Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
02-11-2018
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INFARMED
Folheto informativo: Informação para o utilizador
Sanaprav 20 mg comprimidos
Pravastatina sódica
Leia com atenção todo este folheto antes de começar a tomar este medicamento, pois
contém informação importante para si.
- Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente.
- Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
- Este medicamento foi receitado apenas para si. Não deve dá-lo a outros. O
medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sinais de
doença.
- Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não
indicados neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico. Ver secção 4.
O que contém este folheto:
1. O que é Sanaprav e para que é utilizado
2. O que precisa de saber antes de tomar Sanaprav
3. Como tomar Sanaprav
4. Efeitos secundários possíveis
5. Como conservar Sanaprav
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
1. O que é Sanaprav e para que é utilizado
Sanaprav pertence a um grupo de medicamentos chamados estatinas (ou inibidores da
redutase da HMG-CoA). Previne a produção de colesterol pelo fígado e,
consequentemente, reduz os níveis de colesterol e outras gorduras (triglicéridos) no
seu organismo. Quando há níveis excessivos de colesterol no sangue, o colesterol
acumula-se nas paredes dos vasos sanguíneos e causa bloqueios da circulação.
Esta situação chama-se endurecimento das artérias ou aterosclerose e pode levar a:
- dor no peito (angina de peito), quando um vaso sanguíneo do coração fica
parcialmente bloqueado,
- um ataque cardíaco (enfarte do miocárdio), quando um vaso sanguíneo do coração
fica completamente bloqueado,
- um AVC (acidente vascularcerebral), quando um vaso sanguíneo do cérebro fica
completamente bloqueado.
Este medicamento é utilizado em 3 situações:
No tratamento de níveis elevados de colesterol e gorduras no sangue
Sanaprav é utilizado para diminuir níveis elevados de colesterol “mau” e para elevar
os níveis de colesterol “bom” no sangue quando as alterações na dieta e no exercício
não o conseguiram fazer adequadamente.
Na prevenção de doenças cardíacas e dos vasos sanguíneos
- Se tem níveis elevados de colesterol no sangue e fatores de risco que favoreçam
estas doenças (se fuma, se tem excesso de peso, se tem níveis elevados de açúcar no
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sangue ou pressão arterial elevada, se faz pouco exercício), Sanaprav é utilizado para
reduzir o seu risco de contrair doenças cardíacas e dos vasos sanguíneos e para reduzir
o risco de morrer destas doenças.
- Se já teve um AVC ou se tem dores no peito (angina instável) e, mesmo que tenha
níveis normais de colesterol, Sanaprav é utilizado para reduzir o risco de voltar a ter
ataque cardíaco ou AVC, e para reduzir o risco de morrer destas doenças.
Após transplantes de órgãos
Se fez um transplante de órgãos e está a tomar medicação para prevenir que o seu
organismo rejeite o transplante, Sanaprav é utilizado para reduzir níveis aumentados
de gorduras no sangue.
2. O que precisa de saber antes de tomar Sanaprav
Não tome Sanaprav
- se tem alergia à pravastatina ou a qualquer outro componente deste medicamento
(indicados na secção 6);
- se está grávida, a tentar engravidar ou se está a amamentar (ver “Gravidez e
amamentação”);
- se tem uma doença hepática (doença hepática ativa);
- se várias análises ao sangue mostraram um funcionamento do fígado alterado (níveis
aumentados de enzimas hepáticas no sangue).
Advertências e precauções
Antes de fazer este tratamento, deve informar o seu médico se tem, ou já teve, algum
problema médico, como por exemplo:
- doença renal;
- tiroide subativa (hipotiroidismo);
- uma doença hepática ou problemas com o álcool (consumo de grandes quantidades
de bebidas alcoólicas);
- perturbações musculares causadas por uma doença hereditária;
- problemas musculares causados por outro medicamento pertencente ao grupo das
estatinas (fármacos inibidores da redutase da HMG-CoA) ou um medicamento
pertencente ao grupo conhecido como fibratos (ver “Tomar outros medicamentos”).
O seu médico deverá fazer-lhe análises ao sangue antes de começar a tomar Sanaprav
e se tiver sintomas de problemas no fígado enquanto estiver a tomar Sanaprav. Estas
análises serão usadas para avaliar como é o seu fígado está a funcionar.
O seu médico também pode querer que faça análises ao sangue para verificar como é
que o seu fígado está a funcionar depois de começar a tomar Sanaprav.
O risco de degradação muscular é maior em certos doentes. Informe o seu médico se
algumas das seguintes condições se aplica a si:
Se está a tomar ou se tomou nos últimos 7 dias um medicamento designado ácido
fusídico, (um medicamento para infeções bacterianas) por via oral ou injetável. A
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associação de ácido fusídico e Sanaprav pode levar a problemas graves nos músculos
(rabdomiólise).
Se sofreu de qualquer destes problemas, ou se tiver idade superior a 70 anos, o seu
médico necessitará de lhe efetuar análises ao sangue antes, e possivelmente durante o
seu tratamento. Estas análises ao sangue irão ser usadas para avaliar o seu risco de
efeitos secundários relacionados com os músculos.
Se sentir quaisquer cãibras ou dores musculares inexplicadas durante o tratamento,
informe imediatamente o seu médico.
Durante o tratamento com este medicamento, o seu médico irá monitorizá-lo
cuidadosamente se tiver diabetes ou estiver em risco de desenvolver diabetes. Tem
maior probabilidade de desenvolver diabetes se tiver níveis elevados de açúcares e
gorduras no sangue, excesso de peso ou tensão arterial elevada.
Informe igualmente o seu médico ou farmacêutico se sentir uma fraqueza muscular
constante. Podem ser necessários testes ou medicamentos adicionais para diagnosticar
e tratar este problema.
Fale com o seu médico antes de tomar Sanaprav
Confirme com o seu médico ou farmacêutico antes de tomar Sanaprav se tem:
- insuficiência respiratória grave.
Outros medicamentos e Sanaprav
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar, tiver tomado recentemente,
ou se vier a tomar outros medicamentos.
Tomar Sanaprav com qualquer um destes medicamentos pode aumentar o risco de
problemas musculares:
- um medicamento que baixe o nível de colesterol no sangue (fibratos, por exemplo
gemfibrozil, fenofibrato);
- um medicamento que baixe as defesas imunitárias do organismo (ciclosporina);
- um medicamento que trate as infeções causadas por bactérias (um antibiótico, como
a eritromicina ou claritromicina);
-se precisar de tomar ácido fusídico oral para tratar uma infeção bacteriana, deverá
parar de tomar este medicamento. O seu médico irá dizer-lhe quando for seguro
recomeçar Sanaprav. Tomar Sanaprav com ácido fusídico pode raramente resultar em
fraqueza, sensibilidade ou dor muscular (rabdomiólise). Ver mais informação relativa
à rabdomiólise na secção 4;
- colquicina (usada para o tratamento da gota);
- ácido nicotínico (usado no tratamento de níveis elevados de colesterol);
- rifampicina (usada no tratamento de uma infeção denominada tuberculose);
- lenalidomida (usada para o tratamento de um tipo de cancro do sangue denominada
mieloma múltiplo).
Se também estiver a tomar um medicamento que baixe o nível de gorduras no sangue
(de tipo resina, como colestiramina ou colestipol), este tratamento deve ser tomado
pelo menos uma hora antes ou quatro horas após ter tomado a resina. Isto deve-se ao
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facto de a resina poder afetar a absorção de Sanaprav se os dois medicamentos forem
tomados num intervalo muito próximo.
Sanaprav com alimentos e bebidas
Este tratamento pode ser tomado com ou sem alimentos, com meio copo de água.
Deve sempre manter ao mínimo a sua ingestão de álcool. Se estiver preocupado com a
quantidade de álcool que pode beber enquanto toma este medicamento, deverá falar
com o seu médico.
Gravidez e amamentação
Gravidez
Não tome Sanaprav durante a gravidez. Se descobrir que está grávida, deve informar
imediatamente o seu médico.
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
Amamentação
Não tome Sanaprav se tenciona amamentar, dado que este tratamento passa para o
leite materno.
Condução de veículos e utilização de máquinas
Sanaprav normalmente não afetar a sua capacidade de conduzir ou utilizar máquinas.
Se sentir qualquer tontura, visão turva ou visão dupla durante o tratamento, certifique-
se de que está em condições de conduzir e utilizar máquinas antes de tentar fazê-lo.
Sanaprav contém lactose (um tipo de açúcar). Se foi informado pelo seu médico que
tem intolerância a alguns açúcares, contacte-o antes de tomar este medicamento.
Este medicamento contém 2,28 mg de sódio por dose ou seja, é praticamente “isento
de sódio”.
3. Como tomar Sanaprav
O seu médico poderá aconselhá-lo a fazer uma dieta com baixo teor em gorduras, que
deve seguir durante todo o período de tratamento.
Tome este medicamento sempre de acordo com as indicações do médico. Fale com o
seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.
Sanaprav pode ser tomado com ou sem alimentos, com meio copo de água.
Posologia
Adultos:
· No tratamento de níveis elevados de colesterol e gorduras no sangue: a dose habitual
é de 10-40 mg uma vez ao dia, de preferência à noite.
· Na prevenção de doenças cardíacas e dos vasos sanguíneos: a dose habitual é de
40 mg uma vez ao dia, de preferência à noite.
A dose máxima diária de 40 mg de pravastatina não deve ser excedida. O seu médico
irá indicar-lhe qual a dose adequada para si.
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Utilização em crianças e adolescentes
Crianças (8-13 anos) e adolescentes (14-18 anos) com uma doença hereditária que
aumenta o nível de colesterol no sangue:
A dose habitual é de 10-20 mg uma vez ao dia entre os 8 e 13 anos e de 10 a 40 mg
uma vez ao dia entre os 14 e 18 anos.
Após transplante de órgãos:
O seu médico poderá prescrever-lhe uma dose inicial de 20 mg uma vez ao dia. A
dose pode ser ajustada até aos 40 mg pelo seu médico.
Se também estiver a tomar um medicamento que enfraqueça o sistema imunitário do
organismo (ciclosporina), o seu médico poderá prescrever uma dose inicial de 20 mg
uma vez ao dia. A dose pode ser ajustada até aos 40 mg pelo seu médico.
Se sofre de doença renal ou doença hepática grave, o seu médico poderá prescrever-
lhe uma dose mais baixa de Sanaprav.
Se tiver a impressão de que o efeito deste tratamento é demasiado forte ou demasiado
fraco, fale com o seu médico ou farmacêutico.
Duração do tratamento
O seu médico irá indicar-lhe a duração do seu tratamento com Sanaprav. Este
medicamento tem de ser tomado regularmente e durante todo o tempo aconselhado
pelo seu médico, mesmo que seja por um período muito prolongado. Não pare o
tratamento por sua iniciativa.
Se tomar mais Sanaprav do que deveria
Se tomou demasiados comprimidos, ou se alguém tiver ingerido alguns
acidentalmente, contacte o seu médico ou o hospital mais próximo para obter o
aconselhamento apropriado.
Caso se tenha esquecido de tomar Sanaprav
Se falhar uma dose, tome simplesmente a sua dose habitual na altura devida.
Não tome uma dose a dobrar para compensar um comprimido que se esqueceu de
tomar.
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu
médico ou farmacêutico.
4. Efeitos secundários possíveis
Como todos os medicamentos, este medicamento pode causar efeitos secundários,
embora estes não se manifestem em todas as pessoas.
Pare de tomar Sanaprav e informe imediatamente o seu médico se desenvolver
qualquer dor muscular inexplicável ou persistente, sensibilidade, fraqueza ou cãibras
inexplicadas ou persistentes, sobretudo se ao mesmo tempo não se sentir bem ou tiver
a temperatura elevada.
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Em casos muito raros, os problemas musculares podem ser graves (rabdomiólise) e
levar a doença renal grave, potencialmente fatal.
As reações alérgicas graves súbitas incluem inchaço do rosto, lábios, língua ou vias
aéreas, o que pode causar grande dificuldade em respirar. Esta é uma reação muito
rara, que pode ser grave caso ocorra. Deve informar imediatamente o seu médico se
tal acontecer.
Os efeitos secundários seguintes são pouco frequentes e podem afetar menos de 1 em
100 pessoas:
- Efeitos sobre o sistema nervoso: tonturas, cansaço, dores de cabeça ou distúrbios do
sono, incluindo insónias;
- Efeitos sobre a visão: visão turva ou visão dupla;
- Efeitos digestivos: indigestão, náuseas, vómitos, dor ou desconforto no estômago,
diarreia ou obstipação e gases;
- Efeitos sobre a pele e cabelo: comichão, borbulhas, pápulas, erupção na pele,
problemas no couro cabeludo e no cabelo (incluindo perda de cabelo);
- Efeitos urinários e genitais: problemas de bexiga (micção dolorosa ou mais
frequente, ter de urinar durante a noite) e dificuldades sexuais;
- Efeitos sobre os músculos e as articulações: dor muscular e nas articulações.
Os efeitos secundários seguintes são raros e podem afetar menos de 1 em 1.000
pessoas:
- Sensibilidade da pele ao sol.
Os efeitos secundários seguintes são muito raros e podem afetar menos de 1 em
10.000 pessoas:
- Efeitos sobre o sistema nervoso: problemas com o tato, incluindo sensações de
queimadura, formigueiro ou dormência, que poderão indicar lesões nos nervos;
- Efeitos sobre a pele: uma doença na pele grave (síndrome semelhante ao lúpus
eritematoso);
- Efeitos sobre o fígado: inflamação do fígado ou do pâncreas; icterícia (reconhece-se
pelo amarelecimento da pele e da parte branca dos olhos); morte muito rápida das
células hepáticas (necrose hepática fulminante);
- Efeitos sobre os músculos e os ossos: inflamação de um ou mais músculos, levando
a dor ou fraqueza nos músculos (miosite ou polimiosite ou dermatomiosite); dor ou
fraqueza nos músculos, inflamação dos tendões, que pode ser complicada por rotura
de tendões.
- Análises sanguíneas alteradas: aumento nas transaminases (um grupo de enzimas
normalmente presente no sangue), que poderá ser um sinal de problemas hepáticos. O
seu médico poderá querer fazer análises periodicamente para verificar estas enzimas.
Se algum dos efeitos secundários se agravar, ou se detetar quaisquer efeitos
secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.
Efeitos secundários possíveis
- Pesadelos
- Perda de memória
- Depressão
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- Problemas respiratórios, incluindo tosse persistente e/ou falta de ar ou febre
- Diabetes. É mais provável se tiver níveis elevados de açúcares e gorduras no sangue,
excesso de peso e tensão arterial elevada. O seu médico irá monitorizá-lo enquanto
tomar este medicamento.
Efeitos secundários de frequência desconhecida: Fraqueza muscular constante,
insuficiência hepática.
Comunicação de efeitos secundários
Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não
indicados neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico. Também poderá
comunicar efeitos secundários diretamente ao INFARMED, I.P. através dos contactos
abaixo. Ao comunicar efeitos secundários, estará a ajudar a fornecer mais informações
sobre a segurança deste medicamento.
INFARMED, I.P.
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)
Sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
5. Como conservar Sanaprav
Manter este medicamento fora da vista e do alcance das crianças.
Proteger da humidade e da luz.
Conservar a temperatura inferior a 30ºC.
Não utilize este medicamento após o prazo de validade impresso na embalagem
exterior e no blister, após VAL.:. O prazo de validade corresponde ao último dia do
mês indicado.
Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico.
Pergunte ao seu farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza.
Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
Qual a composição de Sanaprav:
- A substância ativa é a pravastatina sódica.
Cada comprimido contém 20 mg de pravastatina sódica.
- Os outros componentes são
Celulose microcristalina, lactose mono-hidratada, estearato de magnésio, povidona,
croscarmelose sódica, óxido de magnésio pesado e óxido de ferro amarelo (E172).
Qual o aspeto de Sanaprav e conteúdo da embalagem
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Comprimidos de cor amarela, oblongos e biconvexos, ranhurados com a impressão
"20" num lado do comprimido acondicionados em blisters de Alumínio/Alumínio.
Sanaprav 20 mg comprimidos apresenta-se em embalagens contendo 30 comprimidos.
Titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante
Titular da Autorização de Introdução no Mercado
Daiichi Sankyo Portugal, Unip. LDA
Lagoas Park - Rua das Lagoas Pequenas, Edifício 5
2740-245 Porto Salvo
Portugal
Fabricante
Daiichi Sankyo Europe GmbH
Luitpoldstrasse 1
DE-85276
Pfaffenhofen/Ilm
Alemanha
Este folheto foi revisto pela última vez em
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
Sanaprav 10 mg comprimidos
Sanaprav 20 mg comprimidos
Sanaprav 40 mg comprimidos
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Sanaprav 10 mg comprimidos
Cada comprimido contém 10 mg de pravastatina sódica.
Sanaprav 20 mg comprimidos
Cada comprimido contém 20 mg de pravastatina sódica.
Sanaprav 40 mg comprimidos
Cada comprimido contém 40 mg de pravastatina sódica.
Excipientes com efeito conhecido:
Sanaprav 10 mg comprimidos
Cada comprimido contém:
Lactose - 64,95 mg (sob a forma de lactose mono-hidratada),
Sódio - 0,52 mg (sob a forma de pravastatina sódica) e 0,62 mg (sob a forma de
croscarmelose sódica).
Sanaprav 20 mg comprimidos
Cada comprimido contém:
Lactose - 129,9 mg (sob a forma de lactose mono-hidratada),
Sódio - 1,04 mg (sob a forma de pravastatina sódica) e 1,24 mg (sob a forma de
croscarmelose sódica).
Sanaprav 40 mg comprimidos
Cada comprimido contém:
Lactose - 259,8 mg (sob a forma de lactose mono-hidratada),
Sódio - 2,08 mg (sob a forma de pravastatina sódica) e 2,48 mg (sob a forma de
croscarmelose sódica).
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Comprimido.
Comprimidos de cor amarela, oblongos e biconvexos, ranhurados. Os comprimidos de
10 mg têm a impressão"10" num lado do comprimido. Os comprimidos de 20 mg têm
a impressão"20" num lado do comprimido.
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4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
Hipercolesterolemia
Tratamento da hipercolesterolemia primária ou dislipidemia mista, como adjuvante da
dieta, sempre que seja inadequada a resposta à dieta e a outros tratamentos não
farmacológicos (por exemplo exercício, redução do peso).
Prevenção primária
Redução da mortalidade e morbilidade cardiovascular em doentes com
hipercolesterolemia moderada ou grave e em risco elevado de um primeiro
acontecimento cardiovascular, como um adjuvante para a dieta (ver secção 5.1).
Prevenção secundária
Redução da mortalidade e morbilidade cardiovascular em doentes com história de
enfarte do miocárdio (EM) ou angina de peito instável e com níveis de colesterol
normais ou elevados, como um adjuvante para correção de outros fatores de risco (ver
secção 5.1).
Pós-transplante
Redução da hiperlipidemia pós-transplante em doentes a receber terapêutica
imunossupressora após transplante de órgão sólido (ver secções 4.2, 4.5 e 5.1).
4.2 Posologia e modo de administração
Posologia
Antes de iniciar o tratamento com Sanaprav, as causas secundárias de
hipercolesterolemia devem ser excluídas e os doentes devem ser colocados sob uma
dieta padrão para reduzir os lípidos, que deve ser continuada durante o tratamento.
Sanaprav é administrado por via oral uma vez ao dia, preferencialmente à noite, com
ou sem alimentos.
Hipercolesterolemia: o intervalo de doses recomendado é de 10-40 mg uma vez ao
dia. A resposta terapêutica é observada após uma semana e o efeito completo de uma
dose administrada ocorre após quatro semanas, pelo que devem ser realizadas
determinações lipídicas periodicamente e a posologia ajustada em conformidade. A
dose diária máxima é de 40 mg.
Prevenção cardiovascular: em todos os ensaios preventivos de morbilidade e
mortalidade, a única dose inicial e de manutenção estudada foi a dose diária de 40 mg.
Posologia após transplante: após o transplante de órgãos, recomenda-se uma dose
inicial de 20 mg por dia em doentes a receber terapêutica imunossupressora (ver
secção 4.5). Dependendo da resposta dos parâmetros lipídicos, a dose pode ser
ajustada até 40 mg sob vigilância clínica cuidadosa (ver secção 4.5).
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Crianças e adolescentes (8-18 anos de idade) com hipercolesterolemia familiar
heterozigótica: o intervalo de doses recomendado é de 10-20 mg, uma vez por dia,
para idades entre 8 e 13 anos de idade uma vez que doses superiores a 20 mg não
foram estudadas nesta população e 10-40 mg diários para idades entre 14 e 18 anos de
idade (para crianças e adolescentes do sexo feminino em risco de engravidar, ver
secção 4.6; para resultados do estudo, ver secção 5.1). Não existem dados clínicos em
crianças com menos de 8 anos de idade.
Doentes idosos: não é necessário nenhum ajuste da dose nestes doentes, exceto se
houver fatores de risco predisponentes (ver secção 4.4).
Compromisso renal ou hepático: recomenda-se uma dose diária inicial de 10 mg em
doentes com compromisso renal moderado ou grave ou compromisso hepático
significativo. A posologia deve ser ajustada de acordo com a resposta dos parâmetros
lipídicos e sob vigilância clínica cuidadosa.
Terapêutica concomitante: os efeitos redutores lipídicos de Sanaprav no colesterol
total e no colesterol-LDL (C-LDL) são potenciados quando associado a uma resina
sequestradora dos ácidos biliares (por exemplo colestiramina, colestipol). Sanaprav
deve ser administrado uma hora antes, ou pelo menos, quatro horas após a resina (ver
secção 4.5).
Para os doentes a receber ciclosporina com ou sem outros medicamentos
imunossupressores, o tratamento deve ser iniciado com 20 mg de pravastatina uma
vez ao dia e o ajuste posológico para 40 mg deve ser realizado com precaução (ver
secção 4.5).
4.3 Contraindicações
- Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes mencionados
na secção 6.1.
- Doença hepática ativa, incluindo elevações persistentes não explicáveis da
transaminase sérica que excedam 3 x o limite superior normal (LSN) (ver secção 4.4).
- Gravidez e aleitamento (ver secção 4.6).
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
A pravastatina não foi avaliada em doentes com hipercolesterolemia familiar
homozigótica. A terapêutica não é adequada quando a hipercolesterolemia é devida ao
colesterol- HDL elevado.
Tal como com outros inibidores da redutase da HMG-CoA, a associação da
pravastatina com fibratos não é recomendada.
O benefício/risco do tratamento nas crianças antes da puberdade deverá ser
cuidadosamente avaliado pelos médicos antes de se iniciar o tratamento.
Afeções hepáticas: tal como com outros fármacos redutores dos lípidos, têm sido
observados aumentos moderados nos níveis das transaminases hepáticas. Na maior
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parte dos casos, os níveis das transaminases hepáticas voltaram aos seus valores
basais sem ser necessário interromper o tratamento.
Deve ser dada especial atenção aos doentes que desenvolvem aumento nos níveis das
transaminases e a terapêutica deve ser interrompida se os aumentos na alanina
aminotransferase (ALT) e na aspartato aminotransferase (AST) excederem três vezes
o limite superior normal e se persistirem.
Têm sido raras as notificações pós-comercialização de insuficiência hepática fatal e
não fatal em doentes a tomar estatinas, incluindo pravastatina. Se ocorrerem lesões
graves no fígado com sintomas clínicos e/ou hiperbilirrubinemia ou icterícia durante o
tratamento com pravastatina, deve interromper prontamente a terapêutica. Se não for
descoberta uma etiologia alternativa, não recomece a pravastatina.
Deverá ter-se precaução quando a pravastatina é administrada a doentes com história
de doença hepática ou de ingestão de quantidades substanciais de álcool.
Afeções musculares: tal como com outros inibidores da redutase da HMG-CoA
(estatinas), o tratamento com a pravastatina tem sido associado ao aparecimento de
mialgia, miopatia, e muito raramente, rabdomiólise. A miopatia tem de ser
considerada em qualquer doente a receber tratamento com estatinas, e que apresente
sintomas musculares não explicáveis, tais como dor ou sensibilidade, fraqueza
muscular ou cãibras musculares. Em tais casos, os níveis de creatina-quinase (CK)
devem ser medidos (ver abaixo). A terapêutica com estatinas deve ser
temporariamente interrompida quando os níveis de CK são > 5 x LSN ou quando
houver sintomas clínicos graves. Muito raramente (cerca de 1 caso em 100.000
doentes por ano) ocorre rabdomiólise, com ou sem insuficiência renal secundária. A
rabdomiólise é uma situação aguda potencialmente fatal do músculo esquelético que
pode desenvolver-se em qualquer altura do tratamento e que é caracterizada por
destruição maciça do músculo associada a um grande aumento na CK (habitualmente
> 30 ou 40 x LSN) conduzindo a mioglobinúria.
O risco de miopatia com estatinas parece estar dependente da exposição e por
conseguinte pode variar com fármacos individuais (devido a lipofilicidade e
diferenças farmacocinéticas), incluindo a sua posologia e potencial para interações
farmacológicas. Embora a nível muscular não haja contraindicação à prescrição de
uma estatina, certos fatores predisponentes que incluem idade avançada (>65),
hipotiroidismo não controlado e insuficiência renal, podem aumentar o risco de
toxicidade muscular, pelo que justificam uma avaliação cuidadosa da relação
benefício/risco e monitorização clínica especial. Nestes doentes, a medição da CK é
indicada antes do início da terapêutica com estatina (ver abaixo).
Foram notificados casos muito raros de uma miopatia necrosante imunomediada
(IMNM - imune-mediated necrotizing myopathy) durante ou após o tratamento com
algumas estatinas. A IMNM é caracterizada clinicamente por fraqueza muscular
proximal e elevação da creatinina quinase sérica, que persistem apesar da interrupção
do tratamento com estatinas.
O risco e a gravidade das afeções musculares durante a terapêutica com estatinas são
aumentados pela administração concomitante de medicamentos que interagem, tais
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como a ciclosporina, a claritromicina a eritromicina e outros macrólidos ou a niacina.
O uso de fibratos em monoterapia está ocasionalmente associado a miopatia. O uso
associado de uma estatina e fibratos deve, de modo geral, ser evitado. A
administração concomitante de estatinas e de ácido nicotínico deve ser efetuada com
precaução. Foi também descrito um aumento na incidência de miopatia em doentes a
receber outras estatinas em associação com inibidores do metabolismo do citocromo
P450. Tal pode resultar de interações farmacocinéticas que não foram documentadas
para a pravastatina (ver secção 4.5). Os sintomas musculares, quando associados à
terapêutica com estatinas, resolvem-se geralmente após a interrupção da estatina.
As estatinas, incluindo a pravastatina, não devem ser co-administradas com
formulações sistémicas de ácido fusídico ou no espaço de 7 dias após a interrupção do
tratamento com ácido fusídico. Em doentes onde o uso de ácido fusídico sistémico é
considerado essencial, o tratamento com estatinas deve ser interrompido durante a
duração do tratamento com ácido fusídico. Houve relatos de rabdomiólise (incluindo
algumas fatalidades) em doentes a tomar ácido fusídico e estatinas em combinação
(ver secção 4.5). O doente deve ser aconselhado a procurar aconselhamento médico
imediatamente se tiver quaisquer sintomas de fraqueza muscular, dor ou sensibilidade.
O tratamento com estatinas pode ser reintroduzido sete dias após a última dose de
ácido fusídico.
Em circunstâncias excepcionais, em que é necessário ácido fusídico sistémico
prolongado, por exemplo, para o tratamento de infecções graves, a necessidade de
coadministração de pravastatina e ácido fusídico deve apenas ser considerada caso a
caso e sob supervisão médica apertada.
Têm sido notificados casos de miopatia, incluindo rabdomiólise, com pravastatina
coadministrada com colquicina. Deve-se ter precaução quando se prescreve
pravastatina com colquicina (ver secção 4.5).
Medição da creatina-quinase e interpretação:
A monitorização por rotina da creatina-quinase (CK), ou dos níveis de outras enzimas
musculares, não é recomendada em doentes assintomáticos a receber terapêutica com
estatina. Contudo, a medição da CK é recomendada antes do início da terapêutica com
estatina em doentes com fatores predisponentes especiais, assim como em doentes a
desenvolver sintomas musculares durante a terapêutica com estatina, conforme
descrito abaixo. Se os níveis basais de CK estão significativamente elevados (> 5 x
LSN), os níveis de CK devem ser novamente medidos cerca de 5 a 7 dias mais tarde
para confirmação dos resultados. Quando medidos, os níveis de CK devem ser
interpretados no contexto de outros fatores potenciais que podem causar dano
muscular transitório, tais como exercício intenso ou trauma muscular.
Antes do início do tratamento: deverá ter-se precaução nos doentes com fatores
predisponentes tais como compromisso renal, hipotiroidismo, história anterior de
toxicidade muscular com uma estatina ou fibrato, história pessoal ou familiar de
afeções musculares hereditárias, ou de abuso de álcool. Nestes casos, os níveis de CK
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devem ser medidos antes do início da terapêutica. A medição da CK também deve ser
considerada antes do início do tratamento em pessoas com mais de 70 anos de idade,
especialmente na presença de outros fatores predisponentes nesta população. Se os
níveis basais da CK estão significativamente elevados (> 5 x LSN), o tratamento não
deve ser iniciado e os resultados devem ser novamente medidos após 5-7 dias. Os
níveis basais da CK podem também ser úteis como referência no caso de um aumento
posterior durante a terapêutica com estatinas.
Durante o tratamento: os doentes devem ser aconselhados a relatar imediatamente dor
muscular não explicável, sensibilidade, fraqueza ou cãibras. Nestes casos, os níveis da
CK devem ser medidos. Se se detetar um aumento do nível da CK acentuado (> 5 x
LSN), a terapêutica com estatina tem de ser interrompida. Também deve ser
considerada a interrupção do tratamento se os sintomas musculares forem graves e
causarem desconforto diário, mesmo se o aumento da CK se mantiver
5 x LSN. Se
os sintomas se resolverem e os níveis da CK voltarem ao normal, pode então ser
considerada a reintrodução da terapêutica com a estatina na dose mais baixa com
monitorização clínica cuidadosa. Se suspeitar de uma doença muscular hereditária
nestes doentes, não se recomenda o reinício da terapêutica com estatinas.
Doença pulmonar intersticial
Foram notificados casos raros de doença pulmonar intersticial com algumas estatinas,
especialmente com tratamentos de longa duração (ver secção 4.8). Os sintomas
observados incluem dispneia, tosse não produtiva e deterioração do estado de saúde
em geral (fadiga, perda de peso e febre). Se houver suspeita de desenvolvimento de
doença pulmonar intersticial, a terapêutica com estatina deve ser interrompida.
Diabetes Mellitus:
Algumas evidências sugerem que as estatinas, sendo uma classe que aumenta os
níveis de glicemia e, em alguns doentes com risco elevado de desenvolver diabetes,
podem produzir um nível de hiperglicemia em que se torna adequado adotarem-se
medidas de controlo da diabetes. Contudo, este risco é compensado pela redução do
risco vascular pelas estatinas, pelo que tal não é razão para interromper o tratamento
com estatinas. Doentes em risco (glucose em jejum entre 5,6 e 6,9 mmol/l, IMC
>30kg/m2, triglicéridos aumentados, hipertensão) devem ser monitorizados tanto
clinicamente como bioquimicamente, de acordo com as normas de orientação
nacionais.
Este medicamento contém lactose mono-hidratada. Doentes com problemas
hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência de lactase ou malabsorção de
glucose-galactose não devem tomar este medicamento.
Este medicamento contém sódio. Este medicamento contém menos do que 1 mmol
(23 mg) de sódio por comprimido ou seja, é praticamente “isento de sódio”.
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
Fibratos: o uso de fibratos em monoterapia está ocasionalmente associado a miopatia.
Tem sido relatado um risco aumentado de acontecimentos adversos relacionados com
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os músculos, incluindo rabdomiólise, quando os fibratos são administrados
concomitantemente com outras estatinas. Com a pravastatina não podem ser excluídos
estes acontecimentos adversos, por conseguinte deve ser evitado o uso associado da
pravastatina e fibratos (por exemplo gemfibrozil, fenofibrato) (ver secção 4.4). Se esta
associação for considerada necessária, é requerida a monitorização clínica cuidadosa e
a monitorização da CK dos doentes medicados com este regime.
Colestiramina/Colestipol: a administração concomitante resultou numa diminuição de
aproximadamente 40 a 50% na biodisponibilidade da pravastatina. Não houve redução
clinicamente significativa na biodisponibilidade ou no efeito terapêutico quando a
pravastatina foi administrada uma hora antes ou quatro horas após a colestiramina ou
uma hora antes do colestipol (ver secção 4.2).
Ciclosporina: a administração concomitante de pravastatina e ciclosporina conduz a
um aumento, de aproximadamente 4 vezes, na exposição sistémica à pravastatina.
Nalguns doentes, contudo, pode ser maior o aumento na exposição à pravastatina. É
recomendada a monitorização clínica e bioquímica dos doentes que recebem esta
associação (ver secção 4.2).
Antagonistas da vitamina K: tal como com outros inibidores da HMG-CoA redutase,
o início de tratamento ou o aumento da dose de pravastatina em doentes tratados
concomitantemente com antagonistas da vitamina K (p.ex. varfarina ou outro
anticoagulante cumarínico) pode resultar num aumento da Razão Normalizada
Internacional (INR). Descontinuação ou a diminuição da dose de pravastatina pode
resultar numa diminuição do INR. Nestas situações, é necessário monitorização
apropriada do INR.
Macrólidos: quando utilizados concomitantemente, os macrólidos têm o potencial de
aumentar a exposição às estatinas. A pravastatina deve ser utilizada com cautela com
antibióticos macrólidos (por exemplo eritromicina, claritromicina, roxitromicina)
devido ao risco potencial aumentado de miopatias.
Num de dois estudos de interacção com pravastatina e eritromicina foi observado um
aumento estatisticamente significativo na AUC (70%) e Cmax (121%) da
pravastatina. Num estudo semelhante com claritromicina foi observado um aumento
estatisticamente significativo na AUC (110%) e Cmax (127%). Apesar de estas
alterações serem minor, deverá ter-se precaução na associação de pravastatina com
eritromicina ou claritromicina.
Varfarina e outros anticoagulantes orais: os parâmetros de biodisponibilidade para a
pravastatina no estado estacionário não foram alterados após a administração com a
varfarina. A administração crónica dos dois medicamentos não causou alterações na
ação anticoagulante da varfarina.
Ácido fusídico: o risco de miopatia, incluindo rabdomiólise, pode ser aumentado pela
administração concomitante de ácido fusídico sistémico com estatinas. O mecanismo
desta interacção (farmacodinâmica ou farmacocinética, ou ambos) é ainda
desconhecido. Houve relatos de rabdomiólise (incluindo alguns fatais) em pacientes
que receberam esta combinação.
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Se for necessário tratamento com ácido fusídico sistémico, o tratamento com
pravastatina deve ser descontinuado durante todo o tratamento com ácido fusídico
(ver também secção 4.4).
Colquicina: Precaução de uso: Devido ao aumento do risco de miopatia/rabdomiólise,
é aconselhado a monitorização clínica e biológica, especialmente quando se inicia a
associação de pravastatina e colquicina.
Ácido nicotínico: o risco de toxicidade muscular é aumentado quando estatinas são
administradas concomitantemente com ácido nicotínico. Num estudo de doentes
chineses que tomaram a associação de ácido nicotínico com laropiprant
concomitantemente com sinvastatina apresentaram maior incidência de miopatia e
rabdomiólise em comparação com os caucasianos.
Rifampicina: num estudo de interação em que a pravastatina foi administrada em
conjunto com a rifampicina, foi observado um aumento de quase 3 vezes da AUC e
Cmax da pravastatina. Deste modo, deve ser tida precaução quando se combina
pravastatina com rifampicina, se ambos forem administrados ao mesmo tempo. Não
deve ser expectável interação se a administração for separada por pelo menos duas
horas.
Lenalidomida: existe um risco aumentado de rabdomiólise quando estatinas são
combinadas com a lenalidomida. Uma monitorização clínica e biológica reforçada é
particularmente necessária durante as primeiras semanas de tratamento.
Medicamentos metabolizados pelo citocromo P450: a pravastatina não é metabolizada
numa extensão clinicamente significativa pelo sistema do citocromo P450. É por este
facto que os medicamentos que são metabolizados pelo sistema do citocromo P450 ou
que são inibidores do sistema do citocromo P450, podem ser incluídos num regime
posológico estável de pravastatina sem causar alterações significativas nos níveis
plasmáticos da pravastatina, como tem sido observado com outras estatinas. A
ausência de uma interação farmacocinética significativa com a pravastatina tem sido
especificamente demonstrada para vários medicamentos, em particular aqueles que
são substratos/inibidores do CYP3A4, por exemplo diltiazem, verapamilo,
itraconazol, cetoconazol, inibidores da protease, sumo de toranja, e inibidores do
CYP2C9 (por exemplo fluconazol).
Num de dois estudos de interação com pravastatina e eritromicina foi observado um
aumento estatisticamente significativo na AUC (70%) e na Cmax (121%) da
pravastatina. Num estudo semelhante com claritromicina foi observado um aumento
estatisticamente significativo na AUC (110%) e na Cmax (127%). Apesar de estas
alterações serem minor, deverá ter-se precaução na associação de pravastatina com
eritromicina ou claritromicina.
Outros medicamentos: em estudos de interação não foram observadas diferenças
estatisticamente significativas na biodisponibilidade quando a pravastatina foi
administrada com ácido acetilsalicílico, antiácidos (quando administrados uma hora
antes da pravastatina), ácido nicotínico ou probucol.
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4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento
Gravidez
Gravidez: a pravastatina é contraindicada durante a gravidez e só deve ser
administrada a mulheres em risco de engravidar quando seja improvável que estas
doentes concebam e após terem sido informadas do risco potencial. Em adolescentes
do sexo feminino em risco de engravidar, recomenda se precaução especial para
assegurar a compreensão do risco potencial associado à terapêutica com pravastatina
durante a gravidez. Se uma doente planear engravidar ou engravidar, o médico tem de
ser informado imediatamente e a pravastatina deve ser interrompida devido ao risco
potencial para o feto (ver secção 4.3).
Amamentação
Amamentação: é excretada uma pequena quantidade de pravastatina no leite humano
materno, pelo que a pravastatina é contraindicada durante o aleitamento (ver secção
4.3).
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Os efeitos da pravastatina sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas são
nulos ou desprezáveis. Contudo, ao conduzir ou operar máquinas deve ter-se em
consideração que podem ocorrer tonturas e distúrbios na visão durante o tratamento.
4.8 Efeitos indesejáveis
As frequências dos acontecimentos adversos são classificadas de acordo com o
seguinte: muito frequentes (
1/10); frequentes (
1/100, < 1/10); pouco frequentes (
1/1.000, < 1/100); raras (
1/10.000, < 1/1.000); muito raras (< 1/10.000). Os efeitos
indesejáveis são apresentados por ordem decrescente de gravidade dentro de cada
classe de frequência.
Ensaios clínicos: Sanaprav foi estudado na dose de 40 mg em sete ensaios
aleatorizados em dupla ocultação controlados por placebo envolvendo mais de 21.000
doentes tratados com pravastatina (n= 10.764) ou placebo (n= 10.719), representando
mais de 47.000 doentes por ano de exposição à pravastatina. Mais de 19.000 doentes
foram seguidos durante uma média de 4,8-5,9 anos.
Foram relatadas as reações adversas farmacológicas seguintes; nenhuma ocorreu
numa taxa para além de 0,3% no grupo da pravastatina comparado com o grupo de
placebo.
Doenças do sistema nervoso:
Pouco frequentes: tonturas, cefaleias, distúrbios do sono, insónia
Afeções oculares:
Pouco frequentes: alterações da visão (incluindo visão turva e diplopia)
Doenças gastrointestinais:
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Pouco frequentes: dispepsia/azia, dor abdominal, náuseas/vómitos, obstipação,
diarreia, flatulência
Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos:
Pouco frequentes: prurido, erupção cutânea, urticária, alterações do couro
cabeludo/cabelo (incluindo alopecia)
Doenças renais e urinárias:
Pouco frequentes: alteração da micção (incluindo disúria, frequência, noctúria)
Doenças dos órgãos genitais e da mama:
Pouco frequentes: disfunção sexual
Perturbações gerais:
Pouco frequentes: fadiga
Acontecimentos de interesse clínico especial
Musculoesquelético: em ensaios clínicos foram notificados efeitos no
musculoesquelético, por exemplo dor musculoesquelética, incluindo artralgia, cãibra
muscular, mialgia, fraqueza muscular e níveis de CK elevados. Nos ensaios clínicos
"Cholesterol and Recurrent Events (CARE)", "West of Scotland Coronary Prevention
Study" (WOSCOPS) e "Long-term Intervention with Ppravastatin in Ischemic
Disease" (LIPID), a taxa de mialgia (1,4% pravastatina vs. 1,4% placebo) e de
fraqueza muscular (0,1% pravastatina vs. < 0,1% placebo) e a incidência de nível de
CK > 3 x LSN e > 10 x LSN foi similar ao placebo (1,6% pravastatina vs. 1,6%
placebo e 1,0% pravastatina vs. 1,0% placebo, respetivamente) (ver secção 4.4).
Efeitos hepáticos: foram notificadas elevações das transaminases séricas. Nos três
ensaios clínicos de longa duração, controlados por placebo, CARE, WOSCOPS e
LIPID, ocorreram alterações acentuadas das ALT e AST (> 3 x LSN) em frequência
similar (
1,2%) em ambos os grupos de tratamento.
Pós-comercialização
Adicionalmente ao acima referido, têm sido notificados os seguintes acontecimentos
adversos durante a experiência pós-comercialização da pravastatina:
Doenças do sistema nervoso:
Muito raras: polineuropatia periférica, em particular se utilizada por um período de
tempo prolongado, parestesia
Doenças do sistema imunitário:
Muito raras: reações de hipersensibilidade: anafilaxia, angioedema, síndrome do tipo
lúpus eritematoso
Doenças gastrointestinais:
Muito raras: pancreatite
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Afeções hepatobiliares:
Muito raras: icterícia, hepatite, necrose hepática fulminante
Desconhecidas: insuficiência hepática fatal e não fatal
Afeções musculoesqueléticas e dos tecidos conjuntivos:
Muito raras: rabdomiólise, que pode ser associada com insuficiência renal aguda
secundária a mioglobinúria, miopatia (ver secção 4.4); miosite, polimiosite
Desconhecidas: afeções dos tendões, especificamente tendinites, por vezes
complicados por rutura.
Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos:
Raras: reações de fotossensibilidade
Muito raras: dermatomiosite
Desconhecidas: erupção cutânea liquenoide
Efeitos de classe:
-Pesadelos
-Perda de memória
-Depressão
-Casos raros de doença pulmonar intersticial, especialmente com terapêutica de longa
duração (ver secção 4.4)
- Diabete Mellitus: a frequência irá depender da presença ou ausência de fatores de
risco (glucose em jejum
5,6 mmol/l, IMC >30 kg/m2, triglicéridos aumentados,
antecedentes de hipertensão).
Afeções musculoesqueléticas e dos tecidos conjuntivos:
Frequência desconhecida: Miopatia necrosante imunomediada (ver secção 4.4)
Notificação de suspeitas de reações adversas
A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é
importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-
risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer
suspeitas de reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P.:
INFARMED, I.P.
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)
Sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
4.9 Sobredosagem
Até ao presente a experiência com a sobredosagem de pravastatina tem sido limitada.
No caso de sobredosagem não há tratamento específico. No caso de sobredosagem, o
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doente deve ser tratado sintomaticamente e as medidas de suporte instituídas como
necessário.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 3.7 – Aparelho cardiovascular. Antidislipidémicos, código
ATC: C10AA03
Mecanismo de ação:
A pravastatina é um inibidor competitivo da redutase 3-hidroxi3-metilglutaril-
coenzima A (HMG CoA), a enzima que catalisa a etapa precoce limitante da
biossíntese do colesterol, e produz o seu efeito redutor lipídico de dois modos.
Primeiro, com a inibição competitiva específica e reversível da redutase da HMG-
CoA, produz uma redução modesta na síntese do colesterol intracelular. Tal resulta
num aumento no número de recetores-LDL na superfície da célula e na potenciação
do catabolismo mediado por recetor e na depuração do C-LDL circulante.
Segundo, a pravastatina inibe a produção de LDL pela inibição da síntese hepática de
colesterol VLDL, o precursor do C-LDL.
Em indivíduos saudáveis e em doentes com hipercolesterolemia, a pravastatina sódica
reduz os seguintes valores lipídicos: colesterol total, C-LDL, apolipoproteína B,
colesterol-VLDL e triglicéridos; enquanto são elevados o colesterol-HDL e a
apolipoproteína A.
Eficácia clínica:
Prevenção primária
O WOSCOPS foi um ensaio aleatorizado, em dupla ocultação, controlado por placebo
que envolveu 6.595 doentes do sexo masculino, com idades compreendidas entre os
45 e 64 anos, com hipercolesterolemia moderada a grave (C-LDL: 155-232 mg/dl
[4,0-6,0 mmol/1]) e sem história de EM, tratados durante uma média de 4,8 anos com
uma dose diária de 40 mg de pravastatina ou de placebo, como adjuvante da dieta.
Nos doentes tratados com pravastatina, os resultados mostraram:
- uma diminuição no risco de mortalidade por doença coronária e por EM não fatal
(redução de risco relativo RRR de 31%; p = 0,0001 com um risco absoluto de 7,9%
no grupo placebo e 5,5% nos doentes tratados com pravastatina); os efeitos nas taxas
destes acontecimentos cardiovasculares cumulativos são logo evidentes após 6 meses
de tratamento;
- uma diminuição no número total de mortes por um acontecimento cardiovascular
(RRR 32%; p = 0,03);
- quando os fatores de risco foram tidos em consideração, foi também observada uma
RRR de 24% (p = 0,039) na mortalidade total entre doentes tratados com pravastatina;
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- uma diminuição no risco relativo para efetuar procedimentos de revascularização
miocárdica (cirurgia coronária com enxerto arterial de bypass ou angioplastia
coronária) em 37% (p = 0,009) e de angiografia coronária de 31% (p = 0,007).
O benefício do tratamento nos critérios acima mencionados é desconhecido nos
doentes com idade superior a 65 anos, que não foram incluídos no estudo.
Na ausência de dados em doentes com hipercolesterolemia associada a um nível de
triglicéridos superior a 6 mmol/l (5,3 g/l) após uma dieta de 8 semanas, neste estudo,
o benefício do tratamento com pravastatina não foi estabelecido neste tipo de doentes.
Prevenção secundária
O estudo LIPID foi um estudo multicêntrico, aleatorizado, em dupla ocultação,
controlado por placebo que comparou os efeitos da pravastatina (40 mg uma vez por
dia) com o placebo em 9014 doentes com idades entre os 31 e 75 anos, durante uma
média de 5,6 anos, com níveis de colesterol sérico normal a elevado (colesterol total
basal = 155 a 271 mg/dl [4,0-7,0 mmol/l], colesterol total médio = 219 mg/dl [5,66
mmol/l]), com níveis de triglicéridos variável até 443 mg/dl [5,0 mmol/l] e com
história de EM ou de angina de peito instável nos 3 a 36 meses precedentes. O
tratamento com pravastatina reduziu significativamente o risco relativo de morte por
doença cardíaca coronária (DCC) em 24% (p = 0,0004, com um risco absoluto de
6,4% no grupo placebo e 5,3% nos doentes tratados com pravastatina), o risco relativo
de acontecimentos coronários (morte por doença cardíaca coronária ou enfarte do
miocárdio não fatal) em 24% (p < 0,0001) e o risco relativo de EM fatal ou não fatal
em 29% (p < 0,0001). Nos doentes tratados com pravastatina, os resultados
mostraram:
- uma redução no risco relativo de mortalidade total em 23% (p < 0,0001) e
mortalidade cardiovascular em 25% (p < 0001);
- uma redução no risco relativo de realização de procedimentos de revascularização
do miocárdio (cirurgia coronária com enxerto de bypass ou angioplastia coronária
transluminal percutânea) em 20% (p < 0,0001);
- uma redução no risco relativo de acidente vascular cerebral em 19% (p = 0,048).
O estudo CARE foi um estudo aleatorizado, em dupla ocultação, controlado por
placebo que comparou os efeitos da pravastatina (40 mg uma vez por dia) na morte
por DCC e EM não fatal durante uma média de 4,9 anos em 4159 doentes com idades
entre os 21 e 75 anos, com níveis de colesterol total normais (colesterol total médio
basal < 240 mg/dl), que tiveram um EM nos 3 a 20 meses precedentes. O tratamento
com pravastatina reduziu de modo significativo:
- a taxa de um acontecimento coronário recorrente (morte por doença cardíaca
coronária ou enfarte do miocárdio não fatal) em 24% (p = 0,003, placebo 13,3%,
pravastatina 10,4%);
- o risco relativo de realização de procedimentos de revascularização (cirurgia
coronária com enxerto de bypass ou angioplastia coronária transluminal percutânea)
em 27% (p < 0,001).
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O risco relativo de acidente vascular cerebral foi também reduzido em 32% (p =
0,032), e o de acidente vascular cerebral ou acidente isquémico transitório combinado
em 27% (p = 0,02).
O benefício do tratamento nos critérios acima mencionados é desconhecido nos
doentes com idade superior a 75 anos, que não foram incluídos nos estudos CARE e
LIPID.
Na ausência de dados nos doentes com hipercolesterolemia associada a um nível de
triglicéridos superior a 4 mmol/l (3,5 g/l) ou superior a 5 mmol/l (4,45 g/l) após uma
dieta durante 4 ou 8 semanas, nos estudos CARE e LIPID, respetivamente, o
benefício do tratamento com pravastatina não foi estabelecido neste tipo de doentes.
Nos estudos CARE e LIPID, cerca de 80% dos doentes tinham recebido ácido
acetilsalicílico como parte do seu regime.
Transplante cardíaco e renal
A eficácia da pravastatina em doentes a receber um tratamento imunossupressor após:
-Transplante cardíaco foi determinada num estudo prospetivo, aleatorizado,
controlado (n = 97). Os doentes foram tratados em simultâneo com pravastatina (20-
40 mg) ou sem pravastatina, e um regime terapêutico imunossupressor padrão de
ciclosporina, prednisona e azatioprina. O tratamento com a pravastatina reduziu
significativamente a taxa de rejeição cardíaca com compromisso hemodinâmico ao
fim de um ano, melhorou a sobrevivência ao fim de um ano (p = 0,025), e reduziu o
risco de vasculopatia coronária no transplante conforme determinado por angiografia
e autópsia (p = 0,049).
-Transplante renal foi determinada num estudo prospetivo, não controlado, não
aleatorizado, (n = 48) com a duração de 4 meses. Os doentes foram tratados em
simultâneo com pravastatina (20 mg) ou sem pravastatina, e um regime terapêutico
imunossupressor padrão de ciclosporina e prednisona. Nos doentes com transplante
renal, a pravastatina reduziu significativamente a incidência de episódios de rejeição
múltipla e a incidência de episódios agudos de rejeição provados por biopsia e o uso
de injeções pulsáteis de prednisolona e Muromonab-CD3.
Crianças e adolescentes (8-18 anos de idade):
Um estudo em dupla ocultação, controlado por placebo, foi realizado em 214 doentes
pediátricos com hipercolesterolemia familiar heterozigótica durante 2 anos. As
crianças (8-13 anos) foram aleatorizadas para receber placebo (n = 63) ou 20 mg
diários de pravastatina (n = 65) e os adolescentes (14-18 anos) foram aleatorizados
para receber placebo (n = 45) ou 40 mg diários de pravastatina (n = 41).
Para a inclusão neste estudo era necessário que um dos progenitores tivesse
diagnóstico clínico ou molecular de hipercolesterolemia familiar. O valor médio basal
de colesterol LDL foi 239 mg/dl (6,2 mmol/l) e 237 mg/dl (6,1 mmol/l) para a
pravastatina (intervalo 151 - 405 mg/dl [3,9-10,5 mmol/l]) e para o placebo (intervalo
154-375 mg/dl [4,0-9,7 mmol/l]). Na análise dos dados dos grupos de crianças e
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adolescentes observou-se uma redução percentual média significativa do colesterol
LDL de - 22,9 % e também do colesterol total (-17,2 %), semelhante à eficácia
demonstrada em adultos com 20 mg de pravastatina.
Os efeitos do tratamento com a pravastatina foram semelhantes nos dois grupos
etários. O colesterol LDL médio alcançado foi 186 mg/dl (4,8 mmol/l) (intervalo: 67-
363 mg/dl [1,7-9,4 mmol/l]) no grupo da pravastatina em comparação com 236 mg/dl
(6,1 mmol/l) (intervalo: 105-438 mg/dl [2,7-11,3 mmol/l]) no grupo do placebo. Nos
indivíduos a receber pravastatina não foram observadas diferenças em qualquer dos
parâmetros endócrinos monitorizados [ACTH, cortisol, DHEAS, FSH, LH, TSH,
estradiol (sexo feminino) ou testosterona (sexo masculino)] em relação ao placebo.
Não foram observadas diferenças no desenvolvimento, alterações no volume testicular
ou diferenças no índice de Tanner em relação ao placebo. O poder deste estudo para
detetar uma diferença entre os dois grupos de tratamento foi baixo.
Não foi estabelecida a eficácia da terapêutica com pravastatina a longo prazo na
infância para reduzir a morbilidade e a mortalidade na idade adulta.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Absorção
A pravastatina é administrada por via oral na forma ativa. É absorvida rapidamente;
os níveis séricos máximos são atingidos 1 a 1,5 hora após a administração. Em média,
34% da dose administrada por via oral é absorvida, com uma biodisponibilidade
absoluta de 17%.
A presença de alimentos no trato gastrointestinal leva a uma redução na
biodisponibilidade, mas o efeito da pravastatina na redução do colesterol é idêntico,
quer seja administrada com ou sem alimentos.
Após a absorção, 66% da pravastatina sofre uma extração na primeira passagem
através do fígado, o seu local de ação principal e o local principal de síntese do
colesterol e de depuração do C-LDL. Os estudos in vitro demonstraram que a
pravastatina é transportada para os hepatócitos e com substancialmente menor
quantidade noutras células.
Devido a este efeito substancial de primeira passagem no fígado, as concentrações
plasmáticas de pravastatina têm somente um valor limitado na previsão do efeito de
redução dos lípidos.
As concentrações plasmáticas são proporcionais às doses administradas.
Distribuição:
Cerca de 50% da pravastatina circulante está ligada às proteínas plasmáticas.
O volume de distribuição é de cerca de 0,5 l/kg.
Uma pequena quantidade de pravastatina passa para o leite humano materno.
Biotransformação e eliminação:
A pravastatina não é metabolizada de modo significativo pelo citocromo P450 nem
parece ser um substrato ou um inibidor da glicoproteína-P, mas antes um substrato de
outras proteínas de transporte.
APROVADO EM
02-11-2018
INFARMED
Após a administração por via oral, 20% da dose inicial é eliminada na urina e 70% nas
fezes. A semivida de eliminação plasmática da pravastatina por via oral é de 1,5 a 2
horas.
Após a administração intravenosa, 47% da dose é eliminada por excreção renal e 53%
por excreção biliar e biotransformação. O principal produto de degradação da
pravastatina é o metabolito isómero 3-
-hidroxi. Este metabolito tem desde a décima
parte até à quadragésima parte da atividade inibidora da redutase da HMG-CoA do
composto precursor.
A depuração sistémica da pravastatina é de 0,81 l/h/kg e a depuração renal é de 0,38
l/h/kg, indicando secreção tubular.
População em risco:
Pediatria: os valores médios de Cmax e de AUC da pravastatina na pediatria,
recolhidos entre idade e sexo, foram similares aos valores observados em adultos após
uma dose, por via oral, de 20 mg.
Insuficiência hepática: a exposição sistémica à pravastatina e metabolitos nos doentes
com cirrose alcoólica é potenciada em cerca de 50% em comparação com doentes
com função hepática normal.
Compromisso renal: não foram observadas modificações significativas em doentes
com insuficiência renal ligeira. No entanto, insuficiência renal grave e moderada pode
levar a um aumento de duas vezes da exposição sistémica à pravastatina e
metabolitos.
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Com base em estudos convencionais de farmacologia de segurança, toxicidade de
dose repetida e toxicidade reprodutiva, não existem outros riscos para o doente que
não sejam os esperados pelo seu mecanismo de ação.
Os estudos de dose repetida indicam que a pravastatina pode induzir vários graus de
hepatotoxicidade e miopatia; no geral, os efeitos substanciais nestes tecidos apenas
foram evidentes com doses 50 ou mais vezes a dose máxima em mg/kg no homem.
Os estudos de toxicologia genética in vitro e in vivo não mostraram evidência de
potencial mutagénico.
Em ratinhos, um estudo de carcinogenicidade de 2 anos, demonstrou, com a
administração de doses de pravastatina de 250 e 500 mg/kg/dia (
310 vezes a dose
máxima em mg/kg no homem), aumentos estatisticamente significativos nas
incidências de carcinomas hepatocelulares em machos e fêmeas, e de adenomas do
pulmão apenas em fêmeas. Em ratos, um estudo de carcinogenicidade de 2 anos,
demonstrou, na dose de 100 mg/kg/dia (125 vezes a dose máxima em mg/kg no
homem), um aumento estatisticamente significativo na incidência de carcinomas
hepatocelulares, apenas em machos.
APROVADO EM
02-11-2018
INFARMED
Quando doses entre 5 e 45 mg/kg/dia foram administradas a ratos juvenis (desde o dia
4 após o nascimento [DPN] ao dia 80) foi observada uma atrofia do corpo caloso com
níveis plasmáticos de pravastatina aproximadamente
em 1 vez (AUC) à dose
máxima recomendada em crianças e adolescentes (40 mg). Com níveis plasmáticos de
pravastatina aproximadamente
em 2 vezes (AUC) à dose humana recomendada de
40 mg, foram observadas alterações no comportamento neurológico (aumento da
resposta ao alarme sonoro e aumento de erros no teste de aprendizagem Watermaze).
Não foi observada atrofia do corpo caloso em ratos com uma dose de pravastatina (
250mg/kg/dia) administrada a partir do DPN 35 e durante 3 meses, o que sugere que
os ratos juvenis são mais sensíveis. São desconhecidas as causas e a importância da
atrofia do corpo caloso e dos efeitos neurocomportamentais nos ratos juvenis.
Nos machos foi observada uma alteração dos parâmetros de avaliação esperma e uma
redução da fertilidade com exposições 335 vezes a dose humana (AUC). O nível de
efeito não observável para o parâmetro de avaliação reprodutivo ocorreu ao tempo 1
(macho) e 2 (fêmea), com uma dose terapêutica humana de 40mg.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Celulose microcristalina,
Lactose mono-hidratada,
Estearato de magnésio,
Povidona,
Croscarmelose sódica,
Óxido pesado de magnésio e
Óxido férrico amarelo (E172).
6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3 Prazo de validade
3 anos.
6.4 Precauções especiais de conservação
Conservar a temperatura inferior a 30ºC.
Proteger da humidade e da luz.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Sanaprav 10 mg comprimidos: embalagens de 20 ou de 30 comprimidos.
Sanaprav 20 mg comprimidos: embalagens de 30 comprimidos.
Sanaprav 40 mg comprimidos: embalagens de 30 comprimidos.
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02-11-2018
INFARMED
Os comprimidos são acondicionados em blisters de Alumínio/Alumínio.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Não existem requisitos especiais para a eliminação.
Qualquer medicamento não utilizado ou resíduos devem ser eliminados de acordo
com as exigências locais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Daiichi Sankyo Portugal, Unip. LDA
Lagoas Park - Rua das Lagoas Pequenas, Edifício 5
2740-245 Porto Salvo
Portugal
8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Sanaprav 10 mg comprimidos
Nº de registo: 3789880 - 20 comprimidos, 10 mg, blisters Alu/Alu
Nº de registo: 3341088 - 30 comprimidos, 10 mg, blisters Alu/Alu
Sanaprav 20 mg comprimidos
Nº de registo: 2504884 - 30 comprimidos, 20 mg, blisters Alu/Alu
Sanaprav 40 mg comprimidos
Nº de registo: 3341187 - 30 comprimidos, 40 mg, blisters Alu/Alu
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO
DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Sanaprav 10 mg comprimidos
Data da primeira autorização: 7 de novembro de 2000
Data da última renovação: 29 de junho de 2018
Sanaprav 20 mg comprimidos
Data da primeira autorização: 22 de março de 1997
Data da última renovação: 29 de junho de 2018
Sanaprav 40 mg comprimidos
Data da primeira autorização: 7 de novembro de 2000
Data da última renovação: 29 de junho de 2018
APROVADO EM
02-11-2018
INFARMED
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO