácia do clopidogrel em dois ensaios clínicos, o CLARITY e o COMMIT,
aleatorizados, controlados por placebo e de dupla ocultação.
O ensaio clínico CLARITY incluiu 3491 doentes no prazo de 12 horas após o início do
enfarte do miocárdio com elevação do segmento ST e orientados para a terapêutica com
trombolíticos. Os doentes receberam clopidogrel (300 mg de dose de carga, seguidos de
75 mg/dia; n=1752) ou placebo (n=1739), ambos em associação com AAS (150 a 325mg
de dose de carga, seguidos de 75 a 162 mg/dia), um agente fibrinolítico e, quando
apropriado, heparina. Os doentes foram acompanhados durante 30 dias. O objectivo
primário foi a ocorrência do composto de uma artéria ocluída relacionado com enfarte no
angiograma no momento pré-alta ou morte ou enfarte do miocárdio recorrente antes da
angiografia coronária.
Para doentes que não realizaram uma angiografia, o objectivo primário foi a morte ou
enfarte do miocárdio recorrente por volta do dia 8 ou da alta hospitalar. A população de
doentes incluiu 19,7% de mulheres e 29,2% de doentes com idade igual ou superior a 65
anos. Um total de 99,7% dos doentes recebeu fibrinolíticos (68,7% específicos para a
APROVADO EM
28-08-2009
INFARMED
fibrina e 31,1% não específicos para a fibrina); 89,5% heparina; 78,7% beta-bloqueantes;
54,7% IECAs e 63% estatinas.
Quinze por cento (15,0%) dos doentes do grupo do clopidogrel e 21,7% no grupo do
placebo alcançaram o objectivo primário, representando uma redução absoluta de 6,7% e
36% de redução da vantagem a favor do clopidogrel (95% IC: 24 - 47%, p <0,001), na
sua maioria devido a uma diminuição das artérias ocluídas relacionado com o enfarte.
Este benefício foi consistente ao longo de todos os subgrupos predefinidos segundo a
idade e sexo dos doentes, localização do enfarte e tipo de fibrinolíticos ou heparina
usados.
O desenho factorial 2x2 do ensaio clínico COMMIT incluiu 45852 no prazo de 24 horas
após o início dos sintomas suspeitos de enfarte do
miocárdio confirmado por um
electrocardiograma anormal (isto é, elevação do segmento ST, depressão do segmento ST
ou bloqueio do ramo esquerdo). Os doentes receberam clopidogrel (75 mg/dia; n=22961)
ou placebo (n=22891), em associação com o AAS (162 mg/dia), durante 28 dias ou até à
alta hospitalar. Os objectivos co-primários foram a morte por qualquer causa e a primeira
ocorrência de um
novo enfarte, síncope ou morte. A população
incluiu 27,8% de
mulheres, 58,4% de doentes com idade igual ou superior a 60 anos (26%
70 anos) e
54,5% de doentes a receberem fibrinolíticos.
O clopidogrel reduziu significativamente o risco relativo de morte por qualquer causa em
7% (p=0,029) e o risco relativo da associação de um novo enfarte, síncope ou morte em
9% (p=0,02), representando uma redução absoluta de 0,5% e 0,9% respectivamente. Este
benefício foi consistente em todas as idades, para ambos os sexos e com ou sem
fibrinolíticos, tendo sido observado nas primeiras 24 horas.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Após doses orais repetidas de 75 mg por dia, o clopidogrel é rapidamente absorvido. No
entanto, após 2 horas, as concentrações plasmáticas do composto original encontram-se
muito abaixo do limite de quantificação (0,00025 mg/l). A absorção é de, pelo menos,
50%, baseada na excreção urinária dos metabolitos de clopidogrel.
clopidogrel
extensivamente
metabolizado
nível
hepático,
sendo
principal
metabolito (que é inactivo) o derivado do ácido carboxílico, que representa cerca de 85%
composto
circulante
plasma.
Ocorrem
picos
plasmáticos
deste
metabolito
(aproximadamente 3 mg/l após doses orais repetidas de 75 mg) aproximadamente 1 hora
após a administração da dose.
O clopidogrel é um pró-fármaco. O seu metabolito activo é um derivado tiólico, formado
pela oxidação do clopidogrel a 2-oxo-clopidogrel com hidrólise subsequente. O passo
oxidativo é primeiramente regulado pelo Citocromo P450, pelas isoenzimas 2B6 e 3A4 e
em menor extensão pelas, 1A1, 1A2 e 2C19. O metabolito tiólico activo, que foi isolado
vitro,
liga-se
rápida
irreversivelmente
receptores
plaquetários,
inibindo
agregação plaquetária. Este metabolito não foi detectado no plasma.
APROVADO EM
28-08-2009
INFARMED
A cinética do principal metabolito circulante foi linear (as concentrações plasmáticas
aumentaram proporcionalmente à dose) para doses de clopidogrel compreendidas entre
50 a 150 mg.
In vitro, o clopidogrel e o principal metabolito circulante ligam-se reversivelmente às
proteínas plasmáticas humanas (98% e 94%, respectivamente). In vitro, a ligação não é
saturável para uma vasta gama de concentrações.
Em seres humanos, após uma dose oral de clopidogrel marcado radioactivamente através
do 14C, verificou-se uma taxa de excreção urinária de aproximadamente 50% e fecal de
aproximadamente 46%, nas 120 horas posteriores à administração da dose. A semi-vida
de eliminação do principal metabolito circulante foi de 8 horas, quer após a administração
de dose única, quer após a administração de doses repetidas.
Após doses repetidas de 75 mg de clopidogrel/dia, os níveis plasmáticos do principal
metabolito circulante revelaram-se mais baixos em doentes com doença renal grave
(depuração da creatinina de 5 a 15 ml/min), por comparação com doentes com doença
renal moderada (depuração da creatinina de 30 a 60 ml/min) e por comparação com os
níveis de outros estudos efectuados em indivíduos sãos. Embora a inibição da agregação
plaquetária induzida pelo ADP se revelasse mais baixa (25%) que a observada em
indivíduos
sãos,
prolongamento
hemorragia
semelhante
observado
indivíduos sãos aos quais se administraram 75 mg de clopidogrel por dia. A tolerância
clínica foi boa em todos os doentes.
A farmacocinética e farmacodinâmica do clopidogrel foram avaliadas em estudos de dose
única e de dose múltipla, em indivíduos sãos e em cirróticos (classes A ou B de Child-
Pugh). A administração de uma dose diária de 75 mg de clopidogrel durante 10 dias,
revelou-se segura e bem tolerada. A Cmax de clopidogrel no estado estacionário revelou-
se muito superior para os cirróticos, em comparação com os indivíduos sãos. Contudo, os
níveis
plasmáticos
principal
metabolito
circulante,
juntamente
efeito
clopidogrel na agregação plaquetária induzida pelo ADP e no tempo de hemorragia,
foram comparáveis para os dois grupos.
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Durante a fase de estudos não clínicos executada em ratos e babuínos, os efeitos
observados mais frequentemente foram alterações hepáticas. Estes ocorrem com doses
pelo menos 25 vezes superiores ao nível de exposição humana, com uma dose de 75
mg/dia, e foram uma consequência do efeito nas enzimas metabolizantes hepáticas. Não
verificou
efeito
enzimas
metabolizadoras
hepáticas
seres
humanos,
indivíduos submetidos a uma dose terapêutica de clopidogrel.
Para doses muito elevadas, foi notificada para o rato e para o babuíno, uma baixa
tolerância gástrica ao clopidogrel (gastrite, erosões gástricas e/ou vómitos).
APROVADO EM
28-08-2009
INFARMED
Não
houve
quaisquer
evidências
efeito
carcinogénico
administração
clopidogrel durante 78 semanas a ratinhos e durante 104 semanas a ratos, quando
administrado a doses até 77 mg/kg por dia (o que representa uma taxa de exposição pelo
menos 25 vezes superior à exposição verificada em seres humanos que receberam a dose
clínica de 75 mg/dia).
O clopidogrel foi testado numa gama de estudos de genotoxicidade in vitro e in vivo,
onde demonstrou não possuir actividade genotóxica.
Não foi observado qualquer efeito do clopidogrel na fertilidade do rato macho e fêmea, e
também não se revelou teratogénico quer no rato quer no coelho. Quando administrado
no rato em amamentação, o clopidogrel causou um ligeiro atraso no desenvolvimento da
ninhada. Estudos específicos de farmacocinética, efectuados com clopidogrel marcado
radioactivamente, mostraram que o composto de origem ou os seus metabolitos são
excretados pelo leite. Consequentemente, um efeito directo (toxicidade moderada), ou um
efeito indirecto (menor palatibilidade), não podem ser excluídos.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Núcleo do comprimido:
Lactose
Celulose microcristalina
Crospovidona
Dibehenato de glicerilo
Talco
Revestimento do comprimido:
Opadry II rosa 85G34669 (Álcool polivinílico, talco, dióxido de titânio (E171), macrogol
3350, lecitina de soja e óxido de ferro vermelho (E172)).
6.2 Incompatibilidades
Não aplicável
6.3 Prazo de validade
2 anos
6.4 Precauções especiais de conservação
Não são necessárias precauções especiais de conservação.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
APROVADO EM
28-08-2009
INFARMED
Embalagens de 14, 28, 56 e 100 comprimidos acondicionados em blisteres de Alu/Alu ou
recipientes para comprimidos (HDPE).
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Não existem requisitos especiais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Laboratórios Atral, S.A.
Rua da Estação, n.º 42
Vala do Carregado
2600 – 726 Castanheira do Ribatejo – Portugal
Tel.: +351 263 856 800
Fax: +351 263 855 020
email: info@atralcipan.pt
8. NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
N.º de registo: xxxxxxx - 14 comprimidos revestidos por película, 75 mg, blister de
Alumínio/Alumínio
N.º de registo: xxxxxxx - 28 comprimidos revestidos por película, 75 mg, blister de
Alumínio/Alumínio
N.º de registo: xxxxxxx - 56 comprimidos revestidos por película, 75 mg, blister de
Alumínio/Alumínio
N.º de registo: xxxxxxx - 100 comprimidos revestidos por película, 75 mg, blister de
Alumínio/Alumínio (Embalagem hospitalar)
N.º de registo: xxxxxxx - 14 comprimidos revestidos por película, 75 mg, recipiente para
comprimidos (HDPE)
N.º de registo: xxxxxxx - 28 comprimidos revestidos por película, 75 mg, recipiente para
comprimidos (HDPE)
N.º de registo: xxxxxxx - 56 comprimidos revestidos por película, 75 mg, recipiente para
comprimidos (HDPE)
N.º de registo: xxxxxxx - 100 comprimidos revestidos por película, 75 mg, recipiente
para comprimidos (HDPE) (Embalagem hospitalar)
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE
INTRODUÇÃO NO MERCADO
APROVADO EM
28-08-2009
INFARMED
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO