Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
11-07-2014
18-04-2015
APROVADO EM
11-07-2014
INFARMED
Folheto informativo: Informação para o utilizador
RoValcyte 50 mg/ml pó para solução oral
valganciclovir
Leia com atenção todo este folheto antes de começar a tomar este medicamento pois contém
informação importante para si.
- Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente.
- Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
- Este medicamento foi receitado apenas para si. Não deve dá-lo a outros. O medicamento pode
ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sinais de doença.
- Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não indicados
neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico. Ver secção 4.
O que contém este folheto:
1. O que é RoValcyte e para que é utilizado
2. O que precisa de saber antes de tomar RoValcyte
3. Como tomar RoValcyte
4. Efeitos secundários possíveis
5. Como conservar RoValcyte
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
1. O que é RoValcyte e para que é utilizado
RoValcyte pertence a um grupo de medicamentos que atuam diretamente na prevenção do
crescimento dos vírus. No organismo, a substância ativa presente no pó, o valganciclovir,
transforma-se
ganciclovir.
ganciclovir
previne
multiplicação
invasão
células
saudáveis por parte de um vírus denominado citomegalovírus (CMV). Em doentes com sistema
imunitário enfraquecido, o CMV pode causar infeções nos órgãos do organismo. Estas infeções
podem pôr a vida em risco.
RoValcyte é utilizado:
- no tratamento de infeções da retina ocular causadas por CMV, em doentes adultos com
Síndroma de Imunodeficiência Adquirida (SIDA). A infeção da retina ocular causada pelo CMV
pode causar problemas de visão e inclusive cegueira.
- na prevenção de infeções causadas por CMV em adultos e crianças que não estão infetados pelo
CMV e que tenham sido submetidos a um transplante de órgão proveniente de um dador que
estivesse infetado com o CMV.
2. O que precisa de saber antes de tomar RoValcyte
Não tome RoValcyte:
- se tem alergia ao valganciclovir ou a qualquer outro componente deste medicamento (indicados
na secção 6).
- se tem alergia ao ganciclovir, aciclovir ou valaciclovir, que são medicamentos usados no
tratamento de infeções causadas por outros vírus.
- se está a amamentar.
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Advertências e precauções
Fale com o seu médico ou farmacêutico antes de tomar RoValcyte
Tome especial cuidado com RoValcyte
- se tiver valores sanguíneos baixos de glóbulos brancos, glóbulos vermelhos ou plaquetas
(pequenas células envolvidas no processo de coagulação sanguínea). O seu médico irá pedir-lhe
que faça análises sanguíneas antes de iniciar o tratamento e enquanto receber tratamento com
RoValcyte.
- se estiver a fazer radioterapia.
- se tiver problemas nos rins. O seu médico poderá considerar necessário prescrever-lhe uma dose
menor e poderá pedir análises ao sangue frequentemente no decurso do tratamento.
Outros medicamentos e RoValcyte
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar, ou tiver tomado recentemente, ou se
vier a tomar outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica.
Se estiver a tomar outros medicamentos ao mesmo tempo que RoValcyte, esta associação pode
afetar a quantidade de fármaco que entra na circulação sanguínea ou pode causar efeitos nocivos.
Informe o seu médico se estiver a tomar medicamentos que contenham:
- imipenem-cilastatina (um antibiótico). Tomar este medicamento com RoValcyte pode causar
convulsões (ataques).
- zidovudina, didanosina, lamivudina, tenofovir, abacavir, emtricitabina ou fármacos semelhantes
utilizados no tratamento da SIDA.
- ribavirina, interferões peguilados, adefovir e entecavir usados no tratamento da hepatite B e C.
- probenecida (medicamento contra a gota). A toma de probenecida com RoValcyte ao mesmo
tempo pode aumentar a quantidade de ganciclovir no sangue.
- micofenolato de mofetil (utilizado após transplantes).
- vincristina, vinblastina, adriamicina, hidroxiureia ou tipos semelhantes de fármacos para tratar
cancro.
- cidofovir ou foscarnet utilizados contra infeções virais.
- trimetoprim, associações trimetoprim/sulfa e dapsona (antibióticos).
- pentamidina (fármaco utilizado para tratar parasitas ou infeções do pulmão)
- flucitosina ou anfotericina B (agentes anti-fúngicos)
RoValcyte com alimentos e bebidas
RoValcyte deve ser tomado juntamente com alimentos. Caso lhe seja impossível, por alguma
razão, ingerir alimentos, não deverá deixar de tomar a sua dose habitual de RoValcyte.
Gravidez, amamentação e fertilidade
Se estiver grávida não deve tomar RoValcyte, salvo se o seu médico assim o recomendar.
Informe o seu médico se estiver grávida ou a planear engravidar. Tomar RoValcyte durante a
gravidez pode causar danos no feto.
Não deve tomar RoValcyte se estiver a amamentar. Se o seu médico quiser que inicie tratamento
com RoValcyte, deve parar de amamentar antes de iniciar a medicação.
mulheres
idade
fértil
devem
utilizar
contraceção
eficaz
durante
tratamento
RoValcyte.
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Os homens cujas companheiras estejam em idade fértil deverão utilizar preservativos durante o
tratamento com RoValcyte e deverão continuar a utilizar preservativos durante os 90 dias após a
conclusão do tratamento.
Condução de veículos e utilização de máquinas
Se sentir tonturas, cansaço, tremores ou confusão enquanto estiver a tomar este medicamento, não
conduza ou opere máquinas ou ferramentas.
Peça conselho ao seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
RoValcyte contém sódio
Para
doentes
dieta
controlada
sódio,
este
medicamento
contém
total
0,188 mg/ml de sódio.
3. Como tomar RoValcyte
Tome este medicamento exatamente como indicado pelo seu médico. Fale com o seu médico ou
farmacêutico se tiver dúvidas.
Deverá ter cuidado quando utilizar a solução de RoValcyte. Deverá evitar o contacto da solução
com a pele ou os olhos. Caso a solução entre acidentalmente em contacto com a sua pele, lave
abundantemente a área com sabão e água. Caso a solução entre acidentalmente em contacto com
os seus olhos, lave abundantemente os olhos com água.
Deverá manter a dose diária de solução oral conforme instrução do seu médico, a fim de evitar a
sobredosagem.
A solução oral de RoValcyte deve, sempre que possível, ser tomada juntamente com alimentos –
ver secção 2.
É fundamental que utilize o dispositivo de administração oral fornecido na embalagem para a
medição da sua dose de solução de RoValcyte. São fornecidos dois dispositivos de administração
oral para a eventualidade de um deles se perder ou estragar. Os dispositivos foram desenvolvidos
para medir até 500 mg de solução e apresentam graduações de 25 mg.
Depois de cada administração, lave sempre cuidadosamente o dispositivo e deixe-o secar.
Caso perca ou estrague ambos os dispositivos, contacte o seu médico ou farmacêutico, que lhe
indicarão como deverá continuar a tomar a sua medicação.
Adultos:
Prevenção da doença causada por CMV nos doentes submetidos a transplante
Deverá iniciar o tratamento com este medicamento no intervalo de 10 dias após o transplante. A
dose habitual é de 900 mg de solução de RoValcyte, administrada UMA vez por dia. Utilize o
dispositivo para administração fornecido e retire duas vezes 450 mg de solução (isto é, 2
dispositivos cheios até à marca dos 450 mg). Deverá continuar a tomar esta dose durante 100
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dias. Se foi submetido a um transplante de rim o seu médico poderá aconselhá-lo a tomar a dose
durante 200 dias.
Tratamento de retinite ativa causada por CMV em doentes com SIDA (denominado tratamento de
indução)
A dose habitual é de 900 mg de solução de RoValcyte, administrada DUAS vezes por dia,
durante 21 dias (três semanas). Utilize o dispositivo para administração fornecido e retire duas
vezes 450 mg de solução (isto é, 2 dispositivos cheios até à marca dos 450 mg) de manhã e duas
vezes 450 mg de solução (isto é, 2 dispositivos cheios até à marca dos 450 mg) à noite.
Não tome esta dose por períodos superiores a 21 dias, salvo indicação médica em contrário, uma
vez que pode haver um aumento do risco de ocorrência de efeitos secundários.
Tratamento prolongado para prevenir a recidiva de inflamação ativa nos doentes com SIDA e
retinite causada por CMV (denominado tratamento de manutenção)
A dose habitual é de 900 mg de solução de RoValcyte, administrada UMA vez por dia. Utilize o
dispositivo fornecido e retire duas vezes 450 mg de solução (isto é, 2 dispositivos cheios até à
marca dos 450 mg). Deverá tentar tomar a solução todos os dias à mesma hora. O seu médico
aconselhá-lo-á relativamente à duração do seu tratamento com RoValcyte. Caso se registe um
agravamento da sua retinite enquanto se encontrar sob tratamento com esta dose, o seu médico
poderá pedir-lhe que repita o tratamento de indução (anteriormente descrito) ou optar por um
medicamento diferente para tratar a infeção causada por CMV.
Doentes idosos
RoValcyte não foi estudado em doentes idosos.
Doentes com problemas renais
Caso a sua função renal esteja alterada, o seu médico poderá pedir-lhe que tome uma dose diária
menor de solução de RoValcyte. É muito importante que cumpra exatamente a dose prescrita pelo
seu médico.
Doentes com problemas no fígado
RoValcyte não foi estudado em doentes com problemas no fígado.
Utilize o dispositivo para administração fornecido na embalagem para medir a dose de solução de
RoValcyte.
Uso em crianças e adolescentes:
Prevenção da doença causada por CMV em doentes transplantados
As crianças devem começar a tomar este medicamento 10 dias após o seu transplante. A dose
dada irá variar de acordo com o tamanho da criança e deve ser tomada UMA vez por dia. O seu
médico irá decidir a dose mais apropriada baseada na altura, peso e função renal da sua criança.
Você deve continuar com esta dose até 100 dias. Se a sua criança recebeu um transplante de rim,
o seu médico poderá aconselhá-lo a tomar a dose durante 200 dias.
Modo e via de administração
Recomenda-se que a solução de RoValcyte seja preparada pelo farmacêutico antes de lhe ser
entregue.
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Depois da solução ter sido preparada, siga as instruções abaixo para retirar e tomar a sua
medicação.
1. Agite o frasco fechado durante cerca de 5 segundos antes de cada utilização.
2. Retire a cápsula de fecho resistente à abertura por crianças.
3. Antes de inserir a ponta do dispositivo de administração oral no adaptador do frasco, empurre
completamente o êmbolo em direção da ponta do dispositivo. Insira firmemente a ponta do
dispositivo na abertura do adaptador do frasco.
4. Vire o frasco e o dispositivo ao contrário.
Puxe devagar o êmbolo para fora até que a quantidade desejada de solução entre no
dispositivo (ver imagem).
6. Inverta novamente o frasco e o dispositivo e retire lentamente o dispositivo do frasco.
7. Coloque diretamente o dispositivo na boca e engula. Não misture a solução com outros
líquidos antes de a tomar.
8. Após cada utilização feche o frasco com a cápsula de fecho resistente à abertura por crianças.
9. Imediatamente após cada administração:
Desmonte o dispositivo, passe por água a correr e deixe secar antes da utilização seguinte.
Deve
evitar
contacto
pele
solução.
caso
contacto
acidental,
lavar
abundantemente a área exposta com água e sabão.
Não utilize a solução após expirar o prazo de validade, que é de 49 dias, contado desde o dia da
preparação.
Se tomar mais RoValcyte do que deveria
Contacte imediatamente o seu médico ou hospital caso tenha tomado, ou pense que tomou, uma
dose de solução de RoValcyte superior à devida. A administração de uma dose superior à
recomendada pode provocar efeitos secundários graves, que afetam em especial o seu sangue ou
rins. Se tal acontecer, poderá ser necessário recorrer a tratamento hospitalar.
Caso se tenha esquecido de tomar RoValcyte
Se se esquecer de tomar uma dose de RoValcyte, tome-a logo que se lembrar e tome a dose
seguinte à hora prevista. Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu
de tomar.
Se parar de tomar RoValcyte
Adaptador
do frasco
DISPOSITIVO
PARA
ADMINISTRAÇÃO
ORAL
Ponta
dispositivo
êmbolo
Cápsula
de fecho
resistente
à abertura
crianças
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Não deve parar de tomar este medicamento, salvo indicação em contrário do seu médico.
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico ou
farmacêutico.
4. Efeitos secundários possíveis
Como todos os medicamentos, este medicamento pode causar efeitos secundários, embora estes
não se manifestem em todas as pessoas.
Reações alérgicas
Até uma em cada 100 pessoas pode sofrer reações alérgicas súbitas e graves ao valganciclovir
(choque anafilático). PARE de tomar RoValcyte e dirija-se imediatamente às urgências do
hospital mais próximo caso sinta qualquer dos seguintes efeitos:
- erupção cutânea com comichão e com pápulas (urticária).
- inchaço súbito da garganta, face, lábios e boca que possa causar dificuldade em engolir ou em
respirar.
- inchaço súbito das mãos, pés ou tornozelos.
Os efeitos secundários que ocorreram durante o tratamento com valganciclovir ou ganciclovir são
descritos a seguir.
Efeitos secundários muito frequentes (podem afetar mais de 1 utilizador em 10):
- Efeitos no sangue: uma diminuição do número de glóbulos brancos no sangue (neutropenia)
que pode aumentar a possibilidade de desenvolver infeções, diminuição do pigmento do sangue
que transporta o oxigénio (anemia) - que pode causar cansaço e falta de ar ao praticar exercício.
- Efeitos na respiração: sensação de falta de ar ou dificuldade em respirar (dispneia).
- Efeitos no estômago e sistema digestivo: diarreia.
Efeitos secundários frequentes (podem afetar 1 a 10 utilizadores em 100):
- Efeitos no sangue: diminuição do número de leucócitos (células do sangue que combatem as
infeções)
sangue
(leucopenia),
diminuição
número
plaquetas
sangue
(trombocitopenia) - que podem causar nódoas negras e hemorragia, diminuição do número de
diversos tipos de células sanguíneas ao mesmo tempo (pancitopenia).
- Efeitos no sistema nervoso: dor de cabeça, dificuldade em dormir (insónia), alterações do
paladar (disgeusia), perda de sensibilidade ao toque (hipostesia), sensação de formigueiro na pele
(parestesia), perda de sensação nas mãos ou pés (neuropatia periférica), tonturas, convulsões.
- Efeitos nos olhos: dor ocular, inchaço ocular (edema), separação do revestimento interno do
olho (descolamento da retina), ver partículas flutuantes.
- Efeitos nos ouvidos: dor de ouvido.
- Efeitos na respiração: tosse.
- Efeitos no estômago e na digestão: náuseas e vómitos, dor de estômago, prisão de ventre, gases,
indigestão (dispepsia), dificuldade em engolir (disfagia).
- Efeitos na pele: pele inflamada (dermatite), comichão (prurido), suores noturnos.
- Efeitos nos músculos, articulações ou ossos: dor de costas, dor nos músculos (mialgia) ou nas
articulações (artralgia), rigidez muscular (rigor), cãibras musculares.
- Infeções: infeção fúngica da boca (candidíase oral), infeções no sangue causadas por bactérias
ou vírus, inflamação de tecido celular (celulite), inflamação ou infeção dos rins ou da bexiga.
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- Efeitos no fígado: aumento de algumas enzimas do fígado, observável apenas nas análises ao
sangue.
- Efeitos nos rins: alterações do funcionamento normal dos rins.
- Efeitos na alimentação: perda de apetite (anorexia), perda de peso.
- Efeitos gerais: cansaço, febre, dor, dor no peito, perda de energia (astenia), sensação de mal-
estar geral.
- Efeitos no humor ou comportamento: depressão, sensação de ansiedade, confusão, pensamentos
estranhos.
Efeitos secundários pouco frequentes (podem afetar 1 a 10 utilizadores em 1000):
- Efeitos no coração: alteração dos batimentos cardíacos (arritmia).
- Efeitos na circulação: pressão arterial baixa (hipotensão), que pode causar tonturas ou desmaios.
- Efeitos no sangue: diminuição da produção de células sanguíneas na medula óssea.
- Efeitos nos nervos: estremecimentos ou tremores.
- Efeitos nos olhos: olhos vermelhos e inchados (conjuntivite), alterações da visão.
- Efeitos nos ouvidos: surdez.
- Efeitos no estômago ou na digestão: estômago inchado, úlceras da boca, inflamação do pâncreas
(pancreatite) que pode provocar dor intensa no estômago e nas costas.
- Efeitos na pele: queda de cabelo (alopecia), erupção da pele com comichão ou inchaço
(urticária), pele seca.
- Efeitos nos rins: sangue na urina (hematúria), insuficiência renal.
- Efeitos no fígado: aumento de uma enzima do fígado denominada alanina aminotransferase
(observável apenas nas análises ao sangue).
- Efeitos na fertilidade: infertilidade masculina.
- Efeitos no humor ou comportamento: flutuações do humor e alterações do comportamento,
perda de contacto com a realidade, como ouvir vozes ou ver coisas que não existem, agitação.
Efeitos secundários raros (podem afetar 1 a 10 utilizadores em 10 000):
-Efeitos no sangue: falha da produção de todos os tipos de células sanguíneas na medula óssea
(glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas).
A separação do revestimento interno do olho (descolamento da retina) apenas ocorreu em doentes
com SIDA tratados com RoValcyte para infeção por CMV.
Efeitos secundários adicionais em crianças e adolescentes
Os efeitos secundários notificados em crianças e adolescentes são semelhantes aos efeitos
secundários notificados em adultos.
Comunicação de efeitos secundários
Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não indicados neste
folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico. Também poderá comunicar efeitos secundários
diretamente ao INFARMED, I.P. através dos contactos abaixo. Ao comunicar efeitos secundários,
estará a ajudar a fornecer mais informações sobre a segurança deste medicamento.
INFARMED, I.P.
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 71 40
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Fax: + 351 21 798 73 97
Sítio da internet:
http://extranet.infarmed.pt/page.seram.frontoffice.seramhomepage
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
5. Como conservar RoValcyte
Manter este medicamento fora da vista e do alcance das crianças.
Não utilize este medicamento após o prazo de validade impresso na embalagem exterior e no
rótulo do frasco (VAL.). O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado.
Pó: não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação.
Solução reconstituída: Conservar no frigorífico (2°C - 8°C).
O prazo de validade da solução oral é de 49 dias. Não utilize a solução passados 49 dias da sua
preparação ou após expirar o prazo de validade indicado no frasco, pelo farmacêutico.
Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu
farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a
proteger o ambiente.
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
Qual a composição de RoValcyte
A substância ativa é o cloridrato de valganciclovir. Após a dissolução do pó, 1 ml de solução
contém 55 mg de cloridrato de valganciclovir, correspondente a 50 mg de valganciclovir, sob a
forma de cloridrato.
Os outros componentes (excipientes) são: povidona, ácido fumárico, benzoato de sódio (E211),
sacarina sódica e manitol, aroma de tutti-frutti [maltodextrinas (milho), propilenoglicol, goma-
arábica E414 e aromatizantes semelhantes aos naturais, consistindo principalmente em aroma de
banana, ananás e pêssego].
Qual o aspeto de RoValcyte e conteúdo da embalagem
O pó de RoValcyte é um granulado de cor branca a ligeiramente amarelada. No frasco de vidro
são fornecidos 12 g de pó. Após reconstituição, o volume da solução é de 100 ml, fornecendo um
volume utilizável de 88 ml. A solução é límpida e incolor a acastanhada. A embalagem contém
também um adaptador do frasco e 2 dispositivos de administração oral que estão graduados até
500 mg, com graduações de 25 mg.
Dimensão da embalagem: um frasco contendo 12 g de pó.
Titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante
Titular da Autorização de Introdução no Mercado
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Roche Farmacêutica Química, Lda.
Estrada Nacional, 249-1
2720-413 Amadora
Tel: 21 425 70 00
Fax: 21 425 70 52
e-mail: roche.portugal@roche.com
Fabricante
Roche Pharma AG
Emil-Barell-Strasse 1
D- 79639 Grenzach-Wyhlen
Alemanha
Este medicamento encontra-se autorizado nos Estados Membros do Espaço Económico Europeu
(EEE) sob as seguintes denominações:
Valcyte: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Espanha, Eslovénia,
Estónia, Finlândia, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Letónia, Liechtenstein,
Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Polónia, Reino Unido, República Checa, República da
Eslováquia, Roménia, Suécia
RoValcyte: França, Portugal
Este folheto foi revisto pela última vez em
A informação que se segue destina-se apenas aos profissionais de saúde:
Recomenda-se que a solução de RoValcyte seja preparada pelo farmacêutico da seguinte forma:
1. Medindo 91 ml de água numa proveta graduada.
2. Removendo a cápsula de fecho resistente à abertura por crianças, adicionando a água ao frasco
e fechando o frasco com a cápsula de fecho resistente à abertura por crianças. Agitando o frasco
fechado até à dissolução do pó.
3. Removendo a cápsula de fecho resistente à abertura por crianças e introduzindo o adaptador do
frasco no gargalo.
4. Fechando o frasco firmemente com a cápsula de fecho resistente à abertura por crianças. Este
fecho
permitirá assegurar a
selagem
adequada
adaptador
frasco
segurança
relativamente à potencial abertura por crianças.
5. Anotando a data do prazo de validade da solução no rótulo do frasco.
Evite a inalação ou o contacto direto da pele ou das mucosas com o pó e a solução. No caso de
contacto acidental, lavar abundantemente a área exposta com água e sabão; lavar abundantemente
os olhos com água.
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INFARMED
RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
RoValcyte 50 mg/ml pó para solução oral.
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Cada frasco contém 5,5 g de cloridrato de valganciclovir por 12 g de pó para solução oral.
Cada ml da solução reconstituída contém 50 mg de valganciclovir (sob a forma de cloridrato).
Excipientes com efeito conhecido:
Este medicamento contém um total de 0,188 mg/ml de sódio. Lista completa de excipientes, ver
secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Pó para solução oral.
O pó é um granulado de cor branca a ligeiramente amarelada.
Após a dissolução do pó, é formada uma solução límpida e incolor a acastanhada.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
RoValcyte está indicado no tratamento de indução e de manutenção de retinite causada por
citomegalovírus
(CMV),
doentes
adultos
síndroma
imunodeficiência
adquirida
(SIDA).
RoValcyte está indicado na prevenção da doença causada por CMV em adultos e crianças (desde
nascimento até aos 18 anos) CMV
negativos submetidos a transplante de
órgão sólido
proveniente de um dador CMV positivo.
4.2 Posologia e modo de administração
Posologia
Atenção – Deve respeitar-se rigorosamente a posologia recomendada de forma a evitar a
sobredosagem (ver secções 4.4 e 4.9).
O valganciclovir é rápida e extensamente metabolizado em ganciclovir, após administração oral.
Uma dose de 900 mg de valganciclovir oral, duas vezes por dia, é equivalente em termos
terapêuticos a 5 mg/kg de ganciclovir intravenoso, duas vezes por dia. A exposição sistémica ao
ganciclovir após a administração de 900 mg de valganciclovir solução oral é equivalente à obtida
após uma dose de 900 mg de valganciclovir sob a forma de comprimidos.
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Tratamento de retinite causada por citomegalovírus (CMV)
Doentes adultos
Tratamento de indução na retinite causada por CMV
No caso de doentes com retinite causada por CMV ativa, a dose recomendada é de 900 mg de
valganciclovir, duas vezes por dia, durante 21 dias. Um tratamento de indução prolongado pode
aumentar o risco de toxicidade da medula óssea (ver secção 4.4).
Tratamento de manutenção na retinite causada por CMV
Após o tratamento de indução, ou no caso de doentes com retinite causada por CMV inativa, a
dose recomendada é de 900 mg de valganciclovir 1 vez por dia. O tratamento de indução pode ser
repetido nos doentes que apresentem agravamento da retinite. No entanto, deve considerar-se a
possibilidade de desenvolvimento de resistência viral.
População pediátrica
A segurança e eficácia de RoValcyte no tratamento da retinite causada por CMV não foram
estabelecidas em estudos clínicos adequados e bem controlados em doentes pediátricos.
Prevenção da doença causada por CMV após o transplante de órgãos sólidos
Doentes adultos
No caso de doentes submetidos a transplante renal, a dose recomendada é de 900 mg uma vez por
dia,
início
primeiros
dias
após
transplantação
continuando
até
dias
pós-transplante. A profilaxia pode ser continuada até 200 dias pós-transplante (ver secções 4.4,
4.8 e 5.1).
No caso de doentes submetidos a outro transplante de órgão que não o rim, a dose recomendada é
de 900 mg uma vez por dia, com início da terapêutica nos primeiros 10 dias após o transplante e
até 100 dias pós-transplante.
População pediátrica
doentes
pediátricos
submetidos
transplante
órgãos
sólidos,
idades
desde
nascimento, e que estão em risco de desenvolver doença causada por CMV, a dose diária
recomendada de RoValcyte é baseada na área de superfície corporal (ASC) e na depuração da
creatinina (DCr), derivada da fórmula de Schwartz (DCrS), e é calculada usando a equação
abaixo:
Dose pediátrica (mg) = 7 x ASC x DCrS (ver abaixo a fórmula Mosteller ASC e a fórmula de
Schwartz da depuração da creatinina).
Se a depuração da creatinina Schwartz calculada exceder 150 ml/min/1,73m2, então um valor
máximo de 150 ml/min/1,73m2 deve ser usado na equação:
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Error! Objects cannot be created from editing field codes.
em que k= 0,45* nos doentes com idade < 2 anos, 0,55 nos rapazes com idade entre 2 a < 13 anos
e raparigas com idades de 2 a 16 anos, e 0,7 para rapazes entre os 13 e os 16 anos. Nos doentes
com idade superior a 16 anos, consultar a dose para adultos.
Os valores de k fornecidos são baseados no método de Jaffe de medição da creatinina sérica e
poderão requerer correção quando forem utilizados métodos enzimáticos.
*Poderá ser necessária uma diminuição do valor de k para sub-populações apropriadas (p.ex.
doentes pediátricos com baixo peso à nascença).
No caso de doentes pediátricos submetidos a transplante de rim, a dose diária recomendada em
mg (7 x ASC x DCrS) deve ser iniciada 10 dias após o transplante e continuada até 200 dias
pós-transplante.
No caso de doentes pediátricos submetidos a outro transplante de órgão que não o rim, a dose
diária recomendada em mg (7 x ASC x DCrS) deve ser iniciada 10 dias após o transplante e
continuada até 100 dias pós-transplante.
Todas as doses calculadas devem ser arredondadas para o incremento mais próximo de 25 mg da
dose de entrega atual. Se a dose calculada exceder 900 mg, deve ser administrada uma dose
máxima de 900 mg. A solução oral é a formulação de preferência uma vez que permite
administrar a dose calculada de acordo com a fórmula acima; no entanto, RoValcyte comprimidos
revestidos por película poderá ser utilizado se as doses calculadas estiverem dentro do intervalo
de 10% das doses de comprimidos disponíveis, e o doente for capaz de engolir os comprimidos.
Por exemplo, se a dose calculada estiver entre 405 mg e 495 mg, poderá ser tomado um
comprimido de 450 mg.
É recomendada a monitorização regular dos níveis de creatinina sérica, considerar as alterações
na altura e no peso corporal e adaptar a dose apropriada durante o período de profilaxia.
Instruções posológicas especiais
Doentes com compromisso renal
valores
creatinina
sérica
depuração
creatinina
devem
cuidadosamente
monitorizados. O ajuste de dose deve ser realizado em função da depuração da creatinina, de
acordo com a tabela seguinte (ver secções 4.4 e 5.2).
A depuração da creatinina estimada (ml/min) pode relacionar-se com a creatinina sérica de
acordo com a seguinte fórmula:
Homens =
(140 – idade [anos]) x (peso corporal [kg])
(72) x (0,011 x creatinina sérica [micromol/l])
3600
kg
Peso
x
cm
Altura
m
ASC
Mosteller
APROVADO EM
18-04-2015
INFARMED
Mulheres =
0,85 x valor masculino
DCr (ml/min)
Dose de indução de valganciclovir
Dose
manutenção/prevenção
valganciclovir
900 mg, duas vezes ao dia
900 mg, uma vez ao dia
40 – 59
450 mg, duas vezes ao dia
450 mg, uma vez ao dia
25 – 39
450 mg, uma vez ao dia
225 mg, uma vez ao dia
10 – 24
225 mg, uma vez ao dia
125 mg, uma vez ao dia
<10
três
vezes
semana,
após diálise
100 mg, três vezes por semana, após
diálise
Doentes em hemodiálise
É necessário o ajuste de dose para doentes em hemodiálise (DCr < 10 ml/min) (ver secções 4.4 e
5.2). A recomendação posológica é indicada na tabela em cima.
Doentes com afeção hepática
A segurança e a eficácia de RoValcyte não foram estudadas em doentes com afeção hepática (ver
secção 5.2).
População pediátrica
A dosagem nos doentes pediátricos sujeitos a transplante de órgãos sólidos é individualizada
tendo por base a função renal do doente, assim como a altura e o peso.
Doentes idosos
A segurança e eficácia de RoValcyte não foram estabelecidas nesta população de doentes.
Doentes com leucopenia, neutropenia, anemia, trombocitopenia e pancitopenia graves:
Ver secção 4.4 antes de iniciar a terapêutica.
Se houver uma alteração significativa na contagem de células sanguíneas, durante a terapêutica
com RoValcyte, deve considerar-se o tratamento com fatores de crescimento hematopoético e/ou
a interrupção da toma (ver secção 4.4).
Modo de administração
RoValcyte é administrado por via oral e, sempre que possível, deve ser administrado com
alimentos (ver secção 5.2).
Precauções a ter em conta antes de manusear ou administrar o medicamento
RoValcyte
para
solução
oral
requer
reconstituição
antes
administração
oral.
São
distribuídos dois dispositivos doseadores para via oral, com graduações de 25 mg até 500 mg.
Recomenda-se que os doentes utilizem este dispositivo. Para instruções acerca da reconstituição
do medicamento antes da administração, ver secções 4.4 e 6.6.
4.3 Contraindicações
APROVADO EM
18-04-2015
INFARMED
RoValcyte está contraindicado em doentes com hipersensibilidade ao valganciclovir, ganciclovir
ou a qualquer dos excipientes mencionados na secção 6.1.
É possível a ocorrência de reações de hipersensibilidade cruzada entre o valganciclovir (a
substância ativa de RoValcyte), o aciclovir e o valaciclovir, devido à semelhança estrutural
química entre estes fármacos. Desta forma, RoValcyte está contraindicado em doentes com
hipersensibilidade ao aciclovir e valaciclovir.
RoValcyte está contraindicado durante a amamentação (ver secção 4.6).
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
O pó e a solução reconstituída de RoValcyte devem ser manuseados com precaução, devido ao
seu caráter teratogénico. Evitar a inalação. Caso o pó, ou solução, entre em contacto direto com a
pele, deve lavar-se abundantemente a área com sabão e água. Se a solução entrar em contacto
direto com os olhos, estes devem ser imediatamente lavados abundantemente com água.
Antes de iniciar a terapêutica com valganciclovir, os doentes devem ser avisados dos potenciais
riscos para o feto. Nos estudos em animais determinou-se que o ganciclovir é mutagénico,
teratogénico, aspermatogénico, carcinogénico e supressor da fertilidade da fêmea. RoValcyte
deve, por isso, ser considerado como potencialmente teratogénico e carcinogénico no ser humano,
podendo potencialmente originar malformações e neoplasias (ver secção 5.3). Considera-se
também provável que RoValcyte origine inibição temporária ou permanente da espermatogénese.
Mulheres em idade fértil têm de ser aconselhadas a usar contraceção efetiva durante o tratamento.
Os homens têm de ser aconselhados a usar um método de contraceção do tipo barreira durante o
tratamento e, pelo menos, até 90 dias depois do tratamento, a não ser que se tenha a certeza
absoluta que a sua parceira não está em risco de engravidar (ver secções 4.6, 4.8 e 5.3).
A longo prazo, o valganciclovir tem o potencial de causar carcinogenicidade e toxicidade
reprodutiva.
Em doentes tratados com RoValcyte (e com ganciclovir) têm sido observados casos graves de
leucopenia, neutropenia, anemia, trombocitopenia, pancitopenia, depressão da medula óssea e
anemia aplástica. Não se deve iniciar a terapêutica se a contagem absoluta de neutrófilos for
inferior a 500 células/mcl, ou se a contagem de plaquetas for inferior a 25000/mcl ou se o valor
de hemoglobina for inferior a 8 g/dl (ver secções 4.2 e 4.8).
Ao prolongar a profilaxia para além de 100 dias, deve ser considerado o possível risco de
desenvolvimento de leucopenia e neutropenia (ver secções 4.2, 4.8 e 5.1).
RoValcyte deve ser utilizado com precaução em doentes com citopenia hematológica pré-
existente ou história clínica de citopenia hematológica relacionada com o fármaco e em doentes a
fazer radioterapia.
Durante
terapêutica,
recomenda-se
realização
análises
sangue,
hemograma
completo e contagem de plaquetas. Em doentes com compromisso renal, pode ser necessário um
aumento da monitorização hematológica. Em doentes com casos de leucopenia, neutropenia,
anemia e/ou trombocitopenia graves, deve considerar-se o tratamento com fatores de crescimento
hematopoético e/ou a interrupção da dose (ver secções 4.2 e 4.8).
APROVADO EM
18-04-2015
INFARMED
Em doentes com função renal insuficiente, são necessários ajustes de dose de acordo com os
valores da depuração da creatinina (ver secções 4.2 e 5.2).
Em doentes a tomar imipenem-cilastatina e ganciclovir, foram notificadas convulsões. RoValcyte
não deve ser utilizado concomitantemente com o imipenem-cilastatina, exceto se os potenciais
benefícios ultrapassarem os potenciais riscos (ver secção 4.5).
Doentes tratados com RoValcyte e com (a) didanosina, (b) fármacos conhecidos por causarem
mielodepressão (por exemplo a zidovudina) ou com (c) fármacos que afetam a função renal,
devem ser cuidadosamente monitorizados em relação a sinais de toxicidade adicional (ver secção
4.5).
O estudo clínico controlado em que se utilizou valganciclovir na profilaxia da doença causada por
doentes
submetidos
transplante,
descrito
secção
não
incluiu
doentes
submetidos a transplante de pulmão e intestinal. Desta forma, a experiência nestes doentes é
limitada.
Para doentes com uma dieta controlada em sódio, este medicamento contém um total de 0,188
mg/ml de sódio.
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
Interações medicamentosas com valganciclovir
Não foram realizados estudos de interação medicamentosa com RoValcyte, in vivo. Uma vez que
valganciclovir
extensa
rapidamente
metabolizado
ganciclovir,
interações
medicamentosas associadas ao ganciclovir são também esperadas para o valganciclovir.
Interações medicamentosas com ganciclovir
Imipenem-cilastatina
Em doentes a tomar concomitantemente ganciclovir e imipenem-cilastatina foram notificados
casos de convulsões. Estes fármacos não devem ser usados concomitantemente, a não ser que os
potenciais benefícios ultrapassem os riscos potenciais (ver secção 4.4).
Probenecida
Quando a probenecida foi administrada simultaneamente com o ganciclovir oral, verificou-se
uma redução estatisticamente significativa da depuração renal do ganciclovir (20%), conduzindo
aumento
estatisticamente
significativo
exposição
(40%).
Estas
alterações
foram
consistentes com o mecanismo de interação que envolve competição para a secreção tubular
renal. Desta forma, os doentes que estejam a tomar probenecida e RoValcyte, devem ser
cuidadosamente monitorizados quanto à toxicidade do ganciclovir.
Trimetoprim
Não
foram
observadas
interações
farmacocinéticas
clinicamente
significativas
quando
trimetoprim
ganciclovir
oral
foram
administrados
associação.
Contudo,
existe
potencial para aumento da toxicidade, uma vez que os dois fármacos são conhecidos por serem
mielodepressores. Desta forma, a sua associação só deve ser utilizada se os potenciais benefícios
ultrapassarem os potenciais riscos.
APROVADO EM
18-04-2015
INFARMED
Micofenolato Mofetil
Tendo em conta que tanto o micofenolato mofetil (MMF), como o ganciclovir têm potencial para
causar neutropenia e leucopenia, os doentes devem ser monitorizados relativamente à toxicidade
aditiva.
Estavudina
Não se observaram interações clinicamente significativas quando a estavudina e o ganciclovir
oral foram administrados em associação.
Zidovudina
Quando a zidovudina foi administrada na presença de ganciclovir oral observou-se um ligeiro
aumento (17%), mas estatisticamente significativo, na AUC da zidovudina. Também se observou
uma tendência para a diminuição das concentrações de ganciclovir quando administrado com
zidovudina, embora sem significado estatístico. Todavia, dado que a zidovudina e o ganciclovir
têm potencial para provocar neutropenia e anemia, alguns doentes podem não tolerar o tratamento
concomitante na posologia completa (ver secção 4.4).
Didanosina
Verificou-se que as concentrações plasmáticas de didanosina aumentam consistentemente quando
esta é administrada com o ganciclovir (quer intravenoso, quer oral). Com doses de ganciclovir
oral de 3 e 6 g/dia, observou-se um aumento na AUC da didanosina entre 84 e 124% e, do mesmo
modo, com doses intravenosas de ganciclovir a 5 e 10 mg/kg/dia, verificou-se um aumento da
AUC da didanosina entre 38 e 67%. Não se verificou um efeito clinicamente significativo nas
concentrações de ganciclovir. Os doentes devem ser cuidadosamente monitorizados relativamente
à toxicidade da didanosina (ver secção 4.4).
Outros antirretrovíricos (incluindo o tratamento para o VIH, VHB/VHC)
É improvável que, em concentrações plasmáticas clinicamente relevantes de ganciclovir ou outros
antivíricos para a inibição do vírus da imunodeficiência humana (VIH) ou do VHB/VHC, haja
um efeito sinérgico ou antagónico na atividade de ganciclovir ou de outros antivíricos.
O potencial de interação metabólica do valganciclovir ou ganciclovir é baixo porque o citocromo
P450 não está envolvido no metabolismo do valganciclovir nem do ganciclovir. Adicionalmente,
o ganciclovir não é um substrato da glicoproteína P, nem afeta a UDP-glucoronosil transferase
(enzima UGT). Portanto, é improvável que ocorram interações metabólicas e de transporte de
fármaco entre o valganciclovir ou ganciclovir e as seguintes classes de antivíricos:
Inibidores
da transcriptase reversa não
nucleosídeos (NNRTIs), p.ex. rilpivirina, etravirina,
efavirenz;
Inibidores da protease (IPs), p.ex. darunavir, boceprevir e telaprevir;
Inibidores da entrada (inibidor da fusão e antagonista do correcetor CCR5), p. ex. enfuvirtida e
maraviroc;
Inibidor da transferência de cadeia da integrase (INSTI), p.ex. raltegravir
Uma vez que o ganciclovir é excretado através do rim via filtração glomerular e secreção tubular
ativa (secção 5.2), a coadministração de valganciclovir com outros fármacos antivíricos, que
possuem a mesma via de secreção tubular, podem alterar as concentrações plasmáticas de
valganciclovir
e/ou
fármacos
coadministrados.
Alguns
exemplos
incluem
análogos
núcleos(t)ídeos inibidores da transcriptase reversa (NRTIs) (incluindo aqueles que são utilizados
para o tratamento do VHB), p.ex. lamivudina, emtricitabina, tenofovir, adefovir e entecavir. A
depuração renal de ganciclovir pode também ser inibida devido à nefrotoxicidade causada por
APROVADO EM
18-04-2015
INFARMED
fármacos como
o cidofovir, foscarnet, NRTIs (p.ex. tenofovir, adefovir). Deve apenas ser
considerado o uso concomitante de valganciclovir com qualquer um destes fármacos se os
potenciais benefícios ultrapassem os potenciais riscos (ver secção 4.4).
Outras interações medicamentosas potenciais
A toxicidade pode aumentar quando o valganciclovir é coadministrado com, ou administrado
imediatamente antes ou depois de outros fármacos que inibam a replicação de populações de
células de divisão rápida, como por exemplo as da medula óssea, espermatogónias, camadas
germinativas da pele e da mucosa gastrointestinal. Exemplos deste tipo de fármacos são: dapsona,
pentamidina,
flucitosina,
vincristina,
vinblastina,
adriamicina,
anfotericina
associações
trimetoprim/sulfonamidas, análogos nucleosídeos, hidroxiureia e interferões peguilados/ribavirina
(com ou sem boceprevir ou telaprevir).
A utilização concomitante de todos estes fármacos com o valganciclovir, só deve ser considerada
quando os potenciais benefícios ultrapassarem os riscos potenciais (ver secção 4.4).
4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento
Contraceção em homens e mulheres
As mulheres em idade fértil têm de ser aconselhadas a usar contraceção eficaz durante o
tratamento. Os doentes do sexo masculino têm de ser aconselhados a usar um método de
contraceção do tipo barreira durante o tratamento e, pelo menos, até 90 dias depois do tratamento
com RoValcyte, a não ser que se tenha a certeza absoluta que a sua parceira não está em risco de
engravidar (ver secção 5.3).
Gravidez
Não existem dados suficientes sobre a utilização de RoValcyte em mulheres grávidas. O seu
metabolito ativo, o ganciclovir, difunde-se rapidamente através da placenta humana. Tendo em
conta o seu mecanismo de ação farmacológica e a toxicidade reprodutiva observada nos estudos
em animais com ganciclovir (ver secção 5.3), existe um risco teórico de teratogenicidade no ser
humano.
RoValcyte não deve ser utilizado durante a gravidez, a não ser que os benefícios terapêuticos para
a mãe se sobreponham aos potenciais riscos teratogénicos para a criança.
Amamentação
Não se sabe se o ganciclovir é excretado pelo leite materno, no entanto, a possibilidade de
excreção do ganciclovir no leite materno, dando origem a reações adversas graves no bebé
amamentado, não pode ser excluída. Assim, a amamentação tem de ser descontinuada (ver secção
4.3).
Fertilidade
Não estão disponíveis dados sobre os efeitos de valganciclovir na fertilidade humana. Os estudos
de fertilidade com valganciclovir não foram repetidos devido à rápida e extensiva conversão de
valganciclovir
ganciclovir no corpo. O
ganciclovir
está associado com a alteração da
fertilidade em animais (ver secção 5.3).
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Não foram estudados os efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas.
APROVADO EM
18-04-2015
INFARMED
Com a utilização de RoValcyte e/ou ganciclovir foram notificados casos de convulsões, sedação,
tonturas, ataxia e/ou confusão. Se estas situações ocorrerem podem afetar a capacidade do doente
para conduzir ou operar máquinas.
4.8 Efeitos indesejáveis
a. Resumo do perfil de segurança
O valganciclovir é um pró-fármaco do ganciclovir, que é rápida e extensamente metabolizado em
ganciclovir, após administração oral. Os efeitos indesejáveis conhecidos por estarem associados
ao uso de ganciclovir, podem ser esperados com o uso de valganciclovir. Todos os efeitos
indesejáveis observados nos ensaios clínicos com o valganciclovir foram previamente observados
com o ganciclovir.
As reações adversas medicamentosas notificadas com maior frequência em adultos, após a
administração do valganciclovir são: neutropenia, anemia e diarreia.
valganciclovir
está
associado
maior
risco
diarreia
quando
comparado
ganciclovir intravenoso. Adicionalmente, o valganciclovir está associado a um risco maior de
ocorrência de neutropenia e leucopenia, comparativamente ao ganciclovir oral.
A neutropenia grave (CAN – contagem absoluta de neutrófilos < 500 células/mcl) é observada
mais frequentemente em doentes com SIDA com retinite causada por CMV em tratamento com
valganciclovir, do que em doentes submetidos a transplante de órgãos sólidos em tratamento com
valganciclovir (ver secção 4.4).
Na tabela seguinte é apresentada a frequência de reações adversas notificadas em ensaios clínicos
valganciclovir,
ganciclovir
oral
ganciclovir
intravenoso.
reações
adversas
apresentadas
foram
notificadas
ensaios
clínicos
realizados
doentes
SIDA
tratamento de indução ou manutenção da retinite causada por CMV ou na profilaxia da doença
causada por CMV em doentes submetidos a transplante de fígado, rim ou coração. O termo
(grave) entre parêntesis, que surge na tabela, indica que a reação adversa foi notificada como
tendo ocorrido com uma intensidade ligeira/moderada e com intensidade grave/que põe a vida em
risco, na frequência especificada.
Nos doentes adultos sujeitos a transplante de rim com elevado risco de desenvolverem doença
causada por CMV (D+/R-), o perfil global de segurança de RoValcyte não alterou com a extensão
da profilaxia até 200 dias. No braço de 200 dias, foi notificada uma incidência ligeiramente
superior de leucopenia, enquanto a incidência da neutropenia, anemia e trombocitopenia foram
semelhantes em ambos os braços.
b. Lista tabular das reações adversas
Os efeitos indesejáveis são apresentados por ordem decrescente de gravidade dentro de cada
classe de frequência.
APROVADO EM
18-04-2015
INFARMED
Sistemas de órgãos
Muito
Frequentes
1/10)
Frequentes
1/100 a < 1/10)
Pouco
Frequentes
1/1000
< 1/100)
Raros
1/10000
< 1/1000)
Infeções
infestações
Candidíase
oral,
sepsis
(bacteremia,
viremia),
celulite, infeção do trato
urinário
Doenças do sangue e
do sistema linfático
Neutropenia
(grave),
anemia
Anemia
(grave),
trombocitopenia (grave),
leucopenia
(grave),
pancitopenia (grave)
Insuficiência
medula óssea
Anemia
aplástica
Doenças
sistema
imunitário
Reação
anafilática
Doenças
metabolismo
nutrição
Diminuição
apetite,
anorexia
Perturbações do foro
psiquiátrico
Depressão,
ansiedade,
estado
confusão,
pensamentos anormais
Agitação,
perturbações
psicóticas,
alucinações
Doenças
sistema
nervoso
Cefaleias,
insónia,
disgeusia
(alteração
paladar),
hipostesia,
parestesia,
neuropatia
periférica,
tonturas,
convulsões
Tremores
Afeções oculares
Edema
macular,
descolamento da retina,
opacidades
vítreas,
ocular
Perturbações
visuais,
conjuntivite
Afeções do ouvido e
do labirinto
Dor de ouvidos
Surdez
Cardiopatias
Arritmia
Vasculopatias
Hipotensão
Doenças
respiratórias,
torácicas
mediastino
Dispneia
Tosse
Doenças
gastrointestinais
Diarreia
Náuseas,
vómitos,
abdominal,
abdominal
superior,
dispepsia,
obstipação,
flatulência, disfagia
Distensão
abdominal,
ulceração
boca,
pancreatite
Afeções
hepatobiliares
Alteração
função
hepática
(grave),
aumento
fosfatase
alcalina
sanguínea,
aumento
aspartato
Aumento
alanino
aminotransferas
APROVADO EM
18-04-2015
INFARMED
Sistemas de órgãos
Muito
Frequentes
1/10)
Frequentes
1/100 a < 1/10)
Pouco
Frequentes
1/1000
< 1/100)
Raros
1/10000
< 1/1000)
aminotransferase
Afeções
tecidos
cutâneos
subcutâneos
Dermatite,
suores
noturnos, prurido
Alopecia,
urticária,
pele
seca
Afeções
musculosqueléticas e
tecidos
conjuntivos
Dorsalgia,
mialgia,
artralgia,
espasmos
musculares
Doenças
renais
urinárias
Diminuição
depuração
renal
creatinina, compromisso
renal,
Hematúria,
insuficiência
renal
Doenças
órgãos
genitais e da mama
Infertilidade
masculina
Perturbações gerais e
alterações no local de
administração
Fadiga,
pirexia,
calafrios,
dor,
torácica,
mal-estar,
astenia
Exames
complementares
diagnóstico
Diminuição
peso,
aumento
creatinina
no sangue
A trombocitopenia grave pode estar associada a hemorragia potencialmente fatal.
O descolamento da retina foi apenas notificado em doentes com SIDA tratados com RoValcyte
para a retinite causada por CMV.
c. População pediátrica
RoValcyte foi estudado em 179 doentes pediátricos (com idades entre as 3 semanas e os 16 anos)
submetidos a transplante de órgãos sólidos, com elevado risco de desenvolverem doença causada
por CMV e em 133 recém-nascidos com doença CMV congénita sintomática (idades entre os 2 e
31 dias), com uma duração de exposição ao ganciclovir entre 2 e 200 dias.
As reações adversas notificadas com maior frequência nos ensaios clínicos para tratamento de
doentes pediátricos foram diarreia, náusea, neutropenia, leucopenia e anemia.
Nos doentes pediátricos submetidos a transplante de órgãos sólidos, o perfil global de segurança
semelhante
comparação
adultos.
entanto,
taxas
certos
tipos
acontecimentos adversos, tal como infecção do trato respiratório superior, pirexia, dor abdominal
e disúria, que poderão ser característicos da população pediátrica, foram notificados numa
incidência superior em doentes pediátricos do que em adultos. Nos dois estudos realizados em
doentes pediátricos sujeitos a transplante
órgãos sólidos, foi
notificada uma incidência
ligeiramente
superior
neutropenia,
quando
comparados
adultos,
entanto,
APROVADO EM
18-04-2015
INFARMED
população
pediátrica
não
observou
correlação
entre
neutropenia
acontecimentos
adversos infecciosos.
Nos doentes pediátricos submetidos a transplante de rim, o prolongamento da exposição a
valganciclovir
até
dias
não
associada
aumento
global
incidência
acontecimentos adversos. A incidência de neutropenia grave foi superior (CAN < 500/mcl) nos
doentes pediátricos renais tratados até ao Dia 200 em comparação com os doentes pediátricos
tratados até ao Dia 100 e com os doentes adultos submetidos a transplante do rim tratados até ao
Dia 100 ou Dia 200 (ver secção 4.4).
dados
disponíveis
recém-nascidos
crianças
infeção
congénita
sintomática tratados com RoValcyte são limitados, no entanto, a segurança parece ser consistente
com o perfil de segurança conhecido de valganciclovir/ganciclovir.
Notificação de suspeitas de reações adversas
A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante,
uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco do medicamento.
Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas
diretamente ao INFARMED, I.P.:
INFARMED, I.P.
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)
Fax: + 351 21 798 73 97
Sítio da internet: http://extranet.infarmed.pt/page.seram.frontoffice.seramhomepage
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
4.9 Sobredosagem
Sobredosagem com valganciclovir
Um adulto desenvolveu depressão da medula óssea fatal (aplasia medular) após vários dias de
tratamento com doses que eram, pelo menos, 10 vezes superiores às recomendadas para o seu
grau de compromisso renal (depuração da creatinina diminuída).
Espera-se que uma sobredosagem de valganciclovir possa também resultar num aumento da
toxicidade renal (ver secção 4.2 e secção 4.4).
Em caso de sobredosagem com valganciclovir, a hemodiálise e a hidratação podem ser benéficas
para a diminuição das concentrações plasmáticas do valganciclovir (ver secção 5.2).
Sobredosagem com ganciclovir intravenoso
Foram notificados casos de sobredosagem com ganciclovir intravenoso, em ensaios clínicos e no
período de comercialização. Em alguns destes casos, não foram reportados acontecimentos
adversos. A maioria dos doentes sofreu um ou mais dos seguintes acontecimentos adversos:
Toxicidade hematológica: pancitopenia, depressão da medula óssea, aplasia medular, leucopenia,
neutropenia, granulocitopenia
- Hepatotoxicidade: hepatite, alteração da função hepática;
APROVADO EM
18-04-2015
INFARMED
- Toxicidade renal: agravamento da hematúria num doente com compromisso renal pré-existente,
insuficiência renal aguda, creatinina elevada;
- Toxicidade gastrointestinal: dor abdominal, diarreia, vómitos;
- Neurotoxicidade: tremor generalizado, convulsões.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 1.3.2. Medicamentos Anti-infeciosos. Antivíricos. Outros antivíricos.
