Portugal - português - INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde)
APROVADO EM
23-01-2013
INFARMED
FOLHETO INFORMATIVO: INFORMAÇÃO PARA O UTILIZADOR
ETIZEM 90 mg cápsula dura de libertação prolongada
ETIZEM 120 mg cápsula dura de libertação prolongada
ETIZEM 180 mg cápsula dura de libertação prolongada
ETIZEM 240 mg cápsula dura de libertação prolongada
ETIZEM 300 mg cápsula dura de libertação prolongada
Cloridrato de diltiazem
Leia com atenção todo este folheto antes de começar a tomar este medicamento, pois contém
informação importante para si.
- Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente.
- Caso ainda tenha dúvidas, fale com o seu médico ou farmacêutico
- Este medicamento foi receitado apenas para si. Não deve dá-lo a outros. O medicamento
pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sinais de doença.
- Se tiver quaisquer efeitos secundários, incluindo possíveis efeitos secundários não indicados
neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico.
O que contém este folheto:
1. O que é Etizem e para que é utilizado
2. O que precisa de saber antes de tomar Etizem
3. Como tomar Etizem
4. Efeitos secundários possíveis
5. Como conservar Etizem
6.Conteúdo da embalagem e outras informações
1. O que é ETIZEM e para que é utilizado
Etizem é um medicamento que pertence a um grupo chamado “Bloqueadores da entrada de
cálcio” Além disso, este medicamento torna os vasos sanguíneos mais dilatados. Este
mecanismo ajuda a baixar a tensão arterial. Também facilita o bombeamento do sangue
efetuado pelo coração para todo organismo.
Este medicamento é utilizado para:
Angina variante de Prinzmetal.
Angina crónica estável.
Hipertensão arterial.
Controlo da frequência cardíaca dos doentes em fibrilhação auricular.
Nota: No caso da angina crónica estável e embora segundo alguns autores (baseados em
estudos de curta duração), defendam que o diltiazem oral pareça ser pelo menos tão eficaz
como os bloqueadores-beta (ex.: propanolol) e/ou nitratos, o seu uso contudo deve ser
reservado aos doentes que não tolerem doses adequadas ou sejam refratários às terapêuticas
alternativas com beta-bloqueadores e/ou nitratos orais.
2. O que precisa de saber antes de tomar ETIZEM
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Não tome Etizem
-se tem alergia ao cloridrato de diltiazem, ou a qualquer outro componente deste medicamento
indicados na secção 6.
- se está grávida ou se pensa que pode vir a engravidar durante o tratamento.
- se está a amamentar
- se tem doença do nó sinusal, depressão do nó sinusal ou do nódulo auriculo-ventricular,
exceto na presença de um pacemaker ventricular funcional.
- Em caso de bloqueio aurículo-ventricular do 2° ou 3° grau, exceto na presença de um
pacemaker ventricular funcional.
- se tem um ritmo cardíaco diminuído (inferior 40 pulsações por minuto).
- se está a fazer administração concomitante duma infusão de Dantroleno, (risco de
fibrilhação ventricular).
- insuficiência cardíaca descompensada com congestão pulmonar.
- se tem síndrome de pré-excitação.
- insuficiência cardíaca grave (classe III e IV).
-hipotensão arterial significativa.
Advertências e precauções
Recomenda-se vigilância especial em casos de:
- certas doenças cardíacas e/ou precisar de um pacemaker, devendo informar o seu médico se
apresentar estas condições de modo a que a sua situação seja ponderada aquando da
prescrição de Etizem. Os doentes com bradicardia moderada, bloqueio aurículo-ventricular de
1º grau, intervalo PR prolongado, insuficiência cardíaca congestiva, insuficiência da função
ventricular esquerda e os doentes com diabetes devem ser especialmente vigiados, com
possível reajustamento da terapêutica.
- os agentes bloqueadores dos canais de cálcio, como o diltiazem, podem estar associados a
alterações de humor, incluindo depressão
- O diltiazem é extensamente metabolizado pelo fígado e excretado pelos rins e bílis. Deste
modo, a função hepática deve ser vigiada periodicamente e o Etizem usado com precaução
nos doentes com insuficiência hepática. Também durante a terapêutica com diltiazem podem
surgir alterações da função hepática "de novo".
- doentes com risco de desenvolver obstrução intestinal, uma vez que o diltiazem tem um
efeito inibitório na motilidade intestinal. Os resíduos das formas farmacêuticas de libertação
prolongada podem aparecer nas fezes do doente; contudo, esta descoberta não possui
relevância clínica
- O tratamento deve iniciar-se com doses reduzidas nos idosos e nos insuficientes renais ou
hepáticos. Recomenda-se uma monitorização atenta, especialmente nos doentes idosos, uma
vez que a semivida do diltiazem pode ser prolongada nestes doentes. Também se recomenda
uma monitorização atenta em particular da frequência cardíaca e do eletrocardiograma, no
início do tratamento.
A dose não deve ser aumentada caso a frequência cardíaca seja inferior a 50 por minuto ou
exista bloqueio aurículo-ventricular de 1º grau.
-O Etizem destina-se à terapêutica de patologias crónicas pelo que não deve ser interrompido.
A administração deste medicamento só deve suspender-se por indicação do médico. A
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suspensão abrupta pode ser associada a uma exacerbação da angina, podendo ocasionar
vasospasmo coronário ou recorrência de ataques anginosos.
- Em caso de anestesia geral, o anestesista deve ser informado que o doente toma diltiazem.
- O diltiazem é considerado um medicamento de risco em doentes com porfíria em fase
aguda.
O diltiazem tem um conjunto de características que devem ser consideradas quando é
administrado a doentes com fibrilhação auricular:
- O efeito sobre a função nodal sinoatrial (SA) é variável. O diltiazem tem um efeito inibitório
sobre o nódulo sinusal, mas os seus efeitos vasodilatadores podem provocar uma libertação de
catecolaminas reflexa que pode manter ou acelerar ligeiramente o ritmo do nódulo Sino-
auricular. No entanto, os doentes com síndrome do nódulo sinusal podem ser particularmente
sensíveis aos efeitos de bloqueadores dos canais de cálcio.
- O diltiazem tem efeitos inotrópicos negativos, pelo que deve ser usado com precaução em
doentes com isuficiência cardíaca e em doentes que tomam outros inotrópicos negativos, tais
como os beta- bloqueadores. Não deve ser administrado se o doente for hipotenso.
- Existe nos doentes idosos a possibilidade de desenvolver efeitos secundários, especialmente
os cardíacos de forma mais marcada. Embora as doses máximas dos fármacos possam ser
toleradas, é apropriado efetuar a sua titulação de forma mais lenta.
- Em resumo, o diltiazem não deve ser administrado a doentes com isuficiência cardíaca grave
(classe III ou IV), com síndrome de pré-excitação, ou hipotensão significativa. Além disso,
esses medicamentos devem ser administrados com precaução em doentes com disfunção do
nó sinusal, doença hepática significativa, hipotensão ligeira, bloqueia AV de primeiro grau,
ou a ingestão concomitante de outros fármacos que inibem a função do nósulo SA ou
lentificão a condução AV.
Outros medicamentos e ETIZEM
Informe o seu médico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos
ou produtos naturais, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica.
Associação contraindicada:
Em associação com Dantroleno.
Ao tomar Etizem:
Se estiver a tomar outros medicamentos para a hipertensão, como beta-bloqueadores,
diuréticos ou inibidores da ECA, pode tomar ao mesmo tempo Etizem em segurança, mas
esclareça sempre este assunto com o seu médico. Se apresentar alterações da condução
cardíaca não deve receber tratamento simultâneo de Etizem e beta-bloqueadores.
Quando o diltiazem é administrado com fármacos tais como a digoxina, amiodarona, beta-
bloqueadores e mefloquina poderá ocorrer um aumento da depressão da condução cardíaca
com risco de bradicardia e bloqueio aurículo-ventricular.
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Quando administrados em concomitância com diltiazem, pode ocorrer aumento dos níveis
plasmáticos de carbamazepina, ciclosporina, digoxina, fenitoína, midazolam, teofilina e
triazolam, o que pode incrementar o efeito destes fármacos. Por isso, nos doentes que estejam
a tomar estes fármacos e ETIZEM deve prestar-se atenção especial aos sinais e sintomas de
sobredosagem desses fármacos. Isto verifica-se sobretudo nos idosos ou nos insuficientes
renais.
A administração conjunta com antagonistas H2 (p. ex.: cimetidina, ranitidina) pode elevar os
níveis séricos do diltiazem e, por isso, pode aumentar os seus efeitos.
Foi reportada neurotoxicidade em doentes a receber diltiazem e lítio.
Com qualquer destes fármacos podem ocorrer interações com o Etizem pelo que poderá
necessitar de ser vigiado e/ou que se tomem precauções. Por isso, informe o seu médico
sempre que estiver a utilizar algum destes medicamentos.
O diltiazem pode aumentar o risco de miopatia e rabdomiólise quando utilizado
simultaneamente com estatinas.
Etizem com alimentos e bebidas
O nível de absorção pode aumentar se as cápsulas forem administradas com uma refeição rica
em gordura.
Não tome Etizem cápsulas ao mesmo tempo que uma bebida alcoólica.
Gravidez e amamentação
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
Não é recomendada a toma de diltiazem durante o período de gravidez e aleitamento, bem
como em mulheres no período fértil que não utilizam um método contracetivo eficaz.
Condução de veículos e utilização de máquinas
Com base nos efeitos secundários descritos, tais como tonturas e mal-estar, a capacidade para
conduzir e utilizar máquinas pode ser alterada.
Informações importantes sobre alguns componentes de Etizem
Etizem contém sacarose.Se foi informado pelo seu médico que tem intolerância a alguns
açucares, contacte-o antes de tomar este medicamento.
3. Como tomar ETIZEM
Tomar este medicamento exatamente como indicado pelo seu médico. Fale com o seu médico
ou farmacêutico se tiver dúvidas.
A posologia deverá ser ajustada individualmente. A eficácia e a tolerância terapêutica com
Etizem dependem do cumprimento rigoroso do regime posológico estabelecido pelo médico.
Este medicamento não se aplica a crianças.
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Nos idosos com ritmo cardíaco diminuído deve ter-se atenção à escolha da posologia inicial.
Em qualquer das indicações a dose tem que ter em conta a situação clínica em causa e deve
ser sujeita a uma subida gradual até que seja atingido o efeito terapêutico pretendido. Dada a
variação individual da resposta ao diltiazem, a dose deve ser estabelecida de acordo com as
necessidades, tolerância e resposta obtida em cada doente. Este aumento gradual faz-se
habitualmente em intervalos de 2 semanas.
A dose não deve ser aumentada se surgir bradicardia abaixo dos 50 batimentos por minuto.
Posologia usual do angor ou da hipertensão: a dose inicial usual é de 90 mg, duas vezes por
dia. Se necessário esta dose poderá ser aumentada progressivamente a 120 mg duas vezes por
dia, ou a 180 mg duas vezes por dia, ou 240 ou 300 mg uma vez por dia.
Existe nos doentes idosos e nos doentes com alteração da função hepática a possibilidade de
desenvolver efeitos secundários, especialmente os cardíacos de forma mais marcada. Embora
as doses máximas dos fármacos possam ser toleradas, é apropriado efetuar a sua titulação de
forma mais lenta.
Nos doentes idosos, a posologia inicial será de 90 mg duas vezes por dia e deverá ser
aumentada progressivamente.
Não é necessário ajuste da dose em caso de insuficiência renal.
Modo e via de administração:
Via oral.
As cápsulas de Etizem devem ser engolidas inteiras com um copo de água (sem mastigar).
Podem ser tomadas indiferentemente durante ou fora das refeições.
Duração do tratamento médio:
Respeitar as indicações do médico.
Se tomar mais Etizem do que deveria
Se tomar mais do que a dose receitada ou em caso de sobredosagem, consulte imediatamente
um médico e, se possível, leve as cápsulas e/ou o recipiente consigo.
Exceder a posologia correta pode causar uma grande baixa da sua tensão arterial. Os sintomas
de sobredosagem podem incluir tonturas, fraqueza, batimentos cardíacos irregulares ou lentos,
náuseas, sonolência.
O tratamento destes doentes deve ser feito em unidades de cuidados intensivos, dada a
necessidade frequente de suporte à hipotensão e às alterações de condução cardíaca que
podem ocorrer.
Além das medidas gerais de suporte, o tratamento inclui lavagem gástrica, administração de
carvão ativado e diurese osmótica.
Os antídotos propostos são: atropina, adrenalina, glucagon ou gluconato de cálcio.
Caso se tenha esquecido de tomar ETIZEM
Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar
No caso da omissão de uma administração de ETIZEM, deve prosseguir o tratamento de
acordo com a posologia previamente estabelecida; após a omissão de várias doses deve
consultar o médico assistente.
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Se parar de tomar ETIZEM
Não aplicável.
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico ou
farmacêutico.
4. Efeitos secundários possíveis
Como todos os medicamentos, este medicamento pode causar efeitos secundários, embora
estes não se manifestam em todas as pessoas.
Nas doses terapêuticas o diltiazem é geralmente bem tolerado. Os efeitos adversos graves que
requerem suspensão do fármaco ou ajuste posológicos são raros.
Doenças gastrointestinais – náuseas, vómitos, diarreia, dor abdominal, dispepsia, secura da
boca, hiperplasia gengival e obstipação.
Cardiopatias – rubor, hipotensão postural, bradicardia, insuficiência cardíaca congestiva,
bloqueio auriculo-ventricular do 1º, 2º ou 3º grau, bloqueio de ramo, bloqueio sino-auricular,
vasculite e palpitações.
Doenças do sangue e do sistema linfático: trombocitopénia.
Doenças do sistema nervoso – cefaleias, nervosismo, insónias, tonturas, alterações de humor
(incluindo depressão) e síndrome extrapiramidal.
Afeções hepatobiliares – aumento das enzimas hepáticas e hepatite.
Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos – eritema, urticária, fotosensibilidade (incluindo
queratose liqueniforme em áreas da pele expostas ao sol), edema angioneurótico, erupção
cutânea, eritema multiforme (incluindo síndrome de Stevens-Johnson e epidermólise tóxica),
sudação, dermatite exfoliativa, pustulose exantémica aguda generalizada, ocasionalmente
eritema descamativo, com ou sem febre.
Doenças dos órgãos genitais e da mama: ginecomastia.
Perturbações gerais – edema periférico e mal-estar.
Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detetar quaisquer efeitos secundários não
mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.
5. Como conservar ETIZEM
Não conservar acima de 30ºC.
Manter fora da vista e do alcance das crianças.
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Não utilize Etizem após o prazo de validade impresso no blister e na embalagem exterior,
após “VAL.”. O prazo de validade corresponde ao último dia do mês indicado.
Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu
farmacêutico como deitar for a os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a
proteger o ambiente.
6. Conteúdo da embalagem e outras informações
Qual a composição de Etizem
- A substância ativa é o cloridrato de diltiazem.
- Os outros componentes são: microgrânulos de sacarose e amido de milho, povidona K 30,
etilcelulose, etilcelulose dispersa, dibutilo sebacato, talco, gelatina, dióxido de titânio (E 171),
óxido de ferro amarelo (E 172), (unicamente na dosagem de 240 mg), Eritrosina (E127), (nas
dosagens de 90, 120 e 180 mg), Indigotina (E 132), (nas dosagens de 90, 120 e 180 mg).
Qual o aspeto de Etizem e o conteúdo da embalagem
Etizem apresenta-se sob a forma farmacêutica de cápsula dura de libertação prolongada.
Etizem 90 mg e 120 mg: embalagens de 20 ou 60 cápsulas.
Etizem 180 mg, 240 mg e 300 mg: embalagens de 20, 30 ou 60 cápsulas.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
Titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante
Titular da Autorização de Introdução no Mercado:
Farmasan - Produtos Farmacêuticos, Lda.
Av. D. João II, Lote 1.02.2.1D -2º
1990-090 Lisboa
Fabricante:
Lusomedicamenta – Sociedade Técnica Farmacêutica, S.A.
Estrada Consiglieri Pedroso, 69 B. Queluz de Baixo. 2730-055 Barcarena. Portugal
Este folheto foirevisto pela última vez em:
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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
ETIZEM 90 mg cápsula dura de libertação prolongada
ETIZEM 120 mg cápsula dura de libertação prolongada
ETIZEM 180 mg cápsula dura de libertação prolongada
ETIZEM 240 mg cápsula dura de libertação prolongada
ETIZEM 300 mg cápsula dura de libertação prolongada
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Uma cápsula dura com microgrânulos de libertação prolongada contém 90 mg, ou 120 mg, ou
180 mg, ou 240 mg ou 300 mg de cloridrato de diltiazem.
Excipientes:
Cada cápsula de Etizem 90 mg contem: Lactose - 2,06 mg
Cada cápsula de Etizem 120 mg contém: Lactose - 2,75 mg
Cada cápsula de Etizem 180 mg contém: Lactose – 4,13 mg
Cada cápsula de Etizem 240 mg contém: Lactose – 5,5 mg
Cada cápsula de Etizem 300 mg contém: Lactose – 6,87 mg
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Cápsula dura de libertação prolongada
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
- Angina variante de Prinzmetal
- Angina crónica estável.
- Hipertensão arterial.
- Controlo da frequência cardíaca dos doentes em fibrilhação auricular.
Nota: No caso da angina crónica estável e embora segundo alguns autores (baseados em
estudos de curta duração), defendam que o diltiazem oral pareça ser pelo menos tão eficaz
como os bloqueadores-beta (ex. propanolol) e/ou nitratos, o seu uso contudo deve ser
reservado aos doentes que não tolerem doses adequadas ou sejam refratários às terapêuticas
alternativas com beta-bloqueadores e/ou nitratos orais.
4.2 Posologia e modo de administração
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Posologia
Em qualquer das indicações a dose tem que ter em conta a situação clínica em causa e deve
ser sujeita a uma subida gradual a partir de um valor considerado subterapêutico, para a
situação em causa, até que seja atingido o nível terapêutico pretendido. Dada a variação
individual de resposta ao diltiazem, todas as situações carecem dum ajuste individual da dose
tendo em conta as necessidades, tolerância e resposta obtida. Este aumento gradual faz-se
habitualmente com um intervalo mínimo de 2 semanas.
O nível de absorção pode aumentar se as cápsulas forem administradas com uma refeição rica
em gordura.
No tratamento da angina após a dose ser aumentada até ao nível terapêutico é necessário
existir adaptação da dose à resposta terapêutica sendo o tempo necessário para atingir o
equilíbrio neste caso de 7 a 14 dias. A dose deve ser gradualmente reduzida até ao nível
mínimo em que mantenha o doente sem sintomas.
No tratamento da hipertensão arterial o efeito hipotensor máximo associado a cada dose é
observado nos 14 dias seguintes ao início da administração.
Posologia da angina de peito:
Dose inicial usual: 90 mg, duas vezes por dia.
Se necessário, a dose poderá ser aumentada progressivamente para 120 mg ou 180 mg duas
vezes por dia, ou para 240 mg ou 300 mg uma vez por dia.
Posologia da hipertensão:
Dose inicial usual: 90 mg, duas vezes por dia.
Se necessário, a dose poderá ser aumentada progressivamente para 120 mg ou 180 mg duas
vezes por dia, ou para 240 mg ou 300 mg uma vez por dia.
Existe nos doentes idosos e nos doentes com alteração da função hepática a possibilidade de
desenvolver efeitos secundários, especialmente os cardíacos de forma mais marcada. Embora
as doses máximas dos fármacos possam ser toleradas, é apropriado efetuar a sua titulação de
forma mais lenta.
Nos doentes idosos e nos doentes com alteração da função hepática a posologia inicial deverá
ser de 90 mg duas vezes por dia e aumentada progressivamente.
Não é necessário o ajustamento da dose em caso de insuficiência renal.
População pediátrica
Etizem não se destina para utilização em crianças.
4.3 Contraindicações
Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes mencionados na
secção 6.1.
Na doença do nó sinusal, exceto na presença de um pacemaker ventricular funcional.
Em caso de bloqueio aurículo-ventricular do 2° ou 3° grau exceto na presença de um
pacemaker ventricular funcional.
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Nos doentes com bradicardia grave (menos de 40 pulsações/minuto).
Insuficiência cardíaca grave (classe I e IV)
Síndrome de pré-excitação
Hipotensão arterial significativa
Quando exista a administração concomitante duma infusão de Dantroleno (ver secção 4.5).
Insuficiência ventricular esquerda com congestão pulmonar.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
É necessária uma observação atenta em doentes com a função ventricular esquerda reduzida,
bradicardia (risco de exacerbação) ou com bloqueio AV de 1º grau detetado no
eletrocardiograma (risco de exacerabação e, raramente, de bloqueio completo).
Antes de uma anestesia geral, o anestesista deve ser informado do tratamento a decorrer com
diltiazem. A depressão da contractilidade, condutividade e automaticidade cardíaca, bem
como a dilatação vascular associadas com anestésicos podem ser potenciadas pelos
bloqueadores dos canais de cálcio.
Pode ser observado um aumento das concentrações plasmáticas de diltiazem em doentes
idosos e em doentes com insuficiência renal ou hepática. As contra indicações e precauções
devem ser observadas cuidadosamente e deve ser realizada monitorização no início do
tratamento, particularmente da frequência cardíaca.
Os agentes bloqueadores dos canais de cálcio, como o diltiazem, podem estar associados a
alterações de humor, incluindo depressão.
Tal como outros antagonistas dos canais de cálcio, o diltiazem tem um efeito inibitório na
motilidade intestinal. Deste modo, deve ser utilizado com precaução em doentes com risco de
desenvolver obstrução intestinal. Os resíduos das formas farmacêuticas de libertação
prolongada podem aparecer nas fezes do doente; contudo, esta descoberta não possui
relevância clínica.
Etizem contém sacarose. Doentes com problemas hereditários raros de intolerância à frutose,
má absorção de glucose-galactose ou insuficiência de sacarase-isomaltase não devem tomar
este medicamento.
O diltiazem tem um conjunto de características que devem ser consideradas quando é
administrado a doentes com fibrilhação auricular:
- O efeito sobre a função nodal sinoatrial (SA) é variável. O diltiazem tem um efeito inibitório
sobre o nódulo sinusal, mas os seus efeitos vasodilatadores podem provocar uma libertação de
catecolaminas reflexa que pode manter ou acelerar ligeiramente o ritmo do nódulo Sino-
auricular. No entanto, os doentes com síndrome do nódulo sinusal podem ser particularmente
sensíveis aos efeitos de bloqueadores dos canais de cálcio.
- O diltiazem tem efeitos inotrópicos negativos, pelo que deve ser usado com precaução em
doentes com isuficiência cardíaca e em doentes que tomam outros inotrópicos negativos, tais
como os beta- bloqueadores. Não deve ser administrado se o doente for hipotenso.
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- Existe nos doentes idosos a possibilidade de desenvolver efeitos secundários, especialmente
os cardíacos de forma mais marcada. Embora as doses máximas dos fármacos possam ser
toleradas, é apropriado efetuar a sua titulação de forma mais lenta.
- Em resumo, o diltiazem não deve ser administrado a doentes com isuficiência cardíaca grave
(classe III ou IV), com síndrome de pré-excitação, ou hipotensão significativa. Além disso,
esses medicamentos devem ser administrados com precaução em doentes com disfunção do
nó sinusal, doença hepática significativa, hipotensão ligeira, bloqueia AV de primeiro grau,
ou a ingestão concomitante de outros fármacos que inibem a função do nósulo SA ou
lentificão a condução AV.
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
Uso concomitante contraindicado:
Dantroleno (perfusão): é regularmente observada, em animais, fibrilhação ventricular letal
quando o verapamil i.v. e o dantroleno são administrados em simultâneo. A combinação de
um antagonista do cálcio e do dantroleno é, assim, potencialmente perigosa (ver secção 4.3).
Uso concomitante requer precaução:
Lítio: risco de aumento da neurotoxicidade induzida pelo lítio.
Derivados dos nitratos: aumento dos efeitos hipotensores e desmaios (efeitos vasodilatadores
aditivos). Como precaução, em doentes tratados com antagonistas do cálcio, a prescrição de
derivados dos nitratos deve ser apenas iniciada realizando aumentos graduais da dose.
Teofilina: aumento dos níveis de teofilina em circulação.
Antagonistas alfa: aumento dos efeitos anti-hipertensores. O tratamento concomitante com
antagonistas alfa pode provocar ou agravar a hipotensão. A combinação do diltiazem com um
antagonista alfa apenas deve ser considerada se houver monitorização rigorosa da pressão
arterial.
Amiodarona, digoxina: aumento do risco de bradicardia. É necessária precaução quando estes
medicamentos são utilizados em simultâneo com o diltiazem, sobretudo em doentes idosos e
quando são utilizadas doses elevadas.
Beta-bloqueadores: possibilidade de ocorrerem perturbações do ritmo cardíaco (bradicardia
pronunciada, paragem sinusal), perturbações da condução sino-auricular e aurículo-
ventricular e insuficiência cardíaca (efeito sinérgico). Esta combinação apenas deve ser
utilizada sob rigorosas monitorizações clínica e do ECG, sobretudo no início do tratamento.
Outros agentes antiarrítmicos: uma vez que o diltiazem possui propriedades antiarrítmicas,
não é recomendada a sua prescrição em simultâneo com outros agentes antiarrítmicos (risco
adicional de aumento de efeitos adversos cardíacos). Esta combinação deve apenas ser
realizada sob rigorosas monitorizações clínica e de ECG.
Carbamazepina: aumento dos níveis de carbamazepina em circulação. É recomendado que as
concentrações plasmáticas de carbamazepina sejam tituladas e, se necessário, que a dose seja
ajustada.
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Rifampicina: risco de diminuição dos níveis plasmáticos de diltiazem após o início da
terapêutica com rifampicina. O doente deve ser cuidadosamente monitorizado aquando do
início ou descontinuação da rifampicina.
Agentes anti-H2 (cimetidina, ranitidina): aumento das concentrações plasmáticas de
diltiazem. Os doentes a realizar terapêutica com diltiazem devem ser cuidadosamente
monitorizados ao iniciar ou descontinuar a terapêutica com agentes anti-H2. Pode ser
necessário ajustar a dose diária de diltiazem.
Ciclosporina: aumento dos níveis de ciclosporina em circulação. É recomendado que a dose
de ciclosporina seja reduzida, que a função renal seja monitorizada, os níveis circulantes de
ciclosporina sejam titulados e a dose deve ser ajustada durante a terapêutica conjunta e após a
sua descontinuação.
Informação geral que deve ser tida em consideração:
Devido aos potenciais efeitos aditivos, é necessária precaução e titulação cuidadosa em
doentes a realizar tratamento com diltiazem em simultâneo com outros agentes conhecidos
por afetar a contractilidade e/ou a condução cardíacas.
O diltiazem é metabolizado pelo CYP3A4. Foram descritos aumentos moderados (inferiores a
duas vezes) das concentrações plasmáticas de diltiazem em casos de coadministração com um
forte inibidor do CYP3A4.
O diltiazem é também inibidor de um isoforma do CYP3A4. A coadministração com outros
substratos do CYP3A4 pode resultar num aumento da concentração plasmática de cada um
dos fármacos administrados em simultâneo. A coadministração de diltiazem com um indutor
do CYP3A4 pode resultar numa diminuição das concentrações plasmáticas do diltiazem.
Benzodiazepinas (midazolam, triazolam): o diltiazem aumenta significativamente as
concentrações plasmáticas e prolonga os tempos de semivida do midazolam e triazolam. Deve
ser tomada especial atenção quando são prescritas benzodiazepinas de ação curta
metabolizadas pela via do CYP3A4 em doentes a realizar terapêutica com diltiazem.
Corticosteroides (metilprednisolona): inibição do metabolismo da metilprednisolona
(CYP3A4) e inibição da glicoproteína P. O doente deve ser monitorizado ao iniciar o
tratamento com a metilprednisolona. Pode ser necessário ajustar a dose de metilprednisolona.
Estatinas: o diltiazem é um inibidor do CYP3A4 e demonstrou aumentar significativamente a
AUC de algumas estatinas. O risco de miopatia e rabdomiólise devido à metabolização das
estatinas pelo CYP3A4 pode ser aumentado pelo uso simultâneo de diltiazem. Quando
possível, deve ser utilizada uma estatina não metabolizada pelo CYP3A4 em simultâneo com
o diltiazem, de outro modo é necessária uma monitorização rigorosa de sinais e sintomas de
potencial toxicidade por estatinas.
Etizem cápsulas não deve ser tomado conjuntamente com álcool. Em combinação com
Etizem, o álcool pode aumentar a taxa de libertação in vivo do medicamento da forma
farmacêutica de libertação prolongada, o que pode levar ao aumento de efeitos dependentes
da dose e originar potenciais interações farmacodinâmicas adversas. O uso de álcool pode
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levar a um aumento da taxa e gravidade dos efeitos adversos do diltiazem, como por exemplo
os eventos relacionados com a vasodilatação.
4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento
Os dados existentes sobre o uso de diltiazem em doentes grávidas são muito limitados. O
diltiazem demonstrou toxicidade a nível reprodutivo em certas espécies animais (rato, ratinho,
coelho). Assim, não é recomendada a toma de diltiazem durante a gravidez, bem como em
mulheres em período fértil que não utilizam um método contracetivo eficaz.
O diltiazem é excretado no leite materno em concentrações baixas. Deve ser evitada a
amamentação enquanto é tomado este medicamento. Se a utilização de diltiazem for
considerada medicamente essencial, deve ser instituído um método alternativo de alimentação
do bebé.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Com base nos efeitos secundários descritos, tais como tonturas (frequente), mal-estar
(frequente), a capacidade para conduzir e utilizar máquinas pode ser alterada. Contudo, não
foram realizados estudos.
4.8 Efeitos indesejáveis
É utilizada a seguinte avaliação da frequência, quando aplicável: Muito frequentes (
1/10),
frequentes (
1/100 a <1/10), pouco frequentes (
1/1000 a
1/100), raros (
1/10000 a
1/1000) e muito raros (
1/10000), desconhecidos (não pode ser calculado a partir dos dados
disponíveis).
Muito
frequentes
Frequentes
Pouco
frequentes
Raros
Desconhecidos
Doenças do
sangue e do
sistema linfático
Trombocitopénia
Perturbações do
foro psiquiátrico
Nervosismo,
insónia
Alterações de
humor (incluindo
depressão)
Doenças do
sistema nervoso
Cefaleias,
tonturas
Sindrome
extrapiramidal
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Muito
frequentes
Frequentes
Pouco
frequentes
Raros
Desconhecidos
Cardiopatias
Bloqueio
auriculo-
ventricular
(pode ser
de 1º, 2º ou
3º grau;
pode
ocorrer
bloqueio de
ramo),
palpitações
Bradicardia
Bloqueio sino-
auricular,
insuficiência
cardíaca
congestiva
Vasculopatias
Rubor
Hipotensão
ortostática
Vasculite
(incluindo
vasculite
leucocitoclástica)
Doenças
gastrointestinais
Obstipação,
dispepsia,
gástrica,
náuseas
Vómitos,
diarreia
Xerostomia
Hiperplasia
gengival
Afeções
hepatobiliares
Aumento das
enzimas
hepáticas
(aumento
AST, ALT,
LDH, ALP)
Hepatite
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Muito
frequentes
Frequentes
Pouco
frequentes
Raros
Desconhecidos
Afeções dos
tecidos cutâneos
e subcutâneos
Eritema
Urticária
Fotosensibilidade
(incluindo
queratose
liqueniforme em
áreas da pele
expostas ao sol),
edema
angioneurótico,
erupção cutânea,
eritema
multiforme
(incluindo
síndrome de
Stevens-Johnson e
epidermólise
tóxica), sudação,
dermatite
exfoliativa,
pustulose
exantémica aguda
generalizada,
ocasionalmente
eritema
descamativo com
ou sem febre
Doenças dos
órgãos genitais
e da mama
Ginecomastia
Perturbações
gerais e
alterações no
local de
administração
Edema
periférico
Mal-estar
4.9 Sobredosagem
Os efeitos clínicos de uma sobredosagem aguda podem envolver hipotensão pronunciada
levando a um possível colapso, bradicardia sinusal com ou sem dissociação iso-rítmica, e
alterações da condução aurículo-ventricular.
O tratamento, em ambiente hospitalar, deverá incluir lavagem gástrica e/ou diurese osmótica.
As alterações de condução poderão beneficiar da estimulação cardíaca temporária.
Tratamentos corretivos propostos: atropina, vasopressores, agentes inotrópicos, glucagon e
perfusão com gluconato de cálcio.
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5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 3.4.3 Aparelho cardiovascular. Anti-hipertensores. Bloqueadores
da entrada de cálcio
3.5.1 Aparelho cardiovascular. Vasodilatadores. Antianginosos
3.2.4 Aparelho cardiovascular. Antiarrítmicos. Bloqueadores da entrada do cálcio (Classe IV)
Código ATC: C08D B01 DILTIAZEM
O diltiazem, tal como os outros bloqueadores dos canais de cálcio, tem como principal ação
fisiológica a inibição do fluxo transmembranário do iões de cálcio extracelular, ao nível das
membranas das células do miocárdio e do músculo liso dos vasos, sem alterar as
concentrações do cálcio sérico.O cálcio tem um papel importante na conjugação dos
processos de excitação/contração no coração e no músculo liso dos vasos bem como na
despolarização, que determina a condução elétrica específica das células cardíacas.
Inibindo o fluxo de cálcio, o diltiazem inibe o processo de contractilidade cardíaca e do
músculo liso dos vasos, dilatando as principais artérias coronárias e sistémicas e vai ainda
diminuir a contractilidade cardíaca.
A dilatação das artérias sistémicas origina uma diminuição da resistência periférica total, com
baixa pressão sanguínea e diminuição do pós-carga. Com doses elevadas, superiores a 200
mg, há um aumento do índex cardíaco.
A diminuição da resistência vascular periférica habitualmente não acarreta descida ortostática
da pressão arterial ou taquicardia. No entanto, foram já referidos, esporadicamente, casos de
hipotensão ortostática, quando há mudanças rápidas de posição.
Há dados que apontam para uma possível redução da massa ventricular esquerda e espessura
da parede desta cavidade associadas à hipertensão, durante o uso de diltiazem.
A redução do pós-carga, em repouso e durante o exercício, e a consequente diminuição da
necessidade de consumo de oxigénio pelo miocárdio, são tidas como a explicação do efeito do
diltiazem na angina crónica estável.
Na angina vasoespática (variante de Prinzmetal), o diltiazem provoca uma inibição do
espasmo espontâneo, ou induzido pelo esforço, das artérias coronárias resultando disto um
aumento da libertação de oxigénio.
Em contraste com a nifedipina (e mais próximo dos efeitos do verapamil) o diltiazem tem
uma importante ação inibidora do sistema de condução cardíaca, atua principalmente no nó
auriculoventricular (AV), diminuindo a velocidade de condução e aumentando o seu período
refratário. Tem ainda alguma ação no nó sinusal, no entanto, não tem praticamente efeito na
condução ao nível do sistema de His-Purkinje, intra-auricular ou intraventricular.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
A farmacocinética do diltiazem está sujeita a consideráveis variações interindividuais.
Absorção
Após administração oral, cerca de 80% da dose é rapidamente absorvida pelo trato
gastrintestinal mas, devido a um marcado efeito de primeira passagem hepática, apenas 40%
da dose administrada atinge a circulação sistémica. Uma das características farmacocinéticas
deste fármaco que impõe particular cuidado no seu manuseamento é a variação da sua
biodisponibilidade com a dose, eventualmente por saturação dos sistemas enzimáticos
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responsáveis pela sua depuração hepática donde resulta uma variação não linear da
quantidade de fármaco em circulação com a dose administrada. Assim, verifica-se que uma
duplicação da dose origina áreas sobre a curva de concentração plasmática versus tempo
(AUC) três vezes superiores, o que se traduz num aumento da biodisponibilidade do fármaco
por diminuição do efeito de primeira passagem. De igual forma, quando se aumenta apenas
em 33% a dose diária com cápsulas de libertação prolongada (de 240 para 360 mg) verifica-se
a duplicação da quantidade de fármaco que atinge a circulação sistémica (AUC) ou seja, um
aumento proporcionalmente superior ao aumento da dose.
Distribuição
Devido ao caráter muito lipofílico da sua molécula, o diltiazem distribui-se rápida e
extensamente pelos tecidos (incluindo o leite materno onde pode atingir concentrações
semelhantes às que se verificam no plasma) tendo um volume aparente de distribuição
elevado (ca. 4,5 L/Kg). Os picos de concentração plasmática no estado estacionário são
atingidos 4 a 11 horas após administração das cápsulas de libertação prolongada.
A biodisponibilidade e a concentração plasmática média no estado estacionário, após
administração de 4 vezes por dia de comprimidos convencionais de 60 mg, são equivalentes
aos valores obtidos por administração de cápsulas de libertação prolongada de 120 mg, 2
vezes por dia. Porém, a concentração máxima no estado estacionário e a fração de tempo em
que ela se verifica são mais elevadas no caso das cápsulas de libertação prolongada.
Eliminação
A semivida de eliminação do diltiazem varia entre 3 a 8 horas. Contudo esta semivida pode
estar aumentada nos idosos ou após administração de doses múltiplas orais. Também em
casos de cirrose hepática foi demonstrado o aumento do tempo de semivida associado à
redução da depuração do diltiazem. A insuficiência renal, pelo contrário, não origina alteração
significativa do tempo de semivida. Apenas 2 a 4% do fármaco são excretados na urina de
forma inalterada sendo o restante biotransformado (por desacetilação, O-desmetilação e N-
desmetilação) em metabolitos que são excretados essencialmente pela bílis e pelo rim.
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Em cães sujeitos à dose oral de 20 mg/Kg/dia no estudo de administração reiterada
(tratamento crónico), foi observado um aumento transitório das transaminases.
O diltiazem provocou embriotoxicidade em ratos, ratinhos e coelhos, tendo provocado
diversas malformações, nomeadamente, ao nível dos membros inferiores, cauda, vértebras e
costelas (redução do número e deformação).
Não foi observado potencial carcinogénico.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Microgrânulos de sacarose e amido de milho,
Sacarose
Povidona K 30,
Etilcelulose,
Etilcelulose dispersa,
Dibutilo sebacato,
Talco,
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Gelatina,
Dióxido de titânio (E 171),
Óxido de ferro amarelo (E 172), (unicamente na dosagem de 240 mg),
Eritrosina (E 127), (nas dosagens de 90, 120 e 180 mg),
Indigotina (E 132), (nas dosagens de 90, 120 e 180 mg).
6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3 Prazo de validade
3 anos.
6.4 Precauções particulares de conservação
Não conservar acima de 30 ºC.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Blisters (PVC/Alumínio), embalados em caixas de cartolina.
ETIZEM 90 mg ou 120 mg: embalagens de 20 ou 60 cápsulas duras de libertação prolongada.
ETIZEM 180 mg, 240 mg ou 300 mg: embalagens de 20, 30 ou 60 cápsulas duras de
libertação prolongada.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Não existem requisitos especiais.
Qualquer medicamento não utilizado ou resíduos devem ser eliminados de acordo com as
exigências locais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Farmasan - Produtos Farmacêuticos, Lda.
Av. D. João II, Lote 1.02.2.1D - 2º
1990- Lisboa
8. NÚMERO(S) DE AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Nº de registo: 2218295 - embalagem de 20 cápsulas 90 mg, Blisters (PVC/Alumínio)
Nº de registo: 2218394 - embalagem de 60 cápsulas 90 mg, Blisters (PVC/Alumínio)
Nº de registo: 2218493 - embalagem de 20 cápsulas 120 mg, Blisters (PVC/Alumínio)
Nº de registo: 2218592 - embalagem de 60 cápsulas 120 mg, Blisters (PVC/Alumínio)
Nº de registo: 2218691 - embalagem de 20 cápsulas 180 mg, Blisters (PVC/Alumínio)
Nº de registo: 4659793 - embalagem de 30 cápsulas 180 mg, Blisters (PVC/Alumínio)
Nº de registo: 2218790 - embalagem de 60 cápsulas 180 mg, Blisters (PVC/Alumínio)
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23-01-2013
INFARMED
Nº de registo: 2123495 - embalagem de 20 cápsulas 240 mg, Blisters (PVC/Alumínio)
Nº de registo: 4659892 - embalagem de 30 cápsulas 240 mg, Blisters (PVC/Alumínio)
Nº de registo: 2123594 - embalagem de 60 cápsulas 240 mg, Blisters (PVC/Alumínio)
Nº de registo: 2218899 - embalagem de 20 cápsulas 300 mg, Blisters (PVC/Alumínio)
Nº de registo: 4659991 - embalagem de 30 cápsulas 300 mg, Blisters (PVC/Alumínio)
Nº de registo: 2218998 - embalagem de 60 cápsulas 300 mg, Blisters (PVC/Alumínio)
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data da primeira autorização (ETIZEM 90 mg, 120 mg, 180 mg e 300 mg): 05 julho 1993
Data da primeira autorização (ETIZEM 240 mg): 14 maio 1992
Data da última renovação: 18 março 2011
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO