Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
21-06-2019
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INFARMED
Folheto informativo: Informação para o utilizador
Rivotril 0,5 mg comprimido
Rivotril 2 mg comprimido
Clonazepam
Leia com atenção todo este folheto antes de começar a utilizar este medicamento pois contém
informação importante para si.
- Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente.
- Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico.
- Este medicamento foi receitado apenas para si. Não deve dá-lo a outros. O medicamento
pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sinais de doença.
- Se tiver quaisquer efeitos indesejáveis, incluindo possíveis efeitos indesejáveis não indicados
neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico. Ver secção 4.
O que contém este folheto:
1. O que é Rivotril e para que é utilizado
2. O que precisa de saber antes de tomar Rivotril
3. Como tomar Rivotril
4. Efeitos indesejáveis possíveis
5. Como conservar Rivotril
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
1. O que é Rivotril e para que é utilizado
Rivotril pertence à categoria farmacoterapêutica dos antiepiléticos e anticonvulsivantes.
Assim, Rivotril está indicado, principalmente como adjuvante ou em situações refratárias, na
maioria das formas de epilepsia, especialmente nas crises de ausências incluindo crises de
ausências atípicas; síndrome de Lennox-Gastaut; crises mioclónicas e atónicas. Nos espasmos
infantis (síndrome de West) e nas crises tónico-clónicas apenas está indicado como adjuvante ou
em casos refratários.
2. O que precisa de saber antes de tomar Rivotril
Não tome Rivotril:
- se tem alergia ao clonazepam ou a qualquer componente deste medicamento (indicados na
secção 6).
- se tem insuficiência respiratória grave ou doença hepática grave.
Advertências e precauções
Fale com o seu médico ou farmacêutico antes de tomar Rivotril:
- se tem doença hepática ligeira ou moderada;
- se tiver falta de coordenação dos movimentos do corpo (ataxia);
- se tiver história de depressão e/ou tentativa de suicídio. Um pequeno número de pessoas que
iniciaram tratamento com antiepiléticos com clonazepam teve pensamentos de autoagressão e
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suicídio. Se a qualquer momento tiver estes pensamentos deve contactar imediatamente o seu
médico.
- se tiver miastenia gravis;
- se tiver sofrido uma intoxicação aguda com álcool ou drogas;
- se tiver apneia do sono;
- se tiver doença respiratória pré-existente;
- se tiver porfiria;
- se estiver a tomar outros medicamentos que atuem no sistema nervoso ou que sejam
anticonvulsivantes (antiepiléticos), pois poderá ter que ajustar a sua dose de Rivotril.
- no caso dos recém-nascidos e crianças, porque Rivotril pode provocar aumento da salivação e
das secreções brônquicas. Neste caso, é necessário prestar muita atenção à capacidade respiratória
do recém-nascido ou da criança.
- se for conduzir ou utilizar máquinas, visto que Rivotril pode tornar a sua capacidade de reação
mais lenta. Deverá evitar conduzir ou utilizar máquinas durante o tratamento e, principalmente,
no seu início (ver "Condução de veículos e utilização de máquinas"). Este efeito é agravado pela
ingestão de álcool.
- se for necessário parar o tratamento com Rivotril, pois não poderá fazê-lo repentinamente
devido ao risco de ter crises epiléticas. Sempre que seja necessário, a redução da dose ou a
interrupção de Rivotril devem ser sempre feitas de forma gradual, conforme indicações do seu
médico.
- a utilização de benzodiazepinas pode provocar dependência física e psicológica, cujo risco
aumenta com a dose e a duração do tratamento, é também maior se houver história médica de
abuso de álcool e/ou de drogas. Quando se desenvolve a dependência física, a interrupção súbita
do tratamento pode ser acompanhada de sintomas de privação. Durante o tratamento prolongado
ou com doses elevadas, os sintomas de privação podem surgir se a dose diária for reduzida ou
interrompida subitamente. Os sintomas incluem tremor, suores, agitação, perturbações do sono e
ansiedade, dores de cabeça, diarreia, dores musculares, ansiedade extrema, tensão, inquietação,
alterações do humor, confusão, irritabilidade e crises epiléticas que podem estar subjacentes à
própria doença. Nos casos graves podem ocorrer perda de noção da realidade, despersonalização,
alterações auditivas, adormecimento e formigueiro nas extremidades, hipersensibilidade à luz, ao
ruído e ao contacto físico, alucinações.
Uma vez que o risco de sintomas de privação é maior após a interrupção súbita do tratamento,
mesmo o tratamento de curta duração deve terminar com uma redução gradual da dose diária. O
risco de sintomas de privação aumenta quando as benzodiazepinas são utilizadas em associação
com sedativos diurnos (tolerância cruzada).
Outros medicamentos e Rivotril
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar, ou tiver tomado recentemente, ou vier a
tomar outros medicamentos.
Informe particularmente o seu médico se estiver a tomar os seguintes medicamentos:
- antiepiléticos, tais como a fenitoína, fenobarbital, carbamazepina, lamotrigina e valproato, pois
podem diminuir o efeito do Rivotril.
- medicamentos inibidores da enzima CYP3A4 (por ex. fluconazol), pois podem aumentar o
efeito e a concentração de Rivotril.
- ácido valpróico, porque pode ocasionalmente provocar crises de ausência (pequeno mal).
- podem ocorrer efeitos indesejáveis mais intensos como sedação e depressão cardiorrespiratória
quando se coadministra Rivotril com qualquer depressor do sistema nervoso central, incluindo o
álcool.
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Em terapêutica combinada com fármacos de ação central, a dose de cada fármaco deve ser
adaptada de modo a obter o efeito desejado.
Os antidepressivos do tipo inibidores seletivos da recaptação da serotonina, tais como a sertralina
e fluoxetina, e o antiepilético felbamato não afetam o tratamento com Rivotril quando
administrados simultaneamente.
Rivotril com álcool
Durante o tratamento com Rivotril é muito importante que não beba álcool em circunstância
alguma.
Gravidez, amamentação e fertilidade
Se está grávida ou a amamentar, se pensa estar grávida ou planeia engravidar, consulte o seu
médico ou farmacêutico antes de tomar este medicamento.
Todas as mulheres com possibilidade de engravidar deverão receber aconselhamento médico
especializado antes de iniciarem o tratamento, devido ao aumento do risco de malformações
congénitas.
O risco de malformações congénitas é 2 a 3 vezes maior nos descendentes de grávidas medicadas
com antiepiléticos. As malformações mais frequentes são dos lábios e cavidade oral, aparelho
cardiovascular e tubo neural.
Se estiver a planear engravidar ou se descobriu que está grávida, informe o seu médico
imediatamente.
Embora o clonazepam passe para o leite materno apenas em pequenas quantidades, as mães
tratadas com Rivotril não devem amamentar. Se o tratamento com Rivotril for absolutamente
necessário, deve abandonar-se o aleitamento materno.
Condução de veículos e utilização de máquinas
Mesmo quando utilizado conforme prescrito, Rivotril pode tornar as suas reações mais lentas,
afetando a sua capacidade de conduzir ou utilizar máquinas. Este efeito é agravado pela ingestão
de álcool.
Assim, deverá evitar a realização de atividades como conduzir, utilizar máquinas ou fazer outras
tarefas potencialmente perigosas durante o tratamento com Rivotril, e especialmente no seu
início. O seu médico irá aconselhá-lo sobre esta situação, com base na sua dose e resposta ao
tratamento.
Rivotril contém lactose.
Se foi informado pelo seu médico que tem intolerância a alguns açúcares, contacte-o antes de
tomar este medicamento.
3. Como tomar Rivotril
Tome este medicamento exatamente como indicado pelo seu médico ou farmacêutico. Fale com o
seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.
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O seu médico irá estabelecer a sua dose com base na sua resposta ao tratamento, idade e
tolerabilidade ao medicamento. Regra geral, Rivotril é administrado em doses baixas nos novos
casos não resistentes à terapêutica. Os comprimidos ranhurados permitem a administração de
doses baixas na fase inicial do tratamento do adulto. Para evitar a ocorrência de efeitos
indesejáveis no início do tratamento o seu médico irá prescrever-lhe a dose mais baixa possível,
aumentando-a progressivamente até atingir a dose de manutenção adequada ao seu caso. É
importante que siga as indicações do seu médico quanto às doses a tomar.
Adultos:
A dose inicial não deve exceder 1,5 mg/dia, dividida em 3 doses. A dose pode sofrer aumentos de
0,5 mg, de 3 em 3 dias, até que a crise esteja controlada ou o aparecimento de efeitos indesejáveis
impeça o aumento da dose.
A dose de manutenção será estipulada de acordo com o seu caso específico e com a sua resposta
ao tratamento. Geralmente, é suficiente uma dose de manutenção de 3-6 mg. A dose máxima para
adultos (20 mg/dia) não deve ser excedida.
A dose diária deve ser dividida em 3 doses iguais. Se as doses não forem igualmente divididas, a
dose maior deve ser administrada ao deitar. A dose de manutenção é alcançada 1-3 semanas após
o início do tratamento. Uma vez alcançada a dose de manutenção, a dose diária pode ser
administrada numa única toma, à noite.
Utilização em crianças e adolescentes
Crianças dos 10 aos 16 anos:
A dose inicial é de 1-1,5 mg/dia, dividida em 2 a 3 doses. A dose pode ser aumentada em 0,25-0,5
mg, de 3 em 3 dias, até se alcançar a dose de manutenção individual (geralmente 3-6 mg/dia).
Crianças até 10 anos (ou até 30 Kg de peso):
A dose inicial é de 0,01-0,03 mg/Kg por dia, dividida em 2-3 doses. A dose poderá ser aumentada
em não mais de 0,25-0,5 mg, de 3 em 3 dias, até se alcançar a dose de manutenção
(aproximadamente 0,1 mg/Kg por dia), a crise estar controlada ou até que o aparecimento de
efeitos adversos impeça o aumento da dose. A dose diária máxima na criança (0,2 mg/Kg) não
deve ser excedida.
Utilização em doentes idosos:
Deve ser usada a menor dose possível e é necessário ter precaução durante a fase de aumento da
dose em doentes idosos.
Utilização em doentes com doença renal:
Não é necessário ajustar a dose nestes doentes.
Utilização em doentes com doença hepática:
Doentes com doença hepática grave não devem ser tratados com Rivotril.
Deve ser administrada a menor dose possível a doentes com doença hepática ligeiro ou moderada.
Rivotril pode ser administrado simultaneamente com um ou mais antiepiléticos. Nesta situação, a
dose de cada um dos fármacos deve ser ajustada de modo a obter o efeito ótimo. No caso de
tomar outros antiepiléticos para além de Rivotril estará em maior risco de sofrer efeitos
indesejáveis.
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Se tomar mais Rivotril do que deveria
Se tomou mais comprimidos do que deveria, entre imediatamente em contacto com o seu médico
ou farmacêutico.
Caso tenha tomado mais Rivotril do que deveria pode desenvolver sintomas de uma
sobredosagem, que incluem sonolência, perturbação da marcha, dificuldade em falar e
movimentos involuntários dos olhos. A sobredosagem com Rivotril raramente tem risco de vida
se for ingerido isoladamente, mas pode levar a perda de reflexos, falta de ar, tensão arterial baixa,
depressão cardiorrespiratória e coma.
O coma, caso ocorra, tem normalmente uma duração de poucas horas, mas pode ser mais
prolongado e cíclico, particularmente em idosos. Os efeitos de depressão respiratória das
benzodiazepinas são mais graves em doentes com doença respiratória. Estes efeitos podem ser
agravados caso tenha tomado álcool.
O tratamento da sobredosagem inclui a monitorização dos sinais vitais e instituição de medidas de
suporte, tratamento dos sintomas cardiorrespiratórios e do sistema nervoso central. Para evitar
mais absorção pode aplicar-se um método apropriado, por ex. tratamento com carvão ativado
dentro de 1-2 horas. Caso seja utilizado o carvão ativado, será imperativo fazer uma proteção das
vias aéreas em doentes sonolentos. Em caso de ingestão mista, pode considerar-se a lavagem
gástrica, embora não deva ser uma medida de rotina.
O flumazenilo, que é um antagonista das benzodiazepinas, pode ser administrado se a depressão
do sistema nervoso central for grave. No entanto, o flumazenilo tem de ser utilizado com extrema
precaução em doentes epiléticos em tratamento com benzodiazepinas, visto que pode provocar
crises epiléticas.
Caso se tenha esquecido de tomar Rivotril
Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar. Continue a
tomar a dose habitual na altura prevista.
Se parar de tomar Rivotril
Nunca deverá parar o tratamento ou reduzir a dose de forma repentina, pois pode desenvolver
sintomas de privação (ver na secção 2 “Advertências e precauções”)
O tratamento só pode ser terminado através de uma redução gradual da dose diária, de acordo
com as orientações do seu médico.
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico ou
farmacêutico.
4. Efeitos indesejáveis possíveis
Como todos os medicamentos, este medicamento pode causar efeitos indesejáveis, embora estes
não se manifestem em todas as pessoas.
Pode ocorrer frequentemente diminuição da concentração, fadiga (cansaço, abatimento),
sonolência, cansaço, diminuição da tonicidade e fraqueza muscular, vertigens, atordoamento,
intolerância à luz, falta de controlo dos músculos e diminuição da capacidade de reação.
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Estes efeitos são geralmente passageiros e desaparecem geralmente de forma espontânea com a
continuação do tratamento ou com a redução da dose. A sua ocorrência pode ser parcialmente
evitada se o aumento inicial da dose for lento.
Foram observadas perturbações emocionais e do humor, confusão e desorientação. A utilização
de benzodiazepinas em doses terapêuticas pode causar amnésia anterógrada, sendo maior o risco
nas doses mais elevadas. Os efeitos amnésicos podem associar-se a comportamento inadequado.
Pode ocorrer depressão em doentes tratados com Rivotril, podendo também estar associada a
doença subjacente.
Em certas formas de epilepsia, é possível um aumento da frequência das crises durante o
tratamento prolongado.
Foram observadas reações como inquietação, agitação, irritabilidade, agressividade, nervosismo,
hostilidade, ansiedade, perturbações do sono, delírios, fúria, pesadelos e sonhos anormais,
alucinações, psicoses, hiperatividade, comportamento inadequado e outros efeitos
comportamentais adversos.
Raramente pode ocorrer urticária, comichão, erupção cutânea, queda de cabelo temporária,
alteração da pigmentação, náusea, sintomas epigástricos, dores de cabeça, diminuição do número
de plaquetas, alterações da líbido, impotência e incontinência urinária.
Muito raramente foram relatadas reações alérgicas e alguns casos de anafilaxia.
Particularmente no tratamento prolongado ou com doses elevadas, podem ocorrer afeções
reversíveis, tais como alterações na fala, falta de controlo dos músculos e perturbações da visão
(diplopia e nistagmo).
Pode ocorrer depressão respiratória, que pode ser agravada em doentes com obstrução das vias
aéreas pré-existente, danos cerebrais, ou em tratamento com outros medicamentos que causem
depressão respiratória. Regra geral, este efeito pode ser evitado através de um rigoroso ajuste da
dose de acordo com as suas necessidades.
Foi notificada insuficiência cardíaca, incluindo paragem cardíaca.
Foram notificadas quedas e fraturas em utilizadores de benzodiazepinas. Observou-se um
aumento do risco em doentes que tomam concomitantemente outros sedativos (incluindo bebidas
alcoólicas) e em idosos.
Efeitos indesejáveis adicionais em crianças e adolescentes
Nos bebés e crianças pequenas, Rivotril pode causar aumento da salivação ou aumento das
secreções brônquicas, pelo que deve ter especial atenção na manutenção da função respiratória.
Foram relatados casos isolados de desenvolvimento reversível dos carateres sexuais secundários
na criança.
Comunicação de efeitos indesejáveis
Se tiver quaisquer efeitos indesejáveis, incluindo possíveis efeitos indesejáveis não indicados
neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico. Também poderá comunicar efeitos
indesejáveis diretamente ao INFARMED, I.P. através dos contactos abaixo. Ao comunicar efeitos
indesejáveis, estará a ajudar a fornecer mais informações sobre a segurança deste medicamento.
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Sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram
(preferencialmente)
ou através dos seguintes contactos:
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800 222 444 (gratuita)
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
5. Como conservar Rivotril
Conservar na embalagem de origem para proteger da luz.
Manter este medicamento fora da vista e do alcance das crianças.
Não utilize este medicamento após o prazo de validade impresso na embalagem exterior, após
"VAL.". O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado.
Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu
farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a
proteger o ambiente.
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
Qual a composição de Rivotril
- A substância ativa é o clonazepam.
Rivotril 0,5 mg comprimidos: cada comprimido contém 0,5 mg de clonazepam.
Rivotril 2 mg comprimidos: cada comprimido contém 2 mg de clonazepam.
- Os outros componentes são:
Rivotril 0,5 mg comprimidos: lactose monohidratada, amido de milho, amido pré-gelatinizado,
talco, estearato de magnésio, óxido de ferro vermelho (E172), óxido de ferro amarelo (E172).
Rivotril 2 mg comprimidos: lactose anidra, amido pré-gelatinizado, celulose microcristalina,
estearato de magnésio.
Qual o aspeto de Rivotril e conteúdo da embalagem
Rivotril apresenta-se na forma de comprimidos de 0,5 mg ou 2 mg.
Rivotril 0,5 mg: embalagem de 20 ou 50 comprimidos, acondicionados em frasco.
Rivotril 2 mg: embalagem de 30 comprimidos, acondicionados em frasco.
Titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante
Roche Farmacêutica Química, Lda.
Estrada Nacional 249 - 1
2720 - 413 Amadora
Portugal
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Roche Pharma AG
Emil-Barell-Strasse 1
DE-79639 Grenzach-Whylen
Alemanha
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
Rivotril 0,5 mg comprimidos
Rivotril 2 mg comprimidos
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Rivotril 0,5 mg comprimidos
Cada comprimido contém 0,5 mg de clonazepam.
Excipientes com efeito conhecido:
Lactose monohidratada - 40 mg
Rivotril 2 mg comprimidos
Cada comprimido contém 2 mg de clonazepam.
Excipientes com efeito conhecido:
Lactose anidra - 121,5 mg
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Comprimido
Os comprimidos são ranhurados para permitem a administração de doses menores. Para partir o
comprimido, segure-o com a ranhura voltada para cima e aplique pressão para baixo.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
Rivotril está indicado, principalmente como adjuvante ou em situações refratárias, na maioria das
formas de epilepsia, especialmente nas crises de ausências incluindo crises de ausências atípicas;
síndrome de Lennox-Gastaut; crises mioclónicas e atónicas. Nos espasmos infantis (síndrome de
West) e nas crises tónico-clónicas apenas está indicado como adjuvante ou em casos refratários.
4.2 Posologia e modo de administração
Posologia
A dose de Rivotril deve ser determinada individualmente de acordo com a resposta clínica do
doente e a tolerância ao fármaco.
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Rivotril 0,5 mg comprimidos pode ser dividido em metades iguais para facilitar a posologia.
Rivotril 2 mg comprimidos pode ser dividido em metades ou quartos iguais para facilitar a
posologia.
Dose padrão
Antes de incluir Rivotril num regime terapêutico anticonvulsivante já estabelecido, deve
considerar-se que a utilização de múltiplos agentes pode resultar num aumento dos efeitos
adversos.
Os comprimidos ranhurados de Rivotril 0,5 mg permitem a administração de doses baixas na fase
inicial do tratamento do adulto.
O efeito de uma única dose de Rivotril tem início 30-60 minutos após administração oral e
prolonga-se por 6-8 horas em crianças e 8-12 horas em adultos.
Para evitar a ocorrência de efeitos adversos no início do tratamento é essencial iniciá-lo com a
dose mínima recomendada, aumentando-a progressivamente até atingir a dose de manutenção
adequada ao doente.
População pediátrica
Crianças até 10 anos (ou até 30 Kg de peso): a dose inicial é de 0,01-0,03 mg/Kg por dia, dividida
em 2-3 doses. A dose poderá ser aumentada em não mais de 0,25-0,5 mg de 3 em 3 dias até ser
atingida a dose de manutenção (aprox. 0,1 mg/Kg por dia), a crise estar controlada ou até que o
aparecimento de efeitos adversos impeça o aumento da dose. A dose diária máxima na criança,
0,2 mg/Kg, não deve ser excedida.
Com base nas doses determinadas para crianças até 10 anos (ver acima) e para adultos (ver
abaixo) foram estabelecidas as seguintes recomendações posológicas para crianças dos 10 aos 16
anos: a dose inicial é de 1-1,5 mg/dia, dividida em 2 a 3 doses. A dose poderá ser aumentada em
0,25-0,5 mg de 3 em 3 dias até se atingir a dose de manutenção individual (geralmente 3-6
mg/dia).
Adultos
A dose inicial não deve exceder 1,5 mg/dia, dividida em 3 doses. A dose poderá sofrer aumentos
de 0,5 mg de 3 em 3 dias até que a crise esteja controlada ou o aparecimento de efeitos adversos
impeça o aumento. A dose de manutenção deve ser individualizada para cada doente de acordo
com a resposta ao tratamento. Geralmente é suficiente uma dose de manutenção de 3-6 mg por
dia. A dose terapêutica máxima para adultos (20 mg/dia) não deve ser excedida.
A dose diária deve ser dividida em 3 doses iguais. Se as doses não forem igualmente divididas, a
dose maior deve ser administrada ao deitar. A dose de manutenção é alcançada de preferência 1-3
semanas após o início da terapêutica. Uma vez atingida a dose de manutenção, a dose diária pode
ser administrada numa única toma, à noite.
Regimes posológicos especiais
Idosos (doentes com idade superior a 65 anos):
Deve ser usada a menor dose possível e recomenda-se precaução durante a titulação de dose em
doentes idosos (ver secção 5.2).
Compromisso renal:
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Não foi estudada a segurança e eficácia do clonazepam em doentes com compromisso renal, no
entanto, com base em considerações farmacocinéticas não é necessário ajustar a dose nestes
doentes (ver secção 5.2).
Compromisso hepático:
Doentes com compromisso hepático grave não devem ser tratados com clonazepam (ver secção
4.3). Em doentes com compromisso hepático ligeiro a moderado deve ser administrada a menor
dose possível (ver secções 4.2 e 4.4).
Clonazepam pode ser administrado concomitantemente com um ou mais antiepiléticos; nesta
situação, a dose de cada um dos fármacos deve ser ajustada de modo a obter-se o efeito ótimo.
À semelhança do que se verifica com todos os agentes antiepiléticos, o tratamento com
clonazepam não deve ser interrompido subitamente mas sim de uma forma gradual (ver secção
4.8).
4.3 Contraindicações
Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes mencionados na secção
6.1.
Rivotril está contraindicado em doentes com insuficiência respiratória grave ou compromisso
hepático grave, uma vez que as benzodiazepinas podem causar encefalopatia hepática.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Pode ocorrer alguma perda do efeito no decorrer do tratamento com clonazepam.
Compromisso hepático
As benzodiazepinas podem ter um papel contributivo no desencadeamento de episódios de
encefalopatia hepática no compromisso hepático grave. Recomenda-se precaução aquando da
administração de Rivotril a doentes com compromisso hepático ligeiro a moderado (ver secção
4.3).
SNC, perturbação psicótica e depressão
Recomenda-se especial cuidado na utilização de Rivotril em doentes com ataxia.
As benzodiazepinas não estão indicadas no tratamento de primeira linha da doença psicótica.
Doentes com história de depressão e/ou tentativa de suicídio devem ser mantidos sob estreita
supervisão.
Foram notificados casos de ideação e comportamento suicida em doentes tratados com
medicamentos antiepiléticos, em várias indicações terapêuticas. Uma meta-análise de ensaios
aleatorizados de medicamentos antiepiléticos, contra placebo, mostrou também um pequeno
aumento do risco de ideação e comportamento suicida. Não é ainda conhecido o mecanismo que
explica este risco e os dados disponíveis não excluem a possibilidade de um aumento do risco
para o clonazepam.
Portanto, os doentes devem ser monitorizados quanto aos sinais de ideação e comportamento
suicida, devendo ser considerada a necessidade de tratamento adequado. Os doentes (e os
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prestadores de cuidados aos doentes) devem ser aconselhados a contactar o médico assim que
surjam sinais de ideação e comportamento suicida.
Miastenia gravis
Como com qualquer substância depressora do SNC e/ou relaxante muscular, recomenda-se
especial cuidado na administração de Rivotril a doentes com miastenia gravis.
Uso concomitante de álcool / Depressores do SNC
Deve evitar-se o uso concomitante de Rivotril com álcool e/ou depressores do SNC, dado que
existe um potencial de aumento dos efeitos clínicos do Rivotril, incluindo possivelmente sedação
grave que pode resultar em coma ou morte, depressão respiratória e/ou cardiovascular
clinicamente relevantes (ver secção 4.5).
Recomenda-se especial cuidado na administração de Rivotril em situações de intoxicação aguda
com álcool ou drogas.
Reações psiquiátricas e "paradoxais"
Sabe-se que ocorrem reações paradoxais, tais como inquietação, agitação, irritabilidade,
agressividade, ansiedade, delírio, fúria, pesadelos, alucinações, psicoses, comportamento
inadequado e outros efeitos comportamentais adversos quando se usam benzodiazepinas (ver
secção 4.8). Se estas reações ocorrerem, o tratamento deve ser descontinuado. As reações
paradoxais ocorrem mais frequentemente em crianças e idosos.
Amnésia
O risco de amnésia anterógrada, que pode ocorrer com doses terapêuticas de benzodiazepinas,
aumenta com doses elevadas.
Apneia do sono
A utilização de benzodiazepinas em doentes com apneia do sono não é recomendada devido ao
potencial efeito aditivo da depressão respiratória. A apneia do sono parece ser mais comum em
doentes com epilepsia e a relação entre a apneia do sono, a ocorrências de convulsões e a hipóxia
pós-ictal deve ser considerada à luz da sedação e depressão respiratória induzidas pelas
benzodiazepinas. Assim, recomenda-se a utilização de Rivotril em doentes epilépticos com
apneia do sono apenas quando os benefícios esperados excedam os potenciais riscos.
Doenças respiratórias
A dose de Rivotril deve ser cuidadosamente adaptada às necessidades individuais dos doentes
com doença respiratória pré-existente (por ex. doença pulmonar obstrutiva crónica).
Epilepsia
A dose de Rivotril deve ser cuidadosamente adaptada às necessidades individuais dos doentes
sujeitos a terapêutica com outros agentes de ação central ou anticonvulsivantes (antiepiléticos)
(ver secção 4.5).
Os anticonvulsivantes, incluindo o Rivotril, não devem ser interrompidos abruptamente em
doentes epiléticos, pois isso pode precipitar um status epilepticus. Sempre que, na opinião do
médico, seja necessária uma redução da dosagem ou a interrupção da terapêutica, estas devem ser
feitas de forma gradual.
Nos bebés e crianças pequenas, Rivotril pode provocar hipersalivação e aumento da secreção
brônquica. Assim, deve prestar-se especial atenção à manutenção da permeabilidade das vias
respiratórias.
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Porfiria
Rivotril deve ser administrado com precaução em doentes com porfiria, pois pode ter um efeito
porfirinogénico.
Abuso de drogas e dependência
A utilização de benzodiazepinas pode gerar dependência física e psicológica (ver secção 4.8). O
risco de dependência aumenta com a dose e a duração do tratamento, é também maior em doentes
com história médica de abuso de álcool e/ou de drogas. Foi notificado abuso em utilizadores
abusivos de outros fármacos. Recomenda-se extrema precaução na administração de Rivotril em
doentes com história de abuso de álcool ou de drogas.
Quando se desenvolve dependência física, a interrupção brusca do tratamento será acompanhada
de sintomas de privação. Durante o tratamento prolongado ou com doses elevadas, os sintomas de
privação podem surgir se a dose diária for reduzida ou interrompida subitamente. Os sintomas
incluem tremor, sudação, agitação, perturbações do sono e ansiedade, cefaleias, diarreia, mialgias,
ansiedade extrema, tensão, inquietação, alterações de humor, confusão, irritabilidade e crises
epiléticas que podem estar subjacentes à própria doença.
Nos casos graves pode ocorrer desrealização, despersonalização, hiperacusis, adormecimento e
formigueiro nas extremidades, hipersensibilidade à luz, ao ruído e ao contacto físico ou
alucinações. Uma vez que o risco de sintomas de privação é maior após a interrupção brusca da
terapêutica, mesmo o tratamento de curta duração deve ser sempre finalizado com a redução
gradual da dose diária. O risco de sintomas de privação aumenta quando as benzodiazepinas são
utilizadas em associação com sedativos diurnos (tolerância cruzada).
Este medicamento contém lactose. Doentes com problemas hereditários raros de intolerância à
galactose, deficiência de lactase ou malabsorção de glucose-galactose não devem tomar este
medicamento.
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
Rivotril pode ser administrado concomitantemente com um ou mais agentes antiepiléticos. A
probabilidade de interação farmacocinética com estes fármacos é reduzida. Porém, a introdução
de um novo fármaco num regime terapêutico já estabelecido implica uma rigorosa avaliação da
resposta ao tratamento, pois efeitos adversos como sedação e apatia são mais suscetíveis de
ocorrer. Nestas situações, é necessário ajustar a dose de cada fármaco, de modo a obter o efeito
desejado.
O tratamento concomitante com fenitoína ou primidona pode alterar a concentração plasmática de
fenitoína ou primidona (em geral, um aumento).
Interações farmacocinéticas fármaco-fármaco (IFF):
Os fármacos antiepiléticos, fenitoína, fenobarbital, carbamazepina, lamotrigina e, em menor
extenção, valproato podem aumentar a depuração do clonazepam, reduzindo assim as
concentrações plasmáticas de clonazepam em mais de 38% durante uma terapêutica combinada.
Rivotril pode influenciar as concentrações de fenitoína. Devido à natureza bidirecional da
interação clonazepam-fenitoína, verificou-se que os níveis de fenitoína se mantiveram,
aumentaram ou diminuíram após a coadministração de Rivotril, dependendo da dosagem e de
fatores relacionados com o doente.
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INFARMED
Rivotril não induz as enzimas responsáveis pelo seu próprio metabolismo. As enzimas
responsáveis pelo metabolismo de Rivotril não foram claramente identificadas, mas incluem o
CYP3A4. Os inibidores do CYP3A4 (por ex. fluconazol) podem afetar o metabolismo de Rivotril
e levar a concentrações e efeitos exagerados.
Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina, sertralina (indutor fraco do CYP3A4) e
fluoxetina (inibidor do CYP2D6), e o antiepilético felbamato (inibidor do CYP2C19; indutor do
CYP3A4), não afetam a farmacocinética do clonazepam quando administrados
concomitantemente.
Interações farmacodinâmicas fármaco-fármaco (IFF):
A combinação de Rivotril com o ácido valpróico pode ocasionalmente provocar crises de
ausência (pequeno mal).
Podem também ocorrer efeitos indesejáveis mais intensos como sedação e depressão
cardiorrespiratória quando se coadministra Rivotril com qualquer depressor do SNC, incluindo o
álcool.
Evitar o álcool em doentes a receber Rivotril (secção 4.4).
Consultar a secção 4.9 Sobredosagem acerca de outros depressores do sistema nervoso central,
incluindo o álcool.
Em terapêutica combinada com fármacos de ação central, a dose de cada fármaco deve ser
adaptada de modo a obter o efeito desejado.
4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento
Gravidez
Com base nos estudos pré-clínicos não se pode excluir a possibilidade de que o clonazepam possa
provocar malformações congénitas. As avaliações epidemiológicas evidenciam que os fármacos
anticonvulsivantes têm efeitos teratogénicos. No entanto, é difícil determinar a partir dos estudos
epidemiológicos publicados quais são os fármacos ou combinações de fármacos responsáveis
pelas malformações do recém-nascido. É também possível que outros fatores, por ex. fatores
genéticos, ou a própria epilepsia, contribuam mais do que o tratamento farmacológico para o
desenvolvimento de malformações. Nestas circunstâncias, o medicamento apenas deve ser
administrado em mulheres grávidas se o potencial benefício superar o risco para o feto.
Durante a gravidez, Rivotril apenas pode ser administrado se houver uma indicação irrefutável.
A administração de doses altas no último trimestre de gravidez ou durante o parto pode causar
irregularidades do ritmo cardíaco fetal, assim como hipotermia, hipotonia, depressão respiratória
leve e dificuldades de sucção no recém-nascido. Deve ser tido em consideração que tanto a
própria gravidez como a descontinuação abrupta da medicação podem causar exacerbação da
epilepsia.
Foram reportados ocasionalmente sintomas de abstinência com benzodiazepinas em recém-
nascidos.
Amamentação
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Embora o clonazepam passe para o leite materno apenas em pequenas quantidades, as mães
tratadas com Rivotril não devem amamentar. Se o tratamento com Rivotril for absolutamente
necessário, deve abandonar-se o aleitamento materno.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Mesmo quando utilizado conforme prescrito, clonazepam pode lentificar as reações, afetando a
capacidade de conduzir ou de utilizar máquinas. Este efeito é agravado pela ingestão de álcool.
Durante o tratamento com Rivotril, ou pelo menos durante os primeiros dias, deve evitar-se a
realização de atividades como a condução, utilização de máquinas, bem como outras tarefas
potencialmente perigosas. A decisão do médico a este respeito deve basear-se na dose
administrada e na resposta do doente ao tratamento (ver secções 4.5 e 4.8).
4.8 Efeitos indesejáveis
Pós-comercialização
Doenças do sistema imunitário: reações alérgicas e casos muito raros de anafilaxia.
Perturbações do foro psiquiátrico: perturbações emocionais e do humor, confusão e
desorientação. Pode ocorrer depressão em doentes tratados com Rivotril, podendo também estar
associada à doença subjacente.
Foram observadas as seguintes reações paradoxais: inquietação, agitação, irritabilidade,
agressividade, nervosismo, hostilidade, ansiedade, perturbações do sono, delírios, fúria,
pesadelos, sonhos anormais, alucinações, psicoses, hiperatividade, comportamento inadequado e
outros efeitos comportamentais adversos são conhecidos por ocorrer.
Se estas reações ocorrerem, o tratamento deve ser descontinuado. As reações paradoxais ocorrem
mais frequentemente em crianças e idosos.
Em casos raros podem ocorrer alterações da líbido.
Dependência e privação (ver a secção 4.4).
Doenças do sistema nervoso: diminuição da concentração, sonolência, reação lentificada,
hipotonia muscular, vertigens, ataxia (ver secção 4.4). Em casos raros observou-se cefaleia.
Muito raramente observou-se ocorrência de convulsões generalizadas.
Afeções reversíveis como disartria, reduzida coordenação de movimentos e perturbação da
marcha (ataxia) e nistagmo (ver secção 4.4).
Amnésia anterógrada e efeitos amnésicos podem associar-se a comportamento inadequado (ver
secção 4.4).
Em certas formas de epilepsia, é possível um aumento da frequência das crises (ver secção 4.4).
Afeções oculares:
Afeções reversíveis da visão (diplopia) (ver secção 4.4).
Frequentes: nistagmo
Cardiopatias:
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Insuficiência cardíaca, incluindo paragem cardíaca.
Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino:
Depressão respiratória (ver secção 4.4)
Doenças gastrointestinais:
Foram notificados em casos raros: náuseas e sintomas epigástricos.
Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos:
Podem ocorrer em casos raros urticária, prurido, erupção cutânea, alopecia temporária, alteração
da pigmentação.
Afeções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos:
Fraqueza muscular (ver secção 4.4).
Doenças renais e urinárias:
Em casos raros pode ocorrer incontinência urinária.
Doenças dos órgãos genitais e da mama:
Em casos raros pode ocorrer disfunção eréctil.
Perturbações gerais e alterações no local de administração:
Fadiga (cansaço, abatimento), (ver secção 4.4).
Exames complementares de diagnóstico:
Em casos raros pode ocorrer redução do número de plaquetas.
Complicações de intervenções relacionadas com lesões e intoxicações:
Foram notificadas quedas e fraturas em utilizadores de benzodiazepinas. Observou-se um
aumento do risco em doentes que tomam concomitantemente outros sedativos (incluindo bebidas
alcoólicas) e em idosos.
População pediátrica:
Doenças endócrinas: casos isolados de desenvolvimento prematuro reversível das características
sexuais secundárias (puberdade precoce incompleta).
Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino: em bebés e crianças pequenas, hipersalivação ou
aumento das secreções brônquicas (ver secção 4.4).
Notificação de suspeitas de reações adversas
A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante,
uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco do medicamento.
Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas
diretamente ao INFARMED, I.P.:
Sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram
(preferencialmente)
Ou através do seguintes contactos:
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
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INFARMED
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800 222 444 (gratuita)
E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt
4.9 Sobredosagem
Sintomas
Geralmente as benzodiazepinas causam sonolência, ataxia, disartria e nistagmo.
A sobredosagem com Rivotril raramente tem risco de vida se for ingerido isoladamente, mas
pode levar a arreflexia, apneia, hipotensão, depressão cardiorrespiratória e coma. O coma, caso
ocorra, tem normalmente uma duração de poucas horas, mas pode ser mais prolongado e cíclico,
particularmente em idosos. Em doentes com concentrações plasmáticas supraterapêuticas pode
ocorrer um aumento da frequência de crises epilépticas (ver secção 5.2). Os efeitos de depressão
respiratória das benzodiazepinas são mais graves em doentes com doença respiratória.
As benzodiazepinas aumentam os efeitos de outros depressores do sistema nervoso central,
incluindo o álcool.
Tratamento
Monitorizar os sinais vitais do doente e instituir medidas de suporte de acordo com o estado
clínico do doente. Em particular, os doentes podem necessitar de tratamento sintomático para os
efeitos cardiorrespiratórios ou efeitos do sistema nervoso central.
Deve evitar-se absorção adicional através de um método apropriado, p.ex. tratamento com carvão
ativado dentro de 1-2 horas. Caso seja utilizado o carvão ativado, será imperativo fazer uma
proteção das vias aéreas em doentes sonolentos. Em caso de ingestão mista, pode considerar-se a
lavagem gástrica, embora não deva ser uma medida de rotina.
Caso a depressão do SNC seja grave, deve considerar-se a administração de flumazenilo, um
antagonista das benzodiazepinas. Este apenas deverá ser administrado em condições de rigorosa
monitorização. O flumazenilo tem uma semivida curta (cerca de 1 hora), pelo que os doentes
necessitarão de vigilância depois dos seus efeitos desaparecerem. O flumazenilo tem de ser usado
com extrema precaução na presença de fármacos que reduzam o limiar convulsivo (por ex.
antidepressivos tricíclicos). Para mais informação sobre a utilização de flumazenilo, consultar o
respetivo Resumo das Características do Medicamento.
Atenção
O antagonista das benzodiazepinas, flumazenilo, não está indicado em doentes com epilepsia em
tratamento com benzodiazepinas. O antagonismo do efeito das benzodiazepinas pode provocar
convulsões nestes doentes.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 2.6 – Sistema Nervoso Central. Antiepiléticos e anticonvulsivantes
Código ATC: N03AE01
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O clonazepam tem propriedades farmacológicas comuns às benzodiazepinas, incluindo
propriedades anticonvulsivas, sedativas, miorelaxantes e ansiolíticas.
Os efeitos a nível central das benzodiazepinas são mediados pelo reforço da neurotransmissão
GABAérgica nas sinapses inibitórias. Na presença de benzodiazepinas, a afinidade do receptor do
GABA para o neurotransmissor é intensificada por uma modulação alostérica positiva que resulta
numa acção aumentada do GABA libertado no fluxo de iões cloreto através da membrana pós-
sinaptica.
Estudos efetuados em animais referem também uma ação do clonazepam sobre a serotonina. A
experimentação animal e a investigação eletroencefalográfica realizada no homem demonstraram
que o clonazepam inibe rapidamente diversos tipos de atividade paroxística: descarga de ponta-
onda nas crises de ausência (pequeno-mal), ponta-onda lenta, ponta-onda generalizada, ponta de
localização temporal ou outra e ponta-onda irregular. As alterações eletroencefalográficas
generalizadas são mais rapidamente suprimidas do que as focais. De acordo com estes dados, o
clonazepam tem efeitos benéficos nas epilepsias generalizadas e focais.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Absorção
O clonazepam é rápida e quase completamente absorvido após a administração oral de Rivotril
comprimidos. A concentração plasmática máxima do clonazepam é atingida em 1- 4 horas. A
semivida de absorção é, aproximadamente, 25 min. A biodisponibilidade absoluta é de
aproximadamente 90% com grandes diferenças interindividuais. Rivotril comprimidos é
bioequivalente à solução oral relativamente à extensão da absorção do clonazepam, enquanto a
velocidade de absorção é ligeiramente menor para os comprimidos.
As concentrações plasmáticas de clonazepam no estado estacionário para um regime posológico
de dose única diária são 3 vezes superiores às observadas após uma dose única oral; as taxas de
acumulação previsíveis para regimes posológicos bid e tid são de 5 e 7, respetivamente. Após
múltiplas doses orais de 2 mg, três vezes ao dia, as concentrações plasmáticas pré-dose de
clonazepam no estado estacionário foram de cerca de 55 ng/ml. A relação entre a dose-
concentração plasmática de clonazepam é linear. As concentrações plasmáticas
anticonvulsivantes alvo do clonazepam situam-se entre 20 e 70 ng/ml. A maioria dos doentes com
concentrações plasmáticas no estado estacionário acima de 100 ng/ml desenvolveram efeitos
tóxicos graves incluindo aumento da frequência de convulsões.
Distribuição
O clonazepam é muito rapidamente distribuído para os vários órgãos e tecidos corporais, sendo
preferencialmente absorvido pelas estruturas cerebrais. A semivida de distribuição é de,
aproximadamente, 0,5-1 hora. O volume de distribuição é 3l/Kg. A ligação às proteínas
plasmáticas é de 82-86%.
Metabolismo
O clonazepam é extensivamente metabolizado por redução em 7-amino-clonazepam e por N-
acetilação em 7-acetamino-clonazepam. Adicionalmente, ocorre hidroxilação na posição C-3. O
citocromo hepático P 450 3A4 está envolvido na nitroredução do clonazepam em metabolitos
farmacologicamente pouco ativos ou inativos.