Código ATC: J05A B14
Mecanismo de ação
O valganciclovir é um éster L-valil (pró-fármaco) do ganciclovir. Após administração oral o
valganciclovir é rápida e extensamente metabolizado pelas esterases intestinais e hepáticas em
ganciclovir. O ganciclovir é um análogo sintético do nucleósido 2’-desoxiguanosina e inibe a
replicação
vírus
herpes
vitro
vivo.
vírus
humanos
sensíveis
incluem
citomegalovírus humano (CMVH), vírus herpes simplex -1 e -2 (VHS-1 e VHS-2), vírus herpes
humano -6, -7 e -8 (VHH-6, VHH-7, VHH-8), vírus Epstein-Barr (VEB), vírus varicela-zoster
(VVZ) e vírus da hepatite B (VHB).
Em células infetadas por CMV, o ganciclovir é inicialmente fosforilado a monofosfato de
ganciclovir pela cinase viral proteica, pUL97. Posteriormente ocorre fosforilação através de
cinases celulares dando origem ao trifosfato de ganciclovir, que é lentamente metabolizado a
nível intracelular. O metabolismo do trifosfato observou-se em células infetadas por vírus herpes
simplex e citomegalovírus humano com semividas de 18 e entre 6 e 24 horas respetivamente,
após remoção do ganciclovir extracelular. Uma vez que a fosforilação é largamente dependente
da cinase viral, a fosforilação do ganciclovir ocorre preferencialmente nas células infetadas por
vírus.
A atividade virustática do ganciclovir é devida à inibição da síntese do ADN viral por: (a)
inibição competitiva da incorporação da desoxiguanosina-trifosfato no ADN, através da ADN
polimerase viral, e (b) incorporação do trifosfato de ganciclovir no ADN viral, causando a
terminação da cadeia de ADN viral ou uma elongação muito limitada desta.
Atividade antivírica
O valor da atividade antivírica in vitro, determinado pela CI50 do ganciclovir contra o CMV, é da
ordem de 0,08 microM (0,02 microgramas/ml) a 14 microM (3,5 microgramas/ml).
O efeito clínico antivírico do RoValcyte foi demonstrado no tratamento de doentes com SIDA
com retinite causada por CMV recentemente diagnosticada. A eliminação do CMV na urina
existente em 46% (32/69) dos doentes no início do estudo diminuiu, passando a estar presente em
apenas 7% (4/55) dos doentes após 4 semanas de tratamento com RoValcyte.
Eficácia e segurança clínicas
Doentes adultos
APROVADO EM
18-04-2015
INFARMED
Tratamento da retinite causada por CMV:
estudo,
doentes
retinite
causada
recentemente
diagnosticada
foram
aleatoriamente incluídos em 2 grupos de tratamento de indução: um com RoValcyte, 900 mg
(duas vezes por dia) e outro com ganciclovir intravenoso, 5 mg/kg (duas vezes por dia). A
proporção de doentes com progressão de retinite por CMV, determinada por fotografia, na
semana 4, foi comparável nos 2 grupos de tratamento, 7 doentes num total de 70 doentes
progrediram no grupo de tratamento com ganciclovir intravenoso e 7 doentes num total de 71
doentes progrediram no grupo de tratamento com valganciclovir.
Após
tratamento
indução,
todos
doentes
deste
estudo
iniciaram
tratamento
manutenção com uma dose diária de RoValcyte de 900 mg. O tempo médio (mediana), desde a
distribuição aleatória dos doentes, até à progressão de retinite causada por CMV foi de 226 (160)
dias no grupo de tratamento de indução e de manutenção com RoValcyte e de 219 (125) dias no
grupo de tratamento de indução com ganciclovir intravenoso e de tratamento de manutenção com
RoValcyte.
Prevenção da doença causada por CMV após o transplante
Um ensaio clínico em dupla ocultação, double-dummy, com comparador ativo realizou-se em
doentes submetidos a transplante de coração, fígado e rim (neste estudo não se incluíram doentes
submetidos a transplante de pulmão ou gastrointestinal) com elevado risco de desenvolverem
doença causada por CMV (D+/R-), tratados com RoValcyte (900 mg, uma vez por dia) ou
ganciclovir oral (1000 mg, três vezes por dia). O tratamento teve início nos primeiros 10 dias
após o transplante e terminou no Dia 100 após o transplante. A incidência de doença causada por
CMV (síndroma causado por CMV + doença invasiva do tecido), durante os primeiros 6 meses
após o transplante foi de 12,1 % no braço de RoValcyte (n= 239), comparativamente com 15,2 %
no braço do ganciclovir oral (n= 125). A grande maioria dos casos ocorreu após a finalização da
profilaxia (após o Dia 100) ocorrendo mais tarde (em média) no braço de valganciclovir do que
no braço do ganciclovir oral. A incidência de rejeição aguda nos primeiros 6 meses foi de 29,7%
em doentes aleatoriamente distribuídos para o braço de valganciclovir, comparativamente com
36,0% em doentes incluídos no braço do ganciclovir oral. A incidência de perda do enxerto foi
equivalente em ambos os braços de tratamento, ocorrendo em 0,8% dos doentes.
Foi realizado um estudo em dupla ocultação, controlado por placebo, em 326 doentes submetidos
a transplante de rim, com risco elevado de desenvolverem doença causada por CMV (D+/R-),
para avaliar a eficácia e a segurança de prolongar a profilaxia do CMV com RoValcyte de 100
para 200 dias após o transplante. Os doentes foram aleatorizados (1:1) para receber RoValcyte
comprimidos (900 mg/dia) com início nos 10 dias após o transplante e até ao dia 200 ou até ao
dia 100 após o transplante seguido de 100 dias de placebo.
A proporção de doentes que desenvolveu doença causada por CMV durante os primeiros 12
meses após o transplante é mencionada abaixo.
Percentagem de doentes submetidos a transplante de rim com doença causada por CMV1,
população ITT aos 12 mesesA
APROVADO EM
18-04-2015
INFARMED
Valganciclovir
900 mg/dia
100 Dias
(N= 163)
Valganciclovir
900 mg/dia
200 Dias
(N= 155)
Diferença
entre
grupos
tratamento
Doentes
doença
causada
confirmada
assumida2
71 (43,6%)
[35,8% ; 51,5%]
36 (23,2%)
[16,8% ; 30,7%]
20,3%
[9,9% ; 30,8%]
Doentes
doença
causada
por CMV confirmada
60 (36,8%)
[29,4% ; 44,7%]
25 (16,1%)
[10,7% ; 22,9%]
20,7%
[10,9% ; 30,4%]
1 Doença causada por CMV é definida como síndrome CMV ou CMV com invasão de tecidos.
2 Doença CMV confirmada é um caso de doença causada por CMV confirmado clinicamente.
Assumiu-se que os doentes tinham doença causada por CMV nos casos em que não tivesse sido
realizada avaliação à semana 52 e não tivesse havido confirmação de doença causada por CMV
antes dessa altura.
A Os resultados obtidos até aos 24 meses estavam em linha com os resultados obtidos até aos 12
meses: a incidência de doença causada por CMV confirmada ou assumida foi de 48,5% no braço
de tratamento dos 100 dias versus 34,2% no braço de tratamento dos 200 dias; a diferença entre
os grupos de tratamento foi de 14,3% [3,2 %; 25,3%].
Significativamente menos doentes de alto risco submetidos a transplante de rim desenvolveram
doença causada por CMV sob profilaxia do CMV com RoValcyte até ao dia 200 pós-transplante,
comparativamente com doentes que receberam RoValcyte para profilaxia do CMV até ao Dia 100
pós-transplante.
A taxa de sobrevivência do enxerto, bem como a incidência de rejeição aguda comprovada por
biopsia, foram semelhantes em ambos os grupos de tratamento. A taxa de sobrevivência do
enxerto aos 12 meses pós-transplante foi de 98,2% (160/163) para o regime de 100 dias e de
98,1% (152/155) para o regime de 200 dias. Até aos 24 meses após o transplante foram
notificados quatro casos adicionais de perda do enxerto, todos no grupo dos 100 dias de
tratamento. A incidência de rejeição aguda comprovada por biopsia aos 12 meses após o
transplante foi de 17,2% (28/163) para o regime de 100 dias e de 11,0% (17/155) para o regime
de 200 dias. Até aos 24 meses após o transplante foi notificado um caso adicional no grupo de
200 dias de tratamento.
Resistência viral
Após tratamento prolongado com valganciclovir, pode ocorrer resistência viral ao ganciclovir,
através
seleção
mutações
gene
cinase
viral
(UL97),
responsável
pela
monofosforilação do ganciclovir, e/ou do gene da polimerase viral (UL54). Em isolados clínicos,
as substituições associadas à resistência ao ganciclovir mais frequentemente notificadas são sete
substituições canónicas UL97, M460V/I, H520Q, C592G, A594V, L595S, C603W. Os vírus que
contenham mutações no gene UL97 são resistentes só ao ganciclovir, enquanto vírus com
mutações
nível
gene
UL54
são
resistentes
ganciclovir,
podem
demonstrar
resistência cruzada a outros antivíricos que também atuam na polimerase viral.
Tratamento da retinite causada por CMV:
análise
genotípica
isolados
leucócitos
polimorfonucleares
(LPMN)
provenientes de 148 doentes, com retinite causada por CMV, incluídos num ensaio clínico,
demonstrou que após 3, 6, 12 e 18 meses de tratamento com valganciclovir, 2,2%, 6,5%, 12,8% e
15,3% respetivamente, continham mutações no gene UL97.
APROVADO EM
18-04-2015
INFARMED
Prevenção da doença causada por CMV após o transplante:
Estudo com comparador ativo
A resistência foi estudada através de análises genotípicas do CMV em amostras de LPMN
recolhidos i) no Dia 100 (final do estudo de profilaxia, com o fármaco) e ii) em casos de suspeita
de doença causada por CMV até 6 meses após o transplante. Foram recolhidas 198 amostras do
Dia 100 de 245 doentes randomizados para o braço de valganciclovir e da avaliação não se
observaram mutações de resistência ao ganciclovir. Em 103 amostras recolhidas de doentes no
braço comparador de ganciclovir oral, observaram-se 2 (1,9%) mutações de resistência ao
ganciclovir.
Dos 245 doentes randomizados para o braço de valganciclovir, testaram-se amostras de 50
doentes com suspeita de doença causada por CMV e não se observaram mutações de resistência.
Dos 127 doentes randomizados para o braço comparador de ganciclovir, analisaram-se amostras
de 29 doentes com suspeita de doença causada por CMV. Observaram-se duas mutações de
resistência, correspondendo a uma incidência de resistência de 6,9%.
Estudo de prolongamento da profilaxia pós-transplante de 100 para 200 dias
A análise genotípica foi realizada nos genes UL54 e UL97 derivados de vírus extraídos de 72
doentes que obedeciam ao critério de análise de resistência: doentes que revelavam uma carga
viral positiva (>600 cópias/ml) no final da profilaxia e/ou doentes que tinham confirmação de
doença causada por CMV até aos 12 meses (52 semanas) após o transplante. Três doentes em
cada grupo de tratamento tinham uma resistência conhecida ao ganciclovir.
População pediátrica
Tratamento da retinite causada por CMV:
A Agência Europeia do Medicamento dispensou a obrigação da realização de estudos em todas as
subpopulações de doentes pediátricos imunocomprometidos com infeção causada por CMV e
tratados com RoValcyte (ver secção 4.2 para informação sobre uso pediátrico)
Prevenção da doença causada por CMV após o transplante:
Um estudo farmacocinético e de segurança de fase II em doentes pediátricos recetores de
transplante de órgão sólido (com idades entre os 4 meses e os 16 anos, n = 63) a receber
valganciclovir, uma vez por dia até 100 dias, de acordo com um algoritmo posológico pediátrico
(ver secção 4.2) produziu exposições semelhantes às dos adultos (ver secção 5.2). O seguimento
após o tratamento foi de 12 semanas. O estado serológico CMV D/R inicial era D+/R- em 40%,
D+/R+ em 38%, D-/R+ em 19% e D-/R- em 3% dos casos. A presença do vírus CMV foi
notificada em 7 doentes. As reações adversas medicamentosas foram de natureza semelhante às
observadas nos adultos (ver secção 4.8).
Um estudo de tolerabilidade de fase IV em doentes pediátricos recetores de transplante de rim
(com idades entre o 1 e os 16 anos, n=57) a receber valganciclovir uma vez por dia até 200 dias,
de acordo com o algoritmo posológico (ver secção 4.2) resultou numa baixa incidência de CMV.
O seguimento após tratamento foi de 24 semanas. O estado serológico CMV D/R inicial era
D+/R+ em 45%, D+/R- em 39%, D-/R+ em 7%, D-/R- em 7% e ND/R+ em 2% dos casos. Foi
notificada viremia em 3 doentes e houve suspeita de um caso de síndrome causada por CMV num
doente, no entanto, não foi confirmada pela realização do teste deteção de CMV por PCR por um
laboratório de referência. As reações adversas a medicamentos observadas foram de natureza
semelhante às observadas nos doentes adultos (ver secção 4.8).
APROVADO EM
18-04-2015
INFARMED
Estes dados suportam a extrapolação dos dados de eficácia dos adultos para crianças e fornecem
recomendações posológicas para os doentes pediátricos.
Um estudo de farmacocinética e segurança de fase I em doentes sujeitos a transplante do coração
(com idades compreendidas entre as 3 semanas e os 125 dias, n=14) que receberam, em 2 dias
consecutivos, uma dose única de valganciclovir de acordo com o algoritmo de dosagem pediátrica
(ver
secção
4.2),
produziram
exposições
semelhantes
adultos
(ver
secção
5.2).
seguimento após o tratamento foi de 7 dias. O perfil de segurança com outros estudos pediátricos
e em adultos foi consistente, no entanto, neste estudo o número de doentes e a exposição ao
valganciclovir foram limitados.
Doença CMV congénita
A eficácia e segurança do ganciclovir e/ou valganciclovir foram estudadas em 2 estudos em
recém-nascidos e crianças com infecção CMV congénita e sintomática.
No primeiro estudo, a farmacocinética e segurança de uma dose única de valganciclovir (dose
variando entre 14-16-20 mg/kg/dose) foram estudadas em 24 recém-nascidos (com idades entre
os 8 e os 34 dias) com doença CMV congénita sintomática (ver secção 5.2). Os recém-nascidos
receberam 6 semanas de tratamento anti-viral. Dezanove dos 24 doentes receberam até 4 semanas
de tratamento com valganciclovir oral e nas 2 semanas remanescentes receberam ganciclovir i.v..
Os restantes 5 doentes receberam ganciclovir i.v. durante a maior parte do período de estudo. No
segundo estudo, a eficácia e segurança foram estudadas em 109 crianças, com idades entre os 2 e
os 30 dias, com doença CMV congénita sintomática tratadas com valganciclovir durante seis
semanas versus seis meses. Todas as crianças receberam uma dose oral de valganciclovir a 16
mg/kg, duas vezes por dia, durante 6 semanas. Após 6 semanas de tratamento, as crianças foram
aleatorizadas 1:1 para continuarem o tratamento com a mesma dose de valganciclovir ou para
receberem o placebo correspondente até completarem 6 meses de tratamento.
Esta indicação de tratamento não é atualmente recomendada para valganciclovir. O desenho dos
estudos e os resultados obtidos são demasiado limitados para permitir conclusões apropriadas de
eficácia e segurança acerca de valganciclovir.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
As propriedades farmacocinéticas do valganciclovir foram avaliadas em doentes seropositivos ao
VIH e CMV, em doentes com SIDA e retinite causada por CMV e em doentes submetidos a
transplantes de órgãos.
Absorção
valganciclovir
pró-fármaco
ganciclovir.
absorvido
partir
trato
gastrointestinal e é rápida e extensamente metabolizado em ganciclovir na parede intestinal e no
fígado. A exposição sistémica ao valganciclovir é transitória e baixa. A biodisponibilidade do
ganciclovir a partir de dosagens orais de valganciclovir é de aproximadamente 60% em toda a
população de doentes estudada e a exposição resultante ao ganciclovir é semelhante à que é
observada com o ganciclovir após administração intravenosa (ver tabela seguinte).
Valganciclovir em doentes VIH-positivos, CMV-positivos:
A exposição sistémica em doentes seropositivos para o VIH e para o CMV após administração do
ganciclovir e valganciclovir, duas vezes por dia, durante uma semana é a seguinte:
APROVADO EM
18-04-2015
INFARMED
Valganciclovir (900 mg, p.o.)
n = 25
Parâmetro
Ganciclovir
(5 mg/kg, IV)
n = 18
Ganciclovir
Valganciclovir
AUC (0-12 h) (mcg.h/ml)
28,6 ± 9,0
32,8 ± 10,1
0,37 ± 0,22
Cmax (mcg/ml)
10,4 ± 4,9
6,7 ± 2,1
0,18 ± 0,06
Demonstrou-se que a eficácia do ganciclovir no aumento do tempo até à progressão de retinite
causada por CMV está relacionada com a exposição sistémica (AUC).
Valganciclovir em doentes submetidos a transplante de órgãos sólidos:
A exposição sistémica do ganciclovir, no estado de equilíbrio, após administração oral diária de
ganciclovir e valganciclovir, em doentes submetidos a transplante de órgãos sólidos é a seguinte:
Valganciclovir (900 mg, uma vez por dia)
n = 161
Parâmetro
Ganciclovir
(1000 mg, três vezes por dia)
n = 82
Ganciclovir
(0-24
(mcg.h/ml)
28,0 ± 10,9
Cmax (mcg/ml)
1,4 ± 0,5
46,3 ± 15,2
5,3 ± 1,5
A exposição sistémica do ganciclovir em doentes submetidos a transplante de coração, rim e
fígado
semelhante
após
administração
oral
valganciclovir,
considerando
ajuste
posológico estabelecido de acordo com a função renal.
Após a administração de valganciclovir sob a forma de solução oral, obteve-se uma exposição
sistémica do ganciclovir equivalente à obtida com a formulação sob a forma de comprimidos.
Efeito dos alimentos:
A proporcionalidade entre a dose administrada e a AUC de ganciclovir, após administração de
doses entre 450 e 2625 mg de valganciclovir, só foi demonstrada com a ingestão concomitante de
alimentos. Quando o valganciclovir foi administrado com alimentos, na dose recomendada de 900
mg, observaram-se valores médios mais elevados da AUC (aproximadamente 30%) e da Cmax de
ganciclovir (aproximadamente 14%), comparativamente com a administração realizada em jejum.
Quando RoValcyte foi administrado com alimentos verificou-se uma diminuição da variação
interindividual na exposição ao ganciclovir. No âmbito dos ensaios clínicos, o RoValcyte foi
unicamente
administrado
alimentos.
Desta
forma,
recomenda-se
RoValcyte
seja
administrado com alimentos (ver secção 4.2).
Distribuição
Dada a rápida conversão do valganciclovir em ganciclovir, a ligação do valganciclovir às
proteínas plasmáticas não foi determinada. A ligação do ganciclovir às proteínas plasmáticas foi
APROVADO EM
18-04-2015
INFARMED
1-2%
concentrações
desde
51 mcg/ml.
Após
administração
intravenosa
ganciclovir, o volume de distribuição no estado de equilíbrio (Vd), foi de 0,680 ± 0,161 l/kg (n =
114).
Biotransformação
O valganciclovir é rápida e extensamente metabolizado a ganciclovir. Não foram detetados outros
metabolitos. Nenhum metabolito do ganciclovir radiomarcado e administrado por via oral (1000
mg em dose única) contribuiu com mais de 1-2% da radioatividade recuperada nas fezes ou urina.
Eliminação
A principal via de eliminação do valganciclovir, após administração de RoValcyte, é a excreção
renal quer por filtração glomerular quer por secreção tubular ativa, sob a forma de ganciclovir. A
depuração renal representa 81,5% ± 22% (n=70) da depuração sistémica do ganciclovir. A
estimativa post-hoc Bayesian da depuração aparente média da população do ganciclovir em
doentes com DCr > 60 ml/min é de 14,05 ± 4,13 l/h. Em doentes com compromisso renal, a
depuração aparente média do ganciclovir é de 8,46 ± 1,67 l/h (DCr entre 40 e 60 ml/min) e de
7,00 ± 1,08 l/h (DCr entre 25 e 40 ml/min).
Em doentes seropositivos para o VIH e para o CMV, a semivida do ganciclovir proveniente do
valganciclovir é de 4,1 ± 0,9 horas.
Farmacocinética em populações especiais
Doentes com compromisso renal
diminuição
função
renal
resultou
numa
diminuição
depuração
ganciclovir
proveniente do valganciclovir, com um correspondente aumento da semivida terminal. Deste
modo, é necessário o ajuste da dose em doentes com disfunção renal (ver secções 4.2 e 4.4).
Doentes em hemodiálise
Em doentes em hemodiálise, recomenda-se a administração de uma dose individualizada de
RoValcyte pó para solução oral (ver secções 4.2 e 4.4).
Doentes com afeção hepática
A eficácia e segurança do RoValcyte não foram estudadas em doentes com afeção hepática. A
afeção hepática não deve afetar a farmacocinética do ganciclovir, uma vez que este é excretado
por via renal e consequentemente não é recomendada nenhuma dose específica.
Doentes com fibrose cística
Num estudo de farmacocinética de fase I em recetores de transplante de pulmão com ou sem
fibrose cística (FC), 31 doentes (16 FC/15 não FC) receberam profilaxia pós-transplante com 900
mg/dia de RoValcyte. O estudo indicou que em recetores de transplante de pulmão, a fibrose
cística não teve influência estatisticamente significativa na exposição global sistémica média ao
ganciclovir. A exposição ao ganciclovir em recetores de transplante de pulmão foi comparável à
que é demonstrada como sendo eficaz na prevenção da doença causada por CMV em outros
recetores de transplante de órgãos sólidos.
População pediátrica
Num estudo farmacocinético e de segurança de fase II em doentes pediátricos recetores de
transplante de órgão sólido (com idades entre os 4 meses e os 16 anos, n = 63) o valganciclovir
foi administrado uma vez por dia durante até 100 dias. Os parâmetros farmacocinéticos foram
APROVADO EM
18-04-2015
INFARMED
semelhantes em todos os tipos de órgãos e intervalos de idades e foram comparáveis aos dos
adultos.
modelo
farmacocinético
populacional
sugeriu
biodisponibilidade
aproximadamente 60%. A depuração foi positivamente influenciada quer pela área de superfície
corporal, quer pela função renal.
Num estudo de farmacocinética e segurança de fase I em recetores de transplante ao coração
pediátricos
(com
idades
entre
semanas
dias,
n=14),
valganciclovir
administrado uma vez por dia durante dois dias de estudo. A população farmacocinética estimou
que a biodisponibilidade média foi de 64%.
A comparação entre os resultados destes dois estudos e os resultados farmacocinéticos da
população adulta mostra que os intervalos da AUC0-24h foram muito semelhantes entre todos os
grupos etários, incluindo os adultos. Os valores médios da AUC0-24h e da Cmax foram também
semelhantes entre os grupos etários pediátricos < 12 anos de idade, embora houvesse uma
tendência de diminuição dos valores médios da AUC0-24h e da Cmax entre todo o intervalo
etário pediátrico, que aparentou estar correlacionado com o aumento da idade. Esta tendência foi
mais aparente para os valores médios da depuração e da semi-vida (t1/2); no entanto, já era
esperado que a depuração fosse influenciada por alterações no peso, altura e função renal
associados
altura
doentes,
como
indicado
pelo
modelo
população
farmacocinética.
A tabela seguinte resume os intervalos do modelo estimado da AUC0-24h do ganciclovir destes
dois estudos, assim como os valores médios e o desvio padrão da AUC0-24h, Cmax, da
depuração
para
grupos
etários
pediátricos
relevantes,
comparativamente
resultados nos adultos:
Parâmetro
Farmacocinético
Adultos*
Pediátricos
18 anos
(n=160)
< 4 meses
(n = 14)
meses
anos
(n=17)
>
<
anos
(n=21)
anos
anos
(n=25)
AUC0-24h
(mcg.h/ml)
46,3
15,2
68,1
19,8
64,3 ± 29,2
59,2 ± 15,1
50,3 ± 15,0
Intervalo
AUC0-24h
15,4
116,1
34 - 124
34 - 152
36 - 108
22 - 93
Cmax (mcg/ml)
10,5
3,36
10,3 ± 3,3
9,4 ± 2,7
8,0 ± 2,4
Depuração (l/h)
12,7
1,25
0,473
2,5 ± 2,4
4,5 ± 2,9
6,4 ± 2,9
t1/2 (h)
6,5 ± 1,4
1,97
0,185
3,1 ±1,4
4,1 ± 1,3
5,5 ± 1,1
* Extraídos do relatório do estudo PV 16000
Em ambos os estudos descritos acima, a dose diária de RoValcyte foi baseada na área de
superfície corporal (ASC) e na depuração da creatinina (DCr) derivada de uma fórmula de
Schwartz modificada e foi calculada utilizando o algoritmo de dose apresentado na secção 4.2.
A farmacocinética do ganciclovir após administração do valganciclovir foi também avaliada em
dois estudos em recém-nascidos e crianças com doença CMV congénita sintomática. No primeiro
estudo, 24 recém-nascidos, com 8 a 34 dias de idade, receberam 6 mg/kg de ganciclovir por via
APROVADO EM
18-04-2015
INFARMED
intravenosa duas vezes por dia. Os doentes foram depois tratados com valganciclovir oral, em que
a dose de valganciclovir pó para solução oral variou entre 14 mg/kg e 20 mg/kg duas vezes por
dia; a duração total do tratamento foi de 6 semanas. Uma dose de valganciclovir pó para solução
oral de 16 mg/kg duas vezes por dia originou uma exposição a ganciclovir comparável a
ganciclovir 6 mg/kg por via intravenosa duas vezes por dia em recém-nascidos e também
originou uma exposição a ganciclovir semelhante à dose efetiva num doente adulto de 5 mg/kg
por via intravenosa.
No segundo estudo, 109 recém-nascidos, com 2 a 30 dias de idade, receberam 16 mg/kg de pó
para solução oral de valganciclovir, duas vezes por dia, durante 6 semanas e subsequentemente 96
dos 109 doentes recrutados foram aleatorizados para continuarem a receber valganciclovir ou
placebo durante 6 meses. No entanto, a média da AUC0-12h foi inferior em comparação com os
valores médios da AUC0-12h do primeiro estudo.
A tabela seguinte mostra os valores médios da AUC, Cmax e t ½, incluindo os desvios padrão,
comparativamente com os resultados nos adultos:
Parâmetro
Farmacocinético
Adultos
Pediátricos (recém-nascidos e crianças)
5 mg/kg GAN
Dose única
(n=8)
6 mg/kg GAN
Duas
vezes
(n=19)
16 mg/kg VAL
Duas
vezes
dia (n=19)
16 mg/kg VAL
Duas
vezes
dia (n = 100)
AUC0-
(mcg.h/ml)
25,4 ± 4,32
AUC0-12h
(mcg.h/ml)
38,2 ± 42,7
30,1 ± 15,1
20,85 ± 5,40
Cmax (mcg/ml)
9,03 ± 1,26
12,9 ± 21,5
5,44 ± 4,04
t1/2 (h)
3,32 ± 0,47
2,52 ± 0,55
2,98 ± 1,26
2,98 ± 1,12
GAN = Ganciclovir, i.v. VAL = Valganciclovir, oral
Estes
resultados
são
demasiado
limitados
para
permitir
conclusões
relativas
eficácia
recomendações posológicas em doentes pediátricos com infeção congénita por CMV.
5.3 Dados de segurança pré-clínica
valganciclovir
pró-fármaco
ganciclovir
consequentemente
todos
efeitos
observados com o ganciclovir aplicam-se ao valganciclovir. A toxicidade do valganciclovir, em
estudos de segurança pré-clínica, foi igual à observada com o ganciclovir e foi inferida com
níveis de exposição de ganciclovir comparáveis ou inferiores aos observados no ser humano, com
a administração de doses de indução.
A toxicidade inclui: gonadotoxicidade (perda de células testiculares) e nefrotoxicidade (uremia,
degeneração
celular)
foram
irreversíveis;
mielotoxicidade
(anemia,
neutropenia,
linfocitopenia) e toxicidade gastrointestinal (necrose celular da mucosa) que foram reversíveis.
Outros estudos demonstraram que o ganciclovir é mutagénico, carcinogénico, teratogénico,
embriotóxico, aspermatogénico (isto é, afeta a fertilidade masculina) e supressor da fertilidade
feminina.
APROVADO EM
18-04-2015
INFARMED
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
povidona
ácido fumárico
benzoato de sódio (E211)
sacarina sódica
manitol
Aroma de tutti-frutti:
maltodextrinas (milho)
propilenoglicol
goma-arábica (E414) e aromatizantes naturais, consistindo principalmente em aroma de banana,
ananás e pêssego
6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3 Prazo de validade
Pó para solução oral: 3 anos.
Solução reconstituída: 49 dias. Conservar no frigorífico (2°C - 8°C)
6.4 Precauções especiais de conservação
O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação.
Condições de conservação do medicamento após reconstituição, ver secção 6.3.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Embalagem contendo um frasco de vidro âmbar de 100 ml com cápsula de fecho de polipropileno
com rosca e resistente à abertura por crianças, um adaptador do frasco de polipropileno de baixa
densidade e um saco de polipropileno contendo 2 dispositivos de administração por via oral
graduados até 500 mg, com graduações de 25 mg.
Cada frasco contém 12 g de pó para solução oral. Quando reconstituído, o volume da solução é de
100 ml, proporcionando um volume mínimo de utilização de 88 ml.
Dimensão da embalagem: um frasco contendo 12 g de pó.
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Tendo em conta que RoValcyte é considerado como potencialmente teratogénico e carcinogénico
no ser humano, deve ter-se cuidado no manuseamento do pó e da solução reconstituída (ver
secção 4.4). Evitar a inalação e o contacto direto do pó e da solução com a pele e membranas
mucosas. Caso ocorra contacto, lavar abundantemente com sabão e água. Se o pó, ou a solução,
entrar em contacto com os olhos, lavar abundantemente com água.
APROVADO EM
18-04-2015
INFARMED
Recomenda-se que RoValcyte pó para solução oral seja reconstituído pelo farmacêutico antes de
ser dispensado ao doente.
Preparação da solução oral
Medir 91 ml de água numa proveta graduada.
Remover a cápsula de fecho resistente à abertura por crianças, adicionar a água ao frasco e fechar
o frasco com a cápsula de fecho resistente à abertura por crianças. Agitar o frasco fechado até à
dissolução do pó, formando uma solução límpida, incolor a acastanhada.
Remover a cápsula de fecho resistente à abertura por crianças e introduzir o adaptador do frasco
no gargalo.
Fechar o frasco firmemente com a cápsula de fecho resistente à abertura por crianças. Este fecho
permitirá assegurar a selagem adequada do adaptador ao frasco e a sua segurança relativamente à
potencial abertura por crianças.
Anotar a data do prazo de validade da solução reconstituída no rótulo do frasco (ver secção 6.3).
Qualquer medicamento não utilizado ou resíduos devem ser eliminados de acordo com as
exigências locais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Roche Farmacêutica Química, Lda.
Estrada Nacional 249-1
2720-413 Amadora
Tel: 21 425 70 00
Fax: 21 425 70 52
e-mail: roche.portugal@roche.com
8. NÚMERO DE AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Nº de registo: 5105713 - 1 frasco de vidro âmbar de 100 ml.
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE
INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data da primeira autorização: 21 de maio de 2008
Data da última renovação:
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO