Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
03-10-2015
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FOLHETO INFORMATIVO: INFORMAÇÃO PARA O UTILIZADOR
Rocephin 250 mg (250 mg/2 ml) pó e solvente para solução injetável (de administração
exclusivamente por via intramuscular)
Rocephin 1 g (1000 mg/3,5 ml) pó e solvente para solução injetável (de administração
exclusivamente por via intramuscular)
Ceftriaxona (na forma de ceftriaxona sódica)
Leia com atenção todo este folheto antes de começar a utilizar este medicamento pois
contém informação importante para si.
- Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente.
- Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro.
- Este medicamento foi receitado apenas para si. Não deve dá-lo a outros. O
medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sinais de
doença.
- Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não
indicados neste folheto, fale com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro. Ver secção
O que contém este folheto:
1. O que é Rocephin e para que é utilizado
2. O que precisa de saber antes de utilizar Rocephin
3. Como utilizar Rocephin
4. Efeitos secundários possíveis
5. Como conservar Rocephin
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
1. O que é Rocephin e para que é utilizado
Rocephin é um antibiótico para adultos e crianças (incluindo bebés recém-nascidos).
Funciona matando as bactérias que causam infeções. Pertence a um grupo de
medicamentos chamado cefalosporinas.
Rocephin é utilizado para tratar infeções:
- do cérebro (meningite).
- dos pulmões.
- do ouvido médio.
- do abdómen e da parede abdominal (peritonite).
- do trato urinário e dos rins.
- dos ossos e das articulações.
- da pele ou dos tecidos moles.
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- do sangue.
- do coração.
Pode ser administrado para:
- tratar determinadas infeções transmitidas sexualmente (gonorreia e sífilis).
- tratar doentes com uma contagem baixa de glóbulos brancos (neutropenia) que tenham
febre devido a infeção bacteriana.
- tratar infeções do peito em adultos com bronquite crónica.
- tratar a doença de Lyme (causada por mordidas de carraça) em adultos e crianças
incluindo bebés recém-nascidos a partir dos 15 dias de idade.
- prevenir infeções durante a cirurgia.
2. O que precisa de saber antes de utilizar Rocephin
Não lhe pode ser administrado Rocephin se:
- Tem alergia à ceftriaxona ou a qualquer outro componente deste medicamento
(indicados na secção 6).
- Tiver tido uma reação alérgica súbita ou grave à penicilina ou a antibióticos
semelhantes (tais como cefalosporinas, carbapenemes ou monobactamos). Os sinais
incluem inchaço súbito da garganta ou da face que pode tornar difícil respirar ou
engolir, inchaço súbito das mãos, pés e tornozelos, e erupção na pele grave que se
desenvolve rapidamente.
- Tem alergia à lidocaína e se Rocephin for administrado por uma injeção no músculo.
Rocephin não pode ser administrado a bebés se:
- O bebé é prematuro.
- O bebé é recém-nascido (até 28 dias de idade) e tem certos problemas de sangue ou
icterícia (amarelecimento da pele ou da zona branca dos olhos) ou se o bebé for receber
pela veia um produto que contenha cálcio.
Advertências e Precauções
Fale com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro antes de lhe ser administrado
Rocephin se:
- Recebeu recentemente ou está prestes a receber produtos que contenham cálcio.
- Teve diarreia recentemente após ter tomado um antibiótico. Se alguma vez teve
problemas com o seu intestino, particularmente colite (inflamação do intestino).
- Tem problemas no fígado ou nos rins.
- Tem pedras na vesícula ou pedras nos rins
- Tem outras doenças, tais como anemia hemolítica (uma redução nos glóbulos
vermelhos que pode tornar a sua pele amarela pálida e causar fraqueza ou dificuldade
em respirar).
- Estiver a fazer uma dieta pobre em sódio.
Se precisa de uma análise ao sangue ou urina
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Se Rocephin lhe for administrado durante muito tempo, poderá precisar de fazer
análises ao sangue regularmente. Rocephin pode afetar o resultado das análises ao
açúcar na urina e uma análise ao sangue conhecida como teste de Coombs. Se for fazer
análises:
- Diga à pessoa que está a tirar a amostra de sangue que lhe foi administrado Rocephin.
Se é diabético ou precisa de monitorizar os níveis de açúcar no sangue, não deve utilizar
certos sistemas de monitorização, pois podem estimar incorretamente o açúcar no
sangue enquanto está a receber ceftriaxona. No caso de utilizar estes sistemas verifique
as instruções de utilização e diga ao seu médico, farmacêutico ou enfermeiro. Caso
necessário, devem ser utilizados métodos de teste alternativos.
Crianças
Fale com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro antes de administrarem Rocephin à
sua criança se:
- Ele/ela recebeu recentemente ou se for receber pela veia um produto que contenha
cálcio.
Outros medicamentos e Rocephin
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar, tiver tomado recentemente ou
se vier a tomar outros medicamentos.
Em especial, informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar algum dos
seguintes medicamentos:
- Um tipo de antibiótico chamado aminoglicosídeo.
- Um antibiótico chamado cloranfenicol (utilizado para tratar infeções, especialmente as
dos olhos).
Gravidez, amamentação e fertilidade
Se está grávida ou a amamentar, se pensa estar grávida ou planeia engravidar, consulte
o seu médico antes de tomar este medicamento.
O médico irá considerar o benefício do tratamento com Rocephin em relação ao risco
para o seu bebé.
Condução de veículos e utilização de máquinas
Rocephin pode causar tonturas. Se sentir tonturas, não conduza nem utilize ferramentas
ou máquinas. Fale com o seu médico se tiver estes sintomas.
3. Como utilizar Rocephin
Rocephin é normalmente administrado por um médico ou enfermeiro. É administrado
como uma injeção diretamente num músculo. Rocephin é preparado pelo médico,
farmacêutico ou enfermeiro e não irá ser misturado com ou administrado ao mesmo
tempo de injeções que contenham cálcio.
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Dose normal
O seu médico irá decidir a dose correta de Rocephin para si. A dose irá depender da
gravidade e do tipo de infeção; se está a tomar outros antibióticos; do seu peso e idade;
da função dos seus rins e fígado. O número de dias ou semanas que lhe será
administrado Rocephin depende do tipo de infeção que tenha.
Adultos, idosos e crianças com idade superior a 12 anos, com um peso corporal
50 quilogramas (kg):
- 1 a 2 g, uma vez por dia, dependendo da gravidade e do tipo de infeção. Nos casos de
infeção grave, o seu médico irá dar-lhe uma dose maior (até 4 g, uma vez por dia). Se a
sua dose diária é maior do que 2 g, pode recebê-la como uma única dose uma vez por
dia ou como duas doses separadas.
Bebés recém-nascidos, lactentes e crianças com idade entre os 15 dias e os 12 anos,
com um peso corporal < 50 kg:
- 50-80 mg de Rocephin por cada kg de peso corporal, uma vez por dia, dependendo da
gravidade e do tipo de infeção. Nos casos de infeção grave, o seu médico irá dar-lhe
uma dose diária até 100 mg por cada kg de peso corporal, até um máximo de 4 g uma
vez por dia. Se a sua dose diária é maior do que 2 g, pode recebê-la como uma única
dose uma vez por dia ou como duas doses separadas.
- As crianças com um peso corporal de 50 kg, ou mais, devem receber a dose normal de
adulto.
Bebés recém-nascidos (0-14 dias)
- 20-50 mg de Rocephin por cada kg de peso corporal, uma vez por dia, dependendo da
gravidade e do tipo de infeção.
- A dose diária máxima não deve ser superior a 50 mg por cada kg de peso corporal do
bebé.
Pessoas com problemas no fígado e nos rins
Poderá receber uma dose diferente da dose normal. O seu médico irá decidir a
quantidade de Rocephin que irá precisar e irá observar com atenção o seu estado,
dependendo da gravidade da doença hepática ou renal.
Se utilizar mais Rocephin do que deveria
Se acidentalmente receber uma dose superior à que lhe foi prescrita, contacte
imediatamente o seu médico ou o hospital mais próximo.
Caso se tenha esquecido de utilizar Rocephin
Se perdeu uma injeção, esta deverá ser-lhe administrada o mais rapidamente possível.
No entanto, se estiver perto da altura de receber a sua próxima injeção, salte a injeção
que perdeu. Não tome uma dose a dobrar (duas injeções ao mesmo tempo) para
compensar uma dose que faltou.
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Se parar de utilizar Rocephin
Não pare de utilizar Rocephin a não ser que o seu médico lhe diga para o fazer. Caso
ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico ou
enfermeiro.
4. Efeitos secundários possíveis
Como todos os medicamentos, Rocephin pode causar efeitos secundários, embora estes
não se manifestem em todas as pessoas.
Os seguintes efeitos secundários podem ocorrer com este medicamento:
Reações alérgicas graves (frequência desconhecida, não pode ser estimada com os
dados disponíveis)
Se tiver uma reação alérgica grave, informe um médico imediatamente.
Os sinais podem incluir:
- Inchaço súbito da face, garganta, lábios e boca. Isto pode tornar difícil respirar ou
engolir.
- Inchaço súbito das mãos, pés e tornozelos.
Erupções na pele graves (frequência desconhecida, não pode ser estimada com os dados
disponíveis)
Se tiver uma erupção grave na pele, informe um médico imediatamente.
- Os sinais podem incluir uma erupção na pele grave que se desenvolve rapidamente,
com bolhas ou descamação da pele e possivelmente bolhas na boca.
Outros efeitos secundários possíveis:
Frequentes (podem afetar até 1 em 10 pessoas)
- Quantidade anormal no sangue dos glóbulos brancos (tal como uma diminuição de
leucócitos e um aumento de eosinófilos) e das plaquetas (diminuição dos trombócitos).
- Fezes moles ou diarreia.
- Alterações dos resultados do funcionamento do fígado nas análises sanguíneas.
- Erupção na pele.
Pouco frequentes (podem afetar até 1 em 100 pessoas)
- Infeções fúngicas (por exemplo, candidíase).
- Uma diminuição do número de glóbulos brancos (granulocitopenia).
- Redução do número de glóbulos vermelhos (anemia).
- Problemas na coagulação do sangue. Os sinais podem incluir facilidade em fazer
nódoas negras e dor e inchaço das articulações.
- Dor de cabeça.
- Tonturas.
- Sentir-se doente ou estar enjoado.
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- Prurido (comichão).
- Dor ou sensação de ardor ao longo da veia onde o Rocephin for administrado. Dor no
local da injeção.
- Temperaturas altas (febre).
- Teste anormal do funcionamento dos rins (aumento da creatinina no sangue).
Raros (podem afetar até 1 em 1.000 pessoas)
- Inflamação do intestino grosso (cólon). Os sinais incluem diarreia, normalmente com
sangue e muco, dor de estômago e febre.
- Dificuldade em respirar (broncoespasmo).
- Erupção na pele irregular (urticária) que pode cobrir uma grande parte do seu corpo,
sensação de comichão e inchaço.
- Sangue ou açúcar na urina.
- Edema (acumulação de fluido).
- Calafrios.
Desconhecida (a frequência não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis)
- Uma infeção secundária que pode não responder aos antibióticos previamente
prescritos.
- Uma forma de anemia onde os glóbulos vermelhos são destruídos (anemia
hemolítica).
- Diminuição acentuada dos glóbulos brancos (agranulocitose).
- Convulsões.
- Vertigens (sensação de girar).
- Inflamação do pâncreas (pancreatite). Os sinais incluem dor grave no estômago que se
propaga para as suas costas.
- Inflamação do revestimento mucoso da boca (estomatite).
- Inflamação da língua (glossite). Os sinais incluem língua inchada, vermelha e dorida,
- Problemas na vesícula biliar, que podem causar dor, sentir-se doente e estar enjoado.
- Uma condição neurológica que pode ocorrer em recém-nascidos com icterícia grave
(kernicterus).
- Problemas nos rins causados por depósitos de ceftriaxona-cálcio. Pode haver dor ao
urinar ou baixa produção de urina.
- Um resultado falso-positivo no teste de Coombs (um teste para alguns problemas
sanguíneos).
- Um resultado falso-positivo para a galactosemia (acumulação anormal de galactose no
sangue).
- O Rocephin pode interferir com alguns tipos de testes para analisar a açúcar no sangue
– por favor confirme com o seu médico.
Comunicação de efeitos secundários
Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não
indicados neste folheto, fale com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro. Também
poderá comunicar efeitos secundários diretamente ao INFARMED, I.P. através dos
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contactos abaixo. Ao comunicar efeitos secundários, estará a ajudar a fornecer mais
informações sobre a segurança deste medicamento.
INFARMED, I.P.
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)
Fax: + 351 21 798 73 97
Sítio da internet: http://extranet.infarmed.pt/page.seram.frontoffice.seramhomepage
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
5. Como conservar Rocephin
Conservar a temperatura inferior a 30ºC.
Manter o recipiente dentro da embalagem exterior e ao abrigo da luz.
As soluções reconstituídas mantêm a sua estabilidade física e química durante 6 horas
numa temperatura inferior a 25ºC (ou 24 horas no frigorífico a 2ºC-8°C). No entanto, e
como regra geral, as soluções devem ser usadas imediatamente após a sua preparação.
A sua coloração varia de amarelo pálido a âmbar, dependendo da concentração e do
tempo de armazenagem. A coloração da solução não influencia a eficácia ou tolerância
do fármaco.
Manter este medicamento fora da vista e do alcance das crianças.
Não utilize este medicamento após o prazo de validade impresso na embalagem, após
"VAL.". O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado.
Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte
ao seu farmacêutico como deitar for a eliminar os medicamentos que já não utiliza.
Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Eliminação de seringas ou de objetos cortantes
Os seguintes passos devem ser criteriosamente seguidos em relação à utilização e
eliminação de seringas e outros objetos cortantes:
As seringas e agulhas nunca devem ser reutilizadas.
Colocar todas as agulhas e seringas num contentor para objetos cortantes (contentor
descartável resistente à perfuração).
Manter esse contentor fora do alcance das crianças.
Deve-se evitar colocar os contentores para objetos cortantes usados no lixo doméstico.
Elimine o contentor completo de acordo com os requisitos locais ou de acordo com as
instruções de um profissional de saúde.
Eliminação de medicamentos não utilizados ou com prazo de validade expirado
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Deve-se minimizar a eliminação de produtos farmacêuticos para o meio ambiente. Os
medicamentos não devem ser eliminados através dos esgotos e deve-se evitar a
eliminação através do lixo doméstico. Utilizar os sistemas de recolha implementados
localmente.
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
Qual a composição de Rocephin
A substância ativa é a ceftriaxona na forma de sal sódico.
Um frasco para injetáveis contém substância seca equivalente a 250 mg ou 1000 mg de
ceftriaxona.
Os outros componentes são:
A ampola de solvente para injeção I.M. contém solução de cloridrato de lidocaína a 1%
e água para preparações injetáveis. 1 ml de solvente para injeção I.M. contém 10,66 mg
de cloridrato de lidocaína, mono-hidratado, equivalente a 10 mg de cloridrato de
lidocaína anidro.
Rocephin contém aproximadamente 83 mg (3,6 mEq) de sódio por grama de
ceftriaxona.
Qual o aspeto de Rocephin e conteúdo da embalagem
Forma farmacêutica:
Injetável I.M.: Pó e solvente para solução injetável.
Embalagens para injeção I.M.:
1, 2 ou 4 frascos para injetáveis com substância ativa seca equivalente a 250 mg de
ceftriaxona, acompanhado por 1, 2 ou 4 ampolas de solvente (2 ml de solução de
cloridrato de lidocaína a 1%).
1, 2 ou 4 frascos para injetáveis com substância ativa seca equivalente a 1000 mg de
ceftriaxona, acompanhado por 1, 2 ou 4 ampolas de solvente (3,5 ml de solução de
cloridrato de lidocaína a 1%).
Titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante
Titular da Autorização de Introdução no Mercado
Roche Farmacêutica Química, Lda.
Estrada Nacional 249-1
2720-413 Amadora
Portugal
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Fabricante:
Roche Pharma AG
Emil-Barrel-Strasse 1
DE-79639 Grenzach-Wyhlen
Alemanha
Este medicamento encontra-se autorizado nos Estados Membros do Espaço Económico
Europeu (EEE) com os seguintes nomes:
1 g pó e solvente para solução injetável
Bélgica, França, Luxemburgo: Rocephine
Dinamarca, Finlândia, Islândia, Suécia: Rocephalin
Alemanha, Grécia, Hungria, Irlanda, Holanda, Portugal: Rocephin
Itália: Rocefin
250 mg pó e solvente para solução injetável
Hungria, Holanda, Portugal: Rocephin
Itália: Rocefin
Este folheto foi revisto pela última vez em
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
Rocephin 250 mg (250 mg/2 ml) pó e solvente para solução injetável (de administração
exclusivamente por via intramuscular)
Rocephin 1 g (1000 mg/3,5 ml) pó e solvente para solução injetável (de administração
exclusivamente por via intramuscular)
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
A substância ativa é a ceftriaxona na forma de sal sódico.
Um frasco para injetáveis contém substância seca equivalente a 250 mg ou 1000 mg de
ceftriaxona.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Pó e solvente para solução injetável.
Via de administração intramuscular
Pó cristalino, de cor branca a amarelo-alaranjado.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
Rocephin está indicado para o tratamento das seguintes infeções em adultos e em
crianças, incluindo recém-nascidos de termo (desde o nascimento):
Meningite bacteriana
Pneumonia adquirida na comunidade
Pneumonia adquirida no hospital
Otite média aguda
Infeções intra-abdominais
Infeções complicadas do trato urinário (incluindo pielonefrite)
Infeções dos ossos e articulações
Infeções complicadas da pele e dos tecidos moles
Gonorreia
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Sífilis
Endocardite bacteriana
Rocephin pode ser utilizado:
Para o tratamento de exacerbação aguda da doença pulmonar obstrutiva crónica em
adultos
Para o tratamento de borreliose de Lyme disseminada (inicial [etapa II] e tardia [etapa
III]) em adultos e em crianças, incluindo recém-nascidos a partir dos 15 dias de idade
Para a profilaxia pré-operatória de infeções do local cirúrgico
Na gestão de doentes neutropénicos com febre que se suspeite ser devida a uma infeção
bacteriana
No tratamento de doentes com bacteriemia que ocorra em associação, ou que se
suspeite de estar associada, com qualquer uma das infeções listadas acima
Rocephin deve ser administrado concomitantemente com outros agentes antibacterianos
sempre que o espetro possível de bactérias causadoras não seja abrangido pelo seu
espetro (ver secção 4.4).
Devem ser tidas em consideração as normas orientadoras sobre a utilização apropriada
de agentes antibacterianos.
4.2 Posologia e modo de administração
Posologia
A dose depende da gravidade, suscetibilidade, local e tipo de infeção, e da idade e
função hepatorrenal do doente.
As doses recomendadas nas tabelas abaixo são as doses geralmente recomendadas
nestas indicações. Em casos particularmente graves, deverá ser considerada a dose na
extremidade superior do limite recomendado.
Adultos e crianças com idade superior a 12 anos (
50 kg)
Dose de
Ceftriaxona (*)
Frequência do
tratamento (**)
Indicações
Pneumonia adquirida na comunidade
Exacerbação aguda da doença pulmonar
obstrutiva crónica
Infeções intra-abdominais
1-2 g
Uma vez por dia
Infeções complicadas do trato urinário (incluindo
pielonefrite)
Pneumonia adquirida no hospital
Infeções complicadas da pele e dos tecidos moles
Uma vez por dia
Infeções dos ossos e articulações
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Gestão de doentes neutropénicos com febre que
se suspeite ser devida a uma infeção bacteriana
Endocardite bacteriana
2-4 g
Uma vez por dia
Meningite bacteriana
(*) Na bacteriemia documentada, deve ser considerada a dose na extremidade superior
do limite recomendado.
(**)Pode ser considerada a administração duas vezes por dia (de 12 em 12 horas)
quando são administradas doses diárias superiores a 2 g
Indicações para adultos e crianças com idade superior a 12 anos (
50 kg) que requerem
esquemas de dosagem específicos:
Otite média aguda
Pode ser administrada uma única dose intramuscular de Rocephin 1-2 g.
Dados limitados sugerem que em casos em que o doente está gravemente doente ou a
terapêutica anterior falhou, Rocephin pode ser eficaz quando administrado numa dose
intramuscular diária de 1-2 g durante 3 dias.
Profilaxia pré-operatória de infeções do local cirúrgico
2 g em dose única pré-operatória.
Gonorreia
500 mg em dose única intramuscular.
Sífilis
As doses geralmente recomendadas são 500 mg-1 g uma vez por dia, aumentada para
2 g uma vez por dia para a neurosífilis, durante 10-14 dias. As doses recomendadas na
sífilis, incluindo neurosífilis, são baseadas em dados limitados. Devem ser tidas em
consideração orientações nacionais ou locais.
Borreliose de Lyme disseminada (inicial [etapa II] e tardia [etapa III])
2 g uma vez por dia durante 14-21 dias. As durações recomendadas do tratamento
variam e devem ser tidas em consideração orientações nacionais ou locais.
População pediátrica
Recém-nascidos, lactentes e crianças com 15 dias até aos 12 anos de idade (< 50 kg)
As crianças com um peso corporal de 50 kg, ou mais, devem receber a dose habitual de
adulto.
Dose de
ceftriaxona*
Frequência do
tratamento**
Indicações
Infeções intra-abdominais
50-80 mg/kg
Uma vez por dia
Infeções complicadas do trato urinário (incluindo
pielonefrite)
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Pneumonia adquirida na comunidade
Pneumonia adquirida no hospital
Infeções complicadas da pele e dos tecidos moles
Infeções dos ossos e articulações
50-100 mg/kg
(máx. 4 g)
Uma vez por dia
Gestão de doentes neutropénicos com febre que se
suspeite ser devida a uma infeção bacteriana
80-100 mg/kg
(máx. 4 g)
Uma vez por dia
Meningite bacteriana
100 mg/kg
(máx. 4 g)
Uma vez por dia
Endocardite bacteriana
(*) Na bacteriemia documentada, deverá ser considerada a dose na extremidade
superior do limite recomendado.
(**)Pode ser considerada a administração duas vezes por dia (de 12 em 12 horas)
quando são administradas doses diárias superiores a 2 g
Indicações para recém-nascidos, lactentes e crianças com 15 dias até aos 12 anos de
idade (< 50 kg) que requerem esquemas de dosagem específicos:
Otite média aguda
Para o tratamento inicial da otite média aguda, pode ser administrada uma única dose
intramuscular de Rocephin de 50 mg/kg. Dados limitados sugerem que em casos em
que a criança está gravemente doente ou que a terapêutica inicial falhou, Rocephin pode
ser eficaz quando administrado numa dose intramuscular diária de 50 mg/kg durante 3
dias.
Profilaxia pré-operatória de infeções do local cirúrgico
50-80 mg/kg em dose única pré-operatória.
Sífilis
As doses geralmente recomendadas são 75-100 mg/kg (máx. 4 g) uma vez por dia,
durante 10-14 dias. As doses recomendadas na sífilis, incluindo neurosífilis, são
baseadas em dados muito limitados. Devem ser tidas em consideração normas
orientadoras nacionais ou locais.
Borreliose de Lyme disseminada (inicial [etapa II] e tardia [etapa III])
50-80 mg/kg uma vez por dia durante 14-21 dias. As durações recomendadas do
tratamento variam e devem ser tidas em consideração normas orientadoras nacionais ou
locais.
Recém-nascidos entre os 0 e os 14 dias de idade
Rocephin está contraindicado em recém-nascidos prematuros até uma idade pós-
menstrual de 41 semanas (idade gestacional + idade cronológica).
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Dose de
ceftriaxona*
Frequência do
tratamento
Indicações
Infeções intra-abdominais
Infeções complicadas da pele e dos tecidos moles
Infeções complicadas do trato urinário (incluindo
pielonefrite)
Pneumonia adquirida na comunidade
Pneumonia adquirida no hospital
Infeções dos ossos e articulações
20-50 mg/kg
Uma vez por dia
Gestão de doentes neutropénicos com febre que se
suspeite ser devida a uma infeção bacteriana
Meningite bacteriana
50 mg/kg
Uma vez por dia
Endocardite bacteriana
(*) Na bacteriemia documentada, deverá ser considerada a dose na extremidade
superior do limite recomendado.
A dose diária máxima de 50 mg/kg não deve ser excedida.
Indicações para recém-nascidos entre os 0 e os 14 dias de idade que requerem esquemas
de dosagem específicos:
Otite média aguda
Para o tratamento inicial da otite média aguda, pode ser administrada uma única dose
intramuscular de Rocephin de 50 mg/kg.
Profilaxia pré-operatória de infeções do local cirúrgico
20-50 mg/kg em dose única pré-operatória.
Sífilis
As doses geralmente recomendadas são 50 mg/kg uma vez por dia durante 10-14 dias.
As doses recomendadas na sífilis, incluindo neurosífilis, são baseadas em dados muito
limitados. Devem ser tidas em consideração normas orientadoras nacionais ou locais.
Duração da terapêutica
A duração da terapêutica varia de acordo com a evolução da doença. Tal como com a
antibioterapia em geral, a administração de ceftriaxona deve continuar por um período
de 48-72 horas após o desaparecimento da febre ou evidência de erradicação bacteriana
ter sido alcançada,
Idosos
As doses recomendadas para adultos não requerem modificações nos idosos, desde que
a função hepática e renal seja satisfatória.
Doentes com compromisso hepático
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Os dados disponíveis não indicam a necessidade de ajuste da dose quando há
compromisso ligeiro ou moderado da função hepática, desde que a função renal não
esteja comprometida.
Não existem dados de estudos em doentes com compromisso hepático grave (ver secção
5.2).
Doentes com compromisso renal
Em doentes com compromisso renal, não existe necessidade de reduzir a dosagem de
ceftriaxona, desde que a função hepática não esteja comprometida. Apenas em casos de
insuficiência renal pré-terminal (clearance da creatinina < 10 ml/min), a dose de
ceftriaxona não deve exceder 2 g por dia.
Em doentes submetidos a diálise, não é necessária uma dose adicional após a diálise. A
ceftriaxona não é removida por diálise peritoneal nem por hemodiálise. A
monitorização clínica apertada da segurança e eficácia é aconselhada.
Doentes com compromisso hepático e renal graves
Aconselha-se a monitorização clínica apertada da segurança e eficácia em doentes com
compromisso hepático e renal graves.
Modo de administração
Rocephin pode ser administrado por injeção intramuscular profunda. As injeções
intramusculares devem ser administradas bem dentro da estrutura de um músculo
relativamente grande e não mais que 1 g deve ser injetada no mesmo local.
Como o solvente usado é a lidocaína, a solução final reconstituída nunca deverá ser
administrada por via intravenosa (ver secção 4.3). A informação no Resumo das
Características do Medicamento da lidocaína deve ser considerada.
A ceftriaxona está contraindicada em recém-nascidos (
28 dias) caso estes necessitem
(ou seja expetável que necessitem) de tratamento com soluções intravenosas que
contenham cálcio, incluindo perfusões contínuas que contenham cálcio como a nutrição
parentérica, devido ao risco de precipitação da ceftriaxona-cálcio (ver secção 4.3).
Para a profilaxia pré-operatória de infeções do local cirúrgico, a ceftriaxona deverá ser
administrada 30-90 minutos antes da cirurgia.
Para instruções acerca da reconstituição do medicamento antes da administração, ver
secção 6.6.
4.3 Contraindicações
APROVADO EM
03-10-2015
INFARMED
Hipersensibilidade à ceftriaxona, a qualquer outra cefalosporina ou a qualquer um dos
excipientes mencionados na secção 6.1.
História de hipersensibilidade grave (p. ex. reação anafilática) a qualquer outro tipo de
antibióticos beta-lactâmicos (penincilinas, monobactamos e carbapenemes).
A ceftriaxona está contraindicada em:
Recém-nascidos prematuros até uma idade pós-menstrual de 41 semanas (idade
gestacional + idade cronológica) (*)
Recém-nascidos de termo (até 28 dias de idade):
- com hiperbilirrubinemia, icterícia, ou que estejam hipoalbuminémicos ou acidóticos,
pois estas são situações em que é provável que a fixação da bilirrubina esteja
comprometida (*)
- caso necessitem (ou seja expetável que necessitem) de tratamento com cálcio
intravenoso, ou de perfusões contendo cálcio, devido ao risco de precipitação de um sal
ceftriaxona-cálcio (ver secções 4.4, 4.8 e 6.2).
(*) Estudos in vitro mostraram que a ceftriaxona pode deslocar a bilirrubina dos locais
de ligação à albumina plasmática, levando a um possível risco de encefalopatia por
bilirrubina nestes doentes.
As contraindicações da lidocaína devem ser excluídas antes da injeção intramuscular de
ceftriaxona, quando a solução de lidocaína é utilizada como solvente (ver secção 4.4).
Ver informação no Resumo das Características do Medicamento da lidocaína,
nomeadamente as contraindicações.
As soluções de ceftriaxona contendo lidocaína nunca devem ser administradas por via
intravenosa.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Reações de hipersensibilidade
Como acontece com todos os antibióticos beta-lactâmicos, foram notificadas reações de
hipersensibilidade graves e ocasionalmente fatais (ver secção 4.8). No caso de reações
de hipersensibilidade graves, o tratamento com ceftriaxona deve ser imediatamente
interrompido e devem ser iniciadas medidas de emergência adequadas. Antes do início
da terapêutica, deve-se estabelecer se o doente tem história de reações de
hipersensibilidade graves à ceftriaxona, a outras cefalosporinas ou a qualquer outro tipo
de antibiótico beta-lactâmico. Deve-se ter cuidado caso a ceftriaxona seja administrada
a doentes com história de hipersensibilidade não grave a outros antibióticos beta-
lactâmicos.
Foram notificadas reações adversas cutâneas graves (síndrome de Stevens Johnson ou
síndrome de Lyell/necrólise epidérmica tóxica); no entanto, a frequência destes eventos
é desconhecida (ver secção 4.8).
Interações com produtos que contenham cálcio
APROVADO EM
03-10-2015
INFARMED
Foram descritos casos de reações fatais em recém-nascidos prematuros e de termo, com
idade inferior a 1 mês, que apresentavam precipitados de cálcio-ceftriaxona nos
pulmões e rins. Pelo menos um deles tinha recebido ceftriaxona e cálcio em tempos
diferentes e através de vias intravenosas diferentes. Nos dados científicos disponíveis
não existem notificações de precipitados intravasculares confirmados em doentes, à
exceção de recém-nascidos, tratados com ceftriaxona e soluções que contenham cálcio
ou quaisquer outros produtos contendo cálcio. Estudos in vitro demonstraram que os
recém-nascidos apresentam um risco aumentado de precipitação de ceftriaxona-cálcio,
em comparação com outros grupos etários.
Em doentes de qualquer idade, a ceftriaxona não pode ser misturada ou administrada
simultaneamente com quaisquer soluções intravenosas que contenham cálcio, mesmo
através de vias de perfusão diferentes ou em locais de perfusão diferentes. No entanto,
em doentes com idade superior a 28 dias, a ceftriaxona e as soluções com cálcio podem
ser administradas sequencialmente, uma após a outra, se forem utilizadas vias de
perfusão em locais diferentes, ou se as vias de perfusão forem substituídas ou
cuidadosamente lavadas entre as perfusões, com solução salina fisiológica, para evitar a
precipitação. Em doentes que necessitem de perfusão contínua com soluções de
nutrição parentérica total (NPT) que contenham cálcio, os profissionais de saúde
poderão considerar a utilização de tratamentos antibacterianos alternativos, que não
tenham um risco semelhante de precipitação. Se a utilização de ceftriaxona for
considerada necessária em doentes que requeiram nutrição contínua, as soluções de
NTP e a ceftriaxona podem ser administradas simultaneamente, embora através de
diferentes vias de perfusão em locais diferentes. Em alternativa, a perfusão da solução
de NTP pode ser interrompida durante o período da perfusão de ceftriaxona e existir
uma lavagem cuidada das vias de perfusão entre as soluções (ver secções 4.3, 4.8, 5.2 e
6.2).
População pediátrica
A segurança e a efetividade de Rocephin em recém-nascidos, lactentes e crianças foram
estabelecidas para as dosagens descritas em Posologia e modo de administração (ver
secção 4.2). Os estudos demonstraram que a ceftriaxona, tal como algumas outras
cefalosporinas, pode deslocar a bilirrubina da albumina sérica.
Rocephin está contraindicado em prematuros e recém-nascidos de termo com risco de
desenvolverem encefalopatia por bilirrubina (ver secção 4.3).
Anemia hemolítica imunomediada
Foi observada anemia hemolítica imunomediada em doentes tratados com antibióticos
da classe das cefalosporinas, incluindo Rocephin (ver secção 4.8). Foram notificados
casos graves de anemia hemolítica, incluindo mortes, durante o tratamento com
Rocephin em adultos e crianças.
APROVADO EM
03-10-2015
INFARMED
Caso um doente desenvolva anemia durante a terapêutica com ceftriaxona, deve-se
considerar o diagnóstico de anemia associada a cefalosporinas e deve-se descontinuar a
ceftriaxona até que a etiologia seja determinada.
Tratamento prolongado
Durante um tratamento prolongado, devem-se efetuar análises sanguíneas completas em
intervalos regulares.
Colite/Proliferação de microrganismos não sensíveis
Foram notificados casos de colite associada a antibiótico e colite pseudomembranosa
com quase todos os antibióticos, incluindo ceftriaxona, e podem variar em gravidade
desde leve até potencialmente fatal. Deste modo, é importante considerar este
diagnóstico em doentes que tenham diarreia durante ou subsequente à administração de
ceftriaxona (ver secção 4.8). Deve-se considerar a interrupção da terapêutica com
ceftriaxona e a administração de tratamento específico para Clostridium difficile.
Medicamentos que inibam o peristaltismo não devem ser administrados.
Tal como com outros antibióticos, podem ocorrer superinfeções por microrganismos
não sensíveis.
Insuficiência renal e hepática grave
Aconselha-se a monitorização clínica apertada da segurança e eficácia na insuficiência
renal e hepática graves (ver secção 4.2).
Interferência com análises serológicas
Pode ocorrer interferência com o teste de Coombs, dado que Rocephin pode levar a
resultados falsos-positivos da análise. Rocephin também pode levar a resultados falsos-
positivos na análise da galactosemia (ver secção 4.8).
Métodos não enzimáticos para a determinação da glucose na urina podem dar origem a
resultados falsos-positivos. Durante a terapêutica com Rocephin, a determinação da
glucose na urina deve ser realizada enzimaticamente (ver secção 4.8).
A presença de ceftriaxona pode baixar falsamente os valores estimados da glucose
sanguínea obtidos através de alguns sistemas de monitorização da glucose sanguínea.
Por favor veja as instruções de utilização de cada sistema. Caso necessário, devem ser
utilizados métodos de teste alternativos
Sódio
Cada grama de Rocephin contém 3,6 mmol de sódio. Esta informação deve ser tida em
consideração em doentes com ingestão controlada de sódio.
APROVADO EM
03-10-2015
INFARMED
Espetro antibacteriano
A ceftriaxona tem um espetro limitado de atividade antibacteriana e pode não ser
adequada para utilização em monoterapia no tratamento de alguns tipos de infeções,
exceto se o agente patogénico já tiver sido confirmado (ver secção 4.2). Em infeções
polimicrobianas, quando os agentes patogénicos suspeitos incluem organismos
resistentes à ceftriaxona, deve ser considerada a administração de um antibiótico
adicional.
Utilização da lidocaína
Caso seja utilizada uma solução de lidocaína como solvente, as soluções de ceftriaxona
deverão ser utilizadas apenas para injeção intramuscular. As contraindicações da
lidocaína, precauções e outras informações relevantes, conforme detalhado no Resumo
das Características do Medicamento da lidocaína, devem ser consideradas antes da
utilização (ver secção 4.3). A solução de lidocaína nunca deve ser administrada por via
intravenosa.
Litíase biliar
Se estudos ecográficos abdominais evidenciam sinais de litíase biliar, deve considerar-
se a possibilidade de precipitados de cálcio-ceftriaxona. Foram detetadas sombras em
ecografias da vesícula biliar, que têm sido confundidas com cálculos biliares, mais
frequentemente em doses diárias de ceftriaxona iguais ou superiores a 1 g. Deve-se ter
especial cuidado na população pediátrica. Tais precipitados desaparecem após a
interrupção da terapêutica com ceftriaxona. Os precipitados de cálcio-ceftriaxona
raramente foram associados a sintomas. Em casos sintomáticos, é recomendado o
controlo conservador não-cirúrgico e a interrupção do tratamento com ceftriaxona
deverá ser considerada pelo médico, com base na avaliação específica do -risco-
benefício (ver secção 4.8).
Estase biliar
Foram notificados casos de pancreatite, possivelmente resultante de obstrução biliar, em
doentes tratados com Rocephin (ver secção 4.8). A maioria dos doentes apresentava
fatores de risco para estase biliar e sedimento biliar, p. ex. terapêutica significativa
anterior, doença grave e nutrição parentérica total. O papel do precipitado biliar
relacionado com Rocephin como desencadeante ou cofactor não pode ser excluído.
Litíase renal
Foram notificados casos de litíase renal, que é reversível após a interrupção de
ceftriaxona (ver secção 4.8). Em casos sintomáticos deve realizar-se uma ecografia. A
utilização em doentes com história de litíase renal ou com hipercalciúria deverá ser
considerada pelo médico, com base na avaliação específica do risco-benefício.
APROVADO EM
03-10-2015
INFARMED
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
Não devem ser utilizados solventes que contenham cálcio, tais como solução de Ringer
ou solução de Hartmann, para reconstituição dos frascos para injetáveis de Rocephin,
ou para diluir um frasco para injetáveis reconstituído para administração intravenosa,
pois pode formar-se um precipitado. A precipitação de ceftriaxona-cálcio também pode
ocorrer quando a ceftriaxona é misturada, na mesma via de administração intravenosa,
com soluções que contenham cálcio. A ceftriaxona não deve ser administrada
simultaneamente com soluções intravenosas que contenham cálcio, incluindo perfusões
contínuas contendo cálcio, tais como nutrição parentérica, através de um conetor em Y.
No entanto, em doentes que não recém-nascidos, a ceftriaxona e as soluções que
contenham cálcio podem ser administradas sequencialmente, se as linhas de perfusão
forem cuidadosamente lavadas entre as perfusões, com um líquido compatível. Estudos
in vitro, utilizando plasma de adultos e do sangue do cordão umbilical de recém-
nascidos, demonstraram que os recém-nascidos apresentam um risco aumentado de
precipitação de ceftriaxona-cálcio (ver secções 4.2, 4.3, 4.4, 4.8 e 6.2).
A utilização concomitante de anticoagulantes orais pode aumentar o efeito antagonista
da vitamina K e o risco de hemorragia. Recomenda-se que a Relação Normalizada
Internacional (INR) seja monitorizada frequentemente e que a posologia do
medicamento antagonista da vitamina K seja ajustada em conformidade, durante e após
o tratamento com ceftriaxona (ver secção 4.8).
Existe evidência conflituosa relativamente ao potencial aumento da toxicidade renal dos
aminoglicosídeos quando utilizados com cefalosporinas. Nestes casos, a monitorização
recomendada dos níveis de aminoglicosídeos (e da função renal) na prática clínica deve
ser seguida de forma rigorosa.
Num estudo in vitro foram observados efeitos antagonistas com a associação de
cloranfenicol e ceftriaxona. Desconhece-se a relevância clínica desta observação.
Não foi notificada a interação entre a ceftriaxona e produtos orais que contenham cálcio
ou a interação entre a ceftriaxona intramuscular e produtos que contenham cálcio
(intravenosos ou orais).
Em doentes tratados com ceftriaxona, o teste de Coombs pode levar a resultados falsos-
positivos.
A ceftriaxona, como outros antibióticos, pode resultar em falsos-positivos na análise da
galactosemia.
Da mesma forma, os métodos não enzimáticos para a determinação da glucose na urina
podem dar origem a resultados falsos-positivos. Por este motivo, durante a terapêutica
com ceftriaxona, a determinação do nível de glucose na urina deve ser realizada
enzimaticamente.
APROVADO EM
03-10-2015
INFARMED
Não foi observado compromisso da função renal após a administração simultânea de
doses elevadas de ceftriaxona e de diuréticos potentes (p. ex. furosemida).
A administração simultânea de probenecide não diminui a eliminação de ceftriaxona.
4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento
Gravidez
A ceftriaxona atravessa a barreira placentária. Os dados existentes sobre a utilização de
ceftriaxona em mulheres grávidas são limitados. Os estudos em animais não indicam
efeitos prejudiciais, diretos ou indiretos, no que respeita ao desenvolvimento
embrionário/fetal, peri-natal e pós-natal (ver secção 5.3). A ceftriaxona apenas deve ser
administrada durante a gravidez, e particularmente no 1º trimestre de gravidez, se o
benefício for superior ao risco.
Amamentação
A ceftriaxona é excretada em baixas concentrações no leite humano mas com as doses
terapêuticas de ceftriaxona não se preveem efeitos nos lactentes amamentados. No
entanto, não se pode excluir o risco de diarreia e de infeção fúngica das membranas
mucosas. A possibilidade de sensibilização deve ser tida em consideração. Deve ser
tomada uma decisão no sentido de interromper a amamentação ou de interromper/evitar
a terapêutica com ceftriaxona, tendo em consideração o benefício da amamentação para
a criança e o benefício da terapêutica para a mulher.
Fertilidade
Estudos reprodutivos não demonstraram qualquer evidência de efeitos adversos na
fertilidade do homem ou da mulher.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Durante o tratamento com ceftriaxona, podem ocorrer efeitos indesejáveis (p. ex.
tonturas), que podem influenciar a capacidade de conduzir e utilizar máquinas (ver
secção 4.8). Os doentes devem ter cuidado quando conduzem ou operam máquinas.
4.8 Efeitos indesejáveis
As reações adversas mais frequentemente notificadas com ceftriaxona são eosinofilia,
leucopenia, trombocitopenia, diarreia, erupção cutânea e aumento das enzimas
hepáticas.
Os dados para determinar a frequência das reações adversas medicamentosas de
ceftriaxona tiveram origem em ensaios clínicos.
APROVADO EM
03-10-2015
INFARMED
Foi utilizada a convenção seguinte para a classificação da frequência:
Muito frequentes (
1/10)
Frequentes (
100 - < 1/10)
Pouco frequentes (
1/1.000 - < 1/100)
Raros (
1/10.000 - < 1/1.000)
Desconhecido (não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis)
Classes de
sistemas de
órgãos
Frequentes
Pouco frequentes
Raros
Desconhecido (a)
Infeções e
infestações
Infeção fúngica
genital
Colite
pseudomembranosa
Superinfeção (b)
Doenças do
sangue e do
sistema
linfático
Eosinofilia
Leucopenia
Trombocitopenia
Granulocitopenia
Anemia
Coagulopatia
Anemia
hemolítica (b)
Agranulocitose
Doenças do
sistema
imunitário
Choque
anafilático
Reação anafilática
Reação
anafilactóide
Hipersensibilidade
Doenças do
sistema nervoso
Cefaleia
Tonturas
Convulsão
Afeções do
ouvido e do
labirinto
Vertigens
Doenças
respiratórias,
torácicas e do
mediastino
Broncospasmo
Doenças
gastrointestinais
Diarreia (b)
Fezes moles
Náuseas
Vómitos
Pancreatite (b)
Estomatite
Glossite
Afeções
hepatobiliares
Aumento das
enzimas
hepáticas
Cálculos da
vesícula biliar (b)
Kernicterus
APROVADO EM
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INFARMED
Classes de
sistemas de
órgãos
Frequentes
Pouco frequentes
Raros
Desconhecido (a)
Afeções dos
tecidos
cutâneos e
subcutâneos
Erupção cutânea
Prurido
Urticária
Síndrome de
Stevens Johnson
Necrólise
epidérmica tóxica
Eritema
multiforme
Pustulose
exantematosa
generalizada
aguda
Doenças renais
e urinárias
Hematúria
Glicosúria
Oligúria
Precipitação renal
(reversível)
Perturbações
gerais e
alterações no
local de
administração
Flebite
Dor no local da
injeção
Pirexia
Edema
Arrepios
Exames
complementares
de diagnóstico
Aumento da
creatinina no
sangue
Teste de Coombs
falso-positivo (b)
Teste da
galactosemia
falso-positivo (b)
Métodos não
enzimáticos para
determinação da
glucose falso-
positivo (b)
(a) Baseado em notificações após a comercialização. Dado que estas reações são
notificadas voluntariamente numa população de dimensão incerta, não é possível uma
estimativa precisa da frequência, pelo que se categoriza como desconhecido.
(b) Ver secção 4.4
Descrição de reações adversas selecionadas
Infeções e infestações
As notificações de diarreia após a utilização de ceftriaxona podem estar associadas ao
Clostridium difficile. Deve ser instituído o controlo adequado de fluidos e de eletrólitos
(ver secção 4.4).
APROVADO EM
03-10-2015
INFARMED
Precipitação de sal de ceftriaxona-cálcio
Raramente foram notificadas reações adversas graves, em alguns casos, fatais, em
recém-nascidos prematuros e de termo (com idade inferior a 28 dias) que foram tratados
com cálcio e ceftriaxona intravenosos. Foram observados post-mortem precipitados de
sal de ceftriaxona-cálcio nos pulmões e rins. O elevado risco de precipitação em recém-
nascidos é devido ao seu reduzido volume sanguíneo e à semivida superior da
ceftriaxona em comparação com os adultos (ver secções 4.3, 4.4 e 5.2).
Foram notificados casos de precipitação de ceftriaxona no trato urinário, principalmente
em crianças tratadas com doses elevadas (p. ex.
80 mg/kg/dia ou com doses totais que
excederam 10 gramas) e que apresentavam outros fatores de risco (p. ex. desidratação,
acamados). Este acontecimento pode ser assintomático ou sintomático e pode conduzir
a obstrução uretérica e insuficiência renal aguda pós-renal, mas é normalmente
reversível após a descontinuação da terapêutica com ceftriaxona (ver secção 4.4).
Foi observada precipitação de sal de ceftriaxona-cálcio na vesícula biliar,
principalmente em doentes tratados com doses superiores à dose normal recomendada.
Estudos prospetivos em crianças demonstraram uma incidência variável de precipitação
com a injeção intravenosa, em alguns estudos acima de 30%. A incidência parece ser
menor com perfusões mais lentas (20-30 minutos). Este efeito é geralmente
assintomático mas, em casos raros, as precipitações foram acompanhadas de sintomas
clínicos como dor, náuseas e vómitos. Nestes casos, é recomendado o tratamento
sintomático. Geralmente, a precipitação é reversível após a descontinuação da
ceftriaxona (ver secção 4.4).
Notificação de suspeitas de reações adversas
A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é
importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-
risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer
suspeitas de reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P.:
INFARMED, I.P.
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)
Fax: + 351 21 798 73 97
Sítio da internet: http://extranet.infarmed.pt/page.seram.frontoffice.seramhomepage
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
4.9 Sobredosagem
Em caso de sobredosagem podem ocorrer sintomas de náuseas, vómitos e diarreia. As
concentrações de ceftriaxona não podem ser diminuídas pela hemodiálise ou diálise
APROVADO EM
03-10-2015
INFARMED
peritoneal. Não existe antídoto específico. O tratamento da sobredosagem deve ser
sintomático.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 1.1.2.3 - Medicamentos anti-infeciosos. Antibacterianos.
Cefalosporinas. Cefalosporinas de 3ª geração.
Código ATC: J01DD04.
Mecanismo de ação
Após ligar-se a proteínas de ligação à penicilina, a ceftriaxona inibe a síntese da parede
celular da bactéria. Isto origina a interrupção da biossíntese da parede celular
(peptidoglicanos), o que resulta na lise e morte da célula da bactéria.
Mecanismo de resistência
A resistência bacteriana à ceftriaxona pode ser devida a um ou mais dos seguintes
mecanismos:
- hidrólise por beta-lactamases, incluindo beta-lactamases de espectro alargado
(BLEAs), carbapenemases e enzimas AmpC que podem ser induzidas ou desreprimidas
estavelmente em certas espécies bacterianas aeróbias Gram-negativas.
- reduzida afinidade das proteínas de ligação à penicilina para a ceftriaxona.
- impermeabilidade da membrana exterior em organismos Gram-negativo.
- bombas de efluxo bacterianas.
Limites dos testes de suscetibilidade
Os limites da concentração inibitória mínima (CIM) estabelecidos pela Comissão
Europeia sobre Testes de Suscetibilidade Antimicrobiana (EUCAST) são os seguintes:
Ensaio de diluição
(CIM, mg/L)
Microrganismo patogénico
Sensível
Resistente
Enterobacteriaceae
> 2
Staphylococcus spp.
(a.)
(a.)
Streptococcus spp.
(Grupos A, B, C e G)
(b.)
(b.)
Streptococcus pneumoniae
0,5 (c.)
> 2
Streptococci do grupo
viridans
>0,5
Haemophilus influenzae
0,12 (c.)
> 0,12
Moraxella catarrhalis
> 2
APROVADO EM
03-10-2015
INFARMED
Neisseria gonorrhoeae
0,12
> 0,12
Neisseria meningitidis
0,12 (c.)
> 0,12
Não relacionado com
espécies
1 (d.)
> 2
(a.) Sensibilidade inferida da sensibilidade da cefoxitina.
(b.) Sensibilidade inferida da sensibilidade da penicilina.
(c.) Isolados com uma CIM de ceftriaxona superior ao limite de sensibilidade são raros
e, se encontrados, devem ser testados novamente e, caso sejam confirmados, devem ser
enviados para um laboratório de referência.
(d.) Os limites aplicam-se à dose diária intravenosa de 1 g x 1 e a uma dose elevada de,
pelo menos, 2 g x 1.
Eficácia clínica em microrganismos patogénicos específicos
A prevalência de resistência adquirida pode variar geograficamente e com o tempo para
espécies selecionadas, sendo desejável informações locais de resistência,
particularmente quando são tratadas infeções graves. Se necessário, deve ser
considerado o aconselhamento de peritos, quando a prevalência local de resistência é tal
que a utilidade de ceftriaxona, em pelo menos alguns tipos de infeções, é questionável.
Espécies frequentemente sensíveis
Aeróbios Gram-positivo
Staphylococcus aureus (sensível à meticilina) (£)
Staphylococci coagulase negativo (sensível à meticilina) (£)
Streptococcus pyogenes (Grupo A)
Streptococcus agalactiae (Grupo B)
Streptococcus pneumoniae
Streptococci do grupo viridans
Aeróbios Gram-negativo
Borrelia burgdorferi
Haemophilus influenzae
Haemophilus parainfluenzae
Moraxella catarrhalis)
Neisseria gonorrhoea
Neisseria meningitidis
Proteus mirabilis
Providentia spp
Treponema pallidum
Espécies para as quais a resistência adquirida pode ser um problema
APROVADO EM
03-10-2015
INFARMED
Aeróbios Gram-positivo
Staphylococcus epidermidis (+)
Staphylococcus haemolyticus (+)
Staphylococcus hominis (+)
Aeróbios Gram-negativo
Citrobacter freundii
Enterobacter aerogenes
Enterobacter cloacae
Escherichia coli (%)
Klebsiella pneumoniae (%)
Klebsiella oxytoca (%)
Morganella morganii
Proteus vulgaris
Serratia marcescens
Anaeróbios
Bacteroides spp
Fusobacterium spp.
Peptostreptococcus spp
Clostridium perfringens
Organismos inerentemente resistentes
Aeróbios Gram-positivo
Enterococcus spp
Listeria monocytogenes
Aeróbios Gram-negativo
Acinetobacter baumannii
Pseudomonas aeruginosa
Stenotrophomonas maltophilia
Anaeróbios
Clostridium difficile
Outros:
Chlamydia spp.
APROVADO EM
03-10-2015
INFARMED
Chlamydophila spp.
Mycoplasma spp.
Legionella spp.
Ureaplasma urealyticum
(£) Todos os estafilococos resistentes à meticilina são resistentes à ceftriaxona.
(+) Taxas de resistência > 50% em pelo menos uma região
(%) Estirpes produtoras de beta-lactamases são sempre resistentes
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Absorção
Após injeção intramuscular, a média das concentrações plasmáticas máximas de
ceftriaxona são aproximadamente metade das observadas após administração
intravenosa de uma dose equivalente. A concentração plasmática máxima após uma
dose única intramuscular de 1 g é de cerca de 81 mg/l, sendo atingida 2-3 horas após a
administração.
A área sob a curva da concentração plasmática versus tempo, após administração
intramuscular, é equivalente à obtida após a administração intravenosa de uma dose
equivalente.
Distribuição
O volume de distribuição da ceftriaxona é de 7 12 litros. Concentrações muito
superiores à concentração inibitória mínima da maioria dos microrganismos
patogénicos relevantes são detetáveis em tecidos incluindo pulmões, coração, vias
biliares/fígado, amígdalas, ouvido médio e mucosa nasal, osso, e nos fluidos
cefalorraquidiano, pleural, prostático e sinovial. Na administração repetida observa-se
um aumento de 8-15% da média da concentração plasmática máxima (Cmax); na
maioria dos casos, o estado de equilíbrio é alcançado em 48-72 horas, dependendo da
via de administração.
Penetração em determinados tecidos
A ceftriaxona penetra nas meninges. A penetração é maior quando as meninges estão
inflamadas. Em doentes com meningite bacteriana foram notificados valores médios de
concentrações máximas de ceftriaxona no LCR até 25% dos níveis plasmáticos, em
comparação com 2% dos níveis plasmáticos dos doentes com meninges não inflamadas.
As concentrações máximas da ceftriaxona no LCR são alcançadas aproximadamente
4-6 horas após injeção intravenosa. A ceftriaxona atravessa a barreira placentária e é
excretada no leite materno em pequenas concentrações (ver secção 4.6).
Ligação às proteínas plasmáticas
APROVADO EM
03-10-2015
INFARMED
A ceftriaxona liga-se reversivelmente à albumina. A ligação às proteínas plasmáticas é
de 95% em concentrações plasmáticas inferiores a 100 mg/l. A ligação é saturável e a
quantidade de fração ligada diminui com o aumento da concentração (até 85% numa
concentração plasmática de 300 mg/l).
Biotransformação
A ceftriaxona não é metabolizada sistemicamente; no entanto, é convertida em
metabolitos inativos pela flora intestinal.
Eliminação
A depuração plasmática da ceftriaxona total (ligada e não ligada) é de 10-22 ml/min. A
depuração renal é de 5-12 ml/min. 50-60% da ceftriaxona é excretada na urina sob a
forma inalterada, principalmente através de filtração glomerular, enquanto 40-50% é
excretada na bílis sob a forma inalterada. A semivida de eliminação da ceftriaxona total
nos adultos é de cerca de 8 horas.
Doentes com compromisso renal ou hepático
Nos doentes com disfunção renal ou hepática, a farmacocinética da ceftriaxona é apenas
minimamente alterada, com a semivida ligeiramente aumentada (menos que duas
vezes), mesmo em doentes com compromisso renal grave.
O aumento relativamente modesto da semivida no compromisso renal é explicado por
um aumento compensatório da depuração não-renal, resultante de uma diminuição da
ligação às proteínas e correspondente aumento da depuração não-renal da ceftriaxona
total.
Nos doentes com compromisso hepático, a semivida de eliminação da ceftriaxona não é
aumentada, devido a um aumento compensatório da depuração renal. Isto também se
deve a um aumento da fração plasmática livre da ceftriaxona, contribuindo para o
aumento paradoxal da depuração total do fármaco, com um aumento do volume de
distribuição comparável ao da depuração total.
Idosos
Em pessoas idosas com idade superior a 75 anos, a semivida de eliminação média é
normalmente 2 a 3 vezes superior à dos adultos jovens.
População pediátrica
A semivida da ceftriaxona é prolongada nos recém-nascidos. Desde o nascimento até
aos 14 dias de idade, os níveis de ceftriaxona livre podem ser ainda mais aumentados
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por fatores como a diminuição da filtração glomerular e alteração da ligação às
proteínas. Durante a infância, a semivida é inferior à dos recém-nascidos ou adultos.
A eliminação plasmática e o volume de distribuição da ceftriaxona total são maiores
nos recém-nascidos, latentes e crianças, do que nos adultos.
Linearidade/não linearidade
A farmacocinética da ceftriaxona é não linear e todos os parâmetros farmacocinéticos
básicos, com exceção da semivida de eliminação, são dose-dependentes se baseados nas
concentrações totais do fármaco, aumentando de forma inferior à proporcionalidade
com a dose. A não linearidade é devida à saturação da ligação às proteínas plasmáticas
e é por isso observada com a ceftriaxona plasmática total, mas não com a ceftriaxona
livre (não ligada).
Relação farmacocinética/farmacodinâmica
Tal como para outros beta-lactâmicos, o índice farmacocinético/farmacodinâmico
demonstrativo da melhor correlação com a eficácia in vivo é a percentagem do intervalo
de doses em que a concentração livre se mantém acima da concentração inibitória
mínima (CIM) da ceftriaxona para espécies alvo individuais (i.e. %T > CIM).
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Os estudos em animais evidenciaram que doses elevadas de sais de cálcio-ceftriaxona
originam a formação de aglomerados e precipitados na vesícula biliar de cães e de
macacos, que se demonstrou ser reversível.
Os estudos em animais não evidenciaram toxicidade para a reprodução nem
genotoxicidade. Não foram realizados estudos de carcinogenecidade com ceftriaxona.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Ampola de solvente para injeção I.M.: solução de cloridrato de lidocaína a 1% e água
para preparações injetáveis.
1 ml de solvente para injeção I.M. contém 10,66 mg de cloridrato de lidocaína
mono-hidratado, equivalente a 10,0 mg de cloridrato de lidocaína anidra.
6.2 Incompatibilidades
Com base na literatura, a ceftriaxona não é compatível com a amsacrina, vancomicina,
fluconazol e aminoglicosídeos.
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As soluções contendo ceftriaxona não devem ser misturadas ou adicionadas a outros
agentes exceto os mencionados na secção 6.6. Em especial, não devem ser utilizados
solventes que contenham cálcio (p. ex. solução de Hartmann ou solução de Ringer) para
reconstituir os frascos para injetáveis de ceftriaxona, ou para diluir um frasco para
injetável reconstituído para administração intravenosa, pois pode formar-se um
precipitado. A ceftriaxona não pode ser misturada nem administrada simultaneamente
com soluções contendo cálcio, incluindo nutrição parentérica total (ver secções 4.2, 4.3,
4.4 e 4.8).
6.3 Prazo de validade
Frasco para injetáveis: 3 anos.
Ampolas de solvente: 5 anos.
Prazo de validade da solução reconstituída: As soluções reconstituídas mantêm as
características físicas e químicas durante 6 horas numa temperatura inferior a 25ºC (ou
24 horas no frigorífico a 2ºC-8ºC).
6.4 Precauções especiais de conservação
Conservar a temperatura inferior a 30°C.
Manter o recipiente dentro da embalagem exterior e ao abrigo da luz.
Condições de conservação do medicamento reconstituído, ver secção 6.3.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Rocephin para injeção I.M.:
É fornecido em frascos para injetáveis de vidro incolor com rolha de borracha butílica
revestida a teflon e cápsula de alumínio, acompanhados por ampolas de solvente de
vidro incolor.
Rocephin para injeção I.M. está disponível em embalagens de:
-1, 2 ou 4 frasco(s) para injetáveis com substância seca equivalente a 250 mg de
ceftriaxona, acompanhado por 1, 2 ou 4 ampola(s) com 2 ml de solução de cloridrato de
lidocaína a 1%.
-1, 2 ou 4 frasco(s) para injetáveis com substância seca equivalente a 1000 mg de
ceftriaxona, acompanhado por 1, 2 ou 4 ampola(s) com 3,5 ml de solução de cloridrato
de lidocaína
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Concentração para a injeção intravenosa: 100 mg/ml
Concentração para a perfusão intravenosa: 50 mg/ml
(Consulte por favor a secção 4.2 para mais informação).
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Preparação da solução para injeção intramuscular:
Para a preparação da injeção I.M., Rocephin 250 mg deve ser dissolvido com o
conteúdo da ampola que acompanha o frasco para injetáveis - 2 ml de solução de
cloridrato de lidocaína a 1%; Rocephin 1000 mg deve ser dissolvido na ampola que
acompanha o frasco para injetáveis - 3,5 ml de cloridrato de lidocaína a 1%.
As soluções de Rocephin não devem ser misturadas com soluções contendo outros
antibióticos ou soluções que não sejam as acima mencionadas, devido à possibilidade
de incompatibilidade.
Eliminação de seringas ou de objetos cortantes
Os seguintes passos devem ser criteriosamente seguidos em relação à utilização e
eliminação de seringas e outros objetos cortantes:
As seringas e agulhas nunca devem ser reutilizadas.
Colocar todas as agulhas e seringas num contentor para objetos cortantes (contentor
descartável resistente à perfuração).
Manter esse contentor fora do alcance das crianças.
Deve-se evitar colocar os contentores para objetos cortantes usados no lixo doméstico.
Elimine o contentor completo de acordo com os requisitos locais ou de acordo com as
instruções de um profissional de saúde.
Eliminação de medicamentos não utilizados ou com prazo de validade expirado
Deve-se minimizar a eliminação de produtos farmacêuticos para o meio ambiente. Os
medicamentos não devem ser eliminados através dos esgotos e deve-se evitar a
eliminação através do lixo doméstico. Utilizar os sistemas de recolha implementados
localmente.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Roche Farmacêutica Química, Lda.
Estrada Nacional 249-1
2720-413 Amadora
Portugal
8. NÚMEROS DE AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Rocephin para administração I.M.:
Rocephin 250 mg (250 mg/2 ml), pó e solvente para solução injetável
N.º de registo: 8612564 - 1 unidade de pó e solvente para solução injetável,
250 mg/2 ml, 1 frasco para injetáveis de vidro incolor e 1 ampola de solvente de vidro
incolor
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N.º de registo: 4710489 - 2 unidades de pó e solvente para solução injetável,
250 mg/2 ml, 2 frascos para injetáveis de vidro incolor e 2 ampolas de solvente de vidro
incolor
N.º de registo: 4710588 - 4 unidades de pó e solvente para solução injetável,
250 mg/2 ml, 4 frascos para injetáveis de vidro incolor e 4 ampolas de solvente de vidro
incolor
Rocephin 1 g (1000 mg/3,5 ml), pó e solvente para solução injetável
N.º de registo: 8612580 - 1 unidade de pó e solvente para solução injetável,
1000 mg/3,5 ml, 1 frasco para injetáveis de vidro incolor e 1 ampola de solvente de
vidro incolor
N.º de registo: 4710885 - 2 unidades de pó e solvente para solução injetável,
1000 mg/3,5 ml, 2 frascos para injetáveis de vidro incolor e 2 ampolas de solvente de
vidro incolor
N.º de registo: 4710984 - 4 unidades de pó e solvente para solução injetável,
1000 mg/3,5 ml, 4 frascos para injetáveis de vidro incolor e 4 ampolas de solvente de
vidro incolor
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE
INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data da primeira autorização: 30 abril 1985.
Data de Revisão: 17 fevereiro 2000.
Data da última renovação: 30 setembro 2010
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